a importÂncia dos recursos didÁticos para o ensino de ... · de são joão do caiuá ......
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A IMPORTÂNCIA DOS RECURSOS DIDÁTICOS PARA O ENSINO DE BIOLOGIA
ABDALLAH PIM, Fatme1
PIRES, Marilene Mieko Yamamoto2
Resumo
O presente trabalho apresenta os resultados obtidos na proposta de implementação
do Projeto de Intervenção no Colégio Estadual Carlos Gomes – EFM, do município
de São João do Caiuá – PR., oriundo do Programa de Desenvolvimento Educacional
(PDE), da Secretaria de Estado de Educação do Paraná, desenvolvidos durante os
anos de 2010 e 2011. O objetivo deste trabalho foi despertar no educando o
interesse nas aulas de Biologia, levando o aluno a adquirir novos conhecimentos e
assimilar conceitos, utilizando recursos didáticos e as tecnologias disponíveis nas
escolas públicas. Foram contempladas também as atividades lúdicas como forma
facilitadora no processo ensino-aprendizagem. Para a realização da implementação
aplicou-se um teste de sondagem no início e um teste comparativo no final da
implementação. Realizou-se pesquisas, reflexões, debates, jogos, atividades
práticas, projeção de slides, visita ao Museu Dinâmico (MUDI) e leitura de textos
diversificados. O uso de diferentes recursos didáticos em sala de aula melhorou a
qualidade do ensino de Biologia.
Palavras-chave: células-tronco; jogos educativos; tecnologias educacionais.
1
1Professora de Biologia do Colégio Estadual Carlos Gomes de São João do Caiuá- PR , pós
graduada em Didática e Metodologia do Ensino 2 Orientadora PDE. Professora Adjunto C do Colegiado de Ciências e Ciências Biológicas da
Universidade Estadual do Paraná – Campus Paranavaí - UNESPAR/ FAFIPA
Abstract
This paper presents the results obtained in the proposed implementation of the
Intervention Project in the State College Carlos Gomes - FSM, the city of St. John's
Caiuá - PR., Derived from the Educational Development Program (EDP), the State
Department of Education Paraná, developed during the years 2010 and 2011. The
objective of this study was to awaken in the student interest in biology classes,
leading the student to acquire new knowledge and assimilate concepts using
instructional resources and technologies available in the public schools. We also
contemplated the play activities as a facilitator in the teaching-learning process. To
carry out the implementation applied to a test probe in a comparative test beginning
and the end of the implementation. We conducted research, reflections, discussions,
games, practical activities, slide projection, visit the Dynamic Museum (MUDI) and
reading diverse texts. The use of different teaching resources in the classroom
improved the quality of the teaching of biology
Keywords: stem cells, educational games, educational technologies.
1 INTRODUÇÃO
O presente estudo é resultado das atividades desenvolvidas no Programa de
Desenvolvimento Educacional - PDE/2010, tendo como público alvo, alunos do
Ensino Médio, do Colégio estadual Carlos Gomes do município de São João do
Caiuá-PR.
O Ensino da Biologia, na maioria das escolas públicas, continua restrito às
aulas expositivas seguindo o modelo tradicional ainda muito utilizado por uma fatia
considerável de professores do Ensino Fundamental e Médio, apesar dos avanços
das tecnologias e recursos didáticos disponíveis nas escolas. E observando essa
situação, entende-se por que os alunos (em plena efervescência tecnológica)
chegam ao Ensino Médio desinteressados das aulas e dos procedimentos didáticos
utilizados na abordagem dos conteúdos.
Assim, a problemática que se coloca é como atrair os alunos ao estudo e
como estimular seu interesse e participação?
A metodologia arcaica utilizada no ensino da disciplina de Biologia, a
estigmatiza como difícil, pouco atrativa, complicada e inaplicável ao nosso cotidiano.
Constantemente nos deparamos com novos avanços na área das ciências e
novos vocábulos passam a fazer parte do nosso cotidiano, como: células-tronco,
clonagem, DNA, transgênicos, biotecnologia e outros fatos que fazem com que
nossos alunos necessitem de domínio e conhecimento científico para o seu
entendimento.
Em função das novas tecnologias, torna-se necessário uma metodologia mais
atrativa dentro das escolas para contribuir na formação de um novo paradigma em
educação. Diante disso, torna-se imprescindível uma nova abordagem ao ensino em
que sejam utilizadas novas metodologias, atividades diversificadas e recursos
didáticos para motivar os estudantes e tornar a aprendizagem mais eficiente.
Visando dinamizar as aulas de Biologia com intuito de motivar e favorecer a
apropriação dos conteúdos desta disciplina pelos alunos, realizou-se este projeto.
Para tanto, fez-se necessário ações planejadas e organizadas, para que os objetivos
se consolidassem.
A escola pode ser atrativa e formativa para os jovens de hoje, com
necessidades e interesses adequados à época em que vivem numa época
altamente tecnológica (SILVA, 1998).
De acordo com Krasilchik (2004) a Biologia pode ser uma das disciplinas mais
relevantes e merecedoras da atenção dos alunos, ou uma das disciplinas mais
insignificantes e pouco atraentes, dependendo do que for ensinado e de como isso
for feito.
Certamente, não há o método ideal para ensinar nossos alunos a enfrentar a
complexidade dos assuntos trabalhados, mas sim haverá alguns métodos
potencialmente mais favoráveis do que outros (BAZZO, 2000).
O uso de metodologias lúdicas, como os jogos, se torna importante no
contexto escolar uma vez que os objetos de estudo ministrados nas escolas muitas
vezes têm uma maneira pouco interessante ou pouco integrada à realidade social e
regional, o que dificulta o processo de ensino-aprendizagem (FREIRE 2002;
MORIM, 2005).
As atividades lúdicas, entre outros recursos didáticos de Biologia, poderão
contribuir para uma aproximação entre teoria e prática, despertando nos alunos a
reflexão, discussão sobre os conteúdos abordados, levando-os a perceber o quanto
a Biologia está presente no seu cotidiano.
Segundo Magalhães (2012)
Recursos didáticos são todos os instrumentos utilizados em uma aula, evento didático, ou qualquer uma situação de aprendizagem a fim de favorecer aos participantes a ampliação de seus horizontes, isto é de seus conhecimentos. Eles tornam a aprendizagem viável, significativa, acessível e evitam que as aulas tornem-se monótonas, rotineiras, ou que caiam na mesmice do dia-a-dia. Eles contribuem para mediar as relações efetivas que ocorrem dentro do ato de ensinar e aprender.
Os recursos didáticos são de importância capital para uma aprendizagem
significativa, desde que seja utilizado como meio e não como fim em si mesmo, por
profissionais capacitados que conheçam de fato suas potencialidades educativas
(WANAKAL, 2000).
A TV e o computador podem possibilitar ao educando um estudo da realidade
local, ampliação da capacidade de observação do mundo que o rodeia e a
construção da autonomia. Assim o estudante terá mais facilidade de compreender o
conteúdo se começar a abordá-lo segundo sua realidade, seu desenvolvimento real
e as relações com as situações regionais, nacionais e mundiais, percebendo
criticamente o mundo, construindo uma aprendizagem autônoma e significativa.
De acordo com as Orientações Curriculares para o Ensino Médio
...o jogo oferece o estímulo e o ambiente propícios que favorecem o
desenvolvimento espontâneo e criativo dos alunos e permite ao professor
ampliar seu conhecimento de técnicas ativas de ensino, desenvolver
capacidades pessoais e profissionais para estimular nos alunos a
capacidade de comunicação e expressão, mostrando-lhes uma nova
maneira, lúdica, prazerosa e participativa de relacionar-se com o conteúdo
escolar, levando a uma maior apropriação dos conhecimentos envolvidos
(BRASIL, 2006, p. 28).
Os jogos didáticos são ferramentas fundamentais para os processos de
ensino e aprendizagem e favorecem a construção do conhecimento ao aluno.
Acredita-se que por meio das atividades lúdicas aliadas a um trabalho
consciente do professor, o aluno mostra-se mais dinâmico, organizado, atencioso,
desinibido, concentrado e ágil em seu raciocínio lógico (PATRINHANI, 2001).
Mediante o jogo didático, vários objetivos podem ser atingidos, relacionados à
cognição (desenvolvimento da inteligência e da personalidade, fundamentais para a
construção de conhecimentos); afeição (desenvolvimento da sensibilidade), da
estima e atuação no sentido de estreitar laços de amizade e afetividade;
socialização (simulação de vida em grupo); motivação (envolvimento da ação, do
desafio e mobilização da curiosidade) e criatividade (MIRANDA, 2001).
A utilização do jogo como meio educativo demorou a ser aceita no ambiente
educacional (GOMES, 2001). E ainda hoje, ele é pouco utilizado nas escolas, e seus
benefícios são desconhecidos por muitos professores.
Para a realização de práticas de laboratório, não são necessários aparelhos e
equipamentos caros e sofisticados. Na falta deles, é possível, de acordo com a
realidade de cada escola, o professor realizar adaptações nas suas aulas práticas a
partir do material existente e, ainda, utilizar materiais de baixo custo e de fácil
acesso (CAPELETTO, 1992).
Outra estratégia que, além de integrar conhecimentos, veicula uma
concepção sobre a relação ser humano-ambiente e possibilita novas elaborações
em pesquisa, é o estudo do meio e este estudo pode ocorrer em locais como:
parques, praças, terrenos baldios, praias, bosques, rios, zoológicos, hortas,
mercados, aterros sanitários, fábricas, etc. (DCES/SEED/PR, 2009, p.66).
O uso da Internet no meio educacional é pertinente e pode contribuir com as
mudanças dentro da escola. Articular e promover metodologias novas utilizando os
computadores ligados à Internet auxiliando na aprendizagem, parte do princípio de
que a escola já não é a primeira fonte de informação para os alunos e que o
professor também não é mais a única fonte de informações e conhecimentos para
os alunos construírem conhecimentos significativos (POZO, 2004, p.10).
Na escola, a Internet não poderá deixar de ter grande importância pedagógica
(MOURA, 1998). A Internet atualmente parte do nosso mundo, incluindo o espaço
escolar e a educação não pode passar ao lado desta realidade. Este novo recurso
põe à disposição um novo mar de possibilidades para novas aprendizagens, permite
a interação com outras pessoas das mais variadas culturas, possibilita o intercâmbio
de diferentes visões e realidades e auxilia a procura de respostas para os
problemas.
A utilização de slides é defendida por Fernandes (1998). Segundo o autor, os
slides permitem uma projeção de alta resolução, enfatizando cores, beleza e
detalhes, visíveis de qualquer ponto de uma sala de aula. Argumenta também que
as imagens em si não asseguram nenhum aprendizado e que devem vir
acompanhadas de uma nova abordagem, de sensibilização do aluno para o mundo
natural.
As escolas públicas do Paraná são equipadas com Laboratórios de
Informática, possibilitando aos professores uma infinidade de opções para o
enriquecimento de suas aulas através do Portal Dia-a-Dia Educação, como: vídeos
educativos, imagens, simuladores; animações, jogos e outros recursos didáticos.
Ainda contam com TVs pendrive instaladas em cada sala, com as quais os
professores paranaenses podem diversificar suas aulas projetando filmes, vídeos e
slides por eles elaborados, de acordo com as disciplinas que ministram, assim
favorecendo a aprendizagem. A grande maioria das escolas paranaenses é provida
de Laboratórios de Biologia, equipados de microscópios, lâminas preparadas,
vidrarias e outros equipamentos que possibilitam ao professor o desenvolvimento de
atividades práticas, reflexões e discussões sobre os resultados obtidos durante a
Implementação do Projeto de intervenção na Escola.
Outro recurso oferecido às escolas paranaenses é o data show, com o qual
os professores podem projetar slides, vídeos, filmes e outras atividades diretamente
de sites selecionados.
A concepção do Ensino de Biologia proposta pelo PCN é fundamental para o
desenvolvimento do aluno, pois busca a aprendizagem através da prática. Isso leva
o aluno a buscar o conhecimento através de investigações, levantamento de
hipóteses, trabalhando de forma a redescobrir conhecimentos, tornando a disciplina
mais significativa.
A elaboração deste plano de trabalho objetiva o estudo/intervenção na
realidade escolar, contempla atividades lúdicas, entre outros recursos didáticos,
pretendendo contribuir para dinamizar as aulas de Biologia e favorecer a
aprendizagem com a utilização do lúdico, propiciando a aquisição de conhecimentos
de forma dinâmica e reflexiva, promovendo a aproximação entre a teoria e a prática.
2 MATERIAL E MÉTODOS
2.1- Área de Estudo
Este projeto foi desenvolvido com os alunos do Colégio Estadual Carlos
Gomes - Ensino Fundamental e Médio, município de São João do Caiuá-PR. O
município possui 313.219 km2 de área, localiza-se na região Noroeste do Estado do
Paraná, entre as coordenadas geográficas 22° 51’ 10”, de longitude sul e 52° 20’ 13”
de longitude oeste, situado a uma altitude média de 500 metros acima do nível do
mar (IBGE, 2007)
O município distancia-se 541 km da capital Curitiba. Limita-se ao Norte com o
município de Santo Antônio do Caiuá, ao Sul com Alto Paraná e Cruzeiro do Sul ao
leste com Paranacity e ao oeste com Paranavaí e a população é composta
aproximadamente de 6.000 habitantes (IBGE, 2007).
A clientela do Colégio, em sua maioria, é formada por alunos cuja situação
socioeconômica é de baixa renda, filhos de trabalhadores rurais.
Figura 01: Localização do município de São João do Caiuá - PR.
2.2 METODOLOGIA
A implementação do Projeto de Intervenção na Escola ocorreu no segundo
semestre de 2011 e teve como público-alvo alunos do 1º, 2º e 3º anos do Ensino
Médio, totalizando vinte (20) alunos, sendo treze (13) deles cursando o 3º ano, cinco
(05) alunos do 1º ano e dois (02) do 2º ano. A realização da Implementação do
Projeto de Intervenção na Escola ocorreu durante oito (08) encontros semanais,
sendo alguns extraclasses.
Após a apresentação do projeto na escola, durante a Semana Pedagógica,
para os professores, direção, equipe pedagógica e demais funcionários, efetuaram-
se as inscrições dos alunos interessados em participar do projeto.
Considerou-se importante fazer uma reunião com os pais, para explicar sobre
o projeto e a importância do mesmo, o dia e horário da implementação. O momento
foi oportuno para levar ao conhecimento dos pais sobre uma visita ao Museu
Dinâmico (MUDI), na cidade de Maringá e assinar o termo de consentimento.
A visita ao MUDI ocorreu no segundo encontro. Professora e alunos
adquiriram novos conhecimentos de Biologia, Física e Química, tudo de forma
dinâmica. Tiveram oportunidade para visitar o orquidário, sala de anatomia, onde
viram o corpo de um cadáver, esqueletos humanos e fósseis. Participaram de
atividades lúdicas de Matemática, observaram vários tipos de espelhos, nos quais
suas imagens ficavam deformadas, atividades práticas de movimento, espaço
percorrido por uma bolinha, velocidade e tempo gasto.
O tema contemplado para a aplicação dos recursos didáticos na intervenção
do projeto na escola foi “Células-Tronco” por ser um tema da atualidade, polêmico,
considerado a nova medicina do século e os conteúdos sobre células e suas
organelas, reprodução e embriogênese.
Apesar da exposição do assunto nas diversas mídias, percebe-se que os
alunos não assimilam o saber científico de forma satisfatória. Então, cabe à escola
realizar a ponte para o entendimento do que sejam as células-tronco e suas
implicações científicas, éticas, religiosas ou legais e capacitar os alunos a se
posicionarem de forma consciente diante do tema.
A intervenção do projeto na escola foi iniciada com a apresentação do projeto
de intervenção, sua importância, seus objetivos e uma dinâmica de socialização:
"Caixa de Bombons”.
Caixa de Bombons (VELASCO, 2011). Nesta dinâmica colocamos um
presente numa caixa bem bonita, enfeitada, contendo a quantidade de bombons
igual ao número de participantes. A caixa foi sorteada pela professora entre os
presentes e cada um que a recebia ouvia uma mensagem e passava a caixa para o
colega que ele considerava merecedor da qualidade que o presente simbolizava. E
assim sucessivamente até chegar ao último aluno sorteado, ficando este
responsável em servir os bombons a todos os presentes, desejando muitas
felicidades e sucesso para cada um de seus amigos, tendo como exemplo a primeira
e a última mensagem abaixo apresentadas:
“Você tem muita sorte, foi o sorteado com este presente. Ele simboliza a
compreensão, a confraternização e a amizade entre nós. Mas o presente não será
seu, observe os amigos e aquele que considerar mais organizado será o ganhador
dele.”... “O mundo inteiro clama por paz e você gratuitamente, transmite esta tão
grande riqueza, parabéns! Você está fazendo falta às grandes potências do mundo,
responsáveis por tantos conflitos entre a humanidade, com muita paz, abra o
presente e sirva a todos os presentes desejando muitas felicidades e sucesso para
cada um de seus amigos.”
Em seguida, foi feita uma sondagem oral sobre Reprodução. Qual é a menor
unidade que compõe as estruturas dos seres vivos? Quais são as células
germinativas? Como ocorre a fecundação? O que é zigoto? Em que momento se
inicia a vida?
A maioria respondeu, mas ainda faltava clareza e, para os alunos do 1º Ano,
conhecimento, pois ainda não haviam estudado o conteúdo. É sabido que em um
espaço curto de tempo os conhecimentos armazenados caem na linha do
esquecimento. Como tentativa de resgatar esses conhecimentos científicos dos
alunos, foi proposta uma pesquisa sobre os assuntos da seguinte forma:
Formaram-se três equipes, ficando cada uma responsável pela pesquisa de
um conteúdo: Células, Fecundação e Fases da Embriogenêse.
Após pesquisarem no Laboratório de Informática, elaboraram textos
informativos que depois foram socializados na sala de aula. Uma das equipes fez a
montagem de um modelo tridimensional de uma célula animal, ficando os
componentes da equipe responsáveis em expor as funções de cada tipo de organela
celular para os colegas de sala. Outra equipe representou a união de óvulo e
espermatozoide, início da fecundação e a terceira equipe, as segmentações nas
fases da Embriogênese.
Para complementar o conteúdo Células, os alunos foram conduzidos ao
laboratório de Biologia, onde realizaram duas atividades práticas. Orientados e
auxiliados pela professora, prepararam lâminas com películas de cebola, outras com
mucosa bucal.
Com objetivo de fixar os conteúdos, a professora formou grupos de quatro
alunos para os jogos de cartas: Baralho Celular e Baralho Embriológico.
Baralho Celular, (GODOY, 2011). O jogo Baralho Celular é composto por
trinta cartas, divididas em seis conjuntos de cinco cartas cada conjunto. Cada carta
diz respeito a um tipo de célula: epitelial, adiposa, sanguínea, óssea, nervosa e
muscular estriada esquelética.
As cartas são numeradas de 1 a 5: Joga-se com 3 a 5 alunos, separando o
número de conjuntos de cartas correspondentes ao número de jogadores.
Embaralham-se as cartas que serão utilizadas no jogo distribuindo cinco
cartas para cada jogador, que devem ser mantidas nas mãos para ocultá-las dos
adversários.
Em cada rodada, cada jogador deverá passar uma de suas cartas para o
jogador à sua esquerda. Todos os jogadores deverão passar suas cartas
simultaneamente. Dessa forma, a carta recebida só poderá ser passada adiante na
rodada seguinte.
Ganha o jogo quem conseguir reunir primeiro as cinco cartas referentes ao
seu tipo celular. O enigma está no fato dos jogadores não terem conhecimento da
escolha do tipo celular feita pelo adversário.
Baralho Embriológico (ROSSI et al, 2011): O Baralho Embriológico possui
vinte cartas divididas em quatro conjuntos, sendo cada conjunto representado por
uma fase do desenvolvimento embriológico: Clivagens –Fertilização – Gastrulação –
Organogênese.
Em cada conjunto, as cartas estão numeradas de 1 a 5, sendo que duas
delas contêm imagens de uma das fases acima referidas e as demais representam
características específicas das respectivas fases.
O Baralho Embriológico deve ser aplicado para grupos de cinco alunos,
separando o número de conjuntos de cartas correspondentes ao número de
jogadores.
Embaralham-se as cartas que serão utilizadas no jogo. Distribuir cinco cartas
para cada jogador, que devem ser mantidas nas mãos do para ocultá-las dos
adversários.
Em cada rodada, cada jogador deverá passar uma de suas cartas para o
jogador à sua esquerda. Todos os jogadores deverão passar suas cartas
simultaneamente. Dessa forma, a carta recebida só poderá ser passada adiante na
rodada seguinte.
Ganha o jogo quem conseguir reunir primeiro as cinco cartas referentes ao
seu tipo celular. O enigma está no fato dos jogadores não terem conhecimento da
escolha do tipo celular feita pelo adversário.
A partir desta revisão, criou-se uma problematizarão para iniciar o conteúdo
Células-tronco: projetou-se um vídeo do capítulo 64 da novela “Viver a Vida”, da
Rede Globo, no qual a personagem Luciana fica tetraplégica. Questionou-se: qual a
sensação de uma pessoa ao se sentir sem movimentos; que pensamentos devem
povoar a sua mente; qual é o sentimento em relação a uma vida sem perspectivas
de futuro? Como se sentem os familiares diante do sofrimento de um ente querido?
Existem esperanças de cura? O caso de Luciana pode ser tratado com células
tronco?
Foi aplicado um teste de sondagem para averiguar o conhecimento prévio dos
alunos sobre o tema e o mesmo foi aplicado no final da implementação com objetivo
de comparar os resultados após a utilização dos recursos didáticos.
"O que são Células-tronco? Para que servem? Onde são encontradas? Como
são utilizadas na medicina? Quais são as diferenças entre células-tronco adultas e
células-tronco embrionárias? Por que há tanta polêmica em torno do uso das
células-tronco embrionárias?" O tratamento com células-tronco é acessível à maioria
das pessoas? Este tipo de pesquisa e tratamento é aceito por todos os segmentos
sociais? Como o Brasil tem empreendido nesse tipo de tratamento? Quais são os
sucessos? E as dificuldades? O que você sabe sobre a Lei da Biossegurança?
Como ficou a Lei da Biossegurança? O que ela permite? Que países avançaram
mais nas pesquisas com células tronco? Por quê?”
A professora forneceu por escrito fontes de pesquisa na internet, dividiu o
grande grupo em equipes com quatro alunos cada, os quais pesquisaram no
Laboratório de Informática textos que fundamentassem o tema em questão.
Projetou-se o filme “A Chave da Regeneração” (Discovery Channel). Em
seguida, discutiram-se os pontos relevantes do mesmo e um vídeo com entrevista
da doutora Mayara Zatz (Espaço Aberto), sobre distrofia muscular e fizeram-se
questionamentos:
“A doutora Mayara Zatz vem estudando, pesquisando há mais de trinta anos
como combater a distrofia muscular. Experiências com camundongos apresentaram
resultados positivos. Quais procedimentos ela utilizou para chegar a esses
resultados? Por que ela utilizou células-tronco de gordura? Sabe o que é distrofia
muscular? Quais as doenças onde as células-tronco já têm mostrado resultados? E
a lesão de medula espinhal, já tem resultados promissores?”
Foram distribuídos textos que continham opiniões de pessoas ligadas ao
mundo das ciências, contra e a favor das pesquisas e terapias envolvendo células-
tronco. Após a leitura, os alunos organizaram-se em dois grupos de alunos, um
contra e outro a favor. As atividades lúdicas como jogos, palavras cruzadas
complementaram a aplicação do conteúdo proposto.
Para facilitar a aprendizagem e motivar os alunos, foram utilizados os
recursos didáticos disponíveis no colégio, como: data show, laboratórios de Biologia
e de Informática, vídeos, TV pendrive e cartazes.
Uma forma de manter os alunos interessados para o próximo encontro foi
enviar, através de emails, atividades como: sugestões de sites para pesquisa, jogos,
animações e solicitação de materiais necessários para as aulas práticas.
Para os alunos que não tinham email, nem internet em casa foi criada uma
conta Hotmail a qual era acessada no Laboratório de Informática para realizar suas
atividades, em período contra turno. No intervalo para o recreio, esses alunos se
dirigiam ao laboratório de Informática para verificar seus e-mails.
Como finalização do projeto promoveu-se uma palestra com um enfermeiro, no
anfiteatro da Casa da Cultura.
A avaliação da Implementação do Projeto de Intervenção na Escola foi feita
através das produções de textos, discussões, debates e dos testes comparativos
aplicados no início e no final da implementação do projeto que constam no rol de
informações deste documento.
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Após a aplicação da dinâmica, criou-se um clima de descontração e alegria
entre todos, fato que facilitou a continuidade da aula. Os alunos foram motivados
para o tema Células-tronco com a problematizarão criada com o drama de Luciana,
da novela Viver a Vida.
Apesar de quase todos já terem assistido esse capítulo em suas casas,
ficaram comovidos, pois foi visto sob outro ângulo: colocaram-se no lugar da
personagem. Alguns falaram na possibilidade de cura com aplicação de células-
tronco. A partir deste comentário, fez-se um levantamento sobre o que sabiam a
respeito dessa nova terapia e aplicou-se um teste composto por questões abertas,
com o objetivo de averiguar os conhecimentos prévios apresentados pelos alunos a
respeito do tema “células-tronco”. As mesmas questões foram revistas no final da
implementação, possibilitando um quadro comparativo entre as respostas do início
com as do final do projeto.
Quando questionados sobre o que são células-tronco e para que servem,
35% responderam que já tinham ouvido falar mas não sabiam explicar, 45%
responderam que estava relacionado com cura de algumas doença, 10%
responderam corretamente e 10% não responderam. Destes 80% responderam que
são encontradas nos embriões e 15% responderam corretamente e 5% não
responderam.
Quanto à diferença entre células-tronco embrionárias e entre células-tronco
adultas 35% responderam que ainda não haviam estudado essa matéria, 50% que
CTE são retiradas de embriões, 5% responderam corretamente e 10% não
responderam.
Quando questionados sobre a polêmica em torno do uso das células-tronco
embrionárias 45% responderam “porque sacrificam embriões”, 45% “porque a lei
proíbe este tipo de pesquisa” e 10% não responderam.
Quanto ao conhecimento sobre a Lei da Biossegurança 45% não sabiam 15%
disseram que é uma lei que proíbe o uso de células-tronco nas pesquisas, 10%
responderam que a lei aprovou as pesquisas com células-tronco, 5% respondeu que
a lei aprova as pesquisas desde que os embriões estejam sem condições de serem
utilizados, 25% não responderam.
Questionados como o Brasil tem empreendido nesse tipo de tratamento, os
sucessos e dificuldades encontrados, os países que avançaram mais nas pesquisas
com células tronco, nenhum aluno respondeu porque, segundo eles, ainda não
haviam lido nada a esse respeito.
Após as pesquisas, produções de texto, apresentação dos slides e das
atividades práticas, houve a socialização com os demais alunos do Ensino Médio,
através da elaboração de cartazes informativos e da exposição dos materiais por
eles produzidos.
As atividades lúdicas como palavras-cruzadas, caça-palavras e jogo de
memória, envolvendo células-tronco deixaram os alunos motivados, e no decorrer
das atividades houve evidência dos conhecimentos adquiridos.
Retomado o tema, com a aplicação dos recursos didáticos disponíveis na
escola, pesquisas, discussões e reforçados com as atividades lúdicas, aplicou-se o
teste final.
Quando questionados sobre o que são células-tronco e para que servem,
apenas dois alunos não responderam com clareza, obtendo-se 90% de acertos, ou
seja, dos vinte (20) alunos questionados, dezoito (18) responderam corretamente.
Na questão onde são encontradas 85% dos alunos (17) responderam que as
células-tronco encontra-se em embriões, placenta, cordão umbilical como também
em células adultas.
Quanto à diferença entre células-tronco embrionárias e adultas: 95% (19) dos
alunos definiram com clareza, apenas um aluno apresentou um pouco de dificuldade
para se expressar nesta comparação.
Quanto à polêmica em torno do uso das células-tronco embrionárias 80% dos
alunos (16) responderam que a polêmica em torno das CTE é devido ao desrespeito
à vida, ao sacrifício de embriões e às questões religiosas. Os demais alunos (4)
responderam que a polêmica é devido a questões religiosas, mas que a pesquisa é
necessária.
Sobre os conhecimentos relacionados à Lei da Biossegurança 80% dos
alunos (16) responderam que a Lei da Biossegurança estabelece as normas de
segurança e os mecanismos de fiscalização e utilização de células-tronco para fins
de pesquisa e terapia. Ela permite as pesquisas com células tronco com embriões
que não podem mais ser usados por serem inadequados para fertilização. Os
demais alunos não se expressaram com clareza.
Questionados quanto aos empreendimentos que o Brasil tem feito com
pesquisas e terapias com células-tronco, sucessos e dificuldades encontradas, 15
alunos concluíram que o Brasil tem empreendido nas pesquisas com células-tronco
adultas e muitos tratamentos obtiveram sucesso, tendo como exemplo o bombeiro,
da Bahia, que depois de nove anos paraplégico, foi submetido ao tratamento com
aplicação de células tronco e obteve alguns movimentos. A maioria respondeu que
os países que mais avançaram nas pesquisas com células- tronco foram China,
Japão e Reino Unido.
QUESTÕES TESTE
INICIAL
% de acertos
TESTE
FINAL
% de
acertos
O que são células-tronco? 10% 90%
Onde são encontradas? 15% 85%
Quais são as diferenças entre células-tronco adultas
e células-tronco embrionárias?
5% 95%
Por que há tanta polêmica em torno do uso das
células-tronco embrionárias?
45% 80%
O tratamento com células-tronco é acessível à
maioria das pessoas?
50% 95%
Este tipo de pesquisa e tratamento é aceito por todos
os segmentos sociais?
55% 95%
Como o Brasil tem empreendido nesse tipo de
tratamento? Quais são os sucessos? E as
dificuldades?
Não
responderam
75%
O que sabe sobre a Lei da Biossegurança? Como
ficou a Lei da Biossegurança? O que ela permite?
5% (01) 80%
Que países avançaram mais nas pesquisas com
células tronco? Por quê?
Não
responderam
75%
Figura 02. Resultado do Teste inicial e teste final.
Figura 03. Resultado dos testes aplicados aos alunos.
Segundo Bazzo (2000), não há o método ideal para ensinar nossos alunos a
enfrentar a complexidade dos assuntos trabalhados, mas sim haverá alguns
métodos potencialmente mais favoráveis do que outros. Isso confirma que temas
considerados “difíceis” pelos alunos, podem ser assimilados com mais facilidade,
desde que se apliquem metodologias diversificadas e venham ao encontro da
realidade e de seus anseios.
Durante os jogos: Baralho Celular e Baralho Embriológico houve participação
de todos os alunos, apesar de alguns terem apresentado dificuldades por ainda não
terem domínio do tema, mas trocavam ideias, pesquisavam nos textos e este foi o
lado positivo: o aluno motivado pelo jogo, desejoso de vencer, aprende brincando.
Apesar da maioria dos alunos falar que não têm o hábito de ler, assistir
noticiários da mídia televisiva, alguns constantemente apresentavam novidades que
encontravam durante as pesquisas, liam em revistas e jornais ou viam na TV,
assuntos relacionados aos avanços nas pesquisas e/ou tratamentos com aplicação
de células-tronco.
Wanakal (2000) enfatiza que recursos didáticos são de importância capital
para uma aprendizagem significativa, desde que sejam utilizados como meio e não
como fim em si mesmo, por profissionais capacitados que conheçam de fato suas
potencialidades educativas. Realmente, os recursos didáticos e as atividades
lúdicas, por si só, não garantem a aprendizagem, podendo caracterizar apenas
lazer.
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Teste inicial
Teste Final
A palestra proferida pelo enfermeiro, além de reforçar os temas já estudados
no desenvolvimento do projeto, fez uma preleção sobre AIDS, numa abordagem
bastante didática coroando o momento com a dinâmica: "AIDS não tem Cara",
impondo o caráter lúdico num momento de aprendizado tão amplamente defendido
durante o projeto.
Segundo Magalhães (2012), os recursos didáticos tornam a aprendizagem
viável, significativa, acessível e evitam que as aulas tornem-se monótonas,
rotineiras, ou que caiam na mesmice do dia-a-dia. Corroborando com a autora,
quando indagados sobre as atividades da implementação, os alunos foram
unânimes em dizer que as aulas aplicadas com metodologias diversificadas ficam
mais alegres e eles aprendem com mais facilidade.
4 CONCLUSÕES
Após a realização de todas as atividades propostas para Implementação
concluiu-se que a utilização dos recursos didáticos e de atividades lúdicas realmente
são fatores que motivam e facilitam a aprendizagem, levando os educandos a
assimilar os conteúdos de forma eficiente e duradoura, independente da disciplina,
idade e/ou série.
Segundo os alunos que participaram da implementação do projeto, é mais
fácil aprender qualquer conteúdo quando as aulas são diversificadas e aquilo que
consideravam difícil, como o tema abordado, se tornou fácil devido o fato deles
terem participado da construção do seu conhecimento.
Assim sendo, confirma-se a importância do uso criativo dos recursos didáticos
impondo um caráter lúdico no momento do processo ensino-aprendizagem, com
metodologia diferenciada, dinâmica e prazerosa para a melhoria da educação nas
escolas públicas e privadas.
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