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LOGO Contextos, dispositivos e protagonistas da mediação escolar AERF - Centro de Formação de Escolas do Porto Ocidental Gestão, administração e mediação de conflitos: que possibilidades? Dinamizador: Professor Carlos Jorge

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contextos, dispositivos e protagonistas da mediação escolar

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Page 1: AF 3º

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Contextos, dispositivos e

protagonistas da mediação

escolar

AERF - Centro de Formação de Escolas do Porto Ocidental

Gestão, administração e mediação de conflitos:

que possibilidades?

Dinamizador: Professor Carlos Jorge

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Contextos, dispositivos e protagonistas da

mediação escolar

O que é a mediação?1

Técnicas de mediação2

A mediação intercultural3

Valores Pedagógicos da

Mediação4

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As origens da Mediação: raízes históricas e

culturais

Dinamizador: Professor Carlos Jorge

Folberg, J., & Taylor, A. (1996,). Mediación - Resolucion de Conflitos sin Litigio. Mexico: Editorial Limusa .

Torremorell, M. C. (2003). Cultura de Mediación y Cambio Social. Barcelona: Editorial Gedisa.

Na antiga China

A mediação era o principal recurso para resolver desavenças (Brown, 1982). Segundo Confúcio, a

resolução ótima de uma desavença conseguia-se através da persuasão moral e o acordo e não

debaixo da coação. Confúcio falava da existência de una harmonia natural nas relaciones humanas,

que não devia ser interrompida.A Igreja

Durante sáculos a igreja desempenhou um papel destacado na resolução de conflitos entre os seus

membros. Com frequência, o pároco ou sacerdote era convidado a intervir como mediador,

especialmente nas desavenças familiares, para que estas resolvessem os seus conflitos.

Os grupos étnicos e religiosos, assim como, outras formas de expressão cultural

Estabeleceram historicamente os seus próprios sistemas alternativos de resolução de conflitos.

Com eles pretendiam responder às imposições que dimanam dos valores governamentais da

maioria e conservar os seus próprios meios de resolução de conflitos.

A primeira instituição de reconhecido espírito mediador na tradição ocidental

É a Federal Mediation and Conciliation Service (FMCS) fundada em 1947 com base na US

Conciliation Service (1913). A FMCS nasceu, nos EU, com o objetivo de mediar, por via pacifica, os

conflitos laborais existentes entre patrões e operários

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A mediação prolífera, sem cessar, na área de

influência anglo-saxónica, onde os serviços de

mediação abundam: ao nível comunitário, laboral,

familiar, escolar, penal e internacional. Expandindo-se

atualmente por todas as regiões do mundo.

Expansão da mediação

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Moore (1998).

O mediador é uma peça fundamental no desenrolar do processo da

mediação, pois a sua função é auxiliar os intervenientes do conflito a

superar os seus antagonismos e a contrariar a tendência competitiva de

ganhar-perder,

Aproximação ao conceito de mediação

Oliveira, R. A. (2007). Resolução de Conflitos Perspetiva dos Alunos do 4º ano do Conselho de Arruda dos Vinhos (Tese de Mestrado). Lisboa: U.A.

Dinamizador: Professor Carlos Jorge

Jares

(2002)

Um procedimento de resolução de conflito que consiste na intervenção

de uma terceira parte, o mediador, aceite pelos intervenientes e sem

qualquer poder de decisão sobre as partes envolvidas no conflito.

Autores Aproximação ao conceito

Schrumpt et al.

(1997)

vê a mediação como um processo de comunicação onde os

intervenientes têm a possibilidade de reunir, sentando-se frente a frente,

conversar, e apresentar os seus pontos de vista sobre o conflito. Após

identificarem as suas respetivas perceções do problema, indicam opções

de soluções para que ambas as partes ganhem.

Fernandez

(1999)

A mediação não serve para determinar o que está certo ou errado, nem

para acusar nenhuma das partes. O autor defende que o mediador não

opina, nem dá conselhos, apenas facilita as partes a encontrarem

soluções proveitosas para ambos.

Schrumpf

(1997) e

Deutsch (2000)

Para ambas as partes saírem a ganhar, as pessoas e o mediador, devem

manifestar conveniência apenas em discutir os interesses e não devem

fixar-se nas posições.

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Click to edit Master text stylesA mediação é

A mediação pode ser considerada umprocedimento consensual no qual umterceiro, escolhido ou aceito pelaspartes, age no sentido de encorajá-lase facilitar o entendimento. As pessoasenvolvidas no conflito são asresponsáveis pela decisão que melhoras satisfaça. O papel do(a) mediador(a)é o de auxiliar na construção destediálogo.http://www.mediadoresdeconflitos.pt/

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construção de uma cultura de

paz

Na construção de uma cultura de paz e prevenção da violência,

a mediação encontra o seu espaço. Abordar a mediação de

conflitos no âmbito social é, em larga medida, revisitar temas

como: cidadania, participação, democracia, direitos

humanos, prevenção à violência e educação.

Questões e valores necessariamente presentes no debates e

práticas de uma proposta de mediação social. Geradora de

novos espaços de participação cidadã, a mediação tem

a sua base estabelecida na promoção do diálogo e na

autodeterminação comunitária, constituindo um importante

incremento ao fortalecimento da sociedade civil e uma

efetiva escolha de caminhos pacíficos e de prevenção da

violência.

Dinamizador: Professor Carlos Jorge

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Click to edit Master text stylesPolíticas públicas e Mediação

Fundamento:

Funcional:

a

Participação

Político:

a

Pacificação

Social:

Dinamizador: Professor Carlos Jorge

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Técnicas de mediação

A preparação de um plano (convénio) para o futuro, que os

participantes podem aceitar e cumprir.

A preparação dos participantes para que aceitem as

consequências das próprias decisões.

A redução da ansiedade e outros efeitos negativos do conflito

mediante a ajuda aos participantes para que cheguem a uma

resolução consensual.

Técnicas da

Mediação

A mediação tem etapas definidas que compreendem una série de técnicas para

chegar aos objetivos necessários (Taylor, 1981). Trata-se de um processo limitado

que produz resultados específicos mediante a utilização de valores, normas e

princípios dos participantes, e não dos mediadores. os objetivos da mediação são:

Dinamizador: Professor Carlos Jorge

Folberg, J., & Taylor, A. (1996,). Mediación - Resolucion de Conflitos sin Litigio. Mexico: Editorial Limusa .

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Click to edit Master text stylesEtapas do Processo de Mediação I

Um exemplo das fases sequenciais de um processo de mediação, explicitado por

Schrumpf et al. (1998), que se pode aplicar num programa para escolas.

1ª Etapa –

Introdução

1 - Perguntar às partes envolvidas se desejam ajuda para resolverem o seu problema.

2 – Se aceitarem, combinar um local adequado para a conversa, ou seja, um local sossegado.

3 – Concordar com a mediação:

- Dar as boas vindas a ambas as partes e apresentação dos mediadores.

- Explicitar as regras do processo.

- Os mediadores não podem tomar partido por nenhuma das partes.

- Conversam e escutam ambas as partes, sem se interromperem.

- Não se insultam.

- Cooperam para a resolução do problema.

2ª Etapa –

Introdução

1 – Decidir qual dos intervenientes é o primeiro a falar.

2 – Perguntar ao primeiro interveniente o que sucedeu e como se sentiu.

3 – Escutar e resumir o que a parte disse.

4 – Perguntar ao outro interveniente o que sucedeu e como se sentiu e resumir a informação.

5 – Perguntar se não têm nada a acrescentar à informação divulgada

3ª Etapa – Focalizar-

se nos interesses

1 - Perguntar a uma das partes o que deseja e porquê.

2 – Escutar e sintetizar o que foi dito.

3 – Perguntar à outra parte o que deseja e porquê.

4 - Escutar e sintetizar o que foi dito.

5 – Esclarecer, perguntando a cada uma das partes:

-O que poderia acontecer se não chegassem a um acordo?

- Porque não fez a outra parte o que tu desejarias?

- O que pensarias se fosses tu a outra pessoa?

6 – Sintetizar os interesses, de cada vez, de uma e de outra parte.

Dinamizador: Professor Carlos Jorge

Oliveira, R. A. (2007). Resolução de Conflitos Perspetiva dos Alunos do 4º ano do Conselho de Arruda dos Vinhos (Tese de Mestrado). Lisboa: U.A.

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Click to edit Master text stylesEtapas do Processo de Mediação II

Um exemplo das fases sequenciais de um processo de mediação, explicitado por

Schrumpf et al. (1998), que se pode aplicar num programa para escolas.

4ª Etapa – Criar soluções

1 – Explicar as regras do Brainstorming:

- Pedir a cada interveniente para dizer qualquer ideia que lhe venha à cabeça sobre como

solucionar o conflito.

- Não julgar ou discutir ideias.

- Dizer o máximo de ideias fora do comum.

- Tentar pensar em ideias fora do comum que contemplem os interesses de cada uma das

partes.

2 – Relembrar as ideias explicitadas por ambas as partes.

3 – Procurar se podem pensar em mais possibilidades que ajudem ambos os

intervenientes.

5ª Etapa – Avaliar

sugestões

1 – Perguntar se podem combinar sugestões.

2 – Para cada sugestão perguntar:

- É esta a sugestão favorável?

- Vocês podem fazer isso?

- Vocês pensam trabalhá-la?

6ª Etapa – Criar um acordo

1 – Pedir aos intervenientes para fazerem um plano de ação (quem, o quê, como, onde e

quando).

2 – Pedir a cada uma das partes que sintetize o plano.

3 – Perguntar a ambas as partes se o problema está resolvido (pôr o acordo por escrito,

assinando ambos os intervenientes).

4 – Perguntar se querem apertar a mão uma à outra.

Dinamizador: Professor Carlos Jorge

Oliveira, R. A. (2007). Resolução de Conflitos Perspetiva dos Alunos do 4º ano do Conselho de Arruda dos Vinhos (Tese de Mestrado). Lisboa: U.A.

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Click to edit Master text stylesFunções do Mediador I

Quatro qualidades que o mediador deve possuir para que a resolução do

conflito seja mais eficaz (Schrumphf et al. (1997) .

- O mediador é neutral e imparcial, não tomando partido por nenhuma das

partes intervenientes;

- O mediador, com o intuito de perceber as perceções e sentimentos das

partes envolvidas no conflito, ouve atentamente o ponto de vista de cada

um;- O mediador trata os intervenientes de igual modo, com respeito e

compreensão;- O mediador deve guardar para si todas as conversas desenroladas ao

longo da sessão de mediação, uma vez que os intervenientes têm direito à

privacidade. Assim, ele é visto como um confidente pelas partes envolvidas;

Dinamizador: Professor Carlos Jorge

Oliveira, R. A. (2007). Resolução de Conflitos Perspetiva dos Alunos do 4º ano do Conselho de Arruda dos Vinhos (Tese de Mestrado). Lisboa: U.A.

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Click to edit Master text stylesFunções do Mediador II

As funções do mediador podem, ainda, ser sintetizadas do seguinte modo

(Torrego (2003).

- Não assumir a responsabilidade de transformar o conflito, pois isso é da competência dos

intervenientes;

- ajudar os intervenientes a identificar e satisfazer os seus interesses;

- Apoiar os intervenientes a compreenderem-se e a ponderar os seus pontos de vista;

- Cooperar para que a confiança entre as partes e ao longo do processo aumente;

Dinamizador: Professor Carlos Jorge

- Sugerir procedimentos para a busca em comum de soluções;

Não julgar as partes envolvidas. Estar atento aos valores pelos quais as partes se guiam ou dizem

guiar-se.

Sublinha que cabe ao mediador orientar discretamente as partes, através de questões

abertas, para que os intervenientes consigam alargar o leque de hipóteses ou de

opções de solução (Mazo (1999) .

Oliveira, R. A. (2007). Resolução de Conflitos Perspetiva dos Alunos do 4º ano do Conselho de Arruda dos Vinhos (Tese de Mestrado). Lisboa: U.A.

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Click to edit Master text stylesVantagens da Mediação

A mediação entre pares, desenvolve nas crianças, adolescentes e jovens o

seguinte (Fernandez (1998):

1 – Promove uma comunicação mais eficaz entre os intervenientes, em que

os mesmos se expressam com clareza;

2 – Desenvolve a capacidade de resolução de problemas, auxiliando-os a

serem mais criativos nas soluções encontradas;

3 – Ajuda a conhecerem-se melhor a si próprios e ao outro, proporcionando

um amadurecimento das partes nas relações interpessoais.

Dinamizador: Professor Carlos Jorge

Oliveira, R. A. (2007). Resolução de Conflitos Perspetiva dos Alunos do 4º ano do Conselho de Arruda dos Vinhos (Tese de Mestrado). Lisboa: U.A.

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PLURALISMO CULTURAL, MULTICULTURALISMO E

INTERCULTURALIDADE

A mediação intercultural

O pluralismo

cultural

Entendido como a confluência de diversas culturas num mesmo território é

algo positivo pela riqueza que proporciona: amplia a nossa visão na medida

em que esta se constrói a partir de diferentes pontos de partida. Os diferentes

olhares, as outras identidades, levam-nos a questionar a nossa própria

identidade social e territorial.

O

multiculturalis

mo

Põe ênfases na cultura própria de cada pessoa e procura a convivência das

diferentes culturas com base no respeito e na tolerância, mantendo, no

entanto, cada qual os seus próprios rasgos culturais. Procura legalizar a

diversidade, fazendo com que todas as pessoas tenham os mesmos direitos.

O respeito de cada pessoa culturalmente diferente aplica-se aos princípios de

igualdade e diferença. Constroem-se leis e programas que permitem

incorporar as pessoas imigrantes na sociedade de acolhimento sem

influenciar os seus quadros culturais de referência.

A

interculturalida

de

Respeita as diferencias e o exercício de direitos de todas as

pessoas (imigrantes ou não), mas a interculturalidade respeita

outro principio que é o da interação positiva. Na perspetiva

intercultural, as pessoas de diferentes culturas convivem e

interatuam, dando lugar a intercâmbios culturais. A

interculturalidade admite a possibilidade de emergir um novo

quadro de referências culturais fruto destas interações culturais.Dinamizador: Professor Carlos Jorge

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DEFINIR A MEDIAÇÃO

INTERCULTURAL

MEDIADOR/A INTERCULTURAL

“NÓS”(nativos)

“ELES”(estrangeiros)

Trata-se de uma relação de comunicação triangular, em que mediação atua

imparcialmente e de forma a potenciar, entre as partes, a possibilidade de

desenvolver as suas próprias capacidades de liberdade e decisão para

resolver os conflitos.

MODELO TRIANGULAR

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mediação intercultural: teia de aranha

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A

mediação

preventiva

Consiste em

facilitar a

comunicação e a

compreensão entre

pessoas com

referentes culturais

diferentes.

Que intervêm na

resolução de

conflitos de valores,

entre minorias

culturais e a

sociedade

maioritária, ou entre

as próprias

minorias.

Consiste num processo

de transformação das

normas, ou melhor da

criação de diferentes

normas e oportunidades

relacionais ,baseadas

em novas relações

entre as partes.

A mediação intercultural pode definir-se como: Preventiva, reabilitadora e

transformadora.

A mediação

reabilitador

a

A

mediação

Criativa

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MEDIAÇÃO INTERCULTURAL

“Pontes para outras viagens”

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Objetivos da Mediação

Intercultural

Reconhecimento

da outra

Pessoa

Convivência

Criativa Nova

Cidadania

Integração

Enriquecimento

Mutuo

Potenciar

Objetivos da Mediação

Intercultural

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Click to edit Master text stylesValores Pedagógicos da Mediação

Mediação

Mediação como

Coeficiente de coesão

Mediação como

modo de

intercomunicação

Mediação como

formação integral

Mediação como

Cultura

Mediação como

processo veicular

de convivência

Intrapesso

al

Interpesso

al

Intragrupa

l

Intergrupa

l

Social

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