apresentação para décimo primeiro ano, aula 23

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desedificar desmoralizar, escandalizar

açougue talho

legatário herdeiro

pleito questão judicial

gentio pagão

nassa cesto para apanhar peixe

pique lança

chuço pau com aguilhão

Nas pp. 67-68 de Antologia, vamos rever o resto dos elogios aos peixes, os dois parágrafos finais da parte III do «Sermão de Santo António aos Peixes» — já víramos os louvores ao peixe de Tobias, à rémora, à raia eléctrica (ou torpedo), ao quatro-olhos.

No penúltimo parágrafo desse capítulo III (ll. 188-125), elogia-se aos peixes o serem, ao contrário dos animais terrestres e das aves, o alimento dos dias de penitência, bem como o alimento exclusivo de certas ordens religiosas.

O último parágrafo (ll. 206-218) volta a debruçar-se sobre uma espécie de peixes em particular, a das pescadinhas de rabo na boca, que existem em grande quantidade (ao contrário dos escassos salmões e solhos [esturjões / solhos-reis]) e servem de sustento aos pobres.

Continuaremos agora neste miolo do «Sermão», que abrange os capítulos II a V. (O capítulo I correspondia ao exórdio; e o capítulo VI, vê-lo-emos, à peroração.)

Como o Padre António Vieira já anunciara (cap. II, p. 59, l. 26), o capítulo IV (Antologia, 68-73) vai ser de repreensão dos peixes. São dois os motivos dessa crítica:

1. os peixes comem-se uns aos outros.

2. os peixes investem cegamente ao isco.

Depois de apresentar estas características dos peixes, o orador mostra que os homens incorrem nos mesmos erros:

1. Os homens são comidos por outros homens, quando morrem e quando são julgados.

2. Os homens seguem cegamente os seus engodos, quando combatem por galardões e quando se deixam explorar em troca de vestuário / por pura vaidade.

A parte final deste cap. IV (ll. 210-220) critica um desses engodos dos homens, a moda, contrapondo-se à vaidade dos homens o exemplo de Santo António, que, como vestuário, se contentava com burel e corda / as vestes franciscanas.

1. Traça-se uma analogia entre os peixes que se comem (os maiores comem os mais pequenos, o que aliás torna o caso mais grave) e os homens que também estão sempre a procurar «comer» o seu semelhante (entenda-se: enganar ou dominar os outros). Também se infere que são os mais poderosos a prejudicar os mais frágeis.

2. Quando se diz «peixes [...] vos comeis uns aos outros» (l. 4), a acepção de «comer» que se pode considerar mais próxima é ‘devorar’; quando se pergunta «Cuidais que só os Tapuias se comem uns aos outros?» (ll. 21-22), «comer» equivale a ‘devorar’; em «andarem buscando os homens [...] como se hão-de comer» (ll. 26-27), «comer» tem o sentido de ‘enganar, trair, explorar’.

3. No contexto do sermão — pregado no Maranhão, em 1654, a uma audiência de colonos brancos —, a referência ao sertão e aos índios (dizendo aos ouvintes que não julgassem serem os índios aqueles que o orador estava a criticar) visava culpabilizar os colonos e aludir à exploração que exerciam sobre os nativos.

1 / vades / vades / vão /Presente do Conjuntivo

1 / ouvistes / ouvistes / ouviram / Perfeito do Indicativo

2 / ouvi / ouvi / ouçam/ Imperativo / Presente do Conjuntivo

2 / servir-vos-ão / servir-vos-ão / servir-lhes-ão / Futuro do Indicativo

3 / [já que não] seja / [se não] for / [se não] for / Presente do Conjuntivo / Futuro do Conjuntivo

3 / desedifica / desedifica / desedifica / Presente do Indicativo

4 / vos comeis / vos comeis / se comem / Presente do Indicativo

6 / comem / comem / comem / Presente do Indicativo

6 / fora / fosse / fosse / Mais-que-Perfeito /Imperfeito do Conjuntivo

7 / era / era/seria / era/seria / Imperfeito do Indicativo / Condicional

7 / comeram / comessem / comessem / Mais-que-Perfeito / Imperfeito do Conjuntivo

7 / bastara / bastava/bastaria / bastava/bastaria / Mais-que-Perfeito / Imperfeito do Ind. / Condicional

8 / comem / comem / comem / Presente do Indicativo

9 / bastam / bastam / bastam / Presente do Indicativo

9 / olhai / olhai / olhem / Imperativo / Presente do Conjuntivo

10 / estranha / estranha / estranha / Presente do Indicativo

12 / vêm a ser / vêm a ser / vêm a ser / Presente do Indicativo Perifrástico

14 / sendo criados / sendo criados / sendo criados / Gerúndio da Passiva

15 / vivais / vivais / vivam / Presente do Conjuntivo

16 / comer / comer / comer / Infinitivo impessoal

Ler — para compreensão global — o capítulo V do «Sermão de Santo António aos Peixes», do Padre António Vieira (Antologia, 74-81). Neste capítulo, o orador continua as repreensões aos peixes (mas foca-se agora em algumas espécies em particular: os roncadores, os pegadores, os voadores e o polvo).

Tenta perceber qual é a característica que o autor mais critica a cada uma destas quatro espécies; e como essas caracterís-ticas, segundo o Padre António Vieira, também se manifestam nos homens.

Como já pedira também, convinha que revisses verbos (e, em geral, matérias gramaticais ou mais «conteudísticas» que tenhamos estudado nesta segunda parte do período).

Caso não tenhas entregado o trabalho de publifilme (que correspondeu aos tepecês de um mês), trata disso ainda. (E, em última instância, se o problema tiver a ver com dificuldades técnicas, faz um anúncio apenas «radiofónico», assumindo que se destinaria a transmissão por canal de rádio.)

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