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Rosângela Domingues Generoso.
ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL E QUALIDADE DE VIDA
Artigo apresentado à Universidade Estadual de
Londrina (UEL) e à Secretaria de Estado da
Educação do Paraná (SEED-PR) para o
Programa de Formação Continuada intitulado
Programa de Desenvolvimento Educacional
(PDE), sob a orientação da Professora Dra
Glaura Scantamburlo Alves Fernandes
Londrina - 2017
Rosângela Domingues Generoso.
ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL E QUALIDADE DE VIDA
Artigo apresentado à Universidade Estadual de
Londrina (UEL) e à Secretaria de Estado da
Educação do Paraná (SEED-PR) para o
Programa de Formação Continuada intitulado
Programa de Desenvolvimento Educacional
(PDE), sob a orientação da Professora Dra
Glaura Scantamburlo Alves Fernandes
Londrina - 2017
RESUMO
Ensinar aos nossos alunos a importância de uma alimentação saudável e
equilibrada, é o caminho para que eles saibam fazer boas escolhas alimentares.
Dentre as escolhas que os alunos farão no futuro, poucas são tão importantes
quanto uma alimentação correta e equilibrada. Por isso também faz parte desse
mar de responsabilidades dos pais e da escola, ensinar aos alunos a escolherem
bem a sua própria alimentação, ou no mínimo, alertar para certos abusos.
Acredita-se que a consciência sobre nutrição adquirida na infância, será
primordial para que no futuro, os alunos atentem para a necessidade de fazer
escolhas alimentares corretas naturalmente, e não apenas diante de algum
problema específico sério de saúde.
PALAVRAS CHAVE: Sobrepeso; Obesidade; Alimentos; Saúde e Qualidade de
Vida
INTRODUÇÃO
A cultura do mundo moderno impõe às pessoas, desde a infância e a
adolescência, costumes inadequados que tendem a deteriorar a qualidade de
vida, enfraquecendo o organismo. Portanto cabe a escola, através da educação,
promover a mudança destes hábitos para alcançar uma melhor qualidade de
vida.
O sobrepeso na adolescência tem sido considerado um dos maiores problemas
de saúde pública nos dias atuais, para o qual a mídia exerce grande influência
com estímulo as propagandas de alimentos industrializados, que contribuem
para o crescimento na sua prevalência e também caracteriza sua associação
com diversos problemas de saúde.
Valorizar a importância da educação nutricional e incentivar a prática de
atividades físicas pode contribuir para minimizar a incidência de sobrepeso e
obesidade.
A disciplina de biologia, baseada nas Diretrizes Curriculares tem a função de
orientar e incentivar através de práticas pedagógicas contextualizadas uma
mudança, e no mínimo instigar a reflexão que irá contribuir para uma melhoria da
qualidade de vida dos alunos.
Nesta Unidade Didática, pretendo investigar como está a alimentação dos
adolescentes, neste caso especificamente dos alunos do 1º Ano do Colégio
Estadual Antônio de Moraes Barros, do Núcleo Regional de Londrina-Paraná.
Considerando a tendência da prevalência do sobrepeso e da obesidade ao final
da adolescência (FARIAS JÚNIOR; SILVA, 2007 p. 64). O estudo poderá
contribuir para um melhor entendimento do problema e suas comorbidades,
propiciando informações para um direcionamento e a realização de algumas
intervenções pedagógicas que possam contribuir para melhoria de hábitos
alimentares.
O conteúdo desse material está organizado em cinco atividades, que permitiram
a formulação de estratégias que venham a contribuir para esta melhoria.
Atividade I: Investigação dos hábitos alimentares dos adolescentes
Atividade II: Cálculo do Índice da Massa Corporal (IMC)
Atividade III: Construção da Pirâmide Alimentar.
Atividade IV: Classificação dos Nutrientes.
Atividade V: Doenças Relacionadas à Alimentação incorreta.
EDUCAÇÃO NUTRICIONAL: ALIMENTOS SAUDÁVEIS E QUALIDADE DE
VIDA
Por muito tempo, ter uma massa corporal mais avantajada era sinônimo de
saúde, tanto que a preocupação maior era com a desnutrição a qual está
relacionada ao déficit de crescimento, maior suscetibilidade a doenças, por falta
de nutrientes no organismo como vitaminas e ferro da alimentação (Vitolo;
Ctenas, 1999 apud RESENDE; NAVARRO, 2008). Sabemos que tanto o
excesso de peso como a desnutrição são problemas que devem ser
preocupantes e merecem atenção tanto do governo como da própria família,
assim de acordo com Nahas:
O excesso de gordura corporal é um dos maiores problemas de saúde em
muitos países, especialmente os mais industrializados. Na última década este
quadro de crescente obesidade populacional também passou a preocupar
países em desenvolvimento, como o Brasil. Dados do IBGE mostram que, em
nosso país, um em cada 10 adultos é considerado obeso e a 8 e a tendência é
de aumentar esta proporção. Nos Estados Unidos esta proporção é de três
obesos em cada 10 adultos. (NAHAS, 2010, p.97)
Diante da maneira incorreta de se alimentar e a falta de atividades físicas diárias,
o sobrepeso e a obesidade podem ser considerados uma epidemia mundial e se
nós não começarmos a pensar em mudar esta realidade, o futuro pode ser
assustador.
A atividade física da criança, mesmo sendo espontânea, como brincar, correr,
saltar, ir andando para a escola, etc., irá influenciar para que ela atinja seu
padrão de crescimento geneticamente determinado além de influenciar na
composição corporal, aumentar a massa óssea e prevenir a osteoporose e
obesidade na idade adulta (Matsudo; Paschoal; Amâncio, 1997 apud RESENDE;
NAVARRO, 2008,p. 154).
De acordo com os autores acima citados, comportamentos simples de ir à escola
caminhando ou de bicicleta são atitudes que contribuem para minimizar o ócio e
despertar o interesse em movimentar o corpo melhorando sua condição física e
despertando-se para outras atividades ou esportes.
Com relação aos programas de reeducação alimentar, estes devem ser uma
maneira de prevenir ou tratar a obesidade, iniciando com mudanças de hábitos
alimentares sendo incorporados dentro da família para que haja um resultado
satisfatório, pois o adolescente por si só não consegue realizar essas mudanças,
o estilo de vida inadequado, a ser enfrentado para prevenção da obesidade,
pode ser considerado norma e não exceção entre os jovens (SICHIERI; SOUZA,
2008, p. 209).
No mundo inteiro, as pessoas estão consumindo mais alimentos de grande
densidade energética com altos teores de açúcar e gorduras saturadas, ou
excessivamente salgados. Essa forma de nutrição, aliada a um sedentarismo
crescente, esta ocorrendo muito rapidamente nos países em desenvolvimento
que nos desenvolvidos. Conseqüentemente, as doenças crônicas são cada vez
mais comuns nos países em desenvolvimento, especialmente nos mais pobres.
(ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE, 2003, p.9)
Diante desta realidade, a Educação Nutricional mostra-se uma estratégia que
pode ser seguida para manutenção do peso e conseqüentemente da saúde, pois
os alimentos industrializados em sua maioria muito salgados, gordurosos ou
extremamente doces acabam por aumentar o índice de doenças associadas
como hipertensão e diabetes. De acordo com Sichieri e Souza:
O aumento da obesidade em crianças e adolescentes é particularmente
preocupante, uma vez que a obesidade, principalmente na adolescência, é fator
de risco para a obesidade na vida adulta. Entre crianças que aos quatro anos de
idade eram obesas 20% tornaram-se adultos obesos, entre os adolescentes
obesos esse percentual foi de 80%.(SICHIERI; SOUZA, 2008, p.208)
Podemos entender que as crianças aprendem hábitos alimentares desde a
infância, e estes irão se fortalecendo durante o decorrer de sua vida, por
ingestão repetida de alimentos de acordo com os gostos, costumes e fatores
sociais e econômicos relacionados a cada família.
Segundo Zancul e Dutra de Oliveira (2007),nas últimas décadas, a alimentação
da população sofreu muitas alterações, os hábitos alimentares e o
comportamento das crianças e adolescentes tiveram grandes mudanças. Eles
estão ingerindo maior quantidade de alimentos calóricos e gorduras com a
diminuição de frutas e verduras e aumento de alimentos industrializados ricos
em gorduras, porém nutricionalmente pobres onde o consumo de alimentos
naturais não é mais priorizado, aliados a hábitos de ócio na maior parte do dia
como: TV, Vídeo Games e as próprias redes sociais, onde permanecem por
horas interagindo no WhatsApp, Facebook, Snapchat, Twitter e outros. Muitos
destes fatores fizeram aumentar o índice de obesidade nas crianças e
adolescentes nos últimos tempos. Por este motivo a importância do estudo de
campo, pois:
O estudo de campo procura muito mais o aprofundamento das questões
propostas do que a distribuição das características da população segundo
determinadas variáveis. Como conseqüência, o planejamento do estudo de
campo apresenta muito maior flexibilidade, podendo ocorrer mesmo que seus
objetivos sejam reformulados ao longo da pesquisa. (GIL, 2008,p.53).
Podemos perceber que o problema mais grave não é o ganho de peso, mas os
prejuízos à saúde que estão intercalados ao excesso de peso, e outros
transtornos alimentares como anorexia e a bulimia nervosa.
Visto deste ângulo, a disciplina Biologia, dialogando com a de Educação Física
dentro das escolas, tem papel importantíssimo para auxiliar neste processo. Já
com relação às mudanças das dietas alimentares a escola, em si, através de
programas de governo direcionados a alimentação saudável, é fator
preponderante para mudanças efetivas na dieta alimentar dos alunos. Dentro
desse contexto, o presente trabalho tem por objetivo direcionar estratégias para
que os alunos se conscientizem da importância de uma alimentação equilibrada
e saudável, juntamente às atividades físicas regulares, para que possam
melhorar seu estilo de vida, através de caminhadas, corridas e atividades
recreativas durante o recreio.
RESULTADOS DA IMPLEMENTAÇÃO
A)Hábitos alimentares dos adolescentes
Estamos diante de proporções alarmantes com relação ao sobrepeso e à
obesidade, portanto, as mudanças de atitudes tornam-se fundamentais quando
direcionadas às crianças e aos adolescentes. E quando se pretende realizar uma
intervenção nutricional, temos que realizar primeiramente uma análise e um
planejamento que visem adequações e adaptações de acordo com o público-
alvo a que se pretende focar, sendo fundamental destacar a importância da
educação nutricional na prática de hábitos alimentares saudáveis.
Segundo Gil (2008), existe algumas vantagens no estudo de campo com relação
aos levantamentos, pois este é desenvolvido no próprio local em que são
analisados os resultados, não necessitando de equipamentos para a coleta de
dados, tornando-se bem mais econômico. E com a participação direta do
professor-pesquisador tende a ser maior a probabilidade de os estudantes
emitirem respostas mais confiáveis.
Descobrindo os hábitos alimentares: “É preciso conhecer para intervir.” Foi
aplicado um questionário a alunos do 1º ano do Ensino Médio matutino do
Colégio Estadual Antônio de Moraes Barros de Londrina, que responderam
perguntas relacionadas ao tema educação alimentar, onde 45% dos
entrevistados eram meninos e 55% meninas, com idades entre 14 e 16 anos.
Este questionário, chamado de pré- teste, teve como objetivo conhecer o perfil
do aluno e seu conhecimento a respeito do tema antes da aplicação do projeto
de intervenção pedagógica. Os resultados deste questionário mostraram que
17% não possuem o hábito de tomarem o café da manhã. Quanto ao consumo
de frutas, constatouse que 14% não consomem frutas, 18% consomem alguma
fruta uma só vez na semana, 31% ingerem duas a três frutas na semana, 25%
consomem frutas de quatro a seis vezes na semana e somente 12% comem
frutas todos os dias. Quanto ao consumo de legumes e verduras, 12% dos
entrevistados responderam que nunca consomem, 10% consomem duas vezes
na semana, 31% consomem três vezes na semana, 18% consomem quatro
vezes na semana e 28% consomem todos os dias. A maioria dos entrevistados,
mais de 70%, desconhecem as funções dos alimentos fibrosos. O resultado
quanto à ingestão de doces como balas, chocolates, bolachas recheadas foi que
37% ingerem tais guloseimas todos os dias, 14% consomem quatro vezes na
semana, 12% consomem três vezes na semana, 25% consomem doces duas
vezes na semana, 10% uma vez na semana e 2% nenhuma vez ou raramente.
Outro resultado registrado foi o consumo de alimentos gordurosos. Os dados
mostraram que 23% dos alunos consomem alimentos gordurosos todos os dias,
20% consomem quatro vezes na semana, 26% consomem três vezes na
semana, 16% consomem duas vezes na semana, 6% uma vez na semana e 9%
nenhuma vez ou raramente. Quando perguntado a respeito da ingestão de
líquidos durante as refeições, 29% responderam que ingerem sucos artificiais,
27% bebem sucos naturais, 22% tomam água, 20% consomem refrigerantes e
apenas 2% responderam que não ingerem nenhum tipo de líquido. Os resultados
do questionário também apontaram que 26% desses adolescentes consomem
refrigerantes entre quatro ou mais vezes na semana, alguns ingerem todos os
dias. Os resultados do questionário também demonstraram que 32% dos
entrevistados dizem não se preocupar com a qualidade alimentar, mas 83% dos
alunos responderam que consideram importante que o tema educação alimentar
seja abordado na escola. Quanto ás principais fontes de informações a respeito
da alimentação saudável, 26% responderam que acreditam ser a mãe, 24%
acreditam ser a internet, 19% atribuíram à televisão, 15% responderam ser o pai
a principal fonte de informação, 10% mencionaram os professores os canais
dessa informação, 4% responderam serem os amigos e 2% outros meios.
Quando perguntados a respeito da influência de propagandas e merchandising
nos seus hábitos alimentares, 45% dos alunos responderam serem influenciados
por tais meios de comunicação contra 55% que mencionaram não perceber tais
influências. Quando questionados quais fatores são levados em consideração na
compra de um alimento, os alunos responderam na seguinte ordem: 1º) o mais
gostoso e saboroso; 2º) o mais nutritivo e enriquecido com vitaminas; 3º) o que
apresenta fácil preparo; 4º) o melhor preço e 5º) as propagandas vinculadas ao
produto. Quanto ao hábito de ler os rótulos dos alimentos os dados obtidos
mostraram que na amostra de alunos investigados, cerca de 20% dos alunos
não lêem, 48% lêem algumas vezes e 32% costumam fazer a leitura dos rótulos
dos alimentos que consomem. Quanto à percepção corporal, 74% dos alunos
entrevistados se consideram magros e 26% se acham gordos. Os alunos
concluíram que para atingir o peso ideal precisam de uma reeducação alimentar
associado à realização de atividades físicas.
Tabela 1. Gabarito para conferência dos resultados
Questão 1 a) 3 pontos b) 1 ponto c) 0 ponto
Questão 2 a) 3 pontos b) 1 ponto c) 0 ponto
Questão 3 a) 3 pontos b) 2 pontos c) 0 ponto
Questão 4 a) 0 ponto b) 1 ponto c) 3 pontos
Questão 5 a) 3 pontos b) 2 pontos c) 0 ponto
Questão 6 a) 3 pontos b) 2 pontos c) 0 ponto
Questão 7 a) 3 pontos b) 1 ponto c) 0 ponto
Questão 8 a) 3 ponto b) 2 ponto c) 0 ponto
Questão 9 a) 0 ponto b) 3 ponto c) 1 ponto
Questão 10 a) 0 ponto b) 1 ponto c) 3 ponto
Questão 11 a) 3 pontos b) 0 ponto c) 1 ponto
Questão 12 a) 3 pontos b) 0 ponto c) 1 ponto
Questão 13 a) 3 pontos b) 0 ponto c) 1 ponto
Questão 14 a) 3 pontos b) 1 ponto c) 0 ponto
Questão 15 a) 0 ponto b) 2 pontos c) 3 pontos
Tabela adaptada de: Canal da Educação
Avaliação: Será utilizado como forma de avaliação um gabarito para possam
analisar quantos pontos fizeram, e em seguida será mostrado a conclusão de
cada pontuação.
→ De 0 a 15 pontos
Reflita seus hábitos alimentares, e lembre-se sempre que uma alimentação
desregulada pode levar à obesidade, diabetes, hipertensão, problemas no
coração, desnutrição, entre outros. Reveja sua dieta alimentar e tente melhorar,
seu corpo e sua saúde agradecem.
→ De 16 a 30 pontos
Sua alimentação está boa, mas ainda não é a ideal. Analise seus hábitos
alimentares e verifique o que pode mudar.
→ De 31 a 45 pontos
Parabéns, você mostrou que sabe cuidar de sua saúde fazendo escolhas
inteligentes e equilibradas.
A) Cálculo do Índice da Massa Corporal (IMC)
Segundo Radaelli (2001), a obesidade está relacionada com um excesso de
gordura corporal, que ocasiona prejuízos a saúde do indivíduo, coincidindo com
um aumento de peso, no entanto, nem todo aumento de peso está relacionado a
obesidade, a exemplo de muitos atletas, que são “pesados” devido a massa
muscular e não pela gordura corporal.
Após a análise dos alimentos consumidos pelos alunos, será utilizado o cálculo
do IMC (índice de Massa Corporal) para identificar possíveis caos de
desnutrição, sobrepeso e obesidade.
Anotando fielmente meu consumo alimentar de uma semana. “Diário Alimentar”.
Foi proposta a construção de um diário alimentar por um período de uma
semana. Os alunos deveriam anotar todos os alimentos ingeridos durante uma
semana. Estas informações foram sistematizadas e analisadas e, em seguida,
apresentadas resumidamente para a turma. Tais dados mostraram que a maioria
dos alunos não possuem o hábito de tomar o café da manhã, apresentam uma
alimentação rica em carboidratos, não possuem hábitos de consumir frutas e que
estas, normalmente, são substituídas por alimentos industrializados como: chips,
cereais matinais, doces e sucos artificiais. Muitos alunos substituem o jantar por
fastfoods. Finalizado o relato do diário alimentar, os alunos assistiram um vídeo
de um documentário intitulado: “Muito além do peso”. Em seguida, os alunos
foram estimulados à reflexão e discussão das seguintes questões: 1) Qual a
cena mais relevante? 2) O assunto tratado no documentário refletia em suas
atitudes alimentares? Após muitas discussões os alunos concluíram ser a família
a principal responsável pela conduta do menino Yan, de 4 anos de idade,
personagem principal do documentário, e que várias cenas do filme refletiam em
suas atitudes alimentares diárias, como por exemplo o consumo de refrigerantes
e de alimentos industrializados. Nesta atividade os alunos também aprenderam a
calcular seu IMC (índice de massa corporal). Os resultados mostraram que cerca
de 70% do alunos apresentam peso normal, 20% estão abaixo do peso e 10%
estão obesos.. Puderam perceber ainda nesta atividade que uma caloria é a
quantidade de calor necessário para elevar em 1ºC a temperatura de 01 grama
de água pura e que a energia contida nos alimentos é geralmente medida em
calorias (cal) ou em quilocalorias (Kcal). E que o metabolismo 100 kcal de frutas
é diferente do metabolismo 100 kcal de refrigerantes. Pirâmide Alimentar - Um
Guia para a Alimentação Saudável
Os guias alimentares são instrumentos de orientação e informação à população
visando promover saúde e hábitos alimentares saudáveis.
Tabela 2. Cálculo do IMC
Dados
1. Idade______
2. Peso_______
3. Altura______
4. FórmulaIMC = Peso (Kg)
Altura (m)²
Cálculo
Como resultado do cálculo do IMC, analise na Tabela abaixo, se você está
abaixo do peso, Normal, Sobrepeso ou Obeso.
Tabela 3. Índice de Massa corporal crianças e adolescentes: Meninos
Idade
Anos
Meninos
Baixo peso
Meninos
Peso Normal
Meninos
Sobrepeso
Meninos
Obesidade
9 Menos de 16,0 16,1 - 18,8 18,9 - 21,3 Acima de 21,4
10 Menos de 16,6 16,7 - 19,6 19,6 - 22,4 Acima de 22,5
11 Menos de 17,1 17,2 - 20,3 20,4 - 23,6 Acima de 23,7
12 Menos de 17,7 17,8 - 21,1 21,4 - 24,7 Acima de 24,8
13 Menos de 18,4 18,5 - 21,9 22,4 - 25,8 Acima de 25,9
14 Menos de 19,1 19,2 - 22,7 23,3 -26,8 Acima de 26,9
15 Menos de 19,8 19,9 - 23,6 24,0 - 27,6 Acima de 27,7
Fonte: Adaptado de OMS (Organização Mundial da Saúde) 2007
Tabela 4. Índice de Massa corporal crianças e adolescentes : Meninas
Idade
Anos
Meninas
Baixopeso
Meninas
Peso Normal
Meninas
Sobrepeso
Meninas
Obesidade
9 Menos de 14,5 14,6 - 18,7 18,8 - 21,5 Acima de 21,6
10 Menos de 14,9 15,0 - 19,4 19,5 - 22,7 Acima de 22,6
11 Menos de 15,5 15,6 - 19,4 20,4 - 23,7 Acima de 23,8
12 Menos de 16,1 16,2 - 21,3 21,4 - 24,9 Acima de 25,0
13 Menos de 16,1 16,9 - 22,2 22,4 - 26,0 Acima de 26,1
14 Menos de 17,3 17,4 - 23,2 23,3 -27,0 Acima de 27,1
15 Menos de 17,8 17,9 - 23,9 24,0 - 27,8 Acima de 27,9
Fonte: Adaptado de OMS (Organização Mundial da Saúde) 2007.
Avaliação: Os alunos utilizaram as tabelas para identificar como está sua massa
corporal. Neste momento será enfatizada também a importância das atividades
físicas para garantir um estilo de vida saudável, que compreende não só uma
alimentação saudável, mas também a incorporação de outras atividades no seu
dia-a-dia.
C)CONSTRUÇÃO DA PIRÂMIDE ALIMENTAR
“ A pirâmide alimentar é um instrumento de origem nutricional utilizado por
profissionais com o objetivo de promover mudanças de hábitos alimentares
visando à saúde global do individuo a e prevenção de doenças”. (Philippiet al.
1999 apud ACHTERBERG et al.,1994).
A pirâmide é um instrumento construído graficamente, para que a população entenda como distribuir os alimentos nas refeições de forma a consumi-los de maneira equilibrada e saudável, ingerindo as quantidades corretas referente a cada nível da mesma.
O objetivo desta atividade foi compreender a funcionalidade da pirâmide
alimentar; identificando os tipos de alimentos, conforme a necessidade do
organismo, como, por exemplo, as seguintes classes de nutrientes: os
carboidratos, lipídios, proteínas, vitaminas e minerais, além de compreender a
importância da ingestão de água. Os alunos fizeram uma exposição para a
comunidade escolar e tiveram a oportunidade de apresentar a função de cada
uma dessas classes de alimentos. As proteínas são as responsáveis em
constituir os tecidos e por isso são chamadas de alimentos construtores, os
carboidratos são considerados alimentos energéticos e os alimentos reguladores
são aqueles ricos em vitaminas e sais minerais. A água atua como solvente e
lubrificante, como veículo para transporte de nutrientes e resíduos e como meio
para regulação térmica e processos químicos. Para facilitar a visualização foi
construída uma pirâmide de metal. E nela foram colocados os alimentos,
conforme sua classificação dentro da pirâmide alimentar. Os alunos tiveram uma
participação ativa e explicavam a importância de respeitar as regras de consumo
de cada uma das classes alimentares.
Utilizando os recursos computacionais para conscientização alimentar. “Alerta!
Veja o que você está comendo?” Primeiramente, os alunos pesquisaram na
internet os seguintes compostos: gorduras saturadas, colesterol, ômega 3,
ômega 6, gorduras trans, gorduras mono insaturadas, gorduras insaturadas,
gorduras poli-insaturadas, acidulante, aromatizante, espessante, glúten,
edulcorantes naturais e artificiais. Na sequência, foi realizada a leitura
compartilhada do texto: “Proteção contra marketing de alimentos e bebidas
prejudiciais à saúde”. Este documentário relata várias informações interessantes
como, por exemplo, que uma lata de refrigerante do tipo cola possui cerca de
sete a nove colheres de sopa de açúcar e que os refrigerantes fornecem calorias
vazias, sem nenhum tipo de nutrientes. A ingestão exagerada de tais bebidas
tem contribuído com a incidência de Doenças Crônicas Não-Transmissíveis
(DCNT), tais como hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares e em
especial a obesidade. Tornou-se urgente a adoção de medidas preventivas, pois
as mortes por DCNT poderiam ser evitadas se a população tivesse uma
alimentação mais saudável. Com as informações obtidas na internet e no
documentário foi construído um mural que serviu de alerta para toda comunidade
escolar.
Para melhor entendimento sobre o assunto, foram utilizados textos, vídeos e
cruzadinhas como formas de aprendizado e fixação dos conteúdos utilizados.
A pirâmide mostrada na ilustração a seguir foi elaborada com base nos estudos
de Walter C. Willett, do Departamento de Nutrição da Universidade de Harvard.
Ela foi proposta em 2005 e serve como referência para uma pessoa adulta.
Observe que, na base da pirâmide, estão as atividades físicas, mas o conceito
adotado é bastante amplo. Como atividade física é recomendada atividades
comuns do dia a dia, como arrumar e limpar a casa, caminhar por curtas
distâncias, utilizar bicicleta como meio de transporte sempre que possível e
tentar diminuir as comodidades introduzidas pelo desenvolvimento tecnológico.
O percurso desta atividade proporcionou aos alunos a oportunidade de
construírem seus conhecimentos e desenvolverem um espírito crítico, a partir da
observação da realidade que os cercam e incentivou o hábito de observar nos
rótulos dos produtos a quantidade de açúcar, de gorduras e outros componentes
alimentares. Os alunos trouxeram alguns produtos que normalmente consomem
no dia a dia, tais como refrigerantes, refrescos, sucos, biscoitos recheados,
doces, suplementos alimentares e salgadinhos. Tais alimentos foram colocados
nas bancadas do laboratório de ciências da escola. Também foram colocados
nas bancadas os seguintes materiais: balança digital, becker, proveta e vidro
relógio. Os alunos observaram, em cada um dos alimentos trazidos, a
quantidade de sódio, açúcar, gorduras, registrados nos rótulos, montando uma
tabela. Em seguida, utilizando os materiais e a balança, pesavam tais
quantidades e colocavam num Becker. Os alunos calcularam a quantidade
consumida durante um mês, por exemplo: numa lata de refrigerante de 200 ml
há 37 gramas de carboidratos (açúcar), quantos gramas de açúcar um aluno
teria que metabolizar ao consumir uma lata de Coca-Cola por dia, no período de
um mês? Fizeram tais cálculos para todos os alimentos que trouxeram, não só
para o açúcar, mas também para gorduras e sódio. Produto Composto Ingestão
diária (g) Ingestão mensal (g) Suco de uva Carboidratos 49 1.470 Sódio 13 390
Refrigerante Carboidratos 37 1.110 Sódio 18 540 Bebida Láctea Carboidratos 21
630 Sódio 220 6.600 Gorduras totais 3,7 111 Caldo de galinha Carboidratos 0,9
27 Sódio 101,9 3.057 Gorduras totais 1,0 30 Leite de vaca Carboidratos 22 660
Sódio 0,22 6,6 Gorduras totais 5,0 150 Leite condensado Carboidratos 11 330
Sódio 0,022 0,66 Gorduras totais 1,6 48 Achocolatado Carboidratos 16 480
Sódio 0,0017 0,051 Gorduras totais 7,8 234 Massa para pastel Carboidratos 28
840 Sódio 0,300 9 Gorduras totais 1,7 51 Chips bacons Carboidratos 14 420
Sódio 0,397 11,91 Gorduras totais 7,2 216 Suco em pó Carboidratos 5,1 153
Sódio 31g 950 Miojo Carboidratos 50 1500 Sódio 1,522 45,66 Gorduras totais 15
450 Esta atividade foi finalizada com o vídeo: “SuperSize me - Trecho 1
(Obesidade)”. O trecho do documentário demonstra o impacto da obesidade
sobre a saúde, por meio de depoimentos de especialistas em saúde. Todas as
análises pesquisadas foram expostas para a comunidade escolar com objetivo
de incentivar o hábito de observar os rótulos dos produtos que consomem, a
quantidade de açúcar e de gorduras e outros e as possíveis doenças acometidas
pelo consumo desregrados, entre eles os dez piores alimentos prejudiciais para
a sua saúde. Um estudo feito por pesquisadores das universidades de Miami e
Columbia concluiu que quem consome o refrigerante diet diariamente tem mais
chances de ter um infarto ou um acidente vascular cerebral. Uma lata de 350 ml
do refrigerante tipo cola possui 37 gramas de açúcar. Então, caso a pessoa beba
uma lata por dia em um mês ela terá consumido cerca de um quilo de açúcar!
Uma pesquisa divulgada no American Journalof Clinical Nutrition concluiu que
refrigerantes, tanto as versões açucaradas quanto as de baixa caloria, estão
associados ao maior risco de acidente vascular cerebral.
O objetivo desta atividade foi compreender a funcionalidade da pirâmide
alimentar; identificando os tipos de alimentos, conforme a necessidade do
organismo, como, por exemplo, as seguintes classes de nutrientes: os
carboidratos, lipídios, proteínas, vitaminas e minerais, além de compreender a
importância da ingestão de água. Os alunos fizeram uma exposição para a
comunidade escolar e tiveram a oportunidade de apresentar a função de cada
uma dessas classes de alimentos. As proteínas são as responsáveis em
constituir os tecidos e por isso são chamadas de alimentos construtores, os
carboidratos são considerados alimentos energéticos e os alimentos reguladores
são aqueles ricos em vitaminas e sais minerais. A água atua como solvente e
lubrificante, como veículo para transporte de nutrientes e resíduos e como meio
para regulação térmica e processos químicos. Para facilitar a visualização foi
construída uma pirâmide de metal. E nela foram colocados os alimentos,
conforme sua classificação dentro da pirâmide alimentar. Os alunos tiveram uma
participação ativa e explicavam a importância de respeitar as regras de consumo
de cada uma das classes alimentares.
Nova Pirâmide Alimentar Brasileira
D)Doenças relacionadas à alimentação e Transtornos alimentares
A) Bulimia
Estresse cotidiano e a pressão social para seguir determinado padrão de beleza
podem interferir no surgimento da bulimia.
A bulimia é um distúrbio alimentar no qual uma pessoa oscila entre a ingestão
exagerada de alimentos, com um sentimento de perda de controle sobre a
alimentação, e episódios de vômitos ou abusos de laxantes para impedir o
ganho de peso. Pessoas com bulimia estão sempre preocupadas com a
aparência, principalmente com o peso.
Causas: trata-se de um transtorno de alimentação, e por isso muitos fatores
podem estar envolvidos nos motivos que levam a sua ocorrência. O distúrbio
alimentar pode ser hereditário. A bulimia é um distúrbio de imagem, no qual o
paciente, não consegue aceitar o seu corpo, da forma como ele é, ou tem a
impressão que está acima do peso, em níveis acima da realidade. Isso pode
levar a um quadro de ansiedade, que faz a pessoa buscar maneiras bruscas de
perder peso rapidamente, ao mesmo tempo em que busca conforto na comida.
B) Anorexia
É um distúrbio alimentar que provoca uma perda de peso, acima do que é
considerado saudável para a idade e altura. Pessoas com anorexia podem ter
um medo intenso de ganhar peso, mesmo quando estão abaixo do peso normal.
Elas podem abusar de exercícios, ou usar outros métodos para emagrecer.
Causas: Distúrbio de imagem, no qual o paciente não consegue aceitar seu
corpo da forma que ele é, ou tem a impressão que está acima do peso, em
níveis acima da realidade. Isso pode levara um quadro de ansiedade, que faz a
pessoa buscar maneiras bruscas de perder peso rapidamente.
Os transtornos alimentares são desordens complexas que são causadas e
mantidas por diversos fatores sociais, psicológicos e biológicos. Suas
conseqüências podem ser graves, sendo que em um de cada dez casos ocorre
morte por desnutrição, parada cardíaca ou suicídio. O aumento da
conscientização sobre os riscos dos transtornos alimentares – propiciado por
especialistas e pela mídia – tem levado algumas pessoas a procurar ajuda. No
entanto, muitos se recusam a Transtornos alimentares 72 Interação, Curitiba, v.
2, p. 51-73, jan./dez. 1998 admitir que têm o problema e não procuram
tratamento. Embora alguns pacientes melhorem simplesmente através da
compreensão de algo mais sobre as condições sociais, psicológicas e biológicas
com as quais vêm lutando, muitos acham necessário algum tipo de intervenção
terapêutica (Garner et al., 1983). 39
Transtornos Alimentares Silvia Pedroza de Faria ∗ Helene Shinohara**. Este
trabalho tem como objetivo contribuir para uma maior compreensão dos
transtornos alimentares, especialmente anorexia e bulimia. Pretende também
esclarecer uma série de fatores, inclusive socioculturais que, em conjunto,
podem levar ao desenvolvimento desses transtornos. Por fim, enfatiza a
importância crescente da terapia cognitivo-comportamental como forma de
tratamento.
Doenças relacionadas à alimentação e Transtornos alimentares
Trabalhar as comorbidades causadas pela obesidade com incentivo de hábitos
alimentares saudáveis e a importância da prática de atividades físicas
rotineiramente, sempre orientados por um profissional de Educação Física. Falar
também de alguns transtornos alimentares como anorexia e bulimia.
Alimentação, nutrição e a prática regular de atividade física são referidas como
componentes de um modo de viver saudável, circunscrevendo-se na atualidade
entre os determinantes e condicionantes da saúde, e ocupam lugar de destaque
na agenda da saúde no mundo todo, em especial nas políticas de Promoção da
Saúde (OMS, 2004; BRASIL, 2006 apud RANGEL et al).
Em alguns países, a utilização da internet como ferramenta de educação
nutricional começou a ser utilizada nos anos 1990, mostrando-se promissora
frente às intervenções convencionais, principalmente no que se refere aos
hábitos alimentares, podendo se aproximar ao aconselhamento alimentar
individualizado.
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1996), a
capacidade dos alunos de pesquisar, de buscar informações, abalizá-las e
selecioná-las, além da capacidade de aprender, criar, formular, ao invés de um
simples exercício de memorização, o aluno deve ser capaz de formular
questões, diagnosticar e propor soluções para problemas reais.
Comer para viver e não viver para comer - Alimentação inadequada está
relacionada a doenças crônicas como obesidade, hipertensão e doenças
cardiovasculares. Pesquisa do Ministério da Saúde divulgou recentemente que o
excesso de peso (sobrepeso e obesidade) já atinge mais de 46% da população
brasileira. Neste contexto, foi proposto um espaço para um diálogo dos alunos
com uma nutricionista. Foi um momento muito produtivo, rico em informações.
Os alunos puderam fazer diversas perguntas, sanar suas dúvidas a respeito da
relação dos hábitos alimentares e as suas consequências como as doenças
crônicas não transmissíveis (DCNTs). Ao final, os próprios alunos concluíram
que as mudanças nos hábitos alimentares das últimas décadas, que causou a
substituição de alimentos saudáveis e naturais por produtos industrializados e/ou
refeições prontas é a principal causa dos sérios problemas que enfrentamos hoje
com a obesidade e doenças relacionadas.
CONCLUSÃO GERAL
Os hábitos alimentares são resultado de diversos fatores relacionados com as
condições de vida da família e o ambiente dentre os quais encontram-se o nível
sócio econômico, cultura, fatores climáticos e geográficos, o meio urbano ou rural,
as preferências, tamanho do grupo familiar, disponibilidades e palatabilidade dos
alimentos.Para ter uma alimentação saudável é importante realizar mudanças
significativas no estilo de vida, entre as quais, adotar uma dieta balanceada e um
programa de exercício regular.Uma alimentação equilibrada é aquela que contém
diferentes alimentos em quantidade suficiente para o crescimento e manutenção do
organismo. A alimentação influencia diretamente na saúde, no trabalho, no estudo,
no lazer e no tempo de vida das pessoas.Uma alimentação saudável deve passar
por três princípios: variedade, moderação e equilíbrio na seleção de alimentos. São
sete os nutrientes básicos para o organismo: carboidratos, gordura, proteínas,
vitaminas, minerais, fibras e água. O único alimento completo é o leite materno que
supre todas as necessidades do bebê em seus primeiros 6 meses de vida.A forma
mais fácil de organizar nossa alimentação é utilizando a Pirâmide de Alimentos.
Esse instrumento proporciona uma alimentação balanceada com exemplos da
correta proporcionalidade entre os diversos grupos de alimentos.
O presente estudo demonstrou a prevalência do consumo de alimentos inadequados
, e que cada vez mais os jovens estão comendo mal, e que geralmente o primeiro
contato se dá em casa no convívio familiar. O grande problema do uso inadequado
da alimentação são os problemas de saúde, pois o aumento da obesidade em
crianças e adolescentes é particularmente preocupante, uma vez que a obesidade é
fator de risco na vida adulta. O afastamento do adolescente de seu desenvolvimento
normal, muitos rompem laços afastando-se do convívio familiar e social. Os
resultados também revelaram que mesmo tendo informações e consciência dos
malefícios provocados pelo consumo de alimentos inadequados no organismo, o
sujeito continua consumindo esses alimentos em excesso. São vários os fatores que
levam os jovens ao consumo de uma alimentação inadequada, sendo a família a
principal incentivadora, seguido pela influência de amigos, facilidade na compra,
sendo produtos fáceis de fazer. O trabalho teve como objetivo passar informações
certificando o entendimento do aluno sobre os malefícios associados ao consumo
abusivo de alimentos consumidos de forma errada, no contexto escolar de turmas de
Biologia do ColégioEstadual Antônio de Moraes Barros do município de Londrina-
Paraná, Brasil.Assim, foi importante e desafiador realizar o estudo com o sujeito
dessa modalidade de ensino, visto que o público do ensino médio, caracteriza-se
por sua heterogeneidade, quer seja pela idade dos alunos, ou pelas diferenças como
cada sujeito estabelece suas relações com a sociedade ou em sala de aula,
trabalhar de forma significativa seus saberes já constituídos acrescentando novos ao
aprendizado. As ações educativas desenvolvidas preocuparam-se com a
conscientização dos alunos em relação ás consequências no organismo provocado
pelo uso de alimentos abusivos. Diante desse fato a escola assume um papel
importante voltada com os problemas educativos e sociais, deve também dar um
foco maior ao consumo de alimentos, pois esta prática afeta o indivíduo e a
sociedade como um todo. Ao invés de negar esta realidade é preciso entendê-la
dialogar sobre o assunto envolvendo toda comunidade escolar e familiar com
medidas preventivas de curto e longo prazo.
Com este trabalho consegui-se explorar melhor a influênciade ter uma alimentação
saudável ou não. Os resultados obtidos mostram o perigo alimentar de hoje em dia a
nível global, causada maioritariamente por várias razões já especificadas. Contudo
conseguimos também, valorizar a importância de ter uma alimentação saudável,
pelos seus muitos benefícios, tais como o bem estar pessoal, social, profissional, e
físico, que já englobam muitos. A nossa opinião mudou sobre esse tema, que
deveria ser mais “realçado” na sociedade mundial, devido às conseqüências
problemáticas do consumo excessivo de fast-food, gorduras, açucares, entre outros.
Assim como um carro precisa de um combustível de boa qualidade para funcionar
corretamente, o homem também precisa de uma alimentação de boa qualidade,
para manter a sua máquina em perfeito funcionamento.
Caso contrário da mesma forma que o carro começa a falhar e apresentar
problemas quando colocamos combustível adulterado, a máquina humana também
apresenta problemas quando ingerimos alimentos que não oferecem os elementos
necessários para o bom funcionamento do organismo.
Todos os seres vivos possuem uma constituição física e uma constituição
energética, portanto, para que o organismo humano esteja sempre saudável e em
constante harmonia, é necessário que exista um equilíbrio entre as fontes de
energias ingeridas e a energia do ser.
Assim, quando o homem se alimenta de um vegetal ou de um animal, ele ingere,
não apenas a parte física que seus nutrientes oferecem, mas também, a parte
energética dessa alimentação. Portanto, quando mais saudável for o alimento, mais
saudável será o homem.
Mas, na velocidade em que o mundo gira, e levando em conta o imediatismo exigido
pelas pessoas nos dias atuais, a prática de hábitos saudáveis está se tornando cada
vez mais difícil, principalmente no que se refere à alimentação mais saudável.
A praticidade e a rapidez oferecidas pelas indústrias alimentícias e pelos fast-
foods têm colaborado muito para aumentar o distanciamento que vem ocorrendo
entre o homem e a alimentação saudável.
Esta distância tem trazido sérias consequências ao homem, como por exemplo, o
aumento do índice de obesidade, diabetes, hipertensão e tantas outras patologias,
algumas muitas vezes totalmente desconhecidas dos médicos. Patologias que
antigamente eram consideradas, de pessoas mais idosas, têm acometido uma faixa
etária cada vez mais jovem. Isso vem ocorrendo justamente porque quanto mais
industrializado é o alimento, mais ele perde em vitaminas, sais minerais e nutrientes,
consequentemente, sua vitalidade energética também é prejudicada. Além disso, no
processo de industrialização são utilizados elementos artificiais, incompatíveis com a
constituição física e energética do homem, como por exemplo,
os agrotóxicos, hormônios, conservantes, corantes. O nosso organismo foi
organizado para metabolizar os elementos fornecidos pela natureza, e quando
fugimos dessa organização colocamos em risco toda a nossa organização física e
energética, prejudicando o correto funcionamento dos nossos órgãos.
Estudos recentes garantem que as vitaminas e sais minerais contidos nos alimentos
são capazes de prevenir doenças e até mesmo retardar o envelhecimento.
Alimentar-se com verduras, por exemplo, é muito rápido e fácil, além de não exigir
nenhum conhecimento especializado.
Cuidar da saúde é priorizar hábitos alimentares ou é estar ciente de ter que se
cuidar depois. Fazer uma horta caseira pode ser uma boa opção para facilitar a
adoção de uma alimentação mais saudável e mais barata, rica em vitaminas e
nutrientes.“Nós somos o que comemos”.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este projeto foi finalizado no dia trinta e um de outubro de 2.017. Os alunos
envolvidos participaram efetivamente de todas as atividades, apresentando diversas
informações e dados que mostraram a importância de uma alimentação equilibrada
e natural na manutenção da saúde e, também, como forma de prevenir as DCNTs.
Foi dada bastante ênfase de como a mídia influência, atualmente, os hábitos
alimentares da sociedade, através da propaganda e o poder de sedução de
“merchandising”, induzindo ao consumo de alimentos industrializados como se estes
fossem os mais saudáveis. Foram diversas as situações durante o desenvolvimento
do projeto que fizeram os alunos debaterem a influência da mídia sobre o consumo
alimentar dos jovens e adolescentes, possibilitando que eles observassem que
existe, hoje em dia, um consumo muito maior de alimentos calóricos, ricos em
açúcares e em gorduras e muito pobres em fibras quando comparados a alguns
anos atrás. Outro aspecto importante foram os reflexos deste projeto no
comportamento da comunidade escolar de modo geral. A escola passou a organizar
a fila para a merenda escolar, separando o ensino fundamental do médio e passou a
servir frutas da época para os alunos junto com a merenda, demonstrando assim,
mais atenção para os aspectos alimentares. Foi possível perceber que o
desenvolvimento deste projeto influenciou nos hábitos alimentares de muitos alunos,
que passaram a se alimentar de modo mais saudável, conscientizados de que a má
alimentação podem desencadear várias doenças. Outra mudança foi que o grêmio
escolar, a partir deste projeto, passou a colocar diariamente no mural do refeitório a
merenda do dia seguinte. Durante o trabalho realizado, pode-se constatar a
necessidade de oportunizar no âmbito escolar o tema alimentação saudável, pois
pelos discursos exposto pelos professores no GTR 2017, esta é uma realidade geral
para todas as escolas do estado do Paraná. Este projeto de intervenção pedagógica
foi um sucesso, pois as metodologias e dinâmicas utilizadas foram eficientes e
esclarecedoras não só para contribuírem para a formação dos alunos no tema
“Alimentos Saudáveis e Qualidade de Vida “, como também proporcionou uma
grande aproximação do professor com seus alunos, estabelecendo-se uma relação
de maior cumplicidade na busca do conhecimento e na valorização da escola como
instrumento fundamental para a formação e crescimento do ser humano.
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Darcy Ribeiro - Faculdade de Ciências da Saúde Departamento de Nutrição - Asa
Norte cep 70910-900 [email protected] [email protected]