analise da reducao de queixas dolorosas em...
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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANAPATRICIA DE FATIMA BORASCHI
ANALISE DA REDUCAO DE QUEIXAS DOLOROSAS EM REGIAO DACOLUNA CERVICAL ECOLUNA LOMBAR EM CIRURGIOeSDENTISTAS coM A APLICACAO DA GINAstlCA LABORAL
CURITIBA
2007
CONSULTAINTERNA
PATRICIA DE FATIMA BORASCHI
ANALISE DA REDUCAO DE QUEIXAS DOLOROSAS EM REGIAO DACOLUNA CERVICAL E COLUNA LOMBAR EM CIRURGIOESDENTISTAS COM A APLICACAO DA GINASTICA LABORAL
Trabalho de Conclusao de Cursoapresentada ao Curso de Fisioterapia daFaculdade de Ci~ncias da Saude, daUniversidade Tuiuti do Parana, comorequisito parcial para a obtenyao do grau deFisioterapeuta.Orientadora:Arlete Ana Motter, Doutoranda
CURITIBA\
2007
AGRADECIMENTOS
Gostaria de agradecer primeiramente a Deus, que me deu fon;a e coragem paraenfrentar e superar os momentos dificeis.
Gostaria de agradecer minha orientadora, professora, Dr Arleter Ana Motter, porsua paci€mciacomigo, durante este periodo em que convivemos.
Gostaria de agradecer 0 apoio dos meus pais e minha filha Maisha, que sem elesnao chegaria ate aqui.
Gostaria de agradecer aos meus amigos da faculdade, por todo tempo quepassamos juntos, por todas as brincadeiras, dificuldades e alegrias...
Gostaria de agradecer tambem aos membros da banca, por participarem e opinaremneste trabalho dando a sua honrosa contribuigao.
Enfim, a todos que contribuiram direta e indiretamente para a conclusao destetrabalho, principalmente ao diretor, professor Dr. Dewet do curso de odontologia eaos alunos que estiveram a disposigao para que este trabalho fosse rea/izado.
Obrigada!
III
RESUMO
Os problemas posturais dos cirurgioes-dentistas sempre foram motivos de muitas
reclamayoes por parte da classe odontologica. 0 metodo estatico e altamente
repetitivo, como ocorre na profiss80 dos cirurgioes-dentistas, n80 permite uma maior
movimentay80, tern a desvantagem de exigir sempre a contray80 dos mesmos
grupos musculares e a utilizay80 das mesmas posturas, possibilitando dessa forma
uma intensa sobrecarga fisica, cognitiva e psiquica. 0 tipo de estudo desta pesquisa
e estudo de caso, exploratorio e observacional que teve como objetivo analisar os
beneficios da ginastica laboral em cirurgioes-dentistas, com os alunos do curso de
odontologia da Universidade Tuiuti do Parana. Observou-se nesse estudo que a
ginastica laboral proporcionou uma melhora da qualidade de vida fisica, durante e
apos 0 trabalho dos cirurgioes dentistas. Sendo a medio ou longo prazo apresenta
efeitos perceptiveis relacionados as atividade de vida diaria destes cirurgioes
dentistas.
Palavras-chave: ginastica laboral; cirurgioes-dentistas; dor
IV
ABSTRACT
The posturais problems of the surgeon-dentists had always been reasons of many
claims on the part of the odontol6gica classroom. The static and highly repetitive
method, as it occurs in the profession of the surgeon-dentists, does not allow a
bigger movement, has the disadvantage to always demand the contraction of the
same muscular groups and the use of the same positions, making possible of this
form an intense physical, cognitiva and psychic overload. The type of study of this
research is study of case, explorat6rio and observacional that had as objective to
analisar the benefits of the labor gymnastics in surgeon-dentists, with the pupils of
the course of odontologia of the Tuiuti University of the Parana. It was observed in
this study that the labor gymnastics provided an improvement of the quality of
physical life, during and after the work of the surgeons dentists. Being the medium or
long stated period it presents perceivable effect related the activity of daily life of
these surgeons dentists.
Key words: labor gymnastics; surgeon-dentists; pain
v
LISTAS DE GRAFICOS
GRAFICO 1 - Atuac;aoProfissional. 37
GRAFICO 2 - Bern Estar Fisico no Trabalho 38
GRAFICO 3 - Condic;aoFisica P6s-Trabalho 39
GRAFICO 4 - Queixa Dolorosa .40
GRAFICO 5 - Escala da Dor. 41
GRAFICO 6 - Escala da Dor. 41
GRAFICO 7 - Atividade Fisica 42
VI
SUMARIO
1 INTRODUCAO .......................................•............................................•..........•.... 09
2 REVISAO DE LITERA TURA 10
2.1 HIST6RIA DA ODONTOLOGIA. 10
2.2 QUANDO A DOR E DO DENTISTA 10
2.3 DISTORBIOS OSTEOMUSCULARES RELACIOADOS AO TRABALHO
(DORT) 11
2.3.1 Causas dos Disturbios Osteomusculares Relacioados ao Trabalho 12
2.3.2 Disturbios Osteomusuculares Relacionados ao Trabalho na Pratica
OdontoI6gica 13
2.4 CERVICALGIA 14
2.4.1 Classificac;ao da Cervicalgia 15
2.4.2 Etiologia da Cervicalgia 17
2.4.3 Quadro Clinico da Cervicalgia 17
2.4.4 Diagn6stico da Cervicalgia 18
2.5 LOMBALGIA 19
2.6 ERGONOMIA 19
2.6.1 Hist6ria da Ergonomia 19
2.6.2 Definic;ao da Ergonomia 21
2.7.1 Hist6ria da Antropometria 23
2.7.2 Definic;ao da Antropometria 24
2.8 GINASTICA LABORAL 26
2.8.1 Hist6ria da Ginastica Laboral. 26
2.8.2 Definic;ao da Ginastica Laboral. 28
2.8.3 Objetivo da Ginastica Laboral. 30
2.8.4 Beneficios da Ginastica Laboral. 31
2.8.5 Fator de Risco no Ambiente de Trabalho 32
2.8.6 Programa da Ginastica Laboral.. 34
3 METODOLOGIA 36
4 RESULTADOS E DISCUSSAO........................................................................ 38
5 CONSIDERACOES FINAIS 44
6 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS 45
ANEXO 48
9
1 INTRODUCAO
Todo trabalho implica em exigencias fisicas e psiquicas e cognitivas aquele
que 0 realiza. Em relagao ao trabalho numa clinica odontol6gica nao e diferente.
Varias doengas observadas no cirurgiao-dentista estao relacionadas com as
atividades desenvolvidas no ambiente clinico.
A pratica odontol6gica proporciona urn desgaste fisico consideravelmente
grande para 0 cirurgiao-dentista e isso faz com que fique bastante vulneravel a
varios problemas, como por exemplo, cervicalgia e lombalgia, que ocorrem devido a
postura inadequada deste profissional.
Os problemas posturais sempre foram motivos de muitas queixas por parte
da classe odontol6gica. Atualmente, com os equipamentos mais ergonomicos muitos
dos problemas diminuiram, entretanto, ainda ha dificuldades de se evitar os
problemas posturais. Devido ao trabalho estatico, ao movimento repetitiv~, exige
sempre a contragao dos mesmos grupos musculares, causando uma intensa
sobrecarga fisica.
E importante que a classe odontol6gica conhega estas alterag6es
patol6gicas e suas causas, pois este e 0 passo inicial para preveni-Ias e trata-Ias 0
mais cedo possivel, preservando assim estruturas anatomicas fundamentais para 0
desenvolvimento da profissao, alem de sua saude mental (POL; REIS 1999).
A ginastica laboral, aliada a ergonomia, vern apresentando-se como uma
solugao para lidar com as graves conseqOenciasdesse contexto. Sendo assim, este
trabalho tern como finalidade aplicar urn programa de ginatica laboral, com 0 objetivo
de redugao de queixas dolorosas em regiao cervical e lombar em cirurgi6es-
dentistas.
10
2 REVISAO DE LlTERATURA
2.1 HIST6RIA DA ODONTOlGIA
Os primeiros acontecimentos ligados a odontologia, aconteceram na
chamada pre-historia. Na idade moderna entre 1433 e 1789 floresceram as ciencias
odontologica, que para extrair urn dente 0 paciente sentava muito baixo, as vezes no
chao, colocando sua cabe~a entre as pernas do operador. Ja na idade
contemporanea foi 0 periodo onde mais se adiantou a odontologia (MAlEWSKI,
1991).
No Brasil 0 dia que marcou 0 come~o da odontologia, foi 25 de outubro de
1884, sendo, Tiradentes urn dos primeiros autorizados por lei para exercer a
profissao do dentista. Os dentistas proviam de todas as classes, mas eram
barbeiros, na quase totalidade portuguesa, os seus maiores exploradores
(MAIEWSKI, 1991).
2.2 QUANDO A DOR E DO DENTISTA
Ma postura e organiza~ao do trabalho causam problemas musculares em
dentistas. Ao contrario do que se pode imaginar, nao e so 0 paciente que sofre
durante as longas consultas ao dentista. 0 incomodo de ficar de boca aberta,
anestesiado, por vezes sequer se aproxima das conseqOencias que 0 cirurgiao-
dentista tern que enfrentar por permanecer na mesma posi~ao, durante a rotina
diaria (RASIA, 2004).
De acordo com pesquisa da fisioterapeuta Denise Rasia, no Instituto de
Psicologia, da Universidade de Brasilia (UnB), a freqOencia de queixas de dores nas
11
costas, ombro, bra{:o, maos e pernas resulta em afastamentos do trabalho e acaba
comprometendo 0 desempenho dos profissionais. As longas jornadas de trabalho e
a rotina de consultas praticamente sem intervalos agravam os sintomas dos
chamados Disturbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (Dort) (LOPES,
2007).
Por conta da ma-postura, os cirurgioes dentistas ocupam os primeiros
lugares em afastamentos do trabalho por incapacidade temporaria ou permanente,
respondendo por cerca de 30% das causas de abandono prematuro das atividades
odontol6gicas. A concentra{:ao e a precisao dos movimentos necessarios em
tratamentos odontol6gicos exigem mais sacrificios postura is dos dentistas (RASIA,
2004).
2.3 DISTURBIOS OSTEOMUSCULARES RELACIONADOS AO TRABALHO
(DORT)
Segundo Barbosa (2002), existem tres defini{:oes que considera destacadas
no cenario medico, principalmente por se tratar, uma delas, de defini{:ao legalmente
institucionalizada, no caso a aplicada pelo INSS.
Disturbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho sao transtornos
funcionais, transtornos mecanicos e lesoes de musculos e/ou tendoes e/ou de
fascias e/ou de nervos e/ou de bolsas articulares e pontas 6sseas nos membros
superiores ocasionados pela utiliza{:ao, biomecanicamente incorreta, dos membros
superiores, que resultam em dor, fadiga, queda da performance no trabalho,
incapacidade temporaria e, conforme 0 caso, podem evoluir para uma sindrome
dolorosa cronica, nesta fase agravada por todos os fatores psiquicos (inerentes ao
12
trabalho ou nao) capazes de reduzir 0 limiar de sensibilidade dolorosa do individuo.
Disturbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho sao desordens
neuro-musculo-tendinosas de origem ocupacional, que atingem os membros
superiores, escapulas e pesco~o causadas pelo uso repetitivo e for~ado de grupos
musculares ou manuten~o de postura for~ada.
Disturbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho e uma inflama~ao de
tecidos sinoviais, tendoes, musculos, fascias, ligamentos e nervos, concomitante ou
isoladamente, cuja etiologia seja ocupacional, mesmo quando associada a outras
patologias.
2.3.1 Causas dos Disturbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho
Fatores Agravantes
Ausencia de pausa durante a jornada de trabalho, traumatismos anteriores e
ambientes de temperaturas diminuidas ou muito altas.
Fatores que Contribuem
Sustenta~o de peso com ou sem transporte, jornada prolongada de
trabalho, postura estatica, tensao excessiva e caracteristica, m6veis e equipamentos
inadequados e postura inadequada.
Fatores Biomecanicos
Ritmo acelerado de trabalho, for~a excessiva com as maos, repetitividade de
um mesmo movimento.
Fatores Ergonomicos
Equipamentos inadequados e equipamentos de trabalho mal ajustado
(OLIVEIRA, 2002).
13
2.3.2 Disturbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho na Pratica
Odontol6gica
A Odontologia e rica em oportunidades de satisfac;aopessoal e profissional.
Entretanto, principalmente entre os profissionais mais jovens, vern sendo crescente
a insatisfac;ao,que se deve principalmente a dificuldade de manter a vida, enquanto
luta-se para ganhar a vida.
Os dentistas sofrem de dores lombares, cefaleia tensional, e esforc;o
anormal em diversas partes do corpo, tais como regiao dorsal, regiao lombar, pernas
e pes. A fadiga dos olhos, brac;os e pes e uma queixa comum entre dentistas.
Alguns apresentam problemas de saude rnais graves tais como perturbac;Oes
circulat6rias, varizes das pernas, e artrite cervical e das maos. Desigualdade na
altura dos ombros e encontrada em varios deles. Bursite dos ombros e dos
cotovelos e inflamac;aodas bainhas tendinosas sao outras doenc;asencontradas em
dentistas (LOPES, 2007).
Aos fatores ocupacionais propriamente ditos, somam-se, uma serie de
outros, como 0 baixo gasto energetico, a falta de oportunidade para pausas de
repouso satisfat6rias, a imobilidade relativa, 0 uso de grandes grupos musculares
para manter a posic;aode trabalho (LOPES, 2007).
o trabalho odontol6gico envolve muita tensao uma vez que 0 dentista
trabalha com 0 paciente consciente e apreensivo, 0 que exige uma relac;aopaciente
- dentista altamente positiva. Situac;oesde tensao e estresse tambern foram trazidas
pelo desenvolvimento da tecnologia, juntamente com seus indiscutiveis beneficios30
(LOPES, 2007).
Os agentes de risco presentes no ambiente odontol6gico sao numerosos e
14
muito variados e os dentistas estao expostos a eles desde os primeiros anos da
faculdade, escola ou instituto e nao desde que iniciam 0 exercicio da profissao,
como erroneamente se pensava. Especialmente entre os cirurgioes-dentistas, as
doenc;as ocupacionais constituem uma seria e preocupante realidade. 0 exercicio
profissional os obriga a usar como rotina de trabalho os membros superiores,
principalmente as maos e quase sempre com repetitividade de urn mesmo padrao
de movimento, comprimindo mecanicamente estruturas dessa regiao e muitas vezes
com pressao temporal. Quanto mais especializado, rnais rapido e repetitivo e 0
trabalho, principalmente para periodontistas e endodontistas (LOPES, 2007).
o paciente com Disturbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho pode
evoluir com varias limitac;oes, como diminuic;ao da agilidade e destreza manual,
dificuldade em permanecer sentado por muito tempo, dificuldades para manter os
membros superiores elevados ou suspensos por tempo prolongado, falta de firmeza
para segurar objetos etc. Devera portanto ser orientado em termos de tratamento e
reabilitac;ao,a comec;ar por medidas capazes de diminuir a ansiedade e angustia,
alem de controle eficaz dos quadros dolorosos (LOPES, 2007).
2.4 CERVICALGIA
A cervicalgia e uma entidade que se caracteriza pela dor ao nivel da coluna
cervical alta, sendo ai incluida a nucalgia (cefaleia da nuca). Quando a dor dessa
regiao se irradia para ombro, brac;oe mao passa a ser denominar cervicobraquialgia,
admitindo-se que 0 plexo braquial formado das terminac;oes C2 a C8 tenha sido
afetado (KNOPLlCH, 1986).
A grande maioria dos sintomas relacionados com os tecidos moles da regiao
15
cervical orlgina-se dos diferentes estagios da mesma desordem: condi9ao
degenerativ~ do disco. A reduc;aopor manipulac;aoe 0 tratamento para quase todosI
os pontos (~NOPLlCH, 1986).!
A I,sao discal no nivel cervical, como outras, bloqueara a articulac;ao,,
resultando $m dor referida extra-segmentar de origem dural-familiar, como pesc090,
doloroso e contraido com ou sem sinais e sintoma de compressao da raiz nervosa.I
Pacientes 60m dor e limita9ao do movimento da coluna cervical podem ser
sugestivos ida hip6tese diagnosticada, mas algumas vezes os sintomas e
desconforto~ se restringe a regiao escapular (CYRIAX, 2001).I
A dpr na regiao cervical e resultante de alterac;oes psiquicas e musculares
ou por umaiagressao as raizes nervosas. A dor quando ocasionada pela contrac;ao
dos musculps, extensores da cabec;a seja por tensao emocional, seja por postura!
!
permanent~ e viciosa, leva a uma irrigac;ao ineficiente dessas estruturas com 0
acumulo delcatab61itosque nao sao removidos (KNOPLlCH, 1986).
A pifesenc;adessas substancias nos intersticio leva ao extravasamento de
liquidos no$ vasos, vern 0 edema, surge a compressao e a irritac;ao quimica de
estruturas ~specificas, que levam ao c6rtex cerebral a sensac;ao dolorosa. AII
resposta a! estes estimulos e tentar a imobilizac;ao do segmento. Para tanto os
musculos c~ntraem-se mais, evitando a distensao ou alongamento de suas fibras, 0i
que acarret~ sinais e sintomas que podem localizar a sede em uma raiz em niveli
determinad9 na coluna cervical. (KENDALL, 1995).I
2.4.1 Classificac;aoda Cervicalgia:I
• Cervicalgia Mecanica - define-se com este nome a dor localizada na parte
16
posterior do pescoc;oe superior das escapulas ou zona dorsal alta, que nao se
acompanha de sinais caracteristicos de radiculalgia;
• Cervicalgia Aguda (torcicolo) - de aparecimento subito, se acompanha de dor
intensa e limitac;ao importante ou total da mobilidade do pescoc;o. Sua etiologia
pode ser urn movimento brusco (geralmente de rotac;ao),uma postura forc;adado
pescoc;o,0 frio intenso ou exposic;aoconstante a uma corrente de ar.
Esta cervicalgia e muito dolorida, porem, com urn tratamento adequado,
pode regredir totalmente em poucos dias;
• Cervicalgia Cronica - denomina-se assim a dor cervical moderada e
persistente sem radiculalgias, e sua causa e sempre a contratura muscular
dos extensores do pescoc;o, isto e, trapezio superior, os esplenios e a
musculatura posterior da nuca. Esta contratura pode ser originada por
diversas causas. Uma patologia determinante de cervicalgia cronica e a
espondiloartrose cervical. A avaliac;ao radiologica, esta patologia mostrara
osteofitos e perda da altura do disco. Como geralmente e assintomatica, sera
conveniente desmistifica-Ia diante do paciente, tirando-Ihe a importancia e
informando-o da grande incidencia que este problema degenerativo tern na
maioria da populac;aoque alcanc;a uma certa idade, sem que tenha maiores
conseqOencias. 0 paciente tambem devera saber que as crepitac;oes que
sente algumas vezes nos movimentos de rotac;aocertamente se devem aos
osteofitos, nao significam sinal algum de gravidade, e que a dor e a contratura
nao se devem forc;osamente it artrose mas a uma ou varias causas
anteriormente descritas. Tambem a fibrosite ou a fibromialgia pode dar
17
lugar a essa dor na regiao cervical.
Na cervical cronica, junto com a dor e a contratura, pode se observar uma
retificayao da lordose fisiol6gica, e uma limitayao moderada da mobilidade do
pescoyo (tendo em conta que esta sera fisiol6gica nos individuos adultos) (SERRA,
2001).
2.4.2 Etiologia da Cervicalgia
Em geral a etiologia da cervicalgia pode ser por causas congenitas -
sindrome de Klippel- Feil, aneurismas da arteria vertebral ou subclavia e tumores.
Causas adquiridas - inflamat6rias (artrites, espondilite anquilosante), t6xicas (neurite
alco6Iica), metab61icas (neutrite diabetica), infecciosa (artrite infecciosa, por
propagayao de focos de amigdalite, faringite, abcesso, meningites), afecyoes
neurol6gicas (tabes dorsales, viroses), vasculares (dilatayao da arteria occipital ou
da articular posterior), mecanica (osteoartrose, espondilose, discartrose, uncartrose,
estenose de canal, sindrome de Baastrup, luxayoes e fraturas, espondilolistese,
tumores, costela cervical, sindrome do escaleno anterior, dor por tensao muscular
(contraturas), fibromialgia, sindrome miofacial, torcicolo, hernia de disco e LER)
(CYRIAX, 2001).
2.4.3 Quadro Clinico da Cervicalgia
A cervicalgia costuma ser insidiosa, sem causa aparente. Mas raramente se
inicia de maneira subita, em geral relacionada com movimentos bruscos do pescoyo,
18
longa permanencia em posiyao foryada, esforyo ou trauma. Melhora nitidamente
com 0 repouso e exarceba-se com a movimentayao. Tambem se exarceba com 0
aumento da pressao liquorica e a compressao das apofises espinhosas. Com
freqOencia,ha espasmos musculares e pontos-gatilho (HEBERT, 2003).
Limitayoes de movimentos, pode estar ligada a uma espondilite anquilosante
de importancia variavel, contratura muscular propria ou resultante de um reflexo de
dor, anomalias de estruturas ossea e traumatismo. Crepitayoes diversas, simples ou
percepyao de sons secos ou sonoros relacionados as alteray6es cartilaginosas.
Cefaleias intensas, podem ser relacionadas com problemas psicologicos. Fraqueza
muscular, num sofrimento mais prolongado acompanha a dor, perda da forya do
ombro superior afetado, pode inclusive seguir-se de atrofias de grupos musculares
(HEBERT, 2003).
Deve-se distinguir os fenomenos sensitivos dos motores. Os fenomenos
sensitivos mais comuns residem, sobretudo em irradiayao da cervicalgia para 0
membro superior e para 0 torax. FreqOentemente0 paciente refere parestesias nos
mesmos territorios. Hipoestesias sao menos freqOentes e as anestesias estao
ausentes, 0 que se explica pela lei das tres raizes (HEBERT, 2003).
Os fenomens motores residem em paresias, poucas vezes paralisias e
alterayoes dos reflexos. Evidentemente, os territorios cutaneos e os musculos
comprometidos dependem da raiz atingida (HEBERT, 2003).
2.4.4 Diagnostico da Cervicalgia
Para avaliayao da existencia ou nao de compressao radicular por hernia
discal cervical, geralmente a primeira opyao e a ressonancia magnetica. Quando
19
nao disponivel, pode-se fazer a tomografia computadorizada e da mielografia. 0
diagn6stico diferencial da cervicobraquialgia discal deve ser feito com a
cervicobraquialgia sintomatica de outras afec~oes do esqueleto. A eletromiografia
pode ser util para diagn6stico diferencial com doen~as neurol6gicas.
2.5 LOMBALGIA
Conhecida popularmente como dor nas costas, a lombalgia e a dor, que
pode ser aguda ou cronica e ocorre nas regioes lombares inferiores. E uma das
grandes causas de morbidade e incapacidade funcional, cerca de 80% das pessoas
tern algum tipo de dor 10mbar em alguma fase da vida. Na grande maioria das vezes,
a dor se relaciona com problemas mecanicos da coluna vertebral, isto e, com
defeitos na sua fun~ao. 0 tratamento principal e normalizar a fun~ao, isso podendo
ser obtido com exercicios e outros cuidados posturais (RUBIN, 2002).
2.6 ERGONOMIA
2.6.1 Hist6ria da Ergonomia
A ergonomia desenvolveu-se durante a II Guerra Mundial (1939-1945),
quando pela primeira vez, houve uma conjuga~ao sistematica de esfor~os entre a
tecnologia, ciencias humanas e biol6gicas para resolver problemas de projeto.
Medicos, psic610gos, antrop610gos e engenheiros trabalharam juntos para resolver
os problemas causados pela opera~ao de equipamentos militares complexos. 0
resultado desse esfor~o interdisciplinar foi muito gratificante, a ponto de serem
20
aprovados pera industria no p6s-guerra (DUL; WEERDMEESTER, 2004).
Ao contrario de muitas ciencias, cujas origens se perderam no tempo e no
espayo, a ergonomia tern uma data "oficial" de nascimento: 12 de julho de 1949. Foi
neste dia que urn grupo de cientistas ingleses se interessou em discutir e formalizar
a existencia desse novo ramo de aplicayao interdisciplinar da ciencia (Falchi, 2003).
Com 0 surgimento da ergonomia nos anos 40, constitui uma abordagem do
trabalho humano e suas interayoes no contexto social e tecnol6gico, que busca
mostrar a complexidade da situayao de trabalho e a multiplicidade de fatores que a
compoe. Historicamente a ergonomia tern uma de suas bases ancoradas na
Psicologia Experimental. No entanto, a vertente representada, sobretudo pelos
paises de lingua francesa, questiona 0 carater exageradamente reducionista de
posiyoes apoiadas em normas e prescriyoes, fundamentadas em conhecimentos de
natureza experimental, que ignoram a atividade de construyao inerente a toda
situayao real do trabalho (ABRAHAO, 2002).
No passado quase a totalidade das aplicayoes da ergonomia teve lugar no
setor industrial e militar. As aplicayoes de carater social foram secundarias como 0
desenho dos espayos interiores de uma casa, equipamentos sanitarios e ate 0
pr6prio tanque de lavar roupa. A associayao entre 0 tamanho fisico de uma pessoa etao velha que surpreende a freqOencia com que este fato e negligenciado. Hoje em
dia, nao e rara a cena em que urn individuo tern que se curvar todo para lavar pratos
na pia (IIDA, 2005).
2.6.2 Definiyao da Ergonomia
Segundo Miyamoto et al. (1999), ergonomia e urn estudo cientifico de
21
adapta90es dos instrumentos e ambiente de trabalho as capacidades
psicofisiol6gicas, antropometricas e biomecanicas do homem, estudando diversos
aspectos do comportamento humano no trabalho enos outros fatores importantes
para 0 projeto de sistemas de trabalho, que sao 0 homem, a maquina, 0 ambiente, a
informa9ao, a organiza9ao e as conseqOenciasdo trabalho.
A ergonomia vern assumindo 0 papel de destaque crescente na concep9ao
de modernos ambientes de trabalho, que envolvem a rela9ao do homem com as
diversas tecnologias presentes nesses ambientes e as necessidades de qualidade,
de produtividade e de redu9ao de custos inerentes a produ9ao, ou seja, ergonomia e
o termo designativo da aplica9ao multidisciplinar de conhecimentos que trata de uma
serie de cuidados que envolve 0 homem e as particularidades inerentes a cada
tarefa que realiza na condi9ao de trabalho, observadas as caracteristicas e
limita90es individuais (BARBOSA, 2001).
Para tanto, esse trabalho deve ser entendido, nao apenas relacionado ao
esfor90 fisico, mas em todas as suas dimensoes. S6 assim serao plenamente
atingidos os objetivos de potencializar os resultados desse trabalho e de minimizar
os esfor90s, 0 desgaste e os possiveis danos a integridade da saude humana
provenientes dessa condi9ao (BARBOSA,2001).
Segundo Falchi (2003), a ergonomia estuda diversos aspectos do
comportamento humano no trabatho e outros fatores importantes para 0 sistema de
trabalho. Seus objetivos praticos sao: a seguran9a e 0 bern estar dos trabalhadores.
Para a reatiza9ao dos seus objetivos a ergonomia estuda uma diversidade
de fatores que sao: 0 homem e suas caracteristicas fisicas, fisiot6gicas e
psicol6gicas; a maquina que constituem todas as ferramentas, mobiliario,
equipamento e instala90es; 0 ambiente que contempla a temperatura, ruidos,
22
vibrayoes, luz, cores, etc.; a informay80 que refere-se ao sistema de transmiss80
das informayoes; a organiZay80 que constitui todos os elementos citados no sistema
produtivo considerando horarios, turnos e equipes; e as consequemcias do trabalho
onde entram as questoes relacionadas com os erros e acidentes alem da fadiga e 0
estresse (IIDA, 1991).
Segundo Almeida (2004) existem quatro tipos de implementay80
ergonomica:
• A ergonomia de COrrey80: quando diagnosticado algum problema.
• A ergonomia de cOnCepy80: realizada na fase inicial de um projeto de
equipamento, maquina, ferramenta ou ambiente.
• A ergonomia de conscientizay80: atraves de palestras, cursos e atualizayoes
constantes, 0 trabalhador e orientado quanto aos meios de trabalho menos
prejudiciais a salide.
• A ergonomia participativa: e incentivada por um comite interno composto por
representantes da empresa e funcionarios, atraves da conscientizay80 para
que 0 projeto ergonomico seja utilizado por todos.
Segundo lida (1991), Para realizar 0 seu objetivo, a ergonomia estuda
diversos aspectos do comportamento humano no trabalho e outros fatores
importantes para projeto de sistema de trabalho, que S80:
o homem: caracteristicas fisicas, fisiol6gicas, psicol6gicas e sociais do
trabalhador, influencia do sexo, idade, treinamento e motiVay80;
- Maquina: entende-se por maquina todas as ajudas materiais que 0 homem
23
utiliza no seu trabalho, englobando os equipamentos, ferramentas, mobiliario
e instalac;oes;
- Ambiente: estuda as caracteristicas do ambiente fisico que envolve 0 homem
durante 0 trabalho, como a temperatura, ruidos, vibrac;oes, luz, cores, gases e
outros;
- Informac;ao:refere-se as comunicac;oesexistentes entre os elementos de urn
sistema, a transmissao de informac;oes, processamento e a tomada de
decisoes.
Organizac;ao: e a conjugac;ao dos elementos acima citados no sistema
produtivo, estudando aspectos como horarios, turnos de trabalho e formac;ao
de equipes;
- ConseqOencias do trabalho: aqui entram mais questoes de controles como
tarefas de inspec;oes,estudos dos erros e acidentes alem dos estudos sobre
gastos energeticos, fadiga e "stress".
2.7 ANTROPOMETRIA
2.7.1 Hist6ria da Antropometria
Sempre que possivel e justificavel, deve-se realizar as medidas
antropometricas da populac;ao para a qual esta sendo projetado urn produto ou
equipamento (IIDA, 1991).
o corpo humane ha muito tempo serve de parametro para a elaborac;ao de
projetos e para a realizac;aode medic;oes.Justamente como base para 0 sistema de
medic;6es,foi descoberto urn problema: as dimensoes corp6reas variam de ser para
24
ser, assim como a massa desse corpo. As dimensoes e as formas de uma pessoa
nao serviam como modelo para nada que nao fosse produzido especificamente para
o corpo fonte dessa medida (BARBOSA, 2001).
No inicio a antropometria determinava as grandezas medias da populayao,
depois passou a determinar as varia90es e os alcances dos movimentos e hoje
trabalha no estudo das diferen9as entre grupos (BARBOSA, 2001).
2.7.2 Defini9ao da Antropometria
o termo antropometria significa, literalmente, medi9ao, estudo das medidas
do corpo humano. Vern do grego antropo (homem) e metron (medida). Ela pode ser
classificada em estatica ou dinamica:
• Antropometria estatica - diz respeito ao estudo das dimensoes individuais das
partes do corpo humano. Nao sao levadas em considera9aOas possibilidades
e necessidades de movimento dessas partes. Por exemplo, a largura dos pes,
o comprimento do bra90, etc;
• Antropometria dinamica: por sua vez, diz respeito ao estudo das dimensoes
de conjuntos de partes do corpo associadas e ao alcance proporcionado por
estas partes. Nesse estudo, sao observadas as necessidades e
possibilidades de movimentos relativos, inclusive com a verifica9aO da
rota9ao do t6rax, da cabe9a, observados os limites de extensao, abdu9ao etc
(BARBOSA, 2001).
25
De posse desses conceitos, 0 projetista de ambientes e de produtos pode
adequar as dimensoes destes aos usuarios. Para isso, faz uso de alguns principios
como areas preferenciais de alcance ou de conforto e alcance maximo. Esses
criterios, associados a estabilidade do corpo e as exigemciasposturais impostas para
a execuyao da tarefa, devem ser rigorosamente observados quando da definiyao da
posiyao relativa de objetos no espayo ao redor do trabalhador e das imposiyoes de
posturas e de movimentos associados a estes (BARBOSA, 2001).
Conhecer 0 volume espacial ocupado pelo corpo, os alcances dos
movimentos e conceber objetos adaptados a morfologia do homem sao objetivos da
antropometria.
Segundo lida (1991) os equipamentos fora das caracteristicas dos usuarios
podem levar a estresse desnecessario e ate provocar acidentes graves.
Normalmente as medidas antropometricas sao representadas pela media e 0 desvio
padrao, porem a utilidade dessas medidas depende do tipo de projeto em que vao
ser aplicadas. 0 espayo de trabalho e 0 espayo imaginario necessario para realizar
os movimentos requeridos pelo trabalho.
o espayo de trabalho para urn jogador de futebol e 0 pr6prio campo de
futebol e ate uma altura de 2,5 m (que e a altura de cabeceio). 0 espayo de trabalho
de urn carteiro seria urn s61idosinuoso que acompanha a sua trajet6ria de entregas
e tern uma seyao retangular de 60 cm de largura por 170 de altura. Porem a maioria
das ocupayoes da vida moderna desenvolve-se em espayos relativamente
pequenos com 0 trabalhador em pe ou sentado, realizando movimentos
relativamente maiores com os membros do que com 0 corpo e onde devem ser
considerados varios fatores como: postura, tipo de atividade manual e 0 vestuario
(IIDA, 1991).
26
lida (1991), relata que 0 assento e provavelmente, uma das inven90es que
rnais contribuiu para modificar 0 comportamento humano. Muitas pessoas chegam a
passar mais de 20 horas por dia na posi9ao sentada e deitada. Dai 0 grande
interesse dos pesquisadores da ergonomia com rela9ao ao assento. Na posi9ao
sentada, 0 corpo entra em contato com 0 assento so atraves da sua estrutura ossea.
Esse contato e feito atraves das tuberosidades isquiaticas que sao recobertas por
uma fina camada de tecido muscular e uma pele grossa, adequada para suportar
grandes pressoes.
Em apenas 25 cm2 de superficie concentra-se 75% do peso total do corpo.
Com rela~o aos assentos, deve-se observar os seguintes principios gerais: se
existe urn assento adequado para cada tipo de fun9ao, as dimensoes do assento
devem ser adequadas as dimensoes antropometricas, 0 assento deve permitir
varia90es de postura, 0 encosto deve ajudar no relaxamento e assento e mesa
formam urn conjunto integrado (UDA, 1991).
2.8 GINASTICA LABORAL
2.8.1 Historia da ginastica Laboral
Essa atividade, que parece nova, surgiu em 1925, na Polonia, onde e
chamada de Ginastica de Pausa e destinada a operarios. Nesta mesma epoca,
pesquisas foram realizadas na Bulgaria, Alemanha Oriental e na Holanda. Na
Russia, 150 mil empresas, envolvendo 5 milhoes de funcionarios, praticavam e
ainda praticam a Ginastica de Pausa, adaptada a cada cargo (CANETE apud
POLITO; BERGAMASCHI, 2002).
27
Em 1928 surge no Japao a Gimlstica Laboral para funcionarios dos correios,
sendo uma atividade diaria, visando a descontra~ao e 0 cultivo da saude.
Apos a Segunda Guerra Mundial, este habito foi difundido por todo pais e,
atualmente, urn ter~o dos trabalhadores japoneses exercitam-se diariamente. Em
1960, obteve-se a diminui~o dos acidentes de trabalho, 0 aumento da produtividade
e a melhoria do bem-estar gerat dos trabalhadores (CANETE apud POLITO;
BERGAMASCH,2002).
Esta grande difusao da Ginastica Laboral no Japao deve-se a adapta~ao de
urn programa da Radio Taisso, que consiste em urn tipo de ginastica ritmica, com
exercicios especificos, acompanhados por musicas propria. Esta atividade acontece
todas as manhas, sendo transmitida pela radio, por pessoas especialmente
preparadas, e e praticada nao somente nas fabricas ou ambientes de trabalho, mas
tambem nas ruas e residencias. 0 programa e acompanhado de palestras sobre
assuntos relativos a saude, ao trabalho, a circula~o sanguinea e ao aumento de
produtividade, sendo eles de curta dura~ao (POLITO; BERGAMASCH, 2002).
No Brasil, durante a decada de 1930, reapareceram outros
empreendimentos que ofereciam op~6es de lazer e esporte, como 0 Banco do Brasil
(desde 1928). em 1947, apos oito meses de funda~ao, 0 Sesi reunia no estadio do
Pacaembu na cidade de Sao Paulo, cerca de 2.500 funcionarios de 150 empresas
paulistas que possuiam clubes esportivos para realiza~ao dos "jogos operatorios do
Sesi", realizados sempre em primeiro de maio. Quarenta e dois anos depois 0
mesmo evento contava com cerca de 102.000 funcionarios de 212 empresas, e as
modalidades, que no inicio eram tres (futebol, basquete e voleibol) passaram para
vinte e dois (LIMA, 2003).
A Associa~ao Nacional de Medicina do Trabalho declarou que 0 Ministerio
28
da Saude implantaria a pratica de atividades fisicas como meio de prevenc;ao de
doenc;ascronico-degenerativas, em 1989. Com 0 apoio dos sindicatos patrimoniais e
dos trabalhadores, em curto prazo os beneficios seriam sentidos, principalmente
pela melhoria das condic;oes psicofisicas dos trabalhadores e conseqOentemente a
diminuic;aodo absenteismo da doenc;a(LIMA, 2003).
2.8.2 Definic;aoda Ginastica Laboral
A ginastica laboral e a pratica de exercicios fisicos realizados coletivamente
durante a jornada de trabalho, prescrito de acordo com a func;ao exercida pelo
trabalhador. Essa pratica tern como finalidade prevenir doenc;as ocupacionais e
promover 0 bem-estar individual por intermedio da consciencia corporal:
conhecendo, respeitando, amanda e estimulando 0 proprio corpo (LIMA, 2003).
Segundo Polito e Bergamaschi (2002) a ginastica laboral consiste em
exercicios realizados no local de trabalho atuando de forma preventiva ao cansac;o,
por ser de curta durac;aoe enfatizar 0 alongamento e a compensac;aodas estruturas
musculares envolvidas nas tarefas ocupacionais diarias.
Para Kolling (1980), a ginastica laboral e urn repouso ativo, que aproveita as
pausas regulares durante a jornada de trabalho, para exercitar os musculos
correspondentes e relaxar os grupos musculares que estao em contrac;aodurante 0
trabalho, tendo como objetivo a prevenc;aoda fadiga.
A ginastica laboral e uma ginastica total que trabalha 0 cerebro, a mente, 0
corpo e estimula 0 autoconhecimento, que amplia a consciencia e a auto-estima,
proporciona urn melhor relacionamento consigo mesmo, com outros e com 0 meio,
levando a uma verdadeira mudanc;ainterna das pessoas (MENDES, 2004).
I:Ii
i.i iIIIiIIII
IIIII!: I
i II,
I'IiI'
IIII
IIII, I
II'IIIIIIIi Ii!i:II
IIi I! II,IiI:, III! IIIIIIIIi, ,
IIIII.1'1II:.:I
29
Polito e Bergamaschi (2002) classificam a ginastica laboral quanto a seu fim, em tres
tipos, a saber:
• Ginastica Preparat6ria ou Pre-ap/icada:conjunto de exercicios realizados no
inicio da jornada de trabalho, preparando 0 individuo para suas necessidades
laborais podendo ser: de velocidade, de forya ou de resistencia,
aperfeiyoando as coordenayoes e sinergias.
Esse tipo de ginastica realizada no inicio do expediente e facilitado por nao
haver, no decorrer do dia deslocamentos dos funcionarios, pois muitas vezes os
funcionarios nao encontram-se em urn so local. Outro ponto positiv~ da Ginastica de
Aquecimento e a preparayao articular e muscular para esforyo cotidiano no
trabalho, sendo fundamental distinguir quando 0 exercicio de alongamento tern
como objetivo aquecer ou provocar mudanyas articulares, promovendo amplitude do
movimento (LIMA, 2003).
• Ginastica de Compensayaa: realizada durante as pausas obrigatorias,
objetiva 0 impedimento da instalayao de varios vicios de postura, em face da
posiyao em que 0 individuo e obrigado a permanecer durante suas atividades
habituais. A ginastica de compensayao desenvolve atividades que utilizam a
sinergia muscular, pouco utilizadas durante a jornada, e possibilita
relaxamento aquelas muito solicitadas.
Com a Ginastica Compensatoria e passivel incentivar a correyao postural, e
a conscientizayao;
30
• Ginastica Corretiva: tambern realizada durante as pausas, tern como func;ao
restabelecer 0 antagonismo muscular, utilizando exercicios especificos que
visam encurtar os musculos que estao alongados.
Utilizando os tras aspectos (fisico, psicol6gico e social), a ginastica laboral
constitui-se de series de exercicios diarios realizados no local de trabalho, durante a
jornada, que visa atuar na prevenc;ao das lesoes ocasionadas pelo trabalho,
normalizar as func;oes corporais e proporcionar aos funcionarios urn momenta de
descontrac;aoe sociabilizac;ao,durante a jornada.
Na classificac;aode Lima (2003) e acrescentado a Ginastica de Relaxamento
ou Final de Expediente, com durac;ao aproximada de 10 minutos, baseada em
exercicios de alongamento e relaxamento muscular, com objetivo de oxigenar as
estruturas musculares envolvidas na tarefa diaria, promovendo dentro do ambiente
de trabalho alguns minutos para que 0 trabalhador pense sobre si, medite e auto-
avalie-se. Esta Gimlstica e realizada no final do expediente.
2.8.3 Objetivo da Ginastica Laboral
o ser humano nasceu para movimentos globais, e as condic;oesde trabalho
atuais, com alta repetitividade e monotomia, limitam a natureza humana. Para tentar
amenizar este problema, empresas lanc;am mao da ginastica laboral. Ela pode
colaborar com este processo, no sentido do desenvolvimento e evoluc;ao dos
individuos e organizac;oes,dependendo da competancia, grau de conscientizac;ao e
postura etica adotada pelos profissionais que a conduzem. Disto dependera,
tambem, sua afirmac;ao e valorizac;ao como urn importante instrumento de
31
educayao, prevenyao e manutenyao da saude dos trabalhadores (CANETE, 1996).
Polito e Bergamaschi (2002) acreditam que os objetivos da ginastica laboral
sejam: diminuiyao do absenteismo e procura ambulatorial; melhorar a condiyao
fisica geral; aumento do animo e disposiyao para 0 trabalho; promoyao do auto-
condicionamento organico; promoyao da saude; correyao de vicios posturais;
promoyao de consciencia corporal; melhorar relacionamento enterpessoal;
prevenyao da fadiga muscular; prevenyao da Disturbios Osteomusculares
Relacionados ao Trabalho.
2.8.4 Beneficios da Ginastica Laboral
A pratica da ginastica laboral e responsavel por beneficios nao s6 para os
trabalhadores, mas tambem para os empregadores. No caso dos trabalhadores, ela
proporciona a diminuiyao dos sintomas de dor corporal, corrige os vicios posturais,
desenvolve a consciencia corporal e melhora a imagem corporal e a auto-estima,
alem de melhorar 0 relacionamento interpessoal e 0 estresse. Para a empresa, os
principais beneficios de incorporar essa pratica sao a diminuiyao de custos com
assistencia medica, e a reduyao do absenteismo e do turnover. Tambem
proporciona 0 aumento ou manutenyao da produtividade, alem de melhorar a
imagem da organizayao perante seus colaboradores e a comunidade. Atualmente, a
ginastica laboral e muito utilizada como indicador nos programas de certificayoes
(LIMA, 2003).
Segundo Porto (2007) os beneficios da ginastica laboral sao divididos em:
fisiol6gicos - possibilita melhor utilizayao das estruturas osteo-mio-articulares, como
maior eficiencia e menor gasto energetico por movimento especifico; promove 0
iI
I
•
IIIIIII[III [[ !I'j iIIIII:[I
II! IIIIII
IIII[I
II! Ii IIi 1
!
32
combate e preven~ao das doen~s profissionais; promove 0 combate e preven~ao
do sedentarismo, estresse, depressao, ansiedade; melhora da flexibilidade, for~a,
coordena~ao, ritmo, agilidade e a resistencia, promovendo uma maior mobilidade e
melhor postura; promove a sensa~ao de disposi~ao e bern estar para a jornada de
trabalho; redu~ao da sensa~ao de fadiga no final da jornada; contribui para a
promo~ao da saude e da qualidade de vida do trabalhador; propicia atraves da
realiza~ao dos exercicios caracteristicas preparatorias, compensatorias e relaxantes
no corpo humano; psicologico - motiva~ao por novas rotinas; melhora do equilibrio
biopsicologico; melhora da auto-estima e da auto-imagem; desenvolvimento da
consciencia corporal; combate as tensoes emocionais; melhora da aten~ao e
concentra~ao as atividades desempenhadas; sociais - favorece 0 relacionamento
social e trabalho em equipe; melhoria das rela~oes interpessoais; empresarias -
redu~ao dos gasto com afastamento e substitui~o de pessoal; diminui~ao de
queixas, afastamentos medicos, acidente e lesoes; melhoria da imagem da
institui~ao junto aos empregados e a sociedade; maior produtividade.
2.8.5 Fator de Risco no Ambiente de Trabalho
o sedentarismo vern sendo, urn dos comportamentos mais influenciados
pelo grande impacto das transforma~oes pelas quais nossa sociedade vern
passando. Urn estudo da clinica Cooper revela que as pessoas gastavam, n inicio
do seculo XX, cerca de 5.000 kcal/dia. Esse gasto caiu para menos de 2.500 kcal, 0
que representa uma diminui~ao de cerca de 500 kcal em rela~ao ao que se gastava
ha cern anos. Isso representa urn acumulo de cerca de 180 kcal ao ana a rnais que
no inicio do seculo XX (LIMA, 2003).
33
Segundo Rio (apud Polito e Bergamasch, 2002) 0 estresse e urn dos fatores
de risco no ambiente de trabalho, sendo basicamente definido, como a resposta
fisiol6gica ou emocional a urn estimulo externo, que origina-se uma ansiedade e
tensao que sao percebidas como pressoes, que exigem a entrada em ac;ao de
mecanismos adaptativos, com capacidade de se ajustarem a essas pressoes,
proporcionando meios adequados a reac;ao e preservac;ao da integridade e do
equilibrio.
Conforme Polito e Bergamasch (2002) 0 estresse pode causar:
Alterac;aona respirac;ao;enrijecimento muscular, tensao no pescoc;o;dor nas
costas, peito e cabec;a; maos e pes frios e suados; irritac;ao; fadiga cronica;
dificuldade para dormir; fraqueza; constipac;ao; alterac;ao no apetite; dificuldade de
concentrac;ao;aumento do consumo de cigarros e bebidas alco6licas.
o estresse pode ser classificado em:
• leve - nervosismo, irritabilidade e ansiedade;
• moderado - sintomas leves, acrescidos de dores nos musculos do pescoc;oe
ombros;
• intenso - mesmos sintomas do moderado, porem com rnais intensidade, e
frequencia;
• muito intenso - crise de depressao, dor no estomago, taquicardia, insonia,
dificuldade em memorizar, falta de concentrac;ao e comprometimento do
trabalho;
• estafa - individuo incapaz de produzir, com frequentes crises emocionais,
choros compulsivos e ataques de depressao, e demora de 6 a 12 meses para
se recuperar (MARSTONA apud POLITO e BERGAMASCH, 2002).
34
o sedentarismo e 0 estresse sao os do is maiores fatores de risco para a
vida do individuo e para as organiza<;oes. Urn individuo que nao se sente bern e
incapaz de produzir de acordo com seu potencial, nao interage como gostaria, nao
tern motiva<;ao e corre seriamente 0 risco de adoecer (LIMA, 2003).
A postura tambem e urn fator de risco importante para 0 ambiente de
trabalho, uma boa postura e a conscientiza<;ao da postura de cada urn e
fundamental para atingir 0 objetivo de urn corpo saudavel.
o termo postura, para Tribastone (apud Lima, 2003) e a posi<;ao otimizada,
mantida com caracteristica automatica e espontanea, de urn organismo em perfeita
harmonia. Assim a postura e considerada uma forma de expressao e linguagem do
corpo, determinando como sera realizado cada movimento e sua acomoda<;ao no
ambiente.
Conforme Lima (2003) a reeduca<;ao postural torna-se importante num
ambiente de trabalho, independente dos desvios existentes, ja que todas as formas
de trabalho exigem uma determinada postura, para executar os movimentos
corretamente.
2.8.6 Programa de Ginastica Laboral
A conduta adotada na ginastica laboral pode iniciar com alguns minutos de
preaquecimento das estruturas musculares e articulares, como prepara<;ao para 0
inicio das atividades ou por meio de pausas ativas. Pode-se alternar entre exercicios
compensatorios (ativadores) e ate mesmo fortalecedores, visando movimentoar as
regioes corporais habitualmente nao exercitadas e fortalecer as enfraquecidas. Com
esses exercicios tambem se pretende relaxar, aliviar 0 cansa<;o e promover posturas
35
compensatorias que refletirao, positivamente, no dia-a-dia do trabalhador. Alem do
tipo de conduta que sera adotada na ginastica laboral e necessario observar outros
fatores importantes na aplicayao do programa, como: perfil da empresa; carga
horaria da equipe que promove a ginastica laboral, de acordo com a carga horaria
da empresa; areas de riscos e causas de afastamento e ramo de atividade (LIMA,
2003).
36
3 METODOLOGIA
o tipo de estudo desta pesquisa e estudo de caso, exploratorio e
observacional. No estudo exploratorio, 0 pesquisador parte de uma hipotese e
aprofunda seu estudo nos limites de uma realidade especifica, buscando
antecedentes (VANZIN, 1998).
Este estudo teve como objetivo reduzir queixas dolorosas na coluna cervical
e coluna lombar. Foram incluidos no estudo pacientes de ambos os sexos, com
idade entre 20 a 25 anos. Os sujeitos participantes foram 20 dentistas. Os criterios
de inclusao foram: pacientes que nao apresentaram diagnostico de doenc;as
ocupacionais.
Este estudo foi realizado com alunos de odontologia na clinica Odontologica
da Universidade Tuiuti do Parana, iniciou no dia 24 de maio e termino no dia 24 de
junho, foi aplicado, tn3s vezes por semana, no periodo da noite as 19hOO,com
durac;aode 15 minutos cada atendimento. Primeiramente foi aplicado uma ficha de
avaliac;ao(anexo) para cada paciente. Os pacientes foram divididos em tres grupos,
dois grupos ficaram com sete pacientes e um com seis pacientes.
Foi adotado uma conduta da ginastica laboral iniciando com tres minutos de
exercicios para preaquecimento das estruturas musculares e articulares, como
preparac;ao para 0 inicio das atividades. Alternando-se entre exercicios
compensatorios (ativadores) e ate mesmo fortalecedores, durante cinco minutos,
visando movimentar as regioes corporais habitualmente nao exercitadas e
fortalecendo as enfraquecidas.
Apos esses exercicios, foi realizado uma serie de exercicis de alongamento
durante cinco minutos para as estruturas corporais mais exercitadas durante a
37
atividade laboral. Terminando com exercicios de relaxamento, durante dois minutos
para aliviar 0 cansac;o e promover posturas compensatorias que refletirao,
positivamente, no dia-a-dia do dentista. Apos a aplicac;ao da ginastica laboral foi
reunido a analise dos resultados atraves de uma ficha de avaliac;ao(anexo).
Os materiais utilizados foram urn goniometro, folhas sulfites A4 210 x
297mm, caneta BIC azul, Windows XP, OpenOffice.org Writer, bola suic;a e bastao.
Neste estudo foi elaborado urn termo de consentimento. Aprovado pelo Comite de
Etica.
38
4 RESULTADOS E OICUSSAO
Nesse capitulo serao apresentados os resultados sobre os itens avaliados no
estudo, bem como a discussao sobre 0 mesmo.
o grafico 01 retrata, a atuac;ao profissional dos 20 alunos do curso de
odontologia, sendo que 11 dos individuos realizam outra atividade ocupacional,
sendo elas, vendedor, auxiliar de dentista, recepcionista e empresario. E 9 dos
individuos exercem apenas 0 estagio obrigat6rio do curso de odontologia.
Grafico 1 - Atuay80 Profissinal11~--
10+----
9+----
8+----
7+----
6+---
5-+---
4+---
3-+---
2-1---
[iiSIMl~
Linha 1
o grafico 2 mostra os dados coletados em relac;ao ao bem estar fisico
durante 0 trabalho. Antes da pratica da ginastica laboral 13 sentiam-se bem durante
o trabalho e 7 nao. Ap6s a pratica da ginastica laboral 15 passaram-se a sentir bem
durante 0 trabalho e 5 nao. A ginastica laboral apresentou uma melhora para os
individuos. Sendo mais eficaz para aqueles que nao exercem outra atividade
ocupacional. Entretanto, concordando com Polito e Bergamaschi (2002), a ginastica
laboral apresenta uma melhora da condic;ao fisica geral, aumenta 0 animo e a
II
disposic;aopara 0 trabalho.
39
Grafico 2 - Bern Estar Fisico no Trabalho1514
131211
1098
76543210
Linha 1
SIMANTES.NAOANTESDSIMDEPOISDNAODEPOIS
o grafico 3 retrata, que antes da pratica da ginastica laboral, 5 individuos
sentiam dor, 6 sentiam fadiga muscular e 9 sem queixas. Ap6s a pratica da ginastica
laboral 3 permaneceram com dor, 4 permaneceram com fadiga muscular e 13
passaram-se a sentir melhor. E possivel observar que houve uma melhora da
condic;aofisica ap6s 0 trabalho, sendo que, depois da pratica da ginastica laboral, a
maioria nao apresentou queixas de dor ou fadiga.
40
13,---------------------Grafico 3 - Condi9ao Fisica P6s- Trabalho
13
12
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
0Linha 1
l'IIOORANTES• FADIGA ANTESoNORMAL ANTESOOOROEPOIS• FADIGA OEPOISIIINORMAL OEPOIS
o grafico 4 demonstra que antes da aplicac;ao da ginastica laboral 16
individuos sentiram dor em coluna cervical, coluna lombar, ombros, punhos e maos
e 4 nao tiveram queixas. Apos a aplicac;aoda ginastica laboral 12 permaneceram
com dor nas mesmas regioes e 8 nao tiveram queixas. Houveram mais queixas na
coluna cervical e na lombar e nao houve queixas na coluna toracica. Observou-se
que a maioria dos individuos que sentiram dor na coluna lombar nao exercem outra
atividade ocupacional alem dos estagios obrigatorios do curso de odontologia e os
que queixaram-se de dores em ombros, punhos, mao e coluna cervical realizam
outras atividades ocupacionais.
Grafico 4 - Queixas Dolorosas16 16
14
12
10
8
6
4
2
oUnha1
41
IISlMANTES.NAOANTESDSIMDEPOlSD NAoDEPOlS
Os graficos 5 e 6 relatarn a escala da dor, em rela9ao as queixas dolorosas
antes e depois da aplica9ao da ginastica laboral. A legenda rnostra que a escala de
dor vai de 0 a 10, sendo que, os 12 individuos que perrnanecerarn com dor, ap6s a
ginastica laboral, tiverarn urna rnelhora nessa escala de dor, ou seja, antes da
pratica da ginastica laboral, 4 nao apresentararn queixas, 2 sentirarn dor grau 4, 5
sentirarn dor grau 5 e grau 6 e 2 sentirarn dor grau 7 e grau 8. Ap6s a pratica da
ginastica laboral 8 nao tiverarn queixas, 4 queixararn-se dor grau 4, 3 sentirarn dor
grau 3 e 5 e 2 tiverarn dor grau 2. A ginastica laboral apresentou beneficios em
rela9ao a escala de dor, tendo urn resultado rnelhor para os cirurgioes-dentistas que
realizarn outras atividades fisicas e nao realizarn outras atividades ocupacionais.
42
Grafico 5 - Escala da Dor Antes5
4,54
3,53
2,52
1,51
0,50
linha 1
Grafico 6 - Escala da Dor Depois8 8 --------------,
7,57
6,56
5,55
4,54 4
3,53
2,52
1,51
0,50
linha 1
43
o grafico 7 dernonstra quantos individuos praticarn atividade fisica, sendo
que, antes da pratica da ginastica laboral, 10 praticavarn atividade fisica e 10 nao,
ap6s a aplica9ao da ginastica laboral, houve urn incentivo no qual 13 passararn a
praticar atividade fisica e 7 continuararn a nao praticar atividade fisica. Verificou-se
que a rnaioria das pessoas que praticarn atividades fisicas nao exercern outra
atividade ocupacional.
Grafic 7 - Atividade Fisica13 13
12
11
10
9
87
65
43
2
1
0Unha 1
SIMANTES7 .NAoANTES
DSIMDEPOISDNAoDEPOIS
44
5 CONSIDERACOES FINAlS
Com a aplica<;aoda ginastica laboral em cirurgioes dentistas, pode-se obter
como resultado e por fim conclusao que a pratica da ginastica laboral teve uma
melhora da qualidade de vida fisica durante e ap6s 0 trabalho, dos cirurgioes
dentistas, sendo ela mais eficaz para os individuos que realizam outras atividades
fisicas e que nao exercem outra atividade ocupacional. Portanto, a ginastica laboral
proporcionou uma melhora do desempenho no trabalho e contribuiu para alguns
individuos a ausencia de fadiga fisica, sendo assim, a ginastica laboral deve ser
utilizada no dia-a-dia clinico dos cirurgioes-dentistas como uma medida para
compensar os esfor<;ose sobrecargas mio-articulares geradas.
Entretanto, mesmo obtendo uma amostra pequena, foi possivel avaliar uma
melhora em rela<;aoas queixas dolorosas na coluna cervical e coluna 10mbar.
E importante frisar que novos estudos como esse sejam executados com
uma amostra maior, para obter-se resultados significativos.
45
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48
ANEXO
FICHA DE AVALlAr;AO
Nome: _
Data: Idade:. Sexo: ( )M ( )F
Profissao: Estudante de Odontologia, 5 ana do curso
Exerce outra atividade ocupacional? ( ) sim Qual: _
( ) nao Quantas horas: _
Sente-se disposto a desenvolver suas atividades no trabalho?
( ) Sim ( ) Nao
Como sente-se durante e ap6s 0 trabalho:
( ) Fadiga ( ) Dor () Normal
Apresenta alguma queixa:
( ) sim () Dor: ( ) Coluna cervical
( ) Nao ( ) Coluna lombar
( ) Punho
( ) Coluna toracica
( ) Ombro
( ) mao
Outros: _
Escala de dor: 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Pratica alguma atividade fisica? ( )sim ( )nao
Qual atividade: fre:-----
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Avaliac;ao articular e funcional dos segmentos envolvidos:
GON
C LOMBARFI
0 ExtFI Lat
L Rot
U CERVICALFI
N ExtFI Lat
ARot
AVALlA~AO POSTURALPelve: o Normal
o AnteroversaoVISTA ANTERIOR: nRetroversao
Cabe~a Normal Ombro: o NormalFL-LAT dir esq o Prc>traido C dlr OesqRot-LAT J dir ,esq o Retraido .:::dlr esq
Ombros - Alinhados Joelho: o NormalElevado tiir esq o Hiperextensao tilr f Jesq
OSemiflexao :dir Oesqj,de Talles. Norma!
...Aiimentat!o dlr esq Angulo Tibiottrsico: o Normal0 < que 90aBAS A¥'Madas 0 > que 90°
Elevada oir esqPes: o Normal
Joelho _.Normal OCavo Cdir esq_ Varo dir Oesq o Plano Odlr esqVelgo ':dir fJ esq
Patela Normal_Convergente dlr esqDivergente dir esq VISTA POSTERIOR:
_Alia o dir uesq
Tibia' _ Normal- Rot. Med. il dir esq Cabe~a: o Normal~Rot Lat dir esq o FL -LAT Qdir esq
o Rot-LAT ']dir fJ esq
I Pes > Normal~Abdu~o dlr 'Jesq Ombros: OAlinhadosAdu~o -esq o Elavado Odlr LJ esq
Escapulas: o NormalVISTA LATERAL: OElevada Odir :Jesq
DAlada Odir UesqCabe~a' ~.Normal o Aduzlda Ctiir Oesq
Protraida o Abduzida :J tilr iJ esq- Retralda- Elevada AdeTalles: lJ NormalDeprtmitia o Aumentado w dir :esq
Coluna Cervical Normal EIPS: OAlinhadasRelificada OElevada o dir esq
= HiperlordosePregas PopUteas: 'JNoonal
CoJuna: Toracica _ Normal o Elevada dir esqRetificada o Deprimida dlr esq
: HiperclfoseCalcaneos: o Normal
Coluna Lombor Normol OValgo ~dir esqRe\lflcada OVaro dir esqHiperlordose
50
51
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Voce esta sendo convidado(a) para participar de uma pesquisa. As
informa~oes existentes neste documento sao para que voce entenda perfeitamente
os objetivos da pesquisa, e saiba que a sua participa~ao e espontanea. Se durante
a leitura deste documento houver alguma duvida voce deve fazer perguntas para
que possa entender perfeitamente do que se trata. Ap6s ser esclarecido(a) sobre as
informa~oes a seguir, no caso de aceitar fazer parte do estudo, assine ao final este
documento, que esta em duas vias, sendo uma via sua e outra do pesquisador
responsavel.
1. Informa~oes sobre a Pesquisa:
• Titulo do Projeto de Pesquisa: Analise dos Beneficios da Ginastica Laboral
Aplicada em Cirurgioes-Dentistas como Preven~ao de Queixas Dolorosas.
• Pesquisador Responsavel: Doutora Arlete Motter
• Telefone para Contato: 3331-7835
• Pesquisadores Participantes: Patricia Boraschi
• Telefone para Contato: 3331-78-35
INTRODU<;AO:
A rna postura e organiza~o do trabalho causam problemas musculares aos
dentistas. Ao contrario do que se pode imaginar, nao e s6 0 paciente que sofre
durante as longas consultas ao dentista. 0 incomodo de ficar de boca aberta,
anestesiado, por vezes sequer se aproxima das conseqOencias que 0 cirurgiao-
dentista tern que enfrentar por permanecer na mesma posi~ao, durante a rotina
52
diaria, sendo assim, a freqOencia de queixas de dores nas costas, ombro, brac;o,
maos e pernas resultam em afastamentos do trabalho e acaba comprometendo 0
desempenho destes profissionais. A ginastica laboral tern como finalidade prevenir
doenc;as ocupacionais e promover 0 bem-estar individual por intermedio da
consciencia corporal: conhecendo, respitando, amando e estimulando 0 pr6prio
corpo, entretanto, consiste em exercicios realizados no local de trabalho de acordo
com a func;aoexercida pelo trabalhador, atuando de forma preventiva ao cansac;o.
FINALIDADE DA PESQUISA:
Esta pesquisa tern como objetivo prevenir doenc;as ocupacionais em
cirurgioes-dentistas atraves de urn programa de ginastica laboral.
PROCEDIMENTO:
Para tanto, e necessario que seja feita a obtenc;ao de amostras. Isto se faz
por meio de urn questionario, sendo diagnosticado que tenha doenc;a ocupacinail,
sera aplicado urn programa de Ginastica Laboral.
RISCOS E BENEFfcIOS:
Nao havera risco para a sua saude, uma vez que 0 material utilizado para 0
exame clinico e 0 diagn6stico sera apenas urn questionario (perguntas e respostas).
Participando da pesquisa voce tera a oportunidade de prevenir-se de doenc;as
ocupacionais.
DESCONFORTO:
o desconforto sera minima ou inexistente, pois a coleta consistira de uma
53
avalia(:ao apenas com perguntas e respostas, depois sera aplicado urn programa de
ginastica laboral.
CUSTOS:
voce nao tera nenhum gasto com a pesquisa, porque ela sera custeada pelo
pesquisador.
PARTICIPACAo:
Caso voce queira desistir de participar da pesquisa, podera faze-Io em
qualquer tempo e no momento em que desejar.
Todos os participantes da pesquisa serao informados, acompanhados e
tratados pelo pesquisador.
PRIVACIDADE:
Voce tern 0 compromisso dos pesquisadores de que a sua imagem e
identidade serao mantidas em absoluto sigilo. Nos casos de fotografias, estas
somente serao realizadas e expostas com a sua autoriza(:ao.
RESPONSABILIDADE:
Caso ocorra algum tipo de dana no decorrer da pesquisa, a se
responsabiliza pelos eventuais ressarcimentos.
No caso de novas informa(:oes no decorrer da pesquisa, estas serao
submetidas a avalia~o da Comissao de Etica para urn novo parecer.
54
DECLARACAo DE CONSENTIMENTO:
Eu,
portador(a) do RG: _______________ , abaixo assinado,
concordo em participar do estudo acima descrito como sujeito.
Fui devidamente informado(a) e esclarecido(a) pelo
pesquisador. sobre a pesquisa, os procedimentos nela envolvidos,
assim como os possiveis riscos e beneficios decorrentes de minha participay80. Foi-
me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento, sem que
isto leve a qualquer penalidade ou interrUpy80 de meu
acompanhamento/assistencia/tratamento.
Curitiba, 1 1 _
Assinatura do Sujeito ou Responsclvel
Assinatura do Pesquisador Responsclvel
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