a síndrome de marta

Post on 07-Dec-2015

212 Views

Category:

Documents

0 Downloads

Preview:

Click to see full reader

DESCRIPTION

DESESPERO PARA FAZER COISAS DO DIA A DIA E NAO OUVE A VOZ DE DEUS. NAO SENTA COMO MARIA E OUVE O QUE DEUS A DIZER.

TRANSCRIPT

A Síndrome de Marta

Indo eles de caminho, entrou numa aldeia. E certa mulher, por nome Marta, o recebeu em sua casa. Tinha esta uma irmã chamada Maria, a qual, assentando-se aos pés de Jesus, ouvia a sua palavra.

Marta, porém, andava distraída em muitos serviços e, aproximando-se, disse: Senhor, não te importas de que minha irmã me deixe servir só? Dize-lhe que me ajude.

Respondeu-lhe Jesus: Marta, Marta, estás ansiosa e preocupada com muitas coisas, mas uma só é necessária. Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada. - Lucas 10:38 a 42

Nesta história nós temos duas irmãs - Marta e Maria - que naquele dia receberam uma visita do Senhor Jesus na sua casa. É obvio que as duas O amaram, e estavam muito felizes com a Sua presença, porém nas reações das duas nós vemos duas respostas diferentes à Sua visitação.

Quando Jesus chegou na sua casa, Maria abandonou tudo para sentar aos pés do Mestre "ouvindo a Sua palavra". Certamente ela enfrentou os costumes e regras sociais da época, que diriam que a mulher não pode participar na "conversa dos homens", que ela não seria capaz de estudar e aprender do Rabi, e que seu lugar era com sua irmã na cozinha. Porém, o Senhor Jesus permitiu que ela aprendesse com Ele, sentado "aos seu pés", na postura de estudante (como nós vemos com o jovem Paulo e o professor Gamaliel, em Atos 21:3).

Marta, porém, estava querendo fazer o seu melhor para Jesus. Foi ela que recebeu-lo na casa, talvez sendo a mais velha das duas irmãs, e agora ela estava preparando uma refeição verdadeiramente digna do Messias. A sua preocupação com as panelas não foi um sinal de desrespeito ao Senhor Jesus, ao contrário, ela estava querendo mostrar, através da sua hospitalidade, o quanto que ela O amou e respeitou.

Mas o serviço foi difícil, e sem a ajuda da sua irmã, Marta acabou se atrasando mais e mais. Que vergonha, será que a refeição nunca ficará pronta? A sua preocupação aumentava, e acabou se transformando numa raiva contra sua irmã relaxada, metida, que estava sentada lá no meio dos homens. Finalmente, a explosão aconteceu e Marta interrompeu a aula do Mestre, pedindo que Ele mandasse Maria para voltar ao seu lugar, ajudando a irmã na cozinha.

A resposta do Senhor Jesus, dada com o maior carinho e gentileza, deve ter caído como uma bomba nos ouvidos de Marta: "Marta, Marta, estás ansiosa e preocupada com muitas coisas, mas uma só é necessária; Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada."

Qual foi o problema de Marta? Ela não estava fazendo o seu melhor para Jesus, querendo recebê-lo e servi-lo na melhor maneira possível? Por que,

então, foi a Maria que tinha escolhida "a boa parte", a única coisa "necessária", sentando-se aos pés de Jesus, ouvindo a Sua palavra?

Eu creio que a raiz do problema de Marta foi que ela não discerniu o tempo em que ela estava. Quando o Senhor Jesus entrou na sua casa um novo tempo começou, um tempo de visitação. E todas as atividades do passado, mesmo que elas tinham sido importantes e até necessárias, agora foram ultrapassadas pela única necessidade daquela hora, de desfrutar da Sua presença.

Na Igreja, bem como na casa de Maria e Marta, nós vivemos momentos de preparo e momentos de visitação. Temos muito serviço para fazer: cultos, campanhas e projetos (e, em alguns casos, até chamamos nossos cultos de "serviços"). Participamos em atividades de evangelismo, de discipulado, congressos e conferências. Não podemos ignorar a necessidade do preparo teológico, da administração, da construção e manutenção de templos e prédios, e de prestar assistência pastoral e social. Precisamos oferecer a escola dominical, os cultos noturnos, vigílias de oração e reuniões para a juventude. Não é de estranhar que muitas vezes, nós que participamos no ministério em alguma capacidade, "andamos distraídos em muitos serviços", chegando até de estar "ansiosos e preocupados com muitas coisas."

Mas nunca, nunca, podemos perder "o tempo de nossa visitação" (Lucas 19:44). Naquele momento quando o Senhor Jesus se faz presente em nossa "casa", naquele momento em qual Ele responde às nossas orações para um verdadeiro avivamento, precisamos ser como Maria, dispostos a abandonar tudo - até mesmo aqueles serviços que outrora foram tão necessários e até "espirituais" - para ficar aos pés do Mestre.

Tempos de avivamento histórico sempre têm sido marcados pelo abandono das formas rígidas e programadas de adoração a Deus. Falando sobre o avivamento em Gales, o Dr Campbell Morgan, pastor da Capela de Westminster em Londres declarou:"Isso é avivamento que vem dos céus; não há nenhum pregação, nenhuma ordem, nenhum hinário, nenhum coro, nenhum órgão, nenhuma oferta e finalmente nenhuma propaganda... Havia órgãos - mas eles estavam calados. Haviam ministros - mas não havia nenhuma pregação - elas estavam entre as pessoas que louvaram a Deus! Ainda o avivamento galês é um avivamento de pregação, pois todo mundo está pregando. Nenhuma ordem e ainda se move a cada dia, município para município com uma precisão sem igual, com a ordem de uma força atacante. Nenhum hinário, mas eu quase chorei por causa das canções! Quando os galês cantam eles se abandonam à canção. Nenhum coro eu disse? Era tudo coro."1

Semelhantemente, no avivamento da Rua Azusa, aquele humilde galpão ficou aberto de manha a noite, como relatado no Jornal do avivamento: "As reuniões começam por volta das 10 horas da manhã, e mal conseguem terminar antes das 20 ou 22 horas, e às vezes vão até às 2 ou 3 horas da madrugada, porque muitos estão buscando e outros estão caídos no poder de Deus."2 Um dos primeiros ídolos a ser derrubado no meio do povo de Deus em tempo de avivamento é o relógio, quando nós voltamos a buscá-lo "com todo o nosso coração" (Jeremias 29:13). Há mais que uma parcela de

verdade naquele velho ditado que diz que "o avivamento começa depois da meia-noite" - quando somente os desesperados permanecem para buscar a Sua face.

Quando o Senhor Jesus visita a Sua Igreja, precisamos abandonar tudo e dedicar todo nosso tempo, toda a nossa atenção, a Ele. Somente assim nós escaparemos de ser vítimas daquela doença que já matou tantos avivamentos do passado - a "síndrome de Marta".

Pr Paul David Cullwww.avivamentoja.com

1 Rev. Owen Murphy, citado no livro "Bright and Shining Revival" por Kathy Waters2 "The Apostolic Faith", Setembro de 1906

Citações da Bíblia da Edição Contemporânea de Almeida da Editora Vida.

top related