agentes antiarrÍtmicos

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AGENTES ANTIARRÍTMICOS: CLASSE IA Procaínamida: - Tratamento agudo e crónico de arritmias ventriculares e supraventriculares, especialmente na taquicardia supraventricular; - Administração por via oral e intravenosa; - Efeitos adversos: rash, mialgia, reações de hipersensibilidade (febre e a agranulocitose) e lúpus eritematoso induzido por fármacos. Disopiramida: - Tratamento de arritmias ventriculares e auriculares; - Prolonga o intervalo PQ por aumento da duração da onda P e do complexo QRS – especial para o tratamento da taquicardia ventricular; - Efeito ionotrópico negativo no miocárdio ventricular; - Administrado por via oral e intravenosa; - Efeitos adversos: Anticolinérgicos como boca seca, visão turva, obstipação e retenção urinária. CLASSE IB Lidocaína: - Tratamento de arritmias ventriculares – Fármaco de escolha no seu tratamento de emergência – início rápidos dos efeitos antirrítimos por I.V. Estes terminam depois da infusão terminar; - Administrada por via intravenosa quando a amiodarona não está disponível ou é contra-indicada; - Não é administrada por via oral devido ao intenso metabolismo de primeira passagem; - Contra-indicações: bloqueio cardíaco, bloqueio sinoatrial, reação adversa à lidocáina ou a anestésicos do tipo amida, hipersensibilidade a milho e a produtos relacionados com dextrose de milho.

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AGENTES ANTIARRÍTMICOS: CLASSE IA

Procaínamida: - Tratamento agudo e crónico de arritmias ventriculares e supraventriculares,

especialmente na taquicardia supraventricular;

- Administração por via oral e intravenosa;

- Efeitos adversos: rash, mialgia, reações de hipersensibilidade (febre e a

agranulocitose) e lúpus eritematoso induzido por fármacos.

Disopiramida: - Tratamento de arritmias ventriculares e auriculares;

- Prolonga o intervalo PQ por aumento da duração da onda P e do complexo QRS –

especial para o tratamento da taquicardia ventricular;

- Efeito ionotrópico negativo no miocárdio ventricular;

- Administrado por via oral e intravenosa;

- Efeitos adversos: Anticolinérgicos como boca seca, visão turva, obstipação e

retenção urinária.

CLASSE IB

Lidocaína:

- Tratamento de arritmias ventriculares – Fármaco de escolha no seu tratamento de

emergência – início rápidos dos efeitos antirrítimos por I.V. Estes terminam depois da

infusão terminar;

- Administrada por via intravenosa quando a amiodarona não está disponível ou é

contra-indicada;

- Não é administrada por via oral devido ao intenso metabolismo de primeira

passagem;

- Contra-indicações: bloqueio cardíaco, bloqueio sinoatrial, reação adversa à lidocáina

ou a anestésicos do tipo amida, hipersensibilidade a milho e a produtos relacionados

com dextrose de milho.

CLASSE IC

Flecainida:

- Maior efeito: sistema de His-Purkinje e no miocárdio ventricular;

- Tratamento de taquicardia, taquicardia supraventricular e fibrilação auricular;

- Uso limitado no tratamento de taquicardia ventricular;

- Efeitos adversos: pode agravar arritmias existentes ou induzir novas arritmias.

Outros como a visão turva, dores de cabeça, náuseas e dor abdominal.

Propafenona:

- Anestésico local que difere do protótipo da classe Ic devido à atividade adicional de

beta bloqueador, o que pode causar taquicardia e broncoespasmo;

- Tratamento de arritmias auriculares e ventriculares;

- Mais selectivo para células com elevada taxa metabólica, mas também bloqueia as

células normais mais que a classe Ia e Ib;

- Administração oral e intravenosa;

- Metabolizado pela CYP2D6;

- Semi-vida curta;

- Efeitos adversos: broncoespasmo, reações de hipersensibilidade, síndrome de lúpus,

agranulocitose.

CLASSE II

Propanolol:

- Beta-bloqueador não selectivo;

- Tratamento de arritmias supraventriculares, palpitação auricular, taquicardia

supraventricular, fibrilação auricular e arritmias ventriculares induzidas por

digitálicos;

- Usado sozinho ou em combinação com nitratos para o tratamento da angina;

- Efeitos adversos: como é lipofílico, atravessa a barreira e causa distúrbios no soso,

insónias, sonhos vividos, pesadelos.

Sotalol:

- Beta-bloqueador não selectivo;

- Exibe propriedades de classe III – inibição dos canais de K+;

- Usado preferencialmente a outros beta-bloqueadores na fibrilação ventricular e

taquicardia ventricular;

- Efeito adverso: prolongamento do intervalo QT – risco de vida.

Esmolol:

- Beta-bloqueador cardioselectivo para receptores beta1;

- inicio de ação rápido;

- duração de ação curta;

- Usado em taquicardia supraventricular.

CLASSE III

Bretílio:

- Uso como antiarrítmico é limitado a emergências – Risco de vida em que a lidocaína

e a procainamida falharam – Usado apenas nas unidades de cuidados intensivos;

- Administrado por via intravenosa ou intramuscular;

- Efeitos adversos: Hipotensão, incluindo hipotensão ortostática.

Amiodarona:

- É principalmente da classe III, mas também actua como os agentes das restantes

classes (diminui a automaticidade, prolonga a condução AV, bloqueia a permuta de

sódio e potássio através da bomba, aumenta o período refratário...)

- Administrada por via oral e intravenosa;

- Severamente tóxica.

CLASSE IV

Verapamil:

- Diminuição da actividade no nódulo SA o que conduz à diminuição da frequência

cardíaca e diminuição da condução no nódulo AV;

- Usado na angina de peito e na hipertensão;

- Usado como vasodilatador na criopreservação de vasos.

Diltiazem:

- Menos potente na redução da frequência cardíaca;

- Maior atividade como vasodilatador – uso como agente hipertensivo;

- Tratamento de taquicardia supraventricular.

ANTIANGINOSOS

Nitratos Orgânicos

=

Bloqueadores dos Canais de Cálcio

Nifedipine

Tratamento : hipertensão e angina de peito a longo prazo.

NOTA: Estudos dizem que o tratamento da hipertensão ,é favorecido pela combinação de diuréticos e

inibidores ACE , contudo o tratamento primário da hipertensão é diuréticos mais antagonistas dos

canais de cálcio.

Amlodipina

Utilizado sozinha ou em combinação

Tratamento: angina de peito e hipertensão.

Nicardipina

É mais seletivo para os vasos sanguíneos cerebrais e coronarianos que amlodipina.

Tratamento: hipertensão e angina.

Verapamil (ver objectivo 2)

Bloqueadores Beta-Adrenérgicos

PROPRANOLOL (ver objectivo 2)

ATENOLOL e MOTOPROLOL

Antagonistas seletivos do receptor β1.

Utilizados sozinhos ou em combinação ( com hipotensores).

Uso clínico: Ambos também usados para prevenir angina e melhorar a sobrevivência após um

ataque cardíaco. O Metoprolol é usado na Enxaqueca.

Metoprolol: Oral ou IV. Tomado 2x por dia ou libertação prolongada 1x por dia. Pode ser

combinado numa única pílula com hidroclorotiazida.

Efeitos colaterais comuns: problemas em dormir , sensação de cansaço e de desmaio , e

desconforto abdominal. Atenção a pessoas com problemas hepáticos ou asma.

NOTA:Introduzido em 1976 , o atenolol foi desenvolvido como um substituto para o propranolol no

tratamento da hipertensão . Ele abranda o coração e reduz a carga de trabalho. Ao contrário do

propranolol não passa BHE: Não tem efeitos secundários no SNC!

Outros vasodilatadores: NiCORANDIL (Éster nitrato niotinamida)

=

TRATAMENTO DA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA

DIURÉTICOS: Acetazolamida, Furosemida, Hidroclorotiazida, Indapamida, Metolazona, Clortalidona, Amiloride, Triamtereno, Espironolactona, Eplerenona, Manitol

INIBIDORES DA ANIDRASE CARBÓNICA

A acidificação normal da urina é causada pela secreção de iões H+ pelas células tubulares renais. Esses iões resultam

da ação da enzima anidrase carbónica, que catalisa a formação de ácido carbónico (H2CO3), a partir de dióxido de

carbono e água.

Mecanismo de Ação Aplicações terapêuticas

- Inibidores da Anidrase Carbónica induzem diurese Inibem

a formação de Ácido Carbónico (H2CO3) nos túbulos proximal

e distal, limitando o nº de iões H+ disponíveis para promover

a reabsorção de sódio.

- Resposta diurética Mais de 99% da Anidrase Carbónica

deve ser inibida.

- Embora a atividade da Anidrase Carbónica no túbulo proximal

regule a reabsorção de aproximadamente 20 a 25% da carga

- Uso prolongado: a urina torna-se mais alcalina, e

o sangue mais ácido. Quando a acidose ocorre, os

Inibidores da Anidrase Carbónica perdem a sua

eficácia como diuréticos, e permanecem

ineficazes até que seja recuperado o equilíbrio

ácido-base normal do corpo) Uso limitado.

- Atualmente: tratamento de glaucoma (Reduzem

a taxa de formação do humor aquoso → Redução

da pressão intraocular).

de sódio filtrada, os Inibidores da Anidrase carbónica não são

diuréticos altamente eficazes.

- Utilização limitada no tratamento de crises de

ausência; alcalinização da urina; tratamento de

paralisia periódica familiar; redução da alcalose

metabólica; e profilaticamente, para reduzir a

doença aguda da montanha.

Acetazolamida

- Primeiro Inibidor da Anidrase Carbónica a ser introduzido como um diurético eficaz por via oral (efeito diurético

dura entre 8 a 12h).

- Ação diurética limitada devido à acidose sistémica que produz.

- Reduz a taxa de formação de humor aquoso Reduz a pressão intraocular no tratamento do glaucoma.

- Efeitos adversos: parestesias, fadiga, sonolência, depressão, diminuição da líbido, sabor amargo ou metálico,

náuseas, vômitos, cólicas abdominais, diarreia, fezes pretas, poliúria, pedras nos rins, acidose metabólica e

alterações eletrolíticas (hipocalemia, hiponatremia).

DIURÉTICOS DO TÚBULO CONTORNADO DISTAL

- Usados como anti-hipertensivos;

- Reduzem o volume sanguíneo, produzem uma redução inicial na pressão sanguínea e reduzem a resistência arterial

a longo prazo;

- Aumentam a excreção do sódio, cloreto, potássio e água, enquanto aumentam os níveis de glucose e ácido úrico;

- Capacidade diurética inferior aos diuréticos da ansa;

- O potássio pode ser reposto através de medicação ou através de alimentos ricos neste ião.

- Atuam no segmento inicial do túbulo contornado distal;

- Não são eficazes em doentes com insuficiência renal.

BENZOTIADIAZINAS – Hidroclorotiazida (diurético tiazida mais utilizado) Mecanismo de Acção:

- Independentes da atividade dos Inibidores da Anidrase Carbónica;

- Inibem os transportadores Na+/Cl- localizados no túbulo contornado distal → Competem com o Cl- pelo seu local de

ligação, e inibem a reabsorção deste e do sódio → Designados: Saluréticos;

- Também inibem a reabsorção do potássio e de iões bicarbonato, mas em menor grau;

- Ativamente secretados no túbulo proximal Seguem para a ansa de Henle e túbulo distal.

Aplicações Terapêuticas: - Administrados uma vez por dia ou em doses diárias divididas;

- Rapidamente absorvidos por via oral;

- Não sofrem metabolização extensiva, sendo excretados principalmente na urina inalterados;

- Tratamento de edemas associados à descompensação cardíaca, doença hepática ou renal;

- Tratamento da hipertensão → Redução do volume sanguíneo e relaxamento do músculo liso vascular.

Efeitos adversos: - Reações de hipersensibilidade, irritação gástrica e náuseas;

- Desequilíbrio eletrolítico (hiponatremia, hipocalemia, hipomagnesemia, alcalose hipoclorémica, hipercalcemia e

hiperuricemia);

- Suplementos de potássio e magnésio Tratar hipocalemia ou hipomagnesemia;

- Diuréticos poupadores de potássio Prevenir hipocalemia;

- Uso a longo-prazo Diminuição da tolerância à glucose e aumento do teor de lípidos no sangue.

DERIVADOS FTALIMIDINA – Clorotalidona - Previne a reabsorção de Na+ e Cl-, inibindo o simportador de Na+/Cl- no túbulo contornado distal;

- Redução da eficácia em doenças com insuficiência renal;

- Com o aumento de Na+ no túbulo distal, a Clorotalidona aumenta, indirectamente, a excreção de K+ Mecanismo

de Na+/K+ Pode resultar hipocalemia, hipoclorémia e alcalose metabólica ligeira;

- Tratamento: Hipertensão e Edema;

- Longa duração de acção;

- Usado como um produto de combinação com o Bloqueador Beta Atenolol ou com os Bloqueadores de Recetores

de Angiotensina.

INDOLINAS – Indapamina - Rapidamente e completamente absorvida no TGI;

- Longa duração de acção Extensa ligação à Anidrase Carbónica nos eritrócitos;

- Tratamento de hipertensão e edema resultante de insuficiência cardíaca congestiva;

- Efeitos adversos mais frequentes são: hipocalemia (níveis baixos de K+), fadiga, hipotensão ortostática e

manifestações alérgicas.

- Contraindicações: Casos de hipersensibilidade conhecida a sulfonamidas, insuficiência renal grave, encefalopatia

hepática, insuficiência hepática grave e hipocalemia.

DIURÉTICOS DA ANSA DE HENLE – Furosemida

- Diuréticos disponíveis mais eficazes Produzem grande perda de fluidos e eletrólitos É necessária a reposição

de Potássio;

- Usados quando a diurese é necessária para reduzir o volume

sanguíneo, diminuir a pressão sanguínea e para promover a

vasodilatação.

Mecanismo de Acção: - Início rápido e curta duração de acção Produz o maior pico de

diurese;

- Inibem o transportador luminal Na+/K+/2Cl-, na ansa de Henle

ascendente;

- Efeitos adicionais nos túbulos proximal e distal são possíveis.

Aplicações Terapêuticas: - Tratamento de edemas relacionados com disfunção hepática, renal

e cardíaca;

- Diminui a pressão sanguínea → usado no tratamento da hipertensão;

- Oralmente eficaz, mas pode ser utilizado por via parentérica quando um efeito diurético mais rápido é desejado,

tal como no tratamento de edema pulmonar agudo.

Efeitos adversos: - Toxicidade clínica → Envolve anormalidades dos fluidos e equilíbrio dos eletrólitos;

- Excreção acentuada de sódio, cloreto, potássio, cálcio (possível problema para mulheres em pós-menopausa

osteopénicas Com densidade mineral óssea reduzida), magnésio e iões bicarbonato;

- Hipocalemia → Prevenida ou tratada com suplementos de potássio ou com a co-administração de diuréticos

poupadores de potássio;

- Hiperuricemia, intolerância à glucose, aumento dos níveis séricos de lípidos;

- Ototoxicidade;

- Efeitos gastrointestinais;

- Reações de hipersensibilidade;

- Interações com outros fármacos sulfonamidas.

Metolazona – FALTA NA BIBLIOGRAFIA

DIURÉTICOS POUPADORES DE POTÁSSIO o Produzem um pequeno aumento do débito urinário e diminuem a excreção do

potássio;

o Raramente utilizados sozinhos no tratamento da hipertensão, mas

frequentemente adicionados a agentes primários, porque a perda de potássio

com tiazidas e diuréticos de ansa é compensada;

o Não é aconselhado a reposição de potássio, e comidas ricas neste ião devem

ser evitadas.

Mecanismo dos diuréticos poupadores de potássio

ESPIROLACTONA Mecanismo de ação:

o Antagonista competitivo de mineralocorticóides, como a aldosterona;

o O recetor mineralocorticóide é uma proteína intracelular onde a aldosterona

se liga → espirolactona liga-se a este recetor e inibe competitivamente a

ligação da aldosterona ao mesmo;

o A incapacidade da aldosterona para se ligar ao seu recetor, previne a

reabsorção de iões de Na+ e de Cl- e a água associada;

o O principal local destes recetores é no fim do túbulo contornado distal e nos

túbulos coletores.

Aplicações terapêuticas:

o Tratamento de edema resultante de hiperaldosteronismo primário e edema

refratário associado com hiperaldosteronismo secundário;

o Fármaco de escolha para o tratamento de edema resultante de cirrose do

fígado;

o Co-administrada com diuréticos poupadores de potássio para prevenir ou

tratar hipocalemia induzida por diuréticos → pode ser administrada como

dose fixa em combinação com hidroclorotiazida, mas individualização da dose

de cada um é recomendada.

Efeitos adversos:

o Hipercalemia que pode ser fatal;

o Pode causar reações de hipersensibilidade, distúrbios gastrointestinais,

úlceras pépticas, ginecomastia, diminuição da líbido e impotência.

o

TRIAMTERENO Mecanismo de ação:

o Interfere com o processo de troca de catiões, bloqueando os canais de sódio

luminais no fim do túbulo contornado distal e no ducto coletor;

o Inibidores dos canais de sódio bloqueiam a reabsorção deste e inibem a

secreção do potássio;

o Aldosterona não é antagonizada por este fármaco;

o Aumento da excreção de sódio e cloreto e inibem a secreção de potássio;

o Início de ação rápido e longa duração de ação;

o Extensivamente metabolizado com metabolitos ativos como diuréticos →

ambos excretados na urina.

Aplicações terapêuticas:

o Útil em combinação com diuréticos de ansa ou tiazídicos no tratamento de

edema ou hipertensão;

o Tratamento da síndrome de Liddle (desordem autossómica dominante que

imita o hiperaldosteronismo).

Efeitos adversos:

o Hipercalemia → suplementos de potássio estão contra-indicados, e os níveis

séricos deste ião devem ser verificados regularmente;

o Usado em combinação com hidroclorotiazida → o efeito hipocalémico da

hidroclorotiazida compensa o efeito hipercalémico do triamtereno;

o Náuseas, vómitos e dores de cabeça.

AMILORIDA Mecanismo de ação:

o Similar ao triamtereno, também interfere com o processo de troca de catiões

no túbulo contornado distal, bloqueando os canais de sódio luminais;

o Bloqueia a reabsorção de sódio e a secreção de potássio;

o Não tem qualquer efeito na ação da aldosterona;

o Duração de ação ligeiramente mais longa que o triamtereno;

o Apesar de ser extensivamente metabolizado, cerca de 50% é excretado

inalterado na urina;

o Disfunção renal pode aumentar a sua meia-vida de eliminação.

Aplicações terapêuticas:

o Assim como o triamtereno, amilorida combinado com um diurético tiazídico

ou de ansa, é usado para tratar edema ou hipertensão;

o Amilorida em aerossol tem mostrado benefícios no aumento da clerance

mucociliar em doente com fibrose cística;

o Amilorida também é combinado com hidroclorotiazida em dose fixa.

Efeitos adversos:

o Tal como o triamtereno, o efeito adverso mais grave é hipercalemia.

EPLERENONA E MANITOL – NÃO ESTÃO NA BIBLIOGRAFIA

TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO Bloqueadores Mistos α1/β1

As propriedades dos Bloqueadores Mistos α1/β1, conferem algumas vantagens na

redução da pressão arterial.

A Vasodilatação provocada pelos bloqueadores α1, diminui a resistência vascular

periférica mantendo o output cardíaco, evitando mais eficazmente Bradicardia

quando comparado com β-bloqueadores. O β-bloqueio ajuda a evitar a taquicardia

reflexa, observada, por vezes, com os outros vasodilatadores. A monoterapia com

estes medicamentos anti-hipertensivos de ação mista reduz a pressão arterial de

forma tão eficaz como outros anti-hipertensivos principais. Recomendado nas fases

iniciais e moderadas da hipertensão. O carvedilol pode ser usado na doença isquémica

cardíaca.

Carvedilol

Carvedilol é um bloqueador β/α1 não seletivo indicado no tratamento insuficiência

cardíaca congestiva (ICC) leve a grave e pressão arterial elevada. O carvedilol é

administrado como o seu racemato. O enantiómero S é um bloqueador não seletivo

dos recetores α e β. O R é um bloqueador α1.Os efeitos adversos mais comuns

incluem tonturas, fadiga, pressão arterial baixa, diarréia, fraqueza, diminuição dos

batimentos cardíacos, e aumento de peso.

Labetalol

Labetalol é um antagonista adrenérgico misto α/β, que é usado para tratar a pressão

arterial elevada. Labetalol possui dois centros quirais e, por conseguinte, é

administrado como uma mistura de quatro estereoisómeros. O diasteroisomero ativo

como bloqueador β é o R(CH3), R(OH). O S(CH3), R(OH) é bloqueador α1.. A potência

comparativa de labetalol reflete o facto de na mistura diastereomérica o

diasteroisomero ativo ser R.

Particularmente indicado no tratamento da hipertensão induzida pela gravidez, que

está geralmente associado com pré-eclampsia. É também utilizado para tratar a

hipertensão crónica e aguda e de feocromocitoma. Labetalol contra-indicado em

pacientes com asma, insuficiência cardíaca congestiva, qualquer grau de bloqueio

cardíaco, bradicardia e hipotensão.

Bloqueadores dos Recetores α1

Prazosina

Mecanismo de Ação:

- Bloqueiam os efeitos dos nervos simpáticos por ligação a estes recetores.

Estimulam a proteína Gq e ativam a contração do músculo liso por transdução

do sinal pelo IP3. Agem como antagonistas competitivos. Alguns são não-

seletivos (ex: fenoxibenzamina), o que prolonga a sua ação (ativação dos α2

diminui a libertação de NA).

- Estes agentes dilatam veias e artérias, sendo que o efeito é mais pronunciado

nos vasos arteriais resistentes. Como todos os vasos têm recetores simpáticos

abaixo do nível basal eles são vasodilatadores efetivos. São ainda mais efetivos

em situações de atividade simpática elevada (stress) ou em casos de

elevações de catecolaminas patológicas (feocromocitoma). Os recetores alfa 2

são abundantes no músculo liso da bexiga e da próstata e como tal, quando

inibidos podem aumentar os fluxos urinários.

Aplicações Terapêuticas:

- Bloqueadores-α1, são fármacos eficazes para o tratamento inicial da

hipertensão e são especialmente vantajosos no tratamento de hiperplasia

prostática benigna.

- São utilizados como fármacos de 1ª linha.

- São eficaz como outras classes principais de anti-hipertensivos em baixar a

pressão sanguínea em doses equivalentes.

- Bloqueadores-α1 possuem um efeito característico "primeira dose", o que

significa que a hipotensão postural ocorre frequentemente com as primeiras

doses de farmaco. Este efeito secundário pode ser minimizado, aumentando

lentamente a dose e através da administração das primeiras doses ao deitar.

Efeitos Adversos:

- Tonturas, hipotensão ortostática (devido à perda do reflexo de vasoconstrição

ao levantar), congestão nasal (dilatação das arteríolas da mucosa nasal), dor

de cabeça, taquicardia reflexa (nos não-seletivos), retenção de líquidos

(retificada pelo uso de diuréticos).

- Não devem ser usados na angina e insuficiência cardíaca.

Simpaticolíticos de Ação Central

Os fármacos simpaticolíticos podem bloquear o sistema adrenérgico simpático em

3 níveis:

1- Fármacos simpaticolíticos periféricos, como α- adrenoreceptores e

antagonistas β- adrenoreceptores, bloqueiam a influência da NA no órgão

efetor.

2- Existem bloqueadores ganglionares que bloqueiam a transmissão do impulso

nos gânglios simpáticos.

3- Fármacos que bloqueiam a atividade simpática (central) ao ligar-se a recetores

α2, reduzindo o outflow simpático para o coração e, por conseguinte,

decrescendo o output cardíaco por redução do ritmo cardíaco e

contractibilidade.

A redução do output simpático para a vasculatura decresce o tónus vascular

simpático Vasodilatação, redução da resistência vascular sistémica

Decréscimo pressão arterial.

Metildopa ( Pró-Farmaco)

O mecanismo central para a atividade anti-hipertensiva da metildopa não é causado

pela inibição da biossíntese de norepinefrina, mas sim, pelo seu metabolismo no SNC

para α-metilnorepinefrina, um agonista α2-adrenérgico. Outros inibidores mais

potentes da L-aminoácido aromático descarboxílase não são efetivos como anti-

hipertensivos.

O mecanismo da acção hipotensora central para metildopa é atribuído ao seu

transporte para o SNC por meio de um mecanismo de transporte de aminoácido

aromático, onde é descarboxilado e hidroxilado em α-metilnorepinefrina. Este

metabólito ativo da metildopa diminui a resistência periférica total, com pouca

mudança no output cardíaco, através de sua estimulação dos inibidores α2-

adrenérgicos centrais. A redução da actividade da renina no plasma também pode

contribuir para a ação hipotensora de metildopa. A hipotensão postural e a retenção

de sódio e água também reduzem a pressão sanguínea. Deve administrar-se em

conjunto com um diurético para evitar tolerância sob o efeito anti-hipertensivo.

Aplicações Terapeuticas:

- A Metildopa é utilizada para o tratamento da hipertensão moderada e severa

(2ª linha) para pacientes que não respondem a fármacos de 1ª linha.

- Usada com diuréticos permitindo redução de dose de ambos os fármacos.

- Pode ser usada por IV se necessário mas tem efeito lento, logo agentes como

nitroprussido de sódio são usados em emergências.

- Pode ser usada na gravidez e no tratamento de hipertensão causada pela

gravidez (pré-eclampsia).

Efeitos Adversos e Interações Medicamentosas:

- Confusão (mais comum) nas primeiras 48-72h.

- Sedação pode ocorrer sempre que há aumento da dosagem.

- Decréscimo da acuidade mental, concentração, memória e dificuldade em

cálculos pequenos.

Clonidina

Mecanismo de ação:

É mais seletiva para os α2 que para os sítios de ligação das imidazolinas

noradrenérgicas (I 1 -IBS). Via oral, injeção e transdérmica. Por via epidural, produz

analgesia por estimulação dos α2 espinhais, prevenindo a transmissão de sinais de

dor para o cérebro. A ativação de α2 também estimula a libertação de ACh e inibe a

libertação da substância P (neuropéptido inflamatório). Esta analgesia não é

antagonizada por antagonistas opióides.

Aplicações Terapeuticas:

- Administrada duas vezes por dia em casos de hipertensão leve a moderada.

Pode-se usar por via transdérmica em pacientes que não conseguem seguir o

regime oral diário.

- Pode ser usada em conjunto com opióides para aliviar a dor cancerígena

severa.

- Como profilaxia em dores de cabeça, no tratamento da dismenorreia severa,

destoxificação rápida no tratamento de viciados em opioides, em conjugação

com BZD no abandono do álcool e no tratamento de tremores causados pelo

metilfenidato em pacientes com défice de atenção. Também reduz a pressão

intraocular no glaucoma de ângulo aberto.

Efeitos secundários e Interações Medicamentosas:

- Os efeitos adversos que ocorrem com clonidina transdérmica geralmente

parecem ser semelhantes aos que ocorrem com a terapia oral. Estes diminuem

ao longo do tempo,

- Pode provocar hipotensão quando usado em conjugação com morfina nas

dores cancerígenas (por via epidural).

- Por via transdérmica: Eritemas, prurido.

- 2 a 3 horas após a suspensão abrupta da terapêutica com clonidina, ocorre um

rápido aumento da pressão arterial sistólica e diastólica, podendo exceder os

níveis de pré-tratamento. O mecanismo exato da síndrome de abstinência

depois da interrupção de agonistas α2-adrenérgicos não foi determinada.

Vasodilatadores de Ação Direta

Hidralazina

Mecanismo de ação:

Hidralazina é um relaxante do músculo liso de acção directa utilizado para tratar a

hipertensão, agindo como um vasodilatador, principalmente nas artérias e arteríolas.

Relaxando o músculo liso vascular, os vasodilatadores agem para reduzir a resistência

periférica, diminuindo assim a pressão sanguínea e a pós-carga. O mecanismo exato

de como hidralazina provoca o relaxamento do músculo liso arterial ainda não é

compreendido.

A hidralazina é uma hidrazina que afeta o movimento de cálcio dentro dos vasos

sanguíneos. O cálcio é necessário para a contração muscular e, portanto,

perturbações na circulação de cálcio podem causar relaxamento do músculo liso dos

vasos sanguíneos.

A ação vasodilatadora arterial de hidralazina reduz a resistência vascular sistémica e

a pressão arterial. A diminuição na pressão sanguínea e a resistência periférica

induzida por hidralazina provoca uma resposta reflexa, a qual é acompanhada por

um aumento da frequência cardíaca, output cardíaco, volume sistólico, e a um

aumento na atividade da renina no plasma. Não tem efeito direto sobre o coração.

Também causa retenção de sódio e água e expansão do volume sanguíneo Pode

causar tolerância a longo prazo Deve ser co-administrado com um diurético.

Efeitos Adversos:

- A hidralazina é utilizada na monitorização de hipertensão moderada a severa.

A hidralazina tem sido utilizada como um fármaco de 2ª ou 3ª linha e

geralmente é reservada para pacientes que não respondem adequadamente

a um esquema anti-hipertensivo que inclui um diurético e outros hipotensores,

tais como bloqueadores -β, inibidores da ACE, ou bloqueadores dos canais de

cálcio. Tem sido utilizada em conjunto com glicósideos cardíacos, diuréticos,

vasodilatadores e outros farmacos para o tratamento a curto prazo da

insuficiência cardíaca congestiva grave.

- Desmaios, tonturas e fraqueza são esperados (especial atenção em

condutores).

- Hidralazina deve ser usada com precaução em pacientes com acidente

vascular cerebral ou com dano renal grave.

Ativadores dos Canais de Potássio

Minoxidilo

Os dilatadores dos canais de potássio são fármacos que ativam canais de potássio

sensíveis ao ATP no VSM.

Ao abrir estes canais de potássio, há um aumento do efluxo de iões de potássio a

partir das células, fazendo com que a hiperpolarização da VSM, leve ao fecho dos

canais de cálcio dependentes da voltagem. Assim, diminui o cálcio intracelular

levando ao relaxamento e vasodilatação. Porque as pequenas artérias e arteríolas têm

normalmente um elevado grau de tonos do músculo liso, estes fármacos são

particularmente eficazes na dilatação destes vasos, diminuindo a resistência vascular

sistémica, e reduzindo a pressão arterial o que leva a estimulação cardíaca reflexa

(taquicardia mediada por barorreceptores). A resposta reflexa é acompanhada por um

aumento da frequência cardíaca, do output cardíaco e do volume sistólico, que pode

ser atenuada pela co-administração de um β-bloqueador.

Aumento na atividade da renina e na retenção de sódio e água -> o que pode resultar

na expansão do volume de fluido, edema e insuficiência cardíaca congestiva. Este

efeitos podem ser revertidos através da co-administração com um diurético.

Quando o minoxidil for usado em conjunto com um bloqueador β-adrenérgico,

pressão da artéria pulmonar permanece essencialmente inalterada.

Aplicações Terapeuticas:

- Hipertensão -> Ativadores dos canais de K+ são dilatadores arteriais efetivos.

Não são fármacos de 1ª linha devido aos seus efeitos adversos, mas são

usados no tratamento da hipertensão severa refratária a outros fármacos.

Geralmente são usados em combinação bloqueadores β ou diurético ->

Atenuar efeitos adversos. Minoxidil -> geralmente utilizado em doentes

refratários aos outros tratamentos.

- Alopécia Androgenética -> Minoxidil -> Usado topicamente para estimular o

crescimento de cabelo em doentes com alopécia androgenética ou alopécia

areata.

Interações Medicamentosas:

Administração com diuréticos ou outros hipotensores -> Aumenta o seu efeito

hipotensor. Pode causar profundos efeitos de hipotensão ortostática.

TRATAMENTO DA INSUFICIÊNCIA RENAL

NENHUM FÁRMACO NA BIBLIOGRAFIA