air war over vietnam

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    "The Red River ValleyFighter Pilots Association -

    "River Rats" - are aircrewswho flew combat missionsover North Vietnam , into themost heavily defendedairspace in the history ofaerial warfare. Theirassociation is dedicated to preserving the memory of fallen comrades and providing scholarshipsupport for the children ofthose who did not return; toeducating American youthand the public in the purposeand potential of militaryaviation, and to minimizinglosses in future conflicts.This print is dedicated to thespirit of those whose professionalism during thisunprecedented aerialwarfare is a source of pride for all Americans

    The Artist: Lou Drendel

    I have been drawing and painting airplanes for as long as I can remember. This fascinationwith airplanes, particularly military airplanes, was fostered by my Dad, who built solid models ofcombat airplanes during World War II. Most of this sizeable collection was hung from wires that

    criss-crossed the ceiling of my bedroom. My last waking moments were often spent gazing at thelines and angles that defined these classic airplanes, and the sun always came up with glancing raysof light shimmering on their wings and fuselages. It was a most effective and lasting form ofbrainwashing, leading to a lifetime of deep interest in airplanes, particularly military airplanes.

    My family has no great artistic tradition. The only other artists in my family (that I am awareof) were my aunt, who was serious about her art, and my mother, who was not. But my earliestmemories literally are of trying to draw and color airplanes. The desire to create pictures has alwaysburned brightly, equaling my attraction to airplanes.

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    As informaco es contidas neste documento nao devem ser

    definidas como plagio, todas estao devidamente

    catalogadas e direcionadas a suas fontes, tais

    informacoes podem ser verificadas ao final deste

    documento.

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    Ao longo de sua histria, o territrio vietnamita fora marcado por sucessivos conflitos eguerras. A primeira delas Tambm por independncia, remontando ao ano de 939, sob domnio dadinastia Ngo. Porem neste momento nosso interesse se volta a algumas centenas de anos a frente,mais especificamente sobre o perodo de colonizao francesa onde nossa parte historia se inicia.

    A influencia de naes europias datam do inicio do sc.VXI, porem a participao efetivados franceses por volta do sculo XIX, iniciadas por Napoleo III por volta de 1858, quandoexpedies foram enviadas ao pais com o objetivo de proteger as misses.

    Tais expedies levaram a criao de um protetorado no Cambodja e uma conseqenteescalada na dominao francesa, englobando Canbodja, Conchinchina, Anam, e Toquim, comfinalmente toda regio se tornando protetorado francs, reunidos na Unio Indochinesa.

    A ocupao total da regio so fora efetivada por volta de 1907, onde o estado Vietnamitafora destitudo e substitudo pela burocracia francesa. Como toda colnia as medidas adotadas nosanos posteriores nada mais fizeram do que explorar o povo local e favorecer a burguesia francesa euma minoria da elite Vietnamita. Tais fatores iriam em mais alguns anos desencadear osmovimentos nacionalistas.

    O primeiro deles surgindo ainda no inicio do sculo XX, por volta de 1905, com grandesavanos aps o fim da Primeira Guerra Mundial. Seus efeitos j comeam a serem sentidos com acriao em 1930, por Ho Chi Minh do partido comunista Indochins, ganhando aprovao entre oscamponeses e promovendo revoltas agrrias e demais tumultos mesmo sob intensa represso.

    Ainda assim, este no seria o inicio da libertao. Com inicio da segunda guerra e o avanoavassalador dos japoneses que ocuparam toda a regio, seus sonhos foram adiados. Para combaterseu mais novo senhor, os comunistas organizaram a Frente Vietminh (Liga para a Independncia doVietn) acredite ou no com ajuda norte americana. Com a derrota do imperador em 1945, oexercito Viet Minh declarou a independncia da republica de Hani, assumindo o governo com HoChi Minh como governante aps a abdicao do imperador Bao Da.

    Novamente os franceses em 1946 aps o termino do conflito mundial e a expulso dos japoneses, voltaram a exercer ou ao menos tentar restabelecer suas colnias, chegaram a reconhecero governo do Viet Minh, concedendo ao norte a Republica Democrtica do Vietnam o status deEstado Livre, porem recusava-se a aceitar a incluso da Conchinchina.

    Mesmo existindo certa cordialidade entre ambos, suas polticas mostravam-seinconciliveis, pois a frana pretendia restabelecer o regime de colnia, e Hani exigiaindependncia total.

    O inicio das hostilidades e deflagrao do que conhecemos como Guerra da Indochina,iniciou-se aps seguidos distrbios e bombardeio por parte da marinha francesa a cidade deHaiphong. Os nacionalistas militarmente em desvantagem retiraram-se para o interior adotando asto famosas medidas de guerrilha. Os franses por sua vez formaram um novo governo, com oimperador Bao Da, este mostrou possuir alto grau de descontentamento perante a populao. J noinicio da dcada de 1950 os franceses operavam em regime defensivo, mesmo recebendo apoionorte americano, em 7 de maio de 1954 Dien Bien Phu, uma poderosa base dos colonialistas

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    construda para impedir a fuga do povo vietnamita teve que se render depois de 55 dias de cerco portropas Viet Minh, lideradas pelo general Vo Nguyen Giap.

    J sem esperanas logo aps a queda de Dien, o governo francs da inicio a negociaespara o termino do conflito, se reunindo na Conferencia de Genebra em 21 de julho de 1954. Tal

    acordo fixaria normas dividindo a nao a altura do paralelo 17, em Repblica Democrtica doVietnam (Norte) e Republica do Vietnam (Sul). O norte fora apoiado pela Unio Sovitica, sobDomnio do Viet Minh, o sul sob governo do imperador Bao Da, sob protetorado norte americano.

    O acordo de 21 de julho, tambm previa uma reunificao, em forma de eleies realizadasno ano de 1956, onde finalmente o motivo de tanta luta teria sido alcanado. O norte acreditandofirmemente em uma vitria nas prximas eleies, iniciou um grande movimento de reconstruo,criando na populao um avassalador esprito de nacionalismo e liberdade.

    Porem em seu vizinho a situao no corria nada bem, o imperador em outrora j impopularfora deposto por um golpe de estado, assumindo em seu lugar um fantoche, Ngo Dinh Diem. Este

    aboliu a monarquia e proclamou em 26 de outubro de 1955 o sul como uma republica, vindo anegar pouco tempo depois a realizaes das eleies. Instalou um governo autoritrio, sobprotetorado norte americano, que por sua vez, viram uma oportunidade em frear o avano edisseminao do comunismo em todo o mundo.

    A presena americana j com os franceses e mais forte ainda ps sua queda, teve grande epraticamente deliberado apoio no inicio da dcada de 60, quando Conselheiros norte americanosperceberam uma visvel intensificao da guerrilha norte vietnamita, esta restaurada aps odesmoronamento do sonho de liberdade. A ampla atividade desta impressionara os americanoslevando-os a perceber que sozinho o sul no se sustentaria por muito tempo. A fracassada polticade Diem fizeram crescer a impopularidade do regime, gerando revoltas e grande apoio ao norte. Em

    1963 Diem fora deposto em um golpe e assassinado pelos mesmos que o colocaram no poder natentativa de frear o descontentamento e o apoio ao norte.

    Aps Diem a bola de neve tomara forma e energia, em apenas nove meses o sul passara por13 governos. O envolvimento militar americano fora algo inevitvel, presenciando o grandecrescimento dos Viet Congs ( Frente de Libertao Nacional), Viet Cong era considerado o apelidopejorativo concedido pelos americanos ao povo do norte.

    O envolvimento militar americano iniciado em 1950 com forte apoio logstico aos franceses,e supervisores, agora torna-se evidente e indispensvel em 1961 fora enviado por Kenedy, unidadesmilitares designadas como Voluntrios. Com a eminente queda de Saigon o presidente americano

    Lyndon Jhonson da o sinal verde para um sistemtico bombardeio de alvos ao longo de todo oVietnam do norte. Desencadeando a Operao Rolling Thunder, uma das maiores, mais inteis edispendiosas operaes de toda a histria.

    justamente aqui que nossa Parte da historia se inicia. As linhas abaixo tentam de formasimples e pratica descrever algumas etapas das operaes areas executadas no Vietnam ao longodeste conflito, exemplificando tticas, mtodos e equipamentos que fizeram parte deste perodo.Para tal so necessrias algumas linhas de passado e futuro para podermos compreender opresente Vietnam. Tais informaes no devem ser interpretadas de forma individual, poistratansse de uma pequena parte de um mecanismo gigantesco. As linhas subseqentes podem edevem ser complementadas com pesquisas e conhecimentos especficos.

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    I - Guerra Area no Vietn 09

    - Duas Fases da Guerra .........................................................................................09

    - Tticas Vietnamitas ............................................................................................11- Tticas da USAF e US Navy .............................................................................15- Concluses Diferentes ....................................................................................... 27

    II - Controle Areo Avanado (FAC) 30

    - JTAC e JFO ........................................................................................................ 32- FAC Histria ................................................................................................... 33- FAC no Vietn ................................................................................................... 36- FAC em Terra ................................................................................................... 37- Reconhecimento Visual ..................................................................................... 38- Controle de Ataque ............................................................................................ 40- Slow FAC ........................................................................................................... 42- FAC Armados ................................................................................................... 44- CAS .................................................................................................................... 44

    III - Interdio no Vietn do Norte 47

    - Trilha Ho Chi Minh .......................................................................................... 48- FAC no Laos ..................................................................................................... 49- 23rd Tactical Air Support Squadron (TASS) ..................................................... 50- Blindbat .............................................................................................................. 52- Operao Linebaker ........................................................................................... 53

    IV - Fast Fac no Vietn 55

    - Misty FAC ......................................................................................................... 56- Phantom FAC .....................................................................................................61

    - Os Fast FAC do USMC .....................................................................................63

    V - Apoio Areo Aproximado 65

    - Histria ...............................................................................................................69- CAS na Primeira Guerra Mundial ......................................................................70- Perodo entre Guerras ........................................................................................73- Dcada de 30 ......................................................................................................74- EUA - 1918 a 1942 ............................................................................................76

    VI - AA-2 `ATOLL' (R-3 e R-13) 78

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    VII - Raytheon AIM-9 Sidewinder 81- Verses do Sidewinder ......................................................................................84- Primeiros Modelos da US Navy ........................................................................85- Modelos da USAF ..............................................................................................88

    VIII - Bombas Guiadas a Laser 90- Limitaes .......................................................................................................... 93- Evoluo do Ataque de Preciso ........................................................................ 94- Defesas dos Alvos .............................................................................................. 96- Tticas ................................................................................................................ 98

    IX - AGM-62 Walleye 101

    - Uso Operacional .................................................................................................105

    - SCORE Air Victoris in the Vietnam War. 108

    - Color Plates 111

    - Referencias 131

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    Guerra Area no Vietn

    Entre os avanos introduzidos na Guerra da Coria e Vietn esto caas com velocidadeMach 2, radares de longo alcance, msseis guiados por infravermelho e por radar. Oreabastecimento em vo aumentou o alcance das aeronaves e a capacidade nuclear dava a umaaeronave um poder de destruio maior que toda uma fora de bombardeiros da Segunda GuerraMundial. A concluso que se chegou na poca que no precisariam mais de combate areoconvencional com canho (Dogfight).

    O aparecimento dos msseis levou ao treinamento de interceptao em detrimento dasmanobras de combate areo tipo um contra um (ACM/Dissimilar) que foi decretado como obsoleto.A manobra normal dos treinamentos de interceptao era curva de 30 graus inclinao como o daaviao comercial. A nfase da USAF na dcada de 60 era o ataque nuclear e menos de 10% dostreinos eram ar-ar. O aparecimento do mssil diminui ainda mais esta necessidade. A experincia detreinamento de combate com jatos mostrou que eram grandes as chances de acidente nos treinos.Durante a Guerra da Coria a USAF perdia mais F-86 nos treinos em Nellis do que contra os Mig-15. Os pilotos no Vietn passaram a realizar treino de combate areo aproximado de forma ilegaleconomizando combustvel e treinavam uns contra os outros aps a misso. Foram poucoscomandantes que perceberam o quanto estavam mal treinados e permitiam isso. Os chefes estavammais preocupados com a segurana.

    O substituto do F-86 Sabre foi mal planejado. Os americanos achavam que haveria poucosencontros no ar do tipo da Segunda Guerra Mundial e Guerra da Coria. O Projeto Forecast de1963, de hipteses de conflito, previa que os caas iriam voar alto e rpido, destruindo o inimigo alonga distncia com msseis de longo alcance. A manobrabilidade e as armas de curto alcance noforam includas no estudo. Os resultados foram os novos projetos de interceptadores e a USAFpassou a gastar pouco com treinamento de combate areo. O F-4 e o F-102 nem foram armados comcanho.

    Na dcada de 50, a US Navy operava o F-8 Crusader para combate areo e o F-3H-1 parainterceptao com msseis. O F-4 substituiria os dois sendo projetado para interceptar bombardeiros

    soviticos, como caa de defesa de frota, foi projetado ao redor do mssil Sparrow. O F-4 era umsistema de armas e alm de interceptador de longo alcance seria usado como bombardeiro ereconhecedor.

    Duas Fases da Guerra

    A Guerra do Vietn no teve uma guerra area como na Segunda Guerra Mundial ouCoria. Os combates foram mais intensos entre 1966 a 1968 e em seis meses em 1972 comintensidade semelhante a 1973 e 1982 para Israel. A maioria dos encontros era espordico.

    Os Grupos Tarefas baseados em Porta-Avies da US Navy ficavam na estao "Yankee",na costa do Vietn do Norte, por cerca de 30 dias mais ou menos. Calculavam que viam um Mig a

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    cada 200 misses. A USAF operava nos paises vizinhos e as distncias das bases at Hani eram de570km (Udorn) a 1.100km (U Thapao). Os caas obviamente operavam das bases mais prximas eos bombardeiros e aeronaves de reabastecimento em vo das mais distantes. O Vietn foi divididoem seis regies alvos chamados "route packages". Cada "route" foi designado para um serviocomo a USAF, US Navy e USMC. Algumas rotas tinham mais defesas antiareas e com pilotos

    qualificados por rota. Os pilotos evitavam voar reto por muito tempo, subindo, descendo e virandoconstantemente, pois os canhes antiareos de 85mm e 100mm eram guiados por radar.

    Padro das rotas de ataque contra o Vietn do Norte. Diviso das "route package" e da concentrao de defesasvietnamitas.

    A operao Rolling Thunder era um esforo para atacar o Vietn do Norte e diminuir sua

    vontade de lutar, destruir sua base industrial, defesas areas e parar os suprimentos do Norte natrilha Ho-Chi-Min. Durou entre 1965 a 1968, viu muito combate areo com a Fora Area doVietn do Norte tentando atrapalhar os ataques americanos. A reao do Vietn foi dispersar ossuprimentos e reparar os estragos aps cada ataque tentando vencer pela pacincia. Devido a faltade munio os pilotos americanos voavam com carga limitada de bombas, mais para mostrarnmeros nos noticirios. Os alvos eram pedaos de terreno ou canoas, chamados depois de infra-estrutura e embarcaes tambm para mostrar nmeros. Nesta poca a USAF perdeu 1.400 pilotospara a aviao civil por descontentamento com as operaes no Vietn.

    A operao Linebacker I durou entre maio a outubro de 1972 com o objetivo de tentarparar a invaso do Vietn do Sul e interditar a linha de suprimentos. Os alvos foram mais

    liberalmente escolhidos como a minagem dos portos, vias frreas e pontes. Nesta fase foraminiciados o uso de armas guiadas por laser e eletroticos. As operaes Sky Spot usava radar para

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    permitir bombardeio a 10 mil metros com mau tempo. Nesta operao foram perdidas 138aeronaves sendo 31 por caas, 44 por msseis SAM e 63 por artilharia antiarea.

    A operao Linebacker II ocorreu em dezembro de 1972 com o objetivo de convencer oVietn do Sul da inteno dos EUA de defend-los. Nesta operao foram usados mais

    bombardeiros pesados com nfase em ataques de B-52 que bombardearam Hani e Haifong por 11noites. Nesta operao o Vietn disparou a maioria dos seus msseis SAM, danificando dez B-52 ederrubando 15. Os vietnamitas dispararam 950 msseis no inicio dos combates e apenas 68 no dia26. As perdas levaram os bombardeiros a mudar tticas de ondas continuas para ataque concentradocom mais escoltas. Saturavam as defesas junto com camadas de chaff.

    No Vietn do Sul eram realizadas misses de apoio areo aproximado. No Laos era feitos interdio. No Camboja era realizado apoio areo aproximado e interdio. J no Vietn doNorte era bombardeio estratgico. S no Vietn do Norte havia ameaa de caas. Durante o conflitodo foram lanados 864 mil toneladas de bombas contra 653 mil toneladas na Coria e 503 miltoneladas no teatro do Pacfico na Segunda Guerra Mundial.

    No inicio o Vietn do Norte podia contar a cada momento com cerca de 20 a 30 caasdisponveis no mximo. No final do conflito a frota de migs do Vietn cresceu muito com uma frotade cerca de 250 caas. Os EUA no possuiam um caa de superioridade area, sem treino e tticasde combate areo, os resultados no foram os melhores. Em contrapartida os migs eram otimizadospara interceptao e superioridade area, porem com tecnologia atrasada em relao ao F-4.

    Tticas Vietnamitas

    Com a ajuda comunista o Vietn do Norte criou sofisticada rede de radares paraacompanhar os alvos e direcionar msseis SAM e Migs. A rede no cobria o sul portanto os migsno operavam por l.

    Aps o "ataque" vietnamita aos contratorpedeiros Maddox e Turney Joy os americanosatacaram base de torpedeiros no Vietn. A reao comunista foi o envio pela China de 30 Mig-15/17 para a base de Phuc Yen. To logo os EUA iniciou a operao Rolling Thunder.

    O Vietn do Norte tinham uma boa rede de radares de alerta e controle de caas (GCI -Ground Control Interceptation). Em agosto de 1964 as defesas do Vietn do Norte eram formadaspor quase 1.500 canhes antiareos, 22 radares de alerta e quatro radares de controle de tiro. Em

    maro de 1965 eram 31 radares de alerta, dois de determinao de altitude e nove de controle detiro. No dia 3 de abril foi iniciada a operao dos Mig-17 contra caas atacando a ponte de ThanHoa.

    As aeronaves tticas americanas no se preocupavam com a artilharia antiarea, mas astticas usadas eram as mesmas de ataque nuclear com as aeronaves fazendo penetrao baixaseguida de uma manobra "pop up", disparavam e fugiam. O mau tempo at que justificava estastticas e alguns pilotos ariscavam passes mltiplos. Com a artilharia antiarea conseguindo derrubaralgumas aeronaves os americanos passaram a atacar a partir de 20 mil ps em mergulho ficandoacima do alcance da antiarea, mas perdendo o elemento surpresa.

    Em julho de 1965 o Vietn do Norte colocou em operao o mssil superfcie-ar SA-2prximo a Hani e Haifong. Eram operados por soviticos. Eram muito efetivos, mesmo com umCEP de 120 metros, e forou os caas americanos a voar baixo, o que os tornou susceptveis aosMig-17 e a artilharia antiarea. Alguns pilotos achavam que era esta a funo dos msseis SAM.

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    Aeronaves A-6 Intruder atacando baixo a noite podiam ser detectados pelas traantes queperseguiam o som da aeronave.

    A cura foi pior que a doena por entrarem no alcance da artilharia antiarea que estavamuito mais numerosa. Os msseis SA-2 podiam ser evitados com manobras evasivas se os pilotos

    fossem alertados a tempo e era menos perigoso que a antiarea. Logo voltaram a voar a 3-4 mil pse depois a 6-9 mi ps. O efeito dos SA-2 nos pacotes passou a ser considervel. As aeronavesvoavam em esquadrilhas espaadas 1-3 minutos com proteo mutua. Os ataques de SA-2 foravama alijar cargas e perder a formao atrapalhando o ataque. No dia 18 de abril de 1966 foi iniciado ouso do mssil Shrike podendo suprimir os msseis. Os F-4C e F-105 de supresso de defesapassaram a chegar antes no alvo para proteo. Os casulos de contramedidas (de rudo ou engodo)entraram em operao em outubro de 1966 nos F-105 e com uso rotineiro puderam voar em grandesformaes e a mdia altitude.

    Os msseis SAM acertavam pouco, ou 30 kill em 470 msseis disparados em 1966. Asperdas americanas eram 3.2 por 1.000 sadas em 1965 e caiu para bem menos em 1967.

    Os vietnamitas desenvolviam suas tticas observando os ataques americanos. Os Mig-17 eMig-21 foram projetados para defesa de ponto e eram bons nesta tarefa enquanto os F-4 estavamcheios de combustvel e s vezes com bombas. O Vietn do Norte logo percebeu que osbombardeiros eram a ameaa principal e evitavam combate com as escoltas sempre que possvel.

    Os pilotos dos Migs perceberam que os caas americanos manobravam pouco quandocarregados. Pensaram que podiam forar a alijar as cargas e atrapalhar a misso. Cerca de 20% dosbombardeiros alijavam bombas aps incurses dos Mig-21. Os controladores em terra direcionavamos Migs contras as aeronaves de ataque e outros para separar as escoltas. Tentavam forar umcombate areo defensivo onde o Mig era superior. De 3.938 sadas entre setembro e dezembro de

    1966, apenas 107 sadas, ou 2,72%, alijaram as cargas por ao dos migs. Por outro lado, das 192sadas realmente engajadas, ou 55,7%, alijaram as cargas. O resultado mostrou que a ttica eraeficiente e fora recomendado o ataque as bases areas vietnamitas o que fora negado.

    A ttica dos Mig-17 era voar baixo e subir atrs dos bombardeiros para forar alijar ascargas. As escoltas voavam mais alto, o que considerado ainda o melhor lugar, mas facilitava osucesso dos migs. As escoltas passaram a voar mais baixo, usando a velocidade e acelerao parainterceptar os Mig-17 e evitar que atingissem a fora de ataque. A ttica dos Mig-17 de atirar e fugirera boa para os F-4 que era inferior em combate em curva.

    Em agosto de 1967 os Mig-21 introduziram tticas muito difceis de conter. Pareciam ser

    realizadas por pilotos de elite. Os Mig-21 voando baixo e fora do alcance do radar se posicionavamat ficarem atrs dos pacotes. Geralmente no eram detectados pelos F-4. Depois ligavam o ps-combustor e subiam acima do pacote. Com ajuda dos radares GCI mergulhavam nos pacotes,disparavam msseis Atoll, subiam ou passavam pela formao, indo pousar no Vietn ou China. Areao foi passar a escolta de F-4 para o quadrante traseiro, mas estas misses duravam geralmenteapenas 12-14 minutos de vo. A aeronave decola, acelera, fica na traseira, ataca e pousa. O tempode reao era sempre curto.

    Em 1965, os Migs passaram a deixar de ser controlados s por radares em terra e voavamseparados a cerca de 2km um do outro. Atacavam bombardeiros e no os caas. Uma ttica dosMigs era lanar um par voando alto a cerca de 8-10 mil metros quando um pacote americano era

    detectado pelo radar voando alto no Laos. Outro par era lanado quando o pacote estava prximo eque voava baixo a cerca de 800m sem ser detectado e tentando atacar alvos de oportunidade.

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    A separao horizontal era de cerca de 10-15km. s vezes um terceiro elemento voava a mdiaaltitude.

    Enquanto o Mig-17 atuava a baixa altitude a at 1.500m, os Mig-21 operavam acima de2.500m. Entre 1.500m e 2.500m os dois podiam engajar. Em 1972 ainda usavam a ttica de navegar

    a baixa altitude com controle de GCI at ser ordenado a subir quando estaria atrs do inimigo.Os Migs eram direcionados pelos controladores em terra para se posicionar sem serem

    detectados voando baixo. Os migs penetravam as formaes, evitavam o combate e foravam asaeronaves de ataque para alijar as cargas. A interceptao tinha sempre cinco fases: subir paracruzeiro; vetor para o alvo at chegar na velocidade e altitude de ataque; fase de transio, mudandode velocidade e altitude para o ataque; fase de ataque, manobrando, adquirindo alvo, engajando efugindo; fase de recuperao, fugindo e pousando. Os vietnamitas estudavam os padres de ataqueamericanos e revisavam o padro de interceptao.

    No inicio os controladores em terra s coordenavam um par de Mig. Depois dois pares e

    passaram a misturar pares de Mig-17 com Mig-21. No dia 23 de abril de 1966 os vietnamitaslanaram dois grupos de oito Mig-17 contra um pacote. Dois foram derrubados ao encontrar caasF-4C no lugar dos F-105. As tticas variam de atacar e correr para mltiplas passadas. Algumasvezes atacaram aeronaves EB-66 de interferncia eletrnica e EC-121 de alerta antecipado quevoavam sobre o Laos. Com o aumento da intensidade das operaes americanas em 1967, os migschegavam a atacar em massa com quatro Mig-21 e quatro Mig-17.

    Em 1966 passaram a usar tticas de guerrilhas com grupos pequenos de 2-4 migs e nomximo 10 com tticas tipo ataca e foge. Em 1967 os Mig-21 iniciaram os ataques supersnicos desurpresa a baixa altitude com um "kill ratio" favorvel at 1968. Em dezembro de 1967 foiobservado que os Mig-21 e Mig-17 estavam coordenando os ataques em vrias passadas de vrias

    direes. A partir de 1968 os migs fugiam menos para a China e tentavam uma segunda e atterceira passada mostrando que os pilotos estavam ficando mais habilidosos e agressivos.

    Uma ttica dos migs era direcionar uma dupla para atacar a posio 10-12 horas enquantooutra dupla era vetorada para atacar a posio 5 a 7 horas. O objetivo era fazer os F-4 virar para oinimigo na posio traseira e ficar de costas para os que atacavam de frente sem perceberem.

    Os Migs tinham a vantagem de operar em territrio prprio. Conheciam bem o territrioonde operavam e exploravam a proteo das cadeias de montanha como vantagem. Poucos pilotosmostram-se capazes em manobras de combate areo.

    Em abril de 1967 foi observada pela primeira vez uma ttica defensiva dos Mig-17chamada "vago de trem", uma variao do crculo Lufberry, com os Mig voando em crculosprximo a base area. Eram quatro aeronaves voando no mesmo circulo, misturando pilotos bons eruins, e cada uma cobria a traseira da aeronave da frente. Os F-4 ficavam em desvantagem contra osmigs mais manobrveis e tinham que tentar os migs da formao. Os migs voavam baixo onde osmsseis ar-ar eram menos efetivos e um par podia voar alto dando alerta. Os F-4 tinham que atacarrpido e fugir pois a artilharia antiarea cobria parte da ttica.

    Alm da rede de radares GCI, os vietnamitas tambm tinham uma rede de interferidores deradar e comunicaes. Algumas aeronaves americanas foram derrubadas por no receberemchamados de alerta por estarem com os rdios jameados.

    Sozinho os migs tinham poucas chances de sucesso, mas com uma rede de radaresintegradas e com apoio de msseis SAM formaram um grande obstculo para os americanos. Em

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    ataques coordenados com os caas, os operadores de msseis SAM apenas ligavam e apontavamseus radares para os caas americanos com a inteno de desviar a ateno dos pilotos para ossistemas de alerta radar e para varrerem alvos em terra, ficando menos tempo cobrindo a retaguardados caas amigos e o cu ao redor a procura de Migs. Isto ajudava nos ataques dos Migs. Asbaterias de msseis SAM no podiam disparar pois corriam o risco de acertar os prprios migs. Por

    outro lado, a falta de sinais visuais de disparo de msseis dava indicao da presena de migs narea, com ou sem iluminao dos radares.

    Os migs tambm voavam sobre a rede de msseis SAM e arrastavam o inimigo paraarmadilhas, mas com risco de tambm serem alvejados. As manobras evasivas contra os msseisSAM faziam as esquadrilhas americanas se separarem e perdiam o apoio mtuo o que facilitava otrabalho dos migs. Os pilotos americanos tambm tinham que escolher entre manter a formaopara proteo mtua dos seus casulos de guerra eletrnica, mas com risco de ser pego por trs porMig, ou ficar de olho nos Migs em uma formao aberta mas com menos proteo eletrnica contraos msseis SAM.

    Os controladores em terra tentavam monitorar o estado de combustvel dos caas da USAFe davam ordens de atacar quando estivessem com pouco combustvel. Os migs ficavam esperando.Os vietnamitas perceberam que a ltima esquadrilha que atacava tinha pouco combustvel ouesperavam as escoltas voltar com pouco combustvel sem poder engajar os migs. Aps 5 minutoscom o ps-combustor ligado os caas tambm tinham que desengajar. Os Migs iam para a base e osamericanos para o reabastecimento em vo no Laos ou no Golfo de Tonquim. Era uma ttica forarmanter o combate para fazer o inimigo cair por falta de combustvel. Os caas americanos semprereabasteciam antes de entrar no Vietn do Norte e enchiam os tanques internos antes de alijar ostanques extras. Era uma ttica de persistncia de combate.

    Em certa ocasio uma esquadrilha de F-4 de escolta resolvu atrasar a decolagem em 10-15minutos para chegar atrasado na rea do alvo. Reabasteceram em silencio total de rdio e voaram nomesmo nvel e altitude dos F-105 indo direto para o alvo. Quando os migs atacaram estavampreparados e dois Mig-17 foram derrubados (com sete msseis Sidewinder disparados).

    Os Mig-21 entraram em ao no dia 25 e 26 de abril de 1968 contra grandes formaes. Oprimeiro fora derrubado no dia 26 e logo evitaram atacar foras mais numerosas.

    A ttica dos Mig-21 era um controle de caa excelente, atacando supersnico por trs,disparando e depois mergulhando para fugir a Mach 1.8 para a China, compensando o curto alcancee pouco treinamento. Os Mig-21 vinham voando bem alto. Eram direcionados para a traseira dospacotes, mergulhavam e atiravam de baixo para cima e eram muito difceis de serem detectados.

    Em alta velocidade o alcance do Atoll era 2-3 vezes maior. Se as escoltas no fossem alertadas atempo, e se estivessem voando na mesma velocidade do pacote (869km/h no ingresso), tinhampouca chances de engajar os Mig-21. Os Migs tambm s engajavam se as condies fossem ideais.

    A cabine do Mig-21 tinha pouca visibilidade e era difcil ver o disparo de um Sidewinder.Era funo do ala cobrir o Mig que atacava. O ala fica prximo e podia passar entre o lder e oSideWinder tentando quebrar o lock.

    O Mig-21 era um interceptador como os outros caas da poca e no era bom em combateareo. Os primeiros modelos nem tinham canho. O Mig-21 foi projetado como reao ao B-47, edepois o B-52, que voavam muito alto tornando o Mig-17 e Mig-19 praticamente obsoletos para

    uma efetiva interceptao. No inicio os pilotos de Mig-21 usavam tticas dos Mig-17 que pilotavamantes e no usavam todas as capacidades da aeronave.

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    As primeiras vitrias dos Mig-21 eram contra drones Firebee voando a 18 mil metros dealtura que eram atacados com msseis Atoll. Foram trs kill no comeo da guerra e mais trs em1972. J contra os caas os Mig-21 tiveram problemas de trancar com o radar e os msseis falhavammuito. Os pilotos primeiro procuram trancar com o radar e depois buscam o alvo com a mira o queera difcil durante um combate areo. Foram 14 msseis Atoll disparados sem sucesso

    seguidamente.Como aconteciam com os Sidewinder, os msseis Atoll (R-3S) tinham dificuldade em

    trancar em alvos manobrando. O curto alcance tambm foi um problema com as primeiras baixas doMig-21 sendo por falta de combustvel. Os Mig-21 tambm usaram casulos com foguetes de 57 mmdisparados em salva contra os caas americanos com algumas vitrias. A primeira vitria comfoguetes foi contra um F-105, mas preferiam os msseis Atoll que eram mais leves e tinham menosarrasto.

    O R-3S, ou AA-2 Atoll, s era efetivo se disparado com surpresa, por trs, sem o alvoreagir. Os Mig-21 no podiam fazer busca com o radar, s no visual, para no alertar o alvo. Os

    Atoll eram disparados a cerca de 1.200 a 2.500 metros mas era melhor a cerca de 1.500 metros.Os pilotos norte-vietnamitas eram considerados mal treinados. Os Migs s tinham

    vantagens de iniciar o ataque e desengajar rpido. Os pilotos vietnamitas eram jovens einexperientes, sem o treinamento intensivo dos americanos. Como vinham do campo tinham atpouca experincia com equipamentos modernos. Poucos eram familiarizados com algo maiscomplicado que uma bicicleta. Mas era at normal tentar denegrir a capacidade dos pilotos inimigosdurante uma guerra. Menos de 10% dos pilotos de Migs eram qualificados para voar a noite. Ospilotos treinados para voar a noite tinham a misso de derrubar os B-52. Um piloto cita ter atingidoum B-52 com dois Atoll, mas a USAF cita que foi derrubado por um mssil SAM.

    Os pilotos americanos voltavam para casa aps voar 100 misses enquanto os pilotosnorte vietnamitas continuavam voando e consequentemente aprimorando suas tecnicas. O resultadofoi a diminuio do "kill ratio" entre 1965 e 1968. Em cinco anos de combates areos, apenas doispilotos da USAF e um da US Navy se tornaram ases. No Vietn foram cerca de 12 ases, emboraalguns contam as vitrias contra drones.

    Tticas da USAF e US Navy

    As tticas americanas eram baseadas nos pacotes de ataque da USAF e os ataque Alpha da

    US Navy. As escoltas eram formadas por caas, aeronaves de interferncia eletrnica e supresso dedefesas. Os pacotes da USAF lanados da Tailndia eram a maioria. Reabasteciam no Laos antes deentrar no Vietn. Atacavam geralmente em mergulho e fugiam para a Tailndia ou Golfo deTonquim na maior velocidade possvel.

    A US Navy operava entre 70 a 100 milhas da costa o que dava pouco alerta aosvietnamitas e sofriam pouco com as tticas "rit and run" dos Mig-21 que precisava de muito apoiodos controladores em terra e muito tempo de planejamento.

    O tempo em comprometimento da US Navy comeava a 25 milhas da costa e podia serpor toda extenso se voar baixo. A US Navy estava perto dos seus radares de controladores de caa

    instalados nos navios e podiam contar com a proteo de navios escoltas armadas com msseisSAM. A frente dos porta-avies havia sempre quatro escoltas de proteo que faziam tambm o

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    trabalho de piquete radar. Os vietnamitas perderam sete migs para os SAMs navais Tartar e Terrierdesta cobertura.

    Os pacotes da USAF, ao contrario, podiam ser monitorados pelo radar quando aindasobrevoavam o Laos e os Migs tinham muito tempo para planejar os ataques. As rotas de entrada e

    sada do Vietn eram sempre as mesmas. Havia trs rotas principais de fuga para o Camboja e Laos.A guerra eletrnica foi importante para os americanos tentarem conseguir a superioridade

    area. O Vietn do Norte ouvia as comunicaes americanas enquanto seus radares de longoalcance detectavam os pacotes e coordenava os ataques dos Migs. Estas ameaas precisavam serneutralizadas.

    A resposta da USAF aos ataques dos migs foi o caa-bombardeiro F-4C enquanto o EC-121 Big Eye para dar cobertura aos pacotes com alerta radar sobre o Vietn. As aeronaves voavamem rbitas sobre o Golfo de Tonkin. Os alertas eram amarelo (migs decolaram) e vermelho (migsameaando a menos de 10 min de vo). Os EC-121 College Eye passaram a ser chamados de Big

    Eye entre abril de 1965 a maro de 1967 e depois de Disco. Enquanto o EC-121 cobria a maiorparte do Vietn, os controladores navais Red Crown cobriam a costa.

    A funo dos controladores areos era mostrar um quadro geral para piloto de onde eleest em relao a situao ttica geral. Em uma ocasio o controlador areo, chamadogenericamente de Red Crow, falhou e um F-4 do USMC foi derrubado por falta de alerta.

    Com a ameaa dos ataques partindo a baixa altitude os americanos testaram o EC-121MRivet Top de alerta antecipado equipado com o sistema QRC-248 que acionava o sistema IFF SRO-1/2 dos Migs para conseguir identificao e alerta. Os americanos estimam que 75% das perdas paraos migs poderiam ser evitadas com um radar de alerta com capacidade de detectar aeronaves

    voando baixo e dar o alerta.Em 1972 o Vietn tinha uma das mais sofisticadas defesas terra ar. Podiam saber a

    composio dos pacotes logo aps decolarem. Os americanos desenvolveram tticas de saturar cucom chaff e eram apoiados por EB-66, EA-6 e casulos de interferncia (noise e deception).

    Os EB-66C Brown Cradle eram usados para interferncia eletrnica. Os EB-66 iniciaramas operaes de interferncia nos radares vietnamitas dentro do Vietn e depois passaram a operarno Laos e Golfo de Tonkin. A US Navy usava o EA-6 Prowler.

    As contramedidas eletrnicas ajudaram a interferir nos radares dos migs com os casulos

    ALQ-72 e AAQ-8 enquanto o ALQ-123 interferia no sensor infravermelho dos msseis Atoll. Asvezes a nica contramedidas dos F-4 do USMC eram chaff no freio aerodinmico e mesmo assimusavam pouco para no desacelerar a aeronave. Foram seguido dos lanadores de chaff e flare. Osflares eram importantes pois at os Mig-17 receberam msseis Atoll no fim do conflito, alm defoguetes.

    Os navios da US Navy jameavam os radares de controle de caas e as comunicaesvietnamitas, alm de darem alerta para os seus caas.

    Em 1972 os F-4 foram usados como bombardeiros de chaff (chaff bombers). At oito F-4voavam em uma grande linha, relativamente lentos e a grande altitude (12 mil metros). Usavamdispersadores para lanar cortina de chaff na frente do pacote de ataque. O carpete de chaff deveriacobrir a tela de radar inimigo e resultaria em um corredor que cobriria a rota de ingresso e regressodos B-52 para confundir os operadores de msseis SAM e a artilharia antiarea. As escoltas iamatrs ou na frente cruzando da esquerda para a direita para manter a velocidade alta e cobrir a

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    traseira dos "bombardeiros". Voavam mais baixo a cerca de 7 mil metros para poderem ter maiorcapacidade de manobra contra os msseis SAM. A resposta do Vietn fora fazer um mig voar namesma altitude dos B-52 para verificar a altitude e programar a espoleta da artilharia antiarea delongo alcance a noite. Assim no precisavam se preocupar com a nuvem de chaff nem dainterferncia eletrnica. Era uma ttica efetiva e pegaram alguns B-52 assim.

    Contra as aes dos controladores em terra a USAF passou a usar contramedidaseletrnicas para interferir nos rdios dos controladores em terra para atrapalhar os ataques dos migs.

    Os americanos passaram a ouvir as transmisses de rdio vietnamitas para dar alerta aoscaas. Como os pilotos americanos sabiam que estavam sendo escutados da mesma forma,passavam informao falsa como se estivessem indo ou vindo do reabastecimento em vo, quetinham problemas com as armas, e outros. s vezes voavam muito prximo para criar blip nico noradar.

    Esquema da formaes e pacotes americanos no inicio e fim do conflito do Vietn. Na Linebaker I a USAF passou aempregar bombas guiadas a laser e a relao de aeronaves de proteo: aeronaves de ataque passou de 5:1.

    A USAF iniciou o desenvolvimento de tticas de combate areo no programa "FeatherDuster" de 1965 com os F-4 enfrentando caas F-86 simulando o Mig-17. Os F-86 tinham melhorrazo de troca contra o F-100, F-4, F-104 e F-105 e se igualava com o F-5. O experimento mostrouque um combate lento e a baixa altitude favorecia o Mig-17. O F-4 era melhor a baixa altitude erpido, mas esta arena atrapalhava o disparo dos msseis.

    A ttica contra os Mig-17 era acelerar e mergulhar para escapar e depois voltar (fazendoboom e zoom). O F-4 tinha a vantagem de poder atacar de frente com o Sparrow. Tambm podiam

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    subir se estivessem rpido pois o Mig-17 no conseguia acompanhar. Bastava voar a mais de 700km/h para os Mig-17 no conseguir se aproximar. Contra o Mig-21 era melhor o F-4 combater navertical subindo e descendo e era superior a baixa altitude. Os pilotos dos F-100 Super Sabre foramorientados a no engajar os Mig-21 ou perderiam. Deveriam alijar, fazer g zero (descarregar) etentar voar supersnico baixo onde o Mig-21 no conseguia.

    Os EUA analisou um Mig-17 capturado e perceberam ou que no podiam fazer g negativosem perder o controle. Os pilotos de F-8 descobriram isso sem querer pois no eram seguidos namanobra. Os pilotos eram brifados sobre capacidade do Mig-17 de girar, mas s era possvel ver oquanto eram bons na pratica para se impressionar de verdade.

    O Mig-17 no tinha controles hidrulicos e os pilotos no conseguiam fazer a aeronavemanobrar a mais de 700km/h e assim os pilotos de F-4 sabiam que podiam manobrar quandoestivesse rpido ou que o Mig no conseguiria evadir-se dos msseis.

    Em uma misso, o piloto Cunningham da US Navy estava sendo perseguido por um Mig-

    17 e teve que puxar 12g's, danificando a aeronave, para tentar escapar de um Mig-17. Olhou paratrs e viu que o Mig ainda ficava dentro da curva fazendo "lead" para disparar. Na mesma misso,Cunningham viu um caminho no solo e conseguiu um tom. Disparou o Sidewinder em mergulho eacertou. Cunningham j tinha tentado antes sem sucesso. Estava e uma misso de escolta deaeronaves de ataque cujo alvos eram caminhes na trilha Ho-Chi-Min. Seu caa recebeu umdesenho de um caminho junto com a vitria que conseguiu na mesma misso.

    O F-4 foi projetado para fora bruta e subir rpido. A baixa altitude a potncia contavamais em relao ao Mig-21. J o Mig-21 foi projetado para combater no alto. Os testes da USAFcom um Mig-21 capturado mostrou que a Mach 0.9 e 5 mil metros a razo de curva instantnea dosdois era igual ou 13.5 graus/segundo. A Mach 0.5 o Mig-21 tinha razo de curva instantnea de

    11,1 graus/segundo contra 7,8 graus/segundo do F-4. Mas era o treino que contava mais. Nos testesno havia muitas vantagens dependendo do piloto.

    Outros testes mostraram que o Mig-21 no podia acompanhar o F-4 na subida. Os EUAdesenvolveram tticas onde o F-4 deveria iniciar uma curva fechada se perseguido para forar oMig-21 a curvar pois iria perder energia mais rpido. O F-4 ento sobe e com mais potncia e maisrpido fica em vantagem podendo descer na traseira do mig depois de subir. O F-4 podia vencersempre com esta ttica mesmo iniciando em desvantagem.

    O Mig-21 sempre mostrou ser mais gil a baixa velocidade e por isso o F-4 tinha quemanter a velocidade alta. A manobrabilidade do F-4 em alta velocidade era superior. Os melhores

    pilotos do Vietn do Norte preferiam at o Mig-17 por isso. O F-4 devia manter a energia sempremaior que a do adversrio pois d mais opo inclusive para fugir se outro caa aparecer. O nvel deenergia que determina quais manobras na vertical podem ser realizadas. A potncia do F-4 paradecolar e subir rpido atrs de bombardeiro foi boa para o combate areo. Quando ordenados aacelerar para interceptar esta potncia era bem vinda.

    Durante o conflito os americanos iniciaram o uso de simuladores e permitiu conhecer acapacidades e caractersticas das aeronaves inimigas. Permite at determinar se o piloto inimigo estausando toda a capacidade da aeronave ou no, e determinar se novato ou veterano.

    A ttica dos migs mais difcil de conter era a aproximao baixa e "hit and run". Os migs

    quase sempre atacavam sozinhos em alta velocidade. Os F-4 conseguiam sucesso devido aagressividade das tripulaes.

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    O experimento Feather Duster tambm mostrou que a formao "finger four" era deutilidade duvidosa, com o ala prximo e cobrindo o lder. A formao "finger four" da USAFobrigava o ala a ficar perto do lder e no tem muito tempo para vigiar fora pois tinha que ficar deolho no lder. Em uma esquadrilha de quatro apenas um atira enquanto os outros apoiavam. Era umattica boa contra bombardeiros mais lentos, mas no contra caas. A USAF custou a usar a

    formao "fluid four" e "losse deuce" com os pares se apoiando mutuamente, mas resultou em maisvitrias do lder enquanto o ala s dava cobertura.

    A ttica de formao da US Navy voar um elemento separados em cerca de 2km com umcobrindo a retaguarda do outro. Enquanto um ataca e outro cobre pouco atrs, mas pode engajar deacordo com as manobras. O ataque liderado pelo primeiro que fez contato com o alvo.

    A formao "fluid four" tima para operaes ar-ar. uma formao ofensiva,manobrvel e boa para apoio mtuo. Pode ser reformulada em ambiente com ameaa de msseisSAM para boa utilizao de ECM. As aeronaves 1 e 3, com os lderes de elementos, faziam buscaradar a frente, um para o alto e outro para baixo. Os alas 2 e 4 variavam de direo, cruzando a

    direo constantemente (weave), para cobrir a traseira. Quando detectavam um alvo podiam passarpara a formao "louse deuce". A manobra "weave" tambm era boa para atrapalhar a busca peloradar inimigo. O primeiro elemento que detectar o alvo faria identificao da ameaa enquanto osegundo preparava um ataque por trs. A formao "fluid four" era usada de dia enquanto a noitevoavam em duplas em fila. A dupla traseira acompanhava a dianteira com o radar.

    Operando em duplas os americanos tinha tticas chamadas "double attack". Quem v umalvo primeiro avisa (chama tallyho no rdio) e ataca (caa engajando) enquanto o outro passa acobrir (caa de apoio). Os pilotos usam palavras de cdigo padronizadas para facilitar acomunicao. Por exemplo "padlocked" atacando o alvo e "honeymoon" significa "estou dandocobertura". "Alligator" para informar que est em posio e com inteno de atacar; "in the dark" aviso de alvo voando muito baixo e "No Joy" quando ainda no visualizou o alvo.

    Descrio esquemtica da formao "fluid four".

    As tticas de patrulhas de combate areo (CAP - Combat Air Patrol) eram divididas emFORCAP, TARCAP, BARCAP e MIGCAP. As CAPs eram formadas por quatro aeronaves e svoavam com menos ou dois se os outros abortassem e se a misso fosse estratgica.

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    O MIGCAP era as escoltas que protegiam a fora de ataque. Deviam ficar sempreprximos, s engajando se os migs entrarem e ameaarem o pacote, mas os pilotos costumam iratrs deixando a fora desprotegida. Uma ttica das tticas utilizadas pelos migs era exatamentedesviar os caas das MIGCAP para longe para que outros Migs penetrassem no pacote e atacassemas aeronaves de ataque. As MIGCAP eram distribuidas em varias posio em torno dos pacotes de

    ataque. Os Migs tentavam abrir brechas para que outros penetrassem na cobertura.A FORCECAP, ou FORCAP, tem outra freqncia de rdio e controlador prprio, sua

    misso exclusivametne caar migs em qualquer lugar que seja. E no somente proteger os pacotesde ataque. Na US Navy o FORCAP era a cobertura voando acima da Fora Tarefa.

    O TARCAP, ou TARget CAP era uma aeronave de ataque que continuava no alvo apslanar as bombas protegendo as outras aeronaves. Eram obviamente os primeiros a atacar.

    O BARCAP, ou BARrier CAP, ou Mig Screen, ficavam entre o alvo e a provvel direodos Migs tendo uma estao para cobrir. Podia ser na fronteira, entre o alvo e na volta. s vezes em

    todo trajeto. Os BARCAP tambm ficavam em posies para proteo de aeronaves especializadascomo guerra eletrnica, reabastecimento em vo, CSAR e alerta areo antecipado. Neste casocostumavam operar em duplas.

    SWEEP era uma misso ofensiva, Simples caa ou caa-bombardeiros, sobre territrioinimigo para encontrar e atacar aeronaves ou alvos de oportunidade ou limpar os cus da oposioinimiga.

    O EGRESS CAP chegava na estao na hora que o pacote comeava a voltar. Tambmdeviam proteger os MIGCAP que voltando da misso e as aeronaves de reconhecimento aps oataque.

    O CAP/Strike formada por aeronaves com tarefa principal de CAP e funo secundaria deataque. Os CAP/Strike podiam alijar cargas e perseguir inimigos no estando restritos a encontrosdefensivos.

    O Fast CAP eram CAP de aeronaves de ataque. Era o oposto de Slow CAP formado debombardeiros, helicpteros, aeronaves de reabastecimento, etc.

    O RESCAP eram as CAP que acompanhavam as foras de operao de busca e resgate decombate (CSAR).

    A formao da escolta era ditada pela formao da fora de ataque. Geralmente as CAPpreferem voar duas milhas a atrs do pacote de ataque.

    A US Navy testou a ttica de tirar os atacantes da rea onde havia migs para poderdisparar o AIM-7 a longa distncia. Realizaram disparos a cerca de 10km sem identificao visualpositiva mas sem sucesso.

    Outra novidade que permitiu o combate a longa distncia foi o sistema de identificaoamigo-inimigo APX-81 Combat Tree a partir de 1971. O Combat Tree interrogava os canais dosIFF dos migs e recebia respostas que permitia identifica o alvo como inimigo. O APX-81combinado com APX-76 interrogava os canais de IFF amigo tambm para evitar fogo amigo.Operava passivo ou ativo e era capaz de detectar os migs a 100km contra 40km do radar do F-4. OIFF era bom para dados de azimute e distncia, mas ruim para altitude. O Combat Tree equipavainicialmente metade dos F-4D que atuavam nos Mig-CAP e passaram a equipar todos os F-4E.

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    Inicialmente o Combat Tree era chamado de Seek See e o programa iniciou com a aquisio dosIFF russos tipo SRO-2 de forma clandestina para estudos.

    Um kill BVR com o Combat Tree foi do Coronel Kittinger que disparou um Sparrow acerca de 10km contra um alvo em um engajamento frontal. O primeiro mssil falhou em ligar o

    motor, o segundo no foi para o alvo e s o terceiro funcionou e atingiu o alvo. Os Sparrows foramdisparados a cada 3 segundos com o gatilho mantido apertado continuamente.

    Usando o Combat Tree o Capito Olmstead disparo um Sparrow a 14km contra um Mig-21 de uma formao de quatro. Depois mais dois msseis sendo o ltimo a 7 km que acertou. O"Red Crow" direcionou o ataque e confirmou a perda do contato. Olmstead e sua esquadrilhaestavam escoltando um AC-130 sobre o Laos durante a misso. Em outra ocasio identificou umalvo com o Combat Tree e preparava para atacar a 10km de distncia. No foi autorizado e iniciou ocombate a curta distncia.

    Uma vitria BVR foi conseguida em 21 de fevereiro de 1972, aps mais de quatro anos

    sem vitrias americanas. A vitria foi conseguida quando os migs resolveram atacar vosamericanos no Laos. Um F-4D disparou trs AIM-7E-2 a noite. O primeiro foi a 11 milhas, osegundo a 8 milhas e o terceiro a 6 milhas. O primeiro detonou e o segundo explodiu causando umaexploso secundaria. O terceiro no detonou.

    No dia 30 de maro de 1972 um F-4D foi lanado em alerta contra alvos voando no Laos.O controlador Red Crown mandou ligar o radar a 20 nm do alvo. O contato radar foi feito a 15nmdo alvo, trancou a 12 nm e disparou a 8nm sem resultado. Outro Sparrow foi disparado a 6nm semresultado visvel. Outro Sparrow foi disparado a 4nm e sumiu. A 1-2 milhas a frente logo vira umabola de fogo. O controlador Red Crown confirmou que o alvo desaparecendo do radar

    Quando perseguiam migs fugindo para a China os controladores em terra no Red Crowno davam permisso para disparo BVR sem identificao visual positiva mesmo sabendo que eramos nicos na rea e as aeronaves amigas estavam longe. Foram vrias oportunidades perdidas nestasituao.

    Durante a Linebaker os F-4 realizando Mig-CAP voando avanado nos pacotes tinhaliberdade para disparar sem identificao visual. Os disparados eram a cerca de 14km.

    A ttica de combate a noite era atacar sozinho com o ala a distncia e voando paralelo. OsF-4 tinham o campo de tiro livre e sem risco de coliso.

    As regras de engajamento eram um problema para os EUA. Os americanos no podiamperseguir os Migs aps cruzarem a fronteiras ou certas areas prximas a China. Foram vrios casosde interceptao abortada pois os Migs estavam cruzando a fronteira (linha mgica) e fora doalcance. Com um bom mssil de longo alcance seria um Kill. Alm dos santurios na China, asprprias bases vietnamitas eram santurios com as aeronaves no podendo atacar os migs em terraat 1967. Durante os ataques prximos das bases areas os pilotos viam os migs em terra e nopodiam fazer nada. Aps abril de 1968, com a restrio de ataques acima do paralelo 19 todo oVietn do Norte virou um santurio. Os migs passaram a atacar e fugir no sul do Vietn do Nortecom silncio de rdio.

    Os combates areos no Vietn no pareciam muito com os da Segunda Guerra Mundial e

    Guerra da Coria. A velocidade e sofisticao das aeronaves tornaram a coordenao e o trabalhoem equipe mais importante. Com um radar sofisticado o F-4 precisava de dois tripulantes para

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    funcionar assim como o apoio de boas equipes de terra, operadores de radar, aeroanves deinterferncia eletrnica, supresso de defesas e at das aeronaves de ataque.

    O F-4 Phantom foi resposta aos migs vietnamitas e depois os F-105 foram substitudospor F-4 propositalmente para simular caas carregados e nas operaes de ataque. O F-4 at que

    levava a mesma carga de bombas do F-105, mas era mais potente, tinha mais armas ar-ar e era maismanobrvel. O F-4D era ideal para isso pois tinha mira com depresso automtica e era bom parabombardeio. Entrou em operao em 1967.

    Como o F-4 produzia muita fumaa (tinha at o apelido de smoker), uma ttica simples era considerar que tudo quetinha fumaa era F-4 e o que no tinha era Mig, quando s havia Phantoms na rea. A fumaa da J-79 era visvel a at40km e as vezes os Migs nem precisavam de apoio de radares no solo para manobrar atrs dos F-4. Pilotos de ataqueindo em direo aos F-4 costumavam gritar no rdio "no dispare, F-4, no dispare". Os F-4 eram visveis a mais de10km de frente devido a fumaa. Para evitar a fumaa os pilotos podiam desacelerar um motor e ligar o PC do outromotor. Fora a fumaa foi observado que alguns pilotos tem mais facilidades que outros para detectar aeronaves no ar.Isso era importante pois um Mig-21 s visvel a 5km e identificado a 1,5km.

    Os pilotos americanos eram informados da presena e posio de migs com um mapa apropriado e cdigos delocalizao chamado Bullseye. Est tcnica usada at hoje com a referncia sendo mudada diariamente. Por exemplo,um alvo em Kep seria chamado de "bullseye, 60 for 40", ou seja, que o mig est a 60 graus de Hanoi e a 40 milhas dedistncia. Caso o controlador quisesse que o caa fosse de um lugar para outro na velocidade mxima adicionava ocdigo buster". Tambm existe o termo Rolex de uma hora arbitraria para medir outro tempo.

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    O F-105 j tinha um sistema de ataque computadorizado com um radar monopulso paraapoiar. O sistema computa o ponto lanamento, faz disparo automtico e at manobra a aeronave senecessrio. Foi pensado desde o inicio em usar o modo "toss" para disparo de armas nucleares. Osistema era chamado de Thunderstick e tambm apoiava engajamentos ar-ar resultado em umafacilidade de disparar o canho Vulcan contra os migs.

    O F-4 da USAF eram um biposto completo enquanto o da US Navy era tripulado por umBN (bombardeiro navegador). Tinha um sistema inercial e melhor capacidade ar-superfcieapoiando modos dive e level, noite e com mau tempo.

    Os pilotos da US Navy voavam como piloto/operador de radar e lutavam como umaequipe com o treinamento melhorando continuamente. Os tripulantes da USAF eram dois pilotos ecompetiam pelo assento dianteiro. Depois a USAF criou a funo de operador de sistemas (WSO)especializado para diminuir o atrito entre os tripulantes. Os WSO tambm eram treinados empilotagem para o caso do piloto ficar desabilitado ou ferido. noite coordenam para um ficar deolho no vo e outro olhando para fora para evitar ir contra o solo. Ao engajar um Mig, o piloto de

    F-4 pode pedir para o operador de sistemas ficar de olho no ala do mig enquanto ataca. Se o outromig comea a ficar em posio de tiro o operador de sistemas avisa e o piloto comea a realizarmanobras evasivas.

    Os F-8 Crusader da US Navy eram os nicos caas de combate areo dos EUA que operouno Vietn do Norte, mas estavam sendo substitudos pelo F-4. Os pilotos de F-8 sabiam que tinhamque pegar os Migs por trs pois s tinham os canhes e msseis Sidewinder de curto alcance e noestavam equipados com o Sparrow. Mesmo sendo um caa, tinha menos vitrias por operarprincipalmente na funo de ataque. Mas as vitrias por engajamentos eram maiores que a do F-4 eos pilotos tiveram uma maior percentagem de msseis disparados no envelope. Os Migs atevitavam os ataques Alfa da US Navy protegidos por F-8 em 1972, mas atacavam os da USAF.

    O F-8 foi projetado para combate em curva conseguindo pegar os Migs por trs apsalgumas curvas. Os F-8 treinavam manobras de combate areo contra os F-4 da USAF quevoltavam das misses no Vietn do Norte como parte da capacitao em 1972. Os F-8 venciamsempre para delrio da US Navy e frustrao da USAF e nem usavam o plano vertical onde o F-8era bem melhor.

    O Vietn viu grande uso de msseis ar-ar, mas o Sparrow, Falcon e Sidewinder eram caros,pouco confiveis e vulnerveis a contramedidas. Os migs escapavam pois os msseis nofuncionavam direito ou perdiam o alvo.

    Durante o conflito no Vietn foram lanados 612 msseis AIM-7 com 56 vitrias (Pk de9%), e 454 AIM-9 Sidewinder com 81 vitrias (Pk de 18%). Testes antes da guerra eram de 65% deacerto para o Sidewinder e 71% para o Sparrow contra alvos no manobrando em condies ideais.

    Durante a operao Rolling Thunder foram disparados 260 msseis Sparrow com 20 kills.Em fevereiro de 1972 os americanos usaram o AIM-7E-2 em 30 de 50 engajamentos. Na operaoLinebaker II em dezembro de 1972 foram disparados cerca de 100 msseis Sparrow AIM-7E-2 comcinco kills sendo que no mesmo perodo foram disparados 24 msseis AIM-9E com dois kill.

    O Sparrow mostrou que podia interceptar um alvo alm do alcance visual antes que o

    inimigo soubesse da presena do F-4. Funcionou bem nos treinos no deserto, mas no Vietn teveum desempenho miseravelmente ruim com as regras de engajamento exigentes. Na verdade oconceito do AIM-7 estava bem frente do seu tempo assim como o combate a longa distncia.

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    O desempenho do AIM-7D Sparrow mostrou ser muito ruim. De cada oito disparos apenasum acertava. s vezes um F-4 disparava todos seus quatro Sparrows e errava todos. Os pilotos noconfiavam nos msseis que voavam cativos por muito tempo por falharem muito. A teoria docombate a longa distncia (BVR) fantstica, mas na dcada de 60 s era possvel contrabombardeiros voando reto e alto em um engajamento frontal. Eram alvos que no manobravam,

    tinham uma grande assinatura radar e de calor e no contra alvos pequenos manobrando a curtadistncia e voando baixo que encontraram no Vietn. Podiam ser identificados facilmente poisviriam de uma direo onde estava o inimigo (Plo Norte).

    O Sparrow levava cinco segundos para adquirir dados da aeronave e disparar o que erapssimo em um combate aproximado. O modo boresight permitia disparar em 1 segundo mas sconseguiu um acerto em 65 disparos com esse modo. A simbologia mostrada para os pilotos erainadequada para combate areo. Se o alvo conseguir quebrar o contato radar com manobra evasivao mssil passa a voar balstico. Os parmetros de lanamento s permitiam disparar contra alvovoando reto e se manobrava os parmetros no eram precisos. Abaixo de 3 mil metros tambmpodia perder o tracamento fcil devido ao retorno de radar do solo.

    Em 21 disparos com rudo de fundo a baixa altitude o Sparrow no conseguiu nenhumacerto. Ao nvel do mar o alcance do Sparrow diminua para 1,5km contra 20km a 3 mil metros. Ocone de radar diminui de 40 para 30 graus. Com as regras de engajamento forando um combate acurta distncia a espoleta s era acionada depois de ultrapassar o alvo. Um Mig era identificadovisualmente a menos de trs quilmetros e bem dentro do alcance mnimo do Sparrow. A espoletado modelo AIM-7E-2 passou a armar a 500m contra 1.100m dos modelos anteriores. Os 243 AIM-7E-2 disparados no final do conflito conseguiram 35% de acerto. Tambm podiam puxar mais g's econseguiam manter contato com alvo manobrando.

    A espoleta do Sparrow no funcionava direito ou detonava prematuramente e as vezes omotor no acionava. Tambm no era resistente para combate e manejo. O nmero de falhas era altaou cerca de 63%, e dos que funcionaram 29% no guiou corretamente.

    A trilha de fumaa do mssil e do Phantom era um bom aviso do ataque e os Migsmanobravam para escapar. Os Sparrows s vezes eram disparados apenas para distrair o inimigo ouforar a mudar de direo.

    Com os pilotos no confiando muito no mssil acabavam disparando em salvas. Algunsesquadres tinham como regra disparar os Sparrows aos pares. No curto alcance esperavam para verse no tinham problemas. No usavam o principio de conservar armas pois tinham muitos msseis epoucas possibilidades de um "mig shot".

    Msseis grandes como o R-27 e AIM-7 so muito potentes e do poucas chances desobreviver. Foram projetados para atingir o cockpit em um engajamento frontal. O piloto nem sabeo que o atingiu. A exploso de um mssil Sparrow pode ser vista at 250km de distancia a noite. Amelhor manobra evasiva tambm encarar o mssil de frente e na ltima hora fazer uma manobraagressiva. A razo de acompanhamento muito alta e o sensor no consegue manter o trancamento.

    A grande vantagem do Sparrow era a capacidade disparo frontal enquanto os Migs spodiam atacar por trs. Era uma grande vantagem, mesmo que psicolgica para os americanos euma grande desvantagem para os vietnamitas, mesmo tendo uma taxa de acerto pequena. Quando osmigs se escondiam nas nuvens os F-4 podiam disparar o Sparrow o que no era possvel com o

    Sidewinder. Os pilotos dos migs no viam o ataque para poder fazer evasivas mas os americanostambm no viam o resultado do ataque.

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    Com o Sidewinder menos de 25% dos disparos estavam dentro dos parmetros. O AIM-9B teve um desempenho um pouco melhor que o Sparrow com falha de 56%, e perdeu 28% dosalvos principalmente devido a disparos fora do envelope. O envelope era pequeno e que piorava seo alvo ou a aeronave lanadora manobrasse. O AIM-9B era fcil de evadir com uma manobra de 5ge uma manobra de 3g reduzia a chance de acerto em 50%. Se disparado a mais de 2gs no guiava.

    Era fcil de distrair por nuvens ou terra e os pilotos no entendiam muito sobre parmetros delanamento ou envelope. Os pilotos s vezes disparavam com tom de trancamento que significavaapenas que detectou uma fonte de calor. Os AIM-9B foram disparados 28% das vezes fora doenvelope e melhorou para 13% com o AIM-9D. Ainda assim o AIM-9B era melhor que o AIM-7.Os msseis eram checados em terra com um cigarro aceso na frente do sensor, com o mssilmontado na aeronave, para ver se conseguia detectar fontes de calor.

    Na operao Linebaker o AIM-9E conseguiu apenas seis kill em 64 disparos com o F-4 noVietn, ou um Pk de 11,5% (incluiu acerto duplo no mesmo alvo), contra 15% do AIM-9B. OSparrow passou at a ser primeira escolha, mas mesmo assim com 13% sucesso. Em uma ocasioforam 14 disparos ou tentativas de disparo de quatro F-4 contra um nico mig at conceguir umacerto. A maioria dos erros foi por falha no motor ou detonao prematura. O Programa CombatSnap diminuiu distncia de perda do alvo do AIM-9E para 4 metros com uma espoleta deproximidade melhor. O AIM-9E era bom apenas para alvos puxando 3 g's. Em um episodio de fogoamigo, um F-4 foi avisado e conseguiu virar 180 graus para evitar que o Sidewinder AIM-9Eobtivesse uma fonte quente.

    Os AIM-9J tiveram 92% de sucesso nos testes, mas no Vietn foi bem diferente. Em trsdisparos contra dois Migs por uma aeronave, um errou e outro foi fora do envelope. Um F-4 lanouquatro sem acerto e outro lanou mais quatro at derrubar um Mig que no manobrava. Em outraoportunidade um F-4 disparou quatro AIM-7 e depois trs AIM-9J at um acertar um Mig-21 abaixa altitude. Em um engajamento contra um mig em setembro de 1972, sete AIM-9J foramdisparados a baixa altitude at um acertar. Logo descobriu-se que no foi testado nesta altitude. OAIM-9J mostrou ter pouco alcance. No total, em 1972, o AIM-9J conseguiu quatro vitrias em 23disparos, mais quatro que no ligaram o motor.

    O AIM-9D da US Navy tinha um melhor envelope de disparo que o AIM-9B que s podiaser disparado diretamente por trs. Em 99 disparos foram 18 kills ou um Pk de 18%. O melhor detodos foi o AIM-9G com 23 disparos e cinco kill com um Pk de 46%, mas entrou em operaoapenas no fim do conflito.

    Entre os motivos de tantos erros foram disparos de Sidewinder s para assustar umadversrio que estava perseguindo um amigo. Alguns msseis foram disparados sem o tom correto eoutros contra alvos j atingidos. s vezes o piloto pensava que deu defeito no mssil e disparavaoutro, mas o alvo era atingido pelo primeiro. Os msseis ar-ar falhavam para lanar, paraacompanhar o alvo, para explodir ou perderam alvos que manobravam. Houve casos de Sparrowsdisparados sem o radar ligado, mas para tentar distrair um mig que atacava outro caa. Em 1972foram vistos Mig-21 lanando flares mas nem sempre funcionava.

    A manobra evasiva bsica dos Mig-17 contra o Sidewinder era serpentear bancando 70graus, puxar entre 3-4 g's em direo ao mssil a 700-900km/h. Era suficiente para fazer o sensorperder o acompanhamento. Os pilotos viam os msseis facilmente devido a fumaa. Se voarem amais de 800 metros de altitude, e se no conseguem fazer o Sidewinder perder o acompanhamento,o piloto aumenta a inclinao e comea a mergulhar. Parece uma espiral inicialmente commovimento vertical e horizontal e sempre consegue livrar o Mig do mssil. Os pilotos dos migstambm sabiam que no havia risco de serem atacados se ficassem prximos dos caas americanos(quando os F-4 no tinham canho).

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    Mesmo pouco efetivo os pilotos de F-4 gostavam de levar o Sidewinder como faziam ospilotos de A-7 pois elevava o moral. No levavam sempre devido a falta de msseis pois osesquadres de F-4 levavam e gastavam muitos que eram roubados dos esquadres de A-7. Os A-7at que tiveram oportunidade de usar e no tinham velocidade ou manobrabilidade para furgir dosMig-17.

    A falta de um canho nos caas foi uma das grandes lies do Vietn. Em combate a longadistncia o F-4 precisava de 30-60 segundos de vo estvel para conseguir um trancamento. Ocombate areo aproximado no permitia este luxo. De perto era preciso um canho. Quem combatercom cabea baixa (olhando os sensores) certamente perderia. O Vietn mostrou que a superioridadetecnologia ainda no garantia a vitria. Os msseis deram uma nova dimenso, mas o canho aindaera uma arma valida e podia ser a chave para o sucesso no combate aproximado, os pilotos aindaprecisavam de identificao visual positiva. Os controladores areos no podiam dar estaidentificao dos alvos com preciso. O fratricdio era inevitvel e a identificao positiva levava aocombate aproximado. s vezes os caas sem canho tinham que desengajar por vrios motivos.

    Os F-4C iniciaram suas operaes com o casulo de canho SUU-16 em maio de 1967.Apesar dos problemas com os msseis e disponibilidade de canhes internos ou em casulos, oscanhes tambm tiveram seus problemas. O casulo Vulcan SUU-16A do F-4C usava uma turbina aar para funcionar e estava limitado a velocidades acima de 350 km/h para funcionar. Levava 1200tiros. Foi substitudo no F-4D pelo SUU-23A que pesava 765kg sendo acionado pelos prpriosgases do canho. Por outro lado, os casulos de canho tinham muito arrasto e aumentavam oconsumo de combustvel. O arrasto era at maior que o tanque central devido a forma frontal. Opeso equivalia a de trs bombas Mk-82. Os SUU-23 da US Navy sofriam muito com o pousoenganchado e foram pouco usados.

    Com os pilotos sem treino no disparo de canho a arma no era to efetiva. Os pilotostambm poderiam ficar tentados a perseguir um Mig-17 e ficar em desvantagem, indo contra astticas com msseis onde tinham vantagem, mesmo que no to boas. Alguns pilotos sentiam muitoa falta de canho. Um piloto cita que em dois engajamentos de quatro que participou o canho fezfalta. Alguns pilotos citam situaes onde voavam na traseira de Migs voando reto e dentro doalcance mnimo dos msseis e no tinham canho. Alguns pilotos citam que era 3-5 vezes na mesmamisso que isso aconteceu. O canho poderia fazer os Migs mudar as tticas. Como podiam voarbaixo para evitar os msseis o canho anularia esta vantagem.

    O canho tinha a vantagem de ser mais barato que os msseis. Um AIM-7 e um AIM-9Bdisparados para um kill custou US$ 46 mil enquanto outras duas vitrias no mesmo dia com 336tiros de 20mm custou US$ 1.680 o par.

    O F-4E com canho interno conseguiu sete das 23 vitrias totais do modelo. Os F-105tiveram 28 kill contra os Mig-17 de canho e dois com o AIM-9B. Dois Mig-17 foram derrubadospelos canhes dos A-1 Skyriders. Os F-8 conseguiram duas vitrias com canhes das 18-20 no totaldos Crusader. Em uma ocasio um F-8 tentou disparar o AIM-9 onze vezes em duas lutas sendo quedois msseis falharam completamente e um atrasou o disparo. Em trs tentativas de disparar ocanho de 20mm terminou em uma falha completa e duas aps alguns tiros. Os canhes dos F-8 daUS Navy era pouco confivel, impreciso e com mira difcil. J o USMC achavam o F-8 bom parametralhar o solo e que era preciso. Um A-4C disparou trs foguetes Zuni de 127mmm, um de cadavez, contra um Mig-17 que mergulhou no solo. Era um ex piloto de F-8 com 2.000 horas nomodelo.

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    Os canhes dos migs tambm no pareciam to capazes. Os pilotos americanos semprecitam que foram atacados com canho sem serem atingidos. Ou era devido a mira ruim dosvietnamitas era muito ruim ou era a baixa razo de tiro dos canhes.

    Concluses Diferentes

    As concluses da USAF e US Navy em relao guerra do Vietn foram diferentes. AUSAF reclamou da tecnologia e no do treinamento. Resultou no F-4E com canho interno, no IFFAPX-80, e no AIM-9E e AIM-7E adaptados para combate areo. A USAF no melhorou otreinamento dos pilotos nem as tticas e continuaram priorizando a arena ar-superfcie.

    A US Navy passou a investir mais em treinamento de combate areo reconhecendo odesempenho dos F-8 Crusader e criou a ps-graduao em combate areo chamado de "Top Gun".O programa Top Gun foi iniciado logo aps parar os bombardeiros em 1968 e acabou dividindo a

    guerra em antes e depois do Top Gun. O programa Top Gun foi resultado do Ault Report, umaanalise dos combates no Vietn feito pela US Navy. Resultou em melhorias em vrias reas comomsseis mais confiveis e treinamento em manobras de combate areo.

    O Top Gun era um programa de treinamento de combate areo que durava quatro semanas(depois cinco) com 75 horas de estudos e 25 vos que inclua manobras de combate areo, tiroareo, inteligncia de aeronaves e msseis inimigos, sistemas do F-4, praticas de disparo de msseis,guerra eletrnica, e estudos de desempenho de caas. Eram oito tripulaes por classe e passavamos conhecimentos para os outros pilotos do esquadro. Tambm ocorreu um aumento notreinamento de manobras de combate areo nos outros pilotos da frota mas com aumento no nmerode acidentes. Foi observado que o combate dissimilar contra vrios modelos de caas era o melhor

    meio para treinamento. Por exemplo, o F-106 tinha desempenho similar ao Mig-21.Entre os estudos sobre os combates areos no Vietn temos o Sparrow Shot, o Combat

    Sage e o Red Baron. Esses estudos examinaram o processo de fabricao, procedimento decarregamento dos msseis e emprego das armas. Resultaram no "Ault Report".

    O Red Baron I era um estudo da Rolling Thunder. Concluiu que conhecer a posioinimiga adiantado, para posicionar a aeronave, era o fator mais significante para se ter sucesso nocombate areo. Em 80% das vezes os pilotos americanos iniciaram a luta em posio de vantagem eo mesmo aconteceu em 87% das vitrias do Migs. Cerca de 50% dos pilotos dos Migs no sabiamque estavam sendo atacado assim com quase 60% dos americanos derrubados. O Red Baron

    tambm concluiu que os pilotos estavam mal treinados para disparar os msseis com tendncia adisparar dentro do alcance mnimo ou puxando muitos gs. Os pilotos tambm no conheciam ateoria de emprego dos msseis que precisa de manobras diferente dos canhes. Os F-4 Phantomsno tinha canho e o envelope dos msseis era pequeno. O prprio F-4 tinha problemas com umradar pouco confivel e o cockpit era ruim para manobras de combate areo. Um dos grandes errosdos pilotos de F-4 era curvar com o adversrio e sem ter trabalho de equipe entre os caas.

    Os americanos treinavam mais enquanto os vietnamitas ficavam restritos aoscontroladores em terra. Os americanos tinham radares e msseis melhores mas os Migs eram bemmais manobrveis. Os F-4 sem canho eram falha sria.

    O resultado dos engajamentos dependia de vrias variveis como o nvel de treinamento,capacidade das aeronaves e armamentos, eficincia dos controladores em terra e tticas usadas. Os

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    EUA tinham a vantagem da superioridade numrica, treinamento e Comando&Controle. O Vietnusava a surpresa e evitava confronto direto.

    Os pilotos vietnamitas mostraram tomar decises apressadas, usavam mal suas armas,pilotavam mal, e os controladores em terra erravam muito em avaliar a situao e passavam

    informaes atrasadas. A estrutura de comando era rgida e os pilotos no tinham independnciapara engajar no visual quando direcionados para o alvo, seguidos de uma resposta atrasada doscontroladores.

    A superioridade numrica s vezes era questionvel. Os americanos atacavam com pacotesde 36 a 48 caas, mas os vietnamitas tinham vantagem de escolher hora de atacar e desengajarenquanto os americanos tinham a misso planejada. Os vietnamitas ficavam esperando, vindo dequalquer lugar e tinha apoio da artilharia antiarea e msseis SAM. Podiam escolher atacar apenasparte do pacote, com superioridade local. As aeronaves de escolta tambm eram em menor nmero.Por exemplo, em 20 de maio de 1967, em um ataque contra alvos prximo a base de Ket, oito F-4estavam escoltando doze F-105 e foram atacados por 16 migs que conseguiram superioridade local.

    Os F-4 da USAF conseguiram uma razo de perda de 2x1 contra os Mig-21 em toda aguerra, mas perdeu de 3x1 a grande altitude ganhando por 5x1 a baixa altitude. Os Mig-21conseguiram todos os kill com o AA-2 Atoll menos um com canho e s tinha dois msseisenquanto o F-4 levava at oito msseis. Os F-105 perderam de 16x1 para os Mig-21.

    J os F-4 da US Navy tiveram uma razo de troca de 13x5, ou 3,25x1 entre 1965 a 1970.Na mesma poca a USAF teve um kill ratio de 59x15 ou 3,93x1. Os F-8 conseguiram 18x3 noperodo ou 6x1, mas se considerar os danificados foram 4,5:1. Com a mudana no treinamento apartir de 1968, com o Top Gun, os F-4 da US Navy conseguiram 25 vitrias para duas perdas nofim de 1972, ou um kill ratio de 12,5 para 1. Os pilotos que foram no Top Gun derrubaram 60% das

    21 vitrias de janeiro a junho de 1972. Todos com o AIM-9. Os pilotos da US Navy treinados emcombate areo tinha a sensao de "j estive aqui antes", ficando seguros no combate. Os pilotosdiziam que "era como Top Gun, mas inimigo no era to bom".

    Na Linebaker entre 1970 a 1972 a USAF derrubou 48 Migs e perdeu 24 ou uma kill ratiode 2x1. Com o resultado do fim da guerra a USAF logo iniciou os treinamentos da Red Flag devidoao sucesso do Top Gun da US Navy. O objetivo da Red Flag era dar pelo menos um nmeromnimo de misses reais aos pilotos o que diminua suas chances de ser derrubado. Tambm foiobservado que os pilotos veteranos tinham mais chances de serem derrubados por ficaremcomplacentes e descuidados com o tempo. Por isso s era permitido voar 100 misses no mximo evoltavam para casa. Podiam voltar depois para outro tour de 100 misses. Em abril de 1972 s

    havia veteranos nos esquadres quando Linebaker iniciou e no misturaram novatos e veteranoscomo era comum. O resultado foi um nmero menor de baixa. Uma Ala com trs esquadres sperdeu cinco F-4 nesta operao.

    Os F-4 da USAF derrubaram 50 migs e perderam 27 entre maro de 1972 a janeiro de1973. Dos 50 migs derrubados, quatro foram tticas de manobras (os migs atingiram o solo), 6,5foram com o canho Vulcan, 9,5 para o Sidewinder e 30 para o Sparrow.

    Em 1972 os pilotos do Vietn citam que voaram 823 misses, com 201 combates areos,com 89 vitrias e 52 perdas. Os nmeros no so conclusivos pois os dados variam de uma fontepara outra. Os EUA afirmam terem perdido 22 aeronaves que no so consideradas nas contas do

    Vietn e apenas 64 perdas batem nos informes dos dois lados.

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    Se considerar outras variveis o problema pode ser pior pois um Phantom custava US$ 4milhes e perdia dois pilotos, enquanto um Mig-21 custava US$ 1 milho e o piloto caia emterritrio amigo. A USAF lutava mais contra os Mig-21 enquanto os Mig-17 operavam mais na reade operao da US Navy. A USAF tambm tinha uma rea de ingresso maior e os vietnamitaspodiam planejar o ataque.

    Cerca de 90% das aeronaves perdidas no Vietn foram por ameaas em terra. Ameteorologia no teatro de operaes era importante pois as nuvens no deixavam os pilotos verem orastro dos msseis SAM. O primeiro vo a decolar era sempre uma esquadrilha de reconhecimentometeorolgico que para saber se os ataques do dia seriam viveis. Derrubar um Mig dava maisglamour que destruir um mssil SAM, mas a ameaa dos SAM era mais sria. Os americanosperderam 750 caas da USAF e 470 da USN sendo 919 s no Vietn do Norte. Apenas em 1967foram disparados 3.202 msseis SAM no Vietn do Norte com 56 acertos mais 276 aeronavesperdidas para a artilharia antiarea e apenas 27 para os migs. De 442 F-4 perdidos no Vietn, fora88 RF-4C, 307 foram para pela artilharia antiarea, 30 para os msseis SAM e 33 para os Migs.

    Outros nove foram perdidos em ataques as bases e 63 em acidentes. Dos 370 perdidos emcombate 83% foram para a artilharia antiarea e 8% para os msseis SAM e 8% para os Migs. Paraos americanos a misso era atacar os alvos e sobreviver a artilharia antiarea e aos msseis SAM,com os Migs sendo mais um problema. No fim da Linebaker I o Vietn ficou sem msseis SAM ecom pouca munio para a artilharia antiarea. Os americanos voavam sem serem molestados comono fim da Segunda Guerra na Alemanha. Voar baixo era perigoso devido a artilharia antiarea, masos caas podiam escalar em direo ao alvo e contra cu aberto, o que era melhor para os msseisguiados por IR e radar.

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    Controle Areo Avanado (FAC)

    O Controlador Areo Avanado (CAA) uma tropa qualificada, que de posio avanada,em terra ou no ar, direciona a ao de aeronaves tticas em operaes de apoio areo aproximado. Otermo vem de Forward Air Controllers, aqui ser chamado de FAC para simplificar, ou FAC(A)para controlador areo avanado embarcado (Forward Air Controller - Airborne), ControladorAreo Avanado Embarcado em portugus (CAA(E)) e GFAC para controlador areo avanado emterra (ou apenas FAC).

    O acrnimo surgiu na Segunda Guerra Mundial quando os aliados avanavam nos PasesBaixos. Os caas faziam aes de ataque terrestre a baixa altitude e as reas prximas a frenteestavam prximas as tropas e era arriscado ocorrer fogo amigo. O piloto pode no identificar o alvoclaramente e no sabe a posio das tropas amigas. O FAC preveniria estes problemas. Atacar atrsda linha de frente no precisava de FAC. Foi o uso do rdio na Segunda Guerra Mundial queviabilizou a funo do FAC.

    A funo do Controlador Areo Avanado (FAC) detectar, localizar e identificar alvosvisualmente no campo de batalha e coordenar o ataque por aeronaves tticas contra estes alvos. Atarefa de coordenao importante para evitar fogo amigo e danos colaterais, sendo a funoprimria do FAC. Sem observadores em terra o piloto erra muito. Os pilotos de caas tm

    dificuldade para ver detalhes como bandeira branca e o inimigo no pode se render para umaaeronave. Os pilotos tambm tm dificuldade de ver a diferena entre civis e tropas inimigas.

    Desde a Primeira Guerra Mundial j se percebeu que as operaes de apoio areoaproximado tm efeito negativo no moral do inimigo, mas com fogo amigo tambm tem efeitonegativo nas prprias tropas.

    Esta tarefa iniciou com os alemes colocando pilotos em blindados acompanhando a tropano inicio da Segunda Guerra Mundial. O FAC sincronizava as operaes areas e terrestres nasfases crticas da batalha. O FAC primrio um especialista. Geralmente um piloto de caa, maspode ser outro tipo de tropa. Desde a Guerra das Malvinas que a OTAN prioriza o uso de FAC

    primrio. O FAC secundrio pode ser um observador de artilharia, Foras de Operaes Especiaisou tropas de reconhecimento. O FAC tambm pode coordenar fogos artilharia terrestre e naval.

    O FAC pode estar no solo ou no ar. O FAC terrestre composto de uma equipe de 4-6homens, chamado TACP (Tactical Air Control Party ) acompanhando uma unidade como Batalhoou Brigada e so espalhados na rea de operao. O equipamento levado pelo FAC pesado e outro motivo para a equipe ser numerosa. Uma equipe de FAC britnico leva dois UHF rdios(PRC344/Raytheon PRC-113) mais pelo menos quatro baterias Clansman; um rdio PRC320 HFpara conversar com o AWACS ou AC-130; um radio Racal PRC351 VHF para ligar com tropas emterra; um rdio satlite Harris PRC-117D(C) para comunicao com ASOC e CAOC; e ummarcador laser/telmetro Marconi Type 306 (Laser Target Marker/Rangefinder - LTMR). Alm

    disso tem os kits bsicos de qualquer infante e armas pessoais

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    O FAC tambm coordena outras operaes areas como pouso de assalto de helicpteros elanamento de pra-quedistas e de carga area. No Reino Unido o TACP pode ser adicionado umequipe Mobile Air Operations Teams ou TACP/MAOT que apiam misses de pouso de assalto,ressuprimento e controle trafego.

    O GFAC (FAC terrestre) pode ser feito por no pilotos adequadamente, mas o nvel deconfiana aumenta com outro piloto. Conhecer o pessoal em terra tambm influencia. Pode custarcaro usar pilotos em terra e o Reino Unido usava oficiais terrestres na Segunda Guerra Mundial comsucesso.

    A experincia mostra que os FAC nunca so poucos. Foi sugerido na dcada de 80 emtreinar todos os observadores avanados de artilharia, tropas de reconhecimento e colocar FAC atno nvel de Companhia. O FAC tinha que auxiliar o comandante em terra e ao mesmo tempo ficarna frente de batalha. As baixas podem ser muito visto que emite muito com o rdio e pode ser alvoprioritrio por isso.

    Nos EUA o FAC no ar chamado de FAC(A) (Forward Air Controllers Airborne -controladores areos avanados aerotransportado). O FAC(A) pode ser um A-10, F-16CG, F/A-18Dou F-14, como em Kosovo, de uma unidade especializada na misso e treinados parareconhecimento visual e controle de ataque ou apenas membros de um esquadro com treino emFAC(A). Para ser FAC(A) preciso ser voluntrio e ter muita experincia de vo pois uma missomuito difcil e desafiadora.

    As funes do FAC so basicamente

    - Predio e percepo da ameaa com uso de meios de vigilncia de rea para predizer osmovimentos e vulnerabilidades do inimigo e orientar o comandante em terra sobre o uso do poder

    areo.- Chamar apoio areo aproximado com auxilio do posto de comando em terra.

    - Passar dados do alvo para apoio areo aproximado.

    - Indicar a posio do alvo com vrios meios disponveis.

    - Auxiliar o disparo das armas coordenando com outros meios e libera o disparo.

    - Avaliar a necessidade de um novo ataque e fazer avaliao de danos de batalha imediato.

    No caso do FAC(A) as funes so resumidas em reconhecimento visual (VR -VisualReconnaissance) , controle de ataque (SC - Strike Control) e avaliao de danos de batalha (BDA -Battle Damage Avaliation). Outras tarefas so auxiliares.

    O FAC e o apoio areo aproximado so um dos esforos de foras terrestres e areasatuando juntos. O apoio areo aproximado deve apoiar operaes terrestres do tipo ofensivas,defensivas e contra ofensivas de forma planejada ou imediata, na frente de batalha e na retaguardainimiga.

    A capacidade varia com o cenrio podendo ser desde guerrilha at guerra convencional. Onvel de ameaa varia com o passar do dia, local do campo de batalha e durao da guerra. Uma

  • 8/13/2019 Air War Over Vietnam

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    guerra na Europa, durante a Guerra Fria, no seria de alta intensidade o tempo todo assim como afrente na Coria nem sempre era de alta intensidade e geralmente era de baixa intensidade.

    Em cenrios de baixa intensidade um FAC(A) pode manobrar livremente e pode realizaroutras misses como reconhecimento visual e apoiar misses auxiliares como busca e resgate de

    combate (CSAR).No cenrio de mdia intensidade o FAC(A) ficaria li