a vila de salvaterra de magos - 2ª edição

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2 RECORDAR, TAMBÉM É RECONSTUIR!.. COLECÇÃO DE APONTAMENTOS CADERNO N.º 36 Documentos para a História do Património: Geogràfico, Monumental, Cultural, Social, Politico, Económico e Desportivo Séc. XIII – Séc. XIX SALVATERRA DE MAGOS A TOPONOMIA DA VILA

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A vila de Salvaterra de Magos - 2ª edição

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RECORDAR, TAMBÉM É RECONSTUIR!.. COLECÇÃO DE APONTAMENTOS CADERNO N.º 36

Documentos para a História do

Património: Geogràfico, Monumental, Cultural, Social, Politico, Económico e Desportivo Séc. XIII – Séc. XIX

SALVATERRA DE MAGOS

A TOPONOMIA DA VILA

– ATRAVÉS DOS TEMPOS !..

2ª Edição

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O Autor JOSÉ GAMEIRO

(José Rodrigues Gameiro)

RECORDAR, TAMBÉM É RECONSTUIR!.. COLECÇÃO DE APONTAMENTOS CADERNO N.º 36

Documentos para a História do

Património: Geogràfico, Monumental, Cultural, Social, Politico, Económico e Desportivo

Séc. XIII – Séc. XIX

SALVATERRA DE MAGOS

Toponomia da Vila – Através dos Tempos!...

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Edição: Gameiro, José RodriguesAutor: José Gameiro

2ª Ediçã

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Formato: PDF

Editado: Blogue - http.www.blogs.historiadesalvaterra.blogs.sapo.ptAno: 2010

O MEU CONTRIBUTO

Ao longo dos séculos, a religião, força militar e a política, sempre tiveram em cada época, destas

coisas – dar, ou mudar os nomes às ruas das urbes!

Os feitos de cada cidadão, merecedor dessa memória futura, decerto são dos bons exemplos dados. Em Portugal, as grandes localidades,

depressa adoptaram este simbolismo, nos seus espaços habitados, sobressaindo as ruas e praças. A vila de Salvaterra de Magos, durante muitos séculos esteve confinada a pouco mais de 7 ruas e alguns largos - espaços vazios de moradias, onde as propriedades da casa real, ficavam na orla dessas vias de trânsito público. O povo dava grande importância, à conotação toponímica, com nomes ligados à religião católica, daí algumas

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das ruas de Salvaterra de Magos, terem nomes de santos, como: Santo António e São Paulo. Com o decorrer do tempo, gerações ainda existem, que falam, tão embevecidos da sua rua, por nelas considerarem a sua habitação, ou o seu nascimento, ligando-as à sua entidade pessoal. Por imperativos do terramoto de 1909, a vila de Salvaterra de Magos, teve de alargar o seu espaço urbano e, depressa abarcou outras identificações para as suas novas artérias, já então concluídas no novo regime republicano, acabado de surgir no país, em 1910. Nos últimos anos a toponímia da vila, sofreu grande transformação, pois foram substituídos nomes, que duravam à séculos. O factor político, deu alento aos autarcas que foram passando pelo município, para uma outra mudança, foi a revolução dos cravos, em 25 de Abril de 1974, pois até aí as mudanças eram quase inexistentes. As placas toponímicas, de ferro esmaltado a azul, do início do século XX, e as mais recentes em pedra, colocadas nas ruas da vila, omitem juntando ao nome, um pequeno dado biográfico do escolhido, aliás uma norma que se vê nas grandes cidades e, aqui em Salvaterra de Magos, tem sido

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descurado, e seria a melhor maneira de dar a conhecer, perpetuando a vida e obra do homenageado, especialmente dos filhos desta terra. Assim, nesta segunda edição, foi aproveitado para rever a anterior, publicada em 2007, aumentando o que por ventura se tornou possivel actualizar, além de pretender-se remediar a falta de identificação bibiográfíca e respectivos fotos da toponínia

Março: 2010

O AutorJOSÉ GAMEIRO

(José Rodrigues Gameiro)

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A ORIGEM E TOPONOMIA DA VILA ATRAVÉS DOS TEMPOS!...

A fundação da vila junto da margem sul do rio Tejo, onde as terras eram de grande riqueza para a actividade rural, canalizava predominantemente a população para a agricultura. Tendo sido escolhido a sua implantação muito próximo da margem do rio Tejo, era no seu espaço politico/administrativo um concelho feudal que ao tempo do seu primeiro Foral, doado por D.Dinis, em 1295, O aparecimento de Salvaterra de Magos, como povoação, está como tantas outras envolta num mistério, que os contos/lendas se encarregaram de lhe atribuir uma origem que para muitos é fidigna. Certo é, que no Foral de D. Dinis, se fala em Salvaterra, e entre os locais (sítios) que lhe davam relevância no ambito do desenvolvimento concelhio, existia Magos.

Uns atribuem a este sítio o acrescento do nome, Salvaterra... de Magos, outros atribuem, que serviu de guarida aos ”bruxos” e “adivinhos”, que para aqui foram enviados, como castigo, outros ainda diziam que as suas terras eram férteis em ervas para chás como: S. Roberto, e Salva, - que nasciam a esmo, nos terrenos da Coutadinha, estando esta conutada com o seu nome (salva+terra). Uns olhos de água (nascentes), nas terras da Ameixoeira, eram apreciados, porque muito leves, ajudavam na cura da doença da edropsia. Com tantos atributos, e com as regalias que lhe foram concedidos ao longo dos séculos, esta vila tinha grande peso na economia de Portugal. A própria

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legislação fiscal de 1455, de D. João V, decerto veio acrescentar influência teve no seu alargamento urbanistico, tal como os outros Forais de D. Manuel I e D. Fernando.

A existência do paço real na vila, trazia-lhe grande movimento, mesmo através da “sangria” de águas que sendo aberta com empenho real, veio a receber o nome de vala real. Depressa atraiu a corte e aqui foi construído um pequeno paço real, que para a época também teve uma reserva de Coutada, onde a Falcoaria era uma forma de passarem aqui longos dias, especialmente na Primavera. Aquela, e a Casa da Ópera mais tarde, também ocupavam a realeza e seus convidados estrangeiros.

O seu perimetro urbano, confinava-se apenas a uma povoação que tinha sete ruas, situação que durou séculos; Rua S. António, Rua Direita, Rua S. Paulo, Rua do Pinheiro, Rua de Água e Rua do Calvário. Todas elas, vinham para sul, em direcção à Igreja Matriz. A Rua do Arneiro, um pouco mais afastada para poente. A Rua do Calvário, tinha lá no seu fundo uma grande cruz de pedra, enquanto a Rua do Pinheiro, teve o seu nome devido à existência de uma árvore, daquele tipo, isolada das que se encontravam encostradas no matagal da vila.

No séc. XVIII, a Gazeta de Lisboa, não só tratava de informar os seus leitores, do dia-a-dia dos despachos da chancelaria régia, como periodicamente dava conta das novidades do que

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se passava lá fora, mesmo na toponímica de uma pequena urbe na Holanda.

Os estrangeiros, que visitavam Portugal, e por aqui paravam em Salvaterra, a convite da corte, assistindo às caçadas e brincos de toiros, não deixavam de dar novidades, nos momentos de “convivio de sala” do que se ia passando na Europa, onde a autorização de nomes de pessoas nas ruas das grandes e pequenas povoações, era uma prática para melhor serem identificadas as familias ali moradoras. Os que tinham morrido heróicamente em batalhas, e aqueles que se salientavam na cultura, ou mesmo que tivessem praticado um acto de filantropia, podiam passar a ter o seu nome guardado para sempre numa rua, normalmente na terra, onde nasceram.

Em Portugal, segundo um mapa de 1788, dá conta que das suas primitivas sete ruas, três continuam com nomes de santos – S. António/ou rua de Baixo, Rua de S. Paulo e Largo de S. Sebastião, esta tinha um pequeno Hospital. Nesta geografia da vila, mostra uma urbanização com novos arruamentos - Rua Jogo da Bola, Azinhaga das Oliveiras, Rua das Cozinhas, Trav. Forno Vidro, Trav. do Secretário e Rua de Monturos. Esta última dava acesso a um vazedouro público, no topo da vila. Em 1883, foi aberta (melhorada), a estrada da Ponte da Peteja à Palhota, na distância de 578,81 m, cujo processo data de 10 de Março daquele ano.

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Este grande caminho, deu origem mais tarde, a partir da Capela da Misericórdia, à avenida que recebeu o nome – José Luis Brito Seabra. Em 1890, com várias obras na vila, foi construído um novo jardim público, murado com vedação em ferro, junto foi construído um espaço para mercado diário de venda de frutas, hortaliças e peixe fresco. O Pelourinho em pedra, existente naquele lugar foi retirado. Melhorado o recinto do Fontenário, que desde séculos recebia o nome da rua ali próxima – S. António. Aproveitando a àgua, que sobrava da sua corrente constante, esta passou a ser enviada a céu aberto, através de uma calha de telhas, pela Trav. do Secretário, para um grande Tanque em pedra de lioz, que passou a bebedouro de manadas de gado que passavam na vila.

Ao largo envolvente do Jardim, com a câmara a norte e a capela a sul, foi dado o nome Dr. Oliveira Feijão (1) Quando do terramoto de 1909, tendo a vila de Salvaterra de Magos, sofrido graves danificações nas suas moradias, muita da população foi alojada em barracas, situação que durou muitos meses. Por empenho do lavrador,Gaspar da Costa Ramalho, benemérito de Salvaterra de Magos, que agregando numagrande campanha de solidariedade um vasto

(1)– Médico e lavradador na zona de Santarém, visitava Salvaterra com assiduedade, nas festas das ferras de gado, nesta vila. * In A Freguesia da Várgea (Concelho de Santarém) * Pág 285 / 289 * António Miguel Ascensão Nunes (José Vargeano) 2005

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grupo de outros cidadãos da terra, passando a apoiar aquela gente carenciada de bens.

Feita nova urnanização, novas ruas tiveram os toponímos - Rua Nova de S. Paulo, Rua Trás-da-Igreja, Rua Marquês de Pombal, Rua Conde de Arcos (estes últimos protagonistas no romance de Rebelo da Silva), e Dr. Gregório Fernandes, médico cirurgião, nascido em Salvaterra de Magos, que ocupou uma artéria já conhecida como Rua do Hospital, pois o desaparecido, em 1909, ficava ali muito próximo, no Largo S. Sebastião. Uma grande Horta, foi aberta, para alimentar a população carenciada, tendo com o decorrer dos anos o povo a conhecê-la pela “Horta do Sopas”, nome do seu primeiro hortelão.

Em 1910, instituído o regime republicano, em Portugal, os novos administradores municipais, logo se apressaram a substituir muitos dos nomes existentes, por pessoas que se destacaram na implantação do novo sistema politico. Chapas toponimicas, de esmalte azul com as letras em branco, passaram a ser uma norma no país, também em Salvaterra de Magos, tiveram lugar. Em 1913, a vila tinha um novo hospital e uma escola primária construída, sob a responsabilidade do jornal “O Século”, e em 1920, um grupo de entusiastas da festa brava, construiu uma praça de toiros, que depois ofereceu também à Misericordia, local, tal como já tinha feito Gaspar Costa Ramalho, com o hospital. Existindo ao fundo da rua do Calvário, um grande Cruzeiro,

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cuja cruz foi removida para o cemitério local, por volta de 1920. Naquele grande caminho. em 1945, um grande envestimento em Salvaterra, foram iniciadas, os grandes canteiros para relva e flores, e árvores em fila, de ambos os lados, contemplavam os seus cerca de 900 metros de comprimento. Recebeu o toponimo de Avenida: Vicente Lucas de Aguiar, antigo presidente da câmara municipal, que após a sua morte foi enterrado no cemitério existente junto da capela real. A avenida passou a ser a via de maior transito e, na sua entrada o ex-libris, Praça de Toiros, uma construção emblemática da vila.

Logo após a revolução de Abril de 1974, e com a mudança de alguns nomes nas ruas, a avenida passou a ser conhecida por: Dr. Roberto Ferreira da Fonseca, distinto médico, nascido em Salvaterra e, seu presidente da câmara municipal, por duas vezes. As ruas passaram a ostentar; Dr. Machado Santos, Dr. Miguel Bombarda, Alm. Candido dos Reis. A nova Rua Conde dos Arcos, depressa passou a Rua Elias Garcia. A Rua da Azinhaga, teve o nome de Manuel Arriaga, mas por pouco tempo, foi substituído pelo salvaterrense, Porfirio Neves da Silva, que foi lavrador e antigo presidente da câmara municipal.

No Largo – S. Sebastião, que até ao terramoto existia um pequeno hospiral, o grande espaço recebeu uma urbanização, e em 1936/37, ali foram construidos um Fontanário e uma Escola. As ruas paralelas, passaram a ter os toponímos: José Luis Seabra, há muito construída, e Dr. António Ferrerira Roquette, esta sendo de pequeno curso,

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era avenida, memorizava um membro da genelogia do 1º Barão de Salvaterra.

Por volta de 1945, numa pequena rua, que liga a Rua Luis de Camões (Rua Direita), com a Cândido dos Reis (Rua de Baixo) é colocado o toponímo – Trav. do Forno. Seria uma lembrança do forno, de pão, que ali existiu, e que vinha de séculos e tinha deixado de laborar. Em memória dos portugueses que tombaram no conflito da I guerra mundial (1914 - 1918). Com o decorrer dos anos tem sido abreviado com o nome “Largo dos Combatentes”. Com as homenagens nacionais, atribuídas ao Alm. Gago Coutinho, a Rua do Charco, junto à Horta do Sopas, passou a ter o nome deste herói nacional, no campo da aviação. Em 1788, era uma abertura de arruamento, o Matadouro, estava ali perto, entroncava em ruas, que a levam a norte, à Roda dos Enjeitados e Fonte do Arneiro. Dois séculos depois, recebeu o nome Rua Martires da Pátria, pois era conhecida por “Rua da familia do José Monteiro”. Dali estava o acesso a pequenas construções de casas, onde familias carenciadas viviam – os Quartos da vila. Mais de meio século volvido, em 1974, com a revolução dos capitães de Abril, novas mudanças foram operadas. A Rua de Àgua, passou a ter o nome de, João António Ramalho Almeida, o nome do Gen. Humberto Delgado, substituiu Porfirio Neves da Silva. O vereador da cultura à epoca, Joaquim Mário Antão, teve grande influência nestas decisões, como também na Rua Padre Cruz, que inicia a entrada ao bairro do Pinhal da Vila. A E.N.118, que na primeira metade do século XX, passou a dividir a vila, na parte mais a sul, onde já exstia o

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cemitério da freguesia, construído em 1885, por força das novas leis, que terminaram com os registos paroquiais. Esta grande via de transito, mesmo em frente à praça de toiros, volta na volta, é alvo de obras, pois é ali a entrada da vila. O espaço é alterado com arranjos urbanísticos desde 1945, data do seu primeiro embelezamento, pois é um terreno apetecível para os autarcas locais, darem nas vistas! Entre muitas outras, já lá foram construídas zonas ajardinadas separadoras de trânsito, um sistema eléctrico de semáforos, cópia do que se usava em todo o país, na prevenção dos acidentes rodoviários. Em 1996, um novo estudo, pedido por Dr. José Gameiro dos Santos, presidente da câmara, ao arquitecto Flávio Barbini, técnico italiano, ao serviço so municipio, levava à construção de duas placas separadoras de trânsito, o que mostraria duas fontes artificiais. De inicio o povo lhe chamou as “ tijelas” da câmara.Tempos depois, a nova presidente, Ana Ribeiro, dá ao local nova urbanização – Uma retunda, com uma decoração emblemática do Ribatejo. Um campino, cavalo e touro. Foi inaugurada em 18 de Outubro de 2002, com festejos. Algumas da ruelas, como as travessas de João Gomes, Bilbau e das Amoreiras, sendo muitas antigas na toponimia de Salvaterra, pouco ou nada existe dando conta da sua origem na vila. A Rua Conde dos Arcos, esteve pouco tempo, dando lugar a Elias Garcia. A rua em frente ao novo edificio hospitalar, inaugurado na avenida principal da vila, ficou com o seu nome. A Trav. do Secretário, deve ter recebido este topónimo, julga-se ter existido ao alguma naquela quarteirão manuelino, alguma instalação do paço real.

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A ORIGEM DA TOPONOMIA, NO DESENVOLVIMENTO DA URBANIZAÇÃO DA VILA DE SALVATERRA DE MAGOS

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RUA CÂNDIDO DOS REIS (Rua S. António)

SANTO ANTÓNIO

Santo António de Lisboa, nasceu em Lisboa a 15 de Agosto de 1191 – 1195?, de sobrenome incerto mas batizado como Fernando – S. António de Pádua 13 de Junho de 1231. Foi conhecido com um doutor da Igreja que viveu na viragem dos séc. XII e XIII. Primeiramente foi frade

Agostiniano, no Covento de São Vicente de Fora, em Lisboa, indo posteriormente para o Convento de Santa Cruz, em Coimbra, onde aprofundou os seus estudos religiosos através da leitura da Biblia e da leitura Patristica, cientifica e clássica. Tornou-se Franciscano em 1220, viajando muito,viveu inicialmente em Portugal, depois na Itália e na França. No ano de 1221 fez parte do Capitulo Geral da Ordem de Assis a convite do próprio Francisco o fundador, que o convidou também a pregar contra ao Albigenses em França. Foi transferido para Bolonha e de seguida para Pádua, onde morreu aos 36 (ou 40) anos. A sua fama de santidade levou-o a ser canonizado pela Igreja Católica, pouco depois de falecer. Enquanto vivo, sendo vasto o seu conhecimento, depois de canonizado, tanto em Portugal como em Itália, tem muitos devotos, especialmente em

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Lisboa, como seu padroeiro e casamenteiro, pois os seus devotos acreditam serem por ele abençoados. Em Portugal, muitas cidades e vilas, no séc.XIII, usaram a sua toponimia – Salvaterra de Magos, também o fez, numa das suas primeiras ruas.

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CÂNDIDO DOS REIS

O Almirante Carlos Cândido dos Reis - Em 1 de Outubro de 1870, é promovido a guarda-marinha, tendo sido alvo de promoções desde que iniciou a sua carreira como voluntário, aos 17 anos de idade. Deixou a marinha, reformado em Julho de 1909, tendo recebido a condecoração de “Grau de Oficial de da Ordem de Avis e a de Cavaleiro da Torre e Espada” pelos feitos ao longo da sua carreira de militar. Foi desde muito novo um adepto republicano, tendo participado contra o regime monarquico e dado contributo à Carbonária e da ideologia anticlerical. Como politico, não foi tanto propagandista, mas destacou-se como conspirador, embora tenho sido eleito como deputado republicano em 1910, esteve no golpe que fracassou em 28 de Janeiro de 1908. Esteve inactivo um periodo de tempo, voltou à luta como organizador da revolta de 5 de Outubro de 1910. Após várias esitações, o golpe acabou por triunfar., dando origem ao novo regime republicano.

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RUA LUIS DE CAMÕES (Rua Direita)

Desde o séc. XIII, nas primeiras sete ruas que a vila de Salvaterra de Magos tinha, a rua Direita, era uma artéria, que

saindo numa construção recta desde a vala real/capela da misericórdia até à Igreja Matriz, lhe dava o nome. No séc. XX, foi substituído o seu nome pelo toponímo de Luis de Camões. Este estava no prolongamento da Rua Marquês de Pombal, que passou a usá-lo por inteiro.

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LUIS VAZ DE CAMÕES

Pouco se sabe com certeza sobre a sua vida. Aparentemente nasceu em Lisboa, a data do seu nascimento é incerta (10 de Junho 1580?). Filho de uma família da pequena nobreza. Sobre a sua infância tudo é conjetura mas, ainda jovem, terá recebido uma sólida educação nos moldes clássicos, dominando o latim e conhecendo

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a literatura. Consta que estudou na Universidade de Coimbra. A sua passagem pela escola não é documentada. Frequentou a corte de D. João III, onde iniciou a sua carreira como poeta lírico e envolveu-se, como narra a tradição, em amores

com damas da nobreza e possivelmente plebeias, além de levar uma vida boémia e turbulenta. Diz-se que, por conta de um amor frustrado, se autoexilou em África alistado como militar, onde perdeu um olho em batalha. Voltando a Portugal, feriu um servo do Paço e foi preso. Perdoado, partiu para o Oriente. Passando lá vários anos, enfrentou uma série de adversidades, foi preso várias vezes, combateu ao lado das forças portuguesas e escreveu a sua obra mais conhecida, Os Lusíadas tendo-a publicado de volta à pátria.Recebeu uma pequena pensão do rei  D. Sebastião,  pelos serviços prestados à Coroa, mas nos seus anos finais parece ter enfrentado dificuldades para se manter. Logo após a sua morte a sua obra lírica foi reunida numa coletânea Rimas, tendo também deixado obras de teatro cómico.

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Enquanto viveu queixou-se várias vezes de alegadas injustiças que sofrera, e da escassa atenção que a sua obra recebia, mas pouco depois de falecer a sua poesia começou a ser reconhecida como valiosa e de alto padrão estético por vários nomes importantes da literatura europeia, ganhando prestígio sempre crescente entre o público e os conhecedores e influenciando gerações de poetas em vários países. Luis de

Camões foi um renovador da língua portuguesa e fixou-lhe um duradouro cânone; tornou-se um dos mais fortes símbolos de identidade da sua pátria e é uma referência para toda a comunidade lusófona internacional. Hoje a sua fama está solidamente estabelecida e é considerado um dos grandes vultos literários da tradição ocidental, sendo traduzido para várias línguas e tornando-se objeto de uma vasta quantidade de estudos críticos

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RUA MACHADO SANTOS ( Rua S. Paulo)

Saulo de Tarso, por ter nascido nesta cidade, era cidadão romano, antes da conversão perseguia os primeiros descipulos de Jesus Cristo, em terras de Jerusalém, juntando-se aos outros discipulos, foi um

dos doze Apóstolos do Cristianismo. A sua santidade pela religião católica, que viveu intensamente e por ela foi mártir, em Roma, sendo reconhecido pela Igreja como Santo – S.Paulo, segundo escritos, foi um dos grandes influentes escritores do cristianismo primitivo, tendo algumas cartas incluídas no Novo Testamento, que compõe a Biblia. No séc. XIII, D. João de Soalhães, bispo de Lisboa, um ano depois do rei D. Dinis, 1295, ter atribuído o Foral a Salvaterra, mandou erguer a Igreja Matriz nesta vila. A povoação passou A ter S. Paulo, como órago.

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MACHADO SANTOS

António Maria de Azevedo Machado dos Santos/ ou António Machado Santos,Nasceu em Lisboa a 10 de Janeiro de 1875 – faleceu a 19 de Outubro de 1921, foi militar e

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politico. Considerado um dos fundadores da República Portuguesa, pelo empenho com que se bateu na Revolução de 5 de Outubro de

1910. Ainda antes já se tinha juntado à Carbonária.afirmando-se como um conspirador inveterado. Presente em todos movimentos conspitarivos que procederam à queda do regime monárquico, distinguindio-se na Revolta de 28 de Janeiro de 1908. Sendo jovem e de aspecto romântico, exerceu um importante papel de coordenação operacional do movimento revolucionário de 5 de Outubro de 1910, A imprensa, catapultou-o para o papel de herói da Rotunda e pai da República. A sua incontestável heroicidade, principalmente quando organizou e manteve, perante o aparente fracasso da revolução, a resistência no alto da avenida da Liberdade,está bem patente nos relatos da época e no seu próprio relatório dos acontecimentos. Já no regime republicano, foi eleito à Assembleia Constituinte de 1911, sendo dos primeiros a manifestar sinais de desencanto face ao andamento da política na

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República, a qual se afastava rapidamente dos ideais de pureza republicana dos seus defensores iniciais. Fundou então o jornal O Intransigente, que dirige, no qual expressa o seu desencanto. Entrou em várias revoltas, mesmo dentro do regime que ajudou a instituir e ajudou Sidónio Pais, ao poder. Em 1919, durante a Monarquia do Norte, voltou a salvar o regime republicano, contra um grupo de revoltosos acampados na Serra de Monsanto.

Foi feito Grande-Oficial da Ordem de Avis, em 11 de Março. Antes de se retirar da vida politica, lança o Partido da Federação Republicana, onde pretendecontinuar a sua intervenção civica/politica. Morre assassinado na noite de 19 de Outubro de 1921, vitima dos seus pares, que tão longamente se devotara. Foi vice-almirante, agraciado com a Grã-Cruz. ++ + + +

RUA MIGUEL BOMBARDA (Dr)

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(Rua do Pinheiro)

Naquela zona onde se viria erguer o Paço Real, no inicio da povoação de Salvaterra de Magos, para sul, eram visíveis mato e pinhal. Havia uma pequena ruela, de serventia

às cozinhas, situação, em 1788, ainda registada num mapa. Em transversal iniciava-se uma outra, que no meio, isolado havia um Pinheiro. Este mesmo desaparecido continuou durante séculos a a dar-lhe o nome as gerações mais antigas, a meados do séc. XX, ainda a identificava como tal.

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MIGUEL BOMBARDA

Nasceu no Rio de Janeiro, em 1851, Estudou em Lisboa, na escola médico-cirúrgicaonde de Lisboa, onde se formou, tendo defendido a tese “Delirio das Perseguições”. Teve o primeiro emprego, naquela instituição, em 1880, onde lecionou por largos anos a cadeira de fisiologia e histologia, em 1903 passou para a cadeira de fisiologia geral e histologia. Nestas funções deu um importante contributo para a reforma dos estudos médicos. Colaborou igualmente com instituição, tendo contribuído para a construção do seu edificio, e para aquisição de material cieníifico.Dedicou-se especialmente às enfermidades do sistema nervoso, tendopor esse motivo, sido convidado para dirigir o Hospital de Rilhafoles, posição que começou a ocupar em 1892, tendo

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reorganizado e melhorado esta instituição, tendo aberto um curso livre de psiquiatria, em 1896. Um curso livre de psiquiatria. Ao longo da sua vida exerceu outros cargos, publicou livros e deixou vários escritos.

Na carreira politica, iniciou a actividade em 1908, como deputado, adjudicado a Ferreira do Amaral, então Presidente do Conselho de tendências lberais e anticlericais, declarou-se abertamente como republicano, e começou a colaborar nos planos para uma revolução para derrubar a Monarquia. No entanto, no próprio dia em que se iniciou a revolução em 3 de Outubro de 1910, foi assassinado no seu gabinete, no Hospital de Ribafoles, por um doente mental. Uma década antes, em 1901, fundou a Junta Liberal, e em 1909, foi membro do Comité Revolucionário.

AV. JOSÉ LUIS DE BRITO SEABRA (Rua do Arneiro)

Quando o Foral doado pelo rei D. Dinis, em 1295, nele consta que Salvaterra, tinha sete ruas. Uma delas era a Rua da Azinhaga. No mapa da vila de 1788, esta rua, tinha uma função escoar as águas das chuvas, para o rio Tejo. Ali, ao lado existe a fonte do Arneiro, cuja nascente de água vinha dos lados do Convento, e abastecia a população. A sua construção data de 1711, segundo a data inscrita na frontaria.

JOSÉ LUIS DE BRITO SEABRA

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Após o terramoto de 1090, o pequeno hospital da vila, no Largo de S. Sebastião, ficou destruído. Com as obras de limpeza e urbanização todo

aquele espaço, desde o Celeiro da Vala/ Rua Jogo da Bola, até ao Palácio da Falcoaria, recebeu o toponímo de – José Luis de Brito Seabra.Nascendo em Salvaterra de Magos a 30 de Agosto de 1845 e falecendo em Valada, em 27 de Junho de 1893. Cresceu em Salvaterra, junto de sua mãe, no Palacete que a ela pertencia. José Luis Seabra, foi lavrador, ganadero e teve grande actividade na área do criação de gado bravo, tendo sido sócio fundador do real Club Tauromáchico Portuguez, criado em 23 de Fevereiro de 1895. No campo politico, teve acção meritória como presidente da câmara municipal de Salvaterra de Magos, e como tal ascendeu a membro da Junta Geral do Distrito de Santarém. Os Seabras do Ribatejo, fazem parte de uma geneologia, que entrou em Portugal, no séc. XII, vindo dos norte de Espanha, cujos progenitores eram conhecidos seabritas.

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RUA MÁRTIRES DA PÁTRIA

Numa via sem nome, que entroncava na Rua Porfirio Neves da Silva e dava acesso à Roda dos Enjeitos, apenas conhecida pela “Rua da familia do José Monteiro”, este viveu

de 1896-1919. foi-lhe dado o toponómo Rua Mártires da Pátria. Dando acesso aos Quartos da vila (pequenas construções de casas, onde familias carenciadas viviam),no lado sul, já no séc. XVIII, ali existia o matadouro do paço real. O terreno continuou descampado, serviu para alojar as construções de um hospital, uma praça de toiros e um edificio para casa do povo. A feiras anual, realizou-se naqueles terrenos durante muitos anos. O campo de futebol, e a feira, deixaram aquele espaço, no inicio da segunda

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metade do séc. XX, com destino à Horta do Loureiro.

QUARTOS DA VILA

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RUA GREGÓRIO FERNANDES (Dr.) (Trav do Hospital)

No Mapa de Salvaterra, do ano de 1788, aparece a Trav. do Hospital, uma ruela, dando acesso à

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Rua do Calvário chegava ao Largo de S. Sebastião, onde havia o pequeno hospital da vila.

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GREGÓRIO FERNANDES

Nasceu em Salvaterra de Magos, no dia 4 de Janeiro de 1849, na casa onde se encontra uma lápida que, os seus conterrâneos, em preito de homenagem, ali mandaram colocar em 1913. Outra homenagem para recordar este vulto da ciência portuguesa, foi feita em 1971, numa proposta do então vereador da câmara de Salvaterra de Magos, José Teodoro Amaro, em atribuir o seu nome, á Escola Secundária inaugurada naquele ano. Muito jovem foi para Lisboa, onde fez os primeiros estudos no Colégio de Santo Agostinho. Seguidamente no Porto, fez os preparatórios na Academia Politécnica, voltando a Lisboa, para Escola Médica, onde concluiu o seu curso, com grande brilho e distinção, defendendo tese no ano de 1873, tendo então 24 anos de idade. Estudioso e inteligente, andou sempre na vanguarda da ciência médica praticada na época e, publicou vários trabalhos, entre os quais, a “Patogenia da Febre Traumática” Glaucoma” e “ Recessão do Joelho”.

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Este último trabalho relatando uma intervenção altamente apreciada, pois foi ele o primeiro cirurgião a realizar em Portugal, mas o seu maior êxito foi alcançado em 1892, com uma extracção “Útero ovariana“, operação cirúrgica que, nunca até aquela data se tinha feito. Operação, que lhe mereceu os maiores louvores, tanto dos seus colegas portugueses, como do resto da Ciência Médica Mundial.

Semelhantes operações, feitas em Viana (Áustria), Paris e Londres, não lograram tão bons resultados.

Este ilustre mestre da ciência médica, que foi incontestavelmente um figura luminária da cirurgia portuguesa desempenhou o cargo de cirurgião extraordinário do hospital de S. José e, foi director da enfermaria de S. Francisco que, tem hoje o seu nome.

Acumulou o cargo de delegado de Saúde de Lisboa e, o de presidente da Sociedade das Ciências Médicas. Sob a sua orientação foi construído o Sanatório de Santa Ana (Parede/Oeiras), para 60 crianças afectadas pela tuberculose óssea. Naquele edifício também foi

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construído um espaço para albergar 20 idosos afectados por doenças cardiovasculares, bem como, igual número de camas para cancerosos, de harmonia com as prescrições testamenteiras da grande benemérita, a sua doente D. Amélia Biester.

No decorrer da construção recebeu grandes dissabores, mas acabou por ver realizada a obra consoante a vontade daquela ilustre senhora. Dotado de grande probidade de carácter moral, aliada a uma bondade sem limites, Gregório Fernandes, a todos os a que a ele recorriam, sem distinção de classes, tratava com a maior solicitude, sem nunca olhar a retribuição.

Os pobres em especial, nele encontravam um amigo generoso e prestavel, até porque se privava de dias de folga dos seus afazeres em Lisboa, e vinha até Salvaterra, consultar graciosamente os seus conterrâneos, até porque se privava dos dias de folga, e todas as quintas-feiras, vinha de Lisboa, até Salvaterra, consultava-os

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graciosamente. Muitos dos mais ilustres médicos da sua geração, como: Sousa Martins, Boaventura Martins Pereira, Serrano, Bombarda e outros, lhe pediam conselho para os casos mais graves dos seus doentes.

Este homem, modesto que, foi um espelho de virtudes, faleceu aos 57 anos de idade, no dia 24 de Junho de 1906 na sua casa de Lisboa após, uma intervenção cirúrgica. Pena é que, a ingratidão dos novos tempos – em plena democracia - tenha retirado o seu nome do edifício escolar que, foi inaugurado com o seu nome, nesta vila ribatejana, quando outras terras continuam mantendo o nome daqueles que são suas referências.

RUA HUMBERTO DELGADO (Gen) (Manuel de Arriaga - Porfirio Neves da Silva)

MANUEL DE ARRIAGA

A Azinhaga, era uma das sete vias de comunicação mencionadas na urbanização da vila. No mapa de Salvaterra de magos, do ano de 1788, continuava mencioná-la. Após a impntação em Portugal do regime republicado, os novos autarcas, deram à rua o nome de Manuel de Arriaga ( Manuel José de Arriaga Brum da

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Silveira e Peyrelongue). Nasceu na na cidade da Horta, em 8 de Julho de 1840 e faleceu em Lisboa a 5 de Março de 1917, Foi advogado, professor, escritor e politico. Foi membro destacado do da geração doutrinária do republicanismo, Grande orador, foi um destacado ideólogo do Partido Republicano Português. Em 24 de Agosto de 1911, tornou-se o primeiro presidente eleito da República Portuguesa, sucedendo na chefia do estado a Teófilo de Braga. Foi obrigado a demitir-se em 29 de Maio de1915. Com esta situação, também em Salvaterra, depressa foi substituído na toponimia, e deu lugar a Porfirio Neves da Silva, nascido na vila e no seu tempo de lavrador, tinha propriedades em Salvaterra e concelhos vizinhos, o que faziam dele um lavrador rico e respeitado. Tinha sido presidente da câmara municipal EM 1907, no lugar de Administrador Interino, e em vários anos serviu a Misercicórdia local.

HUMBERTO DA SILVA DELGADO:

Nasceu em S. Simão de Brogueira (Torres Novas) a 15 de Maio de 1906. Major aviador do corpo do Estado Maior, foi escritor e politico. Teve um percurso militar desde 1922 até que foi opositor ao regime salazarista do estado novo,, onde se candidatou às eleições presidenciais. Foi derrotado em 1959, vitima de represálias , pediu asilo politico ao Brasil, estando depois exilado naquele

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país. Atraído a uma embuscada, Humberto Delgado foi morto na fronteira espanhola em Vilanueva del Fresno em 13 de Fevereiro de 1965, por um grupo de agentes da Pide, liderados por Rosa Casaco,

O agente Casemiro Monteiro, assassiinou-o, bem como a sua secretária Arajaryr Campos. A Assembleia da República, em 19 de Julho de 1988, decidiu que fosse feita a transladação dos restos mortais de Humberto Delgado para o Panteão nacional. A cerimónia aconteceu em 5 de Outubro de 1990, data que assinalava os 80 anos da implantação da república portuguesa e nessa mesma altura o então General, foi elevado a Marchal a titulo postumo da força aérea.

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RUA JOSE RODRIGUES DIOGO (Padre) Naquele ano de 1945, era um dia de Verão, chegou a Salvaterra de Magos, um jovem padre que vinha ocupar o cargo da paróquia local. Tinha pouca experiência paroquiana, pois havia deixado o seminário, onde foi educado sobe as mais rígidas regras usadas nos finais do séc. XIX.

O entusiasmo era grande, depressa como pastor, ao serviço da sua causa, a Igreja Católica, apercebeu-se das grandes carências do seu “rebanho”, pois a guerra tinha deixado ficar as suas mazelas. O padre José Rodrigues Diogo, nascido em Seiça (Ourém) lá para os lados de Torres Novas, em 1919, foi com algum desespero que viu a forma de viver destas gentes da Lezíria ribatejana. Os seus 26 anos de idade, deram-lhe muitas forças e com a sua fé, começou a pensar em dar melhores condições de vida às famílias, especialmente do povo rural, que na sua maioria vivia em barracas, num terreno arenoso, junto ao cemitério da vila e, que nos finais do séc. XIX, ainda pertencia ao pinhal da vila, restos da que foi sua Coutada Real.

A fome acompanhada de uma forma de viver, onde as crianças na sua maioria não iam à escola, pois eram encaminhadas para os trabalhos do campo, logo nos primeiros anos de vida – o

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trabalho da grade. Em 1947, o padre José Diogo, iniciava a sua obra, com a criação do Centro de Assistência Social que, o governo legaliza através de um despacho da secretaria de estado da segurança social.

Recebeu de D. Maria Carolina Rebelo de Andrade, a oferta de um edifício, na rua Cândido dos Reis, onde é instalado aquele centro, com a sua creche. Depressa conseguiu o apoio de algumas pessoas castas da terra e, mesmo do concelho, para a oferta de cereais destinados às refeições, que começou a distribuir, através da recém criada “Sopa dos Pobres”. No entanto o seu grande objectivo era a construção de um bairro social, afim de acabar com as barracas - uma forma de habitação, considerada desumana para as famílias poderem viver com dignidade.

Quem se debruçar no estudo, da actividade do Centro Paroquial de Bem-estar Social, entidade que sucedeu à Sopa dos Pobres, e Centro de Assistência Social, poderá encontrar um trabalho de grande humanismo, onde muitos paroquianos colaboraram ao longo dos anos, através da Fábrica da Igreja de Salvaterra de Magos.

Em 1956, uma nova obra social dá os primeiros passos - O Património dos Pobres. O seu aparecimento, cria um fundo de doações e legados destinados à construção de habitações sociais na Paróquia de Salvaterra de Magos, que veio a comportar 150 casas, em dois bairros a que foram dados os nomes de: S. Paulo. e S. José, com rendas de valor social O Lavrador e médico

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veterinário, José de Menezes, com sua esposa, Maria de Lurdes Vinagre, naturais da terra, grandes proprietários, e Manuel da Silva Valente, oferecem terrenos, para tão importante obra social.

A obra social, do Padre José Diogo, chegou ao fim em Salvaterra de Magos, com o arranque dos trabalhos da construção de um moderno edifício materno-infantil (creche). O autor deste Apontamento, convidado em 1969, pelo padre Diogo para integrar a direcção da Fábrica da Igreja (Centro Paroquial), com Refino Morais Andrade, bem sabemos das grandes dificuldade porque passou a direcção da Fábrica da Igreja, em levar a bom termo as suas obras em curso.

O padre Diogo, viu-se na necessidade de fazer várias deslocações ao estrangeiro, para junto das comunidades religiosos e não só, angariar algumas verbas para satisfazer compromissos financeiros assumidos. Em outros projectos esteve empenhado, como: A cresche paroquial na vila de Salvaterra de Magos, a construção das Igrejas – Foros de Salvaterra, Marinhais, Glória do Ribatejo e Granho. O Escutismo, levou-o a juntar a juventude de Salvaterra, e fazer nascer em 1964, o Agrupamento local.

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Anos antes da sua morte, o executivo da câmara municipal, prestou em 1979, justa homenagem a este homem da igreja católica, que, tudo fez em prol do bem-estar do povo de Salvaterra,. Foi dado o seu nome, a uma nova rua que aberta para acesso aos bairros sociais e Misericórdia da vila. A população de Foros de Salvaterra, incluindo o lugar da Várgea Fresca, em preito de homenagem, rogaram-lhe em 27 de Março de 1989, que após a sua morte viesse a repousar no cemitério local, o que aceitou.

Aos 77 anos de idade, veio a falecer em Fátima, onde estava recolhido, e foi sepultado em campa rasa no dia 25 de Abril de 1987

.RUA CENTRO PAROQUIAL

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O padre José Diogo, que entre outras obras da Igreja, cujo destino era o apoio às familias carenciadas, criou também esta Centro Paroquial. Ao comemorar o seu 50º aniversário entendeu o município, atribuir-lhe o galardão máximo do concelho - a Medalha de Mérito Municipal “Grau Ouro”,

pelos serviços prestados com diploma aprovado em deliberação de câmara municipal, no dia 8 de Outubro de 1997, além de ser atribuído o seu nome a uma artéria da urbanização do pinhal da vila que, passou a ”Rua Centro Paroquial”.

AV. ROBERTO FERREIRA DA FONSECA (Dr.) Rua do Calvário/Av. Vicente Lucas de Aguiar)

CAlVÁRIO:

Sabe-se que no decorrer dos séculos, era uma grande artéria que passando no meio da vila, dava azo a um movimento de trânsito,

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especialmente de manadas de gado. Vindo da Vala real, no seu termo a sul, existia um Cruzeiro em Pedra. Também aí nos tterrenos próximos, em local existiam três Moínhos, O mapa de Salvaterra, datado de 1788, disso nos dá conta.A cruz, em parte foi mudada em 1920, para o cemitério local, tendo sido destruídos os Moínhos, para no local ser construída a Praça de Toiros,, que em 1920 foi inaugurada.

VICENTE LUCAS DE AGUIAR:

Pouco foi encontrado da genelogia deste antigo presidente da câmara de Salvaterra, no entanto o autor deste apontamento, quando das obras, em terreno no antigo cemitério da vila, junto da capela real, encontrou uma pedra tumular onde estavam depositados os seus restos mortais. Na abertura da avenida, que foi rua do calvário, o toponímo foi colocado em sua memória, como homenagem à sua passagem pela municipalidade, e outras actividades que desempenhou,, na Misericórdia local.

A Saudosa Memória de Nosso Presado Marido Pai e Sogro

Vicente Lucas d`Aguiar ******

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ROBERTO FERREIRA DA FONSECA (Dr.)

Nasceu em Salvaterra de Magos, descendente da antiga e conceituada familia Roberto, que teve na vila uma grande actividade na agricultura e criação de gado.Entre os irmãos, foi o único que escolher ser médico.Depois dos estudos secundários, foi para Inglaterra, onde se formou na especialidade urulogia. Foi interno dos hospitais de Lisboa, e com consultório na sua terra natal, apioava os indegentes seus concidadãos doentes, com consultras, tal como fazia com a Santa Casa de Misericórdia, onde prestou serviço a titulo gracioso, o que fez durante anos. Foi por duas vezes presidente da câmara Municial de Salvaterra de Magos. O executivo camarário, em 1980, entendeu atribuir a toponímia à maior avenida da vila.

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TRAV. DA AZINHAGA

A Trav da Azinhaga é uma pequena ruela, que faz a ligação com a actual rua Humberto Delgado com a Av José Luis

Brito Seabra. Em tempos, como consta no mapa de 1788, a primeira tinha o nome de Azinhaga

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das Oliveiras e a segunda rua do Arneiro, de permeio existia um pequeno espaço, onde estava a roda dos enjeitados. Com o decorrer dos tempos, esta pequena artéria, na década de 30 do

séc.XX., esteve como cenário de u conto literário, que passou a fazer parte da história cultural da vila – nela existia a Taberna da “Anunciada”, uma pequena tasca, ponto de encontro, da gente urbana da vila, espacialmente ao cair da tarde, onde se jogava entre ouros interténs, o chinqilho. Um dia esteve envolvida num conto, cujo autor: José Amaro, lhe deu o nome – o último dia do lobo em Salvaterra. No seu pequeno espaço ainda se vê o pequeno casario, como que a lembrar as habitações do séc.XIX.

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BAIRRO DA CHESAL

Enquanto durava a odisseia do Pe. José Diogo, surgiu em 1977, um grupo de entusiastas com a iniciativa de constituir uma “Cooperativa de Habitação”. Constituiu-se em Comissão Pró-Cooperativa de Habitação, e fizeram circular um

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comunicado convidando a população (especialmente os necessitados de casa) a ins-creverem-se na organização. Diversos contactos já havidos com o presidente da câmara, levam a crer que haveria êxito na iniciativa. No ano seguinte, em 21 de Julho de 1978, no notário da vila de Salvaterra de Magos, foi assinada a escritura da constituição da CHESAL - Cooperativa de Habitação Económica de Salvaterra de Magos, SCARL. Foram seus autorgantes: Mário Ferreira Duarte, José António Ferreira da Silva e Manuel Pedro Pinto Pereira. “Tendo a Comissão Instaladora, realizado há uns dias antes a Assembleia-geral para eleição dos Corpos Directivos, onde foram eleitos, os associados; Assembleia-geral – Presidente: José Manuel Gameiro dos Santos, Maria Manuela Gonçalves Cheney e Maria Otília Assunção. Direcção – Presidente, Mário Ferreira Duarte; Secretário, Fernando Garcia Conde; Tesoureiro, José António Ferreira Silva. Vogais – Maria José Viegas Hipólito; Elias Manuel Guerreiro; Manuel Silva Caniço e José Manuel Ferreira. Conselho Fiscal – João Alfredo Oliveira; Arménio Andrade; Maria José Rita de Assunção .

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Depois de uma primeira fase de difícil implantação, o dinamismo de alguns elementos da Comissão Instaladora, ultrapassou obstáculos de monta e depressa se chegou aos 100 inscritos. Localizado o projecto da Chesal, numa vasta área de terreno, com cerca de 4 hectares, na zona da “ Coutadinha” a obra numa fase inicial começou com 156 casas de habitação, zonas verdes, incluindo uma área arborizada, zonas comerciais e parques para automóveis, além de instalações sociais, bem como 175 garagens. Uns meses depois realizou-se nos paços do concelho de Salvaterra, uma grande cerimónia pública, com a distribuição das primeiras chaves

RUA 31 DE JANEIRO * RUA 25 DE ABRIL (Rua das Cozinhas)

De inicio quando da implantação do regime republicano em Portugal, em 1910, a onde de mudanças de toponímos, também teve em Salvaterra o seu tempo. O antigo caminho que dava acesso ao paço real,

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era conhecido suas cozinhas, e isso lhe deu o nome que vinha de séculos. A meio tinha os grandes galinheiros que abasteciam os paço Logo após a implantação da república, em 1910, os republicanos salvaterrense, apressaram-se a mudar alguns nomes da vila. Esta velha artéria, recebeu o nome 31 de Janeiro, vinha

memorizar aquele dia, em que uma revolta republicana em 1891, teve como alvo o ultimato britânico do ano anterior. A partir daí foi uma artéria com grande movimento na nova urbanização da vila. A construção, em 1936, de um novo e moderno edificio, que o filantropo – Gaspar Ramalho, custeou e ofereceu aos bombeiros da terra, para seu quartel. Um edificio para Mercado Diário, também ali foi construído, em 1957, e o edificio do CTT, foi inaugurado em 1964.

Com o regime democrático, vindo da revolta dos militares em 1974, os novos autarcas por volta de 1980, dividiram esta rua ( 31 de Janeiro, ficou do outro lado da Av. Dr. Roberto Fonseca), e o troço que vinha daquela avenida, para o Largo dos Combatentes, recebeu o toponímo Rua 25 de Abril.

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TRAV. DO FORNO DE VIDRO

O conhecimento que houve em Salvaterra de Magos, um Forno de Vidro, vem de séculos. Pouca documentação está disponivel, ou não está ao alcance de um qualquer interessado. Se nos reportar-mos às pesquisas divulgadas por Sousa Viterbo, aprecia-se que nos séc. XV - séc.XVII, uma parte da história do vidro em Portugal, que leva dos finais da idade média a principios da idade moderna. Naquele documento existe uma referência que interessa a Salvaterra, diz-nos que uma carta de previlégio passada por D. Afonso V, a favor do vidreiro João Rodrigues Vadilho, residente em Palmela . Pela lista de Viterbo, verifica-se que no séc. XV, e no seguinte, vários mestres vidreiros exerciam actividade, em Lisboa, Palmela, Salvaterra de Magos, Santarém, Coina, Alcochete, e Asseiceira. Em 1484, o rei D. João II, determinou que em Portugal se não pudesse estabelecer qualquer fábrica de vidrossem conhecimento de Diogo Fernandes, vidreiro no Côvo, Oliveira de Azemeis ......”

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Por volta de 1953, o autor deste texo, andava na escola, percorria diáriamente esta artéria. Um dia um grupo de homens destruia uma casa de rés/chão construída em adobos ( terra de aluvião), pertença da familia Henriques Lino, lavradores nesta vila. Nesse espaço foi construído um edificio de primeiro andar. Nas terras, que foram da casa, o rapazio encontrou muitos botões feitos de ossos (alguns de 4 e 2 buracos), de pequeno e médio tamanho.

Anos mais tarde, em 2000, estando no JVT, jornal em que era Secretário da Redacção, foi chamado pelo seu amigo, José Durão Lino, descendente daquela familia, vivendo naquele prédio, fazendo algumas obras num quintal e arrecadações daquela construção, encontrou vários pedaçõs de vidros – branco/transparente e de várias cores. Mais não foi encontrado naquele local.

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*********** TRAV. DO FORNO:

Existiu, até 1934 na travessa, que liga a então rua Direita, com a Rua de S. António, um forno de pão. Naquele forno o padeiro de nome Ramalho, que durante anos

explorou aquele género de abastecimento comunitário, tinha fechado, pois abriu um forno próprio na Rua do Pinheiro, a que deu o nome “Padaria Aurora”. A forma comunitária que já era conhecido no séc. XIX, deixou de se fazer. O povo ali entregava farinha; de frigo, aveia, milho e outros cereais., em troca recebia pães. Era um hábito, uma forma comunitária igualmente usada no povoado da Glória, método ainda recentemente visto. De Foros de Salvaterra, naquele tempo, ainda vinham amiúdas vezes fazer as suas trocas. Escasseava a sua presença, as novas familias lá iam construíndo na sua habitação, um anexo para forno próprio, que fazia cozedura de quinze em quinze dias. A população da vila, estava

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aderindo à mudança para o abastecimento diária, nas novas padarias, que abriam com caracteristicas indústriais. Um dos filhos, daquele padeiro, de nome Joaquim Hipólito Ramalho, que aprendeu desde menino, a arte de amassar farinha naquele forno, também foi trabalhar por conta própria numa padaria que acabava construir. Um outro de nome, Filipe Hipólito Ramalho, ficou com a instalção da loja, na rua direita, para ali começar nova vida – como comerciante de mercearias. Adaptou as instalações e nelas juntou

também a habitação. Na década de 40, foi colocada naquela pequena artéria uma toponímia “Trav do Forno”, tal como o grande portão em madeira existem sendo uma restia do que foi o forno de pão comunitário da vila.

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TRAV. DAS ESTEIRAS

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Não se sabe a causa do nome primitivo desta pequena artéria, que está no cruzamento entre a Rua Cândido dos Reis, e a estrada do Rossio da Vila.

A sua existência, segundo apurou o autor, seus bisavós maternos, ali viveram em habitação própria, que já vinha de familia. Seu avô (materno), ali nasceu em 1898. Ouvia-se na familia, que ali tinha vivido um campino, que como todos eles tinham uma inclinação de artesão, trabalhando uma erbácia, de nome Tabuaça, na construção de esteiras. Depois de recolhida, era seca à sombra durante algumas semanas, até que ficava com uma cor “amarelo palha”. Enquanto durava a feitura da esteira, as tabuaças eram molhadas e depois estendidas ao sol para uma secagem, ficavando resistentes e duravam anos.. As esteiras - eram estrados, colocados no chão servindo de camas, muito usadas, pelas gentes do campo, quando estavam dias fora de casa. Os campinos enquanto guardavam o gado nas pastagens, guardavam-nas enroladas com as mantas lobeiras em cima dos cavalos, na parte de trás do assento. De algum registo nesta pequena via, era a existência, ainda no dobrar do séc. XX. mesmo à ponta existia uma taberna, do José Maria Ferreira “Zé Caramelo”(1) que explorava junto ao negócio de galináceos que mandava em grandes cestos de madeira para Lisboa, através do caminho de ferro, via estação de Muge.

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(1)– Pai do escritor – José Maria Silva Ferreira (Silva Ferreira)

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TRAVESSA DO MARTINS

Esta pequena ruela vinha de séculos, outros antigos catálogos geográficos da vila, davam conta da sua existência, tal como o mapa de 1788, que

nos tem vindo a servir de apoio. Não tinha nome, mas com o sismo de 1909, todas as casas

da zona sofreram os seus efeitos, com destruição total, ou de muitas elas. Nos trabalhos de limpeza, as terras da Trav. do Martins, foram

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colocadas na zona do Moinho de Arroz, junto à vala.

Certo é, que ali existia uma antiga Botica, mais tarde Farmácia do Martins, pertença de Henrique José Martins, natural de Muge. Homem dinâmico, que pertenceu a vários executivos municipais, Misericórdia de Salvaterra, e aqui desempenhou um cargo de representante da Legião Portuguesa.

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RUA DO ROSSIO

Na povoação de Salvaterra de Magos, no seu lado Nascente, mesmo encostado à urbanização de pequeno casario, tinha um terreno de cota muito baixa

(fazendo um grande rebaixo de terra) onde passava uma pequena vala - para escoar as águas que vinham algumas delas das terras dos Foros, o destino era a vala real. Em 1892, um grande investimento foi ali feito, trabalhos em estacaria deram solidez à estrada, cuja obra começou junto à escola primária “ o século”, foi substituída a escadaria da Capela Real, (com elevação da cota do pavimento) e veio a terminar nos acessos à ponte da vala real.

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Alguns eucaliptos e Choupos foram plantados no local. Daí em diante teve o toponímo – Rua do Rossio

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RUA SALGUEIRO MAIA (Cap.) Corria o ano de 1997, estava na presidência da câmara municipal de Salvaterra, José Manuel Gameiro dos Sanros, a nova Urbanização a Vila, entre a Rua Padre Cruz e a EN 114-3, estava a ficar completa de construções. O executivo camarário decidiu pelo arranjo das Ruas do Centro Paroquial e Rua Capitão Salgueiro. A inauguração desta, foi feita com uma cerimónia simples, com com grande empenho, pois nela esteve presente além do antigo presidente da câmara e da Junta de Freguesia; António Moreira, José Luis Borrego. Não deixou de responder ao convite com a sua presença a viúva de Fernando José Salgueiro Maia. Depois da bande música ter tocado alguns acordes, e o lançamento de alguns foguetes, foi descerrada toponímia daquele capitão de Abril de 1974

RUA PADRE CRUZ

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Por volta de 1973, era vereador na câmara municipal de Salvaterra, José Teodoro Amaro. Pessoa com conhecimentos na construção, depressa motivou o executivo, num projecto de urbanização nos terrenos conhecidos por

pinhal da vila. Terreno que mostrava ainda restos de uma vasta zona de barracas, onde ali durante anos viveram familias pobres, especialmente de origem rural.

Anos depois um outro vereador, Joaquim Mário Antão, pessoa que na época muito dinamizou o enriquecimento cultural do municipio salvaterrense. Estando a entrada, daquela nova urbanização que se formava a sul de Salvaterra, propês e foi aceite a toponímia do Padre Cruz (Francisco Rodrigues da Cruz, nascendo em Alcochete em 29 de Julho de 1859 e falecendo em Lisboa no dia 1 de Outubro de 1948 – O Padre Cruz, ficom conhecido Apóstolo da Caridade.

. RUA NATÉRCIA RITA DUARTE ASSUNÇÃO

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Um dia veio de Rabat (Marrocos), para onde tinha ido com o marido Manuel Duarte Assunção, ensinar português. Aqui em Salvaterra, se fixou com a familia, na década de 40 do séc. XX. Destacou-se, no ensino primário, com muita dedicação, as suas aulas, eram um centro de sabedoria que transitiu a centenas de alunos que tiveram a sorte de serem preparados por Natércia Rita Assunção. Já reformada, depois de mais de 40 anos de praticar o ensino, um dia em 1986, antigos alunos de várias gerações prestaram-lhe uma justa homenagem. Os poderes autárquicos, associaram-se e colocaram a sua toponímia , na artéria que passa em frente do grande centro escolar da vila.

RUA JOSÉ HENRIQUES LINO (Engº)

José Henriques Lino, e seu irmão Francisco, eram filhos do conceituado lavrador Francisco Ferreira

Lino. Este no ano de 1939, era já um benemérito e disso transmitiu a seus filhos. José Lino, estudou e licenciou-se em Agronomia. Como Engenheiro foi professor na Escola de Regentes Agricolas de Santarém.

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A Familia entre muitas terra de agricultura, vvia na Òmnia, um grande propriedade, ali junto à estrada da Peteja. José H. Lino, foi bemérito da Misiricórdia Local, era na sua Adega, na Av. que se procedia aos leilões dos Cortejos de Oferendas, para aquela instituição de caridade de Salvaterra de Magos. Um dia, o executivo camaário teve em mãos o grande projecto de construir uma grande escola secundária (Escola Gregório Fernandes), uma necessidade no concelho. Na falta de terreno, negociou com a familia Lino, e da Ómnia, foi retirado um terreno, para a construção da escola. Anos mais tarde, com o alargar do Parque Escolar, um outro edifício foi construído, a que foi dado o nome do Prof. António Lopes. A rua de acesso a esta nova urbanização, foi dado o toponímo – José Henriques Lino.

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JARDINS LARGOS E FONTANÁRIOS

Jardim da Praça da República

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O vasto Largo, Dr. Oliveira Feijão, no final do século XIX, era um espaço emblemático, pois era o único na vila e, disso nos dá conta uma planta da vila, quando das obras que recebeu, para a construção do jardim público, deixando de existir a escadaria em

frente ao edifício municipal, que dava acesso da Igreja Matriz à Fonte de Santo António.

O jardim público, cuja construção era semelhante a um outro existente, na vila de Almeirim, murado a meio metro de altura, tinha vedação em ferro, em cima de lajes em pedra de lioz.

Nos últimos anos da década de 40, do séc. XX, a residência paroquial, foi construída naquela praça, com frente ao portão principal do jardim, que tinha um bonito portão de entrada, construído em ferro, suportado por duas colunas em pedra e, pegado a si o mercado diário da terra. Este espaço público de Salvaterra de Magos, tornou-se uma curiosidade fotográfica, no primeiro quartel do século XX, sendo agora uma saudade.

As suas fotos reproduzidas em quantidade fazem a decoração em tudo quando é lugar público, especialmente em cafés e salas de restaurantes.

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Após a revolução republicana, de 1910, o largo mudou de nome, e passou para Praça da República. No seu terreno, passa um subterrâneo, que transportava um caudal de água, que alimentava a Fonte de Santo António., que estava encostada em forma de meia-lua, à parede em pleno largo de Santo António (espaço que ligava a rua do mesmo nome à antiga capela real).

A destruição da construção original do jardim e mercado, verificou-se em 1957, para dar lugar a uma nova urbanização ajardinada.

Jardim do Largo Combatentes

Situado num grande espaço térreo no centro de Salvaterra de Magos, mesmo ali em frente ao edifício escolar “ O Século”, passou a ser conhecido pelo jardim do Lopes, ou do Ribatejano. A sua urbanização como

jardim público, ronda o ano de 1957, pois até aí, no local apenas existiam algumas árvores,já de idade avançada, e o terreno era de argila com pequena pedra redonda (saibro). O seu espaço, ocupado com um quadrado, cujo chão recebeu calçada portuguesa, para além da relva, sustentava canteiros de flores, nas quatro épocas do ano. O abastecimento da rede pública de electricidade à vila, em 1951, trouxe a possibilidade, de aí serem colocados, quatro candeeiros de grande altura, construídos em cimento, de configuração redonda

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Avenida – Dr. Roberto Ferreira Fonseca

Tal como aconteceu junto à capela, no lado Norte do jardim público, junto ao edifico municipal a escadaria, que dava ligação à Igreja Matriz, deixou de existir, para dar lugar a uma via de trânsito.

Vinte cinco anos depois, um grande investimento urbanístico, trouxe à rua do Calvário, a dimensão de avenida, com os seus grandes canteiros para relva e flores, onde as árvores em fila, de ambos os lados, contemplavam os seus cerca de 900 metros de comprimento.

Recebeu o nome de Avenida: Vicente Lucas de Aguiar, antigo presidente da câmara municipal, passou a ser a via de maior transito e, na sua entrada existe a bonita Praça de Toiros, construção emblemática da vila.

Logo após a revolução de Abril de 1974, e com a mudança de alguns nomes nas ruas, a avenida passou a ser conhecida por: Dr. Roberto Ferreira da Fonseca, distinto médico, nascido em Salvaterra, e seupresidente da câmara municipal, por duas vezes.

A Fonte do Arneiro

Vem de séculos a existência desta Fonte, com uma construção abobada e escadaria em pedra de lioz.

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Passou por períodos de anos, em que a zona envolvente, esteve descuidada. Por volta de 1985, o terreno de acesso, e o próprio Fontanário, que ainda deita água através de duas bicas, receberam obras de conservação.

O autor, junto à roda de pedra, na Fonte do Arneiro – Ano: 2000

O vereador da cultura, Joaquim Mário Antão, com um pequeno projecto urbanístico, alindou o espaço ajardinando-o, sendo colocada ali uma roda de pedra, como padrão emblemático, do existente ainda nos anos 30, recordando a roda dos enjeitados.

Jardim do Bairro da Chesal

Com a construção do primeiro núcleo de casas, da Cooperativa Habitacional de Salvaterra de Magos, nos anos 70, do séc. XX, que ocupou uma parte dos terrenos da Antiga Coitadinha,

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sendo destruído o que restava de um Moinho de Vento, ali foram apareceram vários espaços ajardinados.

Jardim do Cemitério

Numa grande zona de terreno, envolvente ao campo santo, da freguesia de Salvaterra, por volta de 1980, foi programado construir uma área de jardim. Ali foi criado um sítio verde e plantadas muitas árvores. Estas cerca de 20 anos depois, a relva e o arvoredo (1), davam ao local um bonito espaço ajardinado.

Máquina derrubando as àrvores . 1999

No entanto, num dos lados foram cortadas as árvores e tudo foi alterado, dando lugar a um novo acrescento ao cemitério da vila.

Jardim da Capela da Misericórdia

O terramoto de 1909, destruiu o que ainda restava da Albergaria/hospital da Misericórdia de Salvaterra e, em 1962, no local restava ainda duas paredes (à frente e atrás) pegadas à capela. Já em 1957, o Dr. José Cardador, tinha fotografado a pedra alusiva a esta casa de saúde, que se encontrava na da frente, junto à porta.

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Jardim da Capela em 2000

Pedra em Mármore , foto de 1957

A família da casa agrícola Oliveira e Sousa, resolveu urbanizar aquele espaço em jardim, ficando a sua manutenção a cargo do município local. A pedra de mármore, foi colocada na parede trás, que foi aproveitada como muro e, colocada na porta, um gradeamento em ferro.

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CONSTRUÇÕES DO PATRIMÓNIO

URBANISTICO DA VILA

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Azulejo - antigo Paço Real * Séc. XVIII

Edificio Municipal – Séc. XVIII * Ano 1999

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Igreja Matriz – Séc. XII * Capela Misericórdia

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Capela do antigo Paço real – Séc. XVIII * Ano 1999

Chamiés das Cosinhas do extinto Paço Real – Séc. XVIII *

Ano 1964

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Edificio Falcoaria – Séc. XIII * Ano 1997

Edificio Falcoaria – Séc. XVIII – Recuperado Ano 1999

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Palacete Barão Salvaterra . Meados Séc. XVII

Casa Apalaçada – Gaspar Ramalho Inicio Séc. XX

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Casa Apalaçada – Familia Oliveira e Sousa –

Inicio Séc. XX

Casa Apalaçada – António Jorge Cavalho – Final Séc. XIX

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Fontanário Antigo Largo S. Sebastião - Construção 1936

Fontanário – Depois de “Mutilado” com pintura * Ano 1998 * Junto Luis Palma, esteve na sua construção

BIBLIOGRAFIA:

Anais de Salvaterra – José Estevam - Edição 1958 * Salvaterra de Magos – Vila Histórica no Coração do Ribatejo – José Gameiro Edições; 1985 e 1992 * Comunicação Social - Avulsa * Revista “A Hora” – Ano de 1939 * Revistas – Publicações Anuais da CMSM * Jornal Vale do Tejo – JVT – 2002

FOTOS USADAS:

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Pág. 14 Largo Frente Praça Toiros /EN 119 1978 * Pág. 14 - Obras colocação de semáfaros 1985 * Pág. 14 – Colocação de semáfaros * Pág. 15 – Colocação de semafaros 1985 * Pág. 15 – Obras construção de palacas redondas (Tijelas) 1997 * Pág. 15 – Inauguração Retunda 1992 * Pág. 20 – Palacete Barão Salvaterra 1957 * Pág. 20 – Falacete Familia Lapa * Pág. 22 – Casa Rua Luis Camões 1999 * Pág. 23 Entrada Rua Luis Camões 2007 Pág. 23 Capela Misericórdia 1960 * Pág. 25 – Entrada Rua Machado Santos 1957 * Pág. 26 - Entrada Rua Machado Santos 2007 * Pág. 30 – Palacete construído António Jorge Carvalho 1920, Foto 2002 * Pág. 30 – Fonte do Arneiro 1985 * Pág. Pág. 31 - Entrada Rua Mártires da Pátria 2009 * Pág. 32- Casas nos Quartos 1964 * Pág. 32 - Mulher, nos Quartos abrindo porta 2009 * Pág. 33 – Casa onde nasceu Gregório Fernandes 2009 * Pág. 34 – Novo Pav. Rua Gregório Fernandes 2009 * Pág. 37 – Entrada Rua Humberto Fernandes 2009 * Pág. 38 Portal séc. XVIII – Foto 2009 * Pág. 41 – Obras Rua Padre Cruz – 1985 * Pág. 42 – Obras abertura Rua Centro Paroquial * Pág. 42 Pav. Rua Centro Paroquial * Pág. 44 - Obras Antigo Cemitério (Capela real) Jazigo Familia Brito * Pág. 44 – Capa de Vicente Lucas de Aguiar * Pág. 45 Entrada Trav. Azinhaga 2009 * Pág. 47 Jardim Chesal * Pág. 48 – Antigo Quartel Bombeiro 2009 * Pág. 48 – Edificio CTT 2009 * Pág. 50 – Casa antiga Frav. Forno Vidro 2000 * Pág. 50 José Durão Lino, mostrando pedaços de vidro 2000 * Pág. 50 Corredor Casa Forno Vidro * Pág. 52 Eurico Borrego e Manuel Martins, junto Portão entrada Forno (Pão) * Pág. 52 - Eurico Borrego e Manuel

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Martins (Sarol), mostrando a 2ª porta rua Luis Camões onde era vendido o pãp * Pág. 54 Rua das Esteiras 2009 * Pág. 56 Campo do Rossio 1960, * Pág. 57 – Estrada do Rossio – Novo Pav * Pág. Antigas casa (Oficinas) Entrada Estrada do Rossio – Lado Capela * Pág. 57 – Obras Nova Biblioteca *Pág. 58 – Inauguração Busto D. Dinis * Pág. 61 Empregado Câmara, José Gameiro Cantante, em frente ao Portão do Jardim 1955 * Pág. 62 Vista do Jardim Combatentes * Pág. 63 Vista Avenida – Largo Praça Toiros 1964 * Pág. 64 – Fonte do Arneiro depois de obras 1985 * Pág. 64 - Fonte do Arneiro 2009 – Pág. 64 – José Gameiro ( O autor) visita a Roda de Pedra * Pág. 65 – Jardim da Chesal * Pág. 65 Máquin abatendo árvores – Cimetério alargado 1999 * Pág. 66 – Jardim da Capela Misericórdia * Pág. 66 Portal em Pedra, foi pertença da Albergaria da Capela Misericórdia

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