alvenaria estrutural - questões básicas

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL - UFRGS ALVENARIA ESTRUTURAL – ENG01208 ALVENARIA ESTRUTURAL QUESTIONÁRIO PROF. JEAN MARIE DÉSIR PROFA. LUCIANI LORENZI PROF. LUIZ CARLOS PINTO DA SILVA FILHO ALUNO TIAGO NOAL MATRÍCULA 130085 TURMA U – 2012/2 Porto Alegre, janeiro de 2013.

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Este documento é o trabalho final apresentado à disciplina de alvenaria estrutural da UFRGS. Contém algumas questões básicas, tanto teóricas como práticas sobre dimensionamento neste sistema estrutural.

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL - UFRGS

    ALVENARIA ESTRUTURAL ENG01208

    ALVENARIA ESTRUTURAL QUESTIONRIO

    PROF. JEAN MARIE DSIR PROFA. LUCIANI LORENZI PROF. LUIZ CARLOS PINTO DA SILVA FILHO

    ALUNO TIAGO NOAL MATRCULA 130085

    TURMA U 2012/2

    Porto Alegre, janeiro de 2013.

  • Sumrio

    1. Distribuio das aes horizontais em edificaes ............................................... 2 1.1 Fora do Vento .......................................................................................................... 2 1.2 Desaprumo ................................................................................................................. 3 1.3 Sismos ......................................................................................................................... 3 1.4 Consideraes Finais.............................................................................................. 3

    2. Reteno e absoro de gua ...................................................................................... 4 3. Elementos sob compresso e flexo combinadas. ................................................ 5 4. Funes das argamassas e dosagens ....................................................................... 8 5. Resistncia mdia e caracterstica ............................................................................ 10 6. Preocupao com a tcnica construtiva .................................................................. 11 7. Modulao da parede PY7 e Quadro Q4 .................................................................. 12

    7.1 Modulao horizontal ............................................................................................ 12 7.2 Modulao vertical ................................................................................................. 14

    8. Parede isolada e grupo de paredes ........................................................................... 15 8.1 reas de influncia das lajes .............................................................................. 16 8.2 Clculo das cargas ................................................................................................ 17 8.3 Clculo como parede isolada .............................................................................. 17 8.4 Clculo como um grupo de paredes ................................................................. 19

    9. Clculo do fbk necessrio em uma seo transversal. Verificao de flexo-compresso e trao ............................................................................................................. 20

    9.1 Equacionamento para flexo-compresso ........................................................ 20 9.2 Resoluo para flexo-compresso .................................................................... 21 9.3 Equacionamento para a trao ........................................................................... 23

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    1. Distribuio das aes horizontais em edificaes

    As aes horizontais se dividem basicamente em:

    1.1 Fora do Vento

    Verifica-se a estabilidade da edificao quanto ao tombamento, ou seja, o momento gerado pelo vento, na base da edificao, deve ser menor do que o momento contrrio gerado pelo peso da edificao.

    A fora do vento pode ser estimada atravs de procedimento descrito na Norma NBR 6123 Foras devidas ao vento em edificaes - e d-se da seguinte forma:

    Calcula-se a velocidade caracterstica do vento atravs da equao (1) abaixo:

    = (1) Onde:

    S1, S2, S3: constantes tabeladas, em funo da topografia, rugosidade do terreno e destinao da edificao;

    V0: Velocidade bsica do vento, tomada a partir das isopletas, funo da localizao geogrfica da edificao;

    A seguir calcula-se a presso dinmica (ou de obstruo) do vento, atravs da equao (2):

    = 0,613 (2)

    E finalmente calcula-se a fora de arrasto, exercida em uma face da edificao, atravs da equao (3):

    = (3) Onde:

    Fv: Fora do vento [KN]; Ca: Coeficiente de arrasto (regime turbulento ou no);

    As: rea superficial da face onde atua o vento;

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    A fora resultante do vento age a uma altura de aproximadamente 2/3 da edificao, em relao superfcie do terreno. O peso resultante pode ser considerado no centro geomtrico, ou seja, da largura da edificao, desde que o carregamento seja praticamente uniforme e a edificao simtrica.

    1.2 Desaprumo

    O desvio de prumo causa um efeito vertical em cada pavimento, que depende do ngulo de desaprumo e do peso relativo a cada pavimento. Este efeito vertical pode ser transformado em um efeito horizontal equivalente e aplicado nas lajes de cada pavimento. O ngulo de desaprumo pode ser estimado pela equao (4):

    = (4) Onde:

    H: Altura total da edificao; E a fora horizontal aplicada laje de cada pavimento pode ser

    estimada de acordo com a equao (5), a seguir: = (5)

    Onde: : Peso total de um pavimento;

    1.3 Sismos

    No foram estudados nesta disciplina, pois no faz parte da nossa realidade em termos de projetos de edificaes.

    1.4 Consideraes Finais

    Deve-se somar as solicitaes horizontais e considerar a resultante atuando em lajes como diafragmas rgidos. Posteriormente esta distribuio horizontal ser transmitida s paredes de contraventamento e contraventadas e estas, s fundaes.

  • 4

    2. Reteno e absoro de gua

    A reteno e a absoro de gua so dois fatores que afetam fortemente a aderncia na alvenaria estrutural. Como so feitas estas determinaes? Considerando a classificao normativa, qual combinao proporcionar maior aderncia?

    A reteno de gua das unidades (blocos / tijolos) e argamassas pode ser determinada pelo IRA (ndice de reteno de gua, em porcentagem). A taxa inicial de absoro de gua pelas unidades, bem como rugosidade e aspereza influenciam na aderncia. Por parte da argamassa, a capacidade de reteno de gua (hidratao) a propriedade que mais influencia na aderncia.

    Uma baixa suco inicial de um bloco que possui um baixo ndice de reteno de gua (IRA

  • 5

    3. Elementos sob compresso e flexo combinadas.

    Cite exemplos de elementos sob compresso e flexo combinadas. Comente sobre a forma de ruptura do prisma.

    Alguns elementos com flexo composta, ou seja, carga axial e momento fletor combinados so: Estruturas portantes de edifcios; Paredes que suportam cargas gravitacionais e resistem s aes horizontais (vento e desaprumo); Elementos com cargas verticais e aes laterais de empuxo de solo ou de gua; Carregamento vertical com excentricidade.

    Segundo G. Mohamad, P. B. Loureno e H. R. Roman, no trabalho Ensaio de compresso em prismas de bloco de Concreto - deformabilidade e modo de ruptura, salienta-se a existncia de dois modos de ruptura, o primeiro caracterizado pela induo de trao no bloco at atingir o limite de resistncia trao e o segundo caracterizado pelo esmagamento da junta de assentamento, quando a argamassa atingir o limite da resistncia compresso confinada. Uma concluso deste trabalho que quanto mais rgida for a argamassa, maior a deformabilidade elstica. De forma contrria, as deformaes plsticas so maiores quanto mais fracas forem as argamassas. Outro trabalho, Anlise do comportamento de prismas grauteados de alvenaria estrutural cermica, de Leandro Zampieri Grohmann, onde foram avaliados comportamentos de prismas de blocos cermicos grauteados, parcialmente grauteados e no grauteados sob compresso, tem como hiptese, tambm, que a argamassa a principal responsvel pela absoro das deformaes, sendo sua resistncia responsvel pela capacidade resistiva e modo de ruptura da maioria dos prismas. Uma compatibilizao das deformaes dos componentes (bloco, argamassa e graute) necessria, pois as deformaes diferenciais so responsveis pela ruptura dos prismas. Existem vrios modelos de ruptura que comprovam os mecanismos acima descritos. Destacam-se:

    Modelo de Hilsdorf (1967) Com a aplicao de cargas de compresso, a argamassa, com um

    mdulo de deformao menor que o bloco, tem a tendncia de se expandir

  • 6

    lateralmente. Como h aderncia entre bloco e argamassa, surgem tenses de compresso triaxiais na argamassa e tenses de trao no bloco. Quando as tenses de trao no bloco ultrapassarem a sua resistncia trao ocorre fissurao na pea.

    Modelo de Atckinson e Noland (1985) Como a argamassa tem a tendncia de expandir lateralmente, e como ligada mecanicamente ao bloco, ela restringida lateralmente, surgindo tenses laterais de trao no bloco e de compresso na argamassa. A resistncia dos prismas governada pela resistncia trao dos blocos e pelas propriedades de deformao da argamassa. Argamassas mais fortes tm um comportamento na curva tenso x deformao essencialmente linear, seus prismas fissuraram subitamente e romperam explosivamente no carregamento ltimo (esmagamento da junta de assentamento), j as argamassas mais fracas apresentam um comportamento na curva tenso x deformao no linear e tm comportamento mais dctil ocorrendo fissurao lenta nos prismas, ou seja, de acordo com esta teoria, considerando a no linearidade da argamassa, pode ocorrer o fendilhamento do bloco ao invs do esmagamento da argamassa.

    Modelo de Hamid e Drysdale (1979) (Blocos Grauteados) Ao aplicar carga alvenaria o graute atinge sua capacidade resistente

    de compresso no confinado, expandindo, devido as suas deformaes inelsticas ocasionadas pela microfissurao. O bloco tende a restringir estas deformaes e a confinar o graute, gerando, assim, tenses de trao nas paredes dos blocos. Neste caso, a ruptura do prisma grauteado ocorre pela ruptura trao do bloco induzida pela deformao lateral do graute.

    No caso do graute no atingir a sua capacidade resistiva antes do conjunto bloco/argamassa, as faces do bloco so tracionadas ao restringirem as deformaes da argamassa. Nestes casos, o bloco sempre romper por tenses de trao geradas pela deformao dos demais componentes (e no do graute). Portanto, grandes aumentos na resistncia dos grautes tm pouco efeito na resistncia dos prismas; e a ruptura ou no ruptura do graute governa a forma de ruptura dos prismas.

  • 7

    Modelo de Cheema e Klingner (1986) Utilizando ensaios e modelagem por elementos finitos, concluram que

    existem cinco tipos de ruptura que podem ocorrer na alvenaria grauteada. Em ordem decrescente de ocorrncia, os tipos de ruptura so:

    a) fendilhamento lateral do bloco: ocorre quando a resistncia trao do bloco alcanada;

    b) esmagamento da argamassa: acontece quando a mxima tenso de confinamento atingida pela tenso atuante na argamassa;

    c) esmagamento do bloco: ocorre quando atingida a resistncia compresso do bloco;

    d) fendilhamento da argamassa: se d quando atingida a resistncia trao mxima da argamassa;

    e) esmagamento do graute: acontece quando a mxima tenso atuante no graute atinge a tenso compresso confinada no graute.

  • 8

    4. Funes das argamassas e dosagens Quais as principais funes das argamassas? Relacionar com a dosagem.

    Unio dos blocos dando monoliticidade ao conjunto; Compensar irregularidades geomtricas; Distribuir adequadamente os esforos; Absorver deformaes de movimentaes trmicas, higromtricas e

    recalques (distribui variaes volumtricas e diferenciais numa rede de microfissuras);

    Estanqueidade e durabilidade (proteo contra intempries); Melhorar as condies termo-acsticas; Funo esttica, no caso de revestimento decorativo de fachada. As dosagens e composies de argamassas so feitas com base em

    traos descritos por massa ou volume, especificados em normas nacionais e internacionais. Por exemplo, na tabela a seguir, retirada da NBR8798/1985 Execuo de obras em alvenaria estrutural de blocos vazados de concreto, pode-se conferir a dosagem de argamassas de assentamento e graute usadas em blocos de concreto para alvenaria estrutural:

    Tabela 1: Exemplo de dosagem recomendada por Norma nacional

  • 9

    A dosagem importante para obteno das propriedades fsicas e qumicas esperadas na argamassa. Ela varia de acordo com a utilizao, podendo-se aumentar e diminuir o fator gua-cimento, alterar os aglomerantes (cal ou cimento geralmente), adicionar aditivos, etc.

    Para argamassas de revestimento, tm-se adotado traos de dosagem 1: 1: 6 e 1: 2: 9 (cimento: cal: areia) em volume, ou seja, a proporo de 1: 3 de aglomerante: agregado. Na prtica, identifica-se o uso de traos mais pobres, como 1: 6 a 1: 9, em volume seco (bastante areia). notvel que o revestimento perde em qualidade e durabilidade quanto mais pobre for o trao.

  • 10

    5. Resistncia mdia e caracterstica

    O que entende por resistncia mdia e resistncia caracterstica? Qual tem maior valor?

    Em um grupo de amostras, a resistncia mdia a soma de todas as resistncias ensaiadas pelo nmero total de amostras. a mdia aritmtica da resistncia das amostras.

    = !" #

    A resistncia caracterstica dada por uma distribuio normal das amostras, onde 95% dos corpos de prova ensaiados devem romper com um valor de resistncia igual ou superior resistncia caracterstica.

    = 1,65 Onde:

    Sd: desvio padro

    = & ( )" #! 1 Por exemplo: Se tivermos uma amostra de 100 blocos de alvenaria estrutural, onde a resistncia caracterstica compresso definida em 6MPa, isso significa que no mnimo 95 blocos devem apresentar uma resistncia maior ou igual a 6MPa. Portanto, como a maioria dos blocos possui resistncia maior do que a caracterstica deve-se esperar que a resistncia mdia possua um valor maior do que a resistncia caracterstica.

  • 11

    6. Preocupao com a tcnica construtiva

    Coloque em cinco linhas uma preocupao sua com a tcnica construtiva de alvenaria estrutural (entende-se como preocupao qualquer duvida forte ou qualquer situao que tenha observado em uma obra de alvenaria estrutural)?

    Na obra que visitamos, foi observada uma quantidade imensa de blocos fissurados. Inclusive perguntei ao professor Jean Marie se isso era normal e a resposta foi que no. Eu no entendo o motivo disso, se descaso dos funcionrios na hora de lidar com os blocos, erro de projeto, recalque da fundao, blocos com defeito de fabricao, enfim. Para quem est pensando em construir com alvenaria estrutural e no tem muita experincia, como o meu caso, isso gera certa dvida a respeito da confiabilidade da edificao.

  • 12

    7. Modulao da parede PY7 e Quadro Q4 Foram escolhidos blocos da famlia 29, utilizando somente os blocos:

    7.1 Modulao horizontal

    Fiada tipo 1 com janela Fiada tipo 2 com janela

  • 13

    Primeira fiada Segunda fiada

  • 14

    7.2 Modulao vertical

    Modulao vertical da parede com a abertura, olhando de fora da edificao.

  • 15

    8. Parede isolada e grupo de paredes

    Considerando a planta da figura, comparar a tenso da parede PY7 quando analisada como isolada ou dentro de um grupo de paredes.

    carto espessura

    da laje [cm]

    N de

    pavimentos

    Q

    [KN/m] fpk/fbk Parede quadro

    130085 10 8 1,9 0,5 PY7 Q4

    Figura 1: Planta com detalhe da parede PY7

  • 16

    8.1 reas de influncia das lajes

    A fim de simplificar o clculo, as reas foram calculadas tomando-se um

    ngulo de 45 a partir dos cantos, ou seja, foram considerados todos os apoios do mesmo tipo. A parede PY7 foi chamada de parede 2.

    Figura 1: reas de influncia do grupo da parede 2 (PY7)

  • 17

    8.2 Clculo das cargas

    cobertura - laje telhado [KN/m] 0,5

    laje 10cm [KN/m] 2,5 revestimento [KN/m] 0,4 acidental cob. [KN/m] 0,5

    total [KN/m] 3,9 Tabela 2: Carga na laje de cobertura por m de laje

    pavimento tipo - laje piso [KN/m] 0,8

    laje 10cm [KN/m] 2,5 revestimento laje [KN/m] 0,4 acidental pav. tipo [KN/m] 1,9

    total [KN/m] 5,6 Tabela 3: Carga na laje de um pavimento tipo por m de laje

    pavimento tipo - parede bloco [KN/m] 1,7 juntas [KN/m] 0,07

    revestimento paredes [KN/m] 0,76 total [KN/m] 2,53

    Tabela 4: Carga da parede por m de parede

    8.3 Clculo como parede isolada

    rea de influncia PY7 [m] 1,3643 carga cob. laje [KN/m] 3,9

    carga pav. tipo laje [KN/m] 5,6 comprimento PY7 [m] 3,14 p direito mais laje [m] 2,7 carga parede [KN/m] 2,53

    espessura da parede PY7 [m] 0,14 espessura da laje [m] 0,1

    hef do elemento (p direito) [m] 2,6 ndice de esbeltez 18,57

    fpk/fbk 0,5 Tabela 5: Consideraes iniciais para o clculo da parede 2 (PY7) isolada

  • 18

    Clculo de Tenso para Parede Isolada PY7

    pavimento carga laje

    acum. [KN/m]

    cinta acabada acum. [KN/m]

    carga parede acum. [KN/m]

    carga total acum. [KN/m]

    tenso [KN/m]

    tenso atuante [MPa]

    res. mnima do prisma

    [Mpa] res. mnima

    do bloco [Mpa]

    bloco adotado [Mpa]

    Cobertura 1,695 0,9 0 2,595 18,532 0,019 - - - 8 4,128 1,8 6,831 12,759 91,133 0,091 0,506 1,013 2 7 6,561 2,7 13,662 22,923 163,734 0,164 0,910 1,819 2 6 8,994 3,6 20,493 33,087 236,335 0,236 1,313 2,626 3 5 11,427 4,5 27,324 43,251 308,936 0,309 1,716 3,433 4 4 13,860 5,4 34,155 53,415 381,537 0,382 2,120 4,240 5 3 16,293 6,3 40,986 63,579 454,139 0,454 2,523 5,046 6 2 18,727 7,2 47,817 73,744 526,740 0,527 2,927 5,853 6 1 21,160 8,1 54,648 83,908 599,341 0,599 3,330 6,660 7

    Tabela 6: Clculo da tenso atuante na parede 2 (PY7) e blocos adotados por pavimento

    Percebe-se que a tenso mxima atuante, no pavimento um, de 0,599 MPa.

    A resistncia mnima que o bloco deve ter neste pavimento de 6,66 MPa, portanto adota-se um bloco de 7MPa.

    Na prtica, pode-se construir toda a edificao com o mesmo bloco de 7MPa para evitar equvocos na hora da execuo. Porm, pode-se trabalhar com blocos de resistncia diferente, pois isso reflete em economia. Poderiam ser adotados blocos de 7MPa do primeiro ao quarto pavimento e de 4MPa do quinto em diante, para esta parede.

  • 19

    8.4 Clculo como um grupo de paredes

    Clculo de Tenso para a parede 2:PY7 dentro de um grupo de paredes

    pavimento parede rea de

    influncia [m]

    comprimento da parede

    [m] carga laje

    acum. [KN/m]

    cinta acabada acum. [KN/m]

    carga parede acum. [KN/m]

    carga total acum. [KN/m]

    carga total acum. [KN]

    carga total do grupo

    [KN] comp. total do

    grupo [m] carreg. distrib. [KN/m]

    tenso [KN/m]

    tenso atuante [MPa]

    res. mnima do

    prisma [Mpa]

    res. mnima do

    bloco [Mpa]

    bloco adotado

    [Mpa]

    cobertura 1 0,1830 0,450 1,586 0,9 0 2,486 1,12

    17,65 4,78 3,70 26,405 0,026 - - - 2: PY7 1,3643 3,140 1,695 0,9 0 2,595 8,15 3 1,8769 1,185 6,177 0,9 0 7,077 8,39

    8 1 0,1830 0,450 3,863 1,8 6,831 12,494 5,62

    73,74 4,78 15,44 110,311 0,110 0,613 1,226 2 2: PY7 1,3643 3,140 4,128 1,8 6,831 12,759 40,06 3 1,8769 1,185 15,047 1,8 6,831 23,678 28,06

    7 1 0,1830 0,450 6,141 2,7 13,662 22,503 10,13

    129,83 4,78 27,19 194,217 0,194 1,079 2,158 3 2: PY7 1,3643 3,140 6,561 2,7 13,662 22,923 71,98 3 1,8769 1,185 23,917 2,7 13,662 40,279 47,73

    6 1 0,1830 0,450 8,418 3,6 20,493 32,511 14,63

    185,93 4,78 38,94 278,123 0,278 1,545 3,091 4 2: PY7 1,3643 3,140 8,994 3,6 20,493 33,087 103,89 3 1,8769 1,185 32,786 3,6 20,493 56,879 67,40

    5 1 0,1830 0,450 10,695 4,5 27,324 42,519 19,13

    242,02 4,78 50,68 362,029 0,362 2,011 4,023 5 2: PY7 1,3643 3,140 11,427 4,5 27,324 43,251 135,81 3 1,8769 1,185 41,656 4,5 27,324 73,480 87,07

    4 1 0,1830 0,450 12,973 5,4 34,155 52,528 23,64

    298,11 4,78 62,43 445,934 0,446 2,478 4,955 5 2: PY7 1,3643 3,140 13,860 5,4 34,155 53,415 167,72 3 1,8769 1,185 50,526 5,4 34,155 90,081 106,75

    3 1 0,1830 0,450 15,250 6,3 40,986 62,536 28,14

    354,20 4,78 74,18 529,840 0,530 2,944 5,888 6 2: PY7 1,3643 3,140 16,293 6,3 40,986 63,579 199,64 3 1,8769 1,185 59,396 6,3 40,986 106,682 126,42

    2 1 0,1830 0,450 17,527 7,2 47,817 72,544 32,64

    410,29 4,78 85,92 613,746 0,614 3,410 6,820 7 2: PY7 1,3643 3,140 18,727 7,2 47,817 73,744 231,55 3 1,8769 1,185 68,265 7,2 47,817 123,282 146,09

    1 1 0,1830 0,450 19,805 8,1 54,648 82,553 37,15

    466,38 4,78 97,67 697,652 0,698 3,876 7,752 8 2: PY7 1,3643 3,140 21,160 8,1 54,648 83,908 263,47 3 1,8769 1,185 77,135 8,1 54,648 139,883 165,76

    Tabela 7: Clculo da tenso atuante no grupo das paredes 1, 2 e 3 e blocos adotados por pavimento

    Comparando as tenses sobre a parede 2, para o pavimento crtico, percebe-se que a resistncia mnima do bloco aumentou de 6,66MPa, quando considerada a parede isolada, para 7,75MPa considerando a parede dentro de um grupo de paredes. O bloco antes era de 7MPa, e agora deve ser de 8MPa. Porm, nota-se que dentro deste grupo, temos a parede 3 com uma tenso muito mais elevada do que as paredes 1 e 2 (que possuem praticamente a mesma tenso). Caso fossem calculadas as trs paredes isoladamente, o bloco da parede 3 seria muito maior do que das paredes 1 e 2 o que elevaria o custo, pois trabalhamos o andar inteiro com o mesmo bloco, o mais crtico. As paredes agem como um sistema, e distribuem as tenses quando conectadas no mesmo grupo, tornando desnecessrio o uso de um bloco to elevado.

  • 20

    9. Clculo do fbk necessrio em uma seo transversal. Verificao de flexo-compresso e trao

    9.1 Equacionamento para flexo-compresso

    Segundo a NBR 10837, a verificao da flexo-compresso, sem considerar a fora do vento (somente cargas permanentes g e variveis q), pode ser feita por:

    *+,-,.*+,-,.//////// + *+,-,1*+,-,1//////// 1 (1) 3,4: tenso de compresso atuante 3,4//////: tenso de compresso admissvel 3,4////// = 0,2 6 7 (2) 3,*: tenso de flexo atuante 3,*///////: tenso de flexo admissvel 3,*/////// = 0,3 6 (3)

    Substituindo (2) e (3) em (1), pode-se calcular a resistncia do prisma atravs da equao (4), a seguir:

    6 9*+,-,.: + 3,33 3,* (4) Onde:

    7 = 1 ; (5) Sendo a esbeltez igual a:

    ? = @A (6) 3,4 = B[DB]F[4G] (7)

    Onde: A: rea da seo transversal

    3,* = H[DB.4]J = H[DB.4]KL GM [4N] (8) Onde:

    W: mdulo resistente da parede I: momento de inrcia da parede

  • 21

    9.2 Resoluo para flexo-compresso

    Para o clculo do carregamento, no foi considerada a combinao de aes para reduo da carga acidental. A carga total de compresso foi considerada como a soma da carga permanente com a acidental. Considerou-se tambm que os valores das cargas j esto majorados pelo coeficiente de segurana, ou seja, que os valores de carga so de projeto.

    tenso de compresso atuante Ltot [m] 4,28 comprimento total da parede

    G [KN/m] 55 carga permanente Q [KN/m] 15 carga acidental

    N [KN] 299,6 carga total de compresso e [m] 0,14 espessura da parede

    Atot [m] 0,599 rea total de seo transversal falv,c [KN/m] 500 tenso de compresso atuante

    Tabela 8: Tenso de compresso atuante

    Como no foi especificado o sentido onde o momento atua, considerou-se o momento atuando ao longo do eixo x, conforme a figura 2, abaixo:

    Figura 2: Sentido de aplicao do momento fletor

    O momento de inrcia da parede foi calculado pelo teorema de Steiner, mais conhecido por Teorema dos eixos paralelos. As reas foram separadas de acordo com a figura 3, ao lado:

    Figura 3: Diviso das reas para o clculo do momento de inrcia

  • 22

    momento de inrcia da parede rea [m] dy [m] A.dy Ix Ix I A1 0,1036 1,7689 0,18326 0,000169 0,18343

    0,56054 A2 0,1960 0,4900 0,09604 0,032013 0,12805 A3 0,1036 1,1664 0,12084 0,000169 0,12101 A4 0,1610 0,3306 0,05323 0,017744 0,07097 A5 0,0350 1,6256 0,05690 0,000182 0,05708

    Tabela 9: Momento de inrcia da parede

    tenso de flexo atuante L [m] 2,8 altura da seo transversal

    M [KN.m] 45 momento atuante I [m^4] 0,56054 momento de inrcia da seo

    W [m^3] 0,400 mdulo resistente da parede falv,f [KN/m] 112,39 tenso de flexo atuante

    Tabela 10: Tenso de flexo atuante

    Para o clculo da esbeltez, foi considerada como espessura efetiva a espessura real da parede, ou seja, no foi aumentada a espessura efetiva por conta dos enrijecedores.

    clculo do fbk H [m] 2,8 altura da parede : p direito e [m] 0,14 espessura da parede 20 esbeltez R 0,875 coef. redutor f()

    falv,c [KN/m] 500 tenso de compresso atuante falv,f [KN/m] 112,39 tenso de flexo atuante

    fp [KN/m] 3231,406 tenso do prisma fb [KN/m] 6462,811 tenso do bloco fb [Mpa] 6,462811 tenso do bloco

    Bloco Adotado MPa 7 bloco adotado de 7 Mpa Tabela 11: Clculo do bloco a ser adotado

    Verificando flexo-compresso atravs da equao (1): 500

    0,2 7 102 0,875+ 112,390,3 7 102

    1 0,92 1 OK

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    9.3 Equacionamento para a trao

    Segundo a NBR 10837, a verificao da trao pode ser feita por: 3,* 0,75 3,4 3,A////// (9)

    Onde: 3,*: tenso de flexo atuante

    3,4: tenso de compresso atuante 3,A//////: tenso de trao admissvel

    Pela NBR10837, a mxima tenso de trao na flexo admissvel, normal fiada, com tenso da argamassa entre 5 e 12MPa e bloco vazado :

    3,A//////=0,1MPa=100KN/m Portanto, atravs da equao 9, verifica-se que:

    112,39 0,75 500 100 262,61 100 OK

    Ou seja, a tenso de compresso atuante na parede to elevada, que a tenso de flexo no significativa a ponto de causar uma trao grande o suficiente que faa necessrio o uso de armadura. Ainda que necessitasse de armadura, uma alternativa poderia ser o uso de argamassa mais resistente, ou ainda o uso de blocos macios, elevando o valor de 3,A//////.