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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA CALEBE FERRARI AÇÕES EMPRESARIAIS NOS ÂMBITOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E AMBIENTAIS VISANDO SUSTENTABILIDADE NO MERCADO DE PAPEL E CELULOSE Lorena 2015

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA

CALEBE FERRARI

AÇÕES EMPRESARIAIS NOS ÂMBITOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E AMBIENTAIS

VISANDO SUSTENTABILIDADE NO MERCADO DE PAPEL E CELULOSE

Lorena

2015

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CALEBE FERRARI

AÇÕES EMPRESARIAIS NOS ÂMBITOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E AMBIENTAIS

VISANDO SUSTENTABILIDADE NO MERCADO DE PAPEL E CELULOSE

Monografia apresentado à Escola de

Engenharia de Lorena - Universidade de

São Paulo como requisito para obtenção

do título de Engenheiro Químico.

Orientador: Prof. Dr. Alexandre Eliseu

Stourdze Visconti

Lorena

2015

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AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIOCONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE

Ficha catalográfica elaborada pelo Sistema Automatizadoda Escola de Engenharia de Lorena,

com os dados fornecidos pelo(a) autor(a)

Ferrari, Calebe Ações empresariais nos âmbitos econômicos, sociais eambientais visando sustentabilidade no mercado depapel e celulose / Calebe Ferrari; orientadorAlexandre Eliseu Stourdze Visconti. - Lorena, 2015. 101 p.

Monografia apresentada como requisito parcialpara a conclusão de Graduação do Curso de EngenhariaIndustrial Química - Escola de Engenharia de Lorenada Universidade de São Paulo. 2015Orientador: Alexandre Eliseu Stourdze Visconti

1. Industria de papel e celulose. 2.Sustentabilidade. 3. Papel reciclado. 4.Certificação. 5. Estudo de mercado. I. Título. II.Visconti, Alexandre Eliseu Stourdze, orient.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus e a todos aqueles cujo os nomes estão gravados nas

entrelinhas deste trabalho, através de suas irredutíveis e imerecidas contribuições

para a minha formação.

Aos meus pais Alessandro e Angélica, por todo apoio.

Ao Prof. Dr. Alexandre Eliseu Stourdze Visconti pela aprendizado e

orientação nesse trabalho.

Aos docentes M. Alcantara, M. Barcza, Marco, Domingos, Rita e Elisângela,

por todo apoio, amizade e aprendizado.

Impossível não citar Victor Sadao Kumagai e Michael Mamoru Oda por terem

me carregado em tantos momentos.

Com carinho especial e com o mais alto respeito, registro aqui os mais

sinceros sentimentos à Jorge Navac, Paulo Ricardo, Edna Beraldo e Walda de

Azevedo.

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"Ora, àquele que é poderoso para fazer infinitamente

mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos,

conforme o seu poder que opera em nós."

Efésios 3:20

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RESUMO

FERRARI, C. Ações empresariais nos âmbitos econômicos, sociais e ambientais

visando sustentabilidade no mercado de papel e celulose. 2015. 101 f. Monografia

(TCC II) – Escola de Engenharia de Lorena, Universidade de São Paulo, Lorena,

2015.

A corporação que não aderir as questões mais sustentáveis e renováveis estará

fadada ao fracasso devido à conscientização social e à danificação da imagem

empresarial. O presente trabalho teve como objetivo mapear e elaborar um retrato

do atual momento da indústria de papel e celulose de vinte e quatro corporações

nacionais e multinacionais em termos de ações sociais, ambientais e econômicas,

visando a sustentabilidade dentro do setor. A partir do mapeamento elaborado

foram selecionadas as doze melhores corporações para o retrato sustentável.

Ainda foram apresentadas a importância do mercado, os processos produtivos, os

produtos obtidos e a fabricação de papel reciclado, além das certificações

envolvidas no setor papeleiro. A metodologia adotada foi a Pesquisa Documental,

com foco na busca de dados através de relatórios de sustentabilidade de cada

empresa. A primeira percepção mostrou que o uso de matérias-primas

provenientes de reflorestamento caminha para a unanimidade entre as empresas,

sendo o selo mais adotado com 79,2% de empresas certificadas. A segunda,

correspondeu ao uso progressivo e contínuo de aparas na produção, dentre as

empresas pesquisadas pelo menos 55% delas possuem uma linha específica de

papel reciclado. Em terceiro lugar, temos as certificações ISO 9001 e ISO 14001

com 70,8% e 58,3% de adesão, respectivamente. O grande destaque foram os

Inventários Corporativos de Emissões de Gases do Efeito Estufa com 50% de

realização entre as corporações. Uma vez que a empresa quantifica os números

de emissões atmosféricas, a referência para uma abrangência total já está formada

e, portanto, algumas já caminham para a obtenção da certificação Carbon Footprint.

Apenas 25% das corporações apresentou este selo. Nenhuma das corporações

revelou desempenho significativo superior em todos parâmetros avaliados. Por

isso, observa-se um cenário ainda em construção, mas com tendências positivas

bem delineadas, que foram mapeadas neste trabalho.

Palavras-chave: Indústria de papel e celulose. Sustentabilidade. Papel reciclado.

Certificações.

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ABSCTRACT

FERRARI, C. Paper and Cellulose Industry: Sustainability through corporative

actions in economic, ecological and social aspects. 2015. 101 f. Monografia

(TCC II) – Escola de Engenharia de Lorena, Universidade de São Paulo, Lorena,

2015.

In the paper and cellulose industry, companies that do not follow the new patterns

from sustainability will be in trouble, considering the new exigencies and the damage

to the image inside the market. This study had the objective of to build a profile from

a group with twenty-four companies from paper and cellulose industry analyzing

actions through sustainability. From the mapping elaborated were selected the top

twelve corporations for the sustainable profile. In addition, this study shows the

market, process, products including recycled paper, and the certifications inside the

economy of the paper and cellulose. The method choose was the documental

research powered by several sustainability reports and others publications. The first

perception among corporations shows that the use of raw materials from

reforestation is moving towards being a unanimity among companies, being the

most adopted seals with 79.2% of certified companies. The second major concern

proved the progressive and continuous use of scrap in production, either to produce

its own recycled paper, among the companies surveyed, at least 55% of them have

a specific line of recycled paper. Thirdly, we have the ISO 9001 and ISO 14001 with

70.8% and 58.3% for membership respectively. Another widely reported measure is

carrying out social work, with the most submitted content: 87.5% of companies. The

major driving force for this current situation has been the Corporate Inventories of

Greenhouse Gas Emissions with 50% of accomplishment among corporations.

Once in possession of the precise numbers of the company's emissions, the basis

for a total range is formed and therefore, some already move towards to obtaining

certification Carbon Footprint. This stamp was presented only by 25% of the twenty-

four companies surveyed, the lowest index. None corporation has presented

significant superior performance in all parameters evaluated. Having considered

and analyzed all parameters, it is possible to see a potential scenario been built, but

with positive tendencies well identified in this present work.

Keywords: Paper and cellulose industry. Sustainability. Recycled paper.

Certifications.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Normas importantes adotadas no segmento de papel e celulose ...... 40

Quadro 2 – Comparativo resumido das indústrias de papel e celulose, com

informações pertinentes à área de atuação, origem, tempo de atividade, unidades

presentes no Brasil, produção de papel reciclado e na elaboração de relatórios de

sustentabilidade .................................................................................................... 45

Quadro 3 – Comparativo resumido das indústrias de papel e celulose, com

informações pertinentes ao inventário de gases do efeito estufa, pegada de

carbono, normas, certificações florestais e realização de trabalho social ............. 46

Quadro 4 – Comparativo obtido da análise de cada aspecto em função do tipo de

empresa ................................................................................................................ 92

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Maiores publicadores de relatórios de sustentabilidade do mundo ...... 16

Figura 2 – Posição do Brasil no ranking da produção de celulose e de papel ...... 17

Figura 3 – Evolução da produção brasileira de celulose ....................................... 18

Figura 4 – Evolução da produção brasileira de papel ........................................... 18

Figura 5 – Evolução do consumo nacional de aparas. .......................................... 19

Figura 6 – Balança comercial do setor de papel e celulose. ................................. 19

Figura 7 – Matriz de sustentabilidade para empresas do setor florestal, celulose e

papel ..................................................................................................................... 32

Figura 8 – estágios de ciclo de vida que podem ser considerados numa ACV e as

típicas entradas/saídas medidas ........................................................................... 33

Figura 9 – Comparativo da segmentação de mercado por tempo de atuação ...... 83

Figura 11 – Perfil de adesão ao inventário de GEE e publicação de relatório de

sustentabilidade por segmento ............................................................................. 84

Figura 12 – Perfil da adesão ao Carbon Footprint por segmento.......................... 85

Figura 13 – Perfil da adesão a ISO 9001 por segmento ....................................... 86

Figura 14 – Perfil da adesão da ISO 14001 por segmento ................................... 87

Figura 15 – Perfil do índice de adesão da OHSAS 18001 por segmento ............. 88

Figura 16 – Perfil do índice de adesão ao FSC por segmento .............................. 88

Figura 17 – Perfil do índice de adesão ao CERFLOR por segmento .................... 89

Figura 10 – Comparativo entre as empresas que produzem papel reciclado por

segmento .............................................................................................................. 90

Figura 18 – Perfil da presença da realização de trabalho social por segmento .... 91

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 13

2 OBJETIVO ......................................................................................................... 14

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................................. 15

3.1 Evolução histórica da sustentabilidade ........................................................... 15

3.2 Publicações referentes à sustentabilidade ...................................................... 15

3.3 O mercado de papel e celulose ....................................................................... 16

3.3.1 Celulose ................................................................................................. 20

3.3.1.1 Tipo de celulose ............................................................................. 21

3.3.2 Papel ..................................................................................................... 21

3.3.2.1 Papéis para imprimir e escrever ..................................................... 22

3.3.2.2 Papéis para embalagens ................................................................ 23

3.3.2.3 Papel cartão ................................................................................... 25

3.3.2.4 Papéis para fins sanitários ............................................................. 26

3.3.2.5 Papéis especiais ............................................................................. 27

3.3.3 Processo produtivo ................................................................................ 28

3.3.3.1 Reciclagem de papel ...................................................................... 29

3.3.3.2 A indústria e a pressão ambiental .................................................. 30

3.4 A prática sustentável ....................................................................................... 32

3.4.1 Análise do ciclo de vida ......................................................................... 33

3.4.2 Inventário corporativo de emissão de gases do efeito estufa ................ 33

3.4.2.1 Emissões diretas de GEE ............................................................... 34

3.4.2.2 Emissões indiretas de GEE de energia .......................................... 34

3.4.2.3 Outras emissões indiretas de GEE ................................................. 35

3.5 Certificações ................................................................................................... 35

3.5.1 Carbon footprint ..................................................................................... 35

3.5.2 Panorama das certificações florestais no mundo .................................. 36

3.5.2.1 Panorama da certificação florestal no Brasil .................................. 37

3.5.2.2 Forest stewardship council (FSC) ................................................... 38

3.5.2.3 Programa brasileiro de certificação florestal (CERFLOR) .............. 39

3.5.2.4 Processo de certificação florestal ................................................... 39

3.5.3 Série de normas .................................................................................... 40

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3.5.3.1 ISO 9001 ........................................................................................ 41

3.5.3.2 ISO 14001 ...................................................................................... 41

3.5.3.3 OHSAS 18001 ................................................................................ 41

3.5.3.4 ISO 22000 ...................................................................................... 42

3.5.3.5 BS 7750 .......................................................................................... 43

3.5.3.6 SA 8000 .......................................................................................... 43

3.6 As maiores corporações de papel e celulose .................................................. 44

3.7 A sustentabilidade no aspecto individual de cada empresa ............................ 47

3.7.1 Ações empresarias no âmbito econômico ............................................. 47

3.7.1.1 Suzano ........................................................................................... 47

3.7.1.2 International Paper ......................................................................... 48

3.7.1.3 Grupo Orsa ..................................................................................... 48

3.7.1.4 Klabin ............................................................................................. 49

3.7.1.5 Fibria .............................................................................................. 49

3.7.1.6 CMPC ............................................................................................. 50

3.7.1.7 Ahlstrom ......................................................................................... 50

3.7.1.7.1 Supply chain sustentável ......................................................... 51

3.7.1.7.2 Emissões e produção ecologicamente eficiente ...................... 51

3.7.1.7.3 Mudança climática ................................................................... 52

3.7.1.7.4 Ciclo de vida ............................................................................ 53

3.7.1.8 Bignardi Papéis .............................................................................. 53

3.8.2 Ações empresarias no âmbito ambiental ............................................... 54

3.8.2.1 Suzano ........................................................................................... 54

3.8.2.2 International Paper ......................................................................... 56

3.8.2.3 Grupo Orsa ..................................................................................... 57

3.8.2.4 Klabin ............................................................................................. 57

3.8.2.5 Fibria .............................................................................................. 58

3.8.2.6 MD Papéis ...................................................................................... 59

3.8.2.7 Lwarcel ........................................................................................... 59

3.8.2.8 Rigesa ............................................................................................ 60

3.8.2.9 Santa Maria .................................................................................... 60

3.8.2.10 Bignardi Papéis ............................................................................ 61

3.9.3 Ações empresarias no âmbito social ..................................................... 62

3.9.3.1 Suzano ........................................................................................... 62

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3.9.3.2 International Paper ......................................................................... 63

3.9.3.3 Grupo Orsa ..................................................................................... 64

3.9.3.3.1 Colaboradores ......................................................................... 64

3.9.3.3.2 Fomento florestal ..................................................................... 65

3.9.3.3.3 Visão social e visão empresarial integradas ............................ 66

3.9.3.4 Klabin ............................................................................................. 66

3.9.3.5 Fibria .............................................................................................. 67

3.9.3.6 MD Papéis ...................................................................................... 69

3.9.3.7 Lwarcel ........................................................................................... 69

3.9.3.8 Rigesa ............................................................................................ 70

3.9.3.9 Santa Maria .................................................................................... 71

3.9.3.10 Bignardi Papéis ............................................................................ 72

3.10 A sustentabilidade através do papel reciclado .............................................. 72

3.10.1 Suzano ................................................................................................ 72

3.10.2 International Paper .............................................................................. 73

3.10.3 Grupo Orsa .......................................................................................... 73

3.10.4 Klabin ................................................................................................... 73

3.10.5 MD Papéis ........................................................................................... 74

3.10.6 Rigesa ................................................................................................. 74

4 METODOLOGIA ................................................................................................ 76

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................... 77

5.1 Apresentação das empresas selecionadas ..................................................... 77

5.1.1 Suzano .................................................................................................. 77

5.1.2 International Paper ................................................................................ 77

5.1.3 Grupo Orsa ............................................................................................ 78

5.1.4 Klabin ..................................................................................................... 78

5.1.5 Fibria ...................................................................................................... 79

5.1.6 MD Papéis ............................................................................................. 79

5.1.7 Lwarcel .................................................................................................. 80

5.1.8 CMPC .................................................................................................... 80

5.1.9 Rigesa ................................................................................................... 81

5.1.10 Ahlstrom .............................................................................................. 81

5.1.11 Santa Maria ......................................................................................... 82

5.1.12 Bignardi ............................................................................................... 82

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5.2 Análises comparativas .................................................................................... 82

5.2.1 Análise do tempo de mercado ............................................................... 83

5.2.2 Publicação de gestão ambiental ............................................................ 84

5.2.3 Carbon Footprint .................................................................................... 85

5.2.4 ISO 9001 ............................................................................................... 86

5.2.5 ISO 14001 ............................................................................................. 86

5.2.6 OHSAS 18001 ....................................................................................... 87

5.2.7 Selos Florestais ..................................................................................... 88

5.2.8 Produção de papel reciclado ................................................................. 89

5.2.9 Realização de trabalho social ................................................................ 90

5.2.10 Análise global de cada etapa ............................................................... 91

6 CONCLUSÃO .................................................................................................... 95

REFERÊNCIAS .................................................................................................... 96

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13

1 INTRODUÇÃO

Na sociedade moderna, é fundamental que o comportamento produtivo e

consumista seja padronizado para garantir às gerações futuras recursos naturais,

fontes energéticas, boas condições climáticas e alimento, dentre outros requisitos

essenciais à vida.

Por isso, atualmente, as grandes empresas de papel e celulose possuem

uma visão da sustentabilidade com prioridade, tanto na agenda quanto nos planos

estratégicos. O conceito de sustentabilidade deve estar apoiado em um tripé

econômico (obtenção de lucro), ambiental (preservação dos recursos naturais) e

social (desenvolvimento do capital humano), com a finalidade de otimizar

resultados financeiros, conservação ambiental e bem-estar da população é

condição para o sucesso, o desenvolvimento e a continuidade do próprio negócio

(BRACELPA, C2010a).

Dentre as muitas medidas sustentáveis que vem sendo tomadas pelas

empresas, algumas destas ações e talvez as mais importantes sejam o

rastreamento das emissões de gases causadores do efeito estufa. Esse controle

de emissões que surge como uma preocupação recente, mas não menos urgente,

hoje já engloba todo o ciclo de vida do produto considerando aspectos desde o

consumo energético de caldeiras até o grau de poluição agregado pelos veículos

dos funcionários no deslocamento até a empresa.

Outras medidas importantes são adoções de certificações que gerenciam o

processo, padronizam atividades, qualificam os serviços e os processos, desde a

matéria-prima ao produto final e diminuem a poluição. Outras certificações são

responsáveis pela preservação florestal e ambiental, imprescindíveis ao setor e ao

meio ambiente para um crescimento sustentável e duradouro.

A corporação que não estiver atenta a conscientização sustentável,

influenciada pela sociedade e pelas alterações provocadas ao meio ambiente,

perde mercado consumidor, prejudica a imagem empresarial e se torna obsoleta.

Por isso, também é de suma importância adoções de reciclagem de papel e o

máximo aproveitamento dos resíduos (aparas) papeleiros durante o processo.

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14

2 OBJETIVO

Esse trabalho tem como objetivo geral contribuir para o entendimento da

sustentabilidade no mercado de papel e celulose ao mapear 24 corporações

estrategicamente selecionadas. Em seguida, apenas as 12 melhores empresas

foram selecionadas para um estudo mais abrangente na atuação sustentável. As

empresas analisadas foram Suzano, International Paper, Grupo Orsa, Klabin,

Fibria, MD Papéis, Lwarcel, CMPC, Rigesa, Ahlstrom, Grupo Bignardi e Santa

Maria.

Este trabalho tem por objetivos específicos:

• Avaliar a sustentabilidade dentro do segmento através de ações

empresariais nas esferas ambientais, econômicas e sociais;

• Avaliar a presença da produção de papel reciclado nas empresas

elencadas para o estudo;

• Identificar tendências dentro do mercado, principalmente referentes a

práticas ambientais.

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15

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 Evolução histórica da sustentabilidade

A sustentabilidade se tornou algo comum. A “geração Y” já demonstra certa

preocupação com o meio ambiente, e como prova cabal da instalação permanente

desta preocupação na sociedade moderna temos hoje os jovens da chamada

“geração X”, nascidos a partir de 1990, os quais já demonstram de forma inerente

à sua formação a preocupação com a sustentabilidade.

A ideia de uma conjuntura social, ambiental e econômica, desenvolvendo-se

de forma sustentável foi primeiramente discutida na Europa por Ehrenfeld (2001),

criador do conceito Industrial Ecology, da Universidade da Noruega:

O desenvolvimento conduzido responsavelmente por indivíduos,

empresas, governos e outras instituições, cuidando do futuro como

se ele lhes pertencesse, dividindo e partilhando equitativamente os

recursos naturais dos quais os seres humanos e as demais

espécies dependem, de forma a garantir que aqueles que hoje

existem estejam presentes também no futuro para satisfazer as

necessidades e aspirações humanas.

Em síntese, podemos dizer que a sustentabilidade demanda o uso mais

eficiente dos recursos naturais, menor geração de resíduos, fontes alternativas de

energia, mudanças dos hábitos de consumo, reutilização e reciclagem de produtos,

e ainda outros meios que gradualmente vão tomando força nos dias de hoje.

3.2 Publicações referentes à sustentabilidade

Com o passar do tempo, o tema sustentabilidade foi tomando novas

proporções, englobando estudos áreas da engenharia, economia, administração,

agronomia, ecologia, sociologia, entre outras. O fenômeno da multidisciplinaridade

é explicado pela compreensão do próprio conceito de sustentabilidade, que

segundo Sachs (1993), envolve o âmbito social, ambiental, econômico, espacial e

cultural.

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16

Neste trabalho, para mapear as doze empresas brasileiras com maior

atuação, é necessária uma avaliação inicial para determinar primeiramente o grau

de relevância em termos quantitativos frente ao cenário mundial no que se refere à

variedade de publicações brasileiras para analisar se o estudo estará se

embasando em fontes suficientemente representativas.

A quantidade de publicações por países, apresentada na Figura 1, revela

que os Estados Unidos lideram o ranking com 5.251 estudos. Em seguida, temos

2091 estudos na Inglaterra, 1533 na Austrália, 1369 no Canadá, 975 na Alemanha,

837 na Holanda, 692 na China, 626 na Espanha, 620 na França, 520 na Itália, 519

no Brasil, 488 na Índia, 454 na Suécia, 426 na Suíça, 373 no Japão, 366 na Escócia,

345 na África do Sul, 297 na Nova Zelândia, 237 na Áustria e 235 na Bélgica. O

Brasil corresponde à 11ª posição do ranking.

Figura 1 – Maiores publicadores de relatórios de sustentabilidade do mundo

Fonte: VELTER et al. (2010)

3.3 O mercado de papel e celulose

No Brasil, existem 220 empresas em 540 municípios, situados em 18

Estados, com aproximadamente 2,2 milhões de hectares de florestas plantadas

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17

para fins industriais, outros 2,9 milhões em preservação e de 2,7 milhões de área

florestal total certificada. No país, as informações do setor são disponibilizadas pela

Associação Brasileira de Celulose e Papel (BRACELPA), que contém 45

corporações e 6 empresas colaboradoras associadas (BRACELPA, 2014).

O crescimento brasileiro tem sido constante no contexto mundial, em termos

de fabricação de celulose e papel. Estatísticas revelam o Brasil como o 4º maior

produtor mundial de celulose e o 9º maior produtor de papel e papelão, conforme a

Figura 2. Desde 1960, as taxas de crescimento da produção de celulose, papel e

papelão foram muito superiores aos demais produtores. Isso mostra que o Brasil

tem sido lugar para altos investimentos produtivos, na modernização e ampliação

do parque industrial (BRACELPA, 2014).

Figura 2 – Posição do Brasil no ranking da produção de celulose e de papel

Fonte: BRACELPA (2014)

A produção global de celulose, papel e papelão tem apresentado

crescimento aproximadamente constante desde os anos 60, atingindo em 2012

volumes de produção de 204 milhões de toneladas de celulose, e de 507 milhões

de toneladas de papel e papelão. No Brasil, a produção no mesmo período

alcançou patamares de 14 milhões de toneladas na celulose e 10 milhões de

toneladas no papel e papelão. As Figuras 3 e 4 apresentam a evolução brasileira

na produção de celulose e papel, respectivamente, de 2003 a 2014.

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Figura 3 – Evolução da produção brasileira de celulose

Fonte: BRACELPA (2014)

Figura 4 – Evolução da produção brasileira de papel

Fonte: BRACELPA (2014)

Neste ritmo, o Brasil apresenta um crescimento médio de produção anual de

7,5% na celulose, e de quase 6% a.a. na fabricação de papel e papelão, muito

acima da média histórica mundial de 2,2% a.a. na celulose e de 3,7% a.a. no papel

e papelão. Tais índices concretizam o país em posição favorável no comparativo

de crescimento dos 10 maiores fabricantes mundiais. Além disso, nota-se um

crescimento no uso de aparas, devido ao aumento da produção de papéis

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recicláveis e tentativa de aproveitamento completo do processo. A Figura 5 mostra

a evolução do consumo de aparas no Brasil de 2003 a 2013.

A forte atuação brasileira é comprovada pelas altas exportações, que em

2013, foi de 7,1 milhões de dólares com saldo comercial de 5,3 milhões de dólares.

Apenas em 2012, a contribuição de impostos ao Brasil do setor foi de 3,5 bilhões

de dólares (BRACELPA, 2014). A Figura 6 apresenta a balança comercial do setor.

Figura 5 – Evolução do consumo nacional de aparas.

Fonte: BRACELPA (2014)

Figura 6 – Balança comercial do setor de papel e celulose.

Fonte: BRACELPA (2014)

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Em termos de perspectivas, o Brasil possui um conjunto de aspectos que

podem aumentar ainda mais a participação do país na produção mundial

(atualmente responde por cerca de 7% na celulose e 2% no papel e papelão). O

país vive hoje um momento salutar tanto na indústria baseada na fibra branca como

na fibra marrom. O setor de grande importância econômica gera 128 mil empregos

diretos, sendo 79 mil na zona industrial e 51 mil na zona florestal, além de 640 mil

empregos indiretos (BRACELPA, 2014).

3.3.1 Celulose

No Brasil, as duas principais fontes de madeira usadas no processo

produtivo da celulose são o Pinus e o Eucalipto, estas fontes dão origem a mais de

98% da celulose produzida no país. A celulose pode ser obtida através de outras

fontes como o bambu, babaçu, sisal e o bagaço de cana-de-açúcar, ou seja, fontes

que não são a própria madeira.

Com o cultivo, crescimento e colheita das florestas plantadas, a madeira é

descascada em pedaços chamados cavacos que são posteriormente selecionados

através de processos físicos (remoção de lascas) e tratamento químico.

Primeiramente os cavacos são submetidos a um cozimento da ordem de 150 °C

em um equipamento denominado digestor. Com a alta temperatura a lignina é

separada das fibras de celulose (BRACELPA, c2010b).

A lignina é um dos principais constituintes da madeira por ser responsável

em conferir a rigidez da parede celular vegetal, atuando como um “adesivo” que

mantém as fibras de celulose unidas. Após a separação, as fibras celulósicas dão

origem a uma pasta de cor marrom que vai passar por uma série de agentes

químicos com o objetivo de lavar, depurar e branquear a polpa até o grau de alvura

esperado (BRACELPA, c2010b).

Concluída esta série de etapas, a celulose seguirá basicamente dois

caminhos distintos. Na primeira rota de produção, considerando uma empresa

integrada (com produção de celulose e papel), teremos a celulose contida na polpa

sendo bombeada para uma máquina de papel. No caso de uma empresa que não

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possua produção de papel conjugada com sua produção celulósica, teremos uma

segunda rota de produção onde a celulose passará por um processo de secagem

e será estocada em fardos para posteriormente ser comercializada para fábricas

de papel como matéria-prima (BRACELPA, c2010b).

A lignina após a separação das fibras, não é descartada. Através de

tratamentos químicos os reagentes utilizados no cozimento são recuperados e a

lignina é aproveitada.

3.3.1.1 Tipo de celulose

No processo produtivo de papel são utilizados dois tipos de celulose, eles

diferem em suas características físicas e químicas, consequentemente também na

qualidade do produto final obtido e na precificação de mercado (BRACELPA,

c2010c).

(a) Fibra longa: é originária de espécies coníferas como o Pinus, plantada no

Brasil, possuindo comprimento entre 2 e 5 milímetros. É utilizada na

produção de papéis que demandam mais resistência, como os de

embalagens, e nas camadas internas do papel cartão, além do papel

jornal.

(b) Fibra curta: a celulose de fibra curta, com 0,5 a 2 milímetros de

comprimento, é obtida principalmente do eucalipto. São fibras ideais para

a fabricação de papéis para imprimir e escrever e também papéis do

segmento Tissue (fins sanitários). As fibras do eucalipto também

compõem papéis especiais, entre outros itens, possuindo menor

resistência, com alta maciez e boa absorção.

3.3.2 Papel

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O papel está entre os produtos mais consumidos no mundo fazendo parte

do cotidiano da humanidade há séculos. É uma ferramenta essencial na

transmissão do conhecimento através de seu uso na comunicação por meio de

jornais e revistas, e na educação por meio dos livros e materiais didáticos.

O papel possui amplo uso comercial nas qualidades de embalagem, no

revestimento de alimentos, medicamentos e caixas para toda espécie de

transporte, também usado na higiene e limpeza através do segmento Tissue

(BRACELPA, c2010d).

As aplicações têm se diversificado para tornar mais fácil, ágil e produtiva a

vida de consumidores, empresas, instituições e governos. Para suprir essa

necessidade, é crucial a produção e consumo de papel dentro de padrões

sustentáveis, um desafio que têm feito a indústria alerta (BRACELPA, c2010d).

O papel manufaturado no Brasil possui origem nas árvores plantadas, ou

seja, um recurso renovável. O papel é um produto final 100% reciclável, sendo

possível com que o material retorne ao ciclo produtivo após seu consumo. O Brasil

destaca-se no cenário mundial dos produtores de papel através da autossuficiência

e do expressivo volume exportado (BRACELPA, c2010d).

3.3.2.1 Papéis para imprimir e escrever

Os primeiros papéis que surgiram na história tiveram a finalidade de servir à

escrita, com o passar do tempo e o aprimoramento dos métodos de reprodução o

papel passou a ser peça fundamental na pulverização de informação e

conhecimento.

A tecnologia refinou as características do papel e hoje é classificado em

diferentes categorias: (a) papel imprensa para jornal (b) papéis revestidos para

publicações (c) papéis não revestidos para publicações (d) papel para escrita e

reprodução (BRACELPA, c2010e).

Através da determinação do emprego que estes papéis terão trabalham-se

parâmetros como: resistência à dobra, água, luz, calor, rigidez à flexão,

permeabilidade à graxas e vapor de água. Os principais tipos de papéis são

(BRACELPA, c2010e):

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i) Papel Offset: Papel de impressão com ou sem revestimento, possui

boa colagem interna e superficial. Deve conter gramatura específica

para o processo Offset, que exige elevada rigidez e resistência

incluindo resistência à umidade e à própria água.

ii) Papel Couché: Indicado para trabalhos de alta performance que

exijam um acabamento mais sofisticado como rótulos, revistas,

folhetos e encartes. Normalmente é produzido a partir do papel de

imprimir, mediante a aplicação de tinta, podendo receber acabamento

brilhante ou texturizado.

iii) Papel Jornal ou Papel Imprensa: É usado na produção de qualquer

material periódico.

iv) Papel LWC: É utilizado na produção de catálogos e revistas.

v) Papel Monolúcido: Possui sua principal aplicação na impressão de

sacolas, rótulos, etiquetas e laminados.

vi) Papel Apergaminhado: Indicado para escrever, é opaco e liso por

igual nas duas faces, é usado normalmente para correspondências e

para produzir cadernos escolares, envelopes e folhas almaço.

vii) Papel “Super Bond”: Possui características bem próximas ao

apergaminhado porém é produzido em cores.

viii) Cartolina para impressos: Utilizado para pastas para arquivos e

cartões de visita.

3.3.2.2 Papéis para embalagens

Nesta categoria temos papéis destinados a proteger e acondicionar produtos

de diversas naturezas. Moldados majoritariamente como caixas ou sacos

apresentam grande diversidade tanto para embalagens de carga leve ou pesada.

Podem ser produzidos com fibras recicladas e a resistência é uma de suas

atribuições-chave.

A impermeabilidade e outras características exigidas para contato direto com

alimentos e outros produtos são definidos pelos processos de tratamento industrial

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do papel e pela sua combinação com outros materiais, como metais e plásticos.

Para esta categoria, temos a seguinte divisão (BRACELPA, c2010e):

(i) Papel Ondulado: o papel ondulado é utilizado na fabricação de chapas

e caixas, é classificado em:

a. Miolo: papel ondulado que é usado como recheio da chapa de

papelão.

b. Capa de Primeira (Kraftiner): papel produzido com grande

porcentagem de fibras virgens, atendendo às especificações de

resistência necessárias para constituir a capa ou o forro das caixas

de papelão ondulado.

c. Capa de Segunda (Testliner): papel semelhante ao anterior, mas

com propriedades inferiores, em função do uso de matérias-

primas recicladas em grande fração.

d. White Top Liner: papel branco fabricado com grande participação

de fibras virgens de celulose de acordo com as especificações de

resistência requeridas para caixas de papelão ondulado.

(ii) Papel Kraft: papel de embalagem, cuja característica principal é a

resistência mecânica, é classificado em:

a. Sacos Multifolhados: papel fabricado majoritariamente com fibras

longas de celulose, é altamente resistente ao rasgo e com boa

resistência ao rompimento. É utilizado principalmente para sacos

e embalagens industriais de grande porte.

b. Extensível: produzido essencialmente com fibras longas de

celulose. Possui alta resistência ao rasgo e à energia absorvida na

tração, é usado para embalagem de sacos de papel.

c. Natural ou em Cores para outros fins: fabricado principalmente

com fibras longas de celulose, monolúcido ou alisado, com

características de resistência similar ao Kraft Natural para Sacos

Multifolhados, é usado para a fabricação de sacos de pequeno

porte, sacolas e embalagens de modo geral.

d. Branco ou em Cores: também manufaturado com grande fração

de fibras longas de celulose, possui aspecto monolúcido ou

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alisado. É utilizado como folha externa em sacos multifolhados

principalmente na área alimentícia.

e. Tipo de primeira: é um papel de embalagem, com semelhanças

com o Kraft Natural ou em Cores, porém com menor resistência,

pode apresentar-se com acabamento monolúcido ou não, é

empregado na manufatura de sacos de pequeno porte.

f. Estiva ou Maculatura: papel fabricado essencialmente com

aparas, em cor natural com aspecto acinzentado. Em razão dessa

estética é utilizado para embrulhos que não requerem

apresentação como conicais, tubetes e outros.

g. Seda: papel de embalagem, branco ou em cores, é usado para

embalagem leves, e demais usos que necessitem de um aspecto

artístico ou decorativo.

h. Papel Glassine, Cristal ou Pergaminho: tem como característica

elementar a transparência, atingida através do alto grau de refino

no processo produtivo. É empregado em embalagens de

alimentos e em papéis autoadesivos.

i. Papel Greaseproof: com aspecto translúcido, possui elevada

impermeabilidade às gorduras e, por isso, compõe embalagem

para produtos gordurosos.

3.3.2.3 Papel cartão

O papel cartão é caracterizado pelo aspecto encorpado, rígido e com uma

faixa maior de gramatura, ou seja possui mais material por área de papel.

Amplamente utilizado na manufatura de embalagens para usos diversos, o papel

cartão é classificado nas seguintes categorias (BRACELPA, c2010e):

i) Papel cartão Duplex: é formado por duas camadas com cores ou

composições variadas, além de conferir resistência mecânica para

compor embalagens e caixas. Possui alta resistência superficial,

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espessura uniforme e absorção de água e tina compatíveis com a

impressão offset.

ii) Papel cartão Triplex: é um papel característico por possui três ou mais

camadas, é utilizado em embalagens alimentícias.

iii) Cartão Sólido: possui diferentes camadas brancas, constitui

embalagens de cosméticos, medicamentos, produtos de higiene

pessoal e cartões-postais.

iv) Cartolina Branca e Colorida: com camada única ou camadas

sobrepostas possui amplo uso como pastas para arquivos, etiquetas,

capas de livros, entre outros.

v) Papelão: possui elevada gramatura e rigidez, o papelão é um cartão

fabricado em várias camadas. Pode ser empregado como caixa até

usos mais pontuais como as capas de cadernos.

vi) Polpa Moldada: obtida a partir da desagregação ou separação das

fibras das aparas, principalmente de jornal. Estas fibras então são

dissolvidas em água e processadas com agentes químicos para

formar uma massa com a qual são produzidos produtos como

bandejas para transporte e proteção de celulares, geladeiras, e

fogões.

3.3.2.4 Papéis para fins sanitários

Essa categoria também é chamada de Papéis Tissue, é constituída por

folhas ou rolos de baixa gramatura, utilizados para higiene pessoal e limpeza

doméstica. Como exemplos temos o papel higiênico, lenços, papel-toalha e

guardanapos.

Os papéis Tissue possuem em sua constituição aparas recicladas de boa

qualidade, porém a predominância é de fibras virgens no processo produtivo. Os

principais tipos de papéis para fins sanitários são (BRACELPA, c2010e):

i) Papel Higiênico: é produzido em diferentes graus de maciez e

com uma ou mais folhas sobrepostas.

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ii) Guardanapo: pode conter aparas que foram tratadas

quimicamente visando atingir textura e absorção adequada.

iii) Toalhas de Mão: possui uso comercial podendo ser utilizado

em rolos ou folhas avulsas.

iv) Toalhas de Cozinha: destinadas ao consumo doméstico para

limpeza em geral como em partes cerâmicas e partes

metálicas.

v) Lenços: podem utilizar aparas de boa qualidade com

tratamento químico possuindo menor gramatura, ou seja, uma

menor quantidade de material por metro quadrado. São

utilizados na limpeza facial.

3.3.2.5 Papéis especiais

Os papéis classificados como papéis especiais são muitos e suas aplicações

são mais variadas ainda. Como exemplos corriqueiros temos os filtros de café, o

papel-moeda e papéis autocopiativos, dentre eles destacam-se (BRACELPA,

c2010e):

i) Papéis Autoadesivos: estes papéis são recobertos por gomas

sintéticas e adesivo à base de resinas, aderindo a superfície com a

qual entram em contato. Compõem etiquetas e fitas adesivas para

fechar embalagens.

ii) Papéis Decorativos: São úteis para revestimento de chapas de

madeira ou compensados, também empregado em móveis e pisos.

iii) Papéis Metalizados: são papéis que recebem tratamento químico

para adquirirem o aspecto metalizado para fins industriais.

iv) Papel Absorvente Base para Laminados: com alta absorção, é usado

na fabricação de laminados plásticos no manuseio de resinas

sintéticas.

v) Papel Autocopiativo: é utilizado para cópias duplicadas sem a

necessidade de papel carbono, isso é feito mediante a inserção de

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microcápsulas de corante na primeira vida do papel. A via

intermediária contém revelador da face da frente e microcápsulas

atrás, registrando assim as letras, transmitindo-as para a próximas

folha.

vi) Papel Crepado: possui maior índice de elasticidade e maciez,

características importantes para o uso como base para germinação

de sementes, fitas adesivas e reforço de costura em sacos

multifoliados.

vii) Papel de Segurança: essa categoria é destinada à impressão de

selos, papel-moeda, tickets, ingressos e documentos que exigem

proteção contra fraudes. As principais ferramentas de segurança

incluem ausência de fluorescência, microcápsulas e fios visíveis a

olho nu sob luz UV, além disso possuem também pigmento imunes à

reprodução por scanner.

viii) Papel Filtrante: normalmente produzido com pasta química, possui

emprego em diversos processos industriais de filtração

ix) Papel Kraft Especial para Cabos Elétricos: é fabricado sem metais e

outros materiais condutores de eletricidade, conferindo elevada

resistência mecânica e elétrica.

x) Papel Kraft Especial para Condensadores: é isento de cloretos

solúveis, possui porosidade e pureza química específicas para uso

em condensadores.

xi) Papel Kraft Especial para Fios Telefônicos: este tipo de papel é

utilizado nos fios condutores de cabos telefônicos, conferindo elevada

resistência mecânica.

3.3.3 Processo produtivo

A indústria papeleira possui como matéria-prima elementar a celulose, obtida

pelo beneficiamento da madeira e, também de aparas de papel geradas durante o

processo industrial ou recuperadas após o consumo dos produtos. Além de outros

materiais fibrosos.

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A celulose chega em forma de placas na unidade fabril onde será

processada. Um equipamento denominado “Hidrapulper” é o responsável por

preparar a pasta celulósica, misturando a celulose em água em um processo

semelhante ao executado por um liquidificador (BRACELPA, c2010f).

O resultado é uma massa que sofrerá tratamento químico de acordo com a

aplicação final do papel, exemplos são o tingimento ou adição de cola. O tratamento

pode ser físico também como quebra das fibras em pedaços menores, conferindo

resistência, uniformidade e maior resistência (BRACELPA, c2010f).

Quando esta massa chega à máquina de papel ela é submetida em duas

etapas: a etapa úmida e a etapa seca. Na etapa úmida é formada a folha de papel:

sobre uma tela, as fibras de celulose são separadas da água, resultando em uma

espécie de tecido (BRACELPA, c2010f).

Na segunda etapa a folha percorre um conjunto de cilindros aquecidos para

garantir a secagem do papel. Concluída esta etapa, o papel recebe tratamentos

para atingir determinados padrões de acordo com o seu uso final. O método mais

empregado é a calandragem, na qual o material é submetido a um sistema de rolos

que intensifica as características de lisura e brilho do produto final. O final da linha

produtiva possui rebobinadeiras para enrolar o papel já completamente seco para

posterior estocagem ou expedição (BRACELPA, c2010f).

Por fim, a engenharia do processo requer alta demanda energética e grande

consumo de água. Através do aprimoramento de processos cada vez mais limpos,

têm se buscado usar os resíduos da madeira (no caso das produtoras de celulose)

para alimentar as caldeiras gerando energia através de biomassa, paralelamente à

isso a água utilizada no processo é reaproveitada por grande parte das unidades

produtoras visando um desempenho cada vez mais sustentável (BRACELPA,

c2010f).

3.3.3.1 Reciclagem de papel

No Brasil o papel está entre os produtos que apresentam maior taxa de

reciclagem: 45,5% de todos os papéis que circularam no país em 2011 foram

reciclados. Vale lembrar que um grande volume das aparas de papel reciclável

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possui aplicações secundárias, como o uso na fabricação de telhas. A quantidade

de aparas reaproveitada nessas aplicações não são contabilizadas nas estatísticas,

caso assim o fizessem o índice subiria de forma significativa (BRACELPA, c2010g).

A reciclagem é tradicional no setor papeleiro do Brasil. Devido à um grande

subsistema criado pela reciclagem, as fábricas são abastecidas por uma grande

rede de fornecedores de aparas e cooperativas, os quais executam a classificação,

triagem e enfardamento do material. As atividades geradas nesse subsistema

geram oportunidade de renda para diversos estados no país (BRACELPA, c2010g).

Considerando que todo o papel produzido no Brasil possui origem na

celulose de florestas plantadas de pinus e eucalipto, o processo de reciclagem tem

origem em uma fonte de recursos renováveis.

A reciclagem contribui para um balanço ambiental positivo a gradativamente

cada vez mais corporações do segmento tem utilizado aparas na produção, seja

para um papel 100% reciclado ou para uma composição de fibras recicladas com

fibras virgens gerando um produto também de caráter reciclado (BRACELPA,

c2010g).

Além dos fatores já citados, a recuperação do material após o consumo

contribui para a redução do volume de detritos a ser descartado em lixões e aterros

sanitários já saturados. Pelo alto poder calorífico, o papel pode ser utilizado na

reciclagem energética também, característica que tende a assumir proporção e

importância maior no futuro próximo.

Mitigar o desperdício de papel e adotar hábitos de separação de material

reciclável são práticas que ajudam a melhorar a qualidade e homogeneidade das

fibras de celulose que retornam às fábricas.

O papel não pode ser reciclado por inúmeras vezes, visto que as fibras

perdem a resistência e as características físico-químicas que definem o tipo de

papel. Por isso será sempre necessário e salutar o emprego de fibras virgens

originárias das florestas plantadas para viabilizar a produção e atender às

necessidades de consumo (BRACELPA, c2010g).

3.3.3.2 A indústria e a pressão ambiental

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Atualmente, os países subdesenvolvidos sofrem uma generalização

negativa, de que é extremamente difícil solucionar os problemas ambientais, uma

vez que não possuem nível econômico semelhante ao de países desenvolvidos (ou

seja, de primeiro mundo). Ou ainda que a influência da globalização favorecesse a

instalação de empresas poluentes (sem conscientização sustentável) para os

países de terceiro mundo.

Tal ponto de vista foi contestado ao apresentar inúmeros eventos bem

sucedidos, de controle e prevenção de passivos, em países subdesenvolvidos,

segundo o estudo “Greening Industry - New Roles for Communities, Markets and

Governments” (WORLD BANK, 1999).

A fim de reduzir as emissões, uma alternativa foi proposta pelos governantes

através de uma taxação. Tal solução beneficia a política econômica e sustentável

do Estado, pois pode investir na prevenção de passivos ao mesmo tempo em que

diminui a poluição (WORLD BANK, 1999).

A influência do marketing é decisiva quando se trata de incentivar práticas

mais sustentáveis no quesito ambiental e social, principalmente, em uma economia

tão dinâmica como a do mundo globalizado. Para isso, o estudo de um banco

europeu chamado “Are the founders of sustainability true to their roots? – An

overview of the forestry and paper industry” preparou diversos perfis de grandes

companhias industriais, com uma inclinação para a adoção de gestões mais

sustentáveis (SARASIN, 2000).

As empresas do estudo foram SCA, Holmen, Metsa Seria, Aracruz,

International Paper, Stora Enso, Assi Doman Korsnas, UPM-Kymmene,

Weyerhauser, Norske Skog, Abitibi Consolidated. A compilação dos dados foi

realizada através de uma avaliação intra-setorial e, então, efetuado um comparativo

individual em relação à média de diversos setores conforme o desempenho de suas

respectivas gestões ambientais. A Figura 7 contém os resultados dessa avaliação

(SARASIN, 2000).

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Figura 7 – Matriz de sustentabilidade para empresas do setor florestal, celulose e papel

Fonte: SARASIN (2000)

3.4 A prática sustentável

Com um mercado consumidor cada vez mais atento e seletivo, temos visto

que apenas algumas certificações já não são mais diferenciais, agora, frente ao

apelo ambiental uma série de certificações referentes à sustentabilidade vem sendo

obtidas pelas empresas.

Os Inventários Corporativos de Emissões de Gases do Efeito Estufa são um

dos passos para muitas empresas que estão homologando ambientalmente seus

processos. Por isso, uma das principais ferramentas que tem figurado o cenário

brasileiro tem sido o Inventário de Emissões de Gases do Efeito Estufa e a Análise

de Ciclo de Vida dos produtos.

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3.4.1 Análise do ciclo de vida

A Análise de Ciclo de Vida (ACV) é a compilação e avaliação das entradas,

saídas e dos potenciais impactos ambientais de um sistema de produto ao longo

do seu ciclo de vida.

O termo “ciclo de vida” refere-se à maioria das atividades no decurso da vida

do produto desde a sua fabricação, utilização, manutenção, e deposição final;

incluindo aquisição de matéria-prima necessária para a fabricação do produto. A

Figura 8 ilustra os possíveis estágios de ciclo de vida que podem ser considerados

numa ACV e as típicas entradas/saídas medidas (USEPA, 2001).

Figura 8 – estágios de ciclo de vida que podem ser considerados numa ACV e as típicas entradas/saídas medidas

Fonte: FERREIRA (2004)

3.4.2 Inventário corporativo de emissão de gases do efeito estufa

O Inventário é uma quantificação das emissões de GEE (Gases do Efeito

Estufa) relacionada aos processos de produção e distribuição do produto, o qual

geralmente é determinado com base no GHG Protocol (Protocolo de Gases do

Efeito Estufa), que é um padrão corporativo de contabilização e reporte.

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Segundo as especificações do GHC Protocol Brasil (2010), a empresa deve

incluir em seu inventário de emissões todos os gases internacionalmente

reconhecidos como gases de efeito estufa regulados pelo Protocolo de Kyoto, tais

como: dióxido de carbono (CO2), metano (CH4), óxido nitroso (N2O), hexafluoreto

de enxofre (SF6), hidrofluorcarbonos (HFCs) e perfluorcarbonos (PFCs)

As emissões podem vir de fontes diretas ou indiretas. Como forma de ajudar

a delinear as fontes de emissão direta e indireta, as quais estão divididas três

quantificações/avaliações/análises, para fins de contabilização e elaboração do

inventário de GEE (GHC PROTOCOL BRASIL, 2010).

3.4.2.1 Emissões diretas de GEE

Segundo o GHC Protocol Brasil (2010), emissões diretas de GEE são as

provenientes de fontes que pertencem ou são controladas pela organização, como,

por exemplo, as emissões de combustão em caldeiras, fornos, veículos da empresa

ou por ela controlados, emissões da produção de químicos em equipamentos de

processos que pertencem ou são controlados pela organização, emissões de

sistemas de ar condicionado e refrigeração, entre outros.

3.4.2.2 Emissões indiretas de GEE de energia

Segundo o GHC Protocol Brasil (2010), contabiliza as emissões de GEE

provenientes da aquisição de energia elétrica e térmica que é consumida pela

empresa. A energia adquirida é definida como sendo aquela que é comprada ou

então trazida para dentro dos limites organizacionais da empresa. Assim ocorrem

fisicamente no local onde a energia é produzida, quando a produção ocorre fora do

limite organizacional.

Estas constituem uma categoria especial de emissões indiretas. Para muitas

organizações, a energia adquirida representa uma das principais fontes de

emissões de GEE e a oportunidade mais significativa de reduzir tais emissões. A

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contabilização permite avaliar oportunidades e riscos associados à mudança nos

custos da energia e das emissões de GEE (GHC PROTOCOL BRASIL, 2010).

O uso de energia pode ser reduzido investindo-se em tecnologias e

processos em prol da eficiência energética e da conservação de energia. Além

disso, os mercados emergentes de “energia verde” oferecem oportunidades para

algumas organizações migrarem para fontes de energia que sejam menos

intensivas em termos de emissões de GEE (GHC PROTOCOL BRASIL, 2010).

3.4.2.3 Outras emissões indiretas de GEE

Segundo o GHC Protocol Brasil (2010), é uma categoria de relato opcional,

que permite a consideração de todas as outras emissões indiretas. Estas são uma

consequência das atividades da empresa, mas ocorrem em fontes que não

pertencem ou não são controladas pela empresa.

Alguns exemplos de atividades desta categoria são: a extração e produção

de matérias-primas e outros materiais realizados por outra empresa, mas utilizados

nos processos da empresa que está elaborando o inventário; o transporte de

colaboradores da empresa em meios não controlados pela mesma; e as emissões

relativas ao uso final de bens de consumo vendidos pela empresa inventariada,

entre outras (GHC PROTOCOL BRASIL, 2010).

3.5 Certificações

3.5.1 Carbon footprint

A Certificação “Pegada de Carbono”, tradução literal de Carbon Footprint é

a norma mais recente na conjuntura nacional do mercado de papel e celulose. A

Internacional Standardization Organization, publicou em seu site a notícia de que

está desenvolvendo a ISO 14067, norma na qual corresponderá à “Pegada de

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Carbono”. No entanto no Brasil já atuavam outros órgãos certificadores como a

Global Footprint Network e a Carbon Trust (CARBON TRUST, c2015).

Empresas de todo o mundo estão buscando as melhores práticas para

quantificar, reduzir e compensar os Gases do Efeito Estufa (GEE) emitidos por

todas as atividades e pelas atividades associadas em sua cadeia de produção, e

pesquisando formas para comunicar de maneira transparente essas emissões. A

pegada de carbono, por possuir uma abordagem de Análise de Ciclo de Vida (ACV),

é uma medida mais precisa e abrangente para mensurar as emissões de GEE de

um produto e serve como uma importante ferramenta para o desenvolvimento de

estratégias de redução desses gases ao longo de toda a cadeia, incluindo

principalmente os fornecedores (CARBON TRUST, c2015).

Segundo a Carbon Trust (c2015), a diferença básica entre a pegada de

carbono de um produto e o Inventário Corporativo de emissões de uma empresa

está nas fronteiras de cálculo que definem o escopo de cada uma das abordagens.

Enquanto a Pegada de Carbono quantifica as emissões de gases do efeito estufa

associadas a todas as etapas do ciclo de vida de um produto, o Inventário de

Emissões quantifica as emissões de uma determinada etapa da cadeia de

produção.

3.5.2 Panorama das certificações florestais no mundo

Entre os sistemas internacionais de certificação florestal destacam-se o FSC

(Forest Stewardship Council), existente desde 1993 com sede no México, e

também o PEFC (Pan-European Forest Certification) que foi fundado em 1998

como resposta da Europa frente a dominância do FSC.

Paralelamente foram sendo introduzidos sistemas nacionais de certificação

para países desses continentes como o Finnish Forest Certification System

(Finlândia), Canadian Standard Association (Canadá), Sustainable Forest Initiative

(EUA) e o sistema nacional da Malásia. Na Malásia o conselho nacional

estabeleceu critérios e indicadores segundo a ITTO. Na Indonésia há um sistema

nacional para concessões, no Brasil o selo CERFLOR, e na Ásia e na bacia do

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Congo a certificação aprovada pela fundação Kerhout (SPATHELF; MATTOS;

BOTOSSO, 2004).

Como resultado, a área florestal certificada no mundo, por todos os sistemas

totaliza mais de 120 milhões de hectares, sendo apenas 8% em países em

desenvolvimento. O volume de madeira proveniente de florestas certificadas

aumentou expressivamente no decorrer dos últimos anos, concentrando o

marketing dessa madeira em poucos segmentos do mercado internacional. As

florestas certificadas pelo FSC no mundo compreendem uma área de mais de 40

milhões de hectares. O maior interesse por produtos com origem certificada

apresenta-se mais significativamente nos países desenvolvidos (SPATHELF;

MATTOS; BOTOSSO, 2004).

3.5.2.1 Panorama da certificação florestal no Brasil

Com uma área florestal de 544 milhões de ha, o Brasil é um dos países mais

salutares no mundo em termos de floresta tropical. Dentro da área total, em torno

de 5 milhões são plantações (com a expressiva quantidade de 4,8 milhões sendo

pinus e eucalipto, matéria-prima para produção de papel).

Além dos fatores já citados, o Brasil é o maior consumidor de madeira

tropical no mundo. A maior quantidade consumida provém dos "pólos madeireiros"

nos estados do Pará, Mato Grosso e Rondônia. Os maiores consumidores internos

são as regiões Sul e Sudeste. Somente o Estado de São Paulo consome um volume

maior de madeira do que o maior consumidor de madeira tropical da Europa, a

França (SPATHELF; MATTOS; BOTOSSO, 2004).

Dentre a quantidade de madeira que é produzida no Brasil para o mercado

interno consiste em lenha ou madeira para carvão vegetal; essa madeira não será

afetada pela certificação no curto-prazo. Em torno de 95% da madeira produzida

no Brasil é consumida no mercado interno, 86% da madeira fabricada na Amazônia

destina-se também ao consumo interno, e 65% das exportações são compradas

pelos Estados Unidos e União Europeia correspondendo à 2% da produção total

brasileira (SPATHELF; MATTOS; BOTOSSO, 2004).

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As exportações são divididas em painéis de madeira - 30% polpa / celulose

- 40% gerando as maiores taxas de exportação, a madeira serrada representa 7,5%

e a madeira roliça menos de 1%. A contribuição das exportações brasileiras para o

total das exportações madeireiras no mundo fica em 3%, sendo assim fica evidente

uma baixa participação brasileira no mercado internacional de madeira.

Ainda assim, pode-se afirmar que o setor de celulose no Brasil apresenta-se

emergente e promissor, devido as vantagens comparativas na condução de

plantações de rápido crescimento e na produção como clima e solo favorável.

3.5.2.2 Forest stewardship council (FSC)

A certificação Forest Stewardship Council (FSC) consiste num sistema de

garantia, de impacto internacional, identificável através de logomarca, produtos

madeireiros ou não originados do bom manejo florestal. O empreendimento, poderá

ser certificado, desde que atenda aos princípios e critérios do FSC. Para isso,

existem três modalidades: (a) Manejo Florestal; (b) Cadeia de Custódia e (c)

Madeira Controlada (FSC, 2014).

A certificação de Manejo Florestal garante o manejo da floresta de forma

responsável, de acordo com os princípios e critérios da certificação FSC. A

certificação de cadeia de custódia garante a rastreio das atividades desde a

produção da matéria-prima oriunda das florestas até a chegada ao consumidor

final. As normas de madeira controlada do FSC têm por finalidade efetuar auxílio

para evitar que as empresas certificadas usem madeiras consideradas inaceitáveis

nos seus produtos FSC, tendo assim um produto misto de certificado e não

certificado (FSC, 2014).

O Brasil possui 6,411 milhões de hectares certificados na modalidade de

manejo florestal e envolve 103 operações de manejo, entre áreas de florestas

nativas e plantadas. O país ocupa o 6º lugar no ranking total do sistema FSC (FSC,

2014).

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3.5.2.3 Programa brasileiro de certificação florestal (CERFLOR)

O sistema nacional de certificação chamado CERFLOR foi desenvolvido em

1993 valendo-se dos critérios propostos pelos países vizinhos da Amazônia

resultando em 37 indicadores e 12 critérios de sustentabilidade das florestas.

Atualmente a tarefa é estender os acordos ao nível nacional, com a proposta de

prioridades e sua integração na política nacional ambiental. A iniciativa para um

processo nacional de certificação baseia-se em uma parceria da Sociedade

Brasileira de Silvicultura (SBS), a Associação Brasileira de Normas Técnicas

(ABNT) / Instituto Nacional de Metrologia (INMETRO), Embrapa, Universidades,

empresas e demais fomentadores (SPATHELF; MATTOS; BOTOSSO, 2004).

Como fator peculiar no cenário brasileiro de certificação florestal, existem

também o grupo de compradores, que consiste em um grupo diversificado,

contendo indústrias, varejistas, Prefeituras e sindicatos moveleiros. Os grupos de

compradores se comprometem a promover madeira certificada já tendo aumentado

expressivamente essa demanda, sobretudo de eucalipto para exportação.

3.5.2.4 Processo de certificação florestal

É importante saber discernir entre certificação ambiental de produtos (família

ISO 14000, a qual abrange o desenho a produção de produtos e monitoramento de

sistemas produtivos sob o ponto de vista ambiental), da certificação do manejo

florestal (FSC, CERFLOR entre outros) e também saber distinguir a certificação da

cadeia de custódia. Esta última, garante a identidade do produto na floresta em

toda etapa de processamento (SPATHELF; MATTOS; BOTOSSO, 2004).

A certificação é um processo voluntário e, no caso da certificação florestal,

visa a implementação do "bom manejo florestal". Consiste num pedido de auditoria

feita por certificadoras credenciadas, que agem de forma independente, mas

debaixo dos princípios e critérios estabelecidos pelo modelo de certificação

escolhido (SPATHELF; MATTOS; BOTOSSO, 2004).

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A madeira extraída da floresta obtém o selo se a floresta for manejada

segundo os critérios estabelecidos. O processo de certificação, em geral, requer

um monitoramento periódico e uma renovação a cada cinco anos. Os custos

normalmente consistem nos gastos para a auditoria e para a adequação aos

padrões do sistema órgão certificador (SPATHELF; MATTOS; BOTOSSO, 2004).

Existem ainda outras medidas que figuram a conjuntura atual das empresas.

Entre elas estão as certificações ISO, algumas mais comuns, outras mais atípicas,

como é o caso da ISO 22000, a qual é mantida apenas pela Klabin, ou da BS 7750,

mantida pela Suzano, e também tratando da Pegada de Água que apareceu de

forma tímida, sendo apenas citada no Relatório Anual da Ahlstrom.

3.5.3 Série de normas

As normas estabelecem a qualidade dos processos envolvidos no setor

produtivo empresarial, nos mais diversos setores, através de uma certificação para

a implantação, manutenção e melhoria continua de serviços. Além de estabelecer

responsabilidades de gestão social, ambiental, de qualidade e de segurança. Estas

normas são essenciais ao setor empresarial que deseja uma boa imagem

corporativa e presença de mercado. O Quadro 1 apresenta um resumo de normas

importantes ao setor de papel e celulose.

Quadro 1 – Normas importantes adotadas no segmento de papel e celulose

Norma Função

ISO 9001 Atesta a qualidade dos processos e produtos.

ISO 14001 Certifica a gestão dos impactos ambientais envolvidos nas atividades.

ISO 22000 Define requisitos para Sistema de Gestão de Segurança Alimentar.

OHSAS 18001

Reconhece que a corporação adota os melhores procedimentos de segurança e de saúde ocupacional.

BS 7750 Especifica requisitos para o desenvolvimento e manutenção de um Sistema de Gestão Ambiental.

SA 8000 Modelo ISO 9000 aplicado à responsabilidade social: trabalho infantil, trabalho forçado, segurança e saúde no trabalho e carga horária.

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3.5.3.1 ISO 9001

Essa norma define os critérios que deverão ser cumpridos, é adequada para

qualquer organização que busca melhorar a forma como trabalha e como é

gerenciada. Os melhores retornos ocorrem quando a norma é implementada em

toda a organização e não somente em determinadas áreas da empresa. A ISO 9001

foi desenvolvida para ser compatível com outras normas e especificações de

sistemas de gestão, tais como a OHSAS 18001 de Segurança e Saúde Operacional

e a ISO14001 de Meio Ambiente. Estas normas compartilham muitos princípios

comuns, portanto a escolha de um sistema de gestão integrada pode agregar um

excelente valor pelo investimento (BSI, c2014).

3.5.3.2 ISO 14001

A ISO 14001 é uma norma internacionalmente reconhecida que define o que

deve ser feito para estabelecer um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) efetivo. A

norma é desenvolvida com o intuito de criar o equilíbrio entre a manutenção da

rentabilidade e a redução do impacto ambiental, com o comprometimento de toda

a organização. Isto significa que devem ser identificados os aspectos do negócio

que impactam o meio ambiente e compreender a legislação ambiental relevante à

sua situação. O próximo passo é preparar objetivos para melhoria e um programa

de gestão para atingi-los, com análises críticas regulares para melhoria contínua

(BSI, c2014).

3.5.3.3 OHSAS 18001

Um Sistema de Gestão de Saúde e de Segurança Ocupacional (SGSSO)

promove um ambiente de trabalho seguro e saudável através de uma estrutura que

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permite à sua organização identificar e controlar seus riscos relacionados à

segurança, saúde e acidentes em potencial, e auxiliar na conformidade legislativa.

A OHSAS 18001 é uma especificação de auditoria internacionalmente

reconhecida para sistema de gestão de segurança e saúde ocupacional. Foi

desenvolvida por um conjunto de organismos comerciais líderes e órgãos

certificadores com foco para uma lacuna para a qual não existe uma norma

internacional certificável (BSI, c2014).

A OHSAS 18001 foi desenvolvida com compatibilidade com a ISO 9001 e a

ISO 14001, para ajudar a cumprir com suas obrigações de saúde e segurança de

um modo eficiente. As áreas chave a seguir são enfocadas pela OHSAS 18001: (a)

planejamento da identificação de perigos, avaliação de riscos e controle dos riscos;

(b) estrutura e responsabilidade; (c) treinamento, conscientização e competência;

(d) consulta e comunicação; (e) controle operacional; (f) prontidão e resposta a

emergências e (g) medição de desempenho, monitoramento e melhoria (BSI,

c2014).

A OHSAS 18001 pode ser adotada por qualquer organização que deseja

implementar um procedimento formal para redução dos riscos associados com

saúde e segurança no ambiente de trabalho para os colaboradores, clientes e o

público em geral.

3.5.3.4 ISO 22000

A ISO 22000 é uma norma internacional para padronização da gestão da

segurança alimentar, abrangendo toda a cadeia de suprimentos. A norma trabalha

com competências chaves para garantir a segurança dos alimentos incluindo: (a)

comunicação interativa; (b) sistema de Gestão; (c) controle de perigos e (d)

melhoria contínua (BSI, c2014).

A normatização é adequada para qualquer ponto do supply chain na área

alimentícia. Algumas empresas do segmento de papel e celulose detém este selo

em função da produção de embalagens para acondicionar alimentos. A ISO 22000

também se aplica às corporações que buscam integrar seu sistema de gestão da

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qualidade, por exemplo, a ISO 9001 e seu sistema de gestão de segurança

alimentar.

3.5.3.5 BS 7750

A Norma BS 7750 foi emitida pelo Instituto Britânico de Normatização - BSI,

tendo sua primeira versão publicada em 1992, especificando os requisitos para o

desenvolvimento, implantação e manutenção de sistemas de gestão ambiental que

visem garantir o cumprimento de políticas e objetivos ambientais. A norma não

estabelece critérios de desempenho ambiental específicos, mas exige que as

organizações formulem políticas e estabeleçam objetivos (AMBIENTE BRASIL,

c2010).

Aplica-se a qualquer organização que deseje: garantir o cumprimento a uma

política ambiental estabelecida e demonstrar este cumprimento a terceiros. A

elaboração da norma britânica BS 7750 foi confiada pelo Comitê Normativo de

Gerenciamento Ambiental a um Comitê Técnico Especial (ESS/1), no qual

inúmeras organizações empresariais, técnicas, acadêmicas e governamentais

estavam representadas (AMBIENTE BRASIL, c2010).

A BS 7750 foi construída de forma a permitir que qualquer empresa,

independente do seu porte, atividade ou localização, estabeleça um sistema de

gerenciamento efetivo, como alicerce para um desempenho ambiental seguro e

para os procedimentos de auditoria ambiental.

3.5.3.6 SA 8000

A SA 8000 é uma norma internacional que regulamenta as práticas sociais

do emprego por fabricantes e seus fornecedores. É reconhecida como a norma

mais aplicável ao ambiente de trabalho, sendo compatível com qualquer porte de

indústria em qualquer setor.

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Dentre as áreas cobertas pela SA 8000 estão: (a) trabalho infantil; (b)

trabalho forçado; (c) saúde e segurança; (d) liberdade de associação e direito a

acordos coletivos; (e) discriminação; (f) práticas disciplinares; (g) horas de trabalho

e (h) compensação e sistemas de gestão (SGS, c2015).

A SA 8000 trabalha de acordo com padrões internacionais estipulados por

organizações como a Convenção das Nações Unidas pelos Direitos da Criança e

também na Declaração Universal dos Direitos Humanos.

3.6 As maiores corporações de papel e celulose

Uma análise das maiores corporações do setor produtivo de papel e celulose

é importante para delimitar informações em geral, tais como área de atuação,

origem, atividade, unidades no país, produção de papel reciclado e relatórios de

sustentabilidade. Além das questões socioambientais bem como ferramentas

normativas descritas anteriormente.

Dentre este grupo de corporações, é importante ressaltar que a empresa

brasileira Bahia Speciality foi comprada pelo Grupo Sateri Holdings, a brasileira

Cenibra pertencente ao grupo japonês JBP, a brasileira Melhoramentos comprada

pelo grupo chileno CMPC e a brasileira Rigesa subsidiária do grupo norte-

americano MeadWestvco (MWV).

Enquanto que a Veracel é uma empresa brasileira com controle acionário

exercido pela Fibria (Brasil) e Stora Enso (grupo sueco-finlandês), ambas com 50%

de participação. A Veracel foi criada para consolidar um abastecedor comum de

celulose, pois produz somente celulose que por sua vez é destinada para as 2

empresas de papel, com fluxos independentes.

Os Quadros 2 e 3 apresentam quadros resumidos com informações

pertinentes das 24 maiores corporações de papel e celulose, importantes para

descrever a atuação sustentável de cada uma. As informações são provenientes

dos relatórios de sustentabilidade de cada corporação. É importante ressaltar, que

conforme o Quadro 2, dentre as todas as corporações, quatro são produtoras de

celulose, doze são produtoras de papel e oito são integradas (produtoras de

celulose e de papel).

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Quadro 2 – Comparativo resumido das indústrias de papel e celulose, com informações pertinentes à área de atuação, origem, tempo de atividade, unidades presentes no Brasil, produção de papel reciclado e na elaboração de relatórios de sustentabilidade

Empresa Área de atuação Origem Atividade

(anos) Unidade (Brasil)

PPR RS

Ahlstrom Papel Finlandesa 159 3 Sim

Bahia Specialty Celulose Brasileira 7 1 Sim

Bignardi Papel Brasileira 83 1 Sim

Cenibra Celulose Brasileira 40 1 Sim

Cocelpa Papel e Celulose Brasileira 47 1 Sim

Copapa Tissue Brasileira 50 1

Fibria Papel e Celulose Brasileira 43 1 Sim

Grupo Orsa Marrom e Celulose Brasileira 28 3 Sim Sim

Ibema Marrom Brasileira 60 1

International Paper Papel e Celulose Norte-americana 112 3 Sim Sim

Irani Papel e Celulose Brasileira 69 5 Sim Sim

Kimberly Clark Tissue Norte-americana 12 2 Sim

Klabin Marrom e Tissue Brasileira 65 17 Sim Sim

KM Papel Papel Brasileira 14 3 Sim

Lwuarcel Celulose Brasileira 24 2

MD Papéis Papel Brasileira 120 3 Sim

Melhoramentos Tissue Brasileira 120 26 Sim Sim

Norske Skog Pisa Papel jornal Norueguesa 25 1

Papirus Papel e Marrom Brasileira 58 1 Sim

Rigesa Marrom Brasileira 68 3

Santa Maria Papel e Celulose Brasileira 48 1

Stora Enso Papel, Celulose e Marrom

Sueco-Finlandesa 12 1 Sim

Suzano Papel e Celulose Brasileira 85 5 Sim Sim

Veracel Celulose Brasileira 19 1 Sim

Fonte: elaborado a partir dos relatórios de sustentabilidade ou sites de cada empresa. Nota: PPR – Produção de Papel Reciclado;

RS – Relatório de Sustentabilidade; Marrom – produção de papelão.

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Quadro 3 – Comparativo resumido das indústrias de papel e celulose, com informações pertinentes ao inventário de gases do efeito estufa, pegada de carbono, normas, certificações florestais e realização de trabalho social

Empresa GEE

Certificação

RTS CF

Normas Florestal

ISO OHSAS 18001

BS 7750

SA 8000

FSC CERFLOR 9001 14001 22000

Ahlstrom Sim Sim Sim Sim Sim Sim

Bahia Specialty Sim Sim Sim Sim Sim

Bignardi Sim Sim Sim Sim

Cenibra Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim

Cocelpa Sim Sim Sim

Copapa

Fibria Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim

Grupo Orsa Sim Sim Sim Sim Sim

Ibema Sim Sim

International Paper Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim

Irani Sim Sim Sim Sim

Kimberly Clark Sim Sim Sim Sim

Klabin Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim

KM Papel Sim

Lwuarcel Sim Sim Sim Sim

MD Papéis Sim Sim Sim

Melhoramentos Sim Sim Sim Sim Sim Sim

Norske Skog Pisa Sim Sim Sim Sim

Papirus Sim Sim

Rigesa Sim Sim Sim Sim Sim

Santa Maria Sim Sim

Stora Enso Sim Sim Sim

Suzano Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim

Veracel Sim Sim Sim Sim Sim

Fonte: elaborado a partir dos relatórios de sustentabilidade ou sites de cada empresa. Nota: GEE – Inventário de Gases do Efeito Estufa;

CF – Carbon Footprint; RTS – Realização de Trabalho Social.

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3.7 A sustentabilidade no aspecto individual de cada empresa

Cada corporação foi avaliada individualmente, dentre as vinte e quatro

corporações listadas, foram elencadas apenas as dozes corporações mais

representativas para uma avaliação sustentável mais minuciosa, sendo cinco

produtoras de papel e celulose (integradas), uma produtora de celulose e seis

produtoras de papel. A descrição conta com um breve perfil no início e em seguida

as medidas da empresa foram segmentadas de acordo com o cunho de atuação,

algumas corporações não apresentam atividades em todos os âmbitos (econômico,

ambiental e social), outras não divulgaram.

3.7.1 Ações empresarias no âmbito econômico

3.7.1.1 Suzano

A empresa possui um acordo de cooperação tecnológica com a Vale na

região de Imperatriz (estado do Maranhão). Sob controle conjugado de ambas as

empresas, lá são realizados experimentos de melhoria genética de variedades de

eucalipto para encontrar e balizar as espécies mais adequadas às condições

climáticas locais (SUZANO, 2013).

São realizados também estudos paralelos para avaliar outras espécies de

vegetais em potencial para o desenvolvimento na região em questão. Deste grande

empenho surgiram soluções inovadoras para contornas as dificuldades oriundas do

clima seco e quente da região, que tornam a sobrevivência das mudas dificultada

afetando também as condições de trabalho. Foram investidos cerca de 361 milhões

de reais para concretizar estes projetos em vigor desde 2010 (SUZANO, 2013).

Reconhecendo também a relevância das questões ambientais e sociais de

forma integrada, a Suzano criou gerências socioambientais na Unidade de Negócio

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Florestal, tendo como objetivo estabelecer vínculos com todos os municípios onde

atua (SUZANO, 2013).

3.7.1.2 International Paper

A International Paper figura-se no cenário das papeleiras com uma postura

mais ousada, assumindo publicamente em seu site uma série de compromissos,

entre eles, destacam-se:

Os Gerentes Comerciais têm a responsabilidade de assegurar que o local

de trabalho cumpra as leis, normais e políticas corporativas relativas a meio

ambiente, saúde e segurança obtendo as certificações necessárias. Considera-se

também a responsabilidade por desenvolver, implementar e manter sistemas

eficazes para assegurar um ambiente de trabalho saudável e isento de acidentes.

Prover melhorias de cunho ambiental, medidas de prevenção à poluição e a

imprudência nas operações diárias (INTERNATIONAL PAPER, 2013).

A empresa também cobra a definição de objetivos anuais específicos onde

sejam trabalhadas ações para se atingir um processo produtivo mais limpo do ponto

de vista ambiental. Portanto sendo estes indicadores internos de desempenho da

empresa, percebe-se a inclusão dos assuntos referentes ao meio-ambiente no

âmbito econômico (INTERNATIONAL PAPER, 2013).

3.7.1.3 Grupo Orsa

O Grupo encontrou uma forma inovadora de aproximar o conceito de manejo

sustentável do consumidor final: trabalhando em conjunto com o designer Pedro

Petry, responsável por desenvolver uma coleção de móveis e objetos fabricados a

partir de madeira tropical produzida pela empresa na Amazônia. Os móveis foram

apresentados ao público em 2009 e, depois utilizados por renomados arquitetos em

exposições do setor de decoração, como a Casa Cor de São Paulo (GRUPO

ORSA, 2011).

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A parceira levou até o consumidor um produto 100% sustentável, a inciativa

propicia o uso de madeira não aproveitada para a produção de serrado, em outra

ação de cunho econômico, a Orsa Florestal apoia um programa desenvolvido em

parceria com a Fundação Orsa, jovens da comunidade são capacitados para a

produção de fruteiras de madeira certificada, compradas posteriormente pelo

Grupo Tramontina, encarregado da distribuição até os consumidores finais

(GRUPO ORSA, 2011).

3.7.1.4 Klabin

A empresa investe 1% do seu faturamento em pesquisa e desenvolvimento

de novos processos e produtos. A Klabin destaca-se no uso de papel reciclado.

Atualmente suas embalagens são constituídas em 49% de papel reciclado.

As atividades de pesquisa, grande parte delas movimentada em parceria

com Universidades, dividem-se em várias frentes, tais como: pesquisa florestal -

preparo da madeira - polpação e branqueamento - tratamento químico da parte

úmida - propriedades físicas e ópticas do papel - acabamento - impressão -

métodos analíticos - controle de processos - meio ambiente - desenvolvimento de

novos produtos (KLABIN, 2013).

Em todas as unidades da empresa a área de P&D segue a mesma

metodologia, usando ferramentas de gerenciamento de projetos para assegurar a

disponibilidade da base de dados durante todas as etapas. Os projetos de P&D são

originados de ideias de acordo com a demanda das áreas de Atendimento ao

Cliente e Comercial, sempre objetivando atender o planejamento estratégico da

Klabin. A área de P&D utiliza a metodologia WCM (World Class Manufacturing)

trabalhando desenvolvimento de novas soluções e dando o aporte para a

assistência técnica aos clientes (KLABIN, 2013).

3.7.1.5 Fibria

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Em 2009, os investimentos de capital da Fibria atingiram R$ 1.609 milhões.

Nova fábrica no Mato Grosso do Sul – No dia 30 de março, a Unidade Três Lagoas

iniciou suas operações industriais, antecipando em um mês a partida da fábrica. Ao

final de 2009, a fábrica já operava a plena capacidade, contribuindo para a

produção de 5,2 milhões de toneladas alcançada no ano. No ano este foi o

investimento mais relevante para Companhia, consumindo R$ 719 milhões

(FIBRIA, 2013).

3.7.1.6 CMPC

O programa de investimentos ambientais da CMPC envolveu um

investimento de 69 milhões de dólares no ano de 2009. A maior parte deste valor

correspondia à atualização das Plantas Ambiental Santa Fé e Celulose Pacífico,

focada na redução de emissões atmosféricas, tratamento biológico de efluentes

líquidos e aumento da eficiência do uso de energia (MELHORAMENTOS, 2013).

Por fim, nota-se aqui mais uma vez o quão importante tem sido a questão do

controle das emissões atmosféricas e, por conseguinte os inventários de emissões

de gases do efeito estufa, não só em território nacional, mas como constatado pelos

dados acima, esse levantamento tem atuado como carro chefe dos relatórios de

sustentabilidade também nos demais países da América Latina.

3.7.1.7 Ahlstrom

A Ahlstrom foi o “ponto fora da curva”, a empresa não possui site com

domínio nacional, e não publicou Relatório de Sustentabilidade em português. Os

textos aqui apresentados foram traduzidos do relatório global da empresa que

segue também com uma estrutura diferenciada frente aos relatórios nacionais. Para

uma melhor análise, foi mantida a estrutura original do relatório americano

(AHLSTROM, 2014).

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A Ahlstrom divide o desenvolvimento sustentável em três partes na cadeia

de valor: 1. Cadeia de fornecimento sustentável de fibras e outras matérias-primas;

2. Emissões ecologicamente eficientes de fabricação; 3. Ciclo de vida dos produtos.

Medidas econômicas, sociais e responsabilidades ambientais são tomados em

consideração em todas as três divisões (AHLSTROM, 2014).

3.7.1.7.1 Supply chain sustentável

As fibras naturais são, de longe a mais significativa das matérias-primas da

Ahlstrom. A empresa considera importante que sejam provenientes de florestas

geridas de forma sustentável. O progresso ocorreu em 2009 com relação a este

objetivo: todos os fornecedores da empresa de celulose foram certificados com a

cadeia de custódia, em conformidade com PEFC ou FSC. No início de 2010, um

total de 12 unidades foram certificadas. Durante o ano, a Ahlstrom desenvolveu

uma nova abordagem para a avaliação da sustentabilidade para o resto da cadeia

de abastecimento. O princípio é o de assegurar que os fornecedores operem de

forma ambientalmente e socialmente responsável (AHLSTROM, 2014).

3.7.1.7.2 Emissões e produção ecologicamente eficiente

Na sua atividade de produção, a Ahlstrom tem por objetivo, tanto quanto

possível, a mitigação da geração de resíduos. O objetivo final é alcançar processos

de produção isentos de resíduos, permitindo à empresa evitar a deposição em

aterro. A quantidade de resíduos foi diminuída drasticamente nos últimos anos, a

empresa aumentou seus esforços para encontrar aplicações alternativas para o

material de fibra de resíduos direcionados para aterros sanitários (AHLSTROM,

2014).

Os materiais de fibra de vidro são a fração de resíduos mais significativa

ainda não utilizada, mas a empresa iniciou um projeto para encontrar usos

alternativos para esse material. Desde então, várias unidades têm encontrado

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soluções alternativas para utilização de resíduos de fibras em cooperação com

parceiros locais. Lamas provenientes de uma fábrica de papel, por exemplo, tem

sido misturado com tijolos, enquanto que os resíduos de uma fábrica de papel de

filtração tem sido usado como um material de isolamento (AHLSTROM, 2014).

3.7.1.7.3 Mudança climática

No início de 2009, as questões do clima permaneceram ofuscadas pela

recessão global, mas no final do ano, alterações climáticas e a conferência climática

de Copenhague foram tópicos importantes a nível mundial. A estratégia da

Ahlstrom no contexto das mudanças climáticas é bem estabelecida e tem sido

implementada como segue (AHLSTROM, 2014):

- Gestão sustentável das florestas, visto que são os melhores sumidouros de

carbono. A empresa atingiu seu objetivo de obter toda a polpa da madeira que

utiliza de fornecedores certificados.

- Um objetivo-chave da empresa é reduzir o consumo de energia. Melhoria

da eficiência energética em 6% de 2005 a 2009. Ao mesmo tempo, os

investimentos em energia totalizaram 6,5 milhões de euros. O objetivo é salvar um

adicional de 4% da electricidade e 9% do calor de processo em 2013.

- Aumentar a utilização de materiais reciclados diminui a pegada de carbono.

A fibra reciclada é usada sempre que tecnológica e economicamente viável. O uso

de fibra de poliéster reciclado (rPET) foi ainda menor, devido à escassa

disponibilidade de matéria-prima, mas é uma tendência significativa.

- Para estabelecer as bases para o desenvolvimento de produtos com

pegada de carbono mais baixa, a empresa desenvolveu uma ferramenta própria de

cálculo da pegada de carbono de todos os seus produtos em cooperação com uma

consultoria externa. A análise da ferramenta foi feita por NCASI nos Estados

Unidos. O método é baseado na CEPI CITPA e diretrizes e as normas ISO 14044

padrão.

Em 2009, o Carbon Disclosure Project classificou a Ahlstrom entre as dez

melhores empresas finlandesas no global Carbon Disclosure Leadership Index.

Assim a empresa melhorou sua posição consideravelmente, com um índice de 61,

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relativo ao 45 de 2008. O Carbon Disclosure Project reúne informações sobre as

emissões de GEE das empresas e as estratégias para reduzi-los (AHLSTROM,

2014).

A escassez de água e, por outro lado, as inundações serão prováveis

consequências das mudanças climáticas. A Ahlstrom pretende até 2013 reduzir seu

consumo de água em 18% em relação à 2008. A empresa monitora ativamente o

desenvolvimento de cálculos da pegada de água. Neste ponto, a sua abordagem é

baseada em uma avaliação dos riscos na cadeia de abastecimento, bem como suas

instalações de produção própria (AHLSTROM, 2014).

3.7.1.7.4 Ciclo de vida

A empresa considera que a sustentabilidade de seus produtos deve ser

avaliada de forma global, levando em consideração todo o ciclo. Isto significa que

os impactos econômicos, sociais e ambientais dos produtos precisam ser

considerados. Em termos de impactos econômicos e sociais, por exemplo, papéis

da empresa de embalagens prolongam a validade dos alimentos, promovendo

assim a economia de recursos, enquanto os materiais isolantes melhoram a

eficiência energética (AHLSTROM, 2014).

Entre outras coisas, os resultados indicaram que a pegada de carbono

havia sido reduzida em 13% em apenas dois anos, enquanto todos os outros

impactos, como a eutrofização, a acidificação, o uso de não-renovável dos recursos

naturais, destruição da camada de ozônio e oxidação fotoquímica, diminuíram de

12 a 20 por cento. A principal razão por trás da diminuição da pegada de carbono

foi a mudança para combustíveis mais limpos queima na produção de energia

(AHLSTROM, 2014).

3.7.1.8 Bignardi Papéis

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Em 2014 deu início ao projeto BPF – Boas Práticas de Fabricação

contemplando as áreas administrativas, áreas de apoio e produtivas, ficando para

2015 a implantação nas áreas úteis. Além disso, a empresa certificou-se com a

norma ABNT 15755, sendo a primeira corporação no Brasil a aderir esta

certificação para sua linha de papel reciclado (BIGNARDI, c2015).

3.8.2 Ações empresarias no âmbito ambiental

3.8.2.1 Suzano

Preservação da Mata Atlântica: Desde 2009 vigora um pacto entre a Suzano

e o Instituto Ecofuturo estabelecendo a "Restauração da Mata Atlântica" unindo

instituições públicas e privadas visando preservar os fragmentos existentes da Mata

Atlântica e também a recuperação de 15 milhões de hectares até o ano de 2050

(SUZANO, 2013).

O objetivo se torna palpável considerando o fato de que 40% das áreas de

posse da empresa são destinadas para conservação da vegetação nativa, incluindo

áreas de vegetação permanente e reservas legais. O total destas áreas

corresponde 250 mil hectares distribuídos nos estados de São Paulo, Minas Gerais,

Espírito Santo, Bahia, Piauí e Maranhão (SUZANO, 2013).

Antes da certificação Carbon Footprint, desde o ano 2003 a Suzano

elaborava o inventário corporativo de GEE, que é a base para uma mensuração

mais abrangente como a Pegada de Carbono. O inventário de emissões calcula as

emissões diretas e indiretas dos gases causadores do efeito estufa oriundas de

todas as unidades, englobando todas as atividades, desde o plantio da árvore até

a entrega do produto nos portos de escoamento (mercado externo) ou nos

depósitos das regionais em diferentes Estados (mercado interno) (SUZANO, 2013).

A Suzano segue as diretrizes do programa brasileiro GHG Protocol, iniciativa

do Centro de Estudos de Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas trabalhando

em paralelo com outras instituições como a WRI (World Resource Institute. O

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inventário é crucial para identificar volume e fonte das emissões e, assim, nortear

a adoção de medidas para reduzi-las (SUZANO, 2013).

Sendo assim, desde 2009 executa-se um trabalho de mapeamento das

oportunidades de redução em todas as áreas, tanto em fontes móveis

(empilhadeiras e caminhões utilizados no transporte da matéria-prima ou produto

acabado) como também nas fontes estacionárias (equipamentos e máquinas de

produção). A iniciativa resultou em uma série de projetos que aliaram-se com

atividades de conscientização dos colaboradores no sentido de reduzir consumos

como a energia elétrica na rede doméstica por exemplo (SUZANO, 2013).

Os primeiros relatórios de emissões de GEE da Suzano foram produzidos

em 2007, e em 2008 atingiu-se um maior nível de exatidão considerando a inserção

da empresa no Programa GHG Protocol. O grande desafio da empresa que possui

um grande número de funcionários trabalhando nestes inventários era poder

padronizar o trabalho para garantir que os dados fornecidos a cada ano fossem

coletados de maneira uniforme, assegurando desta forma a receptibilidade dos

procedimentos. Para tal finalidade foi elaborado um "Manual Padrão para Coleta de

Dados de GEE" (SUZANO, 2013).

Esta sistematização auxiliou a empresa a quantificar as emissões ocorridas

ao longo de todo o ciclo de vida de seus produtos, o que permite portanto calcular

a "Pegada de Carbono" de cada um. Uma das iniciativas adotadas pela Suzano,

pioneira no setor de papel e celulose no Brasil, foi o levantamento da pegada de

carbono - que vai além do inventário dos gases do efeito estufa (GEE). A prática

engloba a medição de gases ao longo de todo o ciclo de vida de um produto, ou

seja, da produção e distribuição da matéria-prima, passando pela produção e

distribuição do produto propriamente dito, até a venda e o uso, e consequentemente

a disposição final (SUZANO, 2013).

Com base na metodologia PAS 20150 e com o apoio da consultoria ICF

Internacional, foi quantificada apegada de carbono da celulose produzida na

Unidade da cidade de Mucuri. Após a conclusão deste trabalho o resultado foi

validado e certificado pela instituição Carbon Trust, referência mundial no fomento

da economia de baixo carbono (SUZANO, 2013).

A Suzano segue também como membro do CCX (Chicago Climate

Exchange), maior bolsa de crédito de carbono proveniente de florestas plantadas.

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3.8.2.2 International Paper

A International Paper possui 72 mil hectares de florestas renováveis de

eucalipto, destinadas à produção de celulose e papel. A empresa também possui

24 mil hectares de áreas preservadas, para a conservação das características

originais da vegetação nativa. Toda esta área possui certificação ISO14001 e

CERFLOR sendo distribuída no interior do Estado de São Paulo nos municípios de

Mogi Guaçu, Brotas e Luiz Antônio (INTERNATIONAL PAPER, 2013).

As florestas de eucalipto da empresa localizadas no Brasil absorvem cerca

de 332 toneladas de CO2 por hectare, o equivalente a seis toneladas de CO2 por

tonelada de papel branco. Para garantir a produtividade das florestas renováveis

existem cuidados que são sempre avaliados como a realização de pesquisas e

análises para o aprimoramento de espécies de eucalipto bem como, o

desenvolvimento de novas tecnologias (INTERNATIONAL PAPER, 2013).

A International Paper produz atualmente cerca de 16 milhões de mudas que

são destinadas ao plantio do eucalipto, realizando trabalhos de prevenção contra

queimadas e a eco eficiências do manejo florestal. A obtenção de matéria-prima é

feita de forma diferenciada, através de fomentos florestais e de parcerias

(INTERNATIONAL PAPER, 2013).

Na configuração de fomento florestal existem cerca de 9500 ha, distribuídos

nos estados de SP e MG. A empresa fornece mudas, suporte técnico, inventário da

floresta, análise do solo, mapeamento do plantio e assistência na adubação para

produtores locais, em seguida, essa madeira é vendida para a International Paper

ao preço de mercado. Nestas parcerias a empresa se responsabiliza por gastos

com implantação e manutenção das florestas renováveis, mais tarde esses valores

são convertidos em madeira para a corporação (INTERNATIONAL PAPER, 2013).

Sendo assim a International Paper mantém o posto de uma das maiores

fomentadoras da cultura do eucalipto, por ser uma fonte de renda segura

contribuindo para geração de novos empregos e movimentando o setor primário da

economia. Evita o êxodo rural, protegendo as matas nativas.

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3.8.2.3 Grupo Orsa

O Grupo realiza desde 2009 o inventário de emissões da fábrica de celulose

localizada no Estado do Pará. O estudo com escopo nível 3, o mais completo, por

abranger todas as etapas necessárias para a fabricação, distribuição e venda de

celulose, também abrange as emissões do Manejo Florestal Sustentável,

processamento e distribuição da produção de madeira serrada, operação

desenvolvida pela Orsa Florestal (GRUPO ORSA, 2011).

Desde então percebeu-se que a composição das emissões oriundas das

atividades industriais resultava em 94% e das atividades florestais em 6%. Os

cálculos foram feitos com base no GHG Protocol. Através do mapeamento feito foi

levantado também o estoque de carbono nas áreas florestais que pertencem ao

grupo, com o decorrer do trabalho esse levantamento irá abranger também as

demais unidades e suas respectivas operações (GRUPO ORSA, 2011).

Desde 2009 todas as unidades do Grupo incrementaram medidas para

reduzir a emissão de gases do efeito estufa. Entre as ações em curso, buscou-se

a substituição de combustível fóssil por alternativas menos poluentes, bem como a

otimização das operações de logística. O grupo possui um estoque de carbono

localizado nas florestas da região Norte do país, que totalizaram 687.998.756 t CO2,

das quais 97,6% são das áreas de florestas nativas (GRUPO ORSA, 2011).

3.8.2.4 Klabin

Os processos produtivos da empresa incorporam tecnologias limpas, entre

eles está a remoção de Cloro elementar no processo de branqueamento da

celulose. Somente 14,9% da energia que a Klabin consome é proveniente de fontes

não-renováveis. Desde 2005 a empresa utiliza óleo nas caldeiras em substituição

ao gás natural nas unidades do Estado do Rio de Janeiro, reduzindo assim em até

26% as emissões de GEE (Gases do Efeito Estufa) (KLABIN, 2013).

O controle nas emissões atmosféricas tem o objetivo de reduzir tanto os

particulados, SOx, CO, NOx, como também o odor na produção de celulose. As

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plantas têm operado com incineradores de gases GNC (Gases Não-Condensáveis)

nas unidades de Santa Catarina e Paraná, atingindo eficiência de 99,9% (KLABIN,

2013).

Existe um trabalho focado também nas contenções da Demanda Bioquímica

de Oxigênio (DBO5) e Demanda Química de Oxigênio (DQO). Desde 2004 a

unidade do Estado do Paraná opera com tecnologia de ponta gerando valores de

DBO5 em até 60% abaixo do limite estipula pelas leis ambientais do Estado. A

empresa possui um forte trabalho para destinação adequado de resíduos evitando

contaminação dos lençóis freáticos com sistemas que contam com galpão de

triagem de resíduos domésticos, aterro industrial, aterro sanitário, pátio de

compostagem e tratamento de efluentes. Sendo assim fica evidente o expressivo

trabalho da Klabin em diversas frentes (KLABIN, 2013).

3.8.2.5 Fibria

A Fibria é uma das empresas do setor que mais investe em pesquisa,

inovação e desenvolvimento. Em 2012 foram R$ 42 milhões de reais a projetos de

tecnologia (8% a mais que em 2011). A empresa possui o Centro de Tecnologia

(CT) com laboratórios localizados nas unidades de Jacareí (SP) e Aracruz (ES)

onde são trabalhados projetos de biotecnologia, biorrefinaria, celulose, papel e

proteção florestal. São desenvolvidos também estudos na área de bacias

hidrográficas experimentais envolvendo todas as unidades operacionais (FIBRIA,

2013).

No campo do manejo florestal e recursos naturais, o CT da empresa

desenvolveu tecnologias relacionadas a adubação e à conservação de solos e ao

controle de pragas. Na área industrial, os projetos de pesquisa se destacam nas

novas tecnologias obtidas para o processo de cozimento e branqueamento da

celulose, objetivando reduzir o consumo de madeira e de produtos químicos. No

processo de biorrefino foram firmadas novas parcerias gerando resultados mais

expressivos no sentido da geração de biocombustíveis e bioprodutos a partir da

madeira (FIBRIA, 2013).

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Entre as principais parcerias formadas está o acordo com a empresa norte-

americana Ensyn Corporation, que detém tecnologia para a produção de

combustíveis líquidos renováveis. Com esta movimentação a empresa estuda

formas de aplicar a tecnologia de conversão de biomassa em bio-óleo para

aprimorar seu desempenho florestal desenvolvendo alternativas para o uso da

madeira proveniente de suas florestas (FIBRIA, 2013).

O melhoramento florestal consiste em sucessivos experimentos de campo

para desenvolver os melhores clones de acordo com as condições de solo e

temperatura de cada unidade fabril. A Fibria seleciona árvores capazes de produzir

maior quantidade de matéria-prima por unidade de área e de tempo, da forma mais

sustentável possível.

3.8.2.6 MD Papéis

A preocupação nesse âmbito começa na utilização de matérias-primas

procedentes exclusivamente de áreas de reflorestamento, o que diminui a

destruição de flora e fauna nativas. Além disso, toda a água utilizada na empresa

passa por uma moderna estação de tratamento de efluentes, antes de ser devolvida

ao rio Juqueri, colaborando, desta forma, para o programa de despoluição do rio

Tietê, do qual o Juqueri é afluente (MD PAPÉIS, c2009).

Mobilizando todos os colaboradores, a MD criou um Programa de Coleta

Seletiva, para reciclar os resíduos produzidos na empresa, gerando benefícios que

são compartilhados por todos. A MD acredita que respeitar as pessoas e o meio-

ambiente é a única maneira de garantir a continuação de nossas atividades e a

qualidade de vida das gerações futuras (MD PAPÉIS, c2009).

3.8.2.7 Lwarcel

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As melhores práticas ambientais disponíveis no setor constituíram a base

para as decisões de investimento da Lwarcel no projeto de ampliação implantado

de 2000 a 2006. A manutenção de políticas e procedimentos já históricos da

empresa (como os reduzidos consumos de água e geração de efluentes) somou-

se a outros resultados positivos no aspecto de controle ambiental (LWARCEL,

c2013):

- Menor consumo de água e geração de efluentes do setor no Brasil;

- Consumo de água de 24 a 26 m³/t de celulose produzida.

- Geração de efluentes de 19 a 21 m³/t de celulose produzida.

Em 2008 o Programa de Redução de Consumo de Água da Lwarcel,

composto de 7 projetos, foi premiada em 1º Lugar no 3° Prêmio FIESP de

Conservação e Reuso de Água (LWARCEL, c2013).

3.8.2.8 Rigesa

A empresa possui um Programa de Fomento Florestal desenvolvido há mais

de 20 anos, tem por objetivo promover e difundir a atividade florestal. O Projeto é

desenvolvido junto às comunidades rurais de 13 cidades de Santa Catarina e oito

do Paraná, próximos às suas instalações (RIGESA, 2014).

Através da doação de mudas de pinus a produtores rurais, empresários do

ramo madeireiro e profissionais liberais, o programa promove e difunde a atividade

florestal, ressaltando sua econômica, estratégica e ecológica, com base em

práticas florestais sustentáveis e em ações ambientalmente responsáveis. Para

colocar em movimento todo o Programa, uma equipe de profissionais atua junto

aos proprietários rurais, prestando-lhes a assistência técnica necessária para a

implantação e condução das florestas (RIGESA, 2014).

3.8.2.9 Santa Maria

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A empresa opera usando como fonte um importante rio da região de

Guarapuava no Paraná, mediante o aumento da demanda a empresa investiu na

construção de uma nova unidade de Tratamento de Efluentes e na implantação da

tecnologia de Lodo Ativado gerando alta eficiência no tratamento em relação aos

outros processos, controle de qualidade da água tratada, garantia de bom

funcionamento do sistema (SANTA MARIA, c2012).

A estação opera com 100% de mão-de-obra qualificada, todos os

operadores são técnicos formados na área de Papel e Celulose, com treinamento

específico para ETE's. A drenagem do lodo ainda faz com que este possa ser

utilizado como matéria-prima para usos diversos, tais como a adubação do solo, ou

a própria produção de papel sendo usado como combustível nas caldeiras.

Todas as análises necessárias (pH, sólidos sedimentáveis, sólidos suspensos,

DQO, DBO, nitrogênio) são executadas em um laboratório construído

exclusivamente para atender as demandas da estação, os resultados são validados

também por órgãos externos (SANTA MARIA, c2012).

Toda a matéria-prima utilizada pela Santa Maria provém de reflorestamentos

próprios, cultivados com rigoroso controle de qualidade e avançadas técnicas de

plantio e manejo florestal, seguindo os parâmetros estabelecidos pelo FSC. A

empresa também implementou um monitoramento e controle de um aterro sanitário

para depósito de resíduos não recicláveis, devidamente aprovado e controlado

pelos órgãos ambientais. Visa não somente o depósito de resíduos, mas também

a destinação correta do resíduo descartado (SANTA MARIA, c2012).

3.8.2.10 Bignardi Papéis

Em 2015 devido a situação crítica do país, na disponibilidade de energia e

de água, que ameaça o desenvolvimento econômico e social, o Grupo Bignardi vai

dar início ao projeto PROGENA – Programa de Gestão Energética e Água. O

projeto consiste na racionalização do uso destes insumos como alternativa de baixo

custo e curto prazo de implantação (BIGNARDI, c2015).

Os principais resultados a serem obtidos com este projeto serão a garantia

do funcionamento da empresa durante os momentos de restrição hídrica / elétrica

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(racionamento), a redução dos gastos com energia elétrica e água, se configurando

numa situação de maior competitividade do mercado. Além do ganho ambiental

para a sociedade, através de diminuição da demanda de recursos naturais

(BIGNARDI, c2015).

A empresa atua na responsabilidade do uso consciente de água, uma vez

que aproximadamente 40% do volume de efluente é reutilizado no processo

produtivo. Todo o efluente gerado e tratado pela Bignardi Papéis, é enviado para a

CSJ - Cia. de Saneamento de Jundiaí, onde é processado e é devolvido ao Rio

Jundiaí (BIGNARDI, c2015).

O Grupo Bignardi decidiu investir R$7 milhões em uma nova caldeira de

biomassa para a fábrica de Jundiaí, unidade de fabricação de papéis. A nova

caldeira substituiu a antiga, que utilizava combustíveis fósseis para gerar energia.

A nova caldeira utiliza o eucalipto (cavacos e cascas), que provém de florestas

plantadas, ou seja, um combustível renovável. Tal iniciativa colabora

significativamente na diminuição da emissão de carbono na atmosfera, com uma

redução de emissão dos gases de efeito estufa na ordem de 67%, quando

comparado com as emissões da caldeira antiga (BIGNARDI, c2015).

Além disso, a empresa também atua em conjunto com a Prefeitura de

Jundiaí, no Projeto Ecobus com objetivo de levar Educação Ambiental com foco

em reciclagem às escolas e comunidades.

3.9.3 Ações empresarias no âmbito social

3.9.3.1 Suzano

Desde 2009 a cifra do valor investido em Projetos sociais atinge milhões de

reais. Um dos principais projetos é o Programa Educar e Formar, que engloba três

frentes: reformas e adequações de Escolas trabalhando em paralelo com o Instituto

Ayrton Senna; e fomento à leitura em conjunto com o Instituto Ecofuturo (SUZANO,

2013).

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Outra iniciativa mantida de 2005 é o Projeto Formare, direcionado para o

desenvolvimento das potencialidades de jovens de baixa renda das comunidades

situadas ao redor das unidades fabris da Suzano. O projeto prepara jovens para o

mercado de trabalho com um currículo que combina formação técnica e pessoal.

Um ponto interessante a ser destacado é a adesão de funcionários da empresa que

atuam como educadores (SUZANO, 2013).

Também com a preocupação de desenvolver a comunidade, aumentando a

geração de renda, a Suzano também apoia o Projeto ComUNIDADE, iniciativa da

Associação dos Produtores de Florestas Plantadas do Estado da Bahia (Abaf), com

o objetivo de incentivar os moradores da região em cooperativas que funcionem

como alternativa de trabalho e renda. Destacam-se os seguintes programas:

Projeto Abelhas Nativas (Universidade Federal do Maranhão) Biblioteca Mindlin

(USP) Projeto Trilhas Ecológicas (SUZANO, 2013).

Além disso a Suzano repassa verba para os Fundos de Defesa dos Direitos

da Criança e do Adolescente, nas cidades onde possui suas plantas industriais

(SUZANO, 2013).

3.9.3.2 International Paper

Dentre os principais programas desenvolvidos pela empresa com o foco nas

comunidades locais temos o Projeto: "Os Guardiões da Biosfera". O Projeto com

abrangência nacional, patrocinado pela International Paper é uma série de filmes

de animação desenvolvidos especialmente para crianças de 1a à 4a série do Ensino

Fundamental. O Programa tem como principal objetivo transmitir conhecimento

sobre a fauna e flora brasileira, sensibilizando educadores e alunos sobre a

importância da preservação e respeito à natureza. Os episódios abordam diferentes

sistemas ecológicos do país e suas características (INTERNATIONAL PAPER,

2013).

Na região de Mogi Guaçu, SP, a empresa realiza há 19 anos o PEA -

Programa de Educação Ambiental, que tem como objetivo a conscientização de

jovens sobre a importância das questões ambientais. Em 2009 nasceu o Projeto

Educação Socioambiental, unindo ações socioambientais e educacionais, por meio

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do Concurso de Redação e Concurso Literário, ambos com mais de dez mil

participantes do ensino fundamental e médio da região de Mogi-Guaçu e Mogi-

Mirim (INTERNATIONAL PAPER, 2013).

Na região de Luiz Antônio, SP, a empresa realiza seu Programa de

Educação Ambiental e o Programa Coleta Seletiva Solidária que têm ampliado e

padronizado a coleta seletiva da cidade, incentivando a reciclagem e descarte

adequado dos diversos resíduos. A empresa conta também com os Projetos

"Guardiões do Verde" e "Guardiões das Águas", no primeiro o objetivo é capacitar

jovens da comunidade para a atividade viveirista, no segundo o foco é a

conscientização sobre o uso racional dos recursos hídricos (INTERNATIONAL

PAPER, 2013).

Na região de Três Lagoas MS, vigoram vários projetos desde 2008, entre

eles está o "Guardiões": Projeto Nascente, o programa busca estimular a

conscientização ambiental e a preservação dos mananciais e de suas nascentes

trabalhando com um público composto por crianças e suas respectivas famílias.

Como resultado o projeto conseguiu viabilizar a implantação da coleta de lixo e

iniciar a recuperação da mata ciliar na região (INTERNATIONAL PAPER, 2013).

Para fomentar o desenvolvimento de empresários de micro e pequenas

empresas da região de Três Lagoas, objetivando atender a demanda das médias

e grandes indústrias foi criado o PQF - Programa de Qualificação de Fornecedores,

onde são capacitados dezenas de micro e pequenos empresários para que possam

acompanhar o avanço da região, ficando evidente portando a preocupação com a

comunidade, evitando que se crie um contingente marginalizado ao novo momento

econômico da cidade (INTERNATIONAL PAPER, 2013).

3.9.3.3 Grupo Orsa

3.9.3.3.1 Colaboradores

O Grupo Orsa possui programas específicos de treinamento para o

aprimoramento profissional que procuram identificar a trabalhar as competências

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de cada colaborador. Os gestores da empresa passaram por "assesment",

processo que possibilitou o mapeamento de suas habilidades-chaves direcionando

assim a melhoria de suas lideranças por meio de coaching interno (GRUPO ORSA,

2011).

Várias iniciativas foram trabalhadas de forma integrada entre as operações

das empresas do Grupo Orsa e os projetos da fundação. A Coopnharin -

Cooperativa de Artefatos Naturais do Rio das Castanhas é um órgão formado por

jovens marceneiros do Vale do Jari resultando na parceria formada com a

Tramontina do Brasil. O Grupo Orsa possui também o Projeto Castanha resultante

da união entre a Ouro Verde Amazônia e a Fundação Orsa promovendo o

fortalecimento dos extrativistas da castanha-do-pará na região amazônica (GRUPO

ORSA, 2011).

A empresa possui também ação na região metropolitana de São Paulo, o

Grupo Produtivo Brilho do Sol inaugurou um Núcleo de Fomento à Inserção

Produtiva, destinado a promover geração de renda para comunidades em situação

de vulnerabilidade social em vigor desde 2009.

3.9.3.3.2 Fomento florestal

Iniciado em 2001 o Programa de Fomento Florestal criado pela empresa é

uma maneira eficaz de fortalecer a presença nas comunidades onde atua,

inserindo-a na cadeia produtiva. Famílias de pequenos agricultores são convidadas

a adotar, em parte de suas terras, o cultivo de pinus e eucalipto, matéria-prima para

a produção de celulose, com a garantia da compra das árvores pela empresa após

o tempo mínimo de sete anos (GRUPO ORSA, 2011).

Além dos benefícios inerentes para a conservação do meio ambiente, o

projeto aumenta a renda desses proprietários e incentiva a permanência em suas

terras, evitando a migração demasiada para os centros urbanos, proporcionando a

diluição da renda na medida em que permite a inserção de pequenos proprietários

em um mercado no qual atuam grandes corporações de reflorestamento. Diante da

expressividade dos resultados obtidos o grupo Orsa planeja desenvolver o fomento

em cerca de mil hectares a cada ano, até 2020 (GRUPO ORSA, 2011).

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3.9.3.3.3 Visão social e visão empresarial integradas

A Fundação Orsa foi criada em 1994 sendo uma instituição sem fins

lucrativos que desenvolve e compartilha tecnologias inovadoras para o

desenvolvimento educacional, humanitário, ambiental, cultural e para a geração de

emprego. Sua principal fonte de renda vem do repasse de 1% do faturamento bruto

anual de todas as empresas do grupo, já realizou mais de 6,5 milhões de

atendimentos em todo o país dando continuidade aos projetos nas áreas

mencionadas e teve seu primeiro mandato no Conselho Estadual dos Direitos da

Criança e do Adolescente - Condeca-SP, nos anos de 2009-2011 (GRUPO ORSA,

2011).

3.9.3.4 Klabin

A empresa possui participações em programas de destaque, como por

exemplo, a Campanha do Agasalho, ao fornecer as caixas de papelão usadas para

coleta das doações no Estado do São Paulo. Contribui também anualmente com a

APAE (Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais) no Paraná, e com a

Childhood Brasil, subdivisão brasileira da World Childhood Foundation, viabilizando

a impressão de 4.000 exemplares de cartilhas destinadas aos pais sobre riscos da

Internet ao ser usada pelos respectivos filhos (KLABIN, 2013).

A Klabin investe na educação brasileira através de doações à escolas e

entidades, entre elas a Fundação ABC que aplicou os recursos em pesquisas

científicas. A Fundação desenvolve ações sociais nas áreas de educação e saúde,

promovendo assistência social à todas as faixas etárias da comunidade da região

do ABC (KLABIN, 2013).

No Estado do Rio de Janeiro são apoiadas a Associação Projeto Roda Viva

e as Obras Profissionais e Sociais Santa Rita de Cássia, destinando recursos para

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hospitais, centros de ensino e pesquisa, cirurgias e atividades de reabilitação

(KLABIN, 2013).

Entre as entidades beneficiadas estão: Centro de Ensino e Pesquisas do

Pró-Cardíaco (Procep), do Rio de Janeiro (RJ); Pró-Criança Cardíaca, do Rio de

Janeiro (RJ); Instituto da Tiroide (Indatir), com sede em São Paulo (SP), mas

atuação em eventos nacionais e internacionais; Lar da Caridade – Hospital do Fogo

Selvagem (Uberaba, MG); Associação de Assistência à Criança Defeituosa

(AACD), com atuação em São Paulo, Pernambuco, Minas Gerais, Santa Catarina,

Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro; Associação Pró-Matre, do Rio de Janeiro (RJ);

Associação de Assistência à Criança Cardíaca e Transplantada do Coração

(ACTC), DE São Paulo; Associação Civil Anima (São Paulo, SP), Associação

Brasileira Beneficente de Reabilitação (ABBR), do Rio de Janeiro (RJ); e Sociedade

Beneficente Israelita Brasileira Hospital Albert Einstein, de São Paulo (SP).

Um projeto sociocultural mantido na Unidade Monte Alegre, no Paraná, é o

Coral das Meninas Cantoras da Klabin, que contribui para a prática para a formação

das crianças, filhas de colaboradores da Empresa. Constituído em agosto de 2004,

o grupo é composto de 76 meninas com idade entre 7 e 16 anos (KLABIN, 2013).

A Klabin patrocina também outras iniciativas artísticas e culturais, como o

projeto Cresci na Mangueira, da produtora de audiovisual Bossa Nova Films. A

empresa também fez doações para o Museu de Arte de São Paulo Assis

Chateaubriand (Masp), utilizada no projeto MASP 2007 – Plano Anual, para

manutenção geral do museu. A Sociedade de Amigos dos Museus – SAM Nacional

– Mube recebeu doação em 2008, via Lei Rouanet, para conservação, manutenção

e atividades do museu. As fundações criadas pelas irmãs Eva Klabin e Ema Gordon

Klabin também (KLABIN, 2013).

3.9.3.5 Fibria

A Fibria desenvolve o Programa de Desenvolvimento Rural Territorial,

principal ferramenta de engajamento com comunidades rurais, ao buscar

lideranças legítimas, a construção de capital social e o resgate da cidadania e da

autoestima. A inovação do programa é a construção de um processo de diálogo

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com metodologias e ferramentas participativas. Em 2012, contou com um

orçamento de R$ 5,7 milhões e atendeu 24 comunidades, em 5 municípios

(Unidade Aracruz), beneficiando 984 famílias, com mais de 1.530 hectares de

plantios florestais da Fibria convertidos para agricultura familiar (FIBRIA, 2013).

A Fibria apoia populações indígenas de Aracruz, no Espírito Santo, na

ocupação original de sua terra, através do restauro florestas e enriquecimento dos

sistemas agrícolas familiares. Por isso, em 2012 criou o Programa de

Sustentabilidade Tupiniquim e Guarani do Espírito Santo, que visa dar aos índios

condições de restituírem as características ambientais das terras indígenas

Tupiniquim, Caieiras Velhas II e Comboios, com a finalidade de recuperar suas

práticas socioculturais, sua afirmação da identidade étnica e suas atividades

econômicas sustentáveis (FIBRIA, 2013).

A Fibria promove a capacitação de supervisores e técnicos da área florestal.

Foram realizados 13 módulos em 2012 e capacitados 47 supervisores e 74 técnicos

em Jacareí e Três Lagoas. Em dezembro, o programa passou a abranger a

Unidade Florestal Aracruz. Também realiza o Programa de Preparação de

Gestores Florestais, em parceria com o Instituto de Pesquisa e Estudos Florestais

(Ipef), para capacitar alunos recém-formados a ter melhor desempenho nas

empresas florestais. Em 2012, 20 jovens participaram do programa e um foi

contratado na Unidade Três Lagoas (FIBRIA, 2013).

Distribui bolsas de estudos e de idiomas para os empregados. Em 2012

foram concedidas em torno de 185 bolsas de estudos e de idiomas e 36

empregados se formaram na pós-graduação em Tecnologia em Celulose e Papel,

em parceria com a Universidade Federal de Viçosa. Além disso, possibilita a

capacitação através do Programa Aprendiz, de qualificação profissional básica a

jovens de 14 a 24 anos, e do Programa de Estágio, destinado ao treinamento de

estudantes de nível técnico ou superior, preparando-os para o mercado de trabalho

(FIBRIA, 2013).

Em seu Sistema de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho, a Fibria

pretende incorporar as melhores práticas e os padrões de referência no mercado

nacional e internacional para a gestão eficiente da segurança e da saúde dos

empregados. Apesar de todo o cuidado, a empresa registrou, em 2012, dois

acidentes graves, um deles na fábrica da Unidade Aracruz, no Espírito Santo, e

outro – fatal – envolvendo um trabalhador portuário na operação de movimentação

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e armazenagem de fardo de celulose no Portocel, em Barra do Riacho (Aracruz,

ES). Devido a essas lamentáveis ocorrências, a política de segurança está sendo

reforçada para todas as áreas operacionais (FIBRIA, 2013).

3.9.3.6 MD Papéis

A MD Papéis realiza diversas atividades sociais, tais como colaboração a

entidades assistenciais da região de Francisco Morato e Caieiras; atuação no

projeto PETI, através da AFGGS (Associação dos Funcionários Grupo Gusmão dos

Santos), que tem como objetivos retirar crianças e adolescentes do trabalho

perigoso; possibilitar seu acesso à escola e apoiar as famílias. Além disso, possui

participação no Projeto SOS Nordeste, também através da AFGGS, com objetivos

de aumentar a cultura geral e valorização pessoal, despertando para o

compromisso de cidadão (MD PAPÉIS, c2009).

A empresa apoia entidades voltadas a preservação do meio ambiente,

estabelece convênios com instituição que visa o desenvolvimento de jovens

aprendizes. Também fornece espaço recreativo aos colaboradores, bem como o

incentivo a prática de esportes; ações voltadas ao incentivo e à capacitação de

funcionários das empresas do setor para a prática do voluntariado e da cidadania

(MD PAPÉIS, c2009).

Estimula ações, programas, projetos e campanhas destinados a atividades

educativas, incentivo a cursos e escolas, ao desenvolvimento e capacitação

profissional. Favorece o desenvolvimento econômico através de projetos

destinados a gerar oportunidades para a comunidade por meio de atividades de

profissionalização e geração de renda. Além disso, elabora ações, programas e

campanhas dirigidos à prevenção de doenças, ao provimento de assistência

médica e odontológica e à manutenção de clínicas e hospitais (MD PAPÉIS,

c2009).

3.9.3.7 Lwarcel

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Empresa pertencente ao Grupo Lwart atua promovendo o desenvolvimento

da cidadania, auxiliando no trabalho de voluntários, apoiando atividades culturais,

sociais e assistenciais do Município. O Grupo Lwart apoia o esporte amador, pois

acredita que completa a educação elementar dos jovens, que aprendem noções de

companheirismo, responsabilidade e cidadania, além de hábitos sadios que os

afastam do envolvimento com o fumo, o álcool e as drogas em geral (LWARCEL,

c2013).

Implantação das melhores tecnologias práticas disponíveis para o controle

de efluentes gasosos: coleta e oxidação térmica dos gases odoríferos concentrados

(GNCC) e diluídos (GNCD); queima dos gases do Tanque Dissolvedor; remoção

de material particulado na Caldeira de Recuperação, Forno de Cal e Caldeira de

Leito Fluidizado através de precipitadores eletrostáticos; monitoramento online das

emissões de ETR´S nas chaminés permitindo ações corretivas da operação

(LWARCEL, c2013).

3.9.3.8 Rigesa

A Rigesa fomenta o desenvolvimento de projetos de educação ambiental em

diversos segmentos. Distribuí aos filhos de funcionários e comunidades locais livros

infantis de educação ambiental. A real conscientização ambiental começa desde

cedo. A empresa patrocina livros de excelente conteúdo educativo, em linguagem

dirigida especialmente ao público infantil e investe na capacitação de seus

funcionários, através do ensino supletivo (RIGESA, 2014).

Auxiliou na criação do Atlas das Unidades de Conservação Ambiental do

Estado de São Paulo através de patrocínio, que traz o resultado de um

mapeamento das principais unidades de conservação e áreas protegidas do Estado

de São Paulo, como fonte de pesquisa e orientação a diversos órgãos e instituições

ligadas à preservação ambiental (RIGESA, 2014).

Atua na identificação de comunidades carentes e fornecimento de recursos

que serão aplicados de acordo com as necessidades de cada uma, sempre visando

à conscientização e autonomia na manutenção dessas comunidades. As Brigadas

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de Fogo da Rigesa prestam diversos serviços às comunidades locais, socorrendo

vítimas, edificações, matas e florestas, entre outros, além de participar de

atividades de integração e conscientização social (RIGESA, 2014).

A Rigesa associou-se ao Instituto Ethos, uma entidade que reúne empresas

interessadas em implantar ou aperfeiçoar ainda mais seus programas de

responsabilidade social. Para a Rigesa, significa o aprimoramento de programas já

implantados, como o código de ética, os projetos ecológicos, as ações

comunitárias, bem como o desenvolvimento de novos programas relativos à

cidadania empresarial (RIGESA, 2014).

Junho é o Mês do Meio Ambiente. Durante todo o mês acontecem

seminários em que participam centenas de professores e alunos das redes

municipal, estadual e particular de ensino. Além dos seminários, as escolas

participantes recebem, a partir do mês de agosto de 2001, o Rigevida, Jornal de

Educação Ambiental da Rigesa (RIGESA, 2014).

Em 1974, a American Forest Foundation criou o Project Learning Tree (PLT)

que, em português, significa Projeto Aprendendo com a Árvore. Este projeto

expandiu-se para diversos países, e as unidades da Rigesa em Três Barras, SC,

foram as primeiras a implantar o PACA no Brasil. A preocupação da Rigesa é

demonstrar através do projeto que é possível harmonizar o desenvolvimento social

e econômico com respeito e proteção à natureza (RIGESA, 2014).

O projeto faz parte do currículo escolar e do planejamento didático das

escolas de ensino fundamental de Três Barras e enfoca todo o ambiente - fauna,

flora, ar, terra e água. Desde a sua implantação, em 1987, o programa treinou mais

de mil professores que atendem a aproximadamente 45 mil alunos, de 6 a 14 anos,

de todas as classes sociais (RIGESA, 2014).

3.9.3.9 Santa Maria

A empresa possui um trabalho na frente social similar ao apresentado pela

Rigesa, fortemente voltado à educação e conscientização das gerações futuras.

Valendo-se de uma parceria com o Rotary Club da região, a Santa Maria publicou

o livro "Água: Tesouro do Planeta Terra", o objetivo é conscientizar não somente

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as crianças mas também as respectivas famílias, além de incentivar o hábito à

leitura (SANTA MARIA, c2012).

3.9.3.10 Bignardi Papéis

A Bignardi Papéis, através da lei Rouanet, participa do importante projeto de

Restauro da Casa Sede da Fazenda Ermida, construída no final do século XIX,

guarda parte importante da história das origens da colonização e do progresso

econômico de Jundiaí e região. Com esta restauração, será implantado o Memorial

da Fazenda Ermida, onde todo o histórico pesquisado e restaurado, será exposto

à comunidade, contribuindo no enriquecimento de nossa cultura (BIGNARDI,

c2015).

A Bignardi Papéis apoia o projeto Doutores da Alegria, através do incentivo

da Lei Rouanet. Desde 1991, esse projeto consiste em uma organização da

sociedade civil sem fins lucrativos, ao atuar junto a crianças hospitalizadas, seus

pais e profissionais de saúde. Possui como essência do trabalho o uso da paródia

do palhaço que brinca de ser médico no hospital, para proporcionar a alegria e o

lado saudável das crianças e colaborar para a transformação do ambiente

hospitalar (BIGNARDI, c2015).

3.10 A sustentabilidade através do papel reciclado

3.10.1 Suzano

A Suzano desde 2001 a linha de papel reciclado: Reciclato. Fabricado com

aparas de papéis pré e pós-consumo, o primeiro papel offset brasileiro 100%

reciclado, contribui para a redução de resíduos urbanos, preservação dos recursos

naturais e reinserção social de catadores (SUZANO, 2013).

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3.10.2 International Paper

A IP produz o Chamex Eco, papel reciclado para imprimir e escrever.

Composto por aparas recicladas, provenientes de restos de papel do processo

produtivo interno e de terceiros (INTERNATIONAL PAPER, 2013).

3.10.3 Grupo Orsa

A Divisão Papel e Embalagem é a segunda maior indústria integrada de

papéis para embalagens, chapas e embalagens de papelão ondulado do Brasil,

atendendo a praticamente todos os segmentos da economia. Reconhecida pelo

pioneirismo, trabalha de forma verticalizada e foi a primeira do setor a conquistar a

certificação FSC para a produção de papel reciclado 100% pós-consumo (GRUPO

ORSA, 2011).

3.10.4 Klabin

EkoFlute é a linha indicada para fabricação de embalagens de papelão

ondulado, sendo utilizada para composição do miolo das caixas, podendo também

ser usada na parte externa das embalagens. O miolo é produzido a partir de fibras

100% recicladas e recebe, durante o processo de fabricação, aditivos químicos que

aumentam a resistência do papel à umidade. Por conter composição fibrosa de

reciclados, não é recomendado para uso em contato direto com alimentos. É

fabricado nas quatro plantas de reciclagem da Klabin, incluindo a fábrica de

Piracicaba, que possui a maior máquina de papel reciclado do Brasil, com

capacidade de produção de 240 toneladas/dia (KLABIN, 2013).

O EkoLiner é um papel tipo Testliner 2 produzido a partir da mistura de fibras

obtidas de aparas de papelão ondulado e de fibras de refile de papelão ondulado,

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além de fibras provenientes de pontas e sobras das fábricas de Papéis de Fibra

Virgem. É o papel mais indicado para o uso interno em caixas de papelão ondulado

como suporte de ondas. Pode substituir o papel kraftliner nas capas externas das

caixas, quando utilizadas embalagens de produto que não tenham altas exigências

em testes de compressão. Por conter parte da composição fibrosa de reciclados,

não é recomendado para uso em contato direto com alimentos. Este produto está

disponível apenas para exportação (KLABIN, 2013)..

3.10.5 MD Papéis

A atuação da MD Papéis no mercado de papel reciclado é bem específica,

encontra-se apenas na linha EcoPack, produzido em Limeira. Recomendado para

embalagens de brinquedos, lâmpadas, calçados, auto-peças, alimentícias, displays

e peças promocionais. Ótimo desempenho em processos de acoplagem.

Caracterizado por papel cartão duplex com verso formado por materiais

reciclados pré e pós-consumo. A capa formada por celulose (fibra virgem)

branqueada de eucalipto e revestida com duplo coating, oferecendo boa superfície

e brilho para impressão em offset e flexografia. O miolo e verso formados com 63%

a 85% de materiais reciclados (pré e pós-consumo) o que evidencia um forte apelo

ecológico. Também recebe revestimento superficial size press no verso (MD

PAPÉIS, c2009).

3.10.6 Rigesa

Como pôde ser visto no Quadro 2, a Rigesa não produz papel reciclado, mas

existe uma pequena presença deste na produção de Papel Ondulado.

As fábricas de Embalagens de Papelão Ondulado da Rigesa receberam a

certificação da Cadeia de Custódia, após auditoria realizada em Fevereiro de 2009

e recomendação da Bureau Veritas Certification (BVC). Com isso, as embalagens

produzidas pela Rigesa atendem desde 2009, aos requisitos da NBR 14790:2007 -

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Certificação da Cadeia de Custódia pelo Programa Brasileiro de Certificação

Florestal - CERFLOR, desenvolvido e gerenciado pelo INMETRO. Essa certificação

vem se somar às Certificações da Cadeia de Custódia das fábricas de Papel de

Valinhos e de Três Barras (RIGESA, 2014).

A certificação obtida pela Rigesa tem um diferencial: a estrutura multisite

para cadeia de custódia, ou seja, a empresa terá uma única certificação válida para

todas as suas fábricas da Divisão de Papelão Ondulado. Este sistema multisite

demonstra que, no mínimo, 70% de todo o papel consumido na produção das

embalagens Rigesa contém material de origem florestal certificado e/ou reciclado

certificado. Assim, os clientes da Rigesa têm a garantia de rastreabilidade da

matéria-prima, proveniente de um manejo florestal certificado e/ou de reciclado

certificado, em todas as etapas de transformação do produto até chegar ao

consumidor final (RIGESA, 2014).

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4 METODOLOGIA

Segundo Sá-Silva, Almeida e Guindani (2009), a metodologia adotada foi a

Pesquisa Documental com o levantamento de uma gigantesca base de dados sobre

o estudo da arte da indústria de papel e celulose, e ainda gestões e práticas

sustentáveis.

A principal coleta de informações do setor industrial de estudo foi realizada

nas publicações nacionais referentes à sustentabilidade. A fim de complementar o

conteúdo também foram analisadas publicações internacionais. Além disso, foram

utilizadas fontes da literatura, como artigos e revistas ou ainda dissertações e teses

que sejam relevantes e pertinentes para enriquecer o estudo.

A primeira parte deste estudo envolveu uma apresentação mais detalhada

de práticas sustentáveis (social, ambiental e econômica) de apenas 12

corporações. A segunda parte deste trabalho envolveu um levantamento estatístico

das vinte e quatro corporações, através do Procedimento de Comparação Múltipla,

conforme as seguintes etapas:

1) Análise do tempo de mercado;

2) Publicação de gestão ambiental – através do Inventário de GEE e de

Relatórios de Sustentabilidade;

3) Carbon Footprint;

4) Normas – ISO 9001, ISO 14001, ISO 22000, OHSAS18001 e SA 8000;

5) Selos Florestais

6) Papel Reciclado;

7) Realização de Trabalho Social.

Através do Procedimento de Comparação Múltipla foram elaborados

resultados, conclusões e inferências estatísticas. A inferência estatística, segundo

Rauen (2002), consiste na análise e generalização dos resultados obtidos a partir

de uma amostra da população, feita a partir do estudo dos parâmetros de interesse

dentro dessa amostra e gerando conclusões sobre a população. O software Excel

foi utilizado para geração de histogramas comparativos do Procedimento de

Comparação Múltipla.

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77

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Apresentação das empresas selecionadas

5.1.1 Suzano

A primeira empresa mostrada neste mapeamento específico foi a Suzano

Papel e Celulose. É umas das maiores produtoras da América Latina contando com

cinco plantas localizadas nas cidades de: Suzano, Rio Verde e Embu no estado de

São Paulo, Mucuri no sul da Bahia e, também com 50% do controle da Ripasa,

(empresa do mesmo ramo) localizada em Americana - SP.

A empresa com 85 anos de mercado teve destaque dentre as demais

corporações mapeadas com produção de papel reciclado, publicação dos

Relatórios de Sustentabilidade, Inventários dos Gases do Efeito Estufa e também

realização de trabalhos de cunho social. A Suzano detém atualmente as seguintes

certificações: ISO 9001, ISO 14001, OHSAS 18001, BS 7750, SA 8000, FSC,

CERFLOR e Carbon Footprint.

5.1.2 International Paper

No Brasil, a cadeia produtiva da International Paper é composta por duas

fábricas de papel e celulose em Mogi Guaçu e Luiz Antônio (SP), e uma unidade

de papel em Três Lagoas (MS). Juntas as 3 plantas industriais produzem linhas de

papéis cortados destinados ao Brasil e a mercados externos, além de produtos da

linha Chambril para conversão e impressão.

A empresa de origem americana com 112 anos de atuação no mercado de

papel e celulose mostrou-se uma gigante do segmento. A empresa pública

periodicamente seus Relatórios de Sustentabilidade e também o Inventário de

GEE, possui uma linha de papéis reciclados e os selos ISO 9901, ISO 14001,

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78

OHSAS 18001, FSC, CERFLOR e uma extensiva realização de trabalho social mas

comunidades onde atua.

5.1.3 Grupo Orsa

O Grupo Orsa é umas das principais organizações brasileiras no setor de

madeira e embalagens dentro do ramo de Papel e Celulose. A empresa traz a

sustentabilidade como vetor principal da sua estratégia de negócios. Com capital

100% nacional, tornou-se referência mundial em manejo sustentável de florestas

tropicais nativas por suas operações na região Amazônica.

As quatro empresas do grupo constituem: Jari - Celulose, Papel e

Embalagens / Orsa Florestal / Ouro Verde Amazônia / Fundação Orsa. O grupo

atua de forma integrada, em linha com o conceito dos 3P's (People- Profit -Planet),

incorporando modelos de ação economicamente sustentáveis, socialmente justos

e ambientalmente limpos.

Apenas com 28 anos de atuação no mercado o Grupo surpreendeu pelos

resultados apresentados, a corporação publica seus Relatório de Sustentabilidade

e inventaria seus estoques de carbono, detém os seguintes selos: ISO 9001, ISO

14001, FSC, realizando também trabalhos sociais e mantém uma linha de produtos

com fibras recicladas.

5.1.4 Klabin

A Klabin é a maior produtora, exportadora e recicladora de papéis do Brasil.

Líder nos mercados de papéis e cartões para embalagens, também de embalagens

de papelão ondulado e sacos industriais, comercializando também madeira em

toras. A empresa possui 17 plantas industriais no país distribuídas por oito estados

e também uma unidade em território argentino.

Com 65 anos de mercado, a empresa de origem brasileira, a única deste

levantamento com atuação no segmento “Tissue” (além do Grupo CMPC)

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79

apresentou desempenho consideravelmente acima da média. A corporação detém

os seguintes selos: ISO 9001, ISO 14001, OHSAS 18001, ISO 22000, FSC,

realizando trabalhos de cunho social e trabalhando também com papel reciclado.

5.1.5 Fibria

A Fibria é a empresa resultante da incorporação da Aracruz Celulose S.A.

pela Votorantim Celulose e Papel S.A. (VCP), duas empresas brasileiras com forte

presença no mercado global de produtos florestais. O controle acionário* da Fibria

é exercido pelo BNDESPar (34,9%) e pela Votorantim Industrial (29,3%), e 35,8%

das suas ações estão no mercado.

As atividades florestais são conduzidas por sete escritórios e unidades

operacionais: Aracruz e Conceição da Barra, no Espírito Santo; Posto da Mata, em

Nova Viçosa, Bahia; Capão do Leão, no Rio Grande do Sul; Capão Bonito e Vale

do Paraíba (Jacareí), em São Paulo; e Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul.

A Fibria produz celulose branqueada de eucalipto proveniente

exclusivamente de plantios renováveis, que é destinada em sua maior parte aos

principais mercados consumidores e também utilizada para a fabricação própria de

papéis. A empresa comercializa papéis revestidos, não-revestidos, cortados,

térmicos e autocopiativos. Por meio da KSR Distribuidora, a Fibria fornece papéis

e produtos gráficos a cerca de 15 mil clientes no mercado brasileiro.

Atuando há 43 anos no segmento de papel e celulose a Fibria mostrou-se

fortemente organizada e transparente em suas muitas gestões ambientais e

estratégias de sustentabilidade através da publicação dos Relatórios de

Sustentabilidade. A empresa elabora o inventário de seus estoques de carbono e

também certificou-se com os selos Carbon Footprint, ISO 9001, ISO 14001, OHSAS

18001, FSC e CERFLOR.

5.1.6 MD Papéis

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80

A MD Papéis é uma empresa nacional atuando desde 1890 como

fornecedora do mercado industrial e gráfico. A empresa utiliza somente matérias-

primas procedentes de áreas de reflorestamento, sendo os principais produtos os

papéis especiais (entre eles papéis para o mercado moveleiro), papéis para

escrever e papéis e cartões para embalagens.

A MD Papéis com quatro unidades no Estado de São Paulo, é líder na

fabricação de papéis especiais na América Latina e exporta para mais de 40 países.

A empresa mostrou-se atrasada em relação à média, atuando há 120 anos na

produção de papéis, suas ações e projetos ambientais apareceram de forma tímida.

A corporação possui somente as certificações ISO 9001 e FSC atuando com

trabalhos de cunho social e a produção de papel reciclado.

5.1.7 Lwarcel

A empresa nacional com apenas 24 anos de atuação na produção de

celulose apresentou desempenho satisfatório se considerado o fato de não ser uma

empresa vanguardista no ramo da produção de celulose. Detentora de duas plantas

fabris no país, a corporação é certificada pela ISO 9001, ISO 14001 e FSC,

realizando também trabalhos sociais nos entornos das comunidades onde

processa seus produtos.

5.1.8 CMPC

Dentre as empresas pré-selecionadas para o mapeamento encontra-se a

Melhoramentos pertencente ao grupo chileno CMPC desde 2009. O grupo fundado

em 1920 é pioneiro no Chile na fabricação de papel e celulose e líder na América

Latina atuando em cinco áreas distintas: Florestal, Celulose, Papéis, Tissue e

Produtos de Papel, com unidades fabris em quase todos os países da América

Latina.

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81

Com o expressivo número de 26 unidades no Brasil o grupo chileno mostrou

estar atento às novas medidas de caráter ambiental porém não apresentou

desempenho exponencialmente superior. O grupo detém os selos ISO 9001, ISO

14001, FSC e CERFLOR, realizando o inventário de seus estoques de carbono e

as publicações de Relatório de Sustentabilidade, respaldados também pelos seus

trabalhos sociais.

5.1.9 Rigesa

Subsidiária da MeadWestvaco Corporation atuando desde 1942 no Brasil

com duas unidades de produção de papel, quatro fábricas de embalagens de

papelão ondulado e uma fábrica de embalagem de papel cartão. A empresa detém

54 mil hectares de terras e administração com 19 escritórios.

Empregando mais de 2300 funcionários e ocupa o segundo lugar no mercado

nacional de papelão ondulado com sede em Campinas - SP.

Sua matriz MeadWestvaco é uma produtora global líder em embalagens, papéis

revestidos, materiais de escritório e produtos químicos especiais.

A empresa apresentou desempenho abaixo da média pela falta de

publicação de um Relatório de Sustentabilidade possuindo somente os principais

selos certificadores: ISO 9001, ISO 14001, OHSAS 18001 e CERFLOR. A Rigesa

atua com trabalhos de cunho social assim como quase todas as empresas

mapeadas.

5.1.10 Ahlstrom

Com fábricas e escritórios nas cidades de Jacareí, Louveira e Paulínia, a

Ahlstrom tem operado ativamente em várias linhas de negócios. Começou suas

atividades em 1851 nas áreas de silvicultura, serraria e usina de papel. Nos últimos

150 anos, a empresa mostrou sua capacidade de adaptação e de criação de novas

oportunidades de negócios, o que tem contribuído para seu sucesso.

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82

A empresa produz papéis especiais para filtragem (Unidade Louveira),

Papéis especiais para rótulos e etiquetas (Unidade Jacareí), TNT (tecidos não

tecidos) e Wipes (Unidade Paulínia).

De origem finlandesa e com 159 anos de atuação no mercado de papel, a

empresa falhou na falta de apresentação de um projeto de trabalho social, porém

mostrou-se altamente gabaritada pelos órgãos certificadores com as garantias ISO

9001, ISO 14001, OHSAS 18001, FSC, Carbon Footprint e consequentemente a

elaboração de Relatórios de Sustentabilidade e o Inventário de Gases GEE.

5.1.11 Santa Maria

A empresa nacional com 48 anos no mercado de papel e celulose mostrou-

se aquém dos padrões do mercado em termos de certificações e gestão ambiental

pela falta um Relatório de Sustentabilidade e maior estruturação de suas ações. A

corporação possui somente as certificações ISO 9001 e FSC.

5.1.12 Bignardi

A trajetória do Grupo Bignardi começou em 1956 com uma pequena gráfica,

localizada no centro da cidade de São Paulo, na rua Jandaia, que fabricava

impressos gráficos, cadernos e listas telefônicas. A empresa nacional de mostrou-

se com bom desempenho em termos de gestão e certificação, apesar de não possui

Relatório de Sustentabilidade, o grupo possui as certificações ISO 9001, FSC e

CERFLOR.

5.2 Análises comparativas

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A partir do levantamento feito das vinte e quatro corporações, pelos Quadros

2 e 3, as empresas foram divididas em três segmentos: Produtoras de Celulose,

Produtoras de Papel e, por fim, Empresas Integradas, que constituem aquelas que

possuem fabricação tanto de celulose como de papel.

Foi contabilizado cada aspecto que engloba o contexto atual, considerando

os três blocos de empresas, e por último um bloco geral, constituindo todas as

empresas avaliadas.

5.2.1 Análise do tempo de mercado

Neste caso, vemos um quadro interessante onde não podemos deixar nos

levar por uma breve análise, pois a média é mascarada, conforme a Figura 4.

Figura 9 – Comparativo da segmentação de mercado por tempo de atuação

Quase metade das empresas mapeadas estão no mercado há mais de 50

anos, porém ao olharmos mais de perto constatamos que nenhuma das produtoras

de celulose enquadram-se neste perfil que é tomado em 66,7% pelas papeleiras e

somente em 37,5% por empresas integradas produtoras tanto da celulose como

também do produto final.

0,0% 66,7% 37,5%

45,8%

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

80,0%

90,0%

100,0%

Mais de 50 anos de mercado

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tag

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Produtoras de Celulose Produtoras de Papel Empresas Integradas Geral

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84

5.2.2 Publicação de gestão ambiental

Atualmente a adoção de medidas e gestões ambientais têm sido cobradas

não somente na prática, mas também nos veículos de comunicação corporativos,

tornando uma tendência das empresas a publicação periódica de Relatórios de

Sustentabilidade, aliada à elaboração de um vasto inventário dos estoques de

carbono gerados pela empresa.

Os estoques de carbono quantificados pelo Inventário de Gases causadores

do Efeito Estufa são a principal ferramenta para quantificar a real contribuição da

corporação em suas gestões ambientais. A Figura 11 apresenta o índice de adesão

de ambas ferramentas por segmento.

Figura 10 – Perfil de adesão ao inventário de GEE e publicação de relatório de sustentabilidade por segmento

Metade das empresas mapeadas realizam tais medidas, destacando-se as

empresas fabricantes de celulose, onde 75% das atuantes neste segmento

apresentaram tais ações em pleno vigor. Dentre as empresas integradas (com

produção de pasta celulósica e papel) foi apontado um índice de 62,5% e somente

de 25% dentre as papeleiras.

Vale ressaltar a intrínseca relação entre ambas ações: 100% das empresas

que inventariam seus estoques de carbono também reportam seus Relatórios de

Sustentabilidade.

75,0% 25,0% 62,5%

50,0%

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

80,0%

90,0%

100,0%

Inventário de GEE e publicação de Relatório de Sustentabilidade

Índ

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es

ão

Produtoras de Celulose Produtoras de Papel Empresas Integradas Geral

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85

5.2.3 Carbon Footprint

O selo Carbon Footprint mostrou-se como uma das avaliações mais recentes

e completas fornecida pelos órgãos certificadores considerando a grande

abrangência de sua avaliação e os ganhos daí decorrentes. Em função da grande

demanda de recursos para se estruturar um processo de rastreamento da “pegada

de carbono” de toda uma cadeia produtiva, foi percebida uma menor quantidade de

empresas detentoras desta certificação. A Figura 12 apresenta a adesão desse selo

por segmento.

Figura 11 – Perfil da adesão ao Carbon Footprint por segmento

Mais uma vez as empresas produtoras de celulose mostraram-se à frente no

mapeamento de seus impactos ambientais com 50% de adesão ao selo Carbon

Footprint, isso não deixa de ser um reflexo do caráter fornecedor deste bloco de

empresas avaliadas. Fornecedores altamente certificados terão fatalmente mais

vantagens competitivas frente aos demais.

Empresas integradas e papeleiras apresentaram 37,5% e 8,3% de adesão

respectivamente. A média geral de adoção deste selo foi de 25% entre as

corporações analisadas.

50,0% 8,3% 37,5%

25,0%

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

80,0%

90,0%

100,0%

Certificação Carbon Footprint

Po

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e a

de

o

Produtoras de Celulose Produtoras de Papel Empresas Integradas Geral

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86

5.2.4 ISO 9001

Uma das mais importantes e estratégicas certificações na evolução de uma

empresa, a International Organization Standardization 9001 mostrou-se

amplamente presente em todos os segmentos avaliados com média geral de 70,8%

de adesão. A Figura 13 apresenta o índice de adesão por segmento.

Figura 12 – Perfil da adesão a ISO 9001 por segmento

As empresas integradas foram as maiores detentoras com 87,5%, seguidas

pelas produtoras de celulose com 75%, e as produtoras de papel com 58,3%. Isso

mostra a necessidade de empresas com processos mais robustos em terem uma

padronização com maior rigor em sua cadeia produtiva, considerando o maior

índice de adesão ter sido detectado em um bloco de empresas integradas com

processos produtivos de celulose e papel.

5.2.5 ISO 14001

75,0% 58,3% 87,5%

70,8%

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

80,0%

90,0%

100,0%

Certificação ISO9001

Po

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de

o

Produtoras de Celulose Produtoras de Papel Empresas Integradas Geral

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O selo ambiental ISO 14001 abrange o desenho, a manufatura e

monitoramento de sistemas produtivos sob a ótica ambiental, sendo assim era

esperado grande parcela de adesão. A Figura 14 apresenta o índice de adesão por

segmento.

Figura 13 – Perfil da adesão da ISO 14001 por segmento

As empresas produtoras de celulose mostraram adesão unânime da norma

ISO 14001 nas corporações selecionadas, seguidas pelas empresas integradas e

papeleiras com 62,5% e 42,6% respectivamente, resultando uma média ponderada

correspondente à 58,3%.

5.2.6 OHSAS 18001

O Selo OHSAS 18001 foi detectado com aparecimento tímido entre as

corporações. A certificação reconhece que a empresa adota os melhores

procedimentos de segurança e saúde ocupacional. A Figura 15 apresenta o índice

de adesão por segmento.

Ocorreu uma inversão interessante, as produtoras de celulose que até então

lideravam o ranking de adoção das certificações ambientais, figuraram com as

últimas posições (0,0%) nas certificações referentes à segurança e saúde

ocupacional.

100,0% 41,6% 62,5%

58,3%

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

80,0%

90,0%

100,0%

Certificação ISO14001

Po

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e a

de

o

Produtoras de Celulose Produtoras de Papel Empresas Integradas Geral

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88

Figura 14 – Perfil do índice de adesão da OHSAS 18001 por segmento

As papeleiras e empresas integradas surpreenderam com os respectivos

33,3% e 37,5% resultando em uma média geral de 29,2% de adoção. A certificação

com menor índice de presença nas empresas analisadas.

5.2.7 Selos Florestais

A certificação Forest Stewardship Council é o principal selo de manejo

florestal, garantindo a identidade do produto da floresta em toda etapa do

processamento. A Figura 16 apresenta o índice de adesão do FSC por segmento.

Figura 15 – Perfil do índice de adesão ao FSC por segmento

0,0% 33,3% 37,5%

29,2%

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

80,0%

90,0%

100,0%

Certificação OHSAS18001

Po

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o

Produtoras de Celulose Produtoras de Papel Empresas Integradas Geral

75,0% 75,0% 87,5%

79,2%

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

80,0%

90,0%

100,0%

Certificação FSC

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Produtoras de Celulose Produtoras de Papel Empresas Integradas Geral

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Foi o selo com maior índice de adoção (média geral: 79,2%) com destaque

para as empresas integradas com 87,5% e as demais com 75%.

O selo CERFLOR representa o sistema brasileiro para a própria garantia do

manejo florestal, pelo fato de ser mais recente frente ao FSC e ainda com menor

peso estratégico para as empresas que já possuem a certificação FSC, este selo

figurou como uma medida alocada em segundo plano de prioridade para as

corporações, porém sem descartar sua importância. A Figura 17 contém o índice

de adesão por segmento.

Figura 16 – Perfil do índice de adesão ao CERFLOR por segmento

A média de adoção do selo CERFLOR foi de 33,3% com destaque para as

empresas do bloco das produtoras de celulose com 50% de adoção, seguidas pelas

papeleiras e empresas integradas com 33,3% e 25% respectivamente.

5.2.8 Produção de papel reciclado

Um dos principais objetivos deste trabalho foi detectar e mensurar a

presença da produção de papel reciclado dentre as corporações mapeadas.

50,0% 33,3% 25,0%

33,3%

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

80,0%

90,0%

100,0%

Certificação Cerflor

Índ

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es

ão

Produtoras de Celulose Produtoras de Papel Empresas Integradas Geral

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Através da construção deste panorama a ideia foi avaliar o grau de inserção deste

produto no mercado atual. Aproximadamente metade das empresas pesquisadas

possuem em suas linhas de produção algum tipo de produto fabricado com fibras

recicladas, ainda que em condição de mistura com fibras virgens. A Figura 10

apresenta a análise comparativa.

Figura 17 – Comparativo entre as empresas que produzem papel reciclado por segmento

As empresas integradas com produção de celulose e papel mostraram-se

50% detentoras da produção de papel reciclado, as empresas com produção

somente de papel, ou seja, as que não possuem todo o processo produtivo em sua

cadeia, apresentaram 58,3%. A média destes blocos gerou um índice de adesão à

produção de papéis reciclados de 55%.

5.2.9 Realização de trabalho social

A presença de programas e projetos de cunho social foi uma tônica presente

em praticamente todo o material avaliado com média de 87,5% de presença nas

58,3% 50,0%

55,0%

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

80,0%

90,0%

100,0%

Produção de papel reciclado

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Produtoras de Papel Empresas Integradas Geral

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corporações elencadas para o estudo. A Figura 18 mostra a presença de trabalho

social por segmento.

Figura 18 – Perfil da presença da realização de trabalho social por segmento

Destaque para as produtoras de celulose com presença absoluta na

realização de trabalhos de cunho social, sendo seguidas de perto pelas empresas

integradas e papeleiras com 87,5% e 83,3%

5.2.10 Análise global de cada etapa

O mapeamento de todos os índices de adoção levantados para cada

certificação ou ação estratégica dentro do contexto da sustentabilidade no mercado

de papel e celulose.

Para os cálculos de média ponderada, as empresas permaneceram divididas

em três blocos: (a) Produtoras de Celulose (b) Produtoras de Papel e Celulose –

Empresas Integradas (c) Produtoras de Papel – Papeleiras. O Quadro 4 apresenta

um comparativo obtido da análise de cada aspecto.

100,0% 83,3% 87,5%

87,5%

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

80,0%

90,0%

100,0%

Realização de trabalho social

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as

Produtoras de Celulose Produtoras de Papel Empresas Integradas Geral

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Quadro 4 – Comparativo obtido da análise de cada aspecto em função do tipo de empresa

Aspecto Produtoras de Celulose

Produtoras de Papel

Empresas Integradas

Geral

Mais de 50 anos de mercado 0,0% 66,7% 37,5% 45,8%

Inventário de GEE e publicação de Relatório de Sustentabilidade

75,0% 25,0% 62,5% 50,0%

Certificação Carbon Footprint 50,0% 8,3% 37,5% 25,0%

Certificação ISO9001 75,0% 58,3% 87,5% 70,8%

Certificação ISO14001 100,0% 41,6% 62,5% 58,3%

Certificação OHSAS18001 0,0% 33,3% 37,5% 29,2%

Certificação FSC 75,0% 75,0% 87,5% 79,2%

Certificação CERFLOR 50,0% 33,3% 25,0% 33,3%

Produção de papel reciclado – 58,3% 50,0% 55,0%

Realização de trabalho social 100,0% 83,3% 87,5% 87,5%

Apenas a Suzano é a única a apresentar a norma SA 8000, isso ocorre pois

desenvolve responsabilidade social interna para com os funcionários, seguindo os

requisitos dessa norma específica. Além disso, também foi a única a apresentar a

BS 7750, o que demonstra a forte preocupação da Suzano em gestão mais

ambiental, uma vez que esta norma britânica foi a precursora da ISO 14001.

Apenas a Klabin apresentou a norma ISO 22000, isso porque produz

embalagens para a indústria alimentícia, que terão contato direto com o papel.

Requisitos especificados pela norma devem ser adotados em toda a linha produtiva

para garantir a saúde do consumidor final.

Após acompanhamento de pesquisas, análises gráficas e leituras de

relatórios de sustentabilidade, alguns dados chamaram a atenção e observou-se o

aparecimento de algumas tendências importantes, bem como a formação de um

cenário de mudanças.

A primeira percepção entre as corporações mostra que o uso de matérias-

primas provenientes de reflorestamento caminha para a unanimidade entre as

empresas, sendo o selo mais adotado com 79,2% de empresas certificadas, nota-

se que o primeiro degrau na escada da sustentabilidade tem sido exatamente esse:

garantir que o processo não envolva desmatamento e ainda contribuir para a

formação de estoques de carbono.

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A segunda maior preocupação mostrou ser o uso progressivo e contínuo de

aparas na produção, seja para produzir um papel reciclado próprio ou somente para

ser agregado com as fibras virgens como é o caso da Ahlstrom e da Rigesa.

Dentre as empresas pesquisadas pelo menos 55% delas possuem uma linha

específica de papel reciclado.

Em terceiro lugar, temos as certificações ISO 9001 e ISO 14001 com 70,8%

e 58,3% de adesão respectivamente. Certificar a qualidade do processo mostra-se

um alvo buscado já há algum tempo pelas corporações, se comparado aos outros

selos.

Outra medida amplamente divulgada é a realização de trabalhos sociais. A

necessidade de respaldar as comunidades vizinhas parece ter se tornado senso

comum entre as empresas, com o maior índice apresentado: 87,5% das empresas

realizam algum tipo de trabalho de cunho social, destacando se o amplo trabalho

da International Paper, abrangendo vários municípios.

A grande mola propulsora referente à atual conjuntura tem sido os

Inventários Corporativos de Emissões de Gases do Efeito Estufa com 50% de

realização entre as corporações.

A partir dessa ferramenta as empresas tem identificado os pontos críticos e

formulado estratégias, as quais tem sido decisiva para os seus Relatórios de

Sustentabilidade anuais, vale ressaltar que pela análise da tabela comparativa

percebe-se que toda empresa que realiza o seu inventário também publica seu

Relatório de Sustentabilidade, sendo portanto duas ferramentas correlacionadas.

Uma vez em posse dos números precisos das emissões da empresa, a base

para uma abrangência total é formada e portanto, algumas já caminham para a

obtenção da certificação Carbon Footprint. Este selo foi apresentado somente por

25% das vinte e quatro empresas pesquisadas, sendo o menor índice,

considerando também as empresas que ainda estão em processo de certificação

como a Bahia Specialty, por exemplo.

Na análise tempo de mercado versus desempenho sustentável foi

constatada uma relação inversamente proporcional, por repetidas vezes empresas

com menos de 50 anos de mercado apresentavam um desempenho sustentável

superior.

Se considerado o grupo mais antigo, as empresas produtoras de papel não-

integradas, que contam com 66,7% de corporações com mais de 50 anos de

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mercado, temos um índice de publicação de relatórios de sustentabilidade e

realização de Inventários de 25% (Média: 50%) e certificação Carbon Footprint de

8,3% (Média: 25%).

Tudo indica ser um desafio maior empresas já estabilizadas há muito tempo,

terem de se adaptar às inúmeras e recentes exigências da presente época.

Nenhuma corporação apresentou desempenho exponencialmente superior. Frente

a todos os parâmetros avaliados, conclui-se um cenário ainda em construção, e a

paisagem final desse cenário dependerá da importância com a qual cada

corporação irá tratar o tema.

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6 CONCLUSÃO

Através da análise de vinte e quatro perfis empresarias de corporações

estrategicamente estabelecidas no Brasil e no exterior foi possível mapear e

identificar tendências importantes dentro do segmento de Papel e Celulose.

A primeira tendência identificada foi a presença de selos que atestem a

origem da matéria-prima oriunda de fontes renováveis, este movimento caminha

para se tornar unanimidade entre as empresas do setor, com 79,2% de corporações

certificadas dentro da grande amostragem selecionada para o estudo. Outra

tendência diagnosticada neste estudo foi a adesão de programas e projetos de

cunho social para respaldar as comunidades que vivem no entorno das unidades

fabris e florestais com o expressivo índice de 87,5%.

Em paralelo com esses dois fatores caminham também o aumento das

certificações referentes à qualidade dos produtos, processos, gestão humana e

segurança. Dentre estes movimentos secundários o mais importante mostrou-se

ser a evolução dos inventários de emissões de Gases do Efeito Estufa, através de

órgãos internacionais como o Carbon Trust, os quais promovem o selo Carbon

Footprint.

A certificação Carbon Footprint representa o futuro da indústria de papel e

celulose, através do uso da ferramenta ACV (Análise do Ciclo de Vida), além da

cadeia produtiva, principalmente a cadeia de suprimentos têm sido mapeada com

objetivo de reduzir as emissões e mitigar desperdícios, desta forma percebe-se um

inversão de papéis: onde outrora havia o estigma de uma indústria inimiga do meio-

ambiente, hoje percebe-se uma indústria como agente fomentador e fiscalizador de

processos ambientalmente limpos e sustentáveis.

Na análise tempo de mercado versus desempenho sustentável foi

constatada uma relação inversamente proporcional, por repetidas vezes empresas

com menos de 50 anos de mercado apresentavam um desempenho sustentável

superior. Além disso, nenhuma das corporações revelou desempenho

significativamente superior em todos parâmetros avaliados. Por isso, observa-se

um cenário ainda em construção, mas com tendências positivas bem delineadas,

que foram mapeadas neste trabalho.

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