a viabilidade do socialismo no século xxi

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A VIABILIDADE DO SOCIALISMO NO SÉCULO XXI O século XXI é um século de grandes mudanças na vida da humanidade. Os processos que se operam no mundo exigem de cada pessoa a compreensão clara e uma atitude consciente do socialismo perante a vida. O socialismo surgiu com Marx e Engels, sendo edificado por Lênin, e tornou-se uma realidade. Atualmente, o socialismo constitui um sistema mundial: a comunidade social, econômica e política dos povos livres e iguais em direitos. O socialismo acabou com a exploração, com a fome, a miséria e o desemprego, estabeleceu a propriedade social dos meios de produção, criou a economia nacional e as poderosas forças produtivas baseadas na propriedade social e na planificação. A sociedade socialista levou à libertação social dos trabalhadores, ao melhoramento da sua situação material, criou as condições para o desenvolvimento harmonioso do indivíduo. O socialismo está centrado na eliminação das desigualdades sociais com base na propriedade coletiva dos meios de produção. No sistema socialista, os prédios, máquinas e instrumentos utilizados na produção pertencem a toda a sociedade, representada pelo Estado. Segundo a teoria socialista, só assim se pode eliminar a exploração do homem pelo homem, que caracteriza as relações de trabalho capitalistas. Em oposição ao capitalismo, o objetivo do socialismo não é o lucro, mas o bem-estar de toda a sociedade, estendendo à todos o direito a saúde, educação e trabalho. O projeto de uma sociedade socialista foi uma reação de pensadores e intelectuais aos problemas sociais produzidos pelo desenvolvimento do capitalismo a partir da Revolução Industrial. Já no século XVIII os chamados socialistas utópicos haviam idealizado uma sociedade na qual todos os homens pudessem trabalhar e viver de forma igualitária.

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A VIABILIDADE DO SOCIALISMO NO SÉCULO XXI

O século XXI é um século de grandes mudanças na vida da humanidade. Os processos que se operam no mundo exigem de cada pessoa a compreensão clara e uma atitude consciente do socialismo perante a vida.

O socialismo surgiu com Marx e Engels, sendo edificado por Lênin, e tornou-se uma realidade. Atualmente, o socialismo constitui um sistema mundial: a comunidade social, econômica e política dos povos livres e iguais em direitos.

O socialismo acabou com a exploração, com a fome, a miséria e o desemprego, estabeleceu a propriedade social dos meios de produção, criou a economia nacional e as poderosas forças produtivas baseadas na propriedade social e na planificação. A sociedade socialista levou à libertação social dos trabalhadores, ao melhoramento da sua situação material, criou as condições para o desenvolvimento harmonioso do indivíduo.

O socialismo está centrado na eliminação das desigualdades sociais com base na propriedade coletiva dos meios de produção. No sistema socialista, os prédios, máquinas e instrumentos utilizados na produção pertencem a toda a sociedade, representada pelo Estado. Segundo a teoria socialista, só assim se pode eliminar a exploração do homem pelo homem, que caracteriza as relações de trabalho capitalistas. Em oposição ao capitalismo, o objetivo do socialismo não é o lucro, mas o bem-estar de toda a sociedade, estendendo à todos o direito a saúde, educação e trabalho.

O projeto de uma sociedade socialista foi uma reação de pensadores e intelectuais aos problemas sociais produzidos pelo desenvolvimento do capitalismo a partir da Revolução Industrial. Já no século XVIII os chamados socialistas utópicos haviam idealizado uma sociedade na qual todos os homens pudessem trabalhar e viver de forma igualitária.

Os socialistas científicos do século XIX foram mais longe: estudaram profundamente a História e o funcionamento do capitalismo e constataram que este sistema é sujeito a crises e que seu crescimento se apoia na produção de desigualdades sociais e econômicas.

O primeiro país a adotar o socialismo foi a Rússia, em 1917. No final de 1922 formou-se, a partir do domínio russo, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, com a anexação da Ucrânia, Rússia Branca, Moldava, Armênia, Usbequistão, Turquemenistão, entre outros. Sob certo aspecto, manteve-se uma concepção de organização territorial muito próxima ao regime anterior (czarista), uma vez que se formou um grande império, composto por quinze repúblicas, todas submetidas ao poder ditatorial russo.

A Mongólia adotou o socialismo em 1924; a China e a Coréia, na década de 1940; Cuba , em 1959. Em 1975, o sistema se estendeu pelo continente africano (Angola e Moçambique) e pelo sudeste da Ásia.

Os socialistas utópicos do século XVIII imaginaram a sociedade ideal: saúde e ensino para todos, direitos iguais para homens e mulheres, o fim da

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propriedade privada da moeda e do lucro. Mas só no século seguinte os socialistas científicos estabeleceram as bases reais para construção de uma sociedade socialista.

Os principais representantes do socialismo utópico foram: Saint-Simon (1760-1825), Charles Fourier(1772-1837), Louis Blanc (1811-1832) e Robert Owen (1771-1858) .

Karl Marx (1818-1883) e Freidrich Engels (1820-1895) elaboraram os fundamentos do socialismo científico. Entre suas obras destacam-se O Manifesto Comunista e O Capital. Nos quatros volumes de O Capital, esses dois filósofos alemães discutem as condições de organização sócio econômica mundial e a necessidade de se modificar o sistema até então vigente. As por ele veiculadas ganharam expressão revolucionária pela primeira vez na Rússia, onde em 1917 eclodiu o movimento que instalou naquele país o sistema socialista.

Com as conquistas sociais(como educação e saúde gratuitas para todos) e o desenvolvimento econômico obtido, o socialismo não atendeu às expectativas da população. O único partido político legal era o Partido Comunista, e não havia permissão para divergências. O turismo e as migrações eram rigorosamente controlados pelo Estado; não havia liberdade de expressão de imprensa.

Em 1989 e 1991, ocorreu o chamado “efeito dominó”, que correspondeu à extinção dos regimes socialistas em todos os países do leste europeu.

A transição ocorreu de maneira pacífica na Hungria e na Polônia, onde acordos políticos foram realizados entre os comunistas e a oposição. Na Tchecoslováquia, na Alemanha Oriental e na Bulgária, intensas manifestações populares acabaram forçando a saída dos dirigentes socialistas e obrigando à implementação de reformas políticas e econômicas. Nos demais países, o fim do regime socialista redundou em processos violentos, como a Guerra Civil na Iugoslávia, que levou à total desintegração do país, e a condenação à morte e execução do dirigente Nicolau Ceaucescu e sua mulher na Romênia.

O socialismo, como corrente de pensamento avançado, projeta-se

sobre o novo século como a alternativa inevitável ao capitalismo decadente. É a grande bandeira da renovação social.

Já vai distante a época dos profetas que vislumbravam o futuro com a suposta ajuda da divindade. Em geral prediziam as calamidades, os males que atormentariam a humanidade, o fim do mundo. Apareceram também os que negavam a possibilidade de conhecer o povir. “O futuro a Deus pertence”, sentenciavam. Nos tempos modernos surgiram verdadeiros profetas. Já não eram adivinhos, mas pensadores apoiados na ciência, no conhecimento das leis que regem a natureza, a sociedade e conformam o pensamento humano. A perdição deixou de ser fruto da simples conjetura, mas resultado da elaboração de teorias e premissas que refletem os processos do eterno movimento de tudo que existe no universo.

Vivemos os anos finais do século XX pleno de contradições. Muitos gostariam de conhecer afeição provável dos acontecimentos vindouros, os caminhos por onde trilhará a humanidade em busca de uma vida feliz. O futuro não pode, porém desligar-se do passado, do exame crítico da época que vai ficando para trás.

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Esse exame dá indicações, às vezes precisas, das perspectivas vindouras, porquanto a História segue rumos definidos por leis objetivas.

O século XX começou com a passagem do capitalismo florescente da livre concorrência para a sua fase monopolista, imperialista. Todo este século transcorreu sob o domínio dos monopólios que, afinal, converteram-se em monopólios gigantes, os oligopólios transnacionais que aceleram a globalização da economia mundial.

A par dos progressos indiscutíveis da sociedade ocorridos neste século, na produção, na ciência, nas artes, nos meios de comunicação, na identificação de fenômenos ecológicos, no aumento considerável da população do planeta, destacou-se também o lado sombrio, perverso, do sistema monopolista: duas grandes guerras nas quais pereceram cem milhões de pessoas, guerras de dominação colonial, extermínio nuclear de populações indefesas, supressão violenta da liberdade, alargamento do fosso das desigualdades sociais.

Mas o século XX registra também memoráveis lutas sociais e políticas: revoluções, resistência armada aos opressores, levantes camponeses, combativas greves operárias, embates vitoriosos contra o fascismo em defesa das liberdades.

A revolução socialista na velha Rússia dos czares é o grande marco da nossa época, seguida mas tarde por outro evento significativo, a proclamação da República popular da China. Destaque especial teve ainda o movimento da descolonização. Muitos países após a II Grande Guerra, sacudiram o jugo da opressão nacional, tornaram-se independentes.

O capitalismo chegou ao fim, já não tem condições de resolver os magnos problemas sociais e políticos gerados pelas próprias contradições que encerram. Não pode assegurar a convivência pacífica entre os povos, nem garantir o exercício da liberdade sempre mais restringida. Não pode deter a exclusão oficial de consideráveis parcelas da população laboriosa, nem impedir o crescimento da miséria que se alastra por todo o Globo. O socialismo, nova forma de organização da sociedade apresenta deficiências naturais de um regime que acaba de nascer, carece de experiência suficiente para se consolidar em definitivo como sistema progressista. Sofreu derrota passageira na União Soviética e no Leste europeu depois de haver alcançado importantes vitórias na edificação da nova vida.

A experiência história demonstra que o socialismo conseguirá firmar-se de um só golpe. Sua consolidação e enraizamento universal registrará muitas vitórias e também reveses. A construção da nova sociedade é mais difícil e complicada do que antes se imaginara. Erra quem pensa que o socialismo morreu definitivamente. Erra igualmente quem imaginava em linha reta, somando sempre vitórias e expandindo-se sem obstáculos, continuamente. Também o capitalismo não desaparecerá em cada país em uma única cutilada. De certo modo, a morte do capitalismo está relacionada com a construção exitosa do socialismo. Em suma não se constrói a nova vida nem liquida o capitalismo de uma só vez.

A transformação socialista da sociedade é um largo processo de lutas e de aprendizagem permanente. Transferir os meios de produção capitalista para a sociedade é relativamente fácil com a vitória da revolução. Mas essa transferência

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abrange tão somente a área econômica. Como organizar dinamicamente em todos os aspectos a nova sociedade é obra que demanda tempo e visão progressista, revolucionária.

O socialismo, em certo sentido, é o novo desconhecido. Até hoje, em vários países, após a revolução, não se sabia exatamente como construir integralmente a sociedade do futuro. Tinha-se o plano geral, de base científica e as forças militantes do partido de vanguarda. Já é muito mas não o suficiente, pois além da construção econômica precisa-se forjar ávida espiritual das grandes massas. A sociedade reflete a base material em que se assenta, não porém de modo direto. Condicionadas pela base material, as massas criam suas próprias formas de existência. Hábitos, moral ética, convivência social, vínculos culturais não forjam de um dia para o outro.

O socialismo não pôde vencer em todos os países, nem mesmo como supunham Marx e Engels, nos mais desenvolvidos. Triunfou na Rússia, na China, na Coréia, no Vietnã, na Albânia, em Cuba. As idéias e modos de vida aí predominantes são de países atrasados. Tais idéias e modos de vida entram em contradição com os projetos avançados que se pretendem instaurar. É preciso tempo para reverter esse situação. Ademais, a pressão do modo de vida capitalista dos países ricos repercute entre as populações onde as se instituiu um regime diferente, progressista, que não pode, de imediato assegurar condições de vida confortável a todo mundo. Certamente, nos países ricos a par do conforto que desfrutam as classes privilegiadas, existe a imensa faixa dos que vivem na pobreza. Essa faixa, na propaganda capitalista, fica na sombra, não aparece.

O século XXI será cenário da grande batalha histórica que se desenvolve no seio da sociedade humana. Batalha da luta entre o novo que procura abrir caminhos, tradicionais ou inusitados, ao progresso social, e o velho que resiste por todos os meios pacíficos e não-pacíficos, a desaparecer. Quanto tempo ainda durará esse enfrentamento, é díficil, mesmo impossível prever.

O capitalismo monopolista ingressa nessa batalha, na viragem do século, sustentando a orientação neoliberal que seus apologistas tentam fazer crer tratar-se da nova forma, irreversível, de desenvolvimento da sociedade. Na verdade, no entanto, indica que o neoliberalismo é a mais brutal ofensiva do grande capital contra as conquistas alcançadas pela humanidade, em termos de democracia, direitos sociais, avanços culturais, identidade nacional, desenvolvimento econômico independente.

Haja visto o quadro desolador do mundo de hoje, em boa parte resultado dessa ofensiva neoliberal: 1 bilhão e 300 milhões de pessoas vivem na pobreza extrema, 800 milhões passam fome; cerca de 900 milhões de trabalhadores vivem o drama do desemprego ou subemprego. Mais de um bilhão de pessoas não conseguem usufruir cuidados básicos de saúde e ter livre acesso à educação.

A regressão antidemocrática, com a degradação da democracia política e os atentados às liberdades fundamentais, é expressão chocante da ofensiva reacionária. A soberania nacional dos países menos desenvolvidos sofre restrições e ameaças de toda ordem. Pari passu, a concentração da riqueza atinge níveis inimagináveis: 358 bilionários possuem fortunas iguais aos rendimentos anuais de

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45% da população do mundo. Essa situação paradoxal não pode deixar de suscitar anseios de mudanças na forma de organização da sociedade.

Contudo, o socialismo ressente-se da derrota que sofreu na ex-União Soviética e no leste europeu. Suas idéias transformadoras da sociedade perderam força entre as massas. Evidenciou-se profunda crise no campo da teoria, da ideologia. Proliferam por toda parte “críticos” do marxismo, os que renegam princípios e apropria organização de vanguarda, assustados com o final desastroso do regime socialista na URSS e com a campanha anti-comunista que se seguiu. “Se revolucionário – dizem – é coisa do passado, velharias de outros tempos...”

Sem vencer essa crise, o socialismo não poderá avançar, nem comandar exitosamente a luta emancipadora de milhões de trabalhadores, dos explorados e oprimidos. Não há movimento revolucionário na ausência de teoria revolucionária.

Certamente vencer a crise no plano da teoria não significa repelir simplesmente fórmulas ultrapassadas, posições dogmáticas, sectárias. Impõe-se os fundamentos da teoria marxista, seu espírito crítico e revolucionário, desenvolvê-la criadoramente, ligada ao tempo em que vivemos. Já Lênin, nos primórdios deste século, dizia: Não temos doutrina de Marx como algo inacabado, inatingível; ao contrário, estamos persuadidos de que ela somente coloca as pedras angulares da ciência que os socialistas devem fazer progredir em todos os sentidos se eles não querem se atrasar na vida. É preciso renovar o marxismo revolucionário, extrair as lições das primeiras tentativas de instauração socialista, particularmente na ex-União Soviética, a fim de que o movimento progressista continue avançando.

Longe de fazer prognósticos infalíveis acerca da marcha dos acontecimentos políticos do próximo século, pode-se afirmar que prosseguirão as lutas que vêm de decênios passados por transformações da sociedade e que caracterizam a nossa época como a época da transição do capitalismo para o socialismo. Inevitavelmente, contra o neoliberalismo, expressão acabada do capitalismo declinante, levantar-se-ão os trabalhadores, os camponeses, os democratas, os patriotas, a juventude sem futuro, as massas populares atiradas na miséria. Entretanto muitos desses movimentos sociais carecerão de perspectiva política mudancista, enquanto perdure a crise do marxismo. Neles atuarão os sofisticadores social-democratas, pretendendo inutilmente “reformar” o capitalismo.

É possível que os comunistas voltem ao poder na Rússia pós-revolucionária. O capitalismo aí instaurado contrasta brutalmente com ávida no tempo do socialismo apesar das deficiências. O povo russo tentará livrar-se das calamidades que recaíram sobre o país com o retorno ao capitalismo. Mas a simples volta dos comunistas ao poder não significará o triunfo do socialismo científico. A Rússia perdeu o rumo revolucionário ao final da década de 50. E não conseguiu até hoje desenvolver a teoria marxista, analisar com profundidade a causa dos erros, como e porque a União Soviética retrocedeu ao capitalismo. O revisionismo de Kruschov, Gorbachov, Brezhenev e outros não meros desvios ideológicos, é toda uma doutrina contra-revolucionária destinadas a solapar as bases do socialismo, desorientar os trabalhadores e o povo, obscurecera consciência política das massas.

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No curso de século XXI a crise da teoria e da construção socialista será superada. Em vários países observam-se sérios esforços para enfrentar essa tarefa de magnitude histórica. A China, passando por altos e baixos, acabará consolidando o regime socialista que sofreu abalos do passado, nomeadamente no período da chamada revolução cultural proletária. Vietnã, arrasado pelas agressões bélicas da França e dos Estados Unidos, será reconstruído e fortalecerá a via socialista. Em outros lugares onde houve revoluções e retrocessos, o socialismo terminará predominante.

No conjunto do mundo, particularmente nos países menos desenvolvidos, a bandeira da luta da liberdade e pela independência nacional, abandonada pela burguesia capitulacioista passará às mãos das forças progressista que almejam transformações radicais da sociedade. Grandes países, como a Índia e o Brasil, apresentando formas inovadoras de passagem ao socialismo, poderão alcançar expressivas vitórias.

Assim será o século XXI. Em seus começos, haverá sombras e luzes, mais sombras do que luzes. Depois o quadro se inverterá. A humanidade viverá tempos de grandes esperanças.

Por isso concluímos que o socialismo é extremamente viável no século XXI, temos todas as condições favoráveis para que isso aconteça, as condições materiais concretas atuais são idéias perfeitas, a questão da globalização, a ampliação dos mercados consumidores, a exploração dos trabalhadores, o novo modelo de desemprego (o desemprego estrutural), a incapacidade dos estados de criar um modelo educacional que garanta às pessoas a evolução do pensamento, tudo isso nos leva ao processo de convulsão social que em última análise são facções de materiais concretos para redução do proletariado preconizado por Marx.

O problema todo está na força política da ala esquerda das pessoas que pretendem essas transformações, ou seja, o que nós temos é uma incapacidade intelectual das pessoas que estão sendo oprimidas para entender o momento em que estamos vivendo. Hoje há pessoas que não tem capacidade sequer de gerir seus próprios problemas.

Atualmente não são formados pensadores, mas pessoas que fazem aquilo, que se manda fazer. O problema está no modo intelectual que vivemos, as pessoas que hoje estão gerindo a política e a economia estão satisfeitas com o modo de produção capitalista.

Nos últimos séculos não foram produzidos teóricos esquerdistas, enquanto que existem muitos teóricos direitistas, visando justamente o desenvolvimento do neo-liberalismo, e na oposição não existe pensadores capazes de desenvolver o modo de produção capitalista.

É necessário, primeiramente, a formação de intelectuais, e posteriormente o processo de conscientização. Os pensadores esquerdistas só fazem se apoderar de teorias de outros e simplesmente as reproduzem. É a população oprimida que tem medo do socialismo, porque não sabem o que é o socialismo, e tem medo do que é novidade.

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BIBLIOGRAFIA

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