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Acidentes em Laboratórios de Química
Tais TinucciEscola de Educação Física e Esporte
Faculdade de MedicinaUniversidade de São Paulo
Normas Técnicas de SegurançaSEGURANÇA EM LABOR ATÓRIOS DE QUÍMICA ........................01Aspectos Gerais................................................................................01Estocagem e Manuseio.....................................................................021. Produtos Inflamáveis.....................................................................042. Tóxicos..........................................................................................063. Explosivos.....................................................................................084. Agentes Oxidantes........................................................................095. Corrosivos.....................................................................................106. Gases Comprimidos......................................................................107. Produtos Sensíveis à Água...........................................................128. Produtos Incompatíveis.................................................................14Segurança Pessoal...........................................................................16Normas de Segurança......................................................................17Manuseio do Material de Vidro.........................................................20Lavagem...........................................................................................20Vidro Quebrado.................................................................................21Aquecimento de Material de Vidro....................................................21Maneira Segura de Inserir um Tubo de Vidro em uma Rolha...........22Maneira Segura de Furar Rolhas Manualmente...............................22Acidentes mais Comuns...................................................................24Queimaduras.....................................................................................26Queimaduras Químicas....................................................................26Ferimentos e Fraturas.......................................................................26Estado de Choque............................................................................27Choque Elétrico.................................................................................28Intoxicação por ácido Cianídrico e Cianetos.....................................28Intoxicação por Monóxido de Carbono.............................................28Intoxicação por Amoníaco.................................................................28Substâncias Tóxicas na Pele............................................................29Pipetagem de Soluções....................................................................29Incêndios...........................................................................................29Referências Bibliográficas.................................................................31
Manual de SegurançaIQ-USPSão Paulo - 2004
Parte I: Equipamentos de Proteção Individual
Equipamentos de proteção individual – EPI•Avental ou roupas de proteção•Luvas•Proteção facial/ ocular•Proteção respiratória
Parte II: Armazenamento seguro de substâncias quími cas
Armazenamento de produtos químicos• Imprescindível conhecer todos as informações disponíveis sobre os produtos químicos que serão armazenados � MSDS•Frascos adequadamente rotulados•Três princípios fundamentais:
•Redução do estoque ao mínimo•Estabelecer segregação adequada•Isolar ou confinar certos produtos
Algumas fontes de informação sobre produtos químico s1. Rótulo do produto 2. The Merck index3. Internet: vários sites com MSDS (Material Safety Data Sheets)
• http://ecdin.etomep.net/• http://msds.pdc.cornell.edu/msds/hazcom/•http://www.ilpi.com/msds/index.chtml/
Parte III: O trabalho seguro com substâncias químic as
Segurança QuímicaUso, armazenamento, transporte e descarte de substâncias químicasPreocupação recente:
1990: Programa Internacional de Segurança Química (IPCS)/OMS1998: Normativas CE sobre SQ2000/2001 – Workshops Resíduos Químicos/SBQ2001: Infra FAPESP - RQ2000: III Forum Intergovernamental SQ MMA ponto focal no Brasil 2001: Comissão do MMA (COPASQ)Sub-comissão “Segurança Química em Universidades e Instituições de Pesquisa”
Principais recomendações da Sub-Comissão:Em nível Federal: MEC e CAPES deverão incluir Segurança Química como uns dos parâmetros de avaliação de cursos de Graduação e pósEm nível local:
Elaboração de Mapas de Risco e PPRAsControle rigoroso do fluxo de insumos químicosDisciplinas obrigatórias de SQ (grad e pg)Formação continuada em SQBanco de resíduosCOPASQ
Home page com informação em SQFatores de risco em Laboratórios
Parte IV: Gerenciamento de Resíduos Químicos
Gerenciamento de resíduos em laboratórioPrograma de gerenciamento de resíduos
Segurança Química em LaboratóriosIQ – UNESPAraraquara - 2002
Informações em rótulos de produtos comerciais
•Frases (Comunidade Européia)
•“R”: identificam risco
•“S”: recomendações de Segurança
http://www.chem.kuleuven.ac.be/safety/liab13.htm
•Símbolos pictográficos
•Códigos NFPA (National Fire Protection Association, USA)
Frases “R”•Frases de Risco (67 simples + 36 compostas)
•R19: pode formar peróxidos explosivos
•R20: danoso à saúde se inalado
•R21: danoso à saúde em contato com a pele
•R22: danoso à saúde se ingerido
•R26/28: muito tóxico se inalado ou ingerido
•R27/28: muito tóxico em contato com a pele e ingerid o
•R36/37:irritante dos olhos e sistema respiratório
•R36/37/38: irritante dos olhos, sistema respiratório e pele
•R48/23/24/25: perigoso de sérios danos à saúde por e xposição
prolongada por inalação, contato com a pele ou inge stão
Frases “S”•Frases de segurança (64 simples + 21 compostas)
•S15: mantenha longe de calor
•S16: mantenha longe de fontes de ignição. Não fume!
•S17: mantenha longe de materiais combustíveis
•S18: manuseie e abra o frasco com cuidado
•S7/8: mantenha o frasco hermeticamente fechado e sec o
•S7/9: mantenha o frasco hermeticamente fechado e em local bem
ventilado
•S7/47: mantenha o frasco hermeticamente fechado e à temperatura
inferior a .... oC
•S36/37/39: use roupas de proteção adequadas, luvas e proteção
facial/ocular
Códigos NFPA
•Azul --> toxicidade•4 = pode ser fatal em exposição curta•3 = corrosivo ou tóxico. Evitar contato com a pele ou inalação•2 = pode ser nocivo se inalado ou absorvido pela pe le•1 = pode ser irritante•0 = nenhum risco específico
•Vermelho --> inflamabilidade•4 = extremamente inflamável•3 = líquido inflamável, flash point < 38 oC•2 = líquido inflamável 38 oC <flash point < 98 oC•1 = combustível, se aquecido•0 = não inflamável
•Amarelo --> reatividade•4 = material explosivo à temperatura ambiente•3 = sensível a choque, calor ou água•2 = instável ou reage violentamente com água•1 = pode reagir se aquecido ou misturado com água, mas não violentamente•0 = estável
•Branco --> informações especiais•W ou W = reage com água•Air ou Air = reage com ar•Oxy = oxidante•P = polimerizável•PO = peroxidável
Fatores de risco em Laboratórios
•Físicos
•Ruído, temperaturas extremas, radiações ionizantes e não-
ionizantes, vibração
Ex: radioativo, microondas, ultrassom
•Biológicos
•Agentes patogênicos e infectantes
•Químicos
•Aerodispersóides, gases e vapores
•Ergonômicos
•Fatores de stress físico e/ou mental no trabalho
Risco Inerente X Risco Efetivo
•Risco inerente: característico da substância. Está relacionado com as propriedades
químicas e físicas da mesma.
•Risco efetivo: probabilidade de contato com a subst ância. Está diretamente relacionado
com as condições de trabalho com o agente de risco
•Dano : consequência da concretização do risco
�Para o trabalho seguro deve-se trabalhar entre o ri sco inerente e o risco efetivo.
�Tentar fazer com que o risco efetivo seja zero.
Danos
À integridade física (morte ou incapacitação para o trabalho)
Acidentes ���� quedas, incêndio, explosão, etc.
À saúde do indivíduo exposto
Efeitos agudos (exposição a concentrações altas por tempo curto)
Ex: tontura, desmaio
Efeitos crônicos (efeito sutil, há dificuldade de f azer o nexo causal, é difícil
associar a algum produto químico)
Ex: todo final de tarde dá uma leve dor de cabeça, gastrite, perda de memória.
À saúde e integridade das gerações futuras (descend entes dos
indivíduos expostos)
Efeitos mutagênicos (alteração do DNA, células somá tica ou reprodutivas)
Efeitos teratogênicos (má formação fetal)
Efeitos sobre o poder reprodutivo
Acidentes Mais Comuns
�Intoxicações
�Queimaduras
�Ferimentos
�Choque Elétrico
�Incêndios
�Explosões
Intoxicações•Via Oral
•Via Dérmica/Mucosa
•Via Inalatória
•Via Parenteral (Todas Injetáveis)
�A grande maioria dos reagentes de laboratório é tóxica
Tratamento de Emergência das Intoxicações
•Via Oral
•90% das intoxicações
•Descontaminação: Lavagem Gástrica
•Adsorção com Carvão Ativado
•Emese: Contra-indicado em qualquer situação
•Diluição: Formalmente contra-indicado
•Neutralização: Contra-indicado
•Lavagem intestinal: Quando o carvão ativado não
age (lítio, ferro, chumbo, potássio, drogas ilícita s)
Tratamento de Emergência das Intoxicações•Via Oral
•Emese: Contra-indicado em qualquer situação
•Diluição: Formalmente contra-indicado
•Neutralização: Contra-indicado
•Lavagem intestinal: Quando o carvão ativado não age (lítio,
ferro, chumbo, potássio, drogas ilícitas)
•Catárticos e Laxantes: Indicados em associação ao c arvão
ativado para prevenir obstipação/obstrução intestin al
•Medidas de aumento da excreção
•Diurese forçada
•Alcalinização da urina
•Acidificação da urina
Tratamento de Emergência das Intoxicações
•Via Oral
•Corrosivos
•Contra-indicado diluição porque aumenta
área lesionada sem diminuir atividade
corrosiva
•Única contra-indicação de carvão ativado
Tratamento de Emergência das Intoxicações
•Via Dérmica/Mucosa
•Descontaminação com água corrente
abundante ou soro fisiológico 0,9% por, pelo
menos, 20 minutos
�Exceção: Ácido Fluorídrico (embebe-se a
gel de Gluconato de Cálcio 20%)
Tratamento de Emergência das Intoxicações
•Via Inalatória
•Gases: asfixiantes inertes, inibidores da
respiração celular e irritantes
•Inalação direta do agente ou vapores de
substâncias voláteis
•Tratamento sintomático com nebulização e
oxigênio
Tratamento de Emergência das Intoxicações
•Via Inalatória
•Intoxicação por Ácido Cianídrico e Cianetos
•Provocam parada respiratória, portanto, remove-se a
vítima do ambiente e deve-se iniciar o suporte bás ico
de vida com respiração assistida e aplicação de
oxigênio 100%
•Antídoto: Hidroxicobalamina
Acido Fluorídrico•Além das medidas próprias para cada forma de intoxi cação por ácidos, deve-
se fazer:
• em caso de ingestão, lavagem gástrica cuidadosa, com solução de
cloreto, carbonato ou gluconato de cálcio.
• em caso de inalação, nebulização com gluconato de cálcio a 2,5%.
• no contato dérmico, aplicação de gel de gluconato de cálcio a 2,5-
3%.
• administrar cloreto ou gluconato de cálcio endove noso, lentamente,
para corrigir a hipocalcemia.
• monitorar as arritmias.
• tratar as convulsões com diazepínicos.
• manter o fluxo urinário alto.
Queimaduras 2º e 3º graus
Gluconato de Cálcio tópico
Infiltração de Gluconato de Cálcio
•Pequena queimadura: até 10% da área
corpórea total
•Grande queimadura: > 10% da área corpórea
total
Classificação quanto à Extensão
Queimaduras
Emergências para Queimaduras in Primeiros Socorros para Estudantes. Brent Q Hafen, Keith J Karren, Kathryn J Frandsen, editores. 7ª edição. Editora Manole, São Paulo, 2002
•1O Grau: Hiperemia sem bolhas, dor intensa
• 2O Grau: Bolhas, dor intensa
• 3O Grau: Planos profundos, pouca ou
nenhuma dor
Classificação quanto à Profundidade
Queimaduras
Emergências para Queimaduras in Primeiros Socorros para Estudantes. Brent Q Hafen, Keith J Karren, Kathryn J Frandsen, editores. 7ª edição. Editora Manole, São Paulo, 2002
1º GRAU
2º GRAU
3º GRAU
Queimaduras térmicas
•Fogo
•Vapor aquecido
1-Apague as chamas (cobertor, água, rolar no chão)
2-Molhe e retire as roupas em brasa
3-Imergir a área afetada em água fria ou colocar
compressa fria
4-Cobrir as lesões com pano limpo
5-Não aplique nenhuma substância nas lesões, nem ge lo
Conduta Inicial nas Queimaduras Térmicas
Emergências para Queimaduras in Primeiros Socorros para Estudantes. Brent Q Hafen, Keith J Karren, Kathryn J Frandsen, editores. 7ª edição. Editora Manole, São Paulo, 2002
Queimaduras por Inalação
Incêndio
Triângulo de fogo
•Combustível
•Comburente (O 2)
•Calor
Incêndios
DOIS ESTUDANTES DO CURSO DE FARMÁCIA DA UNIGRAN FIC ARAM FERIDOS NA NOITE DA ÚLTIMA SEXTA-FEIRA (11), A PÓS UM INCÊNDIO PROVOCADO POR UMA EXPLOSÃO OCORRIDA NO LABORATÓRIO DE QUÍMICA QUE ATENDE AOS ALUNOS E FICA LOCALIZADO NO BLOCO 5, JUNTO AO HOSPITAL VETER INÁRIO. AINDA NÃO SE SABE AS CAUSAS DO ACIDENTE.
COM A EXPLOSÃO OS DOIS ESTUDANTES SOFRERAM QUEIMADU RAS EM PRATICAMENTE TODO O CORPO. UM DELES CHEGOU A SER ENCAMINHADO PARA UTI (UNIDADE DE TERAPIA INTE NSIVA) DO HOSPITAL EVANGÉLICO, COM QUEIMADURAS DE TERCEIRO GRAU.
O CORPO DE BOMBEIROS FOI ACIONADO E CONTEVE O INCÊN DIO. DE ACORDO COM TESTEMUNHAS O ACIDENTE CAUSOU UM PRINCIPIO DE PÂNICO ENTRE OS ESTUDANTES E FUNCIONÁR IOS DA INSTITUIÇÃO.
O NOME DAS VÍTIMAS NÃO FORAM DIVULGADOS. (GD News – D ourados, 11/03/2011)
Explosão
•Ácidos
�Ácido sulfúrico
�Furocumarina (limão)
• Álcalis
�Hidróxido de sódio
�Óxido de Cálcio
�Barrilha
Queimaduras Químicas
1-Despir a vítima sob água corrente
2-Lavar imediatamente a área afetada com
água corrente, por, no mínimo, 20 minutos
3-Proceder da mesma forma se comprometer
os olhos
4-Cobrir as lesões com pano limpo
Conduta Inicial nas Queimaduras Químicas
Burns in First Aid, CPR and AED, 5TH ed. American College of Emergency Physicians, Jones and Bartlett Publishers, Boston, 2007
Burns in First Aid, CPR and AED, 5TH ed. American College of Emergency Physicians, Jones and Bartlett Publishers, Boston, 2007
Emergências para Queimaduras in Primeiros Socorros para Estudantes. Brent Q Hafen, Keith J Karren, Kathryn J Frandsen, editores. 7ª edição. Editora Manole, São Paulo, 2002
Emergências para Queimaduras in Primeiros Socorros para Estudantes. Brent Q Hafen, Keith J Karren, Kathryn J Frandsen, editores. 7ª edição. Editora Manole, São Paulo, 2002
Ferimentos
Ferimentos
abrasão incisão
avulsão
bolhasavulsão
laceração
transfixante
Curativo Compressivo
Curativo Compressivo
Choque Elétrico
•Não tocar na vítima até que
esteja separada da corrente
elétrica
•Desligar a chave geral ou
utilizar luvas de borracha
especiais
Emergências para Queimaduras in Primeiros Socorros para Estudantes. Brent Q Hafen, Keith J Karren, Kathryn J Frandsen, editores. 7ª edição. Editora Manole, São Paulo, 2002
1-Retirar a vítima da ação da eletricidade
2-Tenha extrema cautela. Não ponha em risco o
socorrista
3-Detectar anormalidade cardio-respiratória
4-Reanimação cardiorespiratória, se necessário
5-Cuidados com a ferida (hemorragias e anti-
sepsia)
Conduta Inicial nas Queimaduras Elétricas
Bibliografia
1. Antony Wong et Cols. Intoxicações Exógenas in Diagnóstico e Tratamento.Vol 3. Antonio Carlos Lopes,
editor.1ª edição,. Editora Manole. São Paulo, 2007.
2. Emergências para Queimaduras in Primeiros Socorros para Estudantes. Brent Q Hafen, Keith J Karren,
Kathryn J Frandsen, editores. 7ª edição. Editora Manole, São Paulo, 2002
3. Burns in First Aid, CPR and AED, 5TH ed. American College of Emergency Physicians, Jones and Bartlett
Publishers, Boston, 2007
4. Burns in First Responder. J David Bergeron and Gloria Bizjak eds. 5th ed Brady Prentice Hall, New Jersey,
1999
5. Manual de Segurança. Instituto de Química da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2004.
6. Mary Santiago Silva. Segurança Química em Laboratórios. Instituto de Química da Universidade Estadual
Paulista, Araraquara, 2002
7. Kent P Olson; Intoxicações in Current Medicina Diagnóstico e Tratamento. 45ª ed. Mc Graw Hill
Interamericana. Rio de Janeiro, 2007
•Atendimento telefônico 24 horas:
� 0800-014 8110ceatox.org.br
Centro de Atendimento a Intoxicações
•Atendimento telefônico 24 horas:
� 5011-5112� 5011-5111 (ramais 250, 253, 254)� 0800-771 3733smscci@prefeitura.sp.gov.br
Centro de Controle de Intoxicações
ttinucci@usp.br
Telefone: 3091 -8782
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