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LOGO Dinamizador: Professor Carlos Jorge Centro de Formação de Escolas do Porto Ocidental Desafios da educação para a convivência numa nova sociedade Gestão, administração e mediação de conflitos: que possibilidades?

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Dinamizador: Professor Carlos Jorge

Centro de Formação de Escolas do Porto Ocidental

Desafios da educação

para a convivência numa nova sociedade

Gestão, administração e mediação de conflitos:

que possibilidades?

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Dinamizador: Professor Carlos Jorge

Objectivos/Efeitos a Produzir

- Conhecer os principais processos interpessoais em que se baseia a compreensão da dinâmica dos conflitos entre pessoas;

- Desenvolver competências básicas de escuta facilitadoras da gestão, administração e mediação de conflitos;

- Melhorar a compreensão da complexidade e da especificidade da gestão, administração e mediação dos conflitos;

- Compreender e aplicar as principais competências de comunicação na resolução de conflitos interpessoais para que se reflitam no sucesso escolar;

- Contribuir para a emergência de competências socioafetivas e de autorregulação que cooperem na mediação/resolução dos conflitos;

- Promover a compreensão dos contextos onde os conflitos, designadamente a mediação sociocultural, ocorrem e/ou poderão ocorrer.

- Fomentar a discussão e reflexão acerca das diferentes tipologias de conflito que surgem na sociedade atual;

- Contribuir para a emergência do sucesso escolar na perspetiva de uma escola para todos com idêntica possibilidade de acesso e sucesso;

- Desenvolver a autonomia na pesquisa de informação acerca dos temas.

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Dinamizador: Professor Carlos Jorge

Desafios da educação para a convivência numa nova sociedade

Tipologias, prevenção e resolução

Conceitos/concepções

Mudanças sociais e Educação

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Dinamizador: Professor Carlos Jorge

sensibilidade interpretativa

Desta leitura da realidade, resumida de maneira inacabada, entrelaçámos aquelas mudanças sociais que de modo mais significativo influíram nas práticas educativas.

A nossa leitura da realidade não captar todas as experiências vividas e não consegue compreender os variados significado e experiencias humanas que o sujeito experimenta. A nossa compreensão da realidade é sempre parcial. Mas poderemos aproximar-nos de uma melhor compreensão da realidade e das mudanças sociais afinando a nossa sensibilidade interpretativa.

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Mudança Social

Endogenistas Exogenistas

A Mudança Social

É explicada por factores internos (ou endógenos) ao meio.

A Mudança Social

Resulta, sobretudo, da existência de “estímulos” externo (ou exógenos) à sociedade.

A respeito do tema Mudança Social é recorrente considerar duas correntes em disputa:

Cf. Ferreira, J. C., Peixoto, J., Carvalho, A. S., Raposo, R., Graça, J. C., & Marques, R. ([1995] 1996). Sociologia. Lisboa: McGraw-Hill.

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Mudanças sociais

Os cientistas sociais têm, na sistematização de Sousa Santos (1994), pontos de vista de diferenciados acerca das mudanças sociais:

a) Uns consideram como problema fundamental o confronto de modelos de sociedade (sociedade liberal moderna versus sociedade comunista ou capitalista e referem o fim da História (Fukuyama, 1992);

Outros entendem que, antes de todos os problemas, está o problema da incapacidade da sociedade delimitar e perceber os problemas fundamentais. São as concepções pós-modernas (Lyotard, Maffesolli);

Outros, ainda, questionam os pressupostos epistemológicos, admitindo que foram eles os grandes responsáveis pelo abandono da reflexão sobre os problemas fundamentais (Habermas, Derrida, Foulcault, Wallerstein);

Um quarto grupo defende que a sociedade capitalista avançada esgotou as virtualidades do desenvolvimento social e que se atingiu uma desregulação global e um impasse de soluções (Touraine, Chantal Mouffe, Giddens).

Santos, Boaventura de Sousa (1994). Pela mão de Alice. O Social e o Político na Pós-Modernidade. Porto: Edições Afrontamento.

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Mudanças na Sociedade

1ª Vaga

2ª Vaga

3ª Vaga

4º Mundo

Criou a civilização agrária. A agricultura permitiu o cultivo dos campos e a emergência deuma forma de comércio a fim de trocar, comprar ou vender os produtos agrários.

Iniciou-se nos finais do século XIX sob osigno da Revolução Industrial. Surgem as fábricas, as linhas de montagem, as grandes indústrias e a produção em massa que usurpando o poder das elites agrárias criam o monopólio do industrialismo.

A que vigora atualmente estáassociada à sociedade do conhecimento, às novas tecnologias e uma preocupação “em servir, pensar, conhecer e experimentar”

Castells (2003) alerta para o surgimento de um quarto mundotrazido pelos desafios do informacionalismo onde o processo de reestruturação social é acompanhado de fenómenos como a pobreza, as desigualdades e a exclusão social.

Para melhor entendermos as mudanças na sociedade observemos, segundo Toffler (2006), três vagas de riquezas que preencheram as nossas sociedades ao longo dos tempos:

Castells , M. (2003). O fim do milénio. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.

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Processos de socialização

Do Estado Educador (com as suas referencias coletivas): Igreja, pátria e família

Às transformações sociais, culturais e politicas, aliadas à emergência de novos modos de organização e funcionamento das instituições e consequente perda de referencias legitimadoras da socialização.

O Estado Regulador e os novos (e velhos) mandatos da escola da atualidade

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Referencias coletivas: Igreja, pátria e família.

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O Estado Novo desenvolveu, desde a aprovação da constituição de 1933 (institucionalização da ditadura Salazarista), políticas que assentavam em diversas trilogias:

Trilogia da educação inculcava a ideologia nacionalista Deus, Pátria e Família

Trilogia da autoridade (referentes da autoridade) Pai, patrão e professor

Trilogia do próprio regime político Autoritarismo, corporativismo e colonialismo

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Dinamizador: Professor Carlos Jorge

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“Nós não compreenderíamos, nós não poderíamos consentir, que a escola portuguesa fosse neutra”

António Oliveira Salazar28 de Janeiro de 1934

Referencias coletivas: Igreja, pátria e família

Dinamizador: Professor Carlos Jorge

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Que papel atribuía Salazar à escola portuguesa?

“Deus, Pátria, Família”

A escola portuguesa era: “A sagrada oficina

das almas”

Aos liceus

competia formar as “futuras elites” e o

“escol nacional”,

de acordo com uma trilogia de valores:

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Diretor-geral do Ensino Secundário, Dr. Pires de Lima, in nº 9/35 BOLETIM DO LICEU NORMAL DE LISBOA - PEDRO NUNES

“Um dos elementos da desagregação é a frequente negação da ideia da família e da ideia da Pátria, quando da ideia da família e da ideia de Pátria está consubstanciada a virtude, a paz, a tranquilidade, a verdadeira felicidade humana, e a Pátria não é mais do que uma grande família”

Diretor-geral do Ensino Secundário, Dr. Pires de Lima, in nº 9/35

“Ninguém pode sentir-se diminuído por cumprir ordens, e antes todos devem orgulhar-se de as bem cumprir, mesmo quando no seu íntimo discordem da doutrina que as ordens encerram”

Diretor-geral do Ensino Secundário, In n.º 9/35

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Escola Salazarista: as leis

Decreto 21 014, de 19/03/32 -aprova uma relação de 113 frases de caráter moral, cuja inserção passa a ser obrigatória nos livros de leitura adotados oficialmente;

Decreto de 12/02/32 “aos estabelecimentos dependentes do Ministério da Instrução Pública é interdita a inserção de artigos ou quaisquer escritos de apreciação dos actos dos seus superiores hierárquicos nas publicações que promovam com carácter oficial ou com subsídios do Estado...”

Decreto 1 941 de 11/04/36 - Ministério da Instrução passa a denominar-se “Ministério da Educação Nacional, privilegiando a educação, exaltada nas suas implicações nacionalista e cristã, em detrimento da instrução”; e “haverá um único compêndio (...) das disciplinas de História de Portugal, História geral, Filosofia, bem como (...) de educação moral e cívica”; “será obrigatório o canto-coral como elemento de educação e coesão nacional”, para o que “organizar-se-á uma pequena coleção de cânticos nacionais, exaltando as glórias portuguesas, a dignidade do trabalho e o amor à Pátria...”

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Os Mandatos da Escola Salazarista

A Escola era a sagrada oficina das almas, inculcava a exaltação patriótica, a mitificação dos valores históricos e a supremacia da raça lusitana, a defesa dos valores da civilização cristã, a exaltação da disciplina, da obediência e do cumprimento do dever como condição necessária para o progresso e a defesa da pátria.

(cf. Mónica, Filomena, 1978; Luís Torgal, 1989; Mattoso, 1994; Rosas & Brito, 1996a; (Rosas & Brito, 1996)

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Do Estado Novo à Atualidade

A complexidade da vida social está diretamente correlacionada com a complexidade dos conflitos, quer eles sejam individuais ou coletivos, que ai se despoletam.

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Quando os sistemas educativos eram concebidos e estavam organizados como estruturas rígidas, regras definidas e uma hierarquia claramente estabelecida, o conflito não emergia como categoria autónoma sendo antes concebido como um comportamento indisciplinado ou disfuncional à imagem das organizações militares onde as relações de poder estão estabelecidas de modo claro e o seu desrespeito é severamente sancionado.

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Estado educador

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O Estado Regulador: Os novos (e velhos) mandatos da escola da atualidade

Os processos de tomada de decisão e de responsabilização são incertos e ambíguos

As tecnologias de planeamento e de avaliação são pouco claras e pouco rigorosas

Os objetivos são pouco claros e conflituais

As interpretações das normas legais são múltiplas e conflituantes

Não existe acordo quanto aos valores que a orientam

Costa, M. E. (2003). Gestão de Conflitos na Escola. Lisboa: Universidade Aberta.

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A mudança na instituição educacional

As mudanças

registadas na sociedade do conhecimento, a partir da segunda metade do século XX, influenciaram os sistemas educativos incentivando uma emergente onda de reformas.

Mudanças Sociaise Sistema Educativo

O sistema educativo

passou a estar no centro das atenções dos cientistas sociais, entre outros, e a motivar comentários acerca do desajustamento entre as mudanças ocorridas na sociedade e a lentidão do processo de reformas que se impunha na educação.

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Mudanças sociais e Educação

Estádios do Processo de Maturação dos Sistemas Educativos (A mudança da sociedade nos últimos 50 anos, (2) as consequências da mudança na instituição educacional e

(3) o fenómeno da exclusão escolar em Portugal.)

Paradigmas de uma sociedade em mudança:

» A educação orientada à Produção

» A educação orientada ao consumo

» A educação orientada ao Cliente

» A educação orientada à Inovação

Carneiro, R. 1994, “A Dinâmica de Evolução dos Sistemas Educativos” in C. E. e Sociedades, nº 6, pp. 1 3 - 59)Carneiro, R 2001, Fundamentos da Educação e Aprendizagem – 21 Ensais para o Século XXI, FML, pp. 91 - 119

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A educação orientada à Produção

Força Motriz A educação orientada à Produção

Expansão Económica

A conjuntura é de expansão económica e exerce uma enorme influencia no sistema publico de educação, porque absorve todos os diplomados, vistos como recursos.

Formação de Capital

HumanoProcura de

Qualificações

Considera-se que o desenvolvimento de um país está intimamente ligado com o capital humano que o mesmo possuir. O sistema de formação organiza-se para a oferecer mão de obra qualificada.

Monopólio da Formação

Os Ms E. transformam-se em monopólio formativos numa tripla dimensão: administram, regulamentam e fiscalizam o universo formativo. Controlam em exclusividade o sistema certificativo.

Avaliação dos Alunos

A única preocupação são os conhecimentos adquiridos pelos alunos (individualmente considerados).

EscolaA escola é assemelhada a uma grande fábrica de ensino que, tal comonas linhas de montagem, vai moldar em série a matéria-prima que são, neste caso, os alunos.

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A educação orientada ao Consumo

Força Motriz A educação orientada ao Consumo

Procura SocialCresce a valorização da escola como preparação para a vida adulta. O sistema educativo é dominado pela pressão do consumo.

Estado Providência

Satisfação universal das aspirações sociais, com base na oferta gratuita de origem pública. A expressão institucional de uma democracia social, que acredita na possibilidade do sector publico para resolver as reivindicações crescentes das populações.

Cresimento Ecónómica

O crescimento do rendimento disponível dos agregados familiares, reflecte-se nos seus consumos, onde a educação aparece progressivamente valorizada.

Educação de Massas

As escolas são cada vez mais olhadas como grandes superfícies, onde os consumidores vão saciar as suas necessidades em matéria de Educação. O acesso Educação sofre uma plena democratização, com base na ideia de que é através da mesma que se realiza a democracia social.

Avaliação Formativa

A avaliação não se interessa apenas pela aquisição cognitiva ou o cumprimento dos objectivos curriculares. É relevante o processo pelo qual a educação vai sendo assimilada (consumida) pela massa dos consumidores. O aluno não é apenas matéria-prima, é também um ser humano com necessidades pessoais, sociais e culturais.

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A educação orientada ao Cliente

Força Motriz A educação orientada ao Cliente

Prestação de Contas da

Escola

Nenhuma instituição está livre de uma regular e cabal prestação de contas à sociedade que a sustenta (accountability). Dar contas do que faz, do modo como o faz e da maneira como está, ou não o atingir os objectivos que lhe são fixados.

Redução dos Défices Públicos

As dificuldades económicas de acesso universalizado, acarretam o fim do Estado Providência e inevitável emergência das politicas de contenção dos défices públicos.

Partenariado Escola-

Empresa

Diversificação das fontes de financiamento e busca de recursos alternativos em áreas classificamente não exploradas, mas que serão directas beneficiárias. Este modelo de cooperação parte da constatação de que a empresa é um cliente da actividade educativa.

Satisfação do Cliente

É o tempo das interrogações qualitativas da escola, que privilegia a relação com os seus vários cliente, inseridos na comunidade envolvente.

Avaliação dos Resultados

É orientada pelos resultados palpáveis, os quais se medem por um conceito de qualidade do produto final oferecido. É um elemento estruturante do relacionamento das instituições com os clientes.

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A educação orientada à inovação

Força MotrizA educação orientada à inovação

Inteligência Institucional

É o que distingue as organizações, reúne um vasto conjunto de características: o factor humano; a cultura da organização; a mobilização interna e a coesão dos agentes; a liderança; o impulso para a criatividade; a empatia e o apego aos valores compartilhados; a capacidade para pensar estrategicamente; a visão.

Gestão Antecipada da

Mudança

A organização deixa de ser adaptativa, passa a ser antecipativa, qualidade que lhe permite gerir a mudança. Procura estrutura-se para responder às constantes mutações que sobre ela se abatem.

Estratégias Globais

Aprendizagem

A Escola tem de ser visualizada, numa dimensão global, tendo em conta os outros poderosos agentes como a família, os mass-media ou os múltiplos grupos sociais de pertença, modeladores de opiniões vontades e personalidades.

CompetiçãoTransnacional

A competição no universo das instituições educativas estabelece-se em contexto transnacional, onde se esbatem as considerações de língua, nacional ou bandeira. A competição é das ideias e a do software educativo que não conhece barreiras nacionais nem fronteiras.

Avaliação de Desempenho

Privilegia o conhecimento preciso e o controlo desempenho do sistema. Não interessa tanto os resultados, mas essencialmente uma informação humana relevante e orientadora do funcionamento do sistema. O processo é tão ou mais importante que o produto final.

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Conceitos/concepções

Desatando os nós

Quando falamos de conflitos é necessário aproximarmo-nos das características das diversas teorias do conflito existentes e procurar entender e compreender as diversas definições e abordagens a que se referem.

Antes de tudo é necessário construir uma imagem aproximada do espaço social dos conflitos. Podemos distinguir una série de âmbitos do conflito, segundo o nível da realidade social em que o conflito aparece.

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âmbitos do conflito: rede de inter-relações

"cara a cara" Desenvolve relações

Interpessoais na família, escola, na sala de aula

e no grupo de pares

Micro

O contexto cultural que influencia as variáveis dos

níveis anteriores, constituído pelos conjunto de valores, crenças, acontecimentos

históricos, etc.

MacroMacroMeso

Compreende as inter-relações entre dois ou

mais dos principais microssistemas: família e

a escola e o grupo de pares da comunidade de

pertença

(Do gr. mésos, «médio»)

(Do gr. mikrós, «pequeno»)(Do gr. makrós, «grande»)

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âmbitos do conflito: rede de inter-relações

É constituído pelo estatuto socioeconómico dos pais, o seu emprego, a rede social de apoio

da família, a politica, etc.

Exossistema

Diz respeito ao tempo em que o desenvolvimento ocorre; ou seja,

determinados momentos temporais podem ser mais decisivos para o desenvolvimento do sujeito que

outros, devido às mudanças que nele se processam.

CronossistemaCronossistema

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Níveis do Sistema Educativo

A análise das escolas enquanto organizações situa-se a um nível de análise meso, a um nível que se localiza entre as análises do sistema educativo, de nível macro, e as análises no âmbito da sala de aula a um nível micro. As análises organizacionais não ignoram o nível macro em que as escolas se inserem, nem tão pouco a dimensão micro que na escola toma lugar, pelo contrário, devem servir para «contextualizar todas as instâncias e dimensões presentes no ato educativo» (Nóvoa, 1995)

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Nóvoa, António, 1995, “Para uma análise das instituições escolares”, in António Nóvoa (coord.), As organizações escolares em análise, Publicações Dom Quixote, Lisboa

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Transversalidades dos conflitos

Conflitos intrapessoaisConflitos

interpessoaisNíveis

PessoasDilemas, patologias psicológicas, etc.

Entre indivíduos Micro

GruposConflitos interpessoais,

intragruposEntre grupos Meso

OrganizaçõesConflito interpessoais

entre grupos intraorganizacional

Entre organizações Meso

SociedadeEntre grupos,

organizações, movimentos sociais

Entre sociedade e entre estados:

étnicos, internacionais

Macro

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Matrioska e o conflito: que relação?

Uma matrioska ou boneca russa é constituída por outras bonecas que são colocadas umas dentro das outras, da maior (exterior) até a menor (a única que não é oca.

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Matrioska e o conflito: que relação?

Um conflito que se apresenta com uma determinada dimensão social pode ser influenciado e influenciar outras dimensões.

Podemos encontrar um conflito interpessoal que pode ser interpretado à luz de uma constelação conflitual superior ("macro"): os casos de divórcio de casamentos mistos na ex-Jugoslávia.

Um conflito limitado pode conter/despoletar um conflito maior. Um acontecimento aparentemente irrelevante pode dar lugar à transformação de um conflito latente num conflito manifesto: recordemos os acontecimentos de 1991, nos Estados Unidos, onde alguns polícias brancos, depois de terem maltratado um negro, Rodney King, provocaram, como consequência, revoltas que estalaram nos bairros negros de Los Angeles.

Noutros casos é a dimensão macro que explica a sublevação de fenómenos conflituais.

Em nenhum caso a relação causal entre as muitas dimensiones e absolutamente rígida.

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Alvin Toffler Mudanças sociais e

Educação