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Actividades na área do
AMBIENTE
Enquadramento | http://projectocaboverde.no.sapo.pt/ EQUIPA RESPONSÁVEL: Filipa Silva Joana Nestor Rodrigues Rita Cunha Rita Freixieiro Salomé Matos COORDENAÇÃO: Margarida Marcelino
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AMBIENTE Enquadramento das actividades
Em 2009 o Projecto Cabo Verde dirigiu a sua acção, pela segunda vez em anos consecutivos, para a Ilha da Boavista, Vila de Sal Rei.
A Vila de Sal Rei tem sofrido grandes alterações desde 2001 devidas ao forte fluxo migratório de pessoas oriundas da Cidade da Praia, Guiné e Senegal, que se dirigem a esta Ilha para trabalhar na construção de grandes empreendimentos turísticos que desde essa data se estão a instalar na costa oeste da ilha. Para alojamento de todas estas pessoas foi crescendo, de modo desordenado e sem as infra-estruturas mais básicas, o Bairro das Barracas, ocupando o espaço onde anteriormente estiveram as salinas que deram o nome à Vila de Sal Rei. Desde 2008, no espaço de um ano, a população deste bairro duplicou, alojando neste momento cerca de 4.000 pessoas em condições de vida e salubridade extremamente precárias. Os problemas ligados à acumulação de lixo, a águas estagnadas e a dejectos tornam este local um potencial foco infeccioso grave para toda a população de Sal Rei, comprometendo a sustentabilidade do desenvolvimento da Ilha e do Arquipélago, e trazendo apreensivas as autoridades, sem que contudo tenham encontrado soluções adequadas para lhes fazer face. Acresce-se a toda esta situação a influência da crise financeira internacional, que se faz sentir na redução ou mesmo falência de muitas das empresas que laboram na área do turismo e da construção civil, repercutindo-se na elevação da taxa de desemprego, fundamentalmente entre a população migrante.
Pela natureza ainda resguardada e calma, com extensos areais, de toda a zona costeira da Boavista, esta ilha propicia condições para alimentação e “nursery” de muitas espécies marinhas, entre elas as tartarugas. No arquipélago de Cabo Verde encontram-se cinco das sete espécies de tartarugas marinhas identificadas a nível mundial, nomeadamente Caretta caretta, Lepidochelys olivacea, Eretmochelys imbricata, Dermochelys coriacea, Chelonia mydas). Todas estas espécies constam do Anexo I da Convenção CITES - Convenção Internacional sobre o Comércio Internacional de Espécies Selvagens de Flora e Fauna Ameaçadas de Extinção - e integram a lista vermelha da IUCN - União Internacional para a Conservação da Natureza – de espécies ameçadas de extinção (ou mesmo criticamente ameaçadas, como é o caso da Eretmochelys imbricata e da Dermochelys coriacea) cf. www.iucnredlist.org. Em Cabo Verde, o Projecto Natura 2000 iniciou actividades para proteger as tartarugas marinhas em 1999, nomeadamente as Caretta caretta (que desovam neste arquipélago), sendo o país que tem a terceira maior população desta espécie a nível mundial. No entanto, essa importante tarefa tem sido levada a cabo sem integrar e envolver adequadamente a população local, constituindo um obstáculo à boa aceitação de algumas das proibições impostas a práticas tradicionais como a pesca para alimentação destes animais e dos seus ovos.
A conjugação e parceria com a Vereação de Ambiente da Câmara Municipal da Boavista (CMB), desde o início da organização e durante o desenvolvimento da actividade de ambiente, foram determinantes para o bom êxito do Projecto Cabo Verde, também na dimensão ambiental. As reuniões do grupo organizador com o Vereador Dr. Joaquim Andrade e com a Directora de Ambiente / Coordenadora da Equipa Técnica do Plano Ambiental Municipal Dr.ª Dorys Rendall permitiram definir objectivos-chave conjugados com a actuação das autoridades municipais, facilitando a criação de sinergias tendo em vista o bem-estar da população de Sal Rei a médio-longo prazo.
Todas as actividades contaram também com o parecer e apoio de ONG locais, nomeadamente do Clube Ambiental da Boavista (CAB) e da Turtle Foundation.
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Número de pessoas abrangidas
As actividades programadas foram dirigidas a todas as crianças e jovens de idades compreendidas aproximadamente entre os 4 e os 16 anos inscritos no Projecto Cabo Verde 2008 (no total aproximadamente 200) e directa ou indirectamente toda a Vila de Sal Rei foi alcançada pelas acções levadas a cabo.
Objectivos
Os objectivos para 2009 deram continuidade aos estabelecidos para 2008, no sentido de sensibilizar a população da Vila de Sal Rei para a sua responsabilidade:
- no esforço geral por um ambiente com qualidade e, consequentemente, pela melhoria da saúde, com particular incidência para a problemática dos resíduos sólidos;
- na melhoria concreta do ambiente marinho e costeiro, se necessário deixando hábitos ancestrais como os de deitar as águas sujas e o lixo doméstico ao mar;
- na conservação da diversidade biológica, nomeadamente de espécies em vias de extinção que escolhem a Boavista como habitat durante parte do seu ciclo de vida, mais concretamente as tartarugas marinhas.
Através de actividades lúdicas e simultaneamente pedagógicas, e explorando mais intensamente a relação desta Vila com o mar, procuraram-se passar as seguintes mensagens para a população em geral:
• o mar e as ruas limpas são bons para a saúde e para o ambiente; • o lixo deve ser colocado nos contentores, se possível dentro de sacos; • as tartarugas são património natural valioso para Cabo Verde e para a
Boavista; não é bom nem para o País nem para a Ilha caçar ou comer carne de tartaruga ou os seus ovos.
Para as organizações governamentais e não governamentais procurou-se passar a ideia de que “com pouco pode fazer-se muito”, desde que haja conjugação de esforços e cooperação face a objectivos de bem comum partilhados, aliados à iniciativa e criatividade.
Actividades desenvolvidas
As actividades de ambiente do Projecto Cabo Verde 2009 cumpriram, genericamente, os objectivos propostos. A continuidade do Projecto permitiu, aliás, verificar uma melhoria patente em relação ao ano anterior, com resultados concretos como o aumento da frequência na recolha de lixo e uma maior aceitação por parte da população e das instituições da Boavista às mensagens transmitidas.
Para se atingirem estes objectivos, diariamente entre as 17h00 e cerca das 19h foram organizadas múltiplas acções de educação ambiental com as crianças e jovens do bairro – em média cerca de 100 por dia -, de idades compreendidas entre os 4 e os 16 anos.
A incidência directa das actividades num público-alvo jovem resulta da experiência generalizada de que, na sociedade, são as crianças quem mais estão empenhadas
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em proteger o ambiente e, ao influenciarem os seus familiares para fazerem escolhas sustentáveis, são quem mais promove a mudança.
Sendo actividades de dinamização de um grupo muito numeroso, foi muito importante ter havido uma planificação rigorosa e simultaneamente muito diversificada anterior ao início das actividades. A experiência do ano anterior facilitou uma melhor adaptação às circunstâncias reais, optimizando a sua realização e a consecução dos objectivos estabelecidos.
Para um maior rendimento pedagógico e melhor acompanhamento personalizado dos participantes, foram criados 5 grupos à semelhança do ano anterior, cada um dos quais com o nome científico das 5 espécies de tartarugas marinhas que se podem encontrar em Cabo Verde.
Neste ano procurou-se também cooperar na criação de condições físicas para a concretização das mensagens transmitidas nas actividades e nas músicas, nomeadamente no que se refere aos resíduos sólidos, criando mais postos de deposição dos mesmos, nomeadamente nas praias.
A interacção com a Vila de Sal Rei foi muito grande e, dado o cariz de muitas das actividades levadas a cabo, foi-se significativamente além da formação directa dos participantes, atingindo toda a população.
PROGRAMA GERAL DAS ACTIVIDADES DE AMBIENTE
DIA
DATA
ACTIVIDADE
LEMA DO DIA
1 03.08
2ª feira
Reunião do “núcleo duro” da actividade de ambiente com o Vereador do Ambiente da Câmara Municipal da Boavista, Dr. Joaquim Andrade, e a Directora de Ambiente / Coordenadora da Equipa Técnica do Plano Ambiental Municipal, Dr.ª Dorys Rendall. Foi feita uma avaliação da acção do Projecto Cabo Verde em 2008 e foram discutidas as propostas de actividades para 2009 de acordo com prioridades e necessidades de Sal Rei. Identificaram-se como os dois temas fortes a desenvolver o tratamento de resíduos sólidos e a biodiversidade marinha.
Marcha ambiental de divulgação com as crianças pela Vila, seguida de apanha selectiva de lixo na Praia Estoril com equipamento adequado (contabilização separada de plásticos, papéis, latas) e de um concurso de esculturas na areia (tema: vassouras), premiando-se as maiores quantidades recolhidas e a imaginação demonstrada.
Estamos aqui para trabalhar e a Boavista vamos limpar Força, força, tartarugas!
2 04.08
3ª feira
“Mostra e conta” na Praia Estoril: recolha de fauna e flora marinha em “aquários” improvisados com garrafas de água, premiando os grupos que apanharam maior variedade e que apresentaram contos sobre o mar com maior criatividade
Maior biodiversidade, mais felicidade
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DIA
DATA
ACTIVIDADE
LEMA DO DIA
3 05.08
4ª feira
Inquérito porta-a-porta aos habitantes de Sal Rei sobre resíduos e biodiversidade, enquadrado no tema mais genérico da relação entre a população, o mar e a praia.
Para proteger é preciso conhecer
4 06.08
5ª feira
Realização de diversos jogos alusivos ao ambiente na praça central de Sal Rei, muitos deles adaptando ao ambiente jogos tradicionais: jogo das gotas de água, barra do lenço, sonar, camaleão e bowling.
Mesmo a jogar do ambiente queremos cuidar
5 07.08
6ª feira
“Peddy-Paper” no bairro, com percursos e perguntas alusivas ao ambiente e à cidadania, com pedido de sugestões de melhoria para apresentar ao Presidente da Câmara.
Juntos a trabalhar, o ambiente vamos ajudar
6 08.08
Sábado
Mega evento ambiental: Limpeza do ilhéu com as crianças e jovens, chamando a atenção para o facto de que o lixo deitado no mar acaba em terra, em simultâneo com a limpeza da Praia Diante pela população local e turistas, e com a pintura de parte do muro do campo de basquete (tema alusivo à protecção das tartarugas marinhas). Estas actividades contaram com a colaboração directa da Turtle Foundation, do Clube Ambiental da Boavista e da Câmara Municipal da Boavista, apoiados por diversos parceiros destas organizações.
Seguiu-se um almoço oferecido a todos pela CMB e Turtle Foundation.
Foi feita uma entrevista aos organizadores – em concreto do Projecto Cabo Verde e da Turtle Foundation -, que passou na Televisão de Cabo Verde.
Praia limpa tem mais pinta
7 10.08
2ª feira
Gincana na praia com diversos jogos usufruindo de um espaço limpo entre-marés.
Limpeza é beleza
8 11.08
3ª feira
Início da pintura de murais: metade do muro da Praia Diante; parte do muro do campo de basquetebol, retoque do muro de 2008 e metade da fachada da OMCV. Recuperação e pintura de bidons de combustível oferecidos. Esta actividade permitirá manter vivas as mensagens que se procuraram transmitir durante estes dias, nomeadamente as relativas à necessidade de dar um destino adequado aos resíduos sólidos e de preservar a biodiversidade marinha, em concreto as tartarugas marinhas.
Se és amigo da Boavista não há sujidade que resista
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DIA
DATA
ACTIVIDADE
LEMA DO DIA
9 12.08
4ª feira
Continuação da pintura de murais e bidons. Se do lixo tratar a saúde vai melhorar
10 13.08
5ª feira
Festival de encerramento das actividades do Projecto Cabo Verde 2009. Apresentação de um número musical que recolheu as diversas canções e slogans usados pelos cinco grupos de crianças (com os nomes das cinco espécies de tartarugas marinhas em Cabo Verde).
Limpar? Prefiro não sujar!
11 14.08
6ª feira
Finalização da pintura de murais e dos bidons do lixo, com a sua colocação nas praias Diante e Estoril, tendo alguns sido deslocados para o Festival Praia d’Cruz, a decorrer nesse fim-de-semana.
Ambiente é para toda a gente
Durante a estadia na Ilha da Boavista no mês de Agosto de 2009, e tendo como objectivo apoiar e dar continuidade ao longo de todo o ano a actividades do tipo das empreendidas, a equipa do Ambiente procurou transmitir todas as experiências adquiridas neste e noutros projectos semelhantes a diversos agentes de dinamização local:
• Antes de mais, à Vereação de Ambiente da CMB, que enquadrou tudo o que foi realizado;
• Ao CAB e à Turtle Foundation, com os quais se contou em várias actividades;
• À Delegada Escolar (Dr.ª Élida Mosso), que de modo especial irá lidar com a população infantil e juvenil, e seus formadores.
A todos eles se deixou algum material informativo e de apoio a actividades de educação ambiental e para a sustentabilidade oferecido pela APA - Agência Portuguesa do Ambiente.
Balanço do trabalho levado a cabo
Com base nas experiências recebidas do Projecto Cabo Verde na área do ambiente em anos anteriores, sobretudo do ano de 2008 (pois decorreu igualmente na Ilha da Boavista), foi possível realizar um programa eficaz em relação aos objectivos delineados.
A vertente organizativa e a assertividade das actividades empreendidas foram uma vez mais testadas com êxito, de que são testemunho a tabela anterior e as fotografias em anexo.
Destaca-se uma vez mais o êxito dos inquéritos feitos pelas crianças à população – além de ser uma fonte de informação, contribui para consciencializar algumas
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mensagens e levar as mensagens ambientais aos adultos -, e o impacte positivo da actividade inovadora “Mostra e Conta” associada à invenção de contos sobre o mar com as personagens da biodiversidade marinha identificadas. A gincana na praia também resultou bastante bem, mas podia-se ter dado um cariz mais ambiental às árias etapas.
No entanto, a variedade e a quantidade de acções programadas excederam a capacidade de intervenção in loco da equipa do Projecto Cabo Verde em Sal Rei. Dado interesse de todas elas, será desejável dar-lhes continuidade com as organizações governamentais e não governamentais locais, concretizando-as desde já ou em ocasiões subsequentes. Entre estas acções referem-se:
- Colocação de um placard no Ilhéu apelando à preservação da sua limpeza;
- Divulgação do local identificado pela CMB como adequado para a colocação de vidro, a fim de que este possa ser recolhido e reutilizado em materiais de construção civil (no futuro será um “vidrão”);
- Elaboração de folhetos para distribuir porta-a-porta (com especial incidência no Bairro das Barracas e na zona dos pescadores) com indicações concretas apelando de modo apelativo a uma participação activa de todos para melhorar o ambiente;
- Conferência / workshop sobre “O papel das empresas no desenvolvimento sustentável da Boa Vista” destinada a empresas na área do turismo e da construção civil, programada para incluir visionamento de partes do filme "Uma Verdade Inconveniente", palestras sobre “Os 3 pilares do desenvolvimento sustentável” e sobre “A responsabilidade social das empresas”, finalizando com uma apresentação de casos concretos de bons e maus exemplos ("blame & shame") na Ilha e em Cabo Verde, seguida de debate;
- Terminar de pormenores das pinturas murais efectuadas (testemunhos escritos sobre a impressão das mãos com os "compromissos com o ambiente"; parte final do desenho do muro do campo de basquetebol; retoques finais no muro da praia Diante);
- Implementação de uma gestão mais eficiente e sustentável da remoção de resíduos domésticos pela CMB da zona do Bairro das Barracas – a denominar por Bairro de Chã de Sal, remontando ao nome inicial daquela área - , através de uma cidadania participativa e responsabilidade partilhada entre todas as forças locais e etnias presentes.
Atribuímos a não concretização da maioria destas acções fundamentalmente a uma limitação de disponibilidade de tempo por parte da equipa de voluntárias do Projecto Cabo Verde durante o período de estadia em Sal Rei, mas também a alguns aspectos de logística que poderiam ter sido melhor endereçados (demasiado tempo perdido à procura de tintas, dificuldade no contacto com o Presidente da Câmara para desbloquear data de concretização do workshop, etc.). Tudo isto apesar do interesse e empenho da Vereação do Ambiente.
Uma vez que toda a dinâmica desenvolvida em torno das actividades de ambiente foi criada em conjunto e/ou com o conhecimento da Direcção de Ambiente da CMB, concretamente com a Dr.ª Dorys Rendall, que os acolheu favoravelmente, assim como com ONG como o CAB e a Turtle Foundation, consideramos que muitas das ideias debatidas e projectos elaborados poderão ir sendo gradualmente postos em prática.
Por tudo isto e pela grande receptividade da população ao trabalho levado a cabo, considera-se que será uma mais-valia a existência do “Projecto Cabo Verde 2010” na Ilha da Boavista.
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Perspectivas futuras
Tendo em conta a possibilidade de repetir o Projecto Cabo Verde na Ilha da Boavista - o que tem elevada probabilidade de acontecer dada a grande adesão da população, a receptividade das entidades locais e o seu impacte global positivo - e a fim de manter o nível de qualidade do Projecto dos anos anteriores na área do Ambiente, além dos aspectos que ficaram por concretizar já referidos, foram identificados alguns aspectos que podem ser melhorados e âmbitos de acção que podem ser alargados:
2. Continuar a rentabilizar a interface permanente com o oceano da Vila de Sal Rei, dirigindo muitas das actividades para a beira-mar, alertando as crianças para a sensibilidade dos ecossistemas da Boavista às pressões antrópicas. Para obviar a grande dispersão das crianças, nomeadamente para o mar ou para outras zonas da vila, o que naturalmente ocorre, as actividades deverão ter um acréscimo de preparação, e a utilização de um megafone é recomendável.
3. Transmitir conhecimentos sobre o ambiente mais teórico-científicos, mas num contexto prático, p. ex. com aulas / actividades ao ar livre e em pequenos grupos (tal como a actividade deste ano “Mostra e Conta”). Este aspecto deve ser preparado com antecipação, mas com o apoio de informação autóctone – a vereação de Ambiente já forneceu um ficheiro sobre a fauna ictiológica de Cabo Verde.
4. Aumentar o repertório de canções com mensagem ambiental e de protecção da saúde.
5. Actualizar um quadro diário com as pontuações dos diversos grupos nas várias tarefas classificáveis, de modo a estimulá-los e a aumentar a competitividade entre grupos e a solidariedade no próprio grupo.
6. Variar o tipo de jogos, introduzindo jogos tipo “Quiz”. Aproveitando o anfiteatro ao ar livre, proporciona-se simultaneamente a oportunidade para promover o trabalho organizado e em equipa, a disciplina e o cumprimeto de regras; aqueles em que intervier uma parte escrita, serão também ocasião de melhorar a expressão escrita do português, língua oficial de Cabo Verde.
7. Fazer acções de formação para adultos ao final do dia, aproveitando o facto de estarem disponíveis e acompanharem os seus filhos em actividades lúdicas (p. ex. Peddy-paper familiar, conferências sobre temas específico, visionamento de algum filme comentado, …). Desta forma consideramos que os valores ambientais poderão ficar mais arreigados na sociedade boavistense.
8. Propor actividades para o grupo de jovens com 16 – 20 anos, não actividades lúdicas como habitualmente se tem feito para idades inferiores, mas sim actividades que apelem à consciência social, isto é, atribuindo-lhes pequenas responsabilidades relacionadas com o ambiente e com atitudes de cidadania activa, desenvolvendo o sentido crítico e reflexivo. Deste modo poderão abrir-se “janelas de oportunidade” para que esses jovens não enveredem pelo vandalismo, alcoolismo, etc. Havendo monitoras da área do desporto, ensinar-lhes alguns desportos tais como natação (visto que existem as condições necessárias com o “mar à porta”), voleibol, ténis, basquetebol (sempre num campo de jogos), e simultaneamente com o passar de informações e regras das várias modalidades, transmitir-lhes o sentido de disciplina, responsabilidade, espírito de equipa, “fair play”, etc.
9. Tendo sido constatado que os resíduos encontrados no ilhéu provinham não só da utilização doméstica mas também da actividade da construção civil,
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será este um grupo alvo a atingir, com meios que deverão ser oportunamente estudados.
10. Consideramos importante cruzar a acção de sensibilização ambiental com a área da saúde procurando reduzir comportamentos que penalizam o ambiente resultantes de um consumo de álcool excessivo (diariamente encontram-se espalhadas pelas ruas e muros centenas de garrafas de cerveja, etc.).
11. Por serem as zonas mais afectadas pela poluição, e por vezes as mais insalubres e esquecidas, pensamos que o futuro Projecto deverá continuar a fazer incidir mais a sua acção no Bairro das Barracas e também na zona dos pescadores da Vila. Nesta última ainda se verificam costumes ancestrais avessos a comportamentos cívicos, como o “balde das nove” – quando são deitados para o mar os dejectos e todo o tipo de lixo efectuado durante esse dia – e a convicção de que “o mar leva tudo”.
Sugestões ao Presidente da Câmara de Sal Rei
Registam-se as principais sugestões para melhorar o ambiente em Sal Rei que foram dadas pela população durante o Inquérito e o Peddy-Paper feitos na Vila:
• Colocar mais caixotes e contentores para o lixo;
• Fazer uma recolha mais frequente do lixo dos contentores;
• Promover a recolha selectiva de resíduos: vidro, plástios, latas, orgânico;
• Colocar ecopontos na Vila para recolha selectiva de lixo
• Ensinar como se faz a separação do lixo;
• Escolher melhor a localização dos contentores do lixo;
• Melhorar o estado das ruas e a iluminação;
• Combater o vandalismo;
• Reorganizar o Bairro das Barracas e construir casas novas
• Limpar as praias
• Limpar a Praia de Diante e a Rua de S.ta Bárbara
• Sensibilizar os pescadores e as peixeiras para não deixarem peixes na praia
• Promover mais actividades para jovens
Anexos:
1. Inquérito à população
2. Contos sobre o mar, da actividade “Mostra e Conta”
3. Registo fotográfico
4. Apoios ao Projecto Cabo Verde 2009
ANEXO 1
Resultados do inquérito à população
CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA
Na tarde do dia 5 de Agosto de 2009 foram inquiridas 84 pessoas na Vila de Sal Rei pelos grupos de crianças e jovens participantes nas actividades de ambiente do Projecto Cabo Verde 2009. Os 5 grupos dividiram‐se por 5 zonas, cobrindo toda a parte central de Sal Rei. A maioria das pessoas inquiridas (cerca de 70%) era do sexo feminino e a idade média global de 38 anos, numa amostra que variou dos 20 e os 70 anos. A maioria dos inquiridos era de origem cabo‐verdiana, da Ilha de Sal Rei, mas com algumas pessoas eram de outras ilhas do arquipélago. Foram ainda entrevistadas 4 pessoas da Guiné, 1 do Senegal e 1 de Itália. Relativamente ao grau de escolaridade, uma parte da população inquirida tinha a 4ª classe (36) e outra parte estudos superiores à 4ª classe mas inferiores ao secundário (38), tendo ainda sido entrevistados 5 licenciados e 5 pessoas que não estudaram. Vinte das pessoas entrevistadas estavam desempregadas. Em média vivem 5 pessoas em cada agregado habitacional.
ANÁLISE DOS RESULTADOS
Relação com o mar
A relação da população de Sal Rei com o mar é muito próxima, manifestando‐se em várias vertentes. A maior parte das pessoas entrevistadas (73) utiliza a praia frequentemente, deslocando‐se até lá 3x por semana, em média. O peixe é a base da alimentação, sendo, com o marisco, os produtos do mar mais consumidos – cerca de 4kg por semana. É na Praia de Diante que a maioria das pessoas o adquire. Pela auscultação de várias peixeiras vendedoras nesse local, a abertura da nova peixaria é bem‐vinda e o seu início de laboração esperado com expectativa, por vir permitir melhorar substancialmente os actuais padrões de higiene e salubridade, actualmente precários, fontes de poluição e doença. Quanto à carne e ovos de tartaruga, a maioria das pessoas entrevistadas acha que não deve ser consumida e, de facto, ninguém assumiu que o tivesse feito no ano transacto.
Produção e tratamento de resíduos
Apesar de, na Vila de Sal Rei, a maioria das casas ter instalações sanitárias e existirem diversos contentores e caixotes do lixo, muitas das pessoas inquiridas ainda vão deitar as águas sujas ao mar ou mesmo na rua. Já em relação ao lixo doméstico a maioria dos entrevistados referiu usar os contentores e, quando vão à praia, apesar de até 2009 não existirem recipientes para o lixo, guardam aquele que produzem para posteriormente o colocarem nos locais devidos. É de referir que a maioria da população se apercebeu do esforço das autoridades em aumentar o nº de contentores e caixotes do lixo e a frequência do seu despejo. A quase totalidade dos inquiridos usaria caixotes de lixo caso estes existissem na praia.
Motivação para a participação cívica
Encontrámos interesse em participar em campanhas de melhoria ambiental da Boavista entre a maioria das pessoas que foram inquiridas, nomeadamente em campanhas de recolha de lixo. Ou seja, encontrou‐se um potencial de participação e cidadania activa, o que se pode considerar muito positivo. Contudo, existem ainda muitas pessoas (cerca de metade das entrevistadas) que desconhecem a existência de uma ONG de ambiente na Boavista, nomeadamente do Clube Ambiental da Boavista (CAB), mas 19 das pessoas entrevistadas (23%) afirmam inclusive já terem participado em acções por ele promovidas. Ainda é do desconhecimento da população a existência de uma empresa que reutiliza o vidro usado incorporando‐o em materiais de construção, o que sugere uma melhor e mais concertada divulgação desta iniciativa particular; a CMB reconhece‐a e já identificou o local onde o vidro para reciclar pode de modo organizado ser colocado; formalizando‐se a parceria pública‐privada, fica por fazer uma informação adequada à população, sendo desejável que, em futuro próximo, se adquiria a estrutura própria para receber este tipo de resíduos: um “vidrão”.
Projecto Cabo Verde INQUÉRITO 2009
Inquérito às atitudes e comportamentos face ao Ambiente e à Saúde
A - CARACTERIZAÇÃO 1. Idade:
2. Sexo: Feminino………….Masculino………….
3. Nacionalidade:…………………………………
4. Nível de escolaridade ………
5. Trabalha? SIM……NÃO…….. Profissão: …………………….
6. Quantas pessoas vivem em sua casa?……………………………
B - RELAÇÃO COM O MAR 1. Costuma ir à praia? SIM……. NÃO……. 2. Se sim, quantas vezes por semana? 3. Qual a base da sua alimentação, ou o que costuma comer mais? PEIXE…. CARNE… TARTARUGA… FEIJÃO…. GRÃO… FRUTA…. LEGUMES… UMA MISTURA DE TUDO ISTO EQUILIBRADO….. 4. Que tipo de produtos do mar consome? ……………………………………………………………. 5. Que quantidade de produtos do mar consome por semana (em kg)? …………………… 6. Onde compra o peixe? DIRECTAMENTE NO PONTÃO…. NO MERCADO… NO SUPERMERCADO…. NAS PEIXEIRAS DA PRAIA DIANTE… 7. Comeu tartaruga durante este último ano? SIM… NÃO….. 8. Se sim, mais ou menos que no ano anterior? MAIS… MENOS… IGUAL… 9. E onde comprou? …………………………………………………………… 10. Acha bem comer tartaruga ou os seu ovos? SIM… NÃO…. 11. Pode dar-nos uma receita culinária com produtos do mar?
12. Tem alguma história relacionada com o mar que nos possa contar? C – PRODUÇÃO E TRATAMENTO DE RESÍDUOS 1. Onde deita o lixo? NO CONTENTOR… NO MAR, AO FINAL DO DIA (‘BALDE DAS 9’)… NA RUA… 2. Se usa o ‘balde das 9’ onde o despeja? ……………………….. 3. Tem casa de banho? SIM… NÃO… 3.1. Se não, onde vai fazer as suas necessidades?................................................... 3.2. E onde despeja a agua suja? NO CONTENTOR… NA RUA…. NO MAR… 4. Quando vai a praia onde despeja o lixo? NO MAR… NUM SACO E LEVO PARA CASA… NUM SACO E DEIXO NA PRAIA… NO CAIXOTE DE LIXO PUBLICO… DEIXO NA AREIA 5. Se existissem caixotes de lixo na praia, utilizava-os? SIM… NÃO… 6. Notou alguma melhoria neste último ano:
- na quantidade de contentores e caixotes do lixo disponíveis: SIM… NÃO… - na frequência da recolha do lixo: SIM…. NÃO…
D – MOTIVAÇÃO PARA A PARTICIPAÇÃO CÍVICA – AMBIENTAL 1. Se houvesse uma campanha de recolha de lixo, participaria? SIM… NÃO…. 2. Sabia que na Boa Vista já se faz reutilização dos vidros (garrafas, etc) para incorporar no material da construção civil? SIM… NÃO… 2.1. Se sim, já contribuiu? SIM… NÃO… 3. Sabe que existe uma organização não governamental de ambiente, o Clube Ambiental? SIM… NÃO… 4. Já alguma vez participou em actividades do clube do ambiente, ou de outra sobre ambiente? SIM… NÃO… 5. Se pudesse mudar alguma coisa em Sal Rei, o que seria?
PEDDY PAPER EM SAL REI 2009 CIRCUITO 1 Bem-vindo ao mais espectacular jogo do ambiente! Para ganhar têm de ser muito rápidos, e responder acertadamente às próximas perguntas. AH!! E PRESTEM MUITA ATENÇÃO… ao longo do percurso vão encontrar 4 tarefas mistério que têm de cumprir com MUITO empenho! Vão para a zona mais central da vila… 1. Quantos candeeiros conseguem contar? Repuxos? Caixotes do lixo? Contentores? Dirijam-se ao edifício onde trabalha o senhor Djo Pinto 2. Qual o nome do vereador do Ambiente?
3. Já agora, digam os nomes do Presidente da República e do Primeiro Ministro de Cabo
Verde Mmmmmm… está-me mesmo a apetecer uma fruta fresquinha… e preciso de legumes para o jantar… Onde é que os posso comprar? 4. Digam o nome de 7 produtos da Boavista? 5. Qual o preço de dois deles. 6. Qual o animal que dá o leite para fazer o queijo típico da Boavista? 7. Que outro nome se dá aos Boavistenses? Já que estamos a pensar em produtos da terra e do mar, gostávamos de saber algumas coisas sobre a biodiversidade na Boavista. 8. Já agora: o que é a biodiversidade?
9. Digam o nome de 5 dos seres vivos que encontrámos na praia do Estoril 10. Digam o nome de mais 3 seres vivos que conheçam e existam nos mares, na terra ou nos
ares da Boavista 11. Comentem a frase do lema ‘Maior biodiversidade, mais felicidade’? Quando queremos brincar e à noite refrescar, onde vamos parar? 12. Quantos candeeiros e caixotes do lixo aqui existem? 13. A quem é dedicada a Igreja católica de Sal Rei? 14. Quando se festeja o feriado municipal? A quem é dedicado? 15. Qual é o próximo feriado nacional? A quem é dedicado?
Mesmo ao lado da Igreja, na casa da estrela e das luas, espreitem à janela e verão um tapete na parede com a bandeira de um grande país do continente americano e a cara do seu presidente há mais de 40 anos. Qual é o nome do actual presidente desse país? Estava mesmo a calhar um descansozinho… e ouvir um conto era o que mais gostavamos. Escolham um dos contos que mais gostaram de ouvir e expliquem qual era a ideia principal. Se as tartarugas querem proteger, um longo caminho têm de percorrer… Dirijam-se à sede de uma organização de cientistas que estudam as tartarugas da Boavista. Pelo caminho pensem e escrevam… 16. Quais as zonas e ruas mais sujas que encontraram em Sal Rei? 17. Qual o tipo de lixo que mais se recolheu no outro dia na praia? FINALMENTE CHEGÁMOS à sede das tartarugas!!!! 18. Escrevam o nome científico completo, e o nome comum da tartaruga que representam. Vão ter ao jardim infantil mais próximo do liceu… 19. O quer dizer OMCV? 20. Qual o nome da sua presidente? Entrem na loja dos senhores de olhos em bico mesmo aí ao lado… 21. De que continente vêm? 22. Digam o nome de 2 países desse continente. 23. Qual o preço do produto mais barato à venda? 24. Quantas lojas do mesmo tipo existem em Sal Rei? Dirijam-se ao local mais seguro de Sal Rei... Vejam se conseguem descobrir… 25. Qual o nome do comandante? 26. Quantas pessoas trabalham aqui? E em toda a ilha? 27. De quantas horas são os turnos? De quantas pessoas? 28. Qual o procedimento utilizado quando se apanha um ASSASSINO de tartarugas? Quanto
vale a multa?
Procurem o edifício onde podem ir à Internet, o mais próximo da escola…Aqui, tentem responder às próximas perguntas. 29. Quantos computadores existem? 30. Quanto custa 1hora/ 30 minutos / 15 minutos na Internet, para estudantes? 31. Qual é a capacidade de lugares sentados do auditório? 32. Quem está pintado no quadro da entrada? 33. Qual é o tema da próxima reunião a realizar-se aqui? Quando é? Quando querem jogar futebol… 34. Como se chama o Polivalente? Quem foi? 35. Quantos lugares sentados existem no Polidesportivo? 36. Quantas equipas federadas existem na Boavista? E em Sal Rei? 37. Qual o nome do presidente da Associação Regional de Futebol da Boavista? E se nos queremos refrescar, um bom banho vamos tomar…mesmo ali em DIANTE! Enquanto não chegamos… Perguntem às peixeiras: 38. Quantos tipos de peixe vendem? 39. Que tipo de peixe vende mais? 40. Hoje, qual o preço do quilograma de garoupa? 41. Já visitaram a nova peixaria? O que falta para abrir? E queremos ter a vossa opinião: 42. Escrevam 3 coisas positivas e 3 negativas do turismo na ilha. 43. Qual a coisa pior e a coisa melhor do Djéu? 44. Quais são os estilos musicais típicos da Boavista? 45. Diga o nome de 3 cantores cabo-verdianos conhecidos? PARABÉNS, CHEGARAM AO FIM!! Mas não pensem que se vão embora assim…! Para ajudar o presidente da Câmara como melhorar o ambiente da Boavista, dêem duas ideias. Inventem, e cantem para as monitoras, uma música que contenha o lema de hoje. Ainda te lembras?
SE ÉS AMIGO DA BOAVISTA, NÃO HÁ SUJIDADE QUE RESISTA!!!
ANEXO 2
Contos sobre o mar
Estes textos foram elaborados pelas crianças e jovens participantes nas actividades de ambiente do Projecto Cabo Verde 2009, no âmbito da acção “Mostra e Conta”, decorrida na Praia do Estoril no dia 4 de Agosto de 2009. Depois de identificarem o maior número de espécies de fauna e flora marinhas e de se ter chamado a atenção para a riqueza da biodiversidade marinha, colocando‐as em “aquários” provisórios antes de serem devolvidas ao mar, cada um dos 5 grupos elaborou e apresentou aos restantes vários contos em que os personagens eram as espécies encontradas.
Volta ao mundo do coral em 80 dias
Era uma vez um pequeno coral que andava feliz e contente agarrado à sua família numa qualquer costa africana. Certo dia veio um tsunami e arrancou o pequeno coral. Viajou 80 dias até que chegou a uma zona do fundo do mar muito poluída. Foi aí que encontrou um peixinho que ficou seu amigo. Um dia, em conversa, decidiram em conjunto que iriam limpar o fundo do mar. Chamaram então a Sr.ª Baleia e meteram dentro da sua boca todo o lixo do mar. Nadou até à costa e devolveu aos humanos o que era dos humanos: o lixo. Assim ficaram todos mais felizes porque o mar estava de novo limpo.
Os caçadores de caranguejos
Um dia o Roni estava na praia a brincar nas rochas aos caçadores de caranguejos. Ao apanhar um caranguejo este mordeu‐o no dedo, escapando de ser apanhado. O caranguejo, ao voltar para o fundo do mar, reuniu‐se com os outros caranguejos e planearam um ataque aos caçadores de caranguejos. No dia combinado, quando os caçadores estavam à caça de caranguejos, atacaram‐nos. Os caçadores fugiram com medo e aprenderam uma vez por todas que têm que respeitar os animais marinhos.
Tartarugas e crianças juntos
Era uma vez uma tartaruga Caretta careta que vivia no mar da Ilha da Boavista. Um dia a tartaruga foi ter com os seus amigos para brincar. A tartaruga Careta era amiga de todos os animais e plantas do mar: dos peixes, dos caranguejos, das lapas, das algas, dos ouriços, … Mas nesse dia os amigos da tartaruga estavam cansados e tristes. Quando disseram à tartaruga que
estavam doentes por causa do lixo que as pessoas deitavam no mar, a tartaruga encheu‐se de coragem e foi falar com os pescadores da praia. Contudo, eles não quiseram ouvi‐la. A tartaruga afastou‐se e começo a chorar, muito triste. Entretanto, dois meninos que brincavam na praia animaram‐na e foram ter com ela. Quando falaram, perceberam que tinham que a ajudar a salvar o mar. Por isso foram todos para a rua e cantaram muito alto para todos os ouvirem: “Sou tartaruga e vivo no mar. Se és meu amigo não me podes matar”. As pessoas da ilha perceberam então e nunca mais deitaram lixo no mar.
Mais biodiversidade, maior felicidade
No mar da Ilha da Boavista existem muitas tartarugas: as caretas, as coriácias, as imbricatas, as mydas e as olivácias. Estas tartarugas não eram lá muito amigas entre si e andavam sempre a discutir sobre quais eram as mais bonitas. Um dia, os outros animais do mar, já cansados de tantas discussões, reuniram‐se e foram ter com as tartarugas e disseram‐lhes: “Já se esqueceram do que as monitoras do Projecto Cabo Verde disseram? Quanto mais biodiversidade, maior felicidade!”. A partir daquele dia as tartarugas passaram a ser mais amigas e a valorizar as diferenças entre elas.
A união faz a força
Era uma vez um peixinho que ao nadar no mar ficou preso num plástico sem conseguir sair. Encontrou um caranguejo e pediu‐lhe ajuda. Este, sozinho, não conseguiu salvá‐lo, e por isso chamou outro caranguejo. Os dois caranguejos não conseguiram libertar o peixinho do plástico
e chamaram o ouriço. Os três juntos conseguiram finalmente libertar o belo peixinho e, depois de devolverem o plástico a terra, voltaram todos a nada pelo lindo mar.
Limpeza é beleza
Era uma vez um senhor que tinha uma casa em cima do mar e sempre que tomava o pequeno‐almoço na varanda atirava o lixo para o mar. Certo dia quis ir fazer mergulho para apanhar búzios, mas encontrou tanto lixo no mar que não conseguiu apanhar nenhum. Voltou triste para casa e chegou à conclusão que nunca mais iria deitar lixo para o mar, para assim poder voltar a fazer mergulho de que tanto gostava.
Juntos podemos melhorar
Os homens de Sal Rei gostavam imenso de apanhar e comer tartarugas. Mas cada vez que apanhavam e tiravam uma tartaruga do mar, os outros seres vivos que moravam lá ficavam muito tristes. Os meninos de Sal Rei, que brincavam diariamente com os amigos do mar, ficaram também tristes ao saber isso e foram dizer aos homens e a toda a ilha para nunca mais comerem tartaruga. E conseguiram que assim fosse!
Cadeia alimentar
Num dia de Verão a família Ramos, uma família de caranguejos, decidiu encontrar‐se para uma bela almoçarada. A ementa seria uma caldeirada de peixe …, era então preciso ir à pesca! Assim foi. O casal responsável pela preparação do almoço foi à pesca. Foram a uma zona escondida de lindas plantas marinhas e corais e lá pescaram um grande peixe, … o pobre
Óscar! O Óscar foi, pois, o almoço da família Ramos e que bela almoçarada!
Melhor para o mar, melhor para as pessoas
Era uma vez um pescador de Sal Rei que costumava ir pescar para a Praia de Diante. Um dia enquanto pescava saltou um peixe do mar que gritou “Olá” para o pescador. O pescador, que ficou bastante assustado, largou logo a sua cana. Logo depois o peixe saltou para dentro do balde do pescador, que de tão pasmado não saiu do lugar, e começou a conversar com ele: ‐ Ando mesmo triste com vocês, humanos, que vivem na Ilha da Boavista – disse o peixe. O pescador respondeu: ‐ Andas triste connosco porquê? ‐ Porque vocês deitam o lixo todos os dias no mar, e assim a minha casa feita de corais brancos está preta; as minhas algas preferidas para eu comer já quase não existem e as que há têm um sabor muito mau – disse o peixe. O pescador disse: Como te chamas? Respondeu o peixe: Chamo‐me Gustavo. ‐ Está bem, Gustavo. Vou ajudar‐te. Amanhã volto com ideias. Até amanhã! – disse o pescador. O peixe respondeu: ‐ Até amanhã. Durante esse dia o pescador pelo caminho para sua casa a pensar e decidiu que iria juntar toda a população de Sal Rei e fazer uma grande limpeza pela praia. E também decidiu construir muitos caixotes do lixo para pôr na praia. Após uns dias de trabalho o pescador voltou a encontrar‐se com o peixe e o peixe agradeceu‐lhe tudo o que o pescador fez por ele. Mas o pescador, no seu interior, pensou que o bem que fez a peixe foi um
bem ainda maior para ele e para todos os habitantes de Sal Rei.
Uma historieta da Vila dos Ouriços
A ouriça Rebeca e a Estela, ouriça cabeleireira, encontraram‐se ao telemóvel a partilhar fofoquices. Durante o telefonema a Rebeca estava‐se a pentear, quando a escova ficou presa no seu cabelo. – Ah!, gritou a Rebeca. Estela assustada pergunta o que tinha a Rebeca e esta contou‐lhe o sucedido. Estela convida então a sua amiga a cortar as pontas espigadas! A Rebeca adorou a ideia. No dia combinado a Rebeca foi ter ao salão da sua amiga, e esta fez‐lhe o corte mais “fashion” lá da Vila dos Ouriços.
Todos diferentes, todos iguais
As manas conchas decidiram fazer uma festa para a comunidade. Começaram por organizar os preparativos procurando as melhores algas, para fazer os melhores efeitos! Mas as algas revoltaram‐se …, estavam fartas da vida boémia! Assim surgiu um enorme conflito entre as manas conchas e as algas. Mas felizmente apareceu o sábio búzio que pôs termos ao conflito, apelando à paz a à generosidade e partilha de todos. As algas ganharam finalmente os mesmo direitos que as conchas, deixando de ser vistas como um simples instrumento decorativo, não sendo valorizadas apenas pela sua aparência, mas pelo seu coração.
Aventuras do futuro
Era uma vez uma Pepita do Mar que vivia na Ilha Géo, e que um dia teve dois filhotes. Mas a Pepita ficou muito triste porque os seus filhos eram dois caranguejos muito feios, muito diferentes daquilo que a Pepita esperava. No entanto, com o passar do tempo, os dois filhotes cresceram e ficaram muito fortes! E decidiram assim construir uma casa de corais muito grande e muito bonita para a mãe Pepita. A mãe ficou muito feliz e decidiu fazer festa para todos os habitantes do mar, onde comeram algas verdes muito, muito gostosas. Assim viveram todos felizes para sempre!
A escola do mar
Era uma vez um caranguejo que vivia no Bairro dos Corais. Na escola ele não tinha amigos porque era muito tímido. Logo, nos intervalos, estava sempre sozinho. Até que um dia um novo aluno chegou à escola: o búzio. Então o búzio, vendo o caranguejo sozinho, perguntou: ‐ Queres ser meu amigo? E o caranguejo respondeu: ‐ Sim, quero. Então vamos jogar futebol no jardim das algas – disse o búzio. Foram os dois jogar e todas as outras crianças os seguiram. Foi assim que o caranguejo ficou amigo de todas as crianças da escola.
Prep
paração da actividade de
Registo f
e Ambiente e
fotográfic
e das campan
o das acti
nhas de rua:
ividades realizadas
AANEXO 3
Recoplás
olha selectivticos, latas, p
va de lixo napapel e cartã
a Praia do Eão:
Estoril, contaabilizando ee registando o número de elementoos de cada tipo:
Identificação de espécies de fauna e flora marinha e criação de contos com os personagens recolhidos, do tipo “Mostra e Conta”:
Jogoos na praia, eesculturas naa areia, pedddy‐paper na VVila, etc.:
Limppeza do Ilhéuu:
Pintura de muraais:
Pintura de bidons para o lixo:
Festa final das actividades: as tartarugas sempre presentes:
ANEXO 4
APOIOS AO PROJECTO CABO VERDE 2009 ‐ Destaque aos apoios directos às actividades de Ambiente ‐
Abbott Laboratórios, Lda. Agência Portuguesa de Ambiente Águas de Gaia, EM Águas do Porto, EM Alves & Alexandre, Lda. Ana Resende & Arminda Resende, Lda. Associação Bandeira Azul da Europa Babyoga Barata & Ramilo, S.A. (Parfois) Caixa Económica de Cabo Verde Câmara Municipal da Boavista Cenário Eterno, Arq. e Design de Interiores, Lda. Clube Ambiental da Boavista Costa Duarte ‐ Corretor de Seguros, S.A. Dagoberto da Silva Delegação Escolar da Boa Vista Dôrez Ozorio Embaixada de Cabo Verde FAMO ‐ Ind. Mobiliário de Escritório, Lda. Farmácia Boavista Farmácia Central Cláudia Ramos Unipessoal, Lda. Farmácia Central Catassol, Lda. Farmácia Cortes Pinto Farmácia Guimarães Farmácia Peixinho, Unipessoal, Lda. Farmácia Pinhais da Foz Farmácia Ramos
Farmácia Salutar Farmácia Saúde Fundação AJB ‐ A Junção do Bem Fundação Maria António Barreiro Galeria Nazareth's INFORSAL‐ Informática e Telecomunicações Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca José de Mello, SGPS, S.A. Júlia Ribas, Lda. Lumarca ‐ Representações Lda. Lusitânia Companhia de Seguros, S.A. Manuel Pedro & Ana Sousa, Lda. Manuela Taxa Maria José Boutique Lda. Marlene F. Fernandes, Lda. (BIJU) Orlanda Martins e Ferreira, Lda. Pneuval ‐ Centro de Pneus, Lda. Primor ‐ Joaquim Moreira Pinto & Filhos, Lda. Renova ‐ Fábrica de Papel do Almonda, S.A. Rita Santos ‐ Porcelanas e Cristais Sameca TME, Lda. Sociedade de Desenvolvimento Turístico das Ilhas de Boavista e Maio Sogenave, S.A. Teixeira Trigo, Lda. Turtle Foundation Vinhos Cavaca Dourada, S.A.