03 - atualidades - virgínia
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CURSO ONLINEATUALIDADES PARA TCNICO DA REA ADMINISTRATIVA DO TJDFT
PROFESSORA VIRGNIA GUIMARES
Profa Virgnia Guimares www.pontodosconcursos.com.br
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AULA 03 INSERO DO BRASIL NO CENRIO INTERNACIONAL
Ol, meus queridos, como vo os estudos?
Hoje vamos ter um panorama bem amplo das relaes do Brasil com o
mundo, tanto no processo de internacionalizao da sua economia quanto na sua
insero na nova ordem mundial. Que o Brasil vem despontando, nos ltimos anos,
como um dos pases mais promissores do mundo, no segredo pra ningum, j quecansamos de ver nos telejornais notcias que nos do esse indcio, no mesmo?
Muitos atribuam o crescimento dessa importncia figura do ex-presidente
Lula, mas um forte indcio de que o poder no estava diretamente ligado figura e
sim importncia do Brasil no mundo foi o ltimo ranking da revista Forbes.
Divulgado nos ltimos dias do ms de agosto de 2011, o ranking apontou a atual
presidente, Dilma Rousseff, como a terceira mulher mais poderosa do mundo.
Ainda que alguns prefiram ignorar este dado, ele tem muito a nos indicar
sobre esse crescimento do poder do Brasil no mundo, no mesmo? Isso, porque,
antes de ser eleita presidente, a senhora Dilma no estava nessa lista e agora, no
apenas pertence a essa lista, como a encabea. Portanto, dirigir um pas como o
Brasil foi o que lhe conferiu um poder diferenciado dado a importncia do pas no
cenrio mundial.
Todavia, apesar de termos uma vaga ideia da importncia do Brasil nomundo, ser que ns sabemos como so suas relaes com os demais pases? Se
voc foi um dos que respondeu no, no se incomode, pois poucas pessoas
compreendem esse assunto e a partir de hoje, voc far parte deste seleto grupo,
ok? ;)
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1 O Brasil e a Amrica
Bem, depois de termos estudado a globalizao, ficou claro para todos ns
que atualmente vivemos num contexto bem diferente do perodo da Guerra Fria, no mesmo? Se antes tnhamos apenas dois plos de poder no mundo (comandados por
EUA e URSS), hoje em dia, a existncia de vrios desses plos o elemento central
do cenrio vivido.
Todavia, essa multipolarizao no ocorre de forma tranquila, e sim
bastante conflituosa, j que os detentores do poder no desejam perd-lo! Ainda
assim, no mundo globalizado, a desconcentrao de poder no uma escolha.
Inevitavelmente vo surgindo novos competidores - que possuem meios e
disposio - para contestar o papel de liderana das superpotncias na conduo dos
mais variados assuntos internacionais.
Em meio a tanta competio, torna-se comum a existncia de
discordncias sobre questes relevantes do cenrio poltico e econmico
internacional. Em consequncia disso, aumentam as tenses entre os principais
atores da poltica mundial, que se lanam em jogos de aliana envolvendo
pequenas e mdias potncias.
Esse contexto de busca por aliados favorece, significativamente, a
importncia do Brasil no cenrio internacional, uma vez que ele se destaca e se
fortalece econmica e institucionalmente ao constituir determinadas alianas.
Para analisar a insero brasileira no contexto internacional, precisamos
levar em considerao seu entorno estratgico e suas ambies no ajuste das
naes.
Bem, nosso pas est localizado na Amrica do Sul, portanto, est distante
dos grandes focos de conflitos mundiais Oriente Mdio, ndia e Paquisto, Coreias,
frica e livre de armas nucleares. O conflito mais srio que permeia a nossa
realidade o caso dos brasiguaios. Entretanto, ele vira caf pequeno diante dos
outros conflitos espalhados pelo mundo.
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Alm disso, o perfil poltico da Amrica Latina mudou significativamente nos
ltimos anos, colocando a regio no fenmeno conhecido pelo nome de onda
vermelha. Caracterizado pela subida de vrios lderes de esquerda ao poder, esse
fenmeno se iniciou com o presidente venezuelano Hugo Chvez, em 1998. A partir
dali, a escalada da esquerda no parou mais e foi entendida como uma reao ao
fracasso dos governos conservadores, j que a proposta vermelha sempre esteve
voltada aos problemas sociais e econmicos da Amrica Latina.
Com um discurso totalmente anti-Bush, Hugo Chvez se transformou em
inspirao para outros presidentes latinos como Evo Morales, da Bolvia, Rafael
Correa, do Equador e o reeleito agora em 2012, Daniel Ortega, da Nicargua! A onda
vermelha contagiou at mesmo governantes de partidos mais tradicionais como
Nstor Kirchner, ex-presidente argentino, falecido em 2010.
Em contraposio a esta realidade, os Estados Unidos tambm possuem
seus aliados na Amrica Latina, donde se destacam o Mxico e a Colmbia. Alm
disso, os americanos se mostram bastante dispostos a se aproximar dos dirigentes
esquerdistas que possuem polticas econmicas de no-interveno do Estado na
economia, como o Brasil e o Chile.
Durante a maior parte do sculo XX, a poltica externa brasileira se orientou
pelo eixo da diplomacia desenvolvimentista, coerente com o projeto de
industrializao nacional e com o modelo de substituio de importaes. Isso lhe
permitiu um bom ambiente externo para que se desenvolvesse internamente.
Apesar disso, durante o regime militar, o projeto geopoltico brasileiro
estava voltado para garantir a sua supremacia militar sul-americana por meio daaquisio de tecnologias de msseis e enriquecimento de urnio, inclusive com fins
nucleares. Em nome da aquisio de toda a tecnologia nuclear, o Brasil, inclusive,
rejeitou em 1968 o Tratado de No Proliferao (TNP), tornando-se signatrio deste
tratado apenas na dcada de 90.
O fato que com a redemocratizao na Amrica do Sul, na dcada de 80,
a situao se reconfigurou e o Brasil firmou-se como liderana regional construtiva,
devido ao tamanho de sua economia e metas de sua poltica externa.
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Se observarmos o mapa da Amrica do Sul, fica fcil visualizar a dimenso
da superioridade territorial do Brasil com relao aos seus vizinhos, no mesmo?
Essa superioridade acaba se estendendo tambm ao lado econmico, mas no
necessariamente ao social. Veja
PIB (nominal) de 2006
Argentina 212,702
Bolvia 10,828
Brasil 1.067,706
Chile 145,205
Colmbia 135,075
Equador 40,447
Guiana 0,870
Paraguai 8,773
Peru 110,789
Suriname 2,112
Uruguai 19,221
Venezuela 181,608
Essa tabela nos mostra que o PIB brasileiro , expressivamente, o maior da
Amrica do Sul, certo? Entretanto, isso no sign
desenvolvimento humano, que ficou para o Chile.
No campo econmico, existem pases com economia madura, como Brasil e
Argentina, enquanto outros so mais frgeis economicamente, como Bolvia e
Paraguai. J no campo social, a Amrica do Sul sofre, de forma generalizada, com o
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Se observarmos o mapa da Amrica do Sul, fica fcil visualizar a dimenso
da superioridade territorial do Brasil com relao aos seus vizinhos, no mesmo?
Essa superioridade acaba se estendendo tambm ao lado econmico, mas no
cessariamente ao social. Vejam a tabela:
1.067,706
tabela nos mostra que o PIB brasileiro , expressivamente, o maior da
? Entretanto, isso no significa que tenhamos o melhor ndice de
desenvolvimento humano, que ficou para o Chile.
No campo econmico, existem pases com economia madura, como Brasil e
Argentina, enquanto outros so mais frgeis economicamente, como Bolvia e
ocial, a Amrica do Sul sofre, de forma generalizada, com o
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Se observarmos o mapa da Amrica do Sul, fica fcil visualizar a dimenso
da superioridade territorial do Brasil com relao aos seus vizinhos, no mesmo?
Essa superioridade acaba se estendendo tambm ao lado econmico, mas no
IDH de 2007
0.866
0.729
0.813
0.878
0.807
0.806
0.729
0.761
0.806
0.769
0.865
0.844
tabela nos mostra que o PIB brasileiro , expressivamente, o maior da
ifica que tenhamos o melhor ndice de
No campo econmico, existem pases com economia madura, como Brasil e
Argentina, enquanto outros so mais frgeis economicamente, como Bolvia e
ocial, a Amrica do Sul sofre, de forma generalizada, com o
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problema da desigualdade na distribuio de renda e com a concentrao do poder
econmico nas mos de uma minoria. Basta analisarmos, ainda que rapidamente a
tabela acima, para percebermos.
Como podemos constatar, o continente sul-americano marcado por ampla
heterogeneidade poltica, social e econmica. Ao mesmo tempo em que h pases com
o regime democrtico consolidado, como o Brasil, h outros em que ainda persistem
regimes autoritrios, que limitam a liberdade de imprensa e de opinio, como o caso
da Venezuela.
A existncia de todas essas heterogeneidades um ponto que cria
complicaes ao processo de integrao na Amrica do Sul. E por que essa integrao
to valorizada?
Bem, uma vez que o territrio esteja integrado, isso significa que os
interesses esto compatveis e, portanto, se reduziria a possibilidade de conflitos na
regio. Embora a iniciativa de formao da UNASUL ressalte a inteno de congregar
todos os pases da Amrica do Sul sob um nico bloco econmico, o que se v na
prtica outra coisa.
Atualmente, h dois fortes blocos no continente: o MERCOSUL (formado por
Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela em processo de adeso) e a
Comunidade Andina (Bolvia, Colmbia, Equador e Peru).
Considerando que, conforme afirma a Poltica de Defesa Nacional, a
segurana de um pas afetada pelo grau de instabilidade da regio em que se
insere, importante termos uma noo de como funcionam as relaes polticas entre
os pases sul-americanos. A seguir, comentarei situaes relevantes nas relaes
entre os pases da regio.
Bom, vamos observar o mapa para termos em mente a configurao da
regio que ser abordada nos prximos itens. No se acanhem em voltar ao mapa
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quantas vezes precisar para lembrar quem vizinho de quem, t?
Pases-membros da Comunidade Andina
Pases-membros do MERCOSUL
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1.1 O Brasil e a Argentina
Como pudemos observar no mapa e na tabela sobre a Amrica do Sul,
Brasil e Argentina no so apenas os dois maiores pases da regio. Eles tambm
possuem as duas maiores economias, no mesmo? Mas o que isso influencia no
andamento da poltica e da economia sul-americana?
Bem, justamente por serem os maiores, de suma importncia que haja
um bom relacionamento entre eles para que seja possvel a construo de uma
Amrica Latina integrada e de um MERCOSUL fortalecido.
S pra lembrar, pessoal, o MERCOSUL , ao mesmo tempo, um mercado
comum e uma Unio Aduaneira , pois esta pode ser considerada como uma etapa na
qual os pases adotam uma mesma tarifao para os produtos que serocomercializados entre si, dizendo respeito, portanto, a economia. Enquanto o
Mercado comum diz respeito circulao de pessoas e empresas, no tendo nada a
ver com tarifaes! ;)
Vocs j ouviram falar, por exemplo, que brasileiros pra entrar na
Argentina no precisam de passaporte? Pois ento, isso s ocorre devido a existncia
desse Mercado Comum entre os pases que nos permitem essa livre circulao entre
Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.
Bem, mas, voltando s relaes Brasil/Argentina...
Na medida em que o entendimento poltico entre os dois pases torna-se
mais slido, as questes que provocam atritos pontuais passam a ser resolvidas por
meio de mecanismos diplomticos j consolidados. Assim, apesar de existirem
diferenas de entendimento sobre determinados temas, so usualmente marcadas
reunies entre os presidentes, ministros ou autoridades dos dois governos para que se
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chegue a um acordo. O importante, nesse sentido, que as diferenas entre esses
pases passam a ser tratadas, via de regra, em um ambiente institucional de dilogo,
como j existe entre os dois pases.
O resultado disso que as relaes comerciais entre Brasil e Argentina so
bastante aprofundadas, existindo, inclusive, projetos de cooperao nas reas
econmicas e grande fluxo de investimento entre eles. Apesar do bom relacionamento
entre esses pases, o contexto econmico mundial atual acabou favorecendo um
aumento das medidas protecionistas entre esses dois pases.
No campo poltico, a diferena de posio mais visvel que existe
entre Brasil e Argentina com relao reforma do Conselho de Segurana
da ONU. A Argentina no aceita que o Brasil se torne um membro permanente desse
rgo.
Todavia, no geral, as polticas adotadas, desde os anos noventa, apesar de
no serem idnticas, so muito parecidas. Essa similaridade evidenciada por meio
da liberalizao econmica e da desestatizao de empresas nacionais. Essas medidas
acabaram levando a um quadro de grave fragilizao das contas externas e
estrangulamento das finanas pblicas no final da dcada de 90 e nos primeiros anos
do sculo XXI.
Especialmente no caso argentino, a moratria externa decretada em 2001 e
o crescimento da dvida interna ilustraram a sua fragilidade econmica com clareza
assustadora. No caso brasileiro, ainda existe uma forte convico de que vivemos
uma situao normal o que no significa, de modo algum, que no estejamos
vulnerveis s crises externas, ok? Isso porque, quando existe crise ao nosso redor,so criadas severas limitaes econmicas dos pases em crise com relao ao nosso
mercado, implicando em explcita perda de bons negcios. Vejamos algumas
questes!
1) (CESPE/TRT-17 Regio / 2009) Na Argentina, pas vizinho e membro do
MERCOSUL, aplicou-se recentemente o expediente protecionista na compra
de produtos brasileiros, sob alegao fundamentada no atual contexto de
crise.
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COMENTRIOS
Em 2009, o governo da Argentina deu mais um passo na sua escalada
protecionista ao impor entraves importao de 60 grupos de produtos do Mercosul,entre txteis, eletrodomsticos e mveis.
Essas restries ocorreram em meio crise mundial, o que derrubou o
comrcio entre Brasil e Argentina em 45%, abrindo uma nova temporada de conflitos
comerciais entre os vizinhos. Portanto a questo est correta.
Gabarito: Certo
2) (FCC/Escriturrio-Banco do Brasil/2011) Os exportadores brasileiros de
geladeiras, foges e mquinas de lavar roupa voltaram a enfrentar barreiras
no mercado (...). Conforme o Estado apurou, 35 caminhes esto parados
nos depsitos alfandegrios espera de autorizao para circular no pas.
(O Estado de S. Paulo, 13/05/2011, p. B3)
O texto acima destaca uma nova crise comercial provocada pelo
protecionismo comercial
(A) do Paraguai.
(B) da Venezuela.
(C) do Peru.
(D) da Bolvia.
(E) da Argentina.
COMENTRIOS
Resposta certa: letra E, Argentina. As disputas entre os dois pases no
acalorada apenas quando o assunto futebol. Tambm no que se refere s relaes
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comerciais, grandes so os impasses que enfrentam, como vimos nas explicaes
acima, no mesmo?!
No incio de2011, a Argentina aumentou o nmero de produtos que no tmlicenas automticas para entrar no pas, o objetivo era proteger sua prpria
indstria. No entanto, essa medida protecionista trouxe tona grande
descontentamento dos exportadores brasileiros.
S para entender melhor: a licena no automtica um mecanismo que
permite aos pases regularem e dilatar em at 60 dias o prazo para autorizar a
entrada de produtos em seus mercados. Essa medida foi grandemente usada durante
o auge da crise mundial, trazendo graves problemas ao comrcio internacional.
No caso em questo da relao Brasil-Argentina, a medida adotada pelos
argentinos afetou gravemente as exportaes brasileiras e acabou levando o Brasil a
impor licenas no automticas importao de automveis, atingindo em cheio os
exportadores argentinos.
A guerra comercial entre os dois pases, como j foi dito, histrica, passou
por um perodo de trgua depois de 2006, quando os governos dos dois pases
assinaram acordos para equilibrar seus respectivos setores industriais. Mas, entrou
em ebulio novamente agora, com as medidas protecionistas acionadas pelos dois
lados, sem sinais de esmorecer.
Gabarito: E
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1.2 Brasil e a Bolvia
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O governo de Evo Morales tinha como marca registrada uma retrica
nacionalista, que tem como ideia-fora a defesa da soberania nacional. Seguindo essa
linha de pensamento, vrias empresas foram estatizadas. Destaca-se entre elas a
controversa estatizao de refinarias da Petrobrs localizadas em territrio
boliviano. A deciso de nacionalizar a explorao de hidrocarbonetos algo que est
relacionado presso sofrida por movimentos populares que foram responsveis pela
eleio de Evo Morales.
Apesar de esse episdio ter gerado um estremecimento nas relaes entre
esses dois pases, o governo boliviano estuda o desenvolvimento de projetos
conjuntos, aproveitando a experincia da Eletrobrs. Dentro da meta de dar
eletricidade a todos os bolivianos, o governo desse pas entende como estratgica a
integrao energtica com o Brasil e no descarta, inclusive, a venda de energia
excedente para o mercado brasileiro.A Bolvia possui um potencial de produo
estimado em 40 gigawatts (GW), do qual apenas 1% est sendo utilizado atualmente,
levando o governo boliviano a desenvolver uma intensa srie de projetos de centrais
hidreltricas.
A essa altura vocs devem estar se perguntando, mas o que isso tem a vercom o Brasil? Tem que parte dessas centrais est localizada prximo fronteira com o
Brasil, fazendo deste pas o seu mercado natural. Assim, as embaixadas dos dois
pases j iniciaram conversaes sobre a possibilidade de realizao de projetos
conjuntos com a Eletrobrs. Isso porque reconhecida pelo governo boliviano a
importncia da experincia dessa empresa para o auxilio na reestruturao da
Empresa Nacional de Eletricidade da Bolvia (Ende).
Atualmente, o Brasil importa 24 milhes de metros cbicos de gs natural
boliviano, o que corresponde a quase 50% de todo o gs produzido naquele pas.
Esses dados nos permitem afirmar que a Bolvia , portanto, fortemente dependente
da exportao de gs natural, que tem no Brasil seu principal mercado consumidor.
Isso porque, apesar de tambm fazer fronteira com a Argentina, este pas quase
auto-suficiente no suprimento de gs natural, ou seja, praticamente no precisa do
gs boliviano.
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Vocs devem estar lembrados, mesmo que vagamente, de uma crise entre
o Brasil e a Bolvia no ano de 2006, no mesmo? Aquela crise ocorreu quando o
presidente decretou a nacionalizao das empresas privatizadas e das companhias
que ganharam concesses para explorar blocos. Dentre essas empresas estava a
Petrobrs com, pelo menos, 35% de participao nos dois principais campos de gs
do pas, San Alberto e San Antonio.
Essa nacionalizao dos campos de petrleo e gs natural e das refinarias,
decretada pelo presidente Evo Morales, se transformou num marco na histria poltica
do pas. A Bolvia o pas mais pobre da Amrica do Sul, apesar de suas ricas
reservas naturais, que esto estimadas em quase 1,5 trilhes de metros cbicos de
gs.
Apesar disso, a medida foi temporariamente suspensa, j que um eventual
rompimento entre o Brasil e Bolvia, traria incontveis prejuzos a esse pas, que teria
como opes de grandes consumidores apenas o Chile e os EUA. Entretanto, ambas
as possibilidades apareciam como econmica e politicamente inviveis para o pas,
afinal, como seria levado o gs boliviano at os EUA? Uma coisa construir um
gasoduto com o seu vizinho, outra ter que levar esse gs pro lado oposto docontinente, no mesmo?
Enfim, ao que tudo indica, a nacionalizao do gs foi uma medida
encontrada pelo governo de aumentar sua participao na receita das empresas
estrangeiras que exploravam o produto de maneira pouco regulada no pas. Assim, a
Petrobrs acabou aceitando as novas regras, que diminuram, drasticamente, o lucro
das multinacionais.
O Brasil sentiu o baque da nacionalizao porque era (e ainda )
dependente do gs boliviano, mas, por outro lado, tambm somos a principal fonte de
riqueza da Bolvia, j que somos o principal comprador do combustvel. Uma alta no
preo do gs e a ameaa de desabastecimento impulsionou o governo brasileiro a
buscar outras fontes de energia. Deste modo, aps as descobertas do pr-sal, a
expectativa existente de que as compras de gs boliviano, no futuro, sejam cada
vez menores, apesar de, atualmente, a situao j estar controlada.
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Outro ponto fundamental quando se pensa na relao entre Brasil e Bolvia
o tamanho da fronteira existente entre esses dois pases, que interfere tanto
positiva quanto negativamente. Um dos fatores positivos de termos fronteira to
extensa com este pas ns acabamos de ver, quando abordamos a questo da
energia. Entretanto, essa regio tambm considerada uma das mais importantes
portas de entrada de drogas para o Brasil, exigindo um trabalho permanente de
desarticulao do crime organizado.
Do mesmo modo, a explorao irregular de ouro outro problema que
atinge a fronteira entre estes dois pases. Por isso, militares da Bolvia patrulham rios
navegveis na Amaznia boliviana e mobilizam homens na fronteira com o Brasil
numa tentativa de ajustar a explorao ilegal de ouro. justamente por no haver
uma forte fiscalizao dos Estados (Brasil e Bolvia) que as atividades ilegais de
mineiros bolivianos e brasileiros so to comuns.
Politicamente, podemos dizer que o atual governo boliviano, embora tenha
o apoio de alguns setores da sociedade, tambm sofre de grande oposio interna.
Essa oposio vem principalmente dos governadores dos Departamentos (estados)
mais ricos do pas que no reconhecem a Constituio de 2007, votada sem suaparticipao. Em janeiro de 2009, diante de presses oposicionistas, essa Constituio
foi alterada e aprovada em referendo pela populao. Apesar disso, ainda hoje
persiste grande controvrsia poltica entre oposio e governistas na Bolvia.
Uma questo crucial na poltica externa boliviana a ausncia de
sada para o mar (Oceano Pacfico), o que dificulta sua logstica de
transportes.
Esse assunto to importante que remonta a um grave problema
geopoltico da regio! Entre os anos de 1879 e 1883, Bolvia e Peru se defrontaram
contra o Chile no conflito que ficou conhecido por Guerra do Pacfico, originada a
partir de uma controvrsia sobre a posse de parte do deserto do Atacama, rica em
recursos minerais. Tendo o Chile vencido a guerra, a Bolvia perdeu sua sada para o
mar, o que gera at hoje tenses geopolticas. Ao ler a atual Constituio Boliviana,
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verifica-se que um dos objetivos nacionais daquele pas a recuperao do acesso ao
Pacfico. Querem ver como o tema j foi cobrado em provas de concursos?
(CESPE/ABIN / 2008)A Bolvia radicalizou a tese da volubilidade do Estado
nacional at o incio do sculo XXI, afastando-se ela mesma da mdia de
recomposio institucional dos demais pases da Amrica do Sul. Os fatos bolivianos
que assustam o brasileiro mdio nesses dias e as preocupaes naturais ante a
iminncia do corte de suprimento de gs ou dos riscos de uma guerra civil na fronteira
porosa, seca e imensa que o Brasil compartilha com aquele pas expem as
dificuldades que permanecem para a formao de instituies do Estado moderno de
direito do outro lado da fronteira.
Jos Flvio Sombra Saraiva. Duas naes e um Estado imperfeito. In: Correio
Braziliense, 13/9/2008, p. 23 (com adaptaes).
Tomando o texto acima como referncia inicial, julgue os itens, relativos
instabilidade poltica na Bolvia, suas razes histricas e seus
desdobramentos recentes, bem como suas consequncias para o processo de
integrao em curso na Amrica do Sul.
3) A Bolvia, apesar de isolada no contexto sul-americano, vem buscando
desenvolver um sistema de alianas extracontinentais seguras com parceiros
internacionais confiveis e apreciados por todas as lideranas polticas da
UNASUL.
COMENTRIOS
A poltica exterior boliviana tem como foco principal o regionalismo, deforma que no podemos dizer que ela tem buscado desenvolver alianas
extracontinentais seguras. Dessa forma, a Bolvia no est isolada no contexto sul-
americano, participando de organizaes internacionais regionais, como, por exemplo,
a UNASUL. Questo errada!
Gabarito: Errado
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4) A ausncia de uma sada para o mar a Bolvia localiza-se entre os Andes
e o mundo platino-brasileiro , elites esgaradas e uma economia em franca
retrao so fatores que justificam o conjunto de dificuldades que a Bolvia
vem enfrentando desde 2003.
COMENTRIOS
Vamos examinar a questo por partes!
1) A Bolvia possui sada para o mar? No, e essa uma questo crucial da poltica
externa boliviana. Esse pas perdeu para o Chile a sada para o mar aps a Guerra do
Pacfico.
2) A Bolvia possui elites esgaradas? No, as elites bolivianas so bastante fortes,
tanto que o governo de Evo Morales tem sofrido grande presso interna dos
governadores dos Departamentos mais ricos do pas.
3) A economia boliviana est em fraca retrao? No d pra dizer isso hoje em dia.
Em 2009, a economia boliviana cresceu cerca de 3,7%. J no primeiro semestre de
2010, cresceu por volta de 3,26%.
Por tudo o que comentei, a questo est errada.
Gabarito: Errado
5) A doutrina da no-interveno, tradicional na formulao jurdica de
Estados novos e revivida na Amrica do Sul, focada na manuteno das
soberanias polticas dos Estados nacionais, se traduz, na crise boliviana, noalheamento dos Estados responsveis pelo avano de proposies voltadas
para o dilogo e no esforo de estabilidade do pas mais central da Amrica
do Sul.
COMENTRIOS
Essa uma questo bastante complexa da prova de Oficial de Inteligncia
2008, tendo sido anulada pela banca examinadora. A doutrina da no-interveno
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sim uma poltica dos Estados sul-americanos, que preferem, em respeito soberania,
deixar os assuntos internos por conta de cada pas.
Na crise boliviana, no d para dizer, todavia, que houve alheamento dosEstados sul-americanos responsveis pelo avano de proposies voltadas para o
dilogo e no esforo de estabilidade do pas mais central da Amrica do Sul. Isso
porque, poca, foi realizada, inclusive, reunio da UNASUL para tratar da crise
poltica boliviana.
Gabarito: Anulada
6) A dicotomia entre as elites economicamente poderosas do orienteboliviano e o governo central dos Andes pauperizado, quase artificial e
inventada pelas prprias elites, no reflete plenamente a realidade boliviana,
com baixos nveis de cidadania em todo o territrio e com migraes internas
e intensas nos nveis de baixa escolaridade e elevada pobreza.
COMENTRIOS
H uma dicotomia na Bolvia entre as elites poderosas dos Departamentosmais ricos e o governo central dos Andes, o que motivo da crise poltica naquele
pas. Alm disso, h baixos nveis de escolaridade e elevada pobreza no territrio
boliviano. Dessa forma, a questo est correta.
Apesar disso, gostaria de deixar registrado que o CESPE no mandou bem
na redao da questo ao dizer que: com baixos nveis de cidadania em todo o
territrio e com migraes internas e intensas nos nveis de baixa escolaridade e
elevada pobreza.Da maneira que est escrito, fica parecendo que quem migra so
os nveis de baixa escolaridade e a pobreza.
Gabarito: Certo
7) O Brasil, que tem demonstrado baixa capacidade de suprimento
energtico interno, depende da Bolvia para abastecimento de todo o gs que
consome.
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COMENTRIOS
Apesar da maior parte do abastecimento de gs do Brasil ser proveniente
do gasoduto Bolvia-Brasil, nosso pas apresenta boas reservas nas Bacias de Campos,de Santos e do Esprito Santo.
Com a entrada em operao do Gasoduto Bolvia-Brasil em 1999, houve um
aumento expressivo na oferta nacional de gs natural, mas dizer que nosso pas
depende da Bolvia para abastecimento de todo o gs que consome est errado.
Gabarito: Errado
___X___
1.3 Brasil e a Venezuela
Situada ao norte da Amrica do Sul, a Venezuela um pas repleto de
belezas e contrastes. Atualmente dirigida pelo presidente Hugo Chvez, ela possui
polticas bem peculiares e distintas do restante dos pases sul-americanos. Chvez foi
um dos lderes de uma tentativa fracassada de golpe militar que,
surpreendentemente, conseguiu ascender Presidncia da Repblica por meio do voto
popular.
Apesar de ser classificado como ditador por muitos setores e pases, a
verdade que nenhum governante atual obteve tantas vitrias eleitorais como
Chvez. Assim, mesmo enfrentando forte oposio da imprensa e da classe mdia
venezuelana, o amplo apoio dos setores populares e dos parlamentares ao presidente
legitima e fortifica, cada vez mais, o seu governo. Agora, com o anncio de sua
doena, o governo fica um pouco fragilizado j que Chvez no possui herdeiros
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polticos. Todavia, deixa de existir no imaginrio popular e no cenrio internacional a
ideia de um pas eternamente liderado por Chvez, no mesmo?
Enfim, doenas a parte, o fato que, mesmo existindo pontos de tensoentre Brasil e Venezuela, podemos afirmar que as relaes entre esses pases so
bastante estreitas. Contudo, um dos pontos mais delicados diz respeito ao extremo
nacionalismo que acompanha a conduta antiamericanista de Chvez, influenciando
toda a sua poltica externa.
Essa conduta a principal mola propulsora para todas as peculiaridades de
seu governo, como as especulaes sobre suas relaes secretas com grupos
guerrilheiros das FARC, a implementao de uma nova doutrina militar e compras de
armamentos.
De todos esses pontos citados, a compra de armamentos foi uma das
especulaes que se materializou. Em 2008, uma aliana entre a Venezuela e a Rssia
fez do pas latino o terceiro maior comprador da indstria de armamentos russa,
perdendo apenas para China e ndia.
A questo mais importante nessa histria : para qu a Venezuela quer
tantos armamentos? Estaria planejando invadir seus vizinhos?
Muita polmica permeou (e ainda permeia!) esse assunto. Apesar disso, o
presidente Chvez alega que precisa estar preparado para defender a Venezuela e
seus recursos petrolferos de um eventual ataque norte-americano. claro que
Washington nega estar planejando qualquer ao deste tipo, ainda assim, a Venezuela
insiste na alegao de que esse apenas o armamento necessrio para a sua defesa
nacional.
Assim, o Exrcito venezuelano vem sendo reequipado com msseis, tanques
e submarinos russos, para resistir a qualquer custo quilo que classifica como
imperialismo norte-americano na Amrica Latina.
Desde outubro de 2009, a Venezuela vem batendo com ainda mais
insistncia na tecla desse imperialismo. Isso porque os Estados Unidos e a Colmbia
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assinaram um acordo para que militares americanos pudessem utilizar sete bases
colombianas para combater as FARC. Observe no mapa a situao geogrfica da
fronteira onde se localizam as bases cedidas aos EUA.
Como podemos observar, a faixa fronteiria entre esses dois pases
significativa, no mesmo? Alm disso, a Colmbia faz fronteira com outros pases
muito importantes da Amrica do Sul, como o Brasil. Por essas e outras que o
governo venezuelano entende que isso , na verdade, uma estratgia norte-
americana para se dirigir contra os governos revolucionrios da Amrica Latina.
Desse modo, ao adquirir reforos nos armamentos militares, a Venezuela
acaba combatendo a hegemonia militar norte-americana na Amrica do Sul e
incentivando a militarizao nessa regio. Assim, Argentina, Chile e at mesmo o
Brasil aumentaram em at 50% os gastos com material blico e promoveram uma
reorganizao das defesas de fronteira e costas.
Com a posse de Obama, a tenso entre Venezuela e EUA havia diminudo
consideravelmente, apesar da continuidade do discurso nacionalista e
antiamericanista de Hugo Chvez. Entretanto, uma nova tenso quase colocou em
xeque as estreitas relaes comerciais desses dois pases: o problema na Colmbia.
A Venezuela envia, diariamente, aos Estados Unidos, 1,4 milho de barris
de petrleo, o que corresponde a cerca de 15% do consumo total do mercado
estadunidense. Pois bem, diante da crise entre Colmbia e Venezuela, em que os EUA
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se posicionariam ao lado daquele pas, o presidente Hugo Chvez ameaou cortar o
fornecimento de petrleo para os EUA, em caso de ataque por parte da Colmbia.
A ameaa consequncia da tenso crescente que levou ao rompimentodas relaes diplomticas entre os dois vizinhos e mais uma resposta de Chvez s
acusaes feitas por Bogot de que Caracas esconde guerrilheiros das Foras Armadas
Revolucionrias da Colmbia.
Mas, afinal, o que est havendo entre Venezuela e Colmbia?
O ex-presidente da Colmbia, Uribe, acusou Chvez de permitir que 1.500
guerrilheiros habitem, pelo menos, 87 acampamentos rebeldes ao longo da fronteirada Venezuela. Segundo Uribe, os rebeldes teriam ali total liberdade para planejar
ataques contra o governo colombiano.
Mapas de satlite, onde se vem estruturas no meio do nada, e fotos de
rebeldes comendo tranquilamente foram exibidas pela Colmbia, durante uma sesso
extraordinria da Organizao de Estados Americanos.
Por sua vez, o presidente da Venezuela rompeu relaes diplomticas com aColmbia, depois de quase cem anos, em consequncia das acusaes de Bogot
levadas Organizao de Estados Americanos (OEA). Todavia, assim que o novo
presidente Juan Manuel Santos assumiu o poder na Colmbia, os laos
diplomticos entre os dois pases foram reatados.
Apesar de toda a crise, o pas tenta ingressar no MERCOSUL e melhorar,
deste modo, sua relao econmica com a maior parte de seus vizinhos. Para que isso
ocorra, e a Venezuela passe a integrar o bloco falta, apenas, a aprovao paraguaia,
j que o Brasil, com o apoio do ento presidente Lula, aprovou a adeso.
8) (CESPE / ANTAQ / 2009)A crescente importncia do Brasil e da Venezuela
no cenrio sulamericano, inclusive no que se refere mediao entre partes
em crises regionais, emana da modernizao econmica, da tranqilidade
poltica e da projeo internacional de que gozam os dois pases, em igual
proporo e legitimidade internacional.
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COMENTRIOS
Realmente, Brasil e Venezuela crescem cada vez mais sua importncia no
cenrio poltico sul-americano, o que motivado, principalmente, pela foraeconmica desses dois Estados. Todavia, est errado afirmar que os dois pases
gozam, em iguais propores de tranqilidade poltica e projeo internacional. Em
primeiro lugar, porque a Venezuela no goza de tranqilidade poltica, havendo forte
oposio interna ao governo Chvez. Em segundo lugar, porque a projeo e a
legitimidade internacional brasileira so muito superiores da Venezuela, que se
caracteriza por possuir, ainda, um regime autoritrio.
Logo, a questo est errada.
Gabarito: Errado
9) (CESPE/ANTAQ / 2009)Na atualidade, os pases latino-americanos que
melhor se relacionam com os EUA so Cuba e Venezuela.
COMENTRIOS
Essa questo est errada, pois os maiores aliados dos Estados Unidos na
Amrica Latina so o Mxico e a Colmbia. Aos dois pases citados na questo
compete o papel de principais inimigos.
Gabarito: Errado
10) (CESPE/INMETRO / 2009) Na atualidade, governos como os da
Venezuela, Bolvia e Equador defendem posies polticas assemelhadas,algumas delas claramente convergentes, e tendem a prestar apoio e
solidariedade ao regime cubano.
COMENTRIOS
Um dos pontos principais entre os presidentes dos pases citados na
questo o fato de adotarem uma retrica nacionalista e de defesa da soberania
nacional. Muitas vezes, eles chegaram, inclusive, a retomar o controle de empresas
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estratgicas nas reas de energia e telefonia, entre vrias outras. Portanto,a questo
esta correta!
Gabarito: Certo
___X___
1.4- Brasil e Colmbia
A aproximao do Brasil com a Venezuela causou certo distanciamento em
relao Colmbia, sobretudo em consequncia da aliana militar que este pas
acordou com os EUA.
Assim, podemos afirmar, categoricamente, que dentre os presidentes sul-
americanos, o colombiano lvaro Uribe (ex-presidente da Colmbia) era o maior
aliado dos EUA. Alm disso, Uribe foi o lder mais popular na histria da Colmbia por
sua poltica de represso contra rebeldes traficantes de drogas. As cidades e rodovias
colombianas se tornaram mais seguras desde que Uribe assumiu a Presidncia em
2002, estimulando um aumento significativo na confiana de investidores.
Entretanto, todos esses benefcios do governo Uribe s foram possveis
graas ajuda dos EUA, que possuem um acordo de cooperao com a Colmbia.Como j vimos antes, esse acordo permite a instalao de bases militares norte-
americanos em territrio colombiano, ou seja, acaba ampliando a participao militar
dos EUA na Amrica do Sul, o que visto com desconfiana at mesmo dentro da
Colmbia.
Segundo muitos especialistas, os reais objetivos dessa guerra s drogas
so geoestratgicos, geopolticos e econmicos. Entretanto, o argumento
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utilizado sempre o de combater o narcotrfico, entendido como a atividade que
financia a atuao da guerrilha colombiana, intitulada FARC.
A possibilidade de instalao de bases militares norte-americanas naColmbia e as FARC tm sido um dos grandes pontos de tenso na Amrica do Sul,
principalmente em relao ao Equador e Venezuela.
Em 2008, o exrcito colombiano matou, em territrio equatoriano, o
segundo dirigente mais importante das FARC poca. Essa incidente causou uma
crise poltico-diplomtica entre Equador e Colmbia, motivada pela violao
integridade territorial equatoriana.
, pessoal, como vocs j perceberam, sempre que vamos estudar conflitos
a coisa se complica, no mesmo? Isso ocorre porque no h como darmos uma
explicao nica e objetiva sobre os acontecimentos, os quais geralmente envolvem
questes polticas, econmicas e estratgicas.
Justamente baseado nessas questes que o conflito entre Venezuela e
Colmbia foi levado para ser intermediado por diferentes instituies internacionais: a
OEA e a UNASUL. O conflito estava de tal modo cristalizado que os pases no
conseguiam chegar sequer a um consenso sobre qual instituio possua mais
legitimidade para solucionar a controvrsia.
Assim, enquanto de um lado a Colmbia levava todas as provas que dizia
possuir contra a Venezuela OEA, a Venezuela, por sua vez, se utilizava da UNASUL.
Pra no ficar um argumento solto e podermos entender o porqu de cada
pas levar a pendncia para ser resolvida em um frum diferente, vejamos a tabela:
OrganizaoOEA
Organizao dos EstadosAmericanos
UNASULUnio de Naes Sul-
Americanas
Objetivos
Obter uma ordem de paz ede justia, para promoversua solidariedade, intensificarsua colaborao e defendersua soberania, sua
integridade territorial e sua
Tem como objetivo principala integrao sul-americana
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independncia
Membros
35 Naes independentes do
continente americano
MERCOSUL, a ComunidadeAndina de Naes (CAN),
Chile, Guiana, Suriname eVenezuelaPrincipal pasatuante
Estados Unidos Brasil
Creio que a essa altura, a grande pulga atrs da orelha de todos o porqu
da preferncia da Colmbia pela OEA e a da Venezuela pela UNASUL, no mesmo?
Pois bem, se observarmos com ateno a ultima linha da tabelinha, a
charada est descoberta! Os principais pases com voz dentro de cada organizao o
que influencia os pases a confiar mais em uma ou outra organizao.Assim, com o
discurso venezuelano, anti-americanista, dificilmente o presidente Hugo Chvez
aceitaria a mediao de uma organizao liderada pelos EUA. Por sua vez a
Colmbia, principal parceira norte-americana aqui na Amrica do Sul, confere mais
credibilidade OEA do que UNASUL. Vejamos questes que trataram do assunto em
questo!
11) (CESPE / ABIN/2008) O Brasil considera oficialmente como terroristasos grupos guerrilheiros das FARC, na Bolvia.
COMENTRIOS
Em primeiro lugar, as FARC no tm como base territorial a Bolvia, no
pessoal? Por isso s, a questo j estaria errada!
Entretanto, alm disso, o Brasil no considera as FARC uma organizao
terrorista e sim um movimento guerrilheiro, sobretudo pela sua estrutura, rea de
atuao e histrico prprios. Isso no significa, todavia, que o Brasil no sofra crticas
mundo afora por esse posicionamento.
Especialmente em ano eleitoral, esse posicionamento (ou falta de
posicionamento) do governo vem sendo trazido tona pelos mais diferentes tipos de
mdias tornando ainda mais importante compreendermos a que todas as acusaes
se referem. O fato que, at hoje, o Brasil no entende as Farc como uma
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organizao terrorista e sim como um movimento revolucionrio armado, que luta por
suas causas.
No que diz respeito estrutura, as guerrilhas se constituem na forma demilcias organizadas, com hierarquia e cadeia de comando. J as organizaes
terroristas so empregadas, atualmente, na forma de clulas descentralizadas e
independentes, sob a direo de um comando central.
Quanto rea de atuao, as guerrilhas atuam, normalmente, contra alvos
militares e dentro do pas no qual vislumbram mudanas na ordem interna. Os
terroristas, por sua vez, tm preferncia pelo ataque populao civil, j que assim
causaram maior impacto psicolgico na sociedade. Alm disso, sua ao mais
abrangente, podendo ter alcance internacional.
Por fim, o histrico das guerrilhas remonta a movimentos esquerdistas
revolucionrios. Embora o Brasil no considere as FARC uma organizao terrorista,
ela assim considerada por vrios pases, como EUA, Colmbia e Unio Europia. Por
tudo o que eu disse, a questo est errada.
Gabarito: Errado
12) (CESPE / SNJ / 2005)Os indiscutveis xitos obtidos pelo Plano
Colmbia, idealizado e financiado pelos Estados Unidos da Amrica (EUA),
explicam a sensvel reduo da entrada e do consumo de drogas ilcitas no
territrio norte-americano.
COMENTRIOS
O Plano Colmbia representa um apoio dado pelo governo dos EUA ao
governo colombiano, que tem como objetivo combater o trfico de drogas na regio.
Ao mesmo tempo, busca desestabilizar o grupo paramilitar conhecido por FARC.
Oficialmente, os EUA, na condio de principal mercado consumidor das
drogas colombianas, busca reduzir a entrada e o consumo de drogas ilcitas em seu
territrio. Todavia, segundo especialistas, isso apenas um pretexto para aumentar a
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sua presena militar na regio. Quanto a isso, ressalte-se que a Amaznia colombiana
fonte de grande biodiversidade e riqueza mineral.
O combate contra as FARC assunto que tambm preocupa os interessesbrasileiros. Como a regio amaznica se caracteriza pela incipiente presena estatal e
falta de vivificao das fronteiras, possvel que esses grupos guerrilheiros ingressem
no lado de c da fronteira. Alguns incidentes envolvendo as FARC j ocorreram no
territrio nacional, inclusive com mortes de soldados brasileiros.
Mas, voltando questo, ser que o Plano Colmbia tem obtido xito? E
ser que houve reduo da entrada e do consumo de drogas ilcitas no territrio
norte-americano?
O Plano Colmbia no tem obtido resultados satisfatrios no combate s
drogas. Isso porque os EUA tm direcionado suas aes para destruio das
plantaes ilegais de coca, mas no conseguiram eliminar a distribuio e
comercializao das drogas. Logo, a questo est errada.
Gabarito: Errado
___X___
1.5 Brasil e o Paraguai
A influncia do Brasil sobre o Paraguai consolidou-se desde a dcada de 60,
quando um convnio criou a zona franca no porto de Paranagu, para o comercio
exterior paraguaio. Na mesma poca, foram construdas uma BR e a Ponte da
Amizade para unir, por asfalto, os dois pases. Apesar disso, a relao entre eles
possui dois pontos que poderiam ser apontados como tenso: o caso dos
brasiguaios e a usina hidreltrica de Itaipu.
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Calminha, pessoal, no se assustem se nunca tiverem ouvido falar desse
caso dos brasiguaios, pois uma prtica comum da imprensa nacional falar muito
mais dos conflitos externos do que dos internos. Portanto, no se sinta culpado se no
souber o que este conflito, ok?
Uma viso um pouco mais otimista pra explicar a pouca abordagem e
difuso desse assunto seria pensarmos que, apesar de ser um conflito tnico, j que
os brasileiros enfrentam a xenofobia dos paraguaios, suas implicaes so menos
violentas do que as de outros conflitos. Assim, com tanta violncia gerada em outros
pases, nosso conflito tnico adquire uma visibilidade menor.
Ao refletirmos sobre as relaes entre brasileiros e paraguaios, quase que
imediatamente pensamos em interesses econmicos em harmonia, sacoleiras,
eletrnicos, enfim, comrcio a todo vapor, no ? Entretanto, apesar desse lado boa
praa das relaes entre estes dois pases, existe uma sria tenso entre alguns
grupos componentes destas etnias.
Nas dcadas de 1960 e 1970, essa regio j havia sido cenrio de um
intenso fluxo migratrio brasileiro. H alguns anos, milhares de famlias brasileiras
voltaram a cruzar a fronteira para se estabelecer no Paraguai, atradas pela promessa
de terra e oportunidade. Essa regio passou a ser entendida por algumas famlias
como nica alternativa ou forma de sobrevivncia.
Assim, essas pessoas se instalaram na fronteira entre os dois pases,
principalmente no leste do territrio paraguaio, que uma zona de expanso do
cultivo da soja, principal produto de exportao deste pas. Entretanto, as
organizaes camponesas paraguaias garantem que muitos desses produtoresocupam terras de forma ilegal e defendem que eles deveriam ser despejados dali,
seguindo a reforma agrria do governo paraguaio.
Ocorre que a presena desses novos habitantes resultou num significativo
surto de crescimento econmico para a regio e foi a que o conflito teve seu
estopim.O que poderia ser visto como um fator positivo se transformou em discrdia.
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Todo o desenvolvimento dos brasileiros em terras paraguaias provocou um
forte sentimento nacionalista e at xenfobo dos paraguaios, os quais se sentiram
ameaados econmica e socialmente pelos vizinhos.
A esses brasileiros que ali habitavam foi dado o nome de "brasiguaios", j
que eram brasileiros, mas se estabeleceram em reas pertencentes ao Paraguai. Tudo
bem, essas reas faziam fronteira com o Brasil, mas, alm de pertenceram ao
Paraguai, so historicamente cobiadas devido indiscutvel fertilidade da terra.
Bem, amigos, creio que de agora em diante, quando pensarmos em
conflitos tnicos, sempre nos lembraremos da existncia deste aqui, bem pertinho da
gente, no mesmo? Ento o que exatamente precisamos guardar?
Primeiro, que este conflito se desenvolve no territrio paraguaio entre os
nativos dali e os brasileiros que l habitam, conhecidos pelo nome de brasiguaios.
Depois,que essa convivncia nunca foi muito pacfica, entretanto, tem se
tornado cada dia mais violenta e com motivaes em questes fundirias e
preconceito tnico contra os brasiguaios.
Pode parecer estranho para muitos pensar em preconceito tnico contra
brasileiros, entretanto essa uma realidade e teremos que aprender a compreend-la.
A questo dos brasiguaios, como quase tudo que estudamos ou
estudaremos em atualidades, no homognea. Como assim? Falar desse
acontecimento significa discorrer sobre dois pases diferentes, dois povos de origens
diversas e, sobretudo, duas culturas distintas, portanto, certamente haver, no
mnimo, duas verses desse conflito, no mesmo?
Pois bem, na imprensa brasileira os brasiguaios costumam ser entendidos
como trabalhadores brasileiros pobres que viveram um perodo no Paraguai e depois
voltaram ao Brasil em busca de melhores condies de vida. J na imprensa
paraguaia, a imagem disseminada sobre este grupo de empresrios agrcolas,
plantadores de soja, que destroem o meio ambiente, expulsam o campons paraguaio
do meio rural e acabam com a soberania nacional.
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A construo dessas imagens polarizadas entre brasiguaios ricos e
exploradores ou campesinos pobres e oprimidos s vem evidenciar ainda mais
que essa tenso contempornea no se detm apenas a uma disputa econmica, e
sim a uma disputa tnica.
Portanto, as tenses reveladas, teoricamente, pela posse da terra prxima
ao limite internacional com o Brasil, na verdade, assumem contornos complexos.
justamente essa complexidade que faz esse tema merecedor de nossa ateno, j que
este conflito pode ser entendido como tnico.
, amigos, ao mesmo tempo em que a presena dos "brasiguaios" resultou
num inegvel crescimento econmico para a regio, ela tambm acendeu sentimentos
nacionalistas e xenfobos dos paraguaios para com este grupo. Um dos argumentos
utilizados pela populao do Paraguai a preocupao com o enfraquecimento de sua
identidade nacional na regio fronteiria.
Toda essa tenso justificada pelo fato dos estrangeiros manterem sua
prpria lngua, usarem sua prpria moeda, hastearam sua prpria bandeira e
tambm possurem as terras mais produtivas. Alm disso, outras duas queixas so
fontes de atrito recorrentes feita por eles.
A primeira que no desejam que seus filhos cresam tendo o portugus
como segunda lngua, ao invs do guarani. A segunda a questo racial, uma vez que
a maioria dos brasiguaios tem olhos azuis e pele clara e os paraguaios so de origem
indgena. Assim, a diferena existente entre a pele clara e feies europeias dos
brasiguaios parece incomodar a maior parte dos paraguaios, os quais possuem origem
hispano-guarani.
Apesar deste conflito no apresentar conotaes to violentas como vemos
quando se trata de outros territrios ou religies, a intolerncia parece crescente. Um
exemplo disso a transmisso de rdio em guarani exortando camponeses sem terra
a atacarem os brasileiros, incendiar suas casas ou mesmo invadir suas lojas
acarretando que a imprensa do Brasil falasse inclusive em limpeza tnica.
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Na carona de todo esse desrespeito e intolerncia, os brasiguaios reclamam
da discriminao, inclusive contra seus filhos nas escolas locais, e da intimidao que
sofriam por parte das autoridades policiais e mesmo da imigrao.
Por outro lado, alm da questo de conflito tnico, tambm devemos
lembrar dos conflitos que envolvem a hidreltrica Itaipu. A construo dessa
hidreltrica teve como objetivo, alm de aproveitar o alto potencial hidreltrico da
rea, pr fim a um desentendimento histrico entre esses dois pases. Se durantemuito tempo a posse da regio do Salto de Sete Quedas era motivo de disputa, hoje
ela est coberta pelo lago da usina que serve aos dois pases.
O Tratado de Itaipu estabelece que cada um dos contratantes Brasil e
Paraguai teria direito a 50% da energia produzida na usina. Como o Paraguai,
consome somente cerca de 5% do que produzido pela usina, o restante fica
disponvel para ser vendido ao Brasil, que fica, por sua vez, com 95% da energia.
Todavia, pelo tratado de Itaipu, o Paraguai estaria obrigado a vender a
preo de custo toda a energia prpria que no possa consumir, ou seja, mais de 90%
da gerao total da hidroeltrica.
Esse ponto do tratado no deixava ao Paraguai a possibilidade de vender
sua energia excedente a terceiros pases. Alm disso, o acordo estabelece uma nfima
compensao pela cesso do direito de compra, que no guarda nenhuma relao
com os preos de mercado. Assim, mesmo que o preo da energia esteja subindo,
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devido grande demanda, os valores somente se reajustam de acordo com a inflao
dos EUA.
Em 2009, houve uma renegociao nos termos do Tratado de Itaipu, pormeio da qual os presidentes chegaram ao acordo de que o Brasil deveria pagar um
preo mais justo pela energia vendida pelo Paraguai. Alm disso, o Paraguai poderia
vender energia diretamente no mercado brasileiro, sem intermediao da Eletrobrs.
Outra reivindicao paraguaia foi a de poder vender a energia de Itaipu a terceiros
pases, o que, segundo a declarao assinada pelos presidentes, ser possvel a partir
de 2023.
Em maio de 2011 o Senado aprovou a triplicao do valor pago pelo Brasil
ao Paraguai pela energia de Itaipu.
13) (CESPE / PF / 2009) Segundo o acordo, o Paraguai pode vender parte da
energia gerada por Itaipu diretamente no mercado de energia brasileiro.
COMENTRIOS
Essa questo esta correta, pois, como vimos acima, o acordo permite que oParaguai venda parte da energia gerada pela usina Itaipu e que no utiliza
internamente para o Brasil.
Gabarito: Certo
14) (FCC / Analista Legislativo / 2008)Um dos principais itens da plataforma
eleitoral de Fernando Lugo, ex-bispo catlico eleito presidente da Repblica
do Paraguai em abril de 2008, foi a reviso do Tratado de Itaipu, celebradocom o Brasil em 26 de abril de 1973.Entre outras clusulas, o tratado prev
que:
a) o Paraguai no receber a compensao financeira dos royalties, pois seu territrio
no foi atingido pela construo da barragem.
b) a venda da energia produzida a partir do aproveitamento hidreltrico referido no
tratado deve ser feita a preo de custo para pases no signatrios.
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c) os signatrios devem adquirir, conjunta ou separadamente, o total da energia
produzida a partir do aproveitamento hidreltrico referido no tratado.
d) os limites territoriais estabelecidos entre os dois pases podem ser revistos emfuno da implantao de instalaes destinadas produo de energia eltrica e
obras auxiliares.
e) os pases signatrios tm o direito de vender a energia por eles no utilizada para
terceiros pases.
COMENTRIOS
A letra A est errada. Tanto o Brasil como o Paraguai recebem royalties da
Itaipu Binacional em razo da explorao dos recursos hidreltricos.
A letra B est errada. O Tratado de Itaipu no permite que o Paraguai
venda energia a terceiros pases, o que uma reivindicao do governo daquele pas.
A letra C est correta. A energia produzida na usina hidreltrica de Itaipu
dividida meio-a-meio entre Paraguai e Brasil (50% para cada um). Dos 50% a quetem direito o Paraguai, esse pas somente consome 5%; os outros 45% so vendidos
ao Brasil. Pelos termos do tratado vigentes na data da prova, a energia de Itaipu no
pode ser vendida a terceiros pases. Vimos que depois de 2023 isso mudar, certo?
A letra D est errada. Segundo o art.7 do Tratado de Itaipu, As
instalaes destinadas produo de energia eltrica e as obras auxiliares no
produziro variao alguma nos limites entre os dois pases, estabelecidos nos
Tratados vigentes.
A letra E est errada. A energia de Itaipu no pode ser vendida a terceiros
pases.
Gabarito: C
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15) (CESPE/IRB / 2010 com adaptaes)O Brasil considera prioritrios a
estabilidade poltica e o fortalecimento institucional da integrao na
Amrica do Sul. Acerca desse assunto, julgue C ou E.
I - ( ) Aps a aprovao, pelo Senado Federal, em dezembro de 2009, do protocolo
de adeso da Venezuela ao MERCOSUL, resta apenas a ratificao por parte do
Paraguai para que o processo de incorporao daquele pas Unio Aduaneira seja
concludo, ratificao essa que tende a ser facilitada pelo fato de o Paraguai fazer
parte da chamada aliana bolivariana, dado o perfil poltico de esquerda do Presidente
Fernando Lugo.
II - ( ) O Estado Plurinacional da Bolvia, novo nome oficial da Bolvia, constitui o
reconhecimento do pluralismo tnico no pas e da necessidade de sua afirmao por
meio de polticas pblicas em matrias como educao e sade, resultado da
valorizao do patrimnio cultural tradicional indgena, uma das prioridades do
governo do presidente boliviano Evo Morales.
III - ( ) A polmica questo da instalao de bases norte-americanas na Colmbia tem
sido discutida em reunies do MERCOSUL, instncia regional de escopo no apenas
econmico-comercial, mas tambm estratgico-militar.
IV - ( ) Tradicionalmente, os peronistas so favorveis integrao da Argentina com
o Brasil, tema que constitui uma das prioridades de Estado na Argentina, mantendo
sua continuidade apesar das diferenas de nfase e de estilo dos governos de Carlos
Menem, Eduardo Duhalde, Nstor Kirchner e Cristina Kirchner, presidentes que se
incluem na tradio peronista.
a) EEEE
b) ECCE
c) CCEE
d) ECEC
e) CCCC
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COMENTRIOS
I Essa assertiva est errada, pois, apesar do presidente paraguaio ter subido ao
poder por meio de uma ampla coalizo da esquerda nacional, isso no facilita que oParaguai ratifique a entrada da Venezuela no MERCOSUL.
II Estado Plurinacional da Bolvia foi o novo nome oficial dado ao pas justamente
como forma de reconhecer o pluralismo tnico no pas. Alm disso, a valorizao do
patrimnio cultural tradicional indgena claramente uma das prioridades do governo
do presidente boliviano Evo Morales.
III A questo da instalao de bases norte-americanas na Colmbia gerou polemicaapenas entre a Venezuela e a prpria Colmbia que no pertencem ao MERCOSUL.
Alm disso, o MERCOSUL no uma organizao internacional de cunho estratgico-
militar. Portanto a questo esta errada.
IV Essa questo est corretssima, pois os peronistas sempre se posicionaram de
forma favorvel integrao da Argentina com o Brasil e teve continuidade nos
governos de Carlos Menem, Eduardo Duhalde, Nstor Kirchner e Cristina Kirchner,
presidentes que se incluem na tradio peronista.
Gabarito: D
16) (CESPE/Polcia Civil-DF/2009) Na queda-de-brao entre chavismo e oposio,
ambos os lados personalizam na figura do presidente sua discordncia diametral sobre
os rumos que o pas deve tomar. Por trs da figura do coronel pra-quedista
transformado em chefe de Estado est um projeto de contornos vagos, mas com um
sentido geral claro: socialismo bolivariano, uma mescla de estatismo distributivista
com nacionalismo antiamericano. O empenho de Chvez em assegurar-se o direito de
renovar o mandato indefinidamente sugere insegurana: a revoluo no teria pernas
para seguir em frente sem o lder. De maneira anloga, os opositores do projeto
chavista parecem ver no presidente um obstculo cuja remoo seria indispensvel
para reverter a marcha socializante.
Silvio Queiroz. Duelo de espelhos. In: Correio Braziliense, 15/2/2009, p. 18.
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Esse texto foi publicado no dia do referendo realizado na Venezuela, a
respeito da possibilidade de reeleies sucessivas para os principais cargos
executivos do pas, cujo resultado foi favorvel ao presente Hugo Chvez.
Tomando-o apenas como referncia inicial, assinale a alternativa correta.
(A) Maior produtor de petrleo do hemisfrio ocidental, a Venezuela grande
fornecedora daquele produto aos Estados Unidos. Portanto, as disputas diplomticas
entre o ex-presidente George W. Bush e Hugo Chvez encontravam-se inseridas em
um quadro de fortes laos econmicos.
(B) A exemplo de Hugo Chvez, outros governos sulamericanos, como Evo Morales,
Rafael Correa e Michele Bachelet anunciaram que pretendem realizar, brevemente,
referendos com o objetivo de tentar estender sua permanncia no poder.
(C) No ano de 2008, a Venezuela realizou, em reas prximas ao seu litoral,
manobras navais conjuntas com a marinha da Rssia. Considerando-se que Rssia e
Estados Unidos tiveram alguns atritos em perodos recentes, como no caso da invaso
da Gergia por tropas russas, possvel afirmar que as manobras militares esto
relacionadas ao nacionalismo antiamericano citado pelo jornalista.
(D) As excelentes relaes diplomticas que o governo Chvez sempre manteve com
a Colmbia contriburam de maneira significativa para a intermediao venezuelana
no conflito Colmbia-FARC, resultando na libertao de diversos refns.
(E) Tendo assumido o poder por meio de um golpe, o atual mandatrio venezuelano
implementou um regime personalista e autoritrio, lembrando velhos caudilhos que
fizeram histria na Amrica Latina, como Getlio Vargas, no Brasil, e Juan Domingo
Pern, na Argentina.
COMENTRIOS
A letra A est errada. Pessoal, essa uma pegadinha que a gente cai fcil
se no prestar bastante ateno no que a assertiva diz! Venezuela e Canad possuem
as maiores RESERVAS petrolferas do hemisfrio ocidental, entretanto, o maior
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PRODUTOR de petrleo deste hemisfrio so os EUA e por isso, apenas por isso, a
questo est incorreta.
A letra B est errada. verdade que alguns governantes sul-americanosadotaram posturas mais ousadas, seguindo a linha da Venezuela, como Evo Morales e
Rafael Correa, que modificaram a Constituio para, dentre outras coisas, permitir a
disputa da reeleio. Entretanto, Michele Bachelet optou por trilhar um caminho mais
moderado que o de seus colegas.
A letra C est correta. Desde o ano de 2008, a Venezuela vem estreitando
laos com a Rssia. Tanto que, no mesmo ano, em reas prximas ao seu litoral,
manobras navais conjuntas com a marinha russa foram realizadas. Tambm
verdadeiro afirmar que Rssia e Estados Unidos tiveram momentos de tenso e,
portanto, as manobras militares esto relacionadas ao desejo chavista de provocar
os EUA.
A letra D est errada. No podemos dizer que as relaes diplomticas
entre a Colmbia e Venezuela sejam excelentes. Devido a declaraes do
representante da Colmbia na OEA de que a Venezuela estaria apoiando as FARC, as
relaes diplomticas entre os dois pases foram rompidas. Todavia, assim que o novo
presidente Juan Manuel Santos assumiu o poder na Colmbia, os laos diplomticos
entre os dois pases foram reatados.
A letra E est errada. No foi por meio de golpe que Chvez assumiu o
poder, e sim de eleies em 1998.
Gabarito: C
Agora, uma questo mais recente pra vocs verificarem o quanto o tema
recorrente e continua sendo cobrado!
17) (IBFC / Oficial de Promotoria I MP-SP / 2011) Sobre a manchete
Senado rev acordo, e Paraguai ganhar mais por Itaipu, publicada no
jornal Folha de So Paulo, do dia 12/05/2011, assinale a alternativa correta.
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a) Diz respeito ao acordo bilateral, firmado entre Brasil e Paraguai, em que as
parcelas pagas pelo governo brasileiro pelo emprstimo concedido pelo Paraguai para
a construo da usina hidreltrica de Itaipu.
b) Est relacionada triplicao do valor pago pelo Brasil pela energia gerada pela
usina hidreltrica de Itaipu e que no utilizada pelo pas vizinho.
c) Fala sobre a dvida que o Brasil tem com o Paraguai relacionada ao acordo entre os
dois pases que estipulava que o Brasil consumiria toda a energia gerada pela usina,
sendo que, aps a reviso do acordo, o Paraguai ter direito a 1/3 da energia gerada.
d) Trata da liberao concedida pelo governo brasileiro, para que o Paraguai possacomercializar livremente o excedente energtico gerado por Itaipu.
COMENTRIOS
A resposta correta a letra B. O Senado aprovou triplicar o valor que o
Brasil paga ao Paraguai pela energia excedente produzida pela usina de Itaipu e no
usada pelo pas visinho.
O Tratado de Itaipu determina, como vimos acima, que a energia gerada
pela usina binacional seja dividida em partes iguais entre os dois pases, mas permite
a cada um dos lados comprar, ate 2023, a energia no usada pelo outro. Como o
Paraguai usa apenas 5% da energia gerada por Itaipu, vende a energia excedente ao
Brasil.
Quando o Brasil comeou a pagar ao pas visinho pela energia excedente
usava um fator de multiplicao do valor do megawatt-hora de 3,5, depois esse fatorpassou para 5,1 e pelo novo acordo, aprovado pelo Senado, passar a usar o fator de
15,3. Assim, o atual pagamento de U$ 120 milhes passa a ser de U$ 360 milhes por
ano.
Como foi uma usina construda com recursos dos dois pases, a letra A
torna-se incorreta.
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A letra C, igualmente, errada ao afirmar que o Brasil poderia consumir
toda produo energtica da usina, quando na verdade a produo dividida em
partes iguais.
A alternativa D tambm est incorreta, porque, pelo acordo, a energia no
usada por uma das partes pode ser adquirida pelo outro lado e no comercializada
livremente.
Gabarito: B
___X___
2 Poltica Externa Brasileira
Ao conjunto de objetivos polticos que um determinado pas busca alcanar
nas suas relaes com os demais estados do mundo, denominamos poltica externa.
Mas, afinal, quais so os objetivos do Brasil diante do mundo?
Bem, atualmente, todo o empenho do governo brasileiro tem girando em
torno de obter maior voz no cenrio internacional, com vistas a tornar-se um membropermanente do Conselho de Segurana das Naes Unidas. Isso garantiria ao Brasil
poder de veto nas decises mais importantes no cenrio mundial em onde este rgo
atua.
Alm disso, o Brasil busca ampliar sua participao na discusso das
principais questes globais, como as mudanas climticas, o desenvolvimento
sustentvel, a Rodada Doha, e o combate pobreza. Para isso, tem atuado de forma
significativa nos mais importantes fruns internacionais ONU, OMC (OrganizaoMundial do Comrcio) e G20.
Seguindo, ainda, essa mesma estratgia, o Brasil tem como uma de suas
principais prioridades promover a integrao na Amrica do Sul, ainda que essa no
seja uma tarefa fcil.
Embora os governos dos pases sul-americanos sejam, predominantemente,
de esquerda o que favorece o ambiente poltico h pensamentos econmicos
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divergentes entre os pases. De um lado, h aqueles que buscam acordos de livre
comrcio com os EUA Colmbia, Chile e Equador; e de outro os que tm uma viso
mais industrial e desenvolvimentista e buscam o comrcio com seus vizinhos
Argentina, Brasil e Venezuela.
Bem, o fato que o Brasil ocupa uma posio privilegiada no cenrio
mundial, pois apesar de ser um grande pas em desenvolvimento ele est bem longe
dos principais plos de poder mundial. Assim, ele adentrou ao novo cenrio criado
pela globalizao se utilizando dos recursos naturais que possui. Alm disso, a
tecnologia do Brasil contribuiu para que sua agricultura empresarial se tornasse uma
das mais eficientes do mundo.
Com isso, o Brasil procura se transformar num personagem global e
reforar a sua presena nas mais diversas organizaes internacionais como ONU,
OMC, G8, G20 e todo tipo de Conferncias sobre assuntos mundiais, como o clima,
por exemplo. Vamos s questes?
18) (CESPE/IRB / 2009) O Brasil restringe sua participao a misses
conduzidas em pases em que no existam quaisquer interesses brasileiros
em questo.
COMENTRIOS
Essa questo est errada porque, ainda que o Brasil participe de muitas
misses em que no h interesses polticos ou econmicos envolvidos, sua
participao no se restringe apenas a esse tipo de misso!
Gabarito: Errado
19) (CESPE/IRB-Bolsa / 2008) O Brasil tem historicamente uma poltica
externa com nfase nos objetivos de paz, desenvolvimento e participao do
pas nos grandes temas do mundo.
COMENTRIOS
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Atualmente, o Brasil tem ganhado, cada vez mais, o reconhecimento
mundial sobre seus objetivos de paz. Tanto que no conflito entre Colmbia e
Venezuela, ele estava sendo cotado como o mais indicado para servir como mediador.
Portanto, a questo est correta.
Gabarito: Certo
20) (CESPE/IRB-Bolsa / 2008) A reforma das Naes Unidas, uma
necessidade conceitual e prtica do momento atual, rea de pouco
interesse da poltica externa brasileira.
COMENTRIOS
Exatamente o contrrio, no pessoal? A grande briga do Brasil na ONU
justamente pela reforma institucional dessa organizao internacional, buscando
aumentar o numero de assentos permanentes no Conselho de Segurana, dando
espao para pases emergentes participarem com mais voz! A questo est errada.
Gabarito: Errado
21) (CESPE/IRB-Bolsa / 2008)Pobreza e assimetria internacional entre ricos
e pobres so temas de grande interesse do Brasil na sua contribuio
crescente formulao de normas e regras internacionais.
COMENTRIOS
O governo brasileiro um dos principais defensores da formulao de
polticas publicas que visam a diminuir a pobreza e as desigualdades sociais, seja emmbito nacional seja no internacional. Portanto, a questo est correta.
Gabarito: Certo
22) (CESPE / IRB / 2009 com adaptaes) Uma das mais antigas
civilizaes da humanidade, a China tornou-se comunista em 1949,
aproximou-se e afastou-se da URSS, conheceu momentos crticos e, a partir
da morte de Mao Zedong e da ascenso de Deng Xiaoping (anos 1970-1980),
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promoveu significativa mudana de rota. Incorporou-se ao sistema poltico
internacional ao ser admitida na ONU e, mais recentemente, ao entrar na
Organizao Mundial do Comrcio (OMC), s normas que presidem a
economia global. A respeito da experincia chinesa, julgue (C ou E) os itens
abaixo e, em seguida, assinale a opo correta:
I A experincia atualmente vivida pela China no difere, em seus aspectos
estruturais e definidores, daquela conduzida por Gorbachev na extinta URSS, ou seja,
faz-se a adequao entre a abertura econmica e a liberalizao poltica do regime.
II A presena de uma comitiva recorde, composta por mais de 400 empresrios, que
acompanharam o presidente Lula em sua viagem China, em 2004, aponta para o
interesse objetivo de estreitamento dos laos comerciais entre os dois pases. Nesse
sentido, observa-se que, enquanto o Brasil o principal exportador mundial de soja, a
China a maior importadora desse produto.
III A ao externa da China centra-se na conquista de mercados em todos os
continentes como forma de vencer a reduzida dimenso de seu mercado interno e
sustenta-se no incentivo s importaes e na elevao de sua massa salarial.
IV Diferentemente do que ocorria no auge da Guerra Fria, as relaes entre China e
Taiwan apresentam-se, na atualidade, bem menos tensas, o que pode ser explicado
pelo pragmatismo que tem conduzido as aes de ambos os governos, sobretudo no
que se refere aos interesses econmicos.
a) FVVF
b) FVFV
c) VFFV
d) FFVF
e) VFVF
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A primeira assertiva est errada. A liberdade econmica chinesa no
apresenta indcios de que ser seguida pela poltica, como ocorreu na URSS. Isso
porque, ainda que pelas concepes ocidentais uma venha seguida da outra, o fato
que os chineses nunca foram to livres quanto hoje e enxergam no partido comunista
ps-1989 uma garantia dessa liberdade, ao invs de um obstculo a ela.
A segunda assertiva est correta. O Brasil virou o maior exportador de
soja do planeta graas a produtores que bateram o recorde mundial de produtividade:
em nenhum outro lugar consegue-se tirar tantos gros por hectare. Por sua vez, a
China a grande consumidora mundial de gro e tem se tornado o principal alvo de
negcios de empresrios do mundo inteiro, inclusive do Brasil. Alm disso, os dois
principais destinos das exportaes da soja brasileira so China e Espanha.
A terceira assertiva est errada. Isso porque, apesar da China objetivar a
conquista de mercados em todos os continentes, isso no tem ligao com a
dimenso de seu mercado interno. Aps 20 anos de crescimento constante, aChina
multiplicou seu PIB, recebeu investimentos de todo o mundo e aumentou a massa
salarial, criando um poderoso mercado interno que demanda praticamente tudo.
A quarta assertiva est correta. As relaes entre China e Taiwan so hoje
bem diferentes da Guerra Fria. Um exemplo disso foi o pacto comercial assinado entre
esses dois pases para eliminao de tarifas, que beneficiar muitos produtos. Assim,
vemos os interesses econmicos conduzindo as aes de ambos os governos.
Gabarito: B
___X___
2 O Brasil e outras relaes internacionais
2.1 G20 (Maiores Economias)
O Grupo dos 20 um grupo constitudo por ministros da economia e
presidentes de bancos centrais dos 19 pases de economias mais desenvolvidas do
mundo mais a Unio Europeia.
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Pertencem a esse grupo Brasil, China, e frica do Sul, dentre outros. Por
que citei esses pases em especial? Bem, preciso perceber que esse grupo agrega
pases que esto mais ou menos no mesmo patamar de desenvolvimento. A partir
disso, podemos compreender com mais clareza os objetivos que o grupo possui.
Deste modo, a finalidade principal do G20 reunir as mais importantes
economias do mundo (seja pases desenvolvidos ou em desenvolvimento) para que
possam discutir questes fundamentais na economia global.
Com a cada vez maior participao dos pases em desenvolvimento na
economia internacional, o G20 tem aumentado gradativamente sua importncia como
frum de discusses.
2.2 G8 e Conselho de Segurana da ONU
Esse grupo composto por quase todos os membros permanentes do
conselho de segurana da ONU (com exceo da China) mais Japo, Canad, e Itlia.
Ele funciona basicamente, como um foro informal de discusso de grandes temas da
poltica internacional como terrorismo, meio ambiente, energia etc.
Apesar de no fazer parte da composio do G-8, a diplomacia brasileira
estabeleceu como meta conquistar uma cadeira permanente no Conselho de
Segurana da ONU, juntamente com Alemanha, Japo e ndia. Entretanto, apesar da
reivindicao de que seja ampliado o grupo, com a incluso dos principais economias
emergentes, a proposta enfrentou oposio de vrios pases.
No entanto, o Brasil segue no caminho de conciliador e ganha, cada vez
mais, visibilidade mundial pelo seu sucesso diplomtico, como no caso do Ir, vocs
esto lembrados?
Em 2010, o Brasil mediou um acordo firmado entre Turquia e Ir,
pelo qual o governo iraniano concordou em remeter Turquia 1,2 mil quilos
de urnio a 3,5% e receber urnio enriquecido a 20% para ser usado em
reatores de energia. (IMPORTANTE!) A troca dessa quantidade de urnio com baixo
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nvel de enriquecimento por urnio j enriquecido representaria um primeiro passo na
soluo de um antigo impasse entre esse pas e a ONU.
Apesar do acordo, o Conselho de Segurana da ONU aprovou novassanes contra o Ir, mesmo sem a aprovao, ou o apoio, de Brasil e da Turquia,
que atualmente so membros temporrios do Conselho de Segurana.
Alm da questo nuclear, o Ir acusado de dar apoio a grupos
fundamentalistas como o libans Hezbollah e o palestino Hamas. O Ir se posiciona
totalmente contra Israel e influencia partidos xiitas no Iraque, contra quem imps
uma das mais sangrentas guerras das ltimas dcadas.
Apesar disso, o grande impasse envolvendo o Ir nos ltimos anos diz
respeito denncia de que o pas planeja produzir armas nucleares secretamente. O
governo nega esse objetivo e mantm seu programa de enriquecimento de urnio sob
a justificativa de gerao de energia.
Ao ser classificado por George W. Bush como pertencente ao eixo do mal, o
Ir passou a sofrer sanes econmicas impostas pela ONU h aproximadamente 4
anos. No entanto, essas sanes no tiveram ressonncia e no modificaram em nada
a postura de Ahmadinejad, que no recuou nas atividades nucleares. Assim, essa
nao tornou-se uma das principais preocupaes dos Estados Unidos e de outras
grandes potncias que aspiravam algum interesse poltico ou econmico na regio.
23) (CESPE/BB / 2007) O G8, que congrega os pases mais ricos da
atualidade, aos quais se agrega a Rssia, no raro convida dirigentes de
pases considerados emergentes, como o caso do Brasil, para participar de
seus encontros.
COMENTRIOS
Apesar de no ter poder de voto dentro do G8, muitos pases emergentes,
como o Brasil, so convidados a participar dos encontros que, devido informalidade,
lhes permitem inclusive se manifestar. Apesar disso, essas manifestaes no tem
nenhum poder efetivo de mudana. Portanto, a questo est correta.
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Gabarito: Certo
Vejamos como o tema foi tratado em 2011 e o quanto a banca explorou a
questo de comparar o posicionamento brasileiro em relao su
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