ameopoema 0031 outubro 2014
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&Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.
Não conhece nem dó nem ré
mas sabe ficar na ponta do pé.
Não conhece nem mi nem fá
mas inclina o corpo para cá e para lá.
Não conhece nem lá nem si,
mas fecha os olhos e sorri.
Roda, roda, roda com os bracinhos no ar
e não fica tonta nem sai do lugar.
põe no cabelo uma estrela e um véu
e diz que caiu do céu.
Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.
Mas depois esquece todas as danças
e também quer dormir como as outras crianças.
AMEOPO MAEse7embro’’ 14 - e outros meses
ANO430ªEDIÇÃO
informativo literário_
Uma vez que fenda abertafenda aberta então será
...
...
uando eu era pequeno, digo pequeno, pois me considero qainda uma criança, bom, quando
eu era uma criança pequena, eu tinha uma mania estranha de cavucar o chão do terreno onde a casa da minha família estava fincada. Eu ficava dias e mais dias futucando a terra em busca de um tal de tesouro que uns portugueses que eram donos do terreno ali haviam escondido.Mas isso era história que minha mãe me contava, talvez pra ver se eu ficava sossegado, e deixava ela em paz algum momento.Funcionava! Eu cresci obstinado por este tesouro, eu nem sabia o que tinha lá e se
houvesse mesmo um tesouro eu nem sei pra que ele serviria. Eu até sonhava como dito cujo... Algum dia, ela, preocupada com a situação me contou a verdadeira história por trás de tudo. Eu, como bom mineiro, desconfiei: Será que estou chegando perto? E não desistia.Nunca desisti. Só que hoje ao invés de ferramentas para perfurar a terra, eu ando usando palavras, poemas, imagens... Pois aprendi que meu tesouro está por aí, em algum canto da alma deste mundo. Só esperando o momento certo de se apresentar a
meus olhos, e acredite, o olharei com o mesmo olhar que tinha quando ouvi pela primeira vez a história do tal
tesouro enterrado no quintal.
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CAPA::: DETALHE DO LIVRO“Meu Barquinho Amarelo Iêda Dias da Silva
(Primeiro livro que li sozinho
”,)
Rômulo Ferreira
?AMEOPO
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ENTÃOQUE VOCÊÉ POETA?
Edição e coordenação: Rômulo Ferreira | Exemplares na pRAÇA:
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Vinicius de Moraes
Cecília Meireles
foto: capa da edição 0030 - RJ
Era uma casamuito engraçadanão tinha tetonão tinha nadaninguém podiaentrar nela nãoporque na casanão tinha chãoninguém podiadormir na redeporque na casanão tinha paredeninguém podiafazer pipiporque peniconão tinha alimas era feitacom muito esmerona Rua dos BobosNúmero zero.Brancas
AzuisAmarelasE pretasBrincamNa luzAs belasBorboletas
Borboletas brancasSão alegres e francas.
Borboletas azuisGostam muito de luz.
As amarelinhasSão tão bonitinhas!
E as pretas, então...Oh, que escuridão!
A CASAAS BORBOLETAS
A Bailarina
PIRILAMPOSPIRILAMPOS
PIRILAMPOS
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Mário Quintana
Henriqueta Lisboa
Com a pele do leão vestiu-se o burro
um dia.Porém no seu encalço, a cada instante hora,“Olha o burro! Fiau! Fiau!
gritava a bicharia...
Tinha o parvo esquecido as
orelhas de fora!
DAS FALSAS POSIÇÕES
PIRILAMPOS
>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>ARTIGO IFica decretado que agora vale a verdade, que agoravale a vida, e que de mãos dadas, trabalharemostodos pela vida verdadeira . . . >>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>ARTIGO IIFica decretado que todos os dias da semana, inclusiveas terças-feiras mais cinzentas, têm direito aconverter-se em manhãs de domingo . . . >>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>ARTIGO IIIFica decretado que, a partir deste instante, haverágirassóis em todas as janelas, que os girassóis terãodireito a abrir-se dentro da sombra; e que as janelasdevem permanecer, o dia inteiro, abertas para overde onde cresce a esperança . . .>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>ARTIGO VFica decretado que os homens estão livres do jugoda mentira. Nunca mais será preciso usar a couraçado silêncio nem a armadura das palavras.O homem se sentará à mesa com seu olhar limpoporque a verdade passará a ser servida antes dasobremesa.>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>ARTIGO XIIDecreta-se que nada será obrigado nem proibido.Tudo será permitido, inclusive brincar com osrinocerontes e caminhar pelas tardes com umaimensa begônia na lapela.>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>Parágrafo Único:Só uma coisa fica proibida : amar sem amor.>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>ARTIGO FINALFica proibido o uso da palavra liberdade, a qualserá suprimida dos dicionários do pântano enganosodas bocas.A partir deste instante a liberdade será algo vivoe transparente como um fogo ou um rio, e a suamorada será sempre o coração do homem.
Os Estatutos do HomemThiago de Mello AMEOPO MAE
OUTUBRO 14 ANO Quatro31ª
EDIÇÃO
_
especial
criança
Quando a noitevem baixando,nas várzeas ao lusco-fuscoe na penumbra das moitase na sombra erma dos campos,piscam piscam pirilampos.
São pirilampos ariscosque acendem pisca-piscandoas suas verdes lanternas,ou são claros olhos verdesde menininhos travessos,verdes olhos semitontos,semitontos mas acesosque estão lutando com o sono?
...
Delí-rio de Janeiro