a verdadeira obra do espírito - jonathan edwards
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5/12/2018 A Verdadeira Obra do Esp rito - Jonathan Edwards - slidepdf.com
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JOlla than Edwards
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D do,s m 'te.ma cio nais d e Catal.oWD na l)tlbllrn~D (CJP)
(CbnaraBrnsiLeinld •Livm. S~ Brasil)
Edwards , jonathan, '~703~l75·8~
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3'Urenricid:!dc I Jonathan Edwards: Trad.u~io \/aleria
POlll:ana..........,. 2 _ : i e L L I l! '\ I', - S a n " P a u l o : Vi. 11 N va, 2nlO.
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Sinais de Autenticidade-z . - EI)ICAO REVISAOA
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Jonathan Edvvards
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oVlDA NOVA
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Titulo do original: The Marks o f a Work of the True Spirit
l ..a edicao: 1992
Reimpressao: 1995
2. a edicao revis ada: 2010
Publicado com a devida autorizacao e com todos os direitos
reservados por SOCIEDADE R.F.LTCIOSA EDT<;OES VID.A NOVA
Caixa Postal 21266~ Sao Paulo, SP, 04602-970
www.vidanova.com.br
Proibida a reproducao par quaisquer rneio (rnecanicos, eletronicos,
xerograficos, fotograficos, grava~ao, estocagem em banco de dados,
etc.), a njio ser com citacoes breves com indicacao de fonte.
ISBN 978-85-275-0427-0
Impresso no Brasill Printed in B rasil
COORDF.NACAO EDTTORJAL
Marisa K. A. de Siqueira Lopes
COORDENACAO DE PRODUC;AO
Sergio Siqueira Moura
R"EV1SAo
Arkhe Editorial
REVlS}\.O DE PRl)VAS
[osiane de Almeida
Mauro Nogueira
D r AGRAlvr A \ = A o
Sk editoracao
CAl)A
Rima Comunicat;ao
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Sumario
Prejacio ... ~.... . . . . . . . .. . . . . . ..... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
Intro ducao .. ~ ~ ~ 9
I. Sinais que supostamente negam uma
obra espiritual I3
2. Sinais bfblicos de uma obra do Espfrito
de Deus 45
3. Infcrencias praticas ,............ 63
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Prcfacio
J ONA1'LHAN EDWARDS E CONHECIDO I-IOJE NO
Brasil principalmente par causa de seu sermao
intitulado Pecadores nas mdos de um Dell", irado.
Isso e lamentavel, pais Edwards foi antes de
tudo urn humilde missionario, que trabalhou,,-
entre os indios, e urn pastor amoroso. E provavel
que ele preferisse ser lembrado simplesmente
como 0 "fiel pastor da igreja de Northampton'
e nao corno urn pregador de mellsagens sobre 0
fogo do inferno .. De qualquer forma, devido a
forca e ao brilhantismo de seus escritos teo16gi-C()S, seu nome difundiu-se atraves dos Estados
Unidos e da Europa. Chegou 0 mornento de
apresenta-lo ao Brasil.
Neste pequeno livro , Edwards 110S fala
sobre a atuacao do Espirito na igreja arravesdos seculos, Essa questao the era crucial, pais
sua igreja foi atingida pelo Grande Desperta-
mento das decadas de 30 e 40, 110 seculo XVIII .
Esse foi urn periodo de grande agitacao e con-
fusao, a medida que se faziam todos os tipos de
alega~ao espiritual. N ao e necessario que se diga
lIuao semelhante e hoje a situacao no Brasil ..
Este livreto apareceu pela primeira vez
numa forma mais compacta, como uma palestra
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I R I
realizada na Universidade de Yale, nos Estados Ul1 idos ..
Com 0 passar do tempo, Edwards fez alguns acrescirnos,
ate que chegou ao tamanho que ele tern hoje. A oerdadeira
obra do Espirito - stnais de autenticidade e uma exposicao
magistral do capitulo 4 de l]oao, texto que nos exorta a
avaliar "se os espiritos vern de Deus, porque muitos falsas
profetas tern saido pelo mundo". Edwards extrai dos
escritos do ap6stolo joao urn total de quatorze sinais au
marcas que indicam a presen~a ou ausencia do Espirito
de Deus numa pessoa, movirnento ou igreja. A seguir, ele
oferece cinco conclusoes praticas para a igreja, encerrando
com sua enfase caracteristica na humi ldade em todas as
coisas do Espirito.Os editores
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Illtrodtlc.ao.>
Am ados) nao acrediteis em qualquer cspirtto, mas
avaliai Je as espiritos o em de Deus, po rqu e m uito s
fa/50s proft tas fern saido pelo mundo (IJo 4~1).
NA ERi-\ APOST61~]CA, HOUVE 0 rvWOR DERRA-
mamento do Espirito de Deus de todos os
tempos, seja em terrnos de dons e intluen-
cias extraordinarios, seja em termos de
realizacoes comuns, convencendo, conver-
tendo, iluminando e santificando as almas
dos homens. Todavia, a medida que as in-fluencias do verdadeiro Espirito abundavam,
tambem as falsificacoes sc disserninavam; 0
Diabo fartou~se ern imitar as obras do Espi-
rito de Deus, tanto as comuns quanta asextraor-
dinirias, conforme se evidencia em inumeras
passagens dos escritos apostolicos, 18S0 tor-
nou indispensavel 0 fornecimento de certas
regras a igreja de Cristo, marcas distintivas
e claras atraves das quais ela pudesse pros~
seguir em seguran'ra, ao avaliar 0verdadeiro
e 0falso, sem correr 0 risco de ser ludibriada.
A exposicao dessas normas e 0 prop6sito
evidente do capitulo 4 de 1Jo 3 .°, texto em
que tal assunto e tratado de forma mais clara
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I 1 o I I 1 1 J
e completa do que em qualquer outro lugar na Biblia. Com
esse objetivo determinado, 0apostolo encarrega-se de suprir
a igreja de Deus com sinais do ESllirito verdadeiro, que
sejam claros, seguros e bern adaptados ao usa e a pratica,
Para que 0assunto pudesse ser abordado de maneira simples
e adequada, }oao insiste nessa tematica ao longo de todo 0
capitulo. Por isso mesmo, e estranho que 0 que e dito aqui
nao seja levado em consideracao, nos ins6litos dias de hoje
quando ha atividades tao incomuns e amplas nas mentes
das pessoas, uma imensa variedade de opinioes e tantas
discussoes a respeito da obra do Espirito,
A exposicao do apostolo ]DaD sobre esse assunto eintroduzida par uma mencao ocasional ao fato de que a
Espirito habita ern nos, como clara evidencia da partici-
pa~ao em Cristo .. (4Qyem guarda seus mandamentos
permanece em Deus, e Deus ncle. E nisto conhecemos
que ele permanece em nos: pelo Espirito que nos tern dado."
(lJo 3.24). Consequenternente, podemos inferir que 0
proposito do ap6stolo nao e apenas mostrar os sinais pelos
quais e possivel distinguir 0 Espfrito verdadeiro do falso,par seus dons de profecia e milagres extraordinarios, nlas e
tambem falar sabre as influencias comuns desscs sinais na
mente do povo de Deus, visando a uniao corn Cristo e aedificacao nele, 0que tambern fica claro nos proprios sinais
oferecidos, os quais iremos observar mais adiante ..
As palavras iniciais do texto servem de introducao a
exposicao sabre os sinais distintivos entre 0 verdadeiro
Espirito e 0 false. Antes de definir cada um dos sinais, 0
ap6stolo primeiro exorta os cristaos contra a credulidade
ingenua e a prontidao para confiar em toda manifestacao
ilusoria como obra do Espiri to verdadeiro. "Arnados, nao
acrediteis em qualquer espirito, mas avaliai se as espiritos
vern de Deus ...~'Em segundo lugar, 0 ap6stolo adverte
quanta it existencia de muitas imitacoes: "~.porquc muitos
falsos profetas tern saido pelo rnundo". Estes nao sofingiam
possuir 0 Espirito de Deus em seus extraordinarios dons
de inspiracao, mas tambcm fingiam ser grandes amigos e
preferidos de Deus, pessoas cminenternente santas com
grande interesse pelas iniluencias da salvacao e santificacao
vindas do Espirito de Deus~Portanto, devemos considerar
essas palavras como uma ordem para examinarmos e pro-
varmos as pretensoes quanta ao Espirito de Deus, nos
dois aspectos acima refcridos.
Assim, meu intuito agora e mostrar quais sao os
sinais verdadeiros, certos e distintivos de uma obra do
Espirito de Deus, pelos quais podemos nos guiar segura-
mente ao julgarmos qualquer acao que encontramos em
nos mesrnos au nos outros. Nesse ponto, eu observaria
que em tais casos devemos tomar asEscrituras como nosso
gu ia .. E las sao a grandiosa e definitiva regra de fe dada
por Deus a sua igreja, para orienta-la nas coisas relativasaos principais aspectos das almas de seus redimidos, alern
de serem uma norma suficiente e intalivcl. Com ccrteza,
[oraln dadas evidencias suficientes para que a igreja fosse
guiada na importante tarefa de discernir as espiritos, Sem
elas, a igreja estaria sujeita a ilusoes dolorosas e irremedia-
velmente exposta a ser subjugada e devorada por seus
inimigos. Nao precisamos ter medo de confiar nessas regras
de fe ~ Sem sombra de diivida, 0 Espirito que inspirou as
Escrituras sabia como dispor boas regras, par meio das
quais f6ssemos capazes de distinguir suas atuacoes de
tudo aquilo que falsamenre alega proceder dele. Como
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IlL I.
l\ \-'ER I)Arn~1 itA ()l1R .. I){) ESPl Rrl"(1
observei antes, 0 Espirito de Deus fez isso delibe-
radamente no capitulo 4 de Ijoao, de forma mais
detalhada e ampla do que em qualquer Dutro lugar da
Biblia. Portanto, nest a exposicao nao procurarei em
nenhum outro lugar regras au evidencias para discernir
os espiritos, mas me limitarei aquelas encontradas nesse
capitulo de 1Jo3.0. No entanto, antes de passar a tratar
delas em detalhes, gostaria de preparar meu caminho:
em primeiro lugar, parrirernos da negafao, observando,
em alguns casos, as coisas que nao sa o sinais ou evidencias
de uma obra do Espirito de Deus.
Capitulo ]
Sinais que supostamente
negam uma obra espiritual
,
1 1 1 N ..\D..\ ronr SEH.(·()N(~LLrfl)O (~()?\'1C}:R·rI~Zl\
unicamente a partir do fato de uma obra ter
sido realizada de maneira muito incomum
e extraordinaria, uma vez que a variedade
ou diferenca ainda esta dentro dos lirnites
das regras das Escrituras. As coisas e os even-
tos com que a igreja esta acostumada nao
servem como regras para julgarmos as obras,
pois e possivel que Deus aja de farmas novas
e cxtraordinarias, E evidente que varias vezes
no passado Deus ja agiu de maneira extraor-
dinaria. Ele fez coisas ineditas acontecerem,
obras singulares, agindo de tal forma que
surpreendeu tanto homens quanto anjos ..]i
que Deus agiu assim em tempos passados,
nao temos nenhuma razao para pensar que
ele nao continue a agir dessa forma. As
profecias das Escrituras nos dao motivo para
erer que Deus tern coisas ineditas a realizar.
Se uma obra, por maior que seja, nao estiver
eln desacordo com as regras estabelecidas
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I l4 I -J\ \'ERI)i\I)[!H;\ ()BHI\ I)() [SP1H_r-r()
lIS I
por Deus, 0 simples fato de se desviar daquilo que ate
agora tern sido 0 padrao nao serve como argumento de
que ela nao provern do Espirito de Deus. Ele e soberano
em suas acoes. Sabemos que Deus lanca mao de uma
grande variedade de acoes e nao podemas definir a
extensao dessa divcrsidade dentrc dos limites das regras
que ele mesmo fLXOU, Nao devemos limitar Deus naquilo
em que ele mesmo nao se limitou.
Portanto, nao e 16gico julgar qlle lIma obra nao seja
do Santo Espirito de Deus par causa do extraordinario
nivel de iniluencia que exerce n a m en te das pessoas. A..inda
que elas pare<;-aln ter Ulna percepcao fora do comum sabre
a terrivel natureza do pecado e uma consciencia excep~
cional da desgraca de uma vida sem Cristo; ainda que
tenham vis6es exrraordinarias da realidade e da gloria
das coisas divinas, sendo por isso proporcionalmente leva-
das a inclinacoes bastante incornuns de temor, contricao,
desejo, amor au alegria; ainda que a aparente mudanca
seja muito repentina e a acao seja levada a efeito com
uma rapidez bastante rara; OU ainda que 0 numero depessoas afetadas seja muito grande,. e muitas delas sejam
bem jovens; de todas essas circunstancias - alem de outras
que sejam incomuns, nenhuma delas, porern, infringindo
as regras dadas nas Escrituras - nenhuma delas prova
que a obra nao seja do Espirito de Deus ..Antes, se sua
natureza estiver de acordo com as regras e os sinais dados
nas Escrituras, 0 grau de intluencia e 0 poder da atuacao
extraordinarios e incornuns sa o argumentos a seu favor;
pais quanto mais alto for 0 grau em que sua natureza se
aproximar das regras, maior sera sua conformidade a elas e
tanto mais evidente sera tal conformidade ..Quando as coisas
acontecem em Ulna escala menor, ainda que realmente
estejam de acordo com as regras~ nao e tao ficil perceber
se sua natureza esta de acordo com tais r e g ra s . .
As pessoas tendem muito a duvidar do que Ihes eestranho; especialmeut« os mais idosos,. qlle hesitam em
acreditar que seja certo algo a que nao estavam acostu-
mados em sua epoca e de que nunca ouviram falar nos
dias de seus pais. Mas, se 0 simples fato de uma obra ser
muito incomum se tarnar urn born argumento a favor da
afirmacao de que ela nao provern do Espirito de Deus,
entao precisamos rever como acontecia 1105 dias dos
apostolos, N aquela epoca, a acao do Espirito se clava de
forma totalmente inedita em muitos aspectos, como nunca
se vira au ouvira desde a fimdacao do mundo. Naqueles
tempos, rna is do que nunca, a obra era levada a efeito
com urn poder visivel e notavel, J amais se viram antes
efeitos do Espirito de Deus tao poderosos e adrniraveis
produzindo: rnudancas tao subitas; tao grande comprome-
timento e fervor em enormes multidoes; tantas alteracoes
repentinas em vilas, cidades e nacoes; tao rapido progressoe tao vasta extensao do trabalho ~ alern de muitas outras
circunstancias extraordinarias que poderiam ser mencio-
nadas. A natureza incomum da atuacao do Espirito sur-
preendeu os judeus; eles nao sabiam como interpreta-la,
mas nao conseguiam acreditar que fosse uma obra de Deus.
De fato, muitos consideravam que as pessoas afetadas pela
acao do Espirito careciam de sanidade, como pode ser
observado em Atos 2..13; 26..24 e ICorintios 4.10.
Alem disso, a partir das profecias das Escrituras,
temos base para supor que, no inicio do ultimo e maior
derramamento do Espirito de Deus, que acontecera nos
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J 1 h ] I I 7 I
2..Vma obra nao cleve ser ju lg ad a p elo s efeitos cau-
sados 110corpo das pessoas, tais como lagrimas, tremores,
gemidos, altos ciamores, contorcoes ou fraqueza fisica. A
influencia sob a qual as pessoas estao nao pode ser julgada
de forma positiva au negativa por meio dessas manifes-
tacoes, simplesmente porque nao ternos, em lugar algum
das Escriruras, qualqucr regra que diga iSSOt Nao podemos
concluir que as pessoas estao sob a intluencia do Espirito
verdadeiro porque vemos tais efeitos em seus carpas, pais
isso nao c dado como sinal do Espirito verdadeiro. Par
outro Iado, tarnbern nao temos qualquer razao para
concluir, a partir de aparencias externas, que elas nao
estejam sob a influencia do Espirito de Deus; de fato, nao
ha nenhuma regra biblica de discernimento de espiritos
que, de forma direta 011 indireta, exclua tais efeitos sabre
o carpo, e nem qualquer razao pode exclui-los. Se levarmos
em conta as coisas divinas e eternas, a natureza do homem
e as leis sabre a uniao entre alma e corpo, poderemos
facilmente explicar como uma intluencia certa e uma
percepcao verdadeira e adequada das coisas deveriam ter
tais efeitos sobre 0 corpo, ate mesmo no caso daquelas
manifcstacoes de carater mais extraordinario, como por
exemplo a fraqueza fisica, 0 arrebatamento em grandes
contorcoes e os altos e estrondosos gritos assim provoca~
dos. Todos nos concordamos e estariarnos prontos a dizer
em qualquer momenta que a miseria do inferno e, sem
duvida, tao apavorante e a eternidade tao incomensuravelque, se uma pessoa pudesse ter uma clara compreensao
da realidade de tal desgraca, isso seria uma experiencia
bern rnaior do que sua fragil constituicao poderia suportar,
Seria especificamente esse 0 caso se, an mesmo tempo, a
pessoa estivesse sentindo 0 perigo iminente do inferno,
estivesse completamente insegura quanta a sua libertacao
dele e, ainda, nao tivesse em momenta algum nenhuma
garantia contra isso. Se considerarmos a natureza humana,
nao devemos ficar surpresos com 0 fato de que tudo pare~a
estar anunciando uma rapida e imediata desrruicao, quando
as pessoas tern uma profunda percepcao de a lg a q ue e tao
terrivelmente apavorante, alern de uma clara visao de suapropria pecaminosidade e cia ira de DellS. Vernos que a
natureza do homem tern tanto essa tendencia que, ao sen-
tir 0p er ig o d e um a c ala mid ad e terrivel a qua l esteja expos-
to, de a todo 0momento esta inclinado a pensar: "E agora!"
Em tempos de guerra, quando a cora~ao das pessoas esta
tornado pelo medo, elas tendem a tremer ao simples
sacudir de uma falha e esperam a chegada do initnigo a
qualquer instante, dizendo para si pr6prias: " Ago ra s e re i
destruido", Suponhamos que urn hornem se veja
pendurado sabre urna grande cova repleta de chamas
crueis e ardentes, sustentado par urn fio que ele sabe ser
ultirnos tempos, 0 modo de aruacao sera bastante extraor-
dinaric, alga como 11UIlca se viu antes. Naque le momenta
teremos motivo para dizer, como em Isaias 66.8: "Quem
jamais ouviu is so ? C@ cm viu coisa semelhante? Por acaso
seria possive! fazer nascer uma terra num s o dia? N asceria
Ulna nacao de um a s6 vez? Mas logo que Siao entrou em
trabalho de parto, deu a luz seus filhos", Assim, pode-se
esperar com razao que, em certa medida,0
modo de atuacaofora do comum sera sernelhante aos eventos extraordinarios
e a gloriosa mudanca no estado do mundo, que Deus fani
acontecer par meio desse ato.
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I lH I S IN;\ 1 \ (J ·L 'E ~·~L()~ L\J\l L~TL :-\1- (~J'\_\:t r\1,:\ (_)Bl~:\ ... J 1 ~J I
muito fraco e insuficiente para suportar seu l-1eso, estcja
bern consciente de qlle verdadeiras multidoes ja estiverarn
antes em tais condicoes e que muitas pessoas cairam e
pereceram, e nao veja nada a sell alcance a que possa se
agarrar para se salvar - imagine a situacao angustiante
desse homem ~Ele tenderia a pensar: ~go ra ()fio estd se
rompendo ! A g o ra ) n es te minute , serei e n go l id o p o r essas terri-
·ve is cbamas '" , Sera que ele nao gritaria em tais circuns-
tancias? Oltallto mais aqueles que se veem pendendo sabre
uma cava infinitarnenre mais terrivel au sustentados sobre
ela pela mao de Deus e, ao mesmo tempo, percebem que
Deus foi extrernamente encolerizado por des! Nao admira
que a ira de Deus, quando manifestada apenas urn poueo
para a alma, subjugue a forca hurnana.
Portanto, e muito facil explicar par que uma percepcao
verdadeira da gloriosa excclcncia de nosso Senhor Jesus
Cristo e de seu maravilhoso amor sacrificial, bern como a
pratica de urn amor e uma alegria verdadeiramente espiri-
tuais sejam tais qu e superem em muito a forca fisica. Todos
reconhecernos que nenhum hornem pode ver a Deus econtinuar vivendo, e que nossas frageis constituicoes fisicas
conseguem suportar apenas uma fracao mui to pequena
da perccpcao da gloria e do amor de Cristo que os santos
gozam nos ceus, Assim, nao e de todo estranho qu e a s
vezes Deus de a seus santos tamanho antegozo dos ceus
que lhes diminua a forca fisica. Se nao foram inconcebiveis
o desfalecimento da rainha de Saba e sua fraqueza fisica
quando el a presenciau a gloria de Salornao, muito menos
e inexplicavel que aquela que e 0 anritipo da rainha de
Saba, isto e , a igreja ~ trazida, por assim dizer, dos extrernos
confins da terra, onde era forasteira e estrangeira vivendo
em estado de pecado e miseria - desfaleca ao vcr a gloria
de Cristo, 0anriripo de Salomao. S e r a . especialmente assim
naquele reino prospero, hannonioso e glorioso que Deus
estabelecera no mundo nos ultimos dias,
Algumas pessoas tern objecoes contra esses fena-
menos extraordin:irios, aIegando que nao temos registrada
no Novo Testamento nenhuma ocorrencia de tais manifes-
tacoes nos relatos dos derramamentos extraordinarios do
Espirita. Se isso Fosse admitido, nao consigo ver forca
alguma ern tais objecoes, ja que nem a razao nem qualquer
regra das Escrituras excluem tais eoisas, principalmente,
considerando-se 0que foi observado acima ..N a o conheco
nenhuma mencao explicita no Novo Testamento de
alguem chorando, gemendo au solucando por medo do
inferno au por ter tido uma percepcao da ira de Deus. A
partir disso, porern, haveria alguern tao tolo a ponto de
afirmar que, nao importa a quem essas coisas acontecam,
suas conviccoes nao sao do Espirito de Deus? 0motive
pelo qual nao seguimos essa argumentacao e que tais fatos
podem ser facilmente explicados, seja par nasso conheci-mento da natureza humana, seja pelo que as Escrituras
nos informam em geral com relacao a natureza das coisas
eternas e das conviccoes de culpa geradas pelo Espirito
de Deus. Assim, nao e nccessario dizer nada em particular
a respeito desses efeitos externos e circunstanciais. Nin-
guem supoe qlle seja precise haver textos biblicos exp l i~
cito s para toda manifestacao externa e acidental dos
impulsos intirnos da mente humana. Embora tais circuns-
tancias nao estejam particularmente registradas na hist6ria
sagrada, ainda assim temos muitas raz6es para acreditar,
a partir dos relatos gerais que possufrnos, que tais coisas
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I I}() I :\ v E R 1 J /\ r) E I !{A o B R.·\ no E : S p t R rro I 2 . 1 ~
nao poderiam ter acontecido de Dutra forma naqueles dias.
Hi tambern motives para crermos que tao grande derra-
mamento do Espirito nao se den totalmente sem aqueles
efeitos mais exrraordinarios nos carpos das pessoas. Em
particular, aque1e carcereiro parece ter sido urn exemplo
disso, quando ele, em extrema aflicao e assombro, veio
tremulo e prostrou-se diante de Pallia e Silas. Sua pros-
tracao nao se assemelha a uma posrura proposital de suplica
nem a uma atitude de humildade para com Paulo e Silas,
pois parece que ele nao disse coisa alguma naquele
instante. Ele primeiro os levou para fora, e s6 entao lhes
disse: "Senhores, que precise fazer para ser salvo?"
(At 16.29,30). Sua prostrac;ao, porem, parece ter tido a
mesma causa de seu tremor. 0 salmista faz urn relato de
seus "constantes gcmidos", de uma grande fraqueza em
seu corpo sob 0 peso da consciencia e de uma percepcao
da culpa do pecado (S132.3,4): "Enquanto me calei, meus
ossos se consumiam de tanto ge1ner 0 dia todo. Porque
tua mao pesava sobre mim de dia e de noite; meu vigor se
esgotou como no calor da seca". A partir disso, podernospelo menos argumentar que e perfeitamente possivel supar
que, quando ha tal percepcao do pecado, esse efeito possa
surgir em alguns casos. Pois bern, mesmo que imagi-
nassemos algum aumento ou exagero louksesis) em sua
forma de se expressar, ainda assim a salmista nao teria
ilustrado seu caso por meio de alga absurdo, para 0 qual
nenhum grau daquele tormento mental de que ele falava
pudesse tender. Em Mateus 14.26, lemos que os
disdpulos, ao verem Cristo vindo em sua direcao na
tempestade, tomaram-no por algum terrivel inimigo que
ameacava destrui-los naque1e temporal e, "tornados de
medo, gritaram" ..Por que, entao, deveriamos achar estranho
o fato de as pessoas gritarem de medo, quando Deus lhes
aparece na forma de urn terrivel inimigo, e elas se veem
em grande risco de serem engolidas pelo abismo do
tormento eterno? Mais de uma vez, vemos a esposa falando
de si mesma como alguem tao inundado pelo arnor de
Cristo que seu corpo enfraquece e cla desfalece: "Sustentai-
me com passas, confortai-me com macas, pais estou doente
de amor" (Ct 2.5); "0filius de Jerusalem, eu as fas:ojurar:
se encontrardes 0meu amado, dizei-lhe que estou doente
de amor" (Ct 5.8). Portanto, a partir dessas ocorrencias nos
santos, podemos ao menos argumentar que e muito natural
imaginarmos que tais manifesracoes passarn s ur girem a lg un s
casos, : que isso as vezes sera vista na igr~ia de Cristo.
E uma fraca objecao dizer que as impressoes de
pessoas entusiastas produzem grande efeito sabre seus
corpost Pelo simples fato de os quacres costumarem tre-
mer, nao se pode argumentar que Saulo (rnais tarde cha-
mado Paulo) e 0 carcereiro nao tenham tremido devido
a reais conviccoes de consciencia, Na verdade, todas essasobjecoes baseadas em efeitos sobre 0 corpo humano,
sejam eles de maior ou menor intensidade, parecem ser
excessivamente frivolas. Aqueles que argumentam nesse
sentido caminham no escuro, nfio sabendo onde pisar
nem por meio de qual regra julgar. A raiz e 0 curso dos
fatos devem ser observados, e a natureza das manifes-
tacoes e inclinacoes deve ser analisada e examinada pelas
regras da Palavra de Deus, e nao pelos impulsos da natu-
reza humana.
3. 0 fato de uma obra gerar muitos rumores sobre a
religiao nao serve como argumento de que ela 11ao provern
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.\ Y' r RI ) , \ 1)E i R, \ () B l{;\ l)(J ESP r a I 1 "o I ~ " . ) I
do Espirito de Deus. Embora a verdadeira religiao seja de
natureza contraria aquela dos tariseus -- que gostavarn de
ostentacao e tinham pra7..er em se colocar diante da vista
dos homens para receber aplausos ~, a natureza humana
nao deixa de ser de tal forma que e moralmente impossivel
haver grande envolvimento, forte inclinacao e engajamento
geral em meio a urn POVO, sem que surja uma notavel, visfvel
e aberta comocao e alteracao nessas pessoas. Na verdade,
as coisas espirituais e eternas sao tao grandiosas e possuem
uma importancia tao infinita que seria urn absurdo enonne
o ser humano ser apenas movido e afetado por elas de
forma moderada. Logo, se as seres humanos se emocionam
com essas coisas no grau enl que elas merecem au de uma
forma proporcional a Sllaimportancia, isso nao e argumento
para dizer que nao estao sendo movidos pelo Espirito de
Deus. Alcm disso, houve alguma vez, desde a fundacao do
mundo, urn fata assim, ou seja, alga como um povo inteiro
imensamente envolvido em algum acontecimento, sem que
houvesse qualquer barulho ou alvoroco? Nao,. a natureza
humana nao permitiria isso.De faro, em Lucas 1 7 4 0 2 0 , Cristo diz: "0 reino de
. 4 ,t · _.Deus nao vern com aparenCla exterior ; ou seJa, nao
consistira daquilo que e externo e visivel, 0 reino de Deus
nao sera como os reinos terrenos, estabelecidos com pompa
exterior em algum lugar especifico destinado a ser a cidade
real e sede do reino, Como 0proprio Cristo explica logo
em seguida: "nern dirao: Esta aqui! Ou: Esta ali! Pais 0
reino de DellS esta entre vas" (v, 21)..0 reino de Deus nao
sera estabelecido no mundo, sobre a ruina do reino de
Satanas, sem urn efeito bastante perceptivel e grandioso.
Realmente, havera uma mudanca poderosa no estado das
coisas, para admiracao e assombro do mundo inteiro, N a
verdade, manifestacoes assirn sao sugeridas nas profecias
das Escrituras e ate pelo proprio Cristo, nesse mesmo trecho
das Escrituras e em sua explicacao pessoal das palavras
acima mencionadas: "Pois como a relampago que brilha
em uma extremidade do ceu e ilumina ate a outra extre-
midade, assim tambern sera 0 Filho do hornem no seu
dia" (v , 24). Isso serve para discernirmos a vinda de Cristo,com () prop6sito de estabelecer seu reino, da vinda de
falsos cristos - esta, diz Jesus, ocorrera de maneira
particular nos desertos e no interior das casas..Por outre)
lado, 0estabelecimento do reino de Deus devera ser aberto
e publico, a vista do mundo todo em clara revelacao, como
urn relampago que nao pode ser ocultado, mas ofusca os
olhos de todos e "brilha de uma a outra extremidade do
ceu", Sabemos que, quando a reino de Cristo veio, por
meio daquele notavel derramamento do Espirito nos dias
dos apostolos, houve uma grande comocao em todos os
lugares. Qye poderosa oposicao se viu em Jerusalem por
ocasiao daquela grande cfusao do Espirito! Tambem em...
Samaria, Antioquia, Efeso, Corinto e outros lugares! Esse
acontecimento encheu 0mundo de rurnores e deu oportu-
nidade para que algumas pessoas dissessem que os apos-
talos estavam agitando 0 mundo (At 17.6).
4. 0 fato de muitas pessoas serem objeto de uma acao
e receberem grandes irnpressoes em sua imazinacao nao
constitui prava de que tal acao nao provem do Espirito de
Deus. Se elas tern muitas impressoes em sua imaginacao,~
isso nao significa que nao recebam mais nada. E passive!
justificar facilmente a existencia de muitas manifestacoes
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dessa natureza em rneio a urn povo, dentre 0 qual uma
enorme variedade de pessoas tern a mente envolvida par
intensos pensamentos e fortes inclinacoes para coisas
invisiveis. N a verdade, seria estranho se tais impressoes
nao existissern. Nossa natureza e dessa forma de modo
que nao podemos pensar em coisas invisiveis sem recorrer
a certo grau de imaginacao, Ouso desafiar qualquer ho-
mem, meSID()dentre aqueles com as maiores poderes men-
tais, a fixar seus pensamentos em Deus, Cristo, ou qualquer
outra coisa do mundo por vir, sem que algumas fantasias
invadam sua imaginacao, Em geral, quanta mais envolvida
estiver a mente e quanto mais intensas forem a contem-
placao e a emocao, tanto mais viva e forte a fantasia sera,
especialmente se aparecer de subito ..Isso acontece quando
a impressao mental e muito recente, apossando-se forte-
mente de ernocoes como 0medo au a alegria, ou quando
a mudanca de estado e concepcoes da mente e repentina e
surge de urn extrema oposto, como, por exernplo, quando
se passa de urn estado excessivamente apavorante para
outro excessivamente arrebatador e aprazivel. Assim, naoe admiravel que muitas pessoas nao distingam bern entre
o que e fantasioso c 0 que e inteligivel e espiritual; elas
tendem a enfatizar demais a parte imaginaria, insistindo
russo quando relatam suas experiencias, especialmente se
forem pessoas de menor capacidade de compreensiio e
discernimento.
Visto que Deus nos deu uma faculdade como a ima-
ginac;ao e 110S fez de modo que nao podemos pensar em
coisas espirituais e invisrveis sem exercitar essa capacidade,
parece-me que 0 estado e a natureza do ser humano sao
de tal forma que a imaginacao e realmente subserviente e
util para as outras habilidades mentais, desde que usada
de maneira apropriada. Frequentemente, porern, quando
a imaginacao e muito intensa, e as outras faculdades,
fracas, ela predomina e perturba as atividades das demais
faculdades. A partir de alguns casas de que tenho conhe-
cimento, parece-rne claro que Deus de fato llSOU essa
faculdade com propositos verdadeiramente divinos, em
especial com algumas pessoas mais ignorantes. Ele parece
ser condescendente com a situacao delas, tratando-as como
bebes, assim como em tempos antigos ele instruia sua
igreja par meio de tipos e representacoes vivas e exteriores,
quando esta ainda se encontrava em estado de ignorfmcia
e menoridade. Nao vejo nada de irracional nessa minha
opiniao. Deixemos que outros, com mais oportunidade
para lidar com as almas em assuntos espiriruais, julguem
se a experiencia a confirma ou nao..
Nao podemos alegar que uma obra nao e do Espirito
de Deus pelo fato de algumas pessoas, que sao objeto
dessa obra, estarem em uma especie de extase, urn estado
em que sao levadas para alern de si mcsmas, tendo a mente
transportada em uma sequencia de percepcoes fortes e
agradaveis, uma especie de visao, como se tivessem sido
arrebatadas para 0ceu e la vissem coisas gloriosas. Conheci
pessoalmente alguns desses casas e nao vejo nenhuma
necessidade de introduzir a hipotese da ajuda do Diabo
para explicar essas coisas; nem precis amos, alem disso,
supor que sejam da mesma natureza das visoes dos profetas
ou do arrebatamento de Paulo ao paraiso, A natureza
humana,submetida a essas intensas operacoes e emocoes,
esclarece tudo por si mesma. Se e perfeitamente justificavel
o fato de as pessoas terem suas forcas sobrepujadas quando
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i\ V [ R IJ :\ 1) L 1R A < .) I)Itj \ I)o l;Sr t H J l ' ~J
tern uma verdadeira percepcao da gloriosa e maravilhosa
grandeza c excelencia das coisas divinas e das enlevantes
visoes da beleza e do amor de Cristo _____.omo ja mostrei
que pode acontecer -, entao acredito que nao e absolu-
tamente estranho que, entre os muitos que sao movidos e
dominados dessa forma, haja algumas pessoas especiais
cuja imaginacao seja assim influenciada. 0 efeito nada
tern de proporcional e analogo a outros efeitos provenientesde uma intensa atuacao de suas mentes. Quando as pen-
samentos estao tao concentrados e as emocoes sao tao
fortes - c toda a alma esta tao compenetrada, arrebatada
e absorvida -, nao e admiravel que todas as outras partes
do corpo tambem sejam afetadas, a ponto de serem privadas
de sua forca, deixando toda a constituicao fisica a ponto
de desabar ..Portanto, nao e estranho que, nesses casos,
principalmente em algumas pessoas, a cerebra em parti-
cular - que de forma muito especial e influenciado por
intcnsas meditacoes e aruacoes da mente - seja tao afetado
que, durante algum tempo, tenha sua forca e seu animo
desviados e abstraidos das sensacoes dos orgaos exreriores,e se envolva par completo em uma seric de agradaveis e
prazerosas percepcoes, de acordo com a disposicao atual
da mente. Algumas pessoas tendem a interpretar tais coisas
de maneira errada, atribuindo-lhes urn valor excessivo,
como se fossem visoes profeticas, revelacoes divinas e, a svezes, sinais dos ceus sabre aquilo que ira acontecer. De
acordo com alguns casas de que tenho conhecimento, 0
desfecho revelou ser bern diferente, Mesmo assirn, porern,
parece-me que, a s vezes, tais fatos realmente provem do
Espirito de Deus, ainda que de maneira indireta; isto e , a
extraordinaria disposicao da mente dessas pessoas e aquela
forte e viva percepcao das coisas divinas provern desse
Espirito. 0 mesmo pode ser dito a medida que a mente
continua em sua santa disposicao, retendo urn sensa divino
da excclencia das coisas espirituais, mesmo em seu arre-
batamento. Tal disposicao e sensibilidade santas provern
do Espirito de Deus, embora as percepcoes que as
acompanham sejam apenas acidentais e, portanto, geral~
mente haja nelas alga de confuso, impr6prio e false).
5.011S0 ciaexemplificacao como recurso importantc
para promover uma obra nao e sinal de que esta nao pro~
vern do Espirito de Deus ..Certamente, nao podemos dizer
que determinado efeito nao e de Deus se alguns meios
sao usados para produzi-lo; sabemos que e comum Deus
fazer usa de instrumentos para realizar a obra dele no
mundo. Assim, nao se pode apresentar argumentos
contraries a origem divina de urn efeito alegando-se 0
uso de urn determinado meio em lugar de outro, Esta de
acordo com as Escrituras 0 fato de qlle as pessoas devem
ser influenciadas pelos bons exemplos dos outros ..A Biblia
nos ordena qtle oterecamos bons exemplos para outros
(Mt 5.16; IPe 3.1; ITm 4.12; Tt 2 ..7) e tambern que nos
deixemos influenciar pelos bans exemplos dos outros e as
imitemos (2Co 8.1~7;Hb 6.12; Fp 3.17; leo 4 ..16; 11~1;
2Ts 3.9; ITs 1.7). Portanto, fica claro que 0 exernplo e
urn dos recursos de Deus, e seguramente nao se pode
argumentar que uma acao nao e de Deus se os proprios
meios dele sao usados para efetiva-la.
Alern disso, assim como 0 exemplo e urn modo
biblico de realizacao da obra de Deus, ele tarnbem e urn
recurso razodvel. Nao se pode argumentar que as homens
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I 28 I r :29 I
nao sao influenciados pela razao porque se deixam
influenciar pelo exernplo. Essa maneira de difundir a ver-
dade entre as pessoas tende a iluminar a mente e conven-
cer a razao. Ninguern negaria que a comunicacao entre
as homens par meio de palavras tende a iluminar de forma
mutua as mentes. Conrudo, a mesma coisa pade ser trans-
mitida por meio de acoes, de maneira rnuito mais completa
e eficaz. Alem de comunicar nossas pr6prias ideias paraos outros, aspalavras nao tern utilidade alguma. Em alguns
casas, porern, as acoes podem fazer isso com mais eficacia.
Ha uma linguagem nos atos c, a s vezes, ela e muito mais
clara e convincente do que as palavras. Portanto, nao se
pode argumentar contra 0merito de urn efeito, vista que as
pessoas ficam profundamente comovidas ao verem as emo-
' T o e s dos outros. Isso realmente acontece,. muito embora a
irnpressao seja gerada apenas pel a observacao dos indicios
de uma grande e extraordinaria comocao percebida no
comportamento dos outros, na qual se leva em conta apenas
aquila que os emociona, sem que seja dita uma s o palavra.
Em tais casas, s o no comportamento dessas pessoas hilinguagem suficiente para que seu estado mental e sua
percepcao dos fatos sejam transmitidos ao s outros, de forma
mais eficaz do que seria passive! apenas com 0 usa de
palavras. Se urn hornem vissc alguem sob extremo tormento
fisico, ele poderia ter uma ideia muito mais clara e uma
prova mais convincente daquilo que as pessoas sofrem em
sua rniseria devido a seus atos, do que se ele somente
ouvisse as palavras de um narrador insensivel e impassivel.
Ele poderia cornpreender melhor 0que e excelente e muito
agradavel vendo 0 comportamento de alguem que esta em
verdadeiro regozijo do que pelo insipido relato de uma
pessoa inexperiente e insensivel ..Castaria que esse assunto
Fosse analisado com base em um raciocinio mais rigoroso.
Vista que nao sao somente os fracos e ignorantes que se
deixam influenciar pelo exemplo, mas tambem aqueles que
mais se orgulham de seu poder intelectual sao mais afetados
peIo argumento demonstrado dessa forma do que de
qualquer outra maneira, nao fica evidente que os efeitos
produzidos nas mentes das pessoas sao racionais? De fato,quando assirn originadas - como, por exemplo, ao ouvirem
a pregacao da palavra au por meio de qualquer outro
recurso - as inclinacoes religiosas de muitos homens
podem revelar-se "fogo de palha" e logo desaparecer.,
E assim que Cristo descreve os ouvintes do tipo "solo
rochoso' (Mt 13.20,21). Mas as inclinacoes de alguns
dos que sao influenciados pelo exemplo sao permanentes
e provam ser de natureza salvifica ..
J arnais houve urn periodo de notavel derramamento
do Espirito e grande renovacao da religiao sem que 0
exemplo exercesse urn papel importante, Foi assim na
Reforma e tambern nos dias dos ap6stolos, em jerusalem,
Samaria, Efeso e em outras partes do mundo , como fica
evidente para qualquer pessoa que estiver atenta aos
relatos registrados em Atos dos Apostolos. Da mesma
forma como naqueles tempos uma pessoa era estimulada
par outra, assim tambern uma vila au cidade era influen-
ciada pelo exemplo de outra: "Dessa forma, tende vas
tornado modelo para todos os crentes na Macedonia c
na Acaia. Pois, a partir de vas, nao somente a palavra do
Senhor foi ouvida na Macedonia e na Acaia, mas tarn-
bern a Yassa fe em Deus foi divulgada em todos as lu-
gares.~ .." (ITs 1.7,8) ..
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I :3 t I
.censes que cnam,
As Escrituras parecem indicar de varias formas que
o exemplo cleve ser urn importante m cio de propagacao da
igreja de Deus. Isto e demonstrado 110 episodic em que
vemos Rute seguindo N oemi para f{)ra da terra de Moabe,
entrando na terra de Israel, quando decidiu que nao a
deixaria, mas que a acompanharia onde quer que fosse e
pousaria onde quer que ela pousasse. Rute disse ainda que
o povo de Noemi seria 0 seu povo, e 0Deus de Noemi, 0
seu Deus. Como mae ancestral de Davi e de Jesus Cristo,
sem duvida, Rute foi urn magnifico tipo da igreja, e e par
causa da igreja que sua hist6ria esta inserida no canon das
Escrituras ..0 ato de Rute deixar a terra de Moabe e seus
deuses para vir e depositar sua confianca sob a sombra da s
asas de ) Deus de Israel oterece-nos urn tipo da conversao,
nao s o da ig re ja d os gentios, mas de todo pecador, que por
natureza e peregrino e estrangeiro ..Ao se converter, porern,
ele esquece seu proprio povo e a casa de seu pai, tornando-
se concidadao dos santos e verdadeiro israelita. 0 mesmo
parece ser demonstrado pelo efeito que 0exemplo da esposa,
ao desfalecer de amor, teve sabre as filhas de Jefi lsalem~ ou
seja, elas eram cristas professas que, ao verem a esposa em
circu nstancias tao extraordi narias, foram primeiro
des pe rta d as e d epo is convertidas (veja Cantares 5 .8 ,9 e 6.1 ) . .
Sem duvida, esse e urn dos modos por meio do qual "o
Espirito e a noiva dizem: Vern" (Ap 22.17); au seja, e 0
Espirito na n o iv a 4 Esta profetizado que a obra de Deus
devera ser assirn realizada no Ultimo graIlde derramamento
do E spirito , que inaugurara aquele glorioso dia da igreja,
tao frequentemente mencionado nas Escrituras: ~~.... as
habirantes de uma c id ad e ira o a Dutra, dizendo: Vamos
depressa suplicar 0favor do Senhor e buscar 0 Senhor dos
Exercitos; eu tambern irei. Assim, muitos povos e poderosas
nacoes virao buscar 0 Senhor dos Exercitos em Jerusalem
e suplicar a bencao do Senhor . Assim diz 0 Senhor dos
Exercitos: N aquele dia sucedera que dez homens, de nacoes
de todas as linguas, pegarao na barra das roupas de um
judeu, dizendo: Iremos convoseo, porque temos ouvido que
Deus esta convosco" (Zc 8t21~23).
Tambeln nao e valida a objecao contra tamanho usa..
de excmplos, alegando-se que a Biblia se refere a palavra
como 0 principal meio de rcalizacao da obra de Deus.
IS50 porque a Palavra de Dells realmente e 0recurso mais
importante par meio do qual outros instrumentos agem e
se tornam eficazes. Ate mesmo as sacramentos nao tern
nenhum efeito se nao fo r pela Palavra, pois tudo 0 qu e e
visfvel aos olhos e ininteligivel e vao se nao houver a Pala-vra de Deus para instruir e guiar a mente. Na verdade, a
Palavra de Deus e ensinada e aplicada pelo exernplo,
assim como era proclamada em outras cidades na Mace-
donia e na Acaia pelo comportamento dos tessaloni-
6~ A existencia de diversas acusacoes de graves irn-
prudencias e irregularidades na conduta de muitos qlle
parecem ser objetos de uma obra do Espirito nao e sinal
de que ta l operacao nao provern do Espirito de DetlS~
Devemos considerar que 0prop6sito de Deus, ao derrarnar
seu Espirito, e tornar os homens santos e nao estadistas.
Em meio a uma multidao mista, formada por todos as
tipos de -pessoas - sabios e ignorantes, jovens e velhos,
tendo grandes e pequenas habilidades naturais, estando
sob intensas impressoes da mente - nao e admiravel
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I 1 ") I ' ) J)))
encontrar muitas pessoas cornportando-se levianamente ..
Poucos hornens sabem como agir quando estao sob
profundas ernocoes de qualquer tipo, sejam elas de natureza
fisica ou espiritual. Isso requer uma boa dose de discricao,
forca e firmeza mental. Mil irnprudencias nao provam
que uma acao nao e do Espirito de Deus; claro, a rnenos
que, alern de tais imprudencias, prevalecarn tambern
muitos fatos irregulares e realmente contraries a s regras
da santa Palavra de Deus. Isso pode ser bern explicado
pela fraqueza excessiva da natureza hurnana, alern da
escuridao e corrups:ao que restam naqueles que, mesmo
assim, sao objetos das influencias salvificas do Espirito
de Deus e tern urn verdadciro zclo par e le . .
No Novo Testamento, temos urn exemplo notavel de
urn povo que participou amplamente daquele grande
derramamento do Espirito nos d ia s d os apostolos, mas em
meio ao qual abundavam imprudencias e enormes irre-
gularidades (if. a igreja em Corinto). Dificilmente en-
contraremos alguma igreja mais celebre par ter sido
abencoada com grandes derramamentos do Espirito deDeus, seja nas influencias divinas comuns, ao convencer e
converter pecadores, seja nos dons extraordinarios e mila-
grosos. Contudo, em quantas mulriplas imprudencias, gran-
des e pecaminosas irregularidades e estranha confusao eles
incorreram na Ceia do Senhor e no exercicio da disciplina
da igreja! A isto se pode acrescentar seu modo inadequado
de tratar de outras atividades da adoracao publica, as
discordancias e as litigios a respeito dos mestres e mesmo
a pratica de seus extraordinarios dons de profecia, glossolalia
au coisas do genero, por meio das quais eles falavam e
a gia m p ela inspiracao imediata do Espirito d e D eu s.
Se virmos grandes irnprudencias e ate irregulari-
dades pecaminosas ern alguns dos que sao poderosos
instrumentos de execucao cia obra, isso noaa prova que
aquilo nao e uma a ca o d e Deus. 0 p ro prio apostolo Pedro,
discipulo notavel, eminentemente santo e inspirado -
urn dos principais instrumentos usados por Deus para 0
estabelecimento da igreja crista no rnundo ~ foi acusado
de urn grave e pecaminoso erro em sua conduta quando
estava ern pleno exercicio desse trabalho ..Paulo refere-se
a ta l falta em Gala tas 2.11~13:"~lando, porern, Cetas
chegou a Antioquia, eu 0 cnfrentei abertamente, pais
merecia ser repreendido. Porque antes de chegarem alguns
da parte de Tiago, ele estava comendo corn os gCI1tios;
mas quando eles chegaram, Cefas foi se retirando e se
separando deles, por temer os qlte eram da circuncisao, E
os outros judeus tambern f iZeralTI como ele, a ponto de
ate Barnabe se deixar levar pela hipocrisia d elc s". S e urn
grande pilar da igreja crista - urn dos lideres daqueles
que sao os pr6prios alicerces sabre as quais, junto a Cristo,.
diz-se que a Igreja inteira foi edificada - Ioi culpado detal irregularidade, devemos espantar-nos se instrumentos
inferiores, que 113.0 rem aqucla extraordinaria oricntacao
do Espirito divine) que Pedro tinha, forcm acusados de
varias irregularidades?
EspeciticaIneIltc, nao se pode afirrnar que uma obra
nao e de Deus somente porque varies homens que sao
objetos ou instrumentos del a sao culpados de uma dema-
siada prontidao para censurar os outros como nao crentcs.
Na verdade, essa precipitacao talvez ocorra par causa de
erros que eles corneteram em relacao aos sinais atravcs
dos quais devem julgar a hipocrisia e a carnalidade dos
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I : ~ - + \ I ~j5 I
outros; au pe1a incorreta percepcao da amplitude dos
mctodos usados pelo Espirito de Deus em suas operacoes;
ou por nao levar em conta de modo adequado a debilidade
e a corrupcao que talvez ainda restern no coracao dos
santos; OU, ainda, pela falta de Ulna aprcensao correta de
sua propria cegueira, traqueza e corrupcao rernanescente,
nas quais 0 orgulho espiritual pode permanecer ocuho,
sob algum disfarce, scm ser descoberto. Se admitirmos apossibilidade de talvcz ainda restar uma boa dose de
cegueira c corrupcao em homens verdadeiramente pie-
doses, qu e os torna sujeitos a enganos resultantes da
hipocrisia - 0 que sem duvida todos reconhecem -,
entao nao e inexpIid.ve1 que a s vezes eles incorram em,
faltas como essas mencionadas acima. E muito facil, e em
alguns casos ainda Inais simples, explicarmos por que a
corrupcjio remanescente em homcns bons a s vezcs
encontra espaco, passando mais despercebida dessa forma
do que de outras; e par mais lamentavel que seja, com
certeza muitos santos ia fa1l1aram assim,..
Na r el ig ia o, a indifercnca e abominavel, e 0 fervor,
uma gra~a excelente. No entanto, mais do que todas as
outras virtudes cristas, 0 fervor precisa ser cuidadosamente
obscrvado e buscado, pais e com a indiferenca que a
corrupcao e, especificamente, 0orgulho e a paixao humana
tendem a se misturar de maneira imperceptivel. Sabemos
que nunca houve uma epoca de grande reforma, acom-
panhada de urn reavivamento do zelo pela igreja d e D eu s,
sem que houvesse alguns casos notaveis de irregularidades,
incorrendo de uma au outra forma em severidade indevida.
Foi assim que nos dias dos apostolos se despendia muito
zelo em quest6es como a carne sacrificial, estando os
cristaos com animos acirrados uns contra os outros, e
cada parte condenando e censurando a Dutra como se
fossem falsos cristaos - ao passo que 0 ap6stolo amou
ambas aspartes, pois estava sob a influencia de urn espirito
de real piedade: ~'.ttE quem come, para 0 Senhor come,
porque da gra,!-as a Deus; e quem nao come, para 0Senhor
deixa de comer, e da gras:as a Deus" (Rm 14~6). Assim
tambem na igreja de Corinto eles estavam agindo de talmodo que louvavam alguns ministros e censuravam outros,
estando envaidecidos uns contra os outros; contudo, esses
fatos nao provavam que aquela obra, realizada de maneira
taomaravilhosa, nao era de Deus. Posteriormente, quando
a religiao ainda tlorescia no mundo e urn espfrito de
eminente santidade e zelo prevalecia na igreja crista, 0
zelo dos cristaos desandou para uma severidade muito
impropria e indevida no exercicio da disciplina da igreja
com relacao aos infratores. Em alguns casos, estes nao
eram admitidos de forma a lguma na caridade e comunhao
dos cristaos, por mais que se mostrassem humi ldes e peni ~
tentes ..Nos dias de Constantino Magno, 0zelo dos cristaos
contra 0 paganismo transformou-se em certo grau de
perseguicao, Assim tambern, no glorioso reavivamento
da religiao, na Reforma, muitas vezes esse fervor mani-
festou-se com uma severidade bastante irnpropria, atin-
gindo niveis de perseguicao; de fato, isso ocorria ate
mesmo por parte d e a lg un s dos mais eminentes reforma-
dores, como 0 grande Calvino em particular. Naqueles
dias de florescimento da religiao vital, muitos homens
eram culpados de terem censurado duramente outras
pessoas cujas opinioes sabre algumas quest6es teologicas
divergiam das deles.
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I 37 [
7 r Tambern nao se pode argumentar que, em termos
gerais, uma obra nao e do Espirito de Deus se houver
muitos erros de julgamento e algumas ilusoes de Satanas
misturadas a ela. Par maior que seja uma intluencia
espiritual, nao devemos esperar que 0 Espirito de Deus
seja outorgado hoje da mesma fonna como foi concedido
aos apostolos, guiando-os infalivelrnente nas quest6es
da doutrina crista a fim de que se pudesse confiar naquiloque ensinavam como regra para a igreja crista. Se hi 0
surgimento de varias ilus6es de Satanas ao mesmo tempo
em que prevalece urn grande zelo religioso, nao se pode
provar que, de forma geraI, a acao nfio provern de Deus.
Esse mesmo argumento nao foi valido no Egito, em
tempos passadas. Pelo fato de Janes e J ambres realizarem
falsos milagres pela mao do Diabo, ninguem podia dizer
que nao foram realizados milagres verdadeiros pela mao
de Deus. Na realidade, as pessoas podem ser objetos de
muitas influencias do Espirito de Deus e, mesmo assim,
a s vezes se deixarem levar pelas ilusoes de Satanas. Isso
nao e urn paradoxa maior do que outras coisas que aeon-
tecem com verdadeiros santos em seu estado atual, nas
situacoes em que: a gra<;a convive COIn urn tanto de
corrupcao; 0 novo e 0 ve1ho homem subsistem juntos
no mesmo ser; e 0 reino de Deus e 0do Diabo permane-
cern por algum tempo juntos no mesmo coracao, Nesta
e em outras epocas, muitas pessoas piedosas tern caido
em lamentaveis enganos porgue tendem a dar dema-
siada irnportancia a impulsos e irnpressoes, como se
estes fossem revelacoes diretas de Deus predizendo
alguma coisa ou mostrando-Ihes aonde devem ir e 0 que
devem fazer,
8. Se alguns dos que foram considerados como sendo
guiados pelo Espfrito cometem erros graves ou praticas
escandalosas, ainda assim nao podemos afirmar de forma
generalizada que a obra nao e do Espirito de Deus. 0 fata
de existirem algumas imitacoes nao prova que nada e
verdadeiro - em uma epoca de reforma, coisas desse
tipo sempre sao esperadas, Se examinarmos a historia cia
igreja, nao encontraremos nenhum exemplo de urn grandereavivamento da religiao que nao tenha sido acompanhado
por tais acontecimentos. Foram inumeros os casos dessa
natureza nos dias dos ap6stolos ..Alguns se desviavam para
graves heresias, e outros, para praticas vis, mas ainda assim
pareciam instrumentos de uma acao do Espirito. Durante
algum tempo, eram aceitos como irmaos e companheiros
entre aqueles que de fato agiam pelo Espirito, e ninguem
suspeitava de nada ate que eles mesmos se afastassem.
Alguns desses hom ens eram mestres e ministros, pessoas
importantes na igreja crista, a quem Deus concedera dons
de milagres do Espirito Santo, como vemos nos versiculos
iniciais do capitulo 6 de Hebreus. Temos urn excmplo
disso em Judas, urn dos doze ap6stolos. Durante muito
tempo ele esteve constantemente unido e intimamente
relacionado a urn grupo de discipulos que havia tido
experiencias genuinas; ninguem descobriu ou suspeitou
de Judas ate que ele mesmo se revelou atraves de sua
conduta escandalosa.. Em todos os aspectos externos, 0
proprio Jesus 0 havia tratado como se verdadeiramente
fosse urn discipulo; Cristo ate mesmo 0investira do carater
de apostolo, enviando-o a pregar 0 evangelho e conce-
dendo-lhe dons milagrosos do Espirito. Partanto, embora
Jesus 0 conhecesse, ele nao se investiu do carater de juiz
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- -,,\ V L I{ ) :\ i}I H }\ oB n.\ IJ o F S P 1 R r r ( ) ! ') 9 I
"Nao hi um consenso qtlanto a essa opiniao ..Hi quem se coloque
a favor da total falta de relacao entre Nicolau, citado por Lucas, e os
nicolaitas, mencionados en) Apocalipse ..Estes seriam uma referencia
a Balaao e suas obras, com a nome transliterado para 0grego (nota
do editor) ..
cometeram os erros mais graves e grossciros, e os atos
mais aborninaveis. Eln epocas de grande derramamenro
do Espirito, em que hi urn reavivamento da religiao no
mundo, e particularmente noravel 0 fato de que muitos
daqueles que a principio pareciam fazer parte do movi-
mento se desviarn e cometern crros estranhos e extravagan-
tes, mostrando urn fanatismo grosseiro, vangloriando-se
par possuirem urn alto grau de espiritualidade e perteicao,censurando c condenando outros como carnais, Foi assim
COIn as gn6sticos nos dias dos ap6stolos e com varias
faccoes na Refonna, como Anthony Burgess observa em
seu livro Spiritual Rtjinings C'Refinamentos Espi ri ru a is " ),
parte 1, sermao 23 , pagina 132: "Os primeiros reformadores
de destaque, gloriosos instrumentos de Deus, encon-
travam-se em urn amargo conflito: eles njio 56 eram
provados par formalistas e papistas tradicionais por urn
lado, mas rambem por homens que s e j ul ga v am mais
iluminados do que os reformadores, por outro lado; dai
eles chamarem de "literistas" e "vocalistas" aqueles que de
fato aderiam a s Escrituras e por meio delas tentavam fazer
profecias - homens que conheciam as palavras e vogais
das Escrituras, mas que njio possuiam nada do Espirito
de Deus. Em qualquer cidade, onde quer que a verdadeira
doutrina do evangelho irrompesse e destronasse 0papismo,
imediatamente surgiam tais opinioes, como joio em meio
ao trigo born. Com isso, apareceram grandes divisoes, e a
Reforma tornou-se abominavel e odiosa para 0 mundo.
Era como se ela tivesse sido 0 sol dando calor e vivacidade
aos vermes e serpentes para que estes pudessem surgir
rastejantes do solo. Por essa razao, os homens investiam
contra Lutero, dizendo qu e ele havia proclamado somente
onisciente que sonda as coracoes; antes, agiu como urn
ministro da igreja visivel (po is ele era 0 ministro de seu
Pai) e, assim, nao rejeitou Judas ate que ele proprio se
desmascarou por meio de sua conduta pecaminosa. Dessa
forma, Cristo clava urn exemplo aos lideres e legisladorcs
da ig re j a visivel, mostrando-lhes que nao deveriam
atribuir a si mesmos 0 papel daquele que sonda os cora-
s:6es; no exercicio de seus cargos, deveriam avaliar so-mente segundo 0 que fosse visivel e aparente. Naquela
epoca, houve alguns ap6statas que a principia eram tidos
como homens eminentemente cheios da gra<;a do Espi-
rito de Deus. Urn desses casas provavelmente foi 0 de
Nicolau, urn dos sete diaconos. Quando ocorreu aquele
extraordinario derramamento do Espfriro, os cristaos em
Jerusalem consideravam-no urn hornem cheio do
Espirito Santo; par isso, ele foi escolhido entre a multidao
de cristaos para 0 service diaconal, como vemos em Atos
6~3,5 .. Mais tarde, porern, ele se desviou, tornando-se
lider de urn grupo de vis hereges, de praticas vulgares,
que, a partir de seu nome, passaram a se chamar "nico-
laitas" (cf Ap 2.6,.15)~*
Assim tambem, no periodo da Reforma, quando
ocorreu a separacao do papisrno, era realmente grande 0
ntirnero daqueles que, durante algum tempo, pareciam
juntar~se aos reformadores, mas depois se desviaram e
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I -t() I SJ N .. I ~ ()l-l- ~l: Pc. ).'-r-,,\\·1 E N T ·E :. [ \ ; t _{ ; ;\ .\ 1 l· ,\1;\ ()gjt,\ ... I .+ J I
9. Nao se pode argumentar que uma obra nao e do
Espirito de Deus porque, aparentelnente, os ministros a
promovem, insistindo demais nos rcrrores da santa lei de
Deus, com uma boa dose de sentimento e seriedade, Se
realmente existir, como geralmente se supoe, urn inferno
de tormentas tao pavorosos e incessantcs, do qual verda-
deiras multidoes corrern grande perigo ~ e no qual a
maior parte dos homens das nacoes cristas efetivamente
cai, gera~ao ap6s gera~ao) par nao perceber sua terrivel
natureza e, portanto, par nao tamar 0devido cuidado para
evita-lo -, entao por que nao seria correto que aqueles
que se preocupam com as almas se dessem ao trabalho de
conscientizar as pessoas disso? Por que os homens nao
deveriarn ser inforrnados 0 maximo possfvel sobre a
verdade? Se corro 0 risco de if para 0 inferno, deveria
fiear feliz POf saber tudo 0 que possa sobre sua natureza
pavorosa. Se estou muito propenso a negligenciar 0devido
cuidado para evita-lo, aquele que me explicar a verdade
sabre a situacao , mostrando da maneira mais vivida
possivel minha desgrac;a e 0 perigo em que me encontro,
essa pessoa me prestara 0 maior dos favores.
Pergunto a qualquer urn: nao e este mesmo 0cami-
nho que os horncns tomariam se corressern perigo de
uma grande calamidade natural? Suponharnos que algum
de voces que sa o c11efesde familia visse um de seus filhos
dentro de uma casa totahnente en1 chamas; sc, na iminenciade ser consumida pelo fogo, a crianca estivesse com-
pletamente inconsciente do perigo e nao fizesse nenhurna
tentativa para fugir depois de voce the ter gritado, voce
passaria a falar com ela de maneira apenas fria e indi-
ferente? Voce nao gritaria bern alto, chamando-a com
seriedade do modo mais vigoroso possivel, mostrando-
lhe 0 perigo em que se encontra e sua insensatez em se
demorar? Sera que sua propria natureza nao the ensinaria
isso, obrigando-o a tamar tal atitude? Se voce continuasse
a falar apenas friamente, como fazemos em conversas
comuns sabre assuntos inditerentcs, sera qu e aqueles que
estao a seu redor nao pensariam que voce esta destituido
de suas faculdades mentais? N ao e assim que a humanidade
se camparta em acontecimcntos seculares de grande irn-. . . . .. ~ . . . . . . .
portancia que requerem a m axirna atencao e muita
urgencia, e com os quais os homens estao bastante
preocupados, Eles nao estao acostumados a tillar com os
outros sobre 0 perigo que corrern e adverti-Ios apenas
superficialmcnte ou de maneira fria c indiferente. A
natureza os ensina de outro modo. Se nos, que cuidamos
das almas, soubessernos como e 0 inferno e conhecessernos
a situacao dos condenados a perdicao, ou se por algum
outro meio nos tornassemos conscientes de quao pavorosa
urn evangelho carnal". No iicio, alguns dos lideres
daqueles Ianarico» "selvagcns" haviam sido muito bern
considerados e especialmente estimados pelos primeiros
reformadares. Assim tarnbem na Inglaterra, no periodo
em que a religiao vital prevalecia (nos dias do rei Carlos
r , do interregno e de Oliver Cromwell), tais fatos erarn
comuns. Da mesma forma na Nova Inglaterra, em seus
dias mais gloriosos, quando a verdadeira religiao flares-cia, coisas desse tipo aconteciam. Portanto, 0 fat a de 0
Diabo disserninar tanto joio nao prova que uma obra
verdadeira do Espirito de Dells nao esta sendo glorio-
samente realizada.
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I 43 I
e a condicao deles; se ao mesmo tempo soubessernos que a
maioria dos hornens to i para la e vissemos que nossos
ouvintes naosedao conta do perigo- nessas circunstancias,
seria moralmente impossivel que evitassernos mostrar-lhes
com muita seriedadc a terrivel natureza de tal desgra~a e
como estao extremamente arneacados por ela. Nos ate
mesmo tiles clamariamos em voz alta.
G.1tando os m inistros pregam f riamente sobre 0
inferno, advertindo os pecadores de que 0 devem evitar,
por mais que suas palavras digam que ele e infinitamente
terrivel, eles acabam se contradizendo; pais a semelhanca
das palavras, como observei anteriormente, as acoes tam-
bern tern sua propria linguagem. Se a sermao de urn pre-
gador ilustra a situacao do pecador como imensamente
pavorosa, ao mesmo tempo que sell comportamento e sua
maneira de falar contradizem isso - mostrando que ele
nao pensa assim -, tal ministro vai contra Setl proprio
objetivo, porque nesse caso a linguagem das acoes e muitomais eficaz do q.ue 0 significado puro e simples de suas
palavras. Nao que eu acredite que devemos pregar somente
a lei; acontece que as ministros talvez preguem insuficien-
temente outras coisas. 0 evangelho deve ser proclamado
tanto quanta a lei, e esta cleve ser pregada apenas para
preparar 0 caminho para 0 evangelho, a fim de que ele
possa ser proclamado de modo mais eficaz. A principal
tarefa dos ministros e pregar 0 evangelho: "Pais Cristo e
o fim da lei para a justificacao de todo aquele que ere"
(Rm lOA). Portanto, urn pregadar ficaria muito alern da
verdade se insistisse demais nos terrores da lei, esquecendo
seu Senhor e negligenciando a proclamacao do evangelho,
Mesmo assim, porern, a lei realmente deve ser enfatizada,
e sern isso a pregacao do evangelho talvez seja em vao.
Certamente, e bela falar com seriedade e emocao,
de acordo com a natureza e a importancia do assunto.
N no ncgo que possa existir urn poueo de impetuosidade
impropria, diferente daquilo que, pela logica, decorreria
da natureza do tema, fazendo com que forma e conteudo
nao estejam de acordo. Alguns dizem que e il6gico usar 0
medo a fim de afugentar as pessoas para 0 ceu, Contudo,aeho que faz parte da lOgica 0 esforco para afugentar as
pessoas do inferno, em euja margem elas se encontram,
prontas para eair dentro dele a qualquer momenta, mas
sem se dar conta do perigo. Nao seria justa afugentar
alguem para fora de uma casa em chamas? 0 medo
justificavel, para 0 qual ha uma boa razao, certamente
nao deve ser criticado como se Fosse algo i16gico.
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Capitulo 2
Sinais biblicos de urnaobra do Espirito de Deus- - - - - - - - - - - - - - ~ - - - - ~ ~ ~ - - ~ ~ -
An; ,~QlTl,. \JOSTRJ\i\l()S /\.l.~C~t..I)J~XEi'-lPJ_()S
daquilo que nao prova que Ulna obra reali-
zada em meio a urn povo nao e do Espirito de
Deus. Como proposto anteriormente, em
segundo lugar, prossigo agora com urna
exposicao positiva acerca dos sinais e eviden-cias biblicos, certos e distintivos de uma acao
do Espirito de Deus, atraves dos quais pode-
mos proceder no julgamento de qualquer- ~
operas:ao que encontremos em nos mesmos• •
ou que veJamos em meio a urn POVO, scm COf-
rer 0 risco de sermos enganados. Para isso,
como ja disse antes, estarei inteiramcnte
limitado a s evidencias que nos sao dadas par
joao no texto a que me refiro em rninha
argumentacao, Oll seja, a capitulo 4 de sua
primeira epistola, ern que 0 assunto e particu-
larrnente examinado de uma forma mais clara
e completa do que em qualquer outro lugar
na Biblia. Ao cornentar os sinais, irei aborda-
los na ordem em que os encontro no capitulo,
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/\ "v E R n. \ lJ r IH .:~ () H Ri\ l )() ESP f H . . I "r()
1.0 fata de a ac;aoproduzir efeitos que engrandecam
a esrima das pessoas por aquele Jesus que nasceu da Virgem
e foi crucificado fora dos port5es de Jerusalem -
parecendo confirmar e estabelecer ainda rnais na mente
humana a verdade declarada pelo evangelho de que clc e 0
Filho de Deus e 0 Salvador dos hom ens - e sem diivida
uma comprovacao de que tal obra e do Espirito de Deus.
Em 1)03.0 4.2t3, 0 apostolo nos da essa evidencia: '~ssimconheceis 0 Espirito de Deus: todo espirito que confessa
que Jesus Cristo veio em corpo e de Deus; e todo espirito
que nao confessa Jesus nao e de Deus, mas e 0 espirito do
anticristo, a respeito do qual tendes auvido que havia de
vir, e agora ja esta no rnundo". Isto implica confessar nao
so qu e houve urn homem assim que surgiu na Palestina, 0
qual realmente fe z e sofreu as coisas narradas a respeito
dele; implica tambem confessar que ele era 0Cristo, isto e ,
o Filho de Deus, ungido para ser Senhor e Salvador, como
est a subentendido no nome Jesus Cristo. A existencia de
tais implicacoes no texto do apostolo e confirmada pelo
versiculo 15, no qual joao continua falanda desse mesmo
assunto, dos sinais do verdadeiro Espirito: "...aquele que
confessa que Jesus e 0 Filho de Deus, Deus permanece
nele, e ele em Deus'). N ote-se que a palavra confessar, como
normalmente usada 110 Novo Testamento, significa mais
do que apenas admitir; implica estabelecer e confirmar alga
pelo testernunho, proc1amando-o com manifestacoes de
estima e zelo: "Portanto, todo aquele que me confessardiante
dos homens, eu tambern 0 confessarei diante de meu Pai,
que esta no ceu' (Mt 10.32); "pelo que eu te confessarei
entre as na~oese salmodiarei 0teu nome" (Rm 15.9; Biblia
de Jerusalem); e "...tada lingua confine que Jesus Cristo e
o S e nh o r, p ar a g lo ria de Deus Pain (Fp 2.11). Em IJ o3 .o 5 .1
e confirrnado 0 sentido do termo empregado pelo ap6stolo
nesse trecho: ('Todo aquele que ere que Jesus e o Cristo e
nascido de Deus; e todo aquele que ama 0 que 0 gerou
ama tarnbern 0 que dele e nascido". Vemos essa confissao
tam bern no texto paralelo em ICorintios 12.3, em que Paulo
nos da a mesma regra para distinguirmos 0 verdadeiro
Espirito de todas as imitacoes: "Porranto, vos declaro quen in gu em , f al an da pelo Espfrito de Deus, pode dizer: Mal-
dito seja jesusl (ou mostra uma consideracao desfavoravel
ou desprezivel por ele) E ninguern pode dizer: Jesus eSenhor! a nao ser pelo Espirito Santo".
Portanto, se 0 Espirito que age em meio a urn povo
e claramente percebido como aquele que r ea liz a um a obra
que convence as pessoas acerca de Cristo e as coriduz ate
ele ~ com a f in alid ad e d e confirmar em suas mentes a
crenca na hist6ria do Cristo que veio em carne e que ele
e 0 Filho de Deus, enviado pelo Senhor para salvar os
pecadores, 0unico Salvador de quem os pecadores tern
imensa necessidade -; e, ainda, se esse Espirito parece
gerar nas pessoas pensamentos sabre Cristo superiores e
mais honrosos do que elas costumavam ter, fazendo com
que se voltem para Jesus, tudo isso, sem diivida, e sinal de
que esse e 0Espirito verdadeiro e certo, por mais incapazes
que sejamos de determinar se, para serem salvificas, a
conviccao e a emocao sentidas pelas pessoas devem ter
determinada forma ou grau,.
Conrudo, as palavras do ap6stolo sao notaveis. A
pessoa a respeito de quem 0 Espirito da testemunho e
par quem ele engrandece a estima dos homens cleve ser
aquele Jesus que veio em carne e nao algum outro Cristo,
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,
; \ - Y L ]~1) i\ I ) i -_ [ R:.\ t HnL·\ l) ( ) E~PI K1T ()~ .
S IN /\IS H I B l_ l( '.( )~ 11[ - t.l~\t-\ ()BR.. no l".\Pll\ I j.( 11)[ r)E L: ~
mistico au Iantastico, como seu substituto. Assim era a luz
interior, enaltecida pelo espirito dos quacres, mas que, na
verdade , dim inuia sua co nsideracao por urn Cristo
exterior e a dependencia dele - ou seja, 0 Jesus que
veio em carne -; isso os desviava de Cristo. Mas 0espirito
que da testemunho de Jesus e conduz os homens a ele s o
pode ser 0 Espirito de Deus ..
o Diabo tern a mais cruel e implacavel inimizadepela pessoa de Cristo, especialmente no que diz respcito
a seu carater de Salvador dos homens. Saranas tern odic
mortal da historia e doutrina da redencao e nunca tentaria
gerar nos homens pensamentos mais honrosos a respeito
de Cristo, a fim de que as pessoas dessern mais valor a sinstrucoes e mandamentos do Senhor, 0 Espirito que
inclina 0 coracao dos homens para 0 Descendente da
mulher nao e 0 espirito da serpente que nutre contra ele
uma inimizade tao irreconciliavel.;
2. S e 0 espirito qu e opera agir contra os interesses do
reino de Satanas, que consistem em promover e estabelecer
o pecado, acalentando as concupiscencias mundanas dos
hornens, entao teremos ai uma evidencia segura de que ta l
Espirito e verdadeiro e nao fa lso . .Esse sinal nos e dado em
lJoao 4.4,5: "Filhinhos, va s sois de Deus e ja tendes vencido
os faIsos profetas, pois aquele que esta em vas e maior do
que aquele que esta no mundo ..E les sao do mundo; pDr
isso falam como quem e do mundo, e 0mundo os ouve' ~
Eis uma clara antitese: e evidente que 0 ap6stolo ainda
esta comparando aqueles que sao influenciados pelos dois
tipos opostos de espirito, 0verdadeiro e 0false, mostrando
a diferenca entre eles. Urn e d e D eu s e vence 0 espirito do
mundo; 0 outro e do mundo e fala e rem 0 sabor [ruim]
das coisas do mundo. 0 espirito do Diabo e aqui deno-
minado "aquele que esra no mundo" ..Cristo diz: "0 meu
reino nao e deste mundo" (Jo 18.36) ..Com a reino de
Satanas, ocorre 0 contrario: ele e "0 deus dcste mundo".
o que 0 apostolo quer dizer com 0 mundo au "as
coisas que ha no rnundo" e explicado por suas proprias
palavras: "Nao ameis 0 mundo nem 0 que nele ha. Sealguern ama 0mundo, 0arnor do Pai nao esta nele. Porque
tudo 0 que ha no rnundo, 0 desejo da carne, 0 desejo dos
olhos e 0 orgulho dos bens, nao vern do Pai, mas sirn do
mundo" (I]o 2.15,16). Assim, e evidente que 0 aposrolo
entende par "mundo" tudo 0que e de interesse do pecado,
consistindo em todas as corrupcoes e ambicoes seculares
do homem, bern como todos os atos e objetos por meio
dos quais essas inclinacoes podem ser atendidas.
Portanto, com base nas palavras de Joao, podemos
determinar com segurans:a qual e 0espirito que tern agido,
avaliando tais procedimentos: se diminui 0 apego dos
homens aos prazeres, beneficios e honras do mundo; se
arranca de seus coracoes a procura ambiciosa dessas coisas;
se os envolve em uma profunda s ol ic itu d e p el a condicao
futura e pela felicidade eterna reveladas no evangelho,
levando-os a uma busca zelosa do reino de Deus e sua
justic;a; se as convence a respeito da terrfvel natureza do
pecado, cia culpa que ele provoca e da desgraca a que
exp6e as pessoas - esse s o pode ser 0 Espfrito de Deus.
N ao devemos supor que Satanas convenceria ou
despertaria a consciencia dos homens para 0 pecado. Nao
lhe seria de nenhuma utilidade fazer com que a candeia do
Senhor seja iluminada com uma luz mais brilhante, dando
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I S() I I _ )l I
voz ao representante de Deus na alma. Em tudo 0que faz,
porern, e de seu interesse ernbalar 0 sono da consciencia e
mante-la calada, 0 fata de ter a consciencia com a boca e
com as olhos abertos na alma tendera a atrapalhar e
prejudicar seus designios das trevas, pcrturbando constan-
temente suas acoes, indo contra seus interesses e inquic-
tando-o, de tal fonna que e!e nao consiga fazer rnais nada
que d es eja s ern s er incomodado, No momento em que estaquase firmando os homens no pccado, iria 0Diabo tomar
tal caminho? Iria ele iluminar e despertar as consciencias
para que aspessoas enxerguem a terrivel natureza do pecado
e passem a terne-lo excessivamente, par conhecerem as
desgra~as provocadas par seus pecados anteriores e sua
imensa necessidade de lib erta ca o d e suas culpas? Sera que
ele tornaria as homens mais cuidadosos, questionadores e
vigilantes para poderern discernir 0que e pecaminoso, evitar
futuros pecados e, portanto, temerem mais as tentacoes do
Diabo e serem mais zelosos a fim de se guardarem contra
elas? Onde esta a lucidez dos que acham que urn espirito
agindo assim provem do Diabo?. . . .
E possivel que algumas pessoas digam que Satanas
pode ate mesmo despertar a consciencia dos homens para
engana-los, fazendo-os pensar que foram objetos de uma
acao salvifica do Espirito de Deus, enquanto na verdade eles
ainda estao em fel de amargura ..Em resposta a isso, porern,
pode-se argumentar que 0homem que esta com a consciencia
atenta e 0 menos passivel no mundo de ser enganado. A
mente entorpecida, insensivel e tola e a que se deixa cegar
mais facilmente. Quanto mais sensive] for a consciencia em
uma alma perturbada, tanto mais dificilmente ela sera
tranquilizada se nao houver uma verdadeira cura. Quante
.. • A •
mars essa conscrencia se torna sensivel a natureza pavorosa
d o p ec ad o e a gra nde za d a culpa do proprio hornem, menos
p ro ba bilid ad e h i de qu e ele depcnda de sua propria jusrica
ou seja acalmado apenas co m imagens ir re ai s. Uma pessoa
que ficou totalmente aterrorizada ao sentir seu p ro p ri o p e ri go
e desgraca nao e facilmente iludida e levada a cref em sua
salvacao, senao houver algum fundamento sol ido. Despertar
a consciencia e convence-la da p erv ersid ad e d o p ecad o p od enao tender a the dar autoconfianca, mas com certeza tende a
abrir cam inho para a e lim inacao do pecado e de S atanis.
Portanto, esse e urn born sinal de que 0 Espirito que assim
opera nao pode ser 0 espfrito do Diabo, a menos que supo-
nhamos que Cristo nao sabia como argumentar, pois el e
disse aos f ar is eu s - os quais pensavam que 0Espirito pelo
qual ele agia era 0 espirito do Diabo - que Satands niio
expeliria Satands (Mt 12.26). Assim, se vemos p e ss oa s s endo
conscientizadas c ia terrivel natu reza do pecado e da ira de
Deus contra e1e; se clas se conscientizam de sua propria
condicao miseravel e estao seriamente preocupadas com sua
salvacao espiritual; se estao cientcs de sua necessidade de
misericordia e ajuda de Deus, comprometendo-se a busca-las
par meia dos recursos divinamente indicados - entao sem
duvida podemos conduir que essa consciencia provem do
Espirito de Deus, quaisquer que sejam os efeitos provocados
no carpo dessas pessoas, isto e , ainda que elas gritem,
estremecam ou desmaiem, sejam tomadas por convulsoes au
haja qualquer outra agitacao da carne au do espfrito.
A intluencia do Espirito de Deus e manifestada com
maior abundancia se 0 coracao das pessoas e desviado do
mundo, libertado dos objetos de suas ambicoes e arrancado
de suas ocupacoes mundanas pela percepcao da excel enc ia
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l 51 I, .
S IN . .I.~BIB L j{ .()S [)L l'1\l·\ of)R. i \ J)(") F _ . ~ P[]{ITf) l )1: 1) F L : ~ r ):3 I
3. 0 espirito que opera gerando nos homens uma
profunda consideracao pelas Sagradas Escrituras, fir-
rnando-os ainda mais na verdade e divindade da Palavra
do Senhor, certamente e 0 Espirito de Deus. Essa regra
nos e dada peIo ap6stolo em 1]oao 4.6: "N os somas deDeus; quem conhece a Deus nos ouve; quem nao e de
~
Deus njio nos ouve. E assim que conhecemos 0 espirito
da verdade e 0 espirito do erro", Nos so m as d e Deus, isto e e ,
"nos, as apostolos, somas enviados e indicados par Deus
para ensinar 0 rnundo, proc1amando as doutrinas e man-
damentos que serao a regra de fe dos homens; quem conbece
a Deus n os o uu e" , etc ..Aqui, a declaracao do ap6stolo
abrange igualmente todos as que num mesrno sentido
sao de Deus; ou seja, todos as que Deus nomeou e inspirou
para prodamar a igreja as normas de fe e pratica. Sao
todos os profetas e apostolos, cuja doutrina Deus colocou
como alicerce para a cdificacao de sua igreja, como vemos
em Efesios 2.20 .. Enfim, sao todos os amanuenses da
Biblia. 0Diabo jamais tentaria criar nas pessoas qualquer
estima pela Palavra divina, concedida por Deus para ser a
grande e permanente regra de orientacao da igreja em
todos as assuntos religiosos e em tudo 0 que se refere a salmas dos homens, ao Iongo de todas as eras ..Urn espirito
de engano nao levaria as pessoas a buscarem instrucao na
boca de Deus. Os espiritos malignos, que nao tern luz. . . .
interior, nunca conclamam: "'A lei e ao tesremunho", pois
o proprio Senhor ordenou que desmascarassemos suas
ilus6es: "Quando vos disserem: Consultai os que con-
sultam os mortos e os feiticeiros, que sussurram e mur-
muram, respondei: Por acaso urn povo nao consultara 0. . . .
seu Deus? Em favor dos vivos se buscarao os mortos? A
Lei e ao Testemunhoi Se eles nao falarem conforme esta
palavra, nunea verao raiar 0 amanhecer" (Is 8~19,20) .. 0
Diabo nao diz 0 mesmo que Abraao: "Eles tern Moises e
os profetas, que os oucam" (Lc 16.29); nem fala sabre Cristo
como a voz que veio do ceu: "u.a ele ouvi" (Mt 17.5). Seraque0espirito de engano, querendo iludir as hornens, gera-
ria neles urn alto conceito da regra infalivel, dispondo-os
a dar-lhe muito valor ease familiarizarem com ela? Iria
o principe das trevas levar os homens para a luz do sol
com 0 intuito de promovcr seu reino de trevas? 0 Diabo
sempre demonstrou rancor e odio mortais pelo livro
sagrado, a Biblia. Ele tern feito tudo 0 que pode para
extinguir essa luz e dela desviar os homens. Ele sabe que
esta e a luz pela qual seu imperio de trevas sera destrufdo.
Hi muitas eras Satanas vern experimentando 0poder dessa
luz a impedir seus objetivos e frustrar seus planes: e seu.. .
eterno flagelo. E a principal arma usada par Miguel em
sua peleja contra 0Diabo ----.a espada do Espirito, que 0,
traspassa e subjuga. E a grande e poderosa espada com a.. .
qual Deus pune a Leviata, a serpente perversa. E aquela
espada a fia da q ue sai da boca do cavaleiro e com a qual
ele derrota seus inimigos, como lemos em Apocalipse
19.15 ..Cada texto e como uma ferroada a atormentar a
velha serpente .. 0 Diabo ja sentiu essa dor pungente
milhares de vezes; assim, ele csta empenhado na luta contra
a Biblia e odeia cada palavra nela contida. Podemos estar
certos de que ele jamais ten tara aumentar a estima au 0
arnor das pessoas pelas Escrituras. Consequentemente, e
das coisas divinas e par se apegar a s alegrias espirituais
de Dutro mundo, as quais estao prometidas no evangelho.
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I 54: I,
A \' L ltJ L\l )~J!L'\ ()BIL·\ 1 )() ESP1 R rro . .
S l _ " '< _ , \ r \ gin LIe () S ~) :. lli\ L \ (} B H_/\ I "U) l- >d III':' l [\.l 1)E . 1) r: l r ~ , ") )
comum vermos alguns fanaticos depreciando essa regra
escrita, estabelecendo acima dela a luz interior ou alguma
outra norma.
urn reino de trevas,. sen do apoiado e prornovido somente
pelas trevas e pelo engano. Por meio das trevas, Satanas
obrern todo seu poder e imperio; por isso lemos sobre tal
pader (veja Lucas 22.53 c Colossenses 1.13)~ Os dernonios
sao chamados "principes deste mundo de trcvas" (Ef 6.12).
Qyalquer espirito que remove nossas trevas enos traz a luz
livra-nos do engano e, por convencer-nos da verdade, faz
uma grande gentileza. Se sou levado a e.tLXergar a verdadee me conscicntizo dos fatos como reahnente sao, rneu clever
e agradecer de imediato a Deus, se rTI antes ficar parade,
indagando p(}r quais meios recebo ta l beneficia.
4 6 Dutra regra para discernirmos os espiritos pode
ser inferida a partir das farmas de tratamento dadas aos
espiritos inimigos, nas ultimas palavras de IJo3.o 466: ~(t ... 0
espirito da verdade e 0 espfrito do erro", Elas revelam ascaracteristicas opostas entre 0Espirito de Deus e as outros
espiritos qlle ralsificam suas obras. Portanto, se ao
observarmos a maneira de agir de urn espirito vernos que
ele opera como espirito da verdade, levando as pessoas a
verdade e convencendo-as de coisas verdadeiras, entao
podemos concluir com seguran~a que esse e 0espirito certo
e verdadeiro ..Por exemplo, se notamos que 0 espirito em
operacao aumenta nas pessoas a consciencia de que: existe
urn Deus e ele e urn Senhor magnifico que abomina 0
pecado; a vida e curta e muito incerta e hi Dutro mundo
alern deste; os homens tern almas imortais e devem prestar
contas de si proprios a Deus; as pessoas sao excessivamente
pecadoras por natureza e atos, indefesas em si mesmas -
enhm, se ta l espirito e confirmado nas questoes relativas a
s a doutrina, entao ele esta operando como espirito cia
verdade, pais apresenta as fatos como realmente sao. Ele
traz os homens para a luz, porque tudo 0 que manifesta a
verdade e luz, como observa 0 ap6stolo Paulo, em Efesios
5.13: "Mas todas cssas coisas, sendo condenadas, mani-
festam-se pela luz, pais tudo que se manifcsta e luz", Logo,
podemos concluir que nao e o espirito das trevas que assim
descobre e manifesta a verdade. Cristo nos diz que Satanas
e "mentiroso e pa i da mentira" (Jo 8.44), que seu reino e
5. Se 0 espfrito que esta em acao em meio a urn pave)
opera como espirito de arnor a Deus e ao homern, temos ai
um sinal seguro de que esse e 0Espirito de Deus, 0 apostolo
joao enfatiza esse sinal do versiculo 7 ate 0tim do capitulo:
"Amados, amemos uns aos outros, porque 0 amor e de
Deus, e todo aquele que ama e nascido de Deus e conhece
a Deus. Aquele que nao ama nao conhece a Deus, porque
Deus e amor", etc. Aqui, e evidente que Joao continua
comparando os dais tipos de pessoas que estiio sob a acao
das duas especies opostas de espiritos ..Ele menciona 0am or
como urn sinal par meio do qual podemos identificar quem
tern 0espirito verdadeiro. Isso se torna especiahnente claro
110S versiculos 12 e 13: "...se arnamos uns aos outros, Deus
permanece em nos, e seu amor e em nos aperfeicoado ..
Assim sabemos qlle permanecemos nele, e ele em n6s: por
haver ele nos dado do seu Espirito" ~Nesse trecho, J03.0fala do aITIOr como se russo consistisse a propria natureza
do Espirito Santo; au seja, e como se 0 amor divino
permanecendo em nos e 0 Espirito de Deus habitando em
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56 I )i
nos Iossern a mesma coisa (assim tarnbern ocorre no
versiculo 16 desse capitulo e nos dais ultimos versiculos
do anterior). Portanto, esse ultimo sinal do Espirito
verdadeiro, dado pelo apostolo, parece ser considerado a
mais erninente, sendo aqucle sabre a qual joao insiste de
modo mais ample do que todos os outros. Ele fala
especificamente do amor tanto a Deus quanta aos homens:
do amor ao s bomens, nos versiculos 7, 11 e 12; do amor aDeus, nos vcrsiculos 17, 18 e 19; de ambos, 110S dois ultirnos
versiculos; e do amor aos homens como algo proveniente
do amor a Deus, tambem nos dois ultimos versiculos.
Portanto, quando 0 espirito em meio a urn povo age dessa
forma, gerando em muitas pessoas pensamentos elevados e
sublimes sabre 0 Ser Divino e suas gloriosas perfeicoes;
quando lhes contere uma percepcao admiradora e aprazivel
da excelcncia d e J es us Cristo, apresentando-o como 0chefe
entre dez mil e totalmente digno de adoracao, tornando-o
precioso para a alma; quando 0 coracao e conquistado e
atraido pelas razoes e estimulos do amor de qlle 0 ap6stolo
fala nas passagens mencionadas acima ~ isto e , 0esplendido
e gracioso arnor de Deus ao enviar seu unico Filho para
morrer em nosso favor e 0maravilhoso amor sacrificial de
Cristo par nos, mesmo quando nao tinhamos nenhum amor
por ele, e eramos seus inimigos; forc;osamente, trata-se do
Espirito de Deus, como podemos notar nas seguintes
passagens de l)oao 4: "0 arnor de Deus para conosco
manifestou-se no fata de Deus ter eriviado seu Filho
unigenito ao mundo para que vivamos por rneio dele. Nisto
esta 0 arnor: nao famos nos que amamos a Deus, mas foi
ele quem nos amou e enviou seu Filho como propiciacao
pelos nossos pecados" (v, 9,10); "E conhecemos 0 arnor
que Deus tern por nos e cremos nesse amor, Dells e arnor;
quem permanece elll amor permanece em Deus, c Deus
nele" (v, 16); e "nos amamos porquc ele nos amou primeiro"
(v ; 19). 0 espirito que estimula nosso amor com esses
motivos e transforma em agradaveis objetos de contcm-
placao os atributos de Deus, contorme revelados no evan-
gclho e rnanifestados em Cristo; a espiri to que faz C(JID
que a alma tenha anseio par Deus e Cristo ~ apos tersentido a presen~a e a cornunhao divinas, tido conhecimento
deles e com eles se ter harmonizado - e viva para agrada-
los e honra-Ios; 0 espirito que acalma as contendas entre
os hornens, dando-lhes paz e boa vontade, incentivando-
os a praticarem acoes de bondade pratica e a desejarem
com firmeza a salvacao das almas; 0cspirito que inunda de
contentarnento aqueles que se mostram fllhos de Deus e
seguidores de Cristo - insisto, 0 espirito que opera dessa
maneira em meio a urn povo da a prova mais sublime da
influencia do Espirito verdadeiro e divino.
Defato, existe urn
amorsimulado
que muitasvezes
aparece em meio aqueles qu e sao levados POf um espirito
de engano ..Nos fanaticos mais desenfreados, geralmente
ha uma especie de uniao e afeicao gerada pela autoestima
e ocasionada por urn acordo mutua referente a questoes
sabre as quais eles muito diferem dos outros e devido a s
quais sao objetos de ridiculo perante 0 resto da hurna-
nidade. Naturalmente, isso as leva a se orgulharem muito
mais dessas peculiaridades que os tornam objetos do
desprezo alheio, Era assim que os antigos gnosticos e os
fal1.aticos impetuosos, que apareceram no corneco da
Reforma, vangloriavam-se de seu imenso arnor uns pelos
outros ..Em uma das seitas especiticamente, as pessoas
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I 5: ) I . .
~l~/\I ~ HIBLJ(~(lS [)L I I \ . } .. \ ()!lRA I)() E~PlHI " [ ' ( ) I)L [)Fl.f\~ lJ)
denorninavam-se afamilia do amor. Isso, porern, e muito
diferente do arnor cristao que acabei de descrever, pois e
apenas a exibicao de uma autocstima natural, nao havendo
verdadeira caridade; e como a uniao e 0 companheirismo
que podem existir em meio a urn grupo de piratas que
estao em guerra corn () resto do mundo, Nessc texto de
]()a(), e dito a suficienre sabre a natureza do verdadeiro
amor cristae para que este possa ser distinguido de todasas imi tacoes, Esse arnor surge da percepcao das mara ~
vilhosas riquezas provenientes da livre gra~a e soberania
do arnor de Deus por nos em Cristo Jesus. A isso, sejam
somados urn reconhecimento de nosso completo demerito,
por sermos inimigos que odeiam a Deus e a Cristo, e
uma renuncia de toda nossa excelencia e retidao pessoal
(veja as versiculos 9, 10, 11 e 19). A caracteristica mais
evidente do verdadeiro amor divino sobrenatural - dis-
tinguindo-o das imitacoes que surgem de uma autoestima
natural- e que nele brilha a virtude crista da humildade,
qualidade que, mais do que todas as outras, renuncia,
degrada e aniquila a palavra auto. 0 amor cristae, au a
verdadeira caridade, e urn amor humilde: ~'O amor e
paciente; 0 amor e benigno. Nao e invejoso; nao se van-
gloria, nao se orgulha, nao se porta com indecencia, nao
busca os proprios interesses, nao se enfurece, nao guarda
ressentimento do mal ..... (leo 13t4,5). Portanto, quando
vemos em alguem urn amor acompanhado do reconhe-
cimento de sua propria insignitrcancia, sordidez, fraqueza
e total insuficiencia; e, ainda, quando ha aurodesconfianca,
autodesprendimento, aurorrernincia e humildade de
espirito ~ estes sao sinais claros do Espirito de Deus.
Aquele que assim permanece no amor permanece em
Deus, e Deus nele. A grande prova do verdadeiro Espirito
a que 0 apostolo se refere e 0 arnor de Deus OlIO arnor de
Cristo: ", .vseu arnor e em nos aperteicoado" (v, 12). No
exemplo de Jesus, vemos melhor que tipo de amor e esse.
o amor demonstrado pelo Cordeiro de Deus nao era
somente pelos amigos, mas tambcrn pelos inimigos,
sentimento este acompanhado por urn espirito manso e
humilde. Ele mesrno diz: «.•• aprendei de mim, que sou
manso e humilde de coracao" (M t 11.29). Arnor e
humildade sao as duas coisas mais contrarias ao espiriro
do Diabo neste mundo, pais, acima de tudo, 0 carater
desse espirito maligno consiste em orgulho e maldade.
Assim, estive falando especialmente dos varies sinais
que 0ap6stolo nos da de uma obra do Espirito verdadeiro.
Vimos que hi algumas coisas que 0 Diabo naofaria sob
hip6tese alguma, mesmo se pudesse: ele nao despertaria
as consciencias, tornando as homens conscientes de sua
condicao desgracada devido ao pecado e de sua grande
necessidade de urn Salvador; nao confirmaria os homensna crenca de que Jesus e 0Filho de Deus e 0 Salvador dos
pecadores, nem aumentaria a estima e consideracao das
pessoas por Cristo. Satanas nao criaria na mente humana
uma percepcao da necessidade, utilidade e verdade das
Sagradas Escrituras, nern Faria com que as pessoas bus-
cassem fazer uso delas; ele tambem nao mostraria aos
homens a verdade sobre os assuntos da alma, a fim de
abrir seus olhos e arranca-Ios da escuridao, levando-os aluz e dando-lhes uma visao das coisas como realmente
sao..Ha ainda outras coisas que 0Diabo ndo pode nem ira
f a z e r : ele nunca c l a r a aos homens urn espirito de arnor
divino, humildade e desprendimento cristaos. Na verdade,
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I s o I. .
SIN.Al~ B1BLI(~(")Sm l\\'l/\ ()HRi\ no rSPIRJI'C)i"_}ll)Fl.l\
ele nem poderia se quisesse. 0 Diabo nao pode dar aquila
que ele mesmo nao possui, e essas coisas sao totalmente
opostas a sua natureza. Assim, quando ha uma inrluencia
ou operacao extraordinaria na mente de urn povo, e os
aspectos acima sao nela verificados, podemos determinar
com seguranca que aquela obra e de Deus, quaisquer que
sejam as outras circunstancias que a acornpanham, as
instrumentos usados au as metodos aplicados para efetiva-la. Nao importam as meios empregados por urn Deus
soberano - cujos juizos sa o urn abismo profundo - para
realizar sua acao, nem os impulsos provenientes dos
instintos animais, nem os efeitos provocados no corpo
humano. Os sinais descritos par Joao sao autossuficientes
e se sustentam, mostrando claramente 0d ed o d e D e U S t Esses
sinais pesam muito mais na balanca do que mil pequenas
objecoes que muitos levantam a partir de extravagancias,
irregularidades e falhas na conduta, superando tambem as
ilus5es e escandalos de alguns estudiosos.
N esse ponto, porern, algumas pessoas podem
questionar se as evidencias apresentadas sao suficientes,
citando 0apostolo Paulo: "Esses homens sao falsas apes-
tolos, obreiros desanestos, disfarcando-se de apostolos de
Cristo. E nao e de admirar, pois 0 proprio Satanas se
disfarca de anjo de luz" (2eo 11.13,14). Respondo que
isso nao pode ser urn argumento contra a suficiencia desses
sinais para discernirmos 0 espirito verdadeiro e 0 falso
nos falsas apostolos e profetas, aqueles nos quais 0Diabo
se transforma em anjo de luz. Isso porque e pensando
principalmente nesses "obreiros desonestos" que joao
apresenta tais evidencias, como fica claro pelas palavras
do texto: "Amados, nao acrediteis em qualquer espirito,
mas avaliai se os espiritos vern de Deus, porque rnuitos
falsos profetas tern saido pelo rnundo" (v.1);ou seja: "Hi
muitos que sairam pelo mundo, que sao ministros do
Diabo e se transformam em profetas de Deus, por meio
destes 0 espirito do Diabo e transtormado em anjo de
luz. Portanto,. avaliem os espiritos com estas regras que
lhes darei, para que sejam capazes de discernir ()espirito
verdadeiro do [also, disfarcado com tanta asnicia". Semduvida, osf a I s osprofetas aludidos par foao sao homens do
mesmo tipo dos falsos apostolos e obreiros desonestos a
respeito dos quais Paulo fala, par meio dos quais Satanas
se transforrnou em anjo de luz. Assim, podemos estar
certos de que as sinais estao especialmente adaptados para
podermos distinguir entre 0espirito verdadeiro e 0Diabo
transformado em anjo de luz, porque sao propostos espe-
cialmente para tal fim. Fornecer as sinais pelos quais 0
verdadeiro Espirito pode ser discernido desse tipo de
imitacao e 0 claro prop6sito e designio de joao,
Alero disso, se examinarmos 0 que e dito sabre esses
falsos profetas e ap6stolos (e hi muita coisa a esse respeito
no Novo Testamento) e prestarmos atencao a rnaneira como
por meio deles 0 Diabo se transformava em anjo de luz,
nao encontrarernos absolutamente nada que prejudique no
minimo detalhe a suficiencia desses sinais para discernirmos
o verdadeiro Espirito de tais imitacoes. 0 Diabo trans-
formava-se em anjo de luz, pais havia nesses homens exi-
b ica o e grande jactancia de urn conhecimento extraordinario
das coisas divinas (C12.8; ITm 1.6,7; 6.3-5; 2Tm 2.14-18;
Tt 1.10,16). Consequentemente, seus seguidores deno-
minavam-se gn6sticos, por aparentarem vasta sabedoria. Por
meio deles, 0 Diabo imitava as dons miraculosos do
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Espirito Santo, em visoes, revelacoes, profecias, milagres
etc; dai serem chamados falsos apostolos e falsas profetas
(veja Mateus 24.24). Havia ainda aparencias ilusorias e
falsas alegacoes de santidade sublime e devocao em palavras
(Rrn 16.17,18; Ef 4.14) - eis POf que sao chamados de
obreiros desonestos (2eo 11413) e Fontes e nuvens sem
agua (2Pe 2.17; Jd 12)t Fingiam tarnbem extraordinaria
piedade e retidao em sua adoracao supersticiosa (C12~16-23). Tinham, portanto, urn zelo falso, soberbo e amargo
(GI 4.17,18; ITm 1.6; 6.4,5). Aparentavam igualmente
humildade, fingindo extrema pobreza e sujeicao, enquanto
na verdade estavarn enfatuados "sem motivo algum na sua
mente carnal" (Cl 2.18) ..E faziam dessa humildade sua
propria justifica~ao, envaidecendo-se excessivamente por
sua eminente piedade (C12.18,23). De que maneira, porem,
fatos assim podem prejudicar de alguma fonna as coisas
rnencionadas acima como sinais distintivos do Espirito
verdadeiro? Alem dessas dernonstracoes vas, que podem
ser do Diabo, ha influencias comuns do Espirito de Deusque mui tas vezes sao confundidas com a gra\=a salvifica;
mas isso nao vern ao caso, pais, mesmo nao sendo salvfficas,
ainda assim sao obra do Espfrito verdadeiro.
Portanto, considero concluida a explanacao que a
principia me propus a fazer, au seja, considerar as sinais
distintivos e infaliveis por meio dos quais podemos
proceder com seguranca no julgamento de qualquer obra
que venhamos a presenciar, reconhecendo se e ou nao do
Espirito de Deust Passo agora a s inferencias praticas ..
Capitulo 3
Inferencias praticas
-
1. A P i\ H T T R o o ( l_l f1~ F( ) r 1 )] 'ro "!{ 'r E /\(21 11 ,
arrisco-me a tirar a seguinte conclusao: a
exrraordindria injlztencia q ue su rg iu rc ce nte -
men te } ge rando uma p r e o c u p a i a o n otd ue l e urn
e nu oh nm ento inc om um d as m ente s e m re laia o
a o s a ss un to s lig ad o s a re/igiao~ sem duuida, em
termos gera is , prooem do Espirito d e D e us. Ha
apenas duas coisas que precisam ser conhe-
cidas para se julgar uma obra desse tipo, a
saber: osfotos e as reg ras . J : i foram expostas anossa frente as regras da Palavra de Deus.
~anto aos fatos, nao hi rnais do que duas
maneiras por meio das quais podemos
aborda-los, a fim de que sejamos capazes de
compara-Ios a s regras: por nossa propria
observacao ou pelas informacoes daqueles que
tiveram a oportunidade de presencia-los.
Muitas coisas que dizem respeito a essa
obra ja sao conhecidas, et se 0 ap6stolo joao
nao errou em suas regras, elas seriarn autossu-
ficientes para identifica-la como sendo, de
modo geral, obra de Deus. 0 Espfrito que
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,-\ \: l_ R l ) , \ 1)[" I l ~ . : - \ {)l.~F~:"\ j H l r\]'1I}U rf)_ .
IN F r R r-.(.L\ ~ P 1Z.. [ I { : .\ s ( :-)).
esta agindo desliga a mente humana das vaidades deste
mundo, envolve-a ern uma profunda preocupacao com a
felicidade ererria, faz com que busque com fervor a
salvacao e convcnce-a da terrivel natureza do pecado e de
suas proprias condicoes naturais de culpa e desgraca. Essa
obra desperta a mente, fazendo-a ter consciencia da terrfvel
ira de Deus, gerando nela urn desejo intenso e urn cuidado
e esforco ardentes para obter 0favor divino. 0Espiritoleva os hornens a urn aproveitamento diligente dos meios
de gra~a indicados por Dells, acornpanhado de urn maior
respcito pela Palavra de Deus e urn desejo de ouvi-Ia, le-.r-
la e conhece-Ia melhor do que antes. E notoriamente
claro que 0 Espirito que est a em a~ao atua globalmente
como espirito da verdade, tornando as pessoas mais
conscientes daquilo qlle de fa to e verdadeiro nas coisas
qlle dizem respcito a salvacao eterna. Ele Ihes mostra
que devem morrer e que a vida e muito curta e incerta;
que existe urn Deus sublime que abomina 0 pecado e a
quem as pessoas devem prestar contas; que ele Ihcs
deterrninara a condicao eterna em Dutro mundo e qu e os
homens prccisam muito de urn Salvador ..Esse Espirito
faz com {_1uea s pessoas tcnham mais consciencia d o valor
do Cristo crucificado e de sua necessidade dele, levando-
as a buscar seriamente uma participacao nele. Por meio
de manifestacocs par toda a terra, isso nao pode deixar de
se tornar visivel para as pessoas em geral: "porquanto nada
se passoll ai, nalgum recanto". A acao nao ficou limitada
a algumas cidades em poucas regi6es rnais afastadas ..Ela
tern side realizada em rnuitos lugares por toda nossa terra
e na maioria dos POl1tOS centrais, mais populosos e
publicos, Ncsse sentido, Cristo tern agido assim entre nos,
da mesma forma como realizou seus milagres na Judeia.
1580 vern se manifestando ininterruptamente ha urn tempo
consideravel, de forma que ja houve muitas oportunidades
para observarmos a natureza da obra. Tados as que tern
conhecimento intima de algulna pessoa que foi objeto de
uma obra do Espirito conseguem cnxergar com muito
mais clareza aquila que as regras do apostolo demonstram
de maneira evidente e certa como obra de Deus,Nesse ponto, eu poderia acrescentar qlle, se ulna
obra for observada em varies lugares e ern uma gral1de
multidao de pessoas de todos os tipos, a natureza e a
tendencia do espirito que esni agindo poderiio ser avaliadas
com muito mais certcza e menos perigo de sermos
ludibriados do que se ela for vista em um s o lugar especi-
fico e em apenas determinados homens que ja tiveram
muito convivio entre sit Algumas poucas pessoas podern
entrar em acordo para trapaccar as outros, simulando Ulna
obra e professando coisas das quais nunca tiveram
consciencia ..Quando, porern, a obra esta disseminada por
imensas areas de urn pais, em lugares distantes uns dos
outros, em meio a pessoas de todos os tipos e de todas as
idades, ern multi does que possuem mente sa , born
discernimento e integridade notoria, considerando-se
aquila que se pode conduir de tudo 0 que e noticiado e
visto nesses homens - ao longo de varies meses e par
aqueles que lhes sao mais familiares nesses assuntos e hi
muito os conhecem ~, seria urn grande absurdo supor
que ainda assim nao se pode avaliar 0 tipo de influencia
exercida sobre as mentes pela obra que neles se realiza.
Sera que nao e possivel dizcr se aquilo tende a despertar
au entorpecer a consciencia; se os inclina rnais a buscarem
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6/ I
ou negligcnciarem sua salvacao; se parece confirma-los
na fe nas Escrituras ou leva-los ao deismo; se faz ou nao
corn que tcnham maior consideracao pelas verdades
supremas da religiao?
Aqui se cleve notar qlle sao duas atitudes diferentes
que sa()vividas pelas pessoas: protessar a conviccao de certas
verdades divinas, a ponto de respeita-Ias e ama-las de
maneira salvifica; e professar qlle estao mats comicncidas Oil
confiantes do que antes quanto a veracidade das verdades
divinas, descobrindo que agora as consideram rnais. Trata-
se de duas coisas bem diferentes. As pessoas sinceras e de
born senso tern muito mais direito de exigir que mais crcdito
seja dado a esta Ultima contissao do qu e a prirneira. De
tato, na primeira, e mais provavel que alleIlas algumas pcssoas
em particular sejam enganadas do que llm povo inteiro.
Tadavia, fage ao prop6sito dessa argllmenta<;ao a qucstao de
as conviccoes das pessoas e a alteracao em suas disposicoes
e crnocoes alcancarem tamanho grau e ta l forma para serem
salvificas .. Se houver nos discernimentos, disposicoes e
emocoes das pessoas, os efeitos rnencionados anteriormente,
sejam eles salvificos ou nan quanto a seu grau e forma, nao
deixam de ser urn sinal da influencia do Espirito de Deus ..
As regrtlS das Escrituras servem para disringuirmos entre as
intlucncias comuns do Espirito de Deus, com as que sao
salvificas, e a inilucncia de outras causas,
Posta que, pela providencia divina, durante estes
ultimos meses, tenho estado err) meio a algumas pessoas
que foram objetos da obra em questao e, especificamente,
tenho tido a oporrunidade de vcr e observar aquelas coisas
extraordinarias com as quais muitos se tern cscandalizado
~ por exemplo, pessoas chorando, gritando, sendo
tomadas por violentas contorcoes flsicas etc. Tenho visro
a maneira, a conclusao e as frutos dessas manifestacoes
ao longo de varios meses. Considerando-se rambern que.,
naquilo que se refere aos assuntos da alma, eu conhecia
intimamente muitas dessas pessoas, antes dessa ocasiao e
a partir de entao, neste memento sinto-me convocado a
dar meu testemunho, como segue: ate 0 ponto ern que a
natureza e a tendencia de tal obra puderam ser observadas
por urn espectador a quem as objetos da acao procuravam
abrir seus coracoes ou podiam ser examinados por meio
de uma pesquisa diligente e particular, afirrno que nessa
obra pude discernir todos os sinais indicados. Isso tern
acontecido em quase todos os casos, e em cadapormenor;
na maioria dos eventos restantes, todos os sinais apare-
ceram em grand{ssima medida.
Os objetos dessas manifestacoes incomuns tern sido
de dais tipos: pessoas muito angustiadas par perceberem
seu pecado e sua desgraca ou entao pessoas que se sentiam
arrebatadas por uma sublime sensacao da gralldeza,maravilha e excelencia das coisas divinas. Com relacao
ao primeiro tipo, pelo que pude observar na grande multi-
dao de pessoas, com bern poucas excecoes, a angUstia era
aparentemente gerada par uma conviccao real e apropriada,
e elas estavam conscientes da verdade. Embora eu nao
suponha que, quando tais fatos foram considerados
comuns, as pessoas se tenham entregado a violentas repres~
s6es intimas para cvitar manitestacoes externas de sua
angustia, que de outra forma poderiam ter surgido, ainda
assim tern havido pouquissimos homens nos quais era
possfvel notar algum sinal de afetacao ou fingirnento. No
entanto, para muitos, sem duvida, teria sido impossivel
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conter tais manifestacoes. Gcralmente, durante essas
contorcoes, as pessoas pareciam estar no perfeito dominio
de sua razao; as que podiam falar eram capazes de descrever
o cstado de suas mentes naquele mornento e 0motive de
sua angUstia, podcndo tambcm lembrar do que. ocorreu e
discorrer sabre isso depois, Tenho conhecido pouqufssimos
casas de homens que, em seus limites extremos, durante
lIm curto cspa~o de tempo, estiveram de alguma forma
desprovidos do uso da razao. Mas entre as centenas, talvez
ate milhares, de pessoas que recentemente foram arrebatadas
por essas contorcoes, eu nunca soube de uma unica que
ficasse permanentemente desprovida da razao, Em algumas
cra evidentc que a melancolia tinha entrado no meio e,
quando isso acontecia, a diferenca era bastante clara: seus
torrnentos apresentavam outro aspecto e operavam de
maneira muito divcrsa em comparacao com a angustia
provcniente da mera conviccao. Nao era somente a verdade
q ue a flig ia essas pessoas, mas tambern inumeras e vas
ilusoes, e conceitos qlle nem as Escrituras nem a razaoseriam capazes de dissipar, Nessas condicoes, alguns objetos
da obra do Espirito realmente nao eram capazes de falar
de si mesmos, declarar a percepcao que tinham das coisas
ou explicar aos outros a maneira e a razao de seu transtorno ..
Ainda assim,. nao tenho motivo algum para acreditar que
nao estavam sob conviccao genuina e que neles nao estava
scndo manifestado alga born. Mas isso nao clevesurpreen~
der aqueles qlle conhccem bern 0 estado das almas em
dificuldades espirituais: e natural que algumas coisas das
quais as pessoas tern consciencia lhes sejam totalrnente
novas. Suas ideias e sensacoes intimas eram ineditas; assim,
era algo que nao sabiam expressar em palavras. Certos
indivfduos, que diante das primeiras perbTUntas diziam nao
saber 0qlle se passava com eles, depois de tere In sido particu-
larmente examinados e interrogados, conseguiram explicar
seu caso, ainda que par si rnesmos nao fossem capazcs de
encontrar express6es e formas de falar sohre isso.
i\lbruns acham que as terrores que produzem tais
efeitos nao passaln de urn susto. Sem duvida, porem, deve-
se fazer distincao entre urn medo descomunal ou uma
extrema angtistia qlle surge da percepcao de uma verdade
pavorosa - uma causa P()f certo proporcional ao efeito
produzido - e urn susto sem razao nem necessidade.
Este ultimo pode ser de dais tipos: primeiro, quando as
pessoas sao aterrorizadas pelo que nao e a verdade ( C ) que
vi pouquissimas vezes, exceto em casos de melancolia); e
segundo, quando elas estao assustadas devido a aparicoes
terriveis e ruidos exteriores, surgindo dai urn sentimento
geral. Em tais circunstancias, os homens percebem qtle
hi algo terrivel, mas 113.0 sabem 0que e, nem tern em
suas mentes qualquer verdade em particular, Tenho vistapoucas rnanifestacoes desse tipo de medo, seja entre idosos
. . ~
seJa em meio a Jovens.
Aqueles que se encontram nessas condicoes extremas
geralmente demonstram urn profundo reconhecimento de
sua maldade excessiva, do grande numero e gravidade de
seus pecados, de sua pavorosa protanacao, inimizade e
perversidade, e da obstinacao e dureza de seus coracoes ..
Ha uma percepcao de sua imensa culpa aos olhos do
Senhor e da terrivel natureza do castigo devido ao pecado.
Frequentemente, esses homens tern uma ideia bern clara
do horrivel abismo cia desgraca eterna. Ao mesmo tempo,
sentem que 0 Deus supremo, que os tern em suas maos,
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f il) I~ ,
i~: E l { 1 - , ~ lj :\ \ I~{i\ . j - r ( : .- \ ~ I 7 J I
esta irado ao extreme, e sua ira parccc-lhes assombrosa-
mente terrivel. Veem 0 Senhor tao provocado e sua ira
descomunal COlTIO alga tao intenso que aguardam com
apreensao urn grande perigo: acreditam que Deus nao ira
mais tolera-Ios, liquidando-os, de forma irrefreada, e
Iancando-os no IJavoroso abismo que imaginam haver a
sua [rente, sern verern, ao mesmo tempo, refUgio algum.
Eles percebem cada vez mais a vaidade de tude) em que
costumavam confiar e COIn que normahnente se congratu-
lavam, ate serem levados a urn total desespero e verem que
se encontram a total disposicao da mera vontade daquele
Deus tao irado contra eles. Muitas pessoas, em circuns-
tancias extremas, eram levadas a ter uma percepcao extraor-
dinaria de seu plena mcrecimento dessa ira e da destruicao
que ja estava diante de seus olhos, ternendo a todo 0momenta
que Fosse cxecutada contra elas. Estavam profundamente
convictas de que tudo isso seria justa e de que Deus e de
fato absolutamente soberano. Com frequencia, alguma
passagem das Escriruras expressando a soberania de Deusfixava-se em suas mentes, e assirn conseguiam se acalmar,
Eram levadas, por assim dizer, a prostrar-se aos pe s do
Senhor ..Ap6s extremas agonias, urn poueD antes de a luz
surgir, elas se recompunham e se aquietavam, em submis-
sao a urn Deus justa e soberano. Sua forca corporal, porem,
esgotava-se. As vezes parecia que suas vidas estavarn quase
perdidas ..Entao vinha a luz, e urn glorioso Redentor, com
sua gras:a maravilhosa e onipotente, era-lhes revelado
geralmente em algum doce convite das Escrituras. A s vezes,
a luz entrava de repente; outras vinham mais gradualmente,
inundando suas almas com arnor, reverencia, alegria e
humilhacao, impelindo seus coracoes a buscarem 0 exce-
lente e arnavel Redentor e a almejarem prostrar-se perante
ele. Alern disso, essa experiencia os fazia desejar que outros
irrnaos pudessem ver 0 Sen hor, aceita - 1 0 c receber dele a
remissao, Esses homens almejavam viver para a gloria de )
Senhor, mas estavam conscientcs de que nao podiarn fazer
nada por si mesmos, senrindo-se vis diantc de seus pr6prios
olhos e mantendo muita vigilu11cia sabre seus coracoes.
Entao ocorriam todas as manifestacoes de uma verdadeiramudanca interior.
De tempos em tempos, a gras:a tem agido da rnesma
forma como cosrumava atuar naqueles que outrora foram
converridos, ou seja, com semelhantes dificuldades, ten-
tacoes, contratempos e consolos, excetuando-se 0 fato de
que em varias pessoas a luz e 0 consolo sao de urn grau
mais sublime que 0comum, Muitas criancas bern pequenas
ja foram sujeitadas dessa fi)rma. Tern havido inumeros casas
parecidos com aqueles sabre os quais lemos que "Entao 0
espirito impuro 0 agitou causando-lhe convuls6es c,
gritando, saiu dele" (Me 1.26; veja tam bern 9..26)~
Provavelmente, as acontecimentos mencionados acima
foram designad{)s para servirem de modelos. Algumas
pess{)as sao tomadas diversas vezes pO f grandes agonias,
antes de serem libertas. Outras passam por uma extrema
angUstia que depois cessa, sem que a essa experiencia se
siga a libertacao.
C2! : lando ex iste Ulna multidao reunida nessas circuns-
tancias, em alto vozerio, hi quem fa,_;aobjecoes, dizendo
que tudo e uma grande confusao e que Deus nao poderia
ser responsavel par aquilo, pais ele e 0 Deus da ordcm,
nao da desordem. Considerernos, porern, 0 proprio con-
ceito de confusao: e 0 rompimento da ordern em que os
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eventos estao adequadamente dispostos e devidamente
direcionados para seus objctivos, de forma que, sendo
quebradas a disposicao e a l igacao correta dos meios, suas
metas nao podem ser atingidas. Ora, a conviccao dos
pecadores, visando a sua conversao, e alcancar 0 tIm dos
prop6sitos religiosos. N ao deixo de achar qtte as pessoas
influenciadas tao extraordinariamente devem tentar refrear
aquelas manifestacoes exteriores, 0 que de fato Ihes e bernpossivel e cleve ser tentado ao maximo durante uma adora-
~ao solene ..Mas se Deus se agrada em convencer a cons-
ciencia dos homens, de maneira que eles nao conseguem
evitar expressoes flsicas descomunais, a ponto ate de
suspender e cessar por completo os atos publicos dos quais
participam, nao acredito que isso scja uma confusao maior
au uma interrupcao mais lamentavel do que se urn grupo
de pessoas estivesse reunido n()campo para orar pela chuva
e fosse interrompido por urn copioso aguaceiro .. C2!leira
Deus que todas as assembleias publicas da terra tenham de
.nterrornper seus cultos no proximo domingo devido a
confusoes assim! Nao precisamos lamentar a quebra da
ordem dos meios, par termos alcancado 0 fim para 0 qual
aquela disposicao fora estabelecida. Aquele que saiu em
busca de urn tesouro nao deve se aborrecer se for detido no
meio de sua jO[llada, par ter encontrado 0 que procuravat
Alem dos que Sal) dominados POf tais conviccoes e
angUstias, ultimamente tenho visto muitos que tiveram
sua fOfC;U fisica arrebatada por uma percepcao da glori()sa
excelencia do Redentor e das maravilhas de seu amor
sacrificial, Eles tambem tern um reconhecimento bastante
incornum de sua propria insignificancia e excessiva vileza,
com todas as expressoes e manifestacoes da mais notavel
hurnilhacao e aversao a si rnesrno. Tanto em novos
convertidos quanta em muitos que, segundo crernos, se
converteram em tempos passados, 0 amor e a exultacao
vern acompanhados de uma protusao de Ligrinlas e de
uma grande demonstracao de contricao e humilhacao,
especialmente par na~ mais terem vivido para a gloria de
Deus desde sua conversao. Eles passarn a perceber sua
sordidez e a perversidade de seus coracoes de forma muitomais clara do que antes. Sao tornados por urn enorme
dcsejo de viver rnelhor a partir de entao e, ao mesmo
tempo, passam) mais do que nunc a, a desconfiar de si
pr6prios. Muitos tern sido tornados par urn sentimento
de compaixao pelas almas, ansiando por sua salvacao. Eu
poderia mencionar muitas outras coisas nessa obra
extraordinaria correspondcndo a cada uma das evidencias
eniatizadas anteriormente. Portanto, se 0 apostolo joao
soube definir os sinais de urna obra do Espirito verdadeiro,
tal obra e assim como acabamos de descrever .
A Providencia divina levou-me a urn lugar onde a
obra de Deus ja havia sido realizada anteriormente. Tive a
felicidade de permanecer ali durante dais anos com °veneravel pastor Stoddard; entao, fiquei conhecendo
algumas pessoas que, naquela epoca e sob seu ministerio,
foram objetos de uma acao do Espirito. Eu conhecia
intimamente as experiencias de muitos outros que; sob
seu ministerio, haviarn sido assim influenciados, antes
daquele periodo, fatos ocorridos de forma aceitavel para
a doutrina de todos as teologos ortodoxos. Recentemente,
uma obra foi levada a efeito naquele lugar com inumeras
operacoes inusitadas, Sem duvida, porern, era a mesma
que havia sido realizada naquele lugar em outras ocasioes,
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/ \ V L l { I _ ) : \ I ) L I 1 ~ : \ ( ) U lL-\ l) o l: ~ P 1 H _r r o- ,
IN rrR LN('lAS PRA [-r C/\S 75 r
embora dessa vez houvesse algumas circunstancias nOV~lS.
Se, em termos gerais, essa nao e uma a<;aode Deus, entao
devemos descartar qualquer alusao a conversao e aexperiencia crista, jogar fora nossa Biblia e desistir da
religiao revelada. Todavia, nao quero dizer com isso que
o grau de influcncia do Espirito deve ser determinado
pela dimensao do cfcito fisico nas pessoas ou que as
melhores experiencias sempre sao as que exercem maior
inlluencia sobre 0 corpo.
Quante a s irnprudencias, irregularidades e enganos
que tern sido observados, nao se deve de forma alguma
estranhar se uma reforma, ocorrida ap6s Ulna longa e quase
universal apatia, for logo de inicio - quando ° reaviva-
menta e recente - acompanhada por tais coisas. N a criacao,
Deu.s nao fez 0 mundo todo de uma s o vcz..Dep()is de
dizer no principia: "Haja lui' (Gn 1.3), havia ainda uma
boa dose de imp erfcicao , escuridao e misrura de caos e
desordem, antes que 0 todo fosse estabelecido de forma
perfeita. No cornecoda grande
obrade
Deuspara
libertarseu povo da longa escravidao no Egito, durante algum
tempo, houve falsos prodigios em meio aos verdadeiros.
Isso tornou as egipcios ceticos ainda mais incredulos,
fazendo-os duvidar totalmente da natureza divina da obra,
QIando as filhos de Israel leva ram a area de Deus pela
primeira vez, depois de ter sido abandonada e ter ficado
distante durante muito tempo, des nao buscaram 0Senhor
da maneira como lhcs fora ordenado (ler 15.13). N o
momenta em que as filhos de Deus se apresentaram diante
do Senhor, Satanas tambern veio entre des (} 6 1.6). E as.
naus de Salomao, quando traziam ouro, prata e rnarfim,
tarnbem carregavam macacos e payees (IRs 10.22). Quando
a luz do dia corneca a aparecer ap6s uma noite escura, e
natural que a escuridao esteja mesclada a luz durante certo
tempo, e ainda nao termos de imediato urn dia perfeito e 0
sol brilhando com toda sua intensidade. Os frutos da terra
primeiro fieam verdes para depois amadurecer, chcgando
gradativamente a sua devida perfeicao. Conforme Cristo
nos ensina, assim tarnbem e 0 reino de Deus: ~'Disse
tambem: 0 reino de Deus e cornparavel a urn homem quelanca a semente a terra; quer esteja ele dormindo a noite,
quer acordado de dia, a semente acaba brotando e crescendo,
sem ele saber como ..A terra produz 0 grao por si mesma,
primeiro a planta, depois a espiga, e por ultimo 0 grao que
enche a espiga" (Me 4.26-28).
As imprudencias e falhas qllC acompanham uma obra
do Espirito sao 0 que menos deve nos espantar, se consi-
derarmos que os objetos sao principalmente pessoas jovens,
com pouca firmeza e experiencia. Por estarern no auge da
juventude, elas sao muito mais vulneraveis a cairern em
extremes. Satanas mantern oshomens pres()s em
seus lacesate on de pode; mas, quando ja nao consegue faze-lo, cle
muitas vezes tents leva-los a exageros, a fim de desonrarem
o Senhor e, assim, macular a religiao ..Sem duvida, urna
das causas de pessima conduta e 0 fato de as pessoas muitas
vezes, verem claramente que seus ministros tern urna
opiniao negativa da obra. Assim, com justa razao, nao
ousam recorrer a eles como seus orientadores nesse
assunto, ficando, portanto, sem conselheiros. Consequen-
temente, nao e de admirar que, quando a situacao das
pessoas - e como a de urn rebanho sem pastor, elas tendam
a se desviar de seu carninho. N essas circunstancias,
permanecem em gral1de e continua carencia de lideres, e
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I 70 l IN f r R . t J " \ J (-l A ~ IlH . A - r 1C~:\S I /-
/\ - v [ R [) / \ 1) E 1 F l t \ C } B H :\ I) ( ) ESP I R tI'(_
esses, par sua vez, necessitam incessanterncnte de muito
mais sabedoria do que a que ja possuem. Mesmo que uma
congregatyao tenha ministros que apoiem a obra e exultem
nela, nao se pode esperar que as pessoas ou tais ministros
saibam exatamentc como se comportar diante de uma
situacao tao extraordinaria - pais e urn acontecimento
novo, do qual nunca haviam tido expericncia nem tempo
suficiente para observar a te nd en cia , a s consequencias e asimplicacoes. A venturosa influencia ci a experiencia esta
bastante clara hoje no povo em meio ao qual Deus me
estabeleceu. A acao ali realizada neste ano tern sido muito
mais pura do que a de seis anos atras: parece ser mais
genuinamente espiritual e isenta de misturas da carne e da
corrupcao au de qualquer coisa que de a impressao de
abuso e e xa ge ro fanatica. Dessa vez, a obra tern ocorrido
mais por meio de uma profunda humilhacao e remincia
perante Deus e os homens, havendo bern menos impru-
dencias e irregularidades. Tern havido especialmente Dutra
diferenca native! nesse sentido: antes, em seu consolo e
regozijo, muitos esqueciam demasiadarnente sua distancia
de Deus e, ao conversarem sabre as coisas divinas e suas
experiencias pessoais, tendiam a falar com muita leviandade;
agora, eles nao parecem ter nenhuma inclinacao assirn,
porem exultam com uma alegria mais solene, reverente e
humilde, confonne Deus ordena (S12.11). Is50 nao significa
que 0 regozijo nao seja tao grande, pois em muitos casos
pode ate ser bern maior ..Daqueles que, entre nos, forarn
objetos da a s : a o na primeira vez, muitos agora tiveram
cantatas bern mais intensos com 0 ceu, 0jubilo que eles
tern atua de outro modo, humilhando-os, quebrantando
seus coracoes e prostrando-os ao chao. Qpando falam sabre
seus enlevos, nao fazem isso com risadas, mas com uma
profusao de lagrimas. Assim, aqueles que antes riram, agora
estao chorando. Contudo, por testemunho unanime, a alegria
que sentem e imensamente mais pura e agradavel do que
aquela que antes havia estimulado seus instintos animals ..
Dessa vez, cles se assemelham mais a J aco, 0 qual disse, ao
ver a escada que atingia 0 ceu, quando Deus lhe apareceu
em Betel: "Como este lugar e terrivel!" (Gn 28.17), ou saocomo Moises, quando Deus lhe mostrou sua gl6ria sabre 0
monte e de imediatamente curvou-se para a terra (Ex 34.8),
2. Consequentemente, estejamos prevenidos para de
forma alg um a no s o po rm os ouJazermos q ua lq ue r c o tsa que
venha impedir o u obstrutr a o bra. Pelo contrdrio, facamos 0
maximo para promove-la. Agora que Cristo desceu dos
ceus por meio de uma notavel e maravilhosa acao de seu
Espirito, tornou-se uma obrigacao para seus discipulos
professos reconhece-Io e honra-lo.
oexemplo dos judeus nos tempos de Cristo e dos
ap6stolos e suficiente para que aqueles que nao reconhe-
cern a acao do Espirito passem a se preocupar com si
proprios, tornando-se bastante cautelosos quanta ao que
dizem ou fazem. Naquela epoca, Cristo estava na terra e
o mundo nao 0 conheceu. Ele veio em meio ao proprio
povo que 0professava, mas este nao 0recebeu. As profecias
das Escrituras que as judeus conheciam continham muitas
referencias a vinda de Cristo, sendo este urn acontecimento
hi rnuito tempo esperado. Contudo, pelo fato de Cristo
ter vindo de maneira inusitada e contraria a s expectativas
da razao secular, eles nao 0 receberam .. Pelo contrario,
opuseram-se a ele, julgaram-no louco e declararam que
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I 78 I.
i\ \'EIl[)~\DEIIL""\unrtA LH) Fspr mro I N !-= r RENe " 1 , ~ \ S P It-\ J1C ,.\S I 79 I
o espirito peIo qual de operava era 0 espirito do Diabo.
Eles observavam e se espantavam com as prodigios
realizados, mas nao sabiam como interpreta-los, Encon-
traram tantas pedras de tropeco que, no final, nao puderam
aceitar 0Senhor. Qyando 0Espirito de Deus foi derramado
de forma tao maravilhosa nos dias dos apostolos, aquilo
foi considerado confusao e perturbacao. Os judeus ficavarn
estupeJatoJ com 0 que viam e ouviam, mas nao estavamcomnctos . Em especial, a obra de Deus foi rejeitada por
aqueles que mais se orgulhavam de ter discernimento e
sabedoria, como vemos em Isaias 29.14: ('.....ontinuarei a
fazer uma obra maravilhosa com este povo, uma obra mais
que maravilhosa; a sabedoria dos seus sabios cessara, e a
pericia dos seus peritos se escondera", Muitos dos que eram
bern conceituados por sua fe e piedadc nutriam grande
rancor ern relacao a obra, pais percebiam que ela tendia a
Ihes diminuir a honra e rcpreender seu formalismo e
insensibilidade. Por esses motivos, alguns deles atacaram e
censuraram a acao do Espirito de Deus, de forma maliciosae explicita, acusando-a de ser obra do Diabo, indo contra
suas conviccoes rnais intimas e, corn isso, cometendo 0
pecado imperdoavel contra 0 Espirito Santo.
Ha tarnbem uma vinda espiritual de Cristo a fim de
estabelecer seu reino no mundo que e tao mencionada pelas
profecias das Escrituras quanta a primeira, a qual ha muito
tern sido esperada pela igreja de Deus. Pelo que e dito,
temos razao para crer que, em muitos aspectos, ela sera
semelhante a Dutra. Com certeza, 0 estado lamentavel em
que a igreja visivel de Deus se encontra e muito parecido
com a situacao cia igreja juciaica dos dias de Cristo. Partanto,
quando ele vier sera natural que sua at;ao parec;a estranha
para a maioria das pessoas. Na verdade, DaD poderia ser de
outra forma~ Seja au nao a presente obra 0 comeco da
sublime e tantas vezes profetizada vinda de Cristo para
estabelecer seu reino, ainda assim e evidente, pelo que tern
sido dito, que se trata de uma a f T a o do mesmo Espirito e da
mesma natureza. Selll duvida, a conduta daqueles que se
reCU SalTIconrinuam ente a reconhecer Cristo nessa obra-
especialmente os que sao nomcados mestres em sua igreja-- provoca Deus a ira, como acontecia com as judeus
antigamente, quando se recusavam a reconhecer Cristo ..
Nao importa 0 que eles dizem sobre enormes pedras de
tr o pe < ;o n o caminho au de motivos para duvidarem da obra;
os mestres da igr~ja judaica encontraram inumeras pedras
de trope~o que consideravam insuperaveis ..Muitas coisas
reveladas em Cristo e na a~ao do Espirito depois de sua
ascensao eram-lhes por demais estranhas, e eles pareciam
convencidos de que havia justa razao para seus escrupulos,
Para as judeus, Cristo e sua obra eram uma pedra de tropeco:
"E bem-aventurado aquele que nao se escandalizar par,
minha causa" (Mt 11.6). E verdade que a maneira como
Cristo apareceu era incomum e inesperada. Contudo, ele
nao precisou operar milagres naJudeia durante muito tempo
para que todos os que tiveram a oportunidade de observa-
10 , mas que se recusaram a reconhece-lo, se tornassem
terrivelmente culpados perante Deus ..Jesus os condenou,
dizendo, segundo Lucas 12.56: "Hipocritasl Sabeis
decifrar 0 aspecto da terra e do ceu; entao, como nao
sabeis decifrar este tempo?"
Pelo fato de 0 supremo Senhor ter deix:ado os ceus e
ter surgido entre nos durante tanto tempo - em tao
gloriosa acao de poder e gra~a, de forma tao extensiva,
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I R() i , .
1 J 'J r I:.H [ ~ (~ L \ ~ P l{A .I' J c .. \ ~ H I
1108 locais mais publicos e em quase todos os pontos da
terra - sem dar tantas cvidencias de sua aparicao, nao se
deve pensar que muitas pessoas, e ate mesmo muiros mestres
da igreja, podem permanecer inocenres perante ele, se nunca
o receberam, admitiram e honraram; au se nunca demons-
traram alegria diante de sua prescn<;a graciosa nem agra-
deceram tao gloriosa e bendita obra de sua g ra 9 a ., n a qual
sua bondade e revelada de forma mais clara do que se elenos tivesse conferido todas as bencaos seculares que 0mundo
pode oferecer, Sem duvida, um longo e profunda silencio
ncsses casos, especialrnente por parte dos ministros, provoca
Deus a ira. De faro, esse tipo dissimulado de oposicao tende
a obstruir a obra. Tais ministros omissos opoern-se a acao
de Deus) como Cristo disse em tempos passados: "Qpem
nao esra comigo esta contra mirn" (Mr 12.30)4 Aqueles
que ficam d uv id an do d essa obra inusitada, nao sabendo
entende-la e recusando-se a recebe-Ia ~ e, a s vczes,
dispostos a falar com desprezo sobre ela, como fizeram os
judeus antigamente - fariam bern em considerar e
estremecer diante d as p alav ras q ue 0 a po sto lo P au lo lhes
dirigiu: "Vedc, 6 zombadores, admirai-vos e desaparecei;
porque em vossos dias realizarei uma obra, obra na qual
jamais crericis, se alguem vas contasse" (At 13..40) ..Aqueles
que nao conseguem crer que a obra seja verdadeira, POf
causa de seu grau e forma extraordinarios, deveriam
considerar 0 que aconteceu com 0 cetico capitao de
Samaria, que disse: "Ainda qlle 0 Senhor fizesse janelas no
ceu poderia isso acontecer?", ao que Eliseu respondeu:
"Tu 0 veras com os tens olhas, mas de nada corneras"
(2Rs 7.19). Qpe todos aqueles para os quais ta l obra e
nuvem e e sc urid ao ~ como 0 foi a coluna de nuvem e de
fogo para os egfpcios ~ possam cuidar para que ela nao
seja sua destruicao enquanto 0 Israel de Deus e iluminado.
Eu pediria aqueles que estao em silencio, mantendo
uma atitude de prudencia e aguardando 0 resultado dos
fatos e as frutos que serao trazidos pelos objetos da obra
em suas vidas e relacoes sociais, que considerem se isso
justificara sua longa recusa em confessar Cristo quando
ele vier a terra em sua presen~a tao maravilhosa e graciosa40,
E provavel que muitos dos que se encontram nessa espera
nem saibam a que estao esperando .. Se eles aguardam
para ver uma obra de Deus sem obstaculos nem pedras
de tropec;o, sao como tolos a margem de urn rio esperando
que toda a agua rerrnine de flu ir. N ao se cleve esperar
uma a~ao de Deus sern pedras de tropeco, "porque e
inevitavcl que venham escandalos" (Mt 18~7,ARA)t Deus
nunca deu ao mundo lima grande manifcstacao de si
mesmo sem que houvesse ao mesmo tempo muitos
transtornos. 0 que acontece com as palavras do Senhor
tarnbem se da com suas obras: a principia, parecemrepletas de coisas estranhas, inconsistentes e dificeis para
os coracoes ceticos e mundanos dos homens. Para muitos,
Cristo e sua obra sempre foram e sempre serao uma pedra
de trope<;o, rocha de ofens a, laco e armadilha. 0 profeta
Oseias, ao falar de urn glorioso reavivamento da fe na
igreja de Deus - quando Deus seria para Israel como 0
orvalho, f lorescendo como 0 lirio e Iancando suas raizes
CO~O 0 cedro do Libano, cujos ramos estender-se-iam
etc. -, conclui, dizendo: "Quem e sabio para entender
essas coisas? E prudente, para cornpreende-Ias? Pais os
caminhos do SENHOR sao retos e os justos andarao por
eles; mas os transgressores neles cairao" (Os 14.9) ..
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- ..
[ ~ F [,l{LNt: 1i\S P H ./\· r j ( - , \ ~ I H . i ) (
Em alguns aspectos, e provavel que os escandalos
que agora acompanham a obra nao diminuam e, sim,
aumentem ..Provavelrnente, veremos rnais casas de apos~
tasia e iniquidade grosseira ern meio a cristaos professes.
Se urn tipo de pedra de tropeco for removido, pode-se
esperar que outros surgirao, Corn as obras de Cristo ocorre
o mesrno que acontecia com suas parabolas - as coisas
dificeis para as mentes obscuras dos homens lhes sao
atribuidas de proposito, a fim de lhes provar sua disposicao
e sensibilidade espiritual, e para que aqueles (Iue tern
pensamentos corruptos e espirito descrente, perverso e
contestador, "vendo, vejam e nao percebarn' (Me 4.12).
Aqueles que agora espcram para ver as consequencias
dessa obra acham que serao mais capazes de deterrnina-
l a depois ; provavelmente, porern, rnuitos estao enganados.
Os judeus que viram as milagres de Cristo esperavam ter
maiores provas de que elc era 0 Messias - eles queriam
urn sinal do ceu. Contudo, aguardaram em vao, pois suas
p ed ra s d e trope~o nao dirninuiram, mas, s im, aumentaram.Eles nao viam solucao para as dificuldades e) assim, tor-
navam-se cada vez rnais insensiveis em seu ceticismo.
Muitas pessoas que estavarn oranda par aquela gloriosa
reforma de que as Escrituras fa1am nao sabiam pelo que
oravam (como aconteceu com as judeus quando oravam
pela vinda de Cristo) e, quando chega a resposta a oracao,
nao a reconhecem nem recebem.
No fim, essa falsa prudencia, expressa por pessoas
que esperam tanto, antes de reconhecer a obra, provavel-
mente se revclara como a maior imprudencia, Em conse-
quencia, elas nao receberao parte alguma dessa bencao
tao sublime e perderao a mais preciosa oportunidade de
obter luz, gra~a e consolo divinos, dons celestiais e eternos
j:i concedidos por Deus na Nova Inglaterra. Enquanta a
fonte gloriosa e deixada aberta de Ulna forma tao mara-
vilhosa, com multidoes afluindo a ela e recebendo uma
rica provisao para as necessidades de suas alrnas, os ceticos
ficam a distancia, duvidando, admirando-se e nao rece-
bendo nada; e provavelmente continuarao assim ate que
esse precioso perfodo tcrmine. Realmente, e de espantarque aqueles que desconfiam de uma obra acompanhada
de manifestacces externas tao incomuns permanes:an1
assim firmes em suas diividas, sem se dar ao trabalho de
obter melhores informacoes, indo ao lugar onde esses
fatos foram observados, analisando-os minuciosamente e
pesquisando-os com cuidado, nao se contentando em
observar apenas dais ou tres casos nem descansando ate
que sejam totahnente esclarecidos pelo proprio testemunho.
Se esse caminho fosse seguido, creio que todos aqueles,
cujas mentes nao estao bloqueadas contra a conviccao,
seriam convencidos, Como erram os que se arriscam afalar com displicencia sabre essas coisas, baseando-se
somente em censuras incertas por parte de outras pessoas!
A admoestacao daquele judeu descrentc poderia ensina-
los a ter mais prudencia: "Afastai-vos destes homens e
deixai -as livrcs, pais se este projeto ou esta obra for dos
homens, se desfara ..Mas, se e de Deus, nao podereis
derrota-los; para que nao sejais achados cornbatendo
contra Deus' (At 5 ..38,39). Nao importa se 0 que foi
dito aqui e suficiente au nao para convence-Ios de que
essa obra e de Deus; ainda assim espero que, no futuro,
eles possam pelo menos dar ouvidos a advertencia de
Gamaliel mencionada acima. Dessa forma, eles nao iriam
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I 84 f
- .
IN rE i{ E\i( ~ L"-\~ PH_r\·rl(~"\S I 8 .5 I
refuta-Ia, nem diriam qualquer coisa que, mesmo indi-
retamente, pudesse Ihe trazer descrediro, a fim de que
nao sejam considerados opositores do Espirito Santo.
N enhum pecado e tao prejudicial e perigoso para as
almas dos homens quanto aquele cometido contra 0
Espirito Santo. E melhor falarmos contra Deus Pai, ou
o Filho, do que contra 0 Espirito Santo em suas ope-
racoes graciosas no coracao dos homens. Isso e 0 que
mais tende a excluir para sempre nossa alma das bencaos
das obras do Espfrito ..
Se ha alguem qu e resolutamente continua falando
sobre essas coisas com desprezo, eu pediria que tal pessoa
considere se nao esta cometendo 0 pecado imperdoavel.
Quando 0Espirito Santo e derramado de forma extensiva,
e as concupiscencias, a inditerenca e a hipocrisia humanas
sao censuradas por suas poderosas operacoes, esse e 0
momento mais provavel em que tal pecado pode ser
cornetido. No caso de a obra continuar, seria born que,
entre os muitos que se mostram contraries a ela, algunsnao cometessem esse pecado, se ninguem 0comcteu ainda.
Falta apenas Ulna coisa para que aqueles que maliciosa-
mente atacam e criticam a obra, chamando-a de obra do
Diabo, cometam 0 pecado imperdoavel: ataca-la, indo
contra suas corviccoes pessoais. Embora haja alguns que
sejam bastante cautelosos a ponto de nao atacar nem cri-
ticar abertamente a obra, ainda assim, porern, deve-se
temer - naquele dia em que 0 Senhor avancara tao glo~
riosamente contra seus inimigos - que muitos dos que
estao calados e inertes, especialmente se forem ministros,
atraiam a maldicao do anjo do Senhor sobre eles: ' 'A.ma1~
dicoai Meraz, diz 0 anjo do Senhor, amaldicoai seus
habitantes; pais nao vieram em socorro do Senhor., em
socorro do Senhor, contra os valentes'' (Jz 5.23).
Considerando-se que 0 Senhor desceu dos ceus e
manifestou-se de forma tao maravilhosa nesta terra, e imitil
esperarmos que nao seremos imensamente influenciados
par isso em nossa condicao e inclinacao espirituais, seja a
favor au contra a gra~a de Deus ..Os que nao ficarem mais.. .
felizes se sentirao bern mais culpados e desgracados. Esempre assirn. Um periodo que para algtlns se revela urn
ana aceitavel, por conceder bencaos aos que 0 acolhem e
aproveitam, mostra-se para outros urn dia de vinganca
(Is 61.2). Quando Deus envia sua Palaora, esta nao volta
vazia, muito menos seu Espirito. Quando Cristo estava na
terra, na regiao da Judeia , muitos 0 desprezaram e
rejeitaram; no fim, porern, sua presen<;a no mundo nao se
revelou como algo indiferente para cles. Deus fez com que
todo aquele povo sentisse que Cristo tinha estado entre
eles. Os que nao 0 sentiram para seu consolo, sentirarn-no
p ara se u grande pesar. Quando Deus simplesmente enviouo profeta Ezequiel aos f i lhos de Israel, clc declarou que,
ouvindo-o ou deixando de ouvi-Io, ainda assim haveriam
de saber que urn profeta estivera entre eles, ]a que Deus
apareceu de forma tao maravilhosa nesta terra, com muito
mais certeza podemos supor que ele t a r a com que todos
saibam que 0 supremo Senhor esteve na Nova Inglaterra.
3. Dirijo agora minha atencao aqueles que defendem
essa obra, tern participado del a e preocupam-se em
promove-la. Qyero adverti-los para que estejam sempre
atentos com si mesmos, a fim de evitarem erros, condutas
impr6prias ou qualquer coisa que possa denegrir e
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I 8() I .. V rH~)A~)r I R1\ oI \ I~/ \ I )( ) ESP 1 Itrr()h •
IN! Liu.r«~L\~ PH (\·rl(.:.\~ J s: I
obscurecer a obra, nao dando oportunidade aquelcs que
estao prontos para censura-la. 0ap6stolo Paulo tOlTIOU 0
cuidado de nao dar tal oportunidade a quem a desejava.
Ele tambern exortou Tito a manter-se muito atento e zelar
por si proprio, a tim de que tanto sua pregacao quanta
seu comportamento pudessem ser irrepreensiveis, "para
que todo adversario seja envergonhado, nao tendo como
nos criticar" (Tt 2.8). Precisamos ser prudentes como as
serpentes e simples como as pombas. Nos dias de hoje,
devemos comportar-nos de maneira inofensiva e cautelosa,
pois, do contrario, nao serao poucas as consequencias,
Devemos esperar que, em especial, 0 grande inimigo da
obra ira tentar-nos ao maximo e triuniara, se conseguir
prevalecer em qualquer coisa que nos cegue e corrompa.
Ele sabe que isso sera melhor para promover seus
propositos e interesses do que se prevalecer contra cern
outras pessoas. Precis amos vigiar e orar, pois somos apenas
criancinhas. Para 110S, esse leao que ruge e muito forte, e
essa velha serpente, muito ardilosa.Humildade, desconfianca de si rnesrno e uma total
dcpendencia de nosso Senhor Jesus Cristo serao nossa
melhor defesa ..Assim, mantenhamos a mais rigorosa
vigilancia contra 0orgulho espiritual au contra a exaltacao
devido a experiencias, consolos exrraordinarios e sublimes
grac;:asdos ceus que qualquer urn de nos possa ter reccbido.
Em especial, apos tais bencaos precisamos manter Ulna
severa e zelosa vigilancia sabre nosso coracao. Nao devem
surgir pensamentos de g16ria pessoaI a respeito do que
recebemos neln reflex6es altivas sabre nos mesmos, como
se agora nos tornassemos os santos favoritos, eminentes e
especiais do ceu, estancia 0 segredo do Senhor particu-
larmente conosco. N ao devemos presumir que nos, mais
do que todos, somos dignos de ser promovidos a condicao
de grandes instrutores e ccnsores desta geracao ma . 1 endo
urn alto conceito de nossa propria sabcdoria e discerni-
rnento, acabamos por assumir posturas de profetas ou
embaixadorcs cxtraordinarios dos ceus, ~ando Deus ± a z
supremas revelacoes a nossa alma, nao devemos brilhar
diante de 110SS()S pr6prios olhos. Ao conversar com Deus
no monte, ainda que seu rosto brilhasse tanto ofusc ando
as olhos de Arao e do povo, Moises nao resplandecia a
seus proprios oIhos: ~(... nao sabia Moiscs que a pele do
seu rosto resplandecia". Ninguem se considere livre dessa
presuncao espiritual, mesmo estanda em suas melhores
disposicoes mentais. Deus percebeu que 0 ap6stolo Pal110
(embora talvez 0mais eminente santo que ja existiu) nao
estava a salvo desse perigo, nem me s rno quando tinha
acabado de conversar COIn 0 Senhor no terceiro ce u (veja
2Corintios 12..7). A presuncao e a pior vibora do cora~ao;
foi 0primeiro pecado a entrar no universo,. permanecendopar baixo dos outros no alicerce da edificacao do pecado.
Em suas acoes, e a mais misteriosa, enganosa e insondavel
de todas as ambicoes, tendendo a intrometer-se em toda
e qualquer coisa. N ada e tao odioso a Deus e contrario anatureza do evangelho, nem tern consequencias tao peri-
gosas. Nenhum Dutro pecado permite tanto a entrada do
Diabo no coracao dos santos, expondo-os a s suas ilus6es.
J a observei isso em muitos casus e em santos eminentes,
odiabo entrava por essa porta, logo apos alguma experien-
cia sublime e comunhao extraordinaria com Deus, enga-
nando-os e desviando-os dolorosamente de seu caminho,
ate que Deus, em sua misericordia, abria seus olhos e os
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I N K 1-
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1~ . F E R E N (~ r _ " \ ~ I' 1\ i\- 1- 1 ( . J " -\ \ I 89 I
libcrtava. Depois disso, eles mesmos reconhcciam que
haviam sido traidos pela presun~ao.
Alguns verdadeiros amigos da obra do Espirito de
Deus erraram ao dar demasiada atencao a impulsos e tortes
impressoes da mente" como se fossern sinais diretos do
ceu sabre alguma coisa que deveria acontecer ou que Deus
queria que eles fizessem - alga que nao seria indicado
ou revelado em lugar algum c ia Biblia sem tais impulsos ..
Essas impressoes, sc realmente vern do Espirito de Dells,
sao de natureza bern diferente de sua grat;a cornum encon-
trada no coracao dos santos. Elas tern a natureza dos dons
extraordinarios do Espirito; mais exatamente, constituem
a inspiracao demonstrada pelos profetas, apostolos e outros
hornens da antiguidade, as quais Paulo distingue da grafa
comum do Espirito (ICorintios 13) ..
Urna razao pela qual alguns tendem a enfatizar
dernais esses impulsos e a ideia que fazem cia gloria dos
dias felizes que se aproximam: eles acreditam que sera,
em parte, a restauracao daqueles dons ex t raord indr io s doEspiriro. Creio que essa opiniao se deve urn pouco a falta
de lima consideracao adequada e de uma cornparacao da
natureza e valor daqueles dois tipos de iniluencia do Espi-
rito, isto e , as comuns e pr6prias da gra<;a e as extraor-
dinarias e miraculosas. As primeiras sao, em muito, as
mais excelentes e gloriosas, como Paulo mostra em varias
passagens de seus escritos .. Ao falar dos dons extraor-
di.nari os do Espirito, ele diz: "Procurai com zelo as
melhores dons. E agora vas mostrarei U1TI caminho muito
superior" (lCo 12.31), ou seja, 0 caminho mais excelente
da influencia do Espirito, No capitulo seguinte, Paulo
mostra que esse "carninho sobremodo excelente' e mesmo
a gras:a do Espirito, que consisre, em poucas palavras, na
caridade au amor divino. Ao fango de todo a capitulo,
de mostra a grande preferencia da graya sabre a inspiracao,
Deus transmite sua propria natureza a alma, mediante a
gra{fl salvffica no coracao, rnais do que por meio de todos
as dons miraculosos. A imagem bendita de Dells consiste
na grafa e nao nos dons. A excelencia, felicidade c gloria
cia alma estao na gra~a, uma raiz que produz frutos
infinitamente superiores ..A salvacao e 0 desfrutar eterno
de Deus estao prometidos a gra<;a divina, mas nao ainspiracao. Um homem pode ter dons extraordinarios e,
mesmo assim, ser aborninavel perante Deus e ir para 0
inferno. A vida espiritual e eterna cia alma consiste na
gra~a do Espirito, que Deus confere somente a seus filhos
amados, Algumas vezes, ele tern conferido dons como se
fossem para cachorros e pareos, como fez para Balaao,
Saul, Judas e outros que, nos primeiras tempos da igreja
crista, cometeram 0 pecado imperdoavel (Hb 6). N) dia
do juizo, muitos homens perversos irao suplicar: "Senhor,Senhor , nos nao profetizamos em teu nome? Em teu nome
nao expulsarnos demonios? Em teu nome GaO fizemos
muitos milagres?" (Mt 7.22). 0 maior privilegio dos
profetas e apostolos nao foi 0 fato de terem sido inspirados
e haverem operado milagres, mas sirn sua santidade
notavel, A gra<;apresente em seus coracoes consistia mil
vezes mais em dignidade e honra do que em seus dons de
milagres. Nao vcmos Davi se conformando com sua
posicao de rei ou profeta, mas sirn com a santa influencia
do Espirito de Deus em seu coracao, transmitindo-lhe
luz divina, arnor e alegria. Mais do que todos os outros
apostolos, Paulo tinha uma quantidade enorme de visoes,
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I v o II l)1 I
revelacoes e dons de milagres. Todavia, ele considerava
tudo como perda em comparacao com a excelencia do
conhecimento espiritual de Cristo. A verdadeira prova
de que as nomes dos apostolos estavam escriros no ceu
nao consistia em seus dons, mas sim na gra~a que haviam
recebido. E por isso que Cristo as leva a exultarem, muito
mais do que se tivessem submetido dem6nios a seus pes.
Possuir a grac;a no coracao e urn privilegio ainda mais
sublime do que aquele da propria Virgem, que teve 0
corpo da segunda pessoa da Trindade concebido em seu
ventre, quando 0poder do Supremo a envolveu: "Enquan-
to ele dizia essas coisas, uma mulher entre a multidao
levantou a voz e lhe disse: Bem-aventurado 0 ventre que
te gerou e as seios que te amamentaram. Mas ele rcspon-
deu: Antes, bem-aventurados as que ouvem a p ala vra d e
Deus e a praticam" (Lc 11.27,28; veja rambern Mateus
12.47ss.). A influencia do Espirito Santo, ou do amor
divino no coracao, e 0maior privilegio e a gloria do mais
supremo arcanjo dos ceus. Na verdade, esse e a meio peloqual uma criatura tern comunhao com 0 proprio Deus,
com 0 Pai e com 0 Filho, em sua beleza e fel icidade. Por
meio do Espirito, as santos participam da natureza divina,
e 0 gozo de Cristo e neles consurnado.
As intluencias santificadoras comuns do Espirito de
Deus sao a jinalidade de todos as dons extraordinarios,
como a ap6stolo mostra, em Efesios 4.11-13. 0 unico
merito que elas tern e 0 de estarem subordinadas a ta l
firn. Se nao fosse assim, dificilmente trariarn algum
proveito; pelo contrario, somente agravariam a desgrac;:a
das pessoas. Como 0 ap6stolo observa, esse e 0 caminho
sobremodo excelente que Deus usa para transmitir seu
Espirito a igreja. E a mais suprema gloria da igreja visivel
em todos os tempos, senda a que a torna mais parecida
com a do ceu, quando as profecias, Iinguas e outros dons
de milagres cessam. Deus transmite seu Espirito somente
por meio daquele "caminho sobremodo excelente" de que
fala 0 apostolo, au seja, a caridade, ou amor divino, que
"jamais acaba" ..Portanto, a gloria do estado de felicidade
que se aproxima para a igreja nao requer de forma alguma
esses dons extraordinarios, Como essa condicao da i gr ej a
sera a mais semelhante a seu estado perfeito no ceu, cntao
creio que nela todos os dons extraordinarios terao cessado
e desaparecido. Todas as estrelas e a lua, que refletem a
luz a noire, serao tragadas pelo sol do amor divino. Paulo
fala desses dons de inspiracao como coisas infantis, se
comparadas a influencia do Espirito no arnor divino. Os
dons sao concedidos a igreja somente para apoia-la durante
sua menoridade, ate que seja detenninada uma regra esravel
e completa, e todos os meios comuns da gra~a sejam
estabelecidos. A medida que a igreja avanca para a maio-ridade, porem, eles deverao cessar: ('~ando eu era
crianca, pensava como crianca; mas, assim qlle cheguei a
idade adulta, acabei com as coisas de crianca" ( ICo 13.11).
Compare esse versiculo com os tres anteriores.
Aqui, ao falar da interrupcao de profecias, linguas e
revelacoes - quando a igreja crista passar do estado de
menoridade para 0 de maioridade - a ap6stolo parece
referir-se tanto a este mundo quanta ao ceu, pais fala de
uma condicao na qual a fe, a esperan~a e 0 arnor perma-
necerao depois que milagres e revelacoes desaparecerern.
Veja 0 ultimo versiculo: "...agora permanecem (menei,
restam} estes tres: a fe , a esperans:a e 0 amarH. A maneira
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, 92 I
como Paulo fala revela Ulna referencia evidente aquila que
ele dizia antes. E aqui 1 1 a uma clara antitese entre este
permanecer e aqueles extinguir, stlenaar e desaparecer; do
versiculo 8. 0 apostolo mostrara como todos aqueles dons. . . . . . . . . . .
de inspiracao, nos qUaIS a 19reJa cnsta se apOlava em sua
infancia, deveriam passar quando ela chegasse a rnaioridade.
Entao, ele volta para ver 0 que pennanece depois que tais
coisas acabarem e cessarem; e observa que tres coisas
perrnanecerao na igreja, a saber, a fe, a esperan«;a e 0 amort
Portanto,o estado adulto de que Paulo fala e 0mais perfeito
ao qual a igreja chegara na terra, especialmente nos ultimos
dias do mundo. Isso foi dito com bastante propriedade a
igreja de Corinto, por duas razoes: primeira, porque 0
apostolo ja havia dito aquela igreja que eles eram como
criancas (leo 3.1,2); e segunda, porque aquela i gr ej a, ma is
do que todas as outras, parecia abundar em dons de
milagres. Quando chegar a tao esperada condicao gloriosa
da igreja, a iluminacao crescera tanto que, de a lguma forma,
correspondera ao qlle foi dito no versiculo 12: "...veremosface a foce" (veja tambern Isaias 24.23 e 25.7).
Portanto, nao espero uma restauracao desses dons de
milagres nos tempos gloriosos cia ig rc ja q ue virao e nem a
desejo. Parece-me que isso nao acrescentaria nada a gloria
daqueles tempos; antes, poderia ate reduzi-la. De minha
parte, preferiria desfrutar durante quinze minutos das
influencias comuns do Espirito - mostrando-me a divina
beleza espiritual de Cristo, sua infinita gra~a e seu amor
sacrificial,. cstimulando 0 santo exercicio da fe , do amor
divino, da arnavel benevolencia e do humilde regozijo em
Deus - a ter vis5es e revelacoes profeticas 0 3110 inteiro.
Creio que e muito mais provavel que Deus desse revelacoes
imediatas a seus santos nos tempos obscuros dos profetas
do que agora, quando se aproxima 0mais glorioso e perfeito
estado de Sua igreja na terra. Nao acredito que haia alguma
necessidade daqueles dons extraordinirios para que essa
condicao de felicidade seja introduzida e 0 rcino de Deus
seja estabelecido por toda a terra. ]a vi 0 suficiente do
poder do Senhor de modo muito excelente para me coo-
veneer de que ele pode fazer isso com facilidade, sem a
presens:a dos dons.
Assim, eu rogaria ao povo de Deus que seja muito
cauteloso quanta a maneira como considera tais coisas ..
Tenho visto pessoas se enganando em muitos casos. Sei
tambern, par experiencia propria, que, mesmo quando
santos verdadeiros, homens verdadeiramente eminentes,
recebem impressoes com muita intensidade - ainda que
em meio a extraordinarias praticas da gras:a e a uma
comunhao agradavel com Deus, havendo textos das
Eserituras fortemente ftxados em suas mentes -, isso
nao e urn sinal segura de que se trata de uma revelacao
do ceu. Conheyo alguns casos em que influencias acorn-
panhadas de todas essas circunstancias foram urn fracasso.
Aqueles que abandonam a palavra segura da profeeia -
que Deus nos deu como uma luz que brilha na escuridao
- para seguir tais impressoes e impulsos abandonam a
orientacao de urn farol para seguir u m fo g o transitorio.
N ao e adminivel, portan to, que as vezes essas pessoas sejam
levadas a cometer exageros.
Alem disso, posto que a inspiracao nao tern hora
marcada -para aparecer, n ao d e sp re z er no s 0 e st ud o b um an o.
Aqueles que afirmarn que ta l empenho resulta em poueoau nenhum beneficia na obra de urn ministro nao retleti-
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I 0.~· E I{ !~~( . i i\S 1 . 1R / \ . !- ( ~ i\~ J 95 J
ram bern sobre 0 que estao dizendo. De Dutra forma, nao
diriam isso. Par estudo humano, eu entendo, e suponho
que ha quem concorde comigo, 0 aperfei<;oamento do
conhecimento comum por meios humanos e materiais.
Dizer a partir disso que 0 estudo e inutil e como afirmar
que a cducacao de uma crianca ou as conhecimentos que
urn adulto vern a ter depois da infancia nao tenham valor.
Se Fosse assim, urn menino de quatro anos estaria tao
preparado para se r urn mestre na igreja de Deus quanta
urn homem muito sabio de trinta anos de idade, possuindo
o rnesmo grau de gra~a e a mesma capacidade de trabalhar
para 0 desenvolvimenta do reino de Deus por meio de
sua instrucao, Se os adultos tern mais habilidade e capa-
cidade para prestar services, porque possuem mais
conhecimentos do que uma crianca pequena, entao e16gico que, se a essa sabedoria Fosse acrescentado 0mesmo
grau de gras:a, des teriam ainda mais habilidade e
capacidade. 0 aperfeis:oamento da sabedoria sem duvida
aumenta a capacidade de urn homem fazer tanto 0 bern
quanto 0 mal, de acordo com sua disposicao. 0 fato de
que Deus fez grande usa do estudo humane em Paulo,
Moises e Salornao e muito evidente para ser negado.
Se 0 conhecimento adquirido por meios humanos
nao deve ser desprezado, entao esses meios, isto e , 0 estudo,
tambem nao devem ser negligenciados, sendo de grande
valor para 0 preparo da instruciio publica dos outros.
Algumas vezes, ter 0 coracao repleto de influencias
poderosas do Espirito de Deus pode capacitar as pessoas
a falarem proveitosamente, e ate com excelencia, sem ter
estudo algum. Contudo, isso nao justifica0
fato de noslancarrnos desnecessariamente do alto do pinaculo do
temple, crendo que 0 anjo de Deus nos sustentara e evitara
que nos choquemos contra uma pedra, quando existc Dutro
caminho para descermos, ainda que nao seja tao rapido.
Eu rogaria ainda que 0 metodo, que tanto ajuda a
cornprcensao e a memoria, nao seja totalmente desprezado
nas prelecoes ern publico.
Dutra coisa que eu pediria qlle os amados filh{)s de
Deus considerassem com muita atencao e ate onde, e sabre
quais fundamentos, as regras das Escrituras Sagradas
podem realmente justificar sua atitude de censura com
relacao a outros cristaos professos, chamando-os de
hip6critas e ignorantes da verdadeira religiao. Todos nos
sabemos qtlC existe urn tipo de julgamento e censura que
nos foi proibido pela Biblia com muita frequencia e rigor.
Gostaria que tais regras das Escriruras fossem examinadas
e analisadas detalhadamente. Desejo tambem que
consideremos se 0fato de nos basearmos nelas para avaliar
a condicao dos outros - e para proferir sentenca sabre
eles como pessoas perversasJ ainda qlle sejam cristasprofessas e seu testemunho seja visivelmcnte born -- nao
foi de fato vetado por Cristo no Novo Testament(l. Se for
assim, entao sem duvida os discipulos de Cristo devem
evitar tal pratica, por mais que se julguem capazes para
isso ou par mais necessaria ou bern intencionada que a
considerem. Sabemos que 0julgamento dos coracoes dos
filhos dos homens, muitas vezes aludido como 0 grande
privilegio de Deus, e alga que pertence somente a ele:
''. . ..perdoa e age, retribuindo a cada urn conforrne todo 0
seu proceder, segundo vires no coracao, S6 tu conheces 0
coracao de todos os f i lhos dos hornens' ( IRs 8.39). Se
examinarmos,. iremos verificar que esse julgamento
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considerado prerrogativa de Deus se relaciona nao s o a sintencoes e disposicoes do corat;ao dos homens em atos
especificos, mas principalmente ao estado do coracao com
relacao it sua contissao quando professam uma religiao,
Isso se mostra bern claro no exame dos seguintes textos:
ICronicas 28.9; Salma 7.9-11 e todo 0 26; Proverbios
16.2; 17.3; 21.2; J 6 2.23- 25; e Apocalipse 2~22)23~0
tipo de julgamento que pertence somente a Deus nos foi
proibido, como vemos nestas passagens: "Qyem es tu,,/>
que julgas 0 servo alheio? E para seu proprio senhor ( _ l u e
ele esta em pe au cai .. tn(Rm 14~4);"Ila urn 56 legislador
e juiz, aquele que pode salvar e destruir ..Mas quem e s tu,
q ue ju lg as 0 proximo?" (Tg 4t12); e "No entanto, pOlleo
me importa se sou julgado por vos, au por qualquer
tribunal humano; de fato, nem eu julgo a mim mesmo.
Pais, embora eu esteja consciente de que nao ha nada
contra mim, nem por isso me justifieo, pois quem me
julga e 0Senhorn (leo 4.3,4).
Illsisto, qualquer que seja 0 tipo de julgamento, estesera realizado nas atividades do dia do juizo; e alga
proibido para nos, conforme lemos em lCorintios 4.5:
"Portanto, nada julgueis antes do tempo, ate que venha 0
Senhor, 0 qual nao 56 trara a luz as coisas ocultas das
trevas, mas tambem manifestara os motivos dos coracoes,
Entao cada urn recebera seu reconhecimento da parte de
Deus". Distinguir entre os hipocritas, que tern aparencia
de piedade e uma vida exterior de homens picdosos, e os
verdadeiros santos - au separar as ovelhas das cabras -
e um oficio proprio do dia do juizo. De fato, e ilustrado
como a principal atividade e prop6sito daquele dia.
Portanto, cometem urn grande erro aqueles que com
firmeza assurncm a tarefa de determinar quem e sincere e
quem nao e , achando qlle pOdClTI tracar uma linha divis6ria
entre os santos verdadeiros e os falsos, separar as ovelhas
das cabras - posicionando umas a sua direita e as outras
:lsua esquerda - e distinguir e arrancar 0 joio em meio
ao trigo. Muitos dos servos do dono do campo tendem a
se considerar aptos para isso e estao muito dispostos a
oferecer seus services para esse fimt Mas seu Senhor Ihes
diz: "N ao, para que, ao tirar 0 joio, nao arranqueis com
ele tambern 0 trigo. Deixai ambos crescerem juntos ate a
colheita"; so entao de lhes ordenara que facam uma
separacao segura e cornpleta (Mt 13,28-30). Essa
passagem esta de acordo com a proibicao do ap6stolo,
mencionada anteriormentc: " ... nada julgueis antes do
tempo". N a parabola acima, os servos que tomam conta do
fruto do campo, sem diivida, correspondem aos que cuidam
da vinha, em Lucas 20, e aos que em outras passagens sao
representados como servos do Senhor da colheita,
designados como trabalhadores em sua colheita ..Sabemosque estes sao ministros do evangelho. Aquela parabola do
capitulo 13 de Mateus agora esta consumada: £'• • • enquanto
os homens dorrniam"; isto e , durante urn Iongo periodo de
sonolencia e inatividade da igreja~ "veio 0 inimigo dele,
semeou 0 joio no meio do trigo, e retirou -se", Agora e 0
momenta "quando a erva cresceu" e a religiao esta desper-
tando. Agora alguns servos que cuidarn do campo dizem:
"Quercs qu e vamos e arranquemos 0 joio?".
Entre os que supoem ter alguma experiencia do
poder da re1igiao, sei que hi uma grande tendencia de se
julgarem aptos para discernir e definir a condicao dos
outros, mediante uma breve conversa com eles. Contudo,
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a vivencia mostrou-me que isso e urn erro. Outrora, eu
nao imaginava que 0 coracao do homem fosse tao
inescrutavel aSSilTI. Hoje sou menos indulgente e menos
severo do que no passado ..Vejo hoje que hi mais coisas
em urn homcm perverso, capazes de sirnular e fazcr uma
demonstracao razoavel de piedade. Encontro tambern mais
maneiras pelas quais os vcstigios de corrupcao nos piedosos
podem fazer com que pare~am homens carnais, formalistase hipocritas inertes. Quanto mais eu vivo, menos estranho
o faro de Deus estar declarando que e prerrogativa dele
provar os coracoes dos filhos dos homens e que ele ordena
que essa acao seja deixada para 0 dia do juizo. Gostaria
de louvar a sabedoria de Deus e sua bondade para camigo
e meus irrnaos, ao nao confiar essa grande tarefa a uma
criatura tao pobre, fraca e miope - urn ser com tanta
cegucira, orgulho, parcialidade, preconceito e falsidade
no coracao. Antes, ele entregou 0juizo nas maos de alguem
inflnitamente mais preparado e fez russo sua prerrogativa.
A conversa de algumas pessoas e 0 relato que daode suas experiencias sao rcalrncnte suficientes para negar
e descartar a ideia de que nao sao filhos preciosos de
Deus ..Isso 110S obriga, e ate for<;a, a viver 0 amor total.
Contudo, devemos dar a s Escrituras seu devido valor
quando dizem qlle, em um santo, tudo 0 que pertence avida espiritual e divina esta oculto (C13.3,4). Seu alimento
e 0mana escondido, e os que sao de Deus tern para comer
algo que os outros desconhecem ..Urn estranho niio pode
participar de suas alegrias. 0 coracao dentro do qual se
encontrarn ornamcntos divinos e distintos e 0 hornem
interior, exclusivamente a vista do Senhor, como vemos
em IPedro 3..4. Com excecao de quem 0 recebe, seu novo
nome, dado par Cristo, nao e conhecido par nenhum
homem (Ap 2.17). 0 louvor dos verdadeiros judeus, cuja
circuncisao e do coracao, nao provern de homens, mas de
Deus (Rm 2.29); ou seja, eles certamente podem ser
conhecidos e discernidos par Deus como verdadeiros
israelitas, de forma que recebem somente de Deus a honra
que lhes pertence. Isso pode ser visro no uso que 0apostolo
faz de uma expressao semelhante, em lCorfntios 4.5. Ali,ele fala que ju lga r as que sao cristaos justos e exclusividade
de Deus, 0que ele fara no dia do juizo, e "acrescenta:
"Entao cada urn recebera seu reconhecimento da parte
de Deus".
o caso de Judas e digno de nota. Embora tivesse
estado tanto tempo entre os outros apostolos, todos des
com uma experiencia genuina, ainda assim seus colegas
nunca pareceram imaginar que ele nao fosse um verda-
deiro discipulo, ate que 0 proprio Judas se revelou par
meio de sua conduta escandalosa. A historia de Aitoftl
tarnbem e bastante notavel, Mesm() sendo tao sabio, santoe urn hornem de !)eus com tanta intimidade com as
Escrituras, Davi nao suspeitava de Aitofel~ Davi sabia
mais do que todos seus mestres e anciaos. Havia crescido
em experiencia e estava no auge de seu born juizo. Era
urn grande profeta e conhecia muito bern Aitofel, pais
este era amigo da familia e cornpanheiro pessoaI em
assuntos religiosos e espirituais. Todavia, alern de nunca
ter descoberto que Aitofel era urn hipocrita, Davi ainda
confiava nele como urn verdadeiro santo. Apreciava sua
conversa religiosa, que the era doce, e considerava-o urn
santo notavel; acima de qua1quer Dutro homem, fez dele
seu guia e conselheiro nos assuntos da alma. Contudo,
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Aitofel nao so nao era nenhum santo como tambern era
urn homern notoriamente mau, urn assassino, vil e
miseravel. Veja esta passagem: "Ha destruicao no seu
interior; opressao e fraude nao se afastam das suas ruas.
Nao e um inimigo que me afronta; isso eu poderia suportar,
Nem e urn adversario que me menospreza, porque dele
eu poderia me esconder. Mas es tu, meu colega, meu
companheiro e amigo intima. Juntos tivemos momentos
agradaveis; caminhavamos com a multidao para a casa
de Deus" (Sl 55.11-14).
Hi uma incoerencia no fato de supar que os homens
tern capacidade e direito de determinar a condicao das
almas de cristaos professos e assim fazer uma clara
separacao entre santos e hip6critas, colocando os santos
verdadeiros em determinado grupo e os falsos em outro,
separados por uma divisao imposta pelas pr6prios homens.
Is50 implicaria que Deus teria dado aos homens poder
para edificar Dutra igreja visivel dentro da sua, j:i que se
entendem par cristaos ou santos visiveis as pessoas quetern direito de ser recebidas como tais, com arnot, aos
olhos do publico .. Ninguern esta autorizado a excluir
qualquer pessoa dessa igreja visivel, se nao for mediante
os procedimentos eclesiasticos regulares estabelecidos por
Deus. Peco aqueles que tern verdadeiro zelo pela
propagacao dessa obra de Deus que considerem bern tais
coisas. Estou convicto de que, se nao me dao ouvidos
agora, muitos dos que lidam com as almas serao da mesma
opiniao quando tiverem mais experiencia,
Outra coisa que eu gostaria de suplicar aos zelosos
defensores dessa acao de Deus e que evitem discuss6es
muito fervorosas com seus opositores, demonstrando urn
zelo baseado na ira. Especificamentc, ern suas ora~oes e
pregacoes publicas nao insist am muito na perseguicao
aos inimigos ..Mesmo que a opressao deles Fosse dez vezes
pior, creio que nao seria melhor falar tanto sabre isso. Sc
e apropriado para os cristaos serem como cordeiros,
incapazes de reclamar e gritar quando sao feridos, assim
tambem e adequado que fiquem mudos e nao abram a
boca, seguindo 0 exemplo de nosso amado Redentor, nao
agindo como pareos, prontos para gritar quando sao
tocados. Nao deveriarnos estar tao dispostos a pensar e
falar de fogo do ceu quando as samaritanos se op6em a
nos e nao nos recebcm em suas cidades ..Os ministros de
Deus zelosos fariam bern em considerar a ordem que 0
apostolo Paulo deu a urn fervoroso ministro: "Ao servo
do Senhor nao convcm discutir, mas, peIo contrario, deve
ser amavel para com todos, apto para ensinar, paciente,
corrigindo com mansidao os qlle resistem, na esperan~a
de que Deus lhes conceda 0 arrependimento para
conhecerem plenamente a verdade, e que se libertem daarmadilha do Diabo, par quem haviam sido presos para
cumprirem a sua vontadc' (2Tm 2.24~26) ..
Humildemente, gostaria de fazer uma recornendacao
aos que amam 0 Senhor Jesus Cristo e desejam promover
seu reino: que deem especial atencao aquela excelente
advertencia de prudencia que Cristo nos deixou: "Ninguem
poe remendo de pano novo em roupa velha, pais 0
remendo rasgara parte da roupa, e 0 rasgo ficara rnaior.
Nem se poe vinho novo em recipiente de COUIO velho; do
contrario se rompem, derrama-se 0vinho, e as recipientes
se perdem; mas poe-so vinho novo em recipiente de couro
novo, e assim ambos se conservam" (Mt9..16,17)..Receio
f·!:..
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que hoje haja vinho sendo derramado em algum lugar da
terra por falta de atencao a essa regra, pais, embora acrediteque nos limitarnos demais a certos metodos e proce-
dimentos pre-estabelecidos ao tratar de assuntos religiosos
- 0 que tende a degenerar toda nossa religiao, trans-
torrnando-a em mera formalidade -, ainda assim qualquer
coisa que tenha a aparencia de grande inovacao, vindo
possivelmente a chocar e surpreender a mente humana,
gerando falat6rios e discussoes, tambem tende muito a
inibir 0 avans:o do poder da religiao, Is50 desperta a
oposicao de uns, desvia a mente de outros e confunde
inumeras pessoas, devido a duvidas e inquietacoes que
surgem. Faz tarnbern com que as pessoas se afastem de
sua grande tarefa e entrem en1 disputas vas. Portanto, a
menos que por sua propria natureza seja algo de consi-
deravel importancia, tudo 0 que estiver muito alern da
pratica cornum deve ser evitado. Nisso, seguiremos 0exem-
plo de alguern que foi muito bem-sucedido na proclamacaodo pader da religiao: "...para os judeus, tornei-rne judeu,
para ganhar os judeus. Para os que estao debaixo da lei,
como se eu estivesse debaixo da lei (embora eu nao esteja),
para ganhar os que estao debaixo da lei. Para os que esrao
sem lei, como se estivesse sem lei (nao estanda sem leipara com Deus, mas debaixo da lei de Cristo), para
ganhar as que estao sem lei. Para os fracos tornei-me
fraco, para ganhar as fracas. Tornei-me tudo para com
todos, para de todos os meios vir a salvar alguns. Fa< ;o
tudo por causa do evangelho, para dele me tornar c()par-
ticipante" (lCo 9.20-23).