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Semiótica - dos clássicos aos modernos

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III. SEMIÓTICA e SEMIOLOGIA

1. O que é semiótica e semiologia?

• A semiótica é uma filosofia cientifica da linguagem. Seu campo de estudo trata dos signos e dos processos significativos e da maneira como se relacionam na natureza e na cultura (semiose: criar e recriar significações).– 0 objeto de investigação são todas as

linguagens possíveis.– Servem para a descrição, analise e

interpretação da dimensão representativa dos objetos, processos e fenômenos.

• A semiologia é o estudo dos signos especificamente criados pelos homens, A lingüística é um ramo da semiologia.

A semiologia faz parte da semiótica ou a semiótica faz parte da semiologia?

Criar e interpretar os signos é uma atividade que possibilita a linguagem e a

linguagem possibilita a formação das sociedades.

Pré - história e primeiras civilizações

Pintura rupestre, Boca de Lapa do Sol, Brasil

Máscaras "Savi", Rio Sepik, Nova Guiné

Livro dos mortos 2635 a 2154 a.C.

Escultura suméria, Irak, Tell Asmar, 2,900 - 2,600 a.C.

A preocupação com a definição dos signos aparece nos Diálogos sobre a Linguagem de Platão.

Semeion = signoSema = sinal

Grécia Clássica

Cerâmica, Édipo, 470 a.C. Cerâmica, “A música “ 470 a.C.

Atividade mito-poética = atividade semiótica

Significar: revelar o escondido

A Idade Média se caracteriza por um esforço interpretativo do mundo que tem origem:

- Na disposição para prolongar a atividade mito poética do homem clássico através de uma sensibilidade ao sobrenatural.- Na codificação secreta dos cristãos perseguidos pelos romanosque depois se converte em um sistema pedagógico e em política cultural. - Na fuga do real da condição endêmica de angustia e de

insegurança. O repertório simbólico é uma reação imaginativa ao sentimento de crise.

Idade Média Simbolismo aberto ao conhecimento popular

Aliud dicitur aliud demostraturO texto diz sempre alguma coisa diferente do que parece

dizer

Visão simbólico alegórica do universo: todo efeito é signo da própria causaNão se distingue símbolo de alegoria

A alegoria transforma o fenômeno em conceito e o conceito em imagem.O particular vale como emblema universal. Dizer alguma coisa diferente do sentido literal.

O símbolo transforma o fenômeno em idéia e a idéia em uma imagem por convenção ou regra. No símbolo não existe similaridade obvia entre o signo e o significado

Hermenêutica: interpretação dos textos bíblicos

Sentido literal – enunciado – ensina os fatos

Sentido alegórico – ensina o que deves crer

Sentido moral - ensina o que deves fazer

Sentido anagôgico – ensina ao que deves tender

Santo Agostinho funda a teoria dos signos:

“O signo é toda coisa que faz vir à mente alguma coisa além da

impressão que a própria coisa causa aos nossos sentidos”

Renascimento

Nicolau de Cusa – conceito de forma formarum: pluralidade dos mundos.– conceito de contração : conciliação dos opostos Deus esta no universo inteiro e em cada coisa do universo contrai-se o universo inteiro (o centro em toda parte e a circunferência em lugar nenhum)

Marsílio Ficino – Simpatia e semelhança: cosmos é uma rede de influencias em que o homem pode dominar por meio da astrologia, da simpatia e do talismã.

Simbolismo hermético, permitido só aos iniciados

Se o mundo é infinito e se todos os seres podem aparentar se segundo uma rede continuamente mutável de simpatias e semelhanças o simbolismo sempre permanecera aberto. Quanto mais aberto tanto mais misterioso e fechado aos não iniciados.

Barroco - Iluminismo

S. XVII Francis Bacon – código binárioJohn Locke – Doutrina dos signos “Semeiotike”: distingue as idéias (signos que representam as coisas) e as palavras (signos que representam idéias)Thomas Hobbes – signos: rede de tramas mentaisS. XVIII Johann Lambert Tratado “Semiotik” Limiar semiótico: Abaixo: sensações involuntárias, Acima: signos com cognição simbólicaDiderot: linguagem distorção da realidade (linguagem não verbal superior)

Iconicidade: correspondência entre signo e mundo

J.L. David, “O juramento dos Horatii”, 1784

Leonardo Flores, Santa Margarita, S.XVIII, Bolívia

Símbolo: pluralidade inaferrável dos sentidos, continua levitação do significadoRevalorização da metáfora como meio do conhecimento O discurso artístico vai se diferenciando do discurso filosóficoEstética do idealismo: autonomia

Eugene Delacroix, “A liberdade guiando o povo” 1830

2. Semiótica e semiologia modernas

A semiótica moderna

Ferdinand de Saussure

Semiologia

Charles SandersPeirce

Semiótica

Sistema binário Sistema triádico

Significado – Significante

Representamen – Objeto

- Interpretante

1857-1913 1839-1914

a) Sistema binário

Significado – significante

CADEIRA

Semiologia: o estudo do sistema de signos na vida social

Relações sintagmáticas Horizontal – o signo mantém associação com o signo que esta antes e com aquele que vem depois. Elementos explícitos: in presentia

Hoje faz calor

Relações paradigmáticasVertical – se reporta à língua que é um registro semântico estável. Elementos implícitos: in absentia

Ontem fez frio: o oposto ausente

Dicotomia dos tipos de relações no signo-Relações sintagmáticas-Relações paradigmáticas

Dicotomia entre língua e fala: o primeiro o uso social (o sistema) e o segundo o uso individual (a norma)

Dicotomia entre sincronia (atual) e diacronia (anterior)

Dicotomia entre tipos de normas, diatópicas (variantes regionais) e diastráticas (variantes culturais)

Estou estudando - Estou a estudar

To estudando

Romaria

Tu podesVocê pode

Primeira tricotomia: a tricotomia do signo

Signo (representamen) – objeto – interpretanteIQuali-signo, sin-signo, legi-signo

Quali – signo Qualidade sígnica imediata

Sin - signo Qualidade sígnica singularizada

Legi – signo Convenção substitutiva, normas, padrões

a) Sistema triádico

Signo (representamen) – objeto – interpretante I

ícone – índice - símbolo

Ícone – semelhança

Índice – relação direta sem ser semelhante

Símbolo – arbitrário e convencional

$

Segunda tricotomia: a tricotomia do signo - objeto

Signo (representamen) – objeto – interpretante I rema, dicente, argumento

Terceira tricotomia: a tricotomia do signo - interpretante

Rema - termoNão informa nem justifica

Vestido

Dicente – informaMas não justifica

Vestido de grife cara

Argumento – persuasivoJustifica-Dedutivo -Indutivo -Abdutivo-Vestido de grife cara, por tanto para festa especial

Signo

Quali-signoTransparente, líquido preto, vidro, liso

Sin-signoForma curvilínea

25cm de altura por 8 de diâmetro maior

Legi-signo Manual de fabricação

Objeto

ÍconeIlustração da Garrafa

ÍndiceConsumismo

SímboloJovialidade

Interpretante

Rema O que é? BebidaPara que serve? Matar a sedeO que é para mim? Bebida gaseificada doce

Dícente“Essa porcaria é gostosa”

ArgumentoSucesso de Marketinge vendas no mundo

SIGNO

Diagrama sintético do signo

WEBTECA

• Panorama da Semiótica: de Platão a Pierce, por Winfried Noth googlebooks

• O que é Semiótica, por Lucia Santaella, ISSUU

• Semiótica, perguntas e respostas, Centro de Estudos Peirceanos

• Iconicidade e Verossimilhança, semiótica aplicada ao texto verbal, por Darcilia Simões

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