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FECHAMENTO AUTORIZADO PODE SER ABERTO PELA ECT A Serviço das Comunidades Impresso Especial 9912259129/2005-DR/MG CORREIOS MITRA JORNAL DA DIOCESE DE GUAXUPÉ | ANO XXX - 292 | MARÇO DE 2014 Tempo de converter os passos pelo caminho. É missão! As Santas Missões Populares chegaram à Diocese. Começam as preparações para seu itinerário Tempo de Fraternidade. É libertação! Fraternidade e Tráfico Humano. “É para a Liberdade que Cristo vos libertou” (Gl 5, 1) “Queridos irmãos e irmãs, possa este tempo de Quaresma encontrar a Igreja inteira pronta e solícita para testemunhar, a quantos vivem na miséria material, moral e espiritual, a mensagem evangélica, que se resume no anúncio do amor do Pai misericordioso, pronto a abraçar em Cristo toda a pessoa. E poderemos fazê-lo na medida em que estivermos configurados com Cristo, que Se fez pobre e nos enriqueceu com a sua pobreza. A Quaresma é um tempo propício para o despojamento; e far-nos-á bem questionar- nos acerca do que nos podemos privar a fim de ajudar e enriquecer a outros com a nossa pobreza. Não esqueçamos que a verda- deira pobreza dói: não seria válido um despojamento sem esta dimensão penitencial. Desconfio da esmola que não custa nem dói.” Mensagem do Papa Francisco para a quaresma

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A Serviço das Comunidades

ImpressoEspecial

9912259129/2005-DR/MG

CORREIOSMITRA

JORNAL DA DIOCESE DE GUAXUPÉ | ANO XXX - 292 | MARÇO DE 2014

Tempo de converter os passos pelo caminho. É missão!As Santas Missões Populares chegaram à Diocese. Começam as preparações para seu itinerário

Tempo de Fraternidade. É libertação!Fraternidade e Tráfico Humano. “É para a Liberdade que Cristo vos libertou” (Gl 5, 1)

“Queridos irmãos e irmãs, possa este tempo de Quaresma encontrar a Igreja inteira pronta e solícita para testemunhar, a quantos vivem na miséria material, moral e espiritual, a mensagem evangélica, que se resume no anúncio do amor do Pai misericordioso, pronto a abraçar em Cristo toda a pessoa. E poderemos fazê-lo na medida em que estivermos configurados com Cristo, que Se fez pobre e nos enriqueceu com a sua pobreza. A Quaresma é um tempo propício para o despojamento; e far-nos-á bem questionar-nos acerca do que nos podemos privar a fim de ajudar e enriquecer a outros com a nossa pobreza. Não esqueçamos que a verda-deira pobreza dói: não seria válido um despojamento sem esta dimensão penitencial. Desconfio da esmola que não custa nem dói.”

Mensagem do Papa Francisco para a quaresma

Dom José Lanza Neto

2 3Jornal Comunhão - A Serviço das Comunidades Março/2014

Editorial Opinião

A Voz do Pastor

ExpedienteDiretor geralDOM JOSÉ LANZA NETOEditor e Jornalista Responsável PE. GILVAIR MESSIAS DA SILVA - MTB: MG 17.550 JPRevisãoMYRTHES BRANDÃOProjeto grá�co e editoração BANANA, CANELA E DESIGN - www.bananacanelaedesign.-com.br - (35) 3713-6160Tiragem3.950 EXEMPLARES

ImpressãoGRÁFICA SÃO SEBASTIÃO

IlustraçãoMARCELO A. VENTURA

RedaçãoPraça Santa Rita, 02 - Centro CEP. 37860-000, Nova Resende - MGTelefone(35) 3562.1347E-mail [email protected] Artigos assinados não representam necessariamente a opinião do Jornal.Uma Publicação da Diocese de Guaxupéwww.guaxupe.org.br

Devemos ter sempre a coragem e a alegria de propor, com respeito, o encontro com Cristo, fazendo-nos portadores do seu Evangelho. Jesus fez-se homem para nos indicar o caminho da salvação e confiou-nos

também a missão de dar a conhecer esta salvação a todos os homens, até aos confins da terra. Muitas vezes, verificamos que a violência, a mentira, o erro são propostos e colocados em evidência. É urgente mostrar ao nosso tempo a vida do Evangelho, através do anúncio e do testemunho e isto, desde já, no interior da Igreja.

Nesta perspectiva, é importante nunca esquecer o princípio fundamental de cada evangelizador: não se pode anunciar Cristo sem a Igreja. Evangelizar nunca é um ato isolado, individual, privado, mas sempre eclesial.

Mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial das Missões 2013

Como todo ano, a Igreja traz à luz da Palavra de Deus uma reflexão séria que possibilita resultar em ações concretas quanto a situações que ferem a dignidade do ser humano e que pecam contra os en-sinamentos de Deus. Faz-nos lembrar de que Jesus veio ao mundo para que todos tenham vida e a tenham em abundância.

Neste ano, vem ao nosso encontro a situação prisioneira em que vivem muitos de nossos irmãos e irmãs.

Essas situações não estão longe de nós; estão em nossa diocese, em nossa cidade e talvez, até mesmo em nossa paróquia.

CausasDentre as principais causas do tráfi-

co de pessoas estão a pobreza e as desi-gualdades sociais, a falta de perspectivas, a carência de empregos, o baixo grau de escolaridade, a discriminação, a violência contra a mulher e a criança, instabilidades políticas, econômicas e sociais.

Muitos vivem presos em um sistema que os obriga a viver, trabalhar e até mes-mo se calar, enquanto se encontram em situações precárias. Devemos ter um olhar amoroso e, se preciso, denunciá-las.

Valendo-se da fragilidade, da pobreza e das condições em que muitos vivem, as redes criminosas de tráfico facilitam o ali-ciamento com falsas promessas, iludindo mulheres, homens, crianças, adolescentes e jovens com uma vida sonhada por eles. Na realidade, serão explorados em ativida-des contra a própria vontade e por meios violentos, na maioria das vezes, sem uma perspectiva de saída ou de libertar-se des-sas amarras.

A Organização das Nações Unidas define o tráfico humano como “o recru-tamento, o transporte, a transferência, o alojamento ou o acolhimento de pesso-as, recorrendo à ameaça ou uso da força ou a outras formas de coação, ao rapto, à fraude, ao engano, ao abuso de autorida-de ou à situação de vulnerabilidade ou à entrega ou aceitação de pagamentos ou benefícios para obter o consentimento de uma pessoa que tenha autoridade sobre outra para fins de exploração”, nos termos do chamado Protocolo de Palermo. Numa definição mais simplificada, consiste no aliciamento e no transporte de seres hu-manos, utilizando-se de formas de coer-ção como a força, a fraude, o abuso da si-tuação de vulnerabilidade ou outras, com o propósito de explorá-los. Desse concei-to, é possível extrair as principais fases do tráfico de pessoas, quais sejam, o recruta-mento, o transporte e a exploração.

Citamos aqui a prostituição como meio de sobrevivência e que aprisiona, em sua maioria, as mulheres, tirando delas o direito de serem respeitadas, de amar e ser amadas, de constituir uma família, ins-talando assim, na pessoa, uma marca de

Estamos nos adentrando na gran-de temática das “Santas Missões Populares”(SMPs). Cresce, em todo território nacional e mesmo em ou-tros países da América Latina e Ca-ribe, esta modalidade missionária. É o grande apelo do documento de Aparecida para que, em sua essência estrutural, aconteça a Nova Evangeli-zação - a Missão Continental – o Esta-do Permanente de Missão. Ninguém duvida que a inspiração provém do Espírito Santo. Para qualquer grande empreendimento, faz-se necessário verificar as possibilidades humanas, materiais e mesmo espirituais.

Tivemos em fevereiro o encon-tro marcante com o “pai”, o “papa” das Santas Missões Populares, Pe.

O tempo é favorável... Favorável por-que se inicia agora a Quaresma. Favorá-vel porque o caminho quer se abrir. E a conversão sempre abre espaços fecha-dos. Tempo forte de evangelização. De muita beleza. O povo tem sede, quer a fonte. As igrejas são procuradas. Há um propósito de se atravessar os desertos, de chegar ao outro lado, de encontrar nova terra, de atingir pontos mais ele-vados. A Quaresma provoca o desejo do sagrado, o encontro de si mesmo, faz espelho à realidade humana. Anuncia o eco que poucos ouvem, através da Cam-panha da Fraternidade. Fraternidade e tráfico humano. “É para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5, 1).

Luiz Mosconi, grande incentivador e entusiasta, que nos propôs metas e diretrizes importantes para a implan-tação em nossa diocese. Creio que as Santas Missões Populares sejam grande passo para a revitalização de nossas comunidades paroquiais – descentralização, setorização..., cada qual dentro de sua realidade, promovendo grupos, comunidades fraternas e solidárias.

Em relação às Missões, já tivemos muitas experiências positivas e ne-gativas, mas o momento é novo, são novas as propostas, são novas as mo-tivações, sem falar do grande sonho do Papa Francisco, de uma nova Igre-ja para nosso tempo.

Nunca poderemos nos descuidar

de que a força maior vem do alto, do Senhor Jesus. Ele é o Missionário por excelência.

Queremos dar um grande presen-te para nossa diocese, prestes a ce-lebrar seu centenário. Alguém disse que precisamos não ter um marco material ou coisa parecida, mas um presente que marcasse profunda-mente o coração de nosso povo.

Celebramos um tempo favorável, isto é, a Quaresma, preparação in-tensa em vista da Páscoa do Senhor. Tudo vem ao encontro do nosso desejo de criarmos o novo. Dentro deste período litúrgico, acontece a Campanha da Fraternidade, desper-tando-nos para um olhar cuidadoso e caridoso para com aqueles(as) que

sofrem o flagelo do tráfico, um lado trágico que fere profundamente o ser humano na sua dignidade de filhos e filhas de Deus. Busquemos sem cessar nossa libertação-salva-ção, trazida por Jesus Cristo. Que em todas estas celebrações, momentos e encontros, possamos sentir a pre-sença do Deus da Vida.

Que Maria, Mãe de todos os povos e para nós a “Mãe Aparecida”, conti-nue, a exemplo do que aconteceu em Aparecida, especialmente por ocasião da V Conferência, com sua presença e sua força motivadora em nossos empreendimentos. Estrela da evangelização, Mãe Missionária, en-via-nos!

EVANGELIZAR A PARTIR DAS SMPS

CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2014

“sou objeto”, usado e descartado e para mais nada sirvo.

Outros realizam um trabalho escravo, sem remuneração, sem descanso e sem os direitos trabalhistas, em troca de um lugar para dormir e para comer. Às vezes, com uma remuneração injusta que nem dá para seu sustento.

Podemos enumerar as situações de tráfico: o mercado de mulheres, de crian-ças, de órgãos, de jovens, de trabalhado-res, a exploração sexual, o preconceito, a imigração e a migração em busca de vida melhor e que resulta numa sobrevivência precária e desumana.

EstratégiasO Protocolo de Palermo diz: “o enfren-

tamento do tráfico de pessoas exige ações amplas e estratégicas que envolvam a compreensão de questões relevantes como miséria, corrupção, migração, ex-ploração, discriminação, criminalidade, emprego, saúde, proteção à criança e ao adolescente, dentre outras. As vítimas de-vem receber a proteção do Direito Inter-nacional dos Direitos Humanos através de instrumentos específicos e planos de ação focados nas violações sofridas e no resta-belecimento de sua dignidade.“

Precisamos nos levantar das cadeiras, precisamos sair do papel e viver a Palavra de Deus que a toda instante nos chama a sermos portadores da esperança e do amor a nossos irmãos e de maneira espe-cial, àqueles marginalizados, excluídos e que, por alguma razão, perderam ou man-charam sua identidade e dignidade.

É urgente que nós, cristãos, identifi-quemos essas situações, que as denun-ciemos, que reivindiquemos dos poderes públicos ações, projetos e políticas sociais que venham devolver a essas pessoas sua dignidade, sua família e a reintegração na sociedade.

Que juntos promovamos ações de pre-venção, alerta e de conscientização para toda a sociedade, apresentando as cir-cunstâncias em que muitos estão vivendo, “bem debaixo de nosso nariz.”

Vivendo o momento de preparação para as Santas Missões Populares em nos-sa diocese, podemos já sair em missão ao encontro desses irmãos aprisionados e anunciar a liberdade para a qual fomos todos criados.

Quatro valores são centrais na Bíblia: justiça, amor, liberdade e dignidade da pessoa humana. Toda Palavra de Deus nos chama atenção: Deus enviou seu Filho para nos libertar e Ele veio ao mundo para que todos tenham vida.

Deus nos chama a identificar, denun-ciar e colaborar com Ele, lutando para de-volver a VIDA, a quebrar as correntes, ser sinal de esperança e portadores da identi-dade de filhos de Deus, criados à sua ima-

gem e semelhança.Como ações concretas, precisamos

identificar em nosso território paroquial e diocesano essas situações em que vivem nossos irmãos.

Devemos apresentar propostas de tra-balho e acompanhar o desenrolar da situ-ação. Sabemos que isso envolve a todos nós, comunidade, paróquia, sociedade, órgãos competentes, autoridades e poder público.

Algumas ações já são possíveis de rea-lizar, desde a orientação aos pais para tira-rem o documento de identidade da crian-ça e campanhas junto aos adolescentes, principalmente às meninas que, em busca de um sonho, muitas vezes terminam em pesadelo; apoio e encaminhamentos para ajudar as pessoas a serem inseridas no mercado de trabalho; campanhas junto

aos trabalhadores para reivindicarem seus direitos.

Através do compromisso cristão, pode-mos articular nossas lideranças e levá-las a conhecer a realidade de nossas comuni-dades, analisar as situações que poderão ou que já estão acarretando o tráfico hu-mano e apresentar propostas que podem ser desenvolvidas.

Que todas as ações sejam apresenta-das à luz da Palavra de Deus, proporcio-nando vida para essas situações de morte.

Esta campanha nos chama à fraterni-dade e junto com aqueles explorados e aprisionados, possamos numa só voz gri-tar: “Para a liberdade que Cristo nos liber-tou.“

Por Vera Aparecida da Silveira, membro da Paróquia Nossa Senhora da Penha de Passos

LEMA: Para a liberdade que Cristo nos libertou (Gl 5,1)TEMA: Fraternidade e Tráfico Humano

Cartaz que divulga a Campanha da Fraternidade 2014

A Diocese de Guaxupé prepara-se para um grande retiro quaresmal, atra-vés das Santas Missões Populares. Pode até soar estranho comparar as SMPs à Quaresma. No entanto, se a consi-deração de que o tempo quaresmal é frutuoso, rompe a casca que limita a semente germinar e abre caminhos obstruídos pela descrença, as Santas Missões desempenharão um papel genuinamente quaresmal em todas as paróquias. Farão libertar espaços opri-midos e descobrir pessoas escondidas pelo receio e medo de caminhar.

A alegria já se encontra no sepul-cro, no movimento da pedra até bri-lhar o Ressuscitado para o mundo. A

Quaresma guarda a alegria na dinâ-mica da libertação. Ela não existe sem a esperança da Glória. E a luz já se faz presente na cruz, quando esta aponta para a Vida. As SMPs terão sua dor... sua quaresma, seus desertos, sua cruz, suas pedras sepulcrais. Todavia, serão frater-nidade libertadora no rompimento da Igreja que todos querem, missionária e evangelizadora na força do Ressuscita-do. Cada missionário será testemunha da Ressurreição. Tempo mais oportuno não há.

Para refletir sobre Santas Missões Populares e missão da Igreja, eis o jor-nal COMUNHÃO de março.

4 5Jornal Comunhão - A Serviço das Comunidades Março/2014

Dentro da estrutura da Renovação Carismática Católica (RCC), existem os ministérios, serviços nos quais as pes-soas são chamadas a trabalhar em prol do movimento e da Igreja. Aliado a isso, um dos pilares da RCC é a formação.

Justamente, por isso, frequente-mente acontecem encontros direcio-nados a formar as pessoas que atuam nos ministérios e dentro dos Grupos de Oração. Este é o objetivo do Encontro Diocesano de Ministérios, que será re-alizado nos dias 22 e 23 de março, no Caic, em Guaxupé.

A estimativa da organização é reu-nir aproximadamente 800 pessoas

De 05 a 11 de fevereiro, aconteceu o 15º Encontro Nacional de Presbíteros (ENP) em Aparecida (SP), com o tema “Concílio Vaticano II e os presbíteros do Brasil: testemunhas de Fé, Esperança e Caridade.”

Este é um momento de profunda comunhão da Igreja no Brasil. Vindos de todas as dioceses do país, presbíte-ros se reuniram para aprofundamento do exercício do ministério, buscan-do na partilha da vivência ministerial descobrir caminhos para que a Igreja continue cumprindo sua missão de ser sinal do Reino.

Da Diocese de Guaxupé, estiveram presentes os padres César Acorinte (representante do clero da diocese e coordenador da Pastoral Presbiteral), Alexandre José Gonçalves e Reginaldo da Silva.

Por Pe. César Acorinte

Aconteceu na manhã de 8 de fe-vereiro, a primeira reunião do Setor Famílias deste ano. Nela, foram enca-minhados diversos assuntos referen-tes aos trabalhos deste grupo e que serão desenvolvidos proximamente.

A representatividade do setor foi ampliada, sendo composta pelo bis-po diocesano, alguns padres convi-dados e leigos vindos do ECC, Cur-silho de Cristandade e Pastoral da Criança.

Como atividade maior já realiza-da pelo setor, destaca-se a Semana Nacional da Família e as Orientações para as Celebrações Matrimoniais, mas o grupo almeja se fortalecer para tocar na família como um todo.

Por Pe. Sidney S. Carvalho

Aconteceu, no dia 08 de fevereiro, reu-nião da Coordenação Diocesana de Forma-ção de Leigos, em Guaxupé.

Entre outros quesitos, avaliou-se o tra-balho das Equipes Paroquiais de Formação nos sete setores de nossa Diocese. Lamen-tou-se que algumas paróquias ainda não ofereçam esta formação às suas comuni-dades. Por outro lado, a Formação Teoló-gica Setorial caminha a passos largos nos setores de Poços de Caldas, Passos, Alfenas e Guaxupé.

Padre José Augusto da Silva, assessor da Formação Teológica no setor Poços de Caldas, discorreu sobre a importância e as possibilidades de os demais setores, nos quais há falta de recursos humanos para a realização do curso, que se faça parceria com faculdades, como está acontecendo nos setores de Poços de Caldas e Alfenas. Nestes dois setores, a FACAPA (Faculdade Católica de Pouso Alegre) tem oferecido

Padres de toda a Diocese de Guaxupé, cerca de noventa, estudam o tema Missão. “A Vida É Missão” foi a ideia desenvolvida pelo assessor, padre Luis Mosconi, respon-sável pela formação permanente do clero neste ano e que aconteceu entre os dias 12 e 14 de fevereiro, em Brodowski.

Padre Mosconi é italiano e vive no Brasil há quarenta e seis anos, com larga expe-riência em Missão. Há vinte e cinco anos desenvolve trabalho missionário, assesso-rando paróquias e dioceses que queiram realizar as Santas Missões Populares. Sua proposta visa ao máximo envolvimento do clero e de leigos no trabalho missionário. Os agentes são todos da diocese, não virão padres de outros lugares e ou congrega-ções. A diocese já se encontra em estado de missão e irá se preparar para o primeiro re-tiro diocesano que possivelmente aconte-cerá em agosto de 2014. Enquanto isso, nas paróquias, a formação e o recrutamento de missionários voluntários já devem acon-tecer. Todo o trabalho deverá se estender até 2017. Segundo o assessor, o momento agora deve priorizar as Santas Missões Po-pulares o que exige tanto da cúria quanto dos padres, congregações religiosas e dos ministérios, pastorais e movimentos, uma adequação nas agendas. Não há outra for-mação e ou encontro mais urgente do que a preparação das Santas Missões. Tudo isso ao lado da conversão pastoral em busca de uma consciência missionária. Ao final do estudo do que é missão e como a mesma acontecerá, e depois da feitura de um pos-sível cronograma, os padres aprovaram a ideia juntamente com o bispo diocesano.

Padre Mosconi ainda falou aos leigos dos CPSs (conselhos pastorais setorias), bem como aos religiosos(as) e seminaristas no sábado, pela manhã, dia 15 e no dia 16, três leigos de cada uma das 84 paróquias

vindas dos sete setores da Diocese de Guaxupé. Haverá momentos de pre-gação, oração e direcionamentos para este ano. O ponto forte do EDM são os workshops, momentos em que os par-ticipantes se separam de acordo com o ministério de cada um para receber formação específica, que será condu-zida pelas equipes estaduais da RCC Minas Gerais.

Para participar, é necessário inscre-ver-se no site www.rccguaxupe.com.br. O valor é de R$30,00, inclusa ali-mentação e alojamento.

Por Julianne Batista

Notícias

Em março, RCC realizará Encontro Diocesano de Ministérios

Padres da Diocese de Guaxupé participam do ENP

Setor Famílias se reúne em Guaxupé

Formação Cristã de Leigos avalia caminhada

Diocese participa de formação sobre Missão

Da esquerda para a direita: Pe. César, Pe. Reginaldo e Pe. Alexandre

Coordenação reúne esforços para SMPs

Religiosos e lideranças paroquiais têm momento formativo com Pe. MosconiEquipe de reflexão é ampliada

Foto: Arquivo pessoal Pe. César Acorinte

Foto: Secretariado de Pastoral

Foto: Pe. Gilvair Messias

Foto: www.guaxupe.org.br

Foto: Secretariado de Pastoral

elementos capacitados para explanação dos diversos temas.

Padre Robson Inácio, assessor do setor Passos, expôs sobre o Curso de Teologia naquele setor, o qual se desenvolve não nos moldes habituais, mas sob forma de assuntos temáticos. Este empreendimento tem alcançado seus objetivos, com grande demanda das diversas paróquias do setor.

Com relação ao Encontro Diocesano da Formação Cristã que aconteceria em 17 de maio próximo, a coordenação houve por bem prorrogá-lo, considerando : 1º- o tema que seria desenvolvido , em sintonia com a proposta diocesana – Santas Mis-sões Populares – , iniciará sua preparação ainda no corrente mês, abrangendo todos os movimentos e pastorais paroquiais; 2º – as inúmeras atividades que compreendem o preparo das Santas Missões Populares, acarretarão deslocamentos contínuos dos padres e leigos, seja para a sede da dioce-

se, nos próprios setores ou mesmo em suas paróquias.

Assim, a Coordenação Diocesana de Formação de Leigos solicita de todos os membros das coordenações setoriais e pa-roquiais que envidem esforços para que as

Santas Missões Populares nos proporcio-nem frutos benfazejos e concretos na dio-cese, principalmente agora na comemora-ção de seu centenário.

Por Myrthes Brandão

tiveram a oportunidade de tomar conheci-mento e consciência quanto às Santas Mis-sões Populares.

Com seu jeito contagiante e empolgan-te, padre Luis Mosconi convenceu a todos de que é urgente a missão. Lembrou muito o apelo de nosso Papa Francisco que nos envia à Missão.

Conversão pessoal e participação comuni-tária: elementos essenciais para a missão

“A missão é um caso de amor, onde há amor, há missão.” Esta frase significativa marcou o encontro de formação para os representantes dos Conselhos Pastorais Setoriais, seminaristas e religiosos sobre as Missões Populares, que terão papel desta-

cado nas comemorações do Centenário da Diocese de Guaxupé, em 2016.

Cerca de 200 pessoas participaram do encontro com assessoria do padre Luís Mosconi, no sábado, 15 de fevereiro. Abor-daram-se temáticas relacionadas à mis-são, como sentido da vida, interferência nos problemas sociais e espiritualidade na vida do missionário. No domingo, também aproximadamente 200 representantes pa-roquiais estiveram no evento.

Para a coordenadora de catequese in-fantil, Luciene Rabelo Egídio, da Paróquia São Judas Tadeu, em Poços de Caldas, a for-mação foi um momento de despertar para a ação missionária nas comunidades. “Atra-vés das Santas Missões, do engajamento

dos movimentos e pastorais, a gente vai poder reavivar este compromisso das pes-soas, e, com certeza, gerar um crescimento para nossas pastorais.”

Elemento essencial, na visão do assessor, para a consciência missionária, é abrir-se ao mistério divino e responder ao seu chamado de amor, que move o homem em seu diálo-go com as realidades sociais. Para a irmã do-minicana, Maria Cristina Monteiro de Barros, a vivência desta espiritualidade na comuni-dade é central para um anúncio verdadeiro da fé, “a gente espera sentir o entrosamento nas bases e contar muito que o Espírito de Deus nos conduza e nos consagre missioná-rios e missionárias.”

O assessor do evento avaliou positiva-mente a participação dos agentes no encon-tro promovido pela diocese e acredita no desenvolvimento da formação ao longo dos meses. “Imagino que este pessoal vai voltar para suas comunidades, contagiado, pas-sando a voz para outros e, assim, cada vez mais, pessoas vão se interessando”, concluiu.

“O primeiro passo é abraçar a causa pro-posta, não deixar morrer pelo meio do ca-minho este entusiasmo. O mais importan-te, unir todas as forças num único objetivo”, esta é a opinião de Lucrécia Diniz Belchior, da Pastoral da Criança, Paróquia Nossa Se-nhora das Dores, em Ibiraci. Para o semina-rista Dione Piza, a ação missionária é uma oportunidade da diocese de “mostrar sua face viva e transformadora, reflexo do sorri-so de Deus, o qual é, em Jesus, missionário.”

No encerramento, o bispo diocesano, dom José Lanza Neto, exortou os partici-pantes a se engajarem de forma integral no processo, “nós queremos fazer valer esta proposta de evangelização do nosso povo. As Santas Missões Populares atingem o co-ração do povo e da diocese.”

Por Padre Gladstone Miguel

Clero se reúne para a preparação às SMPs

6 7Jornal Comunhão - A Serviço das Comunidades Março/2014

Entrevista

DIOCESE EM MISSÃO

Por Pe. Gladstone Miguel

Jornal Comunhão: Quem é o padre Luis Mosconi e o que faz no Brasil?

Padre Luis Mosconi: Quero saudar a todos e dizer que estou nesta Diocese de Guaxupé, com muita alegria. Sou um padre diocesano e tenho a sorte de trabalhar no Brasil. Estou aqui há 46 anos e sou mais daqui do que da Itália, a terra onde nasci. A missão sempre me apaixonou, me atraiu, me seduziu e, por causa desta paixão missionária, há uns 25 anos, bolamos um jeito de viver as Santas Missões Populares. A coisa pe-gou tão bem que nunca mais paramos e estou também nesta diocese, com esta finalidade.

Jornal Comunhão: O que é missão? E qual o sentido de missão?

Padre Luis Mosconi: Missão é uma pala-vra muito bonita e acho que você deve também perceber que em nossa Igreja, nunca se falou tanto em missão como nos últimos anos. É missão pra lá e pra cá. Coisa muito bonita. Acho muito im-portante entender o sentido da missão. Quando nós começamos a refletir so-bre este assunto, preferi partir da vida, interrogar a nossa vida, a minha, a sua e a pergunta que levantei foi esta aqui: missão tem a ver com a vida? A vida tem a ver com missão? Em outras palavras, a vida pede ou não pede por missão? Gri-ta ou não grita por missão? E analisando bem, como que é a nossa vida? Olha, ninguém de nós é perfeito. Nascemos, crescemos, avançamos, somos seres em construção. A vida é caminhada e para caminhar, precisamos de rumos, de ob-jetivos. Quando eu sinto um chamado para fazer isso ou aquilo, fazer uma op-ção, assumo esta opção de chegar até lá. E quando eu assumo, entra a palavra missão. Missão quer dizer chegar até lá. Por exemplo, uma moça e um rapaz op-tam pelo casamento. Então, a missão de-les é viver, realizar bem o casamento de maneira bem viva, bem alegre, animada, enfrentando também travessias da vida. Missão brota da vida. Missão também, porque o mundo ainda não é como nós queremos, como Deus quer. Tem ou não tem coisa errada nesta vida? Corrup-ção? Divisão social? Gente pisando nos outros? Famílias com problemas? Por causa disso, é tempo de missão. Missão para transformar, para melhorar, para avançar. Enquanto estivermos vivos, é tempo de missão. Isso é muito bonito. Não acha?

Jornal Comunhão: O que são as Santas Missões Populares?

Padre Luis Mosconi: Mais uma pergun-

Notícias

“Em atenção à tua Palavra, eu lan-çarei as redes” (Lc 5,5). Este foi o lema escolhido pelo diácono Luciano Cam-pos Cabral para a sua Ordenação Pres-biteral.

Padre Luciano é natural de Alfenas e foi ordenado na Paróquia São Sebas-tião e São Cristóvão, no sábado, 22 de fevereiro, pela imposição das mãos de dom José Lanza Neto. O bispo, em sua homilia, disse que o padre deve ter consciência da sua missão e estar disposto a doar verdadeiramente sua vida. Deve entregar-se para o povo e ter “o cheiro das ovelhas.”

A Diocese de Guaxupé se alegra pelo sim de mais um jovem, em doar a sua vida a favor de muitos.

Por Douglas Ribeiro Lima

Diocese de Guaxupé acolhe novo presbíteroPapa escreve às famílias

Mensagem assinada por Francisco, em 2 de fevereiro, foi divulgada pela Sala de Imprensa da Santa Sé.

Papa Francisco se dirige às famílias de todo o mundo para falar da Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos, convocada para discutir o tema “Os desafios pastorais sobre a família no contexto da evangelização.”

Apresentamos o texto na íntegra:

Queridas famílias,

Apresento-me à porta da vossa casa para vos falar de um aconteci-mento que vai realizar-se, como é sabido, no próximo mês de Outubro, no Vaticano: trata-se da Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bis-pos, convocada para discutir o tema “Os desafios pastorais sobre a família no contexto da evangelização.” Efetivamente, hoje, a Igreja é chamada a anunciar o Evangelho, enfrentando também as novas urgências pastorais que dizem respeito à família.

Este importante encontro envolve todo o Povo de Deus: bispos, sacer-dotes, pessoas consagradas e fiéis leigos das Igrejas particulares do mun-do inteiro, que participam ativamente, na sua preparação, com sugestões concretas e com a ajuda indispensável da oração. O apoio da oração é muito necessário e significativo, especialmente da vossa parte, queridas famílias; na verdade, esta Assembleia sinodal é dedicada de modo especial a vós, à vossa vocação e missão na Igreja e na sociedade, aos problemas do matrimônio, da vida familiar, da educação dos filhos, e ao papel das famí-lias na missão da Igreja. Por isso, peço-vos para invocardes intensamente o Espírito Santo, a fim de que ilumine os Padres sinodais e os guie na sua exigente tarefa. Como sabeis, a esta Assembleia Sinodal Extraordinária, seguir-se-á – um ano depois – a Assembleia ordinária, que desenvolverá o mesmo tema da família. E, neste mesmo contexto, realizar-se-á o Encontro Mundial das Famílias, na cidade de Filadélfia, em Setembro de 2015. Por isso, unamo-nos todos em oração para que a Igreja realize, através des-tes acontecimentos, um verdadeiro caminho de discernimento e adote os meios pastorais adequados para ajudarem as famílias a enfrentar os desa-fios atuais com a luz e a força que provêm do Evangelho.

Estou a escrever-vos esta carta no dia em que se celebra a festa da Apresentação de Jesus no templo. O evangelista Lucas conta que Nossa Senhora e São José, de acordo com a Lei de Moisés, levaram o Menino ao templo para oferecê-Lo ao Senhor e, nessa ocasião, duas pessoas ido-sas – Simeão e Ana –, movidas pelo Espírito Santo, foram ter com eles e

reconheceram em Jesus o Messias (cf. Lc 2, 22-38). Simeão tomou-O nos braços e agradeceu a Deus, porque tinha finalmente «visto» a salvação; Ana, apesar da sua idade avançada, encheu-se de novo vigor e pôs-se a falar a todos do Menino. É uma imagem bela: um casal de pais jovens e duas pessoas idosas, reunidos devido a Jesus. Verdadeiramente Jesus faz com que as gerações se encontrem e se unam! Ele é a fonte inesgotável daquele amor que vence todo o isolamento, toda a solidão, toda a tristeza. No vosso caminho familiar, partilhais tantos momentos belos: as refeições, o descanso, o trabalho em casa, a diversão, a oração, as viagens e as pe-regrinações, as ações de solidariedade... Todavia, se falta o amor, falta a alegria; e Jesus é quem nos dá o amor autêntico: oferece-nos a sua Palavra, que ilumina a nossa estrada; dá-nos o Pão de vida, que sustenta a labuta diária do nosso caminho.

Queridas famílias, a vossa oração pelo Sínodo dos Bispos será um te-souro precioso que enriquecerá a Igreja. Eu vo-la agradeço e peço que rezeis também por mim, para que possa servir o Povo de Deus na verdade e na caridade. A proteção da Bem-Aventurada Virgem Maria e de São José acompanhe sempre a todos vós e vos ajude a caminhar unidos no amor e no serviço recíproco. De coração invoco sobre cada família a bênção do Senhor.

Vaticano, 2 de Fevereiro - festa da Apresentação do Senhor – de 2014.

FRANCISCUS

Por Agência de notícias Zenit

ta muito interessante. Numa primeira definição de missão, eu diria: missão é uma sacudida. De vez em quando, nos-sa vida precisa ou não precisa de uma sacudida? Ei acorda, esta vida que a gente vive uma só vez, não vai repetir, não vai haver reencarnação. A oportuni-dade é só agora, só esta vida. As Santas Missões Populares estão chegando aqui para ser esta sacudida, também para ser um tempo especial. Nossa vida pre-cisa de tempo especial que ajuda a dar sentido ao nosso cotidiano. AS SMP são um instrumento, que quer dizer serviço; instrumento que quer fazer chegar a todos os cantos da diocese, a beleza de uma sociedade mais justa, honesta, par-ticipativa. As SMP querem ser tudo isso, ajudar a dona Maria, o senhor Francisco, ao jovem tal, à jovem tal... É coisa bonita, é coisa santa, coisa humana, vale à pena entrar.

Jornal Comunhão: Para realizar estas SMP, precisamos de missionários e não virão padres de fora ... Padres das cida-des junto com os leigos, é que as realiza-rão. Como são realizadas as SMP e quem são os missionários que vão realizá-las?

Padre Luis Mosconi: Realmente, há vá-rias missões populares aí pelo Brasil, redentoristas, capuchinhos... mas quan-do nós começamos este jeito de SMP, queríamos dar um passo a mais, sem nenhuma pretensão. Uma característica das SMP é que os missionários, as mis-sionárias são daqui. Pergunto: você quer ser missionário, quer ser missionária? Você pode, é só gostar, é só se apaixo-nar e querer ser discípulo e discípula de Jesus. Os missionários sairão do meio do povo. Todas as forças vivas da dioce-se estão chamadas a se tornarem mis-sionários. Vocês vão ver que beleza se der tudo certo por aqui! Nos próximos meses, daqui até o final do ano, vamos apostar alto, uns 10 mil missionários da-qui. Tem lugar pra todo mundo. Não há desemprego no campo da missão. Tem muito serviço, tem muito trabalho. Ago-ra não é da noite para o dia. Como é que podemos ser missionários de alguém que não conhecemos? Nós queremos ser missionários do Evangelho de Jesus no meio do povo. Aí, a gente tem que conhecer esse Jesus mais de perto, es-tudando o Evangelho. Olhem, queridos e queridas. Tudo o que estamos falan-do, publicamos em livros sem nenhu-ma finalidade comercial. Se você quiser aprofundar-se mais, poderá procurar na própria paróquia, na diocese ou na cúria. Você terá acesso a esse instrumento. O negócio é parar, estudar, refletir, apro-fundar, partilhar... Vocês vão se tornar maravilhas para vocês mesmos. Podem

fazer muita coisa!

Jornal Comunhão: Por fim, o senhor disse que a nossa identidade é ser dis-cípulos missionários de Jesus de Nazaré. Gostaria que o senhor comentasse esta frase e deixasse uma mensagem para nosso povo.

Padre Luis Mosconi: Para ser missioná-rio, temos que ser primeiro discípulos de Jesus. O que isso significa? Não é com-plicado. O grande missionário, São Paulo Apóstolo, escreveu para a comunidade de Filipos, dizendo: Tenham em vocês os mesmos sentimentos que havia em Jesus. Sentimentos, naquele tempo, não eram só emoção. É opção, é estilo de vida, é ter rumo na vida, bem ao estilo de Jesus. Todos nós somos convidados a ser discípulos de Jesus, ter seus mesmos sentimentos. Não é um peso, uma carga pesada. É uma experiência imensamen-te alegre, gratificante, porque estamos aí, descobrindo o sentido da vida. Por isso, o convite: acredite nesta boa notí-

cia que está chegando a esta diocese. Eu vim aqui com muita alegria colocar à dis-posição a experiência que acumulamos nesses vinte e cinco anos, mas quem vai conduzir o processo são vocês. Há lugar pra todo mundo. O estudo do Evange-lho, eu acho muito importante, por isso, estudar. Vocês já fizeram muito na vida, não são estacas zero, estão caminhando, mas agora, podem ou não podem avan-çar mais? Estava dizendo para os padres, mingau é coisa boa, não são só as crian-ças que gostam, também os adultos e, sobretudo, os idosos. Mas imaginemos, para um trabalhador da roça, um min-gauzinho sustenta? É muito pouco, o la-vrador precisa de rapadura, de farofa, de feijão e coisas sustanciosas, queijo mi-neiro... Meu irmão, minha irmã, também no campo do sentido da vida e da fé, está na hora de passar do mingau para a rapadura, para o feijão, para a farofa... Vamos ou não vamos? Coragem, irmãos e irmãs, eu quero dizer a vocês que a missão cura de tanta doença...

Foto: Arquivo Pessoal Pe. Luciano Padre Luis Mosconi é referência no país sobre Santas Missões Populares. Italiano, decidiu ser missionário durante o Vaticano II. Veio para o Brasil e assessora, atualmente, dioceses e institutos interessados pela Missão.

8 9Jornal Comunhão - A Serviço das Comunidades Março/2014

Catequese Atualidades

“Vendo as multidões, Jesus teve compaixão, porque estavam cansa-das e abatidas, como ovelhas que não têm pastor. Então Jesus disse a seus discípulos: ‘A colheita é gran-de, mas os trabalhadores são pou-cos! Por isso, peçam ao dono da colheita que mande trabalhadores para a colheita’ (Mt 9, 36-38).

A palavra “missão” vem do latim missio, que significa incumbên-cia, ato de enviar. Para se confiar uma missão a alguém, é necessá-rio chamá-la e convencê-la de que sua ação é importante e que o fim para o qual se destina é também relevante. Ninguém mandaria uma pessoa despreparada ou na qual não se confiasse muito em uma missão importante; ao contrário, apenas pessoas que se mostrassem eficientes e confiáveis seriam esco-lhidas.

Catequese como missão da Igreja

A Igreja tem uma missão: anun-ciar o Cristo e levar a todos o Deus de amor que ele nos mostrou. Para realizá-la, precisa de pessoas que se comprometam com ela. Pessoas de fé e bem preparadas, prontas para vivenciar o cristianismo como uma opção de vida, de entrega e envol-vimento, que estejam realmente comprometidas com essa causa. E é aí que entra a Catequese.

A Catequese é um Ministério de importância fundamental na vida da Igreja. É através dela que se ensinam as verdades da fé, que se toma contato com a vontade do Pai expressa através das Sagradas Escrituras e dos ensinamentos da Igreja; que pode levar a um encon-tro pessoal com Jesus Cristo, centro de nossa fé; que se abrem caminhos para se inserir na comunidade pa-roquial, em seus mais diversos ser-viços. Passando por uma Catequese não só bem estudada, mas também bem vivida, a pessoa pode ter ele-mentos para enxergar sua vida de uma forma mais abrangente. Pode encontrar um lugar para assumir-se como membro efetivo da Igreja, que deve assumir responsabilida-des com alegria e espírito de doa-ção. Essa pessoa pode ter elemen-tos que clareiem sua filiação divina e sua condição de irmão para com as pessoas que a cercam, que po-dem precisar dela ou ajudá-la na vivência da fé.

A Catequese precisa ser um ca-minho, uma luz que conduz a pes-soa a uma comunhão com ela mes-ma, com Deus e com o próximo, pois essa é sua verdadeira missão.

A MISSÃO EM JESUS

O Papa Francisco, em sua Exor-tação Apostólica sobre A alegria do Evangelho (Evangelii Gaudium – EG), afirma que “Naquele “ide” de Jesus, estão presentes os cenários e os de-safios sempre novos da missão evan-gelizadora da Igreja, e hoje todos somos chamados a esta nova “saída” missionária” (EG 20). Não é fácil sair de si, das comodidades, das falsas seguranças e ir ao encontro do novo, do desconhecido e dos excluídos. Para entender bem o sentido profun-do do “ir e sair”, temos que voltar às origens e compreender o envio mis-sionário de Jesus aos seus próprios discípulos e, para isso, seria bom ler e meditar Mc 6,6b-13; Mt 10; Lc 9,1-6. Ainda hoje, os discípulos e discípulas de Jesus são enviados como “ovelhas no meio de lobos” (Mt 10,16). Faz-se necessário prudência e simplicida-de, vencer o medo e ter fé, ser ins-trumentos de paz e curar os doentes das diversas enfermidades do mundo atual, ter alegria e trabalhar na mais pura gratuidade.

Depois da ressurreição de Jesus, novamente os discípulos são envia-dos para ir ao mundo inteiro e anun-ciar o Evangelho a todos os povos, formando novos discípulos(as), bati-zando e ensinando a observar tudo o que Jesus lhes ensinou. E Jesus deixa bem claro: “Eis que eu estou com vo-cês todos os dias, até o fim do mun-do” (Cf Mt 28,19-20). Hoje somos nós, os discípulos e discípulas de Jesus. Estamos dispostos a aceitar o desafio de uma conversão pastoral e missio-nária?

A MISSÃO NO DOCUMENTO DEAPARECIDA

O documento de Aparecida (DAp, 10), dentre seus objetivos, coloca “a grande tarefa de proteger e alimen-tar a fé do povo de Deus e recordar também aos fiéis deste Continente que, em virtude de seu batismo, são chamados a ser discípulos e missio-nários de Jesus Cristo.” Cabe a nós, batizados, entender que tudo é gra-ça e é Deus quem nos chama e nos envia em missão. O desafio consiste em conscientizar e despertar os ba-tizados a serem discípulos(as) de Je-sus no mundo de hoje. Passar de um Brasil de batizados para um Brasil de evangelizados e, acima de tudo, “se apaixonar” por Jesus profundamen-te e como discípulos(as) missioná-

CATEQUESE PARA A MISSÃO “IDE PELO MUNDO INTEIRO E ANUNCIAI O EVANGELHO.. . ” (Mc 16,15)

SANTAS MISSÕES POPULARES: DESAFIOS E ESPERANÇAS

Quantas pessoas até gostariam de participar de sua comunidade, mas se sentem inseguras por acharem que “não sabem nada de religião?” Podem até já ter passado por pro-cessos de Catequese, com vistas a receber os sacramentos da inicia-ção, mas que não foram “educadas na fé” para se abrirem ao transcen-dente em suas vidas ou para se ir-manarem ao próximo. São elas que precisam de uma Catequese de vi-vência tanto quanto aquelas que não passaram por esses processos.

Ao discutir assuntos sobre a vida das pessoas e suas relações com o divino, a Catequese descortina um mundo novo. Assim, a criança vai se sentir feliz por ser acolhida em uma comunidade que a valoriza em seu jeito de ser; o jovem vai entender que há uma Igreja que o aceita e lhe mostra que a vida vale a pena ser vivida; o adulto vai perceber-se útil para os outros e, consequente-mente, crescerá em sua fé e em seu amor. Em todas essas fases, pode-se despertar para a missão, não vis-ta como mera obrigação, mas como parte integrante do ser cristão.

Catequese, caminho para Jesus

O caminho a seguir é bastante

claro: se a Catequese for acolhedo-ra, vai atrair cada vez mais pessoas que precisam se sentir aceitas (e quem não precisa?). Uma vez atra-ídas, serão formadas nas verdades da fé, o que lhes dará firmeza em sua decisão consciente de ser cris-tãos; fazendo-se conscientes, sen-tirão necessidade de tornar outros também cônscios desse Jesus Cris-to em suas vidas. A necessidade claramente as levará a se integra-rem na vida comunitária, na qual seu crescimento só tenderá a au-mentar, através da participação e do trabalho.

Exposto assim, parece tudo mui-to fácil...Esse caminho precisa ser muito bem construído e seguido o mais à risca possível. Nossa acolhi-da deve ser afetuosa, alegre, atra-tiva; a formação tem de ser sólida e continuada, em linguagem aces-sível e gradual; a conscientização e a decisão de levar Cristo aos ou-tros precisa ser alimentada sempre, para que não se apague a chama do amor ao Evangelho; a integração à comunidade deve ser bem enca-minhada, passando pelo conheci-mento dos trabalhos existentes na paróquia e suas exigências, para que se assuma uma função na qual a pessoa realmente se sinta reali-

rios(as), sermos agentes e construto-res do Reino de Deus no meio de nós.

A MISSÃO QUE O PAPA FRANCISCO NOS CONVOCA

Não só pelos seus escritos, mais pela sua vida e exemplo, o primeiro Papa latino-americano tem encan-tado a todos, no mundo inteiro, a começar pelo nome que escolheu para identificar sua missão: FRANCIS-CO. Alusão a São Francisco de Assis (1.182-1.226) que encantou a todos com a missão de vivenciar o ideal da pobreza, da humildade, da defesa da ecologia, da fraternidade, da fé encar-nada e, sobretudo, de uma Igreja que segue Jesus e seu ideal até as últimas consequências... O Francisco de hoje também nos surpreende: “Prefiro uma Igreja acidentada, ferida e enla-meada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às pró-prias seguranças” (EG, 49). Pede aos bispos e padres para saírem da sacris-

tia, do centro e partir para a periferia e ir ao encontro das ovelhas perdi-das, a contraírem o “cheiro das ove-lhas.” Pede aos fiéis, bispos e padres a converterem e assumirem a missão de batizados. A evangelização é uma tarefa de todos nós.

SANTAS MISSÕES POPULARES (SMP)

Tivemos a graça de contar com o exemplo e o entusiasmo do Pe. Luis Mosconi que, juntamente com um grupo de fiéis, em 1989, no Pará, ini-ciou, com a luz do Espírito Santo, uma nova maneira de evangelizar e incluir os excluídos. Ele explica: SANTAS, porque continuam a mesma missão de Jesus, que é santa. E também por-que elas são um tempo especial de graça e de salvação. MISSÕES, porque é tempo de ser enviado, de andar, de visitar, de testemunhar. Cita Dom Helder Câmara que diz: “missão é par-tir, é caminhar, é deixar tudo, sair de si, quebrar a crosta do egoísmo que nos fecha no nosso eu.” POPULARES,

porque acontecem no meio do povo, com o povo, partindo de seus anseios e lutas legítimas, sobretudo dos mais necessitados e humilhados, assim como foi a missão de Jesus. No livro: Santas Missões Populares do Pe. Luis Mosconi, temos tudo, “nos mínimos detalhes”, como organizar e realizar as SMP. Inclusive, como concretizar o namoro, noivado e casamento.

Na diocese de Guaxupé, ao longo do projeto da CNBB “Rumo ao Novo Milênio” de 1997 a 2000, muitas pa-róquias fizeram as SMP e lembro com entusiasmo os frutos colhidos em Cássia, onde tivemos mais de 200 missionários(as) do meio do povo. Foi um tempo de graça, conversões e frutos. Nítidos também, os frutos em muitas outras paróquias. Quan-do eu e Pe. Antônio Carlos fomos em missão para a Paróquia São José, em Paragominas/PA, na região amazôni-ca, a visita que fizemos casa por casa nos fez sentir e conhecer o cheiro das ovelhas, nos proporcionou o encon-tro, a evangelização e, com a graça de Deus, alguns frutos. Até mesmo uma semana missionária que o CPP de Campestre decidiu fazer em 2013, mesmo “improvisada”, produziu fru-tos. Imagine umas SMP com organi-zação, formação, espiritualidade, mé-todo criativo e entusiasmo do povo?

Tudo é obra do Espírito Santo, mas isso não dispensa que nós, padres, conforme nos falou o Pe. Luís Mos-coni, entremos em um processo de conversão, ou seja, que também se-jamos discípulos, do grego mathetes, que significa aprendiz. O problema é que alguns pensam: “eu sei” e o leigo não sabe. Ainda segundo o pregador, alguns padres “mandam” os fiéis em missão para visitar as casas e realizar outros trabalhos, mas ele mesmo, al-gumas vezes, não vai visitar as casas e nem os doentes.

Cabe a todos nós, batizados, uma conversão missionária e quem sabe, entender o verdadeiro significado de SANTAS MISSÕES POPULARES, ou seja, do povo para o povo com o apoio ativo do clero e permitir que os fiéis possam fazer a formação proposta e despertar o adormecido ardor missionário. Conforme nos dis-se Pe. Luis Mosconi, agora é “pés no chão e sonhos no coração!” Mesmo diante de tantos desafios, brota uma linda esperança...

Por Pe. Francisco Albertin, pároco da Paróquia Nossa Senhora do Carmo de Campestre

zada. Muito desse trabalho depen-de do catequista que vai ajudar na formação do cristão que existe em cada pessoa que o procura ou que é por ele ou por outros procurado. É o catequista, dentro de sua missão de levar o conhecimento da fé cris-tã ao próximo, que se tornará “sal e luz” para a caminhada.

Jesus disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida.” E ele realmente o é, mas é preciso alguém que apon-te esse caminho, que ensine como se chegar a essa verdade, que deixe bem claro que essa vida é uma vida plena, desejada por Deus para to-dos seus filhos. Por isso, você, cate-quista, que deu seu sim ao chamado de Deus (“Não foram vocês que me escolheram, mas fui eu que escolhi vocês” [Jo 15, 16]), deve lembrar-se sempre dessa dupla missão que assumiu: levar o Evangelho a todos para que se tornem discípulos de Jesus (Mt 28, 19) e despertar para a missão todos os que compreende-ram a importância de ser Igreja. Só assim a colheita será realizada e os frutos maduros não se perderão.

Por José Oseas Mota, catequista e professor em Guaxupé

10 11Jornal Comunhão - A Serviço das Comunidades Março/2014

Primeiros anos e vo-cação

H u g o B r e s s a n e de Araújo nasceu em M a c h a d o (MG), em 4 de se-tembro de 1899. Seus pais foram Olympio Theodoro de Araújo e Ma-ria José Bressane de Araújo.

Fez o curso primário em sua ter-ra natal e, ainda jovem, ingressou no seminário da então diocese de Pouso Alegre (MG), onde iniciou o curso de humanidades, continuan-do o currículo ginasial na Diocese de Guaxupé e na Diocese da Cam-panha (MG). Em Guaxupé, estudou no Seminário Nossa Senhora Au-xiliadora, onde teve contato com dom Assis, primeiro bispo de nos-sa diocese. Terminou os cursos de Filosofia e Teologia com os padres jesuítas, em Campanha.

Sacerdócio e Episcopado

No dia 11 de fevereiro de 1923, foi ordenado sacerdote em Cam-panha, por dom João de Almei-da Ferrão, então bispo da referida diocese. No dia 18 do mesmo mês, cantou a primeira Missa em sua ci-dade natal.

Em 19 de março de 1924, foi nomeado cônego catedrático do colendo cabido. Exerceu o minis-tério presbiteral, sendo professor no Seminário Menor da Campanha, chanceler do bispado, cura da Cate-dral Santo Antônio e promotor de justiça do cabido diocesano. Em 27 de outubro de 1932, o papa Pio XI conferiu-lhe o título de monsenhor camareiro secreto.

Seu ministério presbiteral tam-bém marca-se pela brilhante atua-ção nos movimentos da Ação Cató-lica.

No consistório secreto de 19 de dezembro de 1935, o Papa Pio XI o preconizou primeiro bispo resi-dencial da Diocese de Bonfim (BA). Recebeu a ordenação episcopal em 16 de fevereiro do ano seguinte, na Catedral Santo Antônio, em Campa-nha. Adotou como lema episcopal Qui perseveraverit usque in finem salvus erit (Quem perseverar até o fim, será salvo), à luz de Mateus 24,13 [ou Marcos 13,13b].

O jovem bispo tomou posse ca-nônica da Diocese de Bonfim no dia 3 de maio de 1936.

Exerceu o ministério episcopal com grande zelo e ardor apostó-lico, percorrendo várias vezes o vasto território (125 027 quilôme-tros quadrados) de sua primeira diocese. Por falta de meios de lo-comoção, fazia longas e exaustivas viagens pastorais a cavalo, pelos sertões baianos. Nas visitas, sempre levava o carinho de pai espiritual e o consolo cristão aos humildes bra-sileiros daqueles sertões. Visando ao bem espiritual do seu rebanho, criou diversas paróquias. Preocu-pado com os mais pobres, fundou Conferências de São Vicente de Paulo em todas as paróquias da re-ferida diocese. De espírito culto e empreendedor, patriota dos mais devotados ao progresso da Pátria, fundou a primeira Escola Normal e de catequistas.

Em 1939, Sua Excelência partici-pou ativamente do Concílio Plená-rio Brasileiro.

Bispo de Guaxupé

Depois de mais de quatro anos de proveitoso apostolado em Bon-fim, foi nomeado pelo Papa Pio XII bispo residencial da Diocese de Guaxupé, no dia 19 de setembro de 1940.

Segundo consta nos arquivos da Cúria Diocesana de Guaxupé, às 17 horas do dia 23 de novembro do mesmo ano, o automóvel que con-duzia Sua Excelência chegou à sede da referida diocese, vindo de Ma-chado, sua cidade natal, acompa-nhado por distinta comitiva. Dom Hugo foi recebido ao som festivo dos sinos e de fogos, assim como de músicas executadas por duas bandas. Pela sua chegada, muitas escolas da diocese e representa-ções sacerdotais de inúmeras pa-róquias se reuniram em frente ao palácio episcopal, sendo saudado pelas autoridades civis e eclesiás-ticas. Cerca de 5 mil fiéis, também em frente ao palácio, aclamavam o seu novo bispo.

Sua Excelência tomou posse ca-nônica da diocese no dia posterior, domingo, 24 de novembro, às 9h30, na antiga Catedral Nossa Senhora das Dores.

Promoveu o primeiro sínodo diocesano, que teve seu primiti-vo esquema apresentado ao clero em 1946. O sínodo aconteceu na sede da diocese, nos dias 19 a 22 de agosto de 1947 e o documento final foi promulgado em 7 de outu-bro do mesmo ano.

No dia 2 de fevereiro de 1948, dom Hugo anunciava com profunda satisfação, em Carta Pastoral, que o

papa Pio XII havia distinguido com letras apostólicas datadas de 19 de julho de 1947 a Sé Catedral de Gua-xupé com a honra singular de um cabido.

Também preocupado com o bem espiritual dos fiéis, criou diversas paróquias.

No seu pastoreio em nossa dio-cese, foi visível que ele era um ho-mem incapaz de tomar uma atitude sem a intenção de fazer o bem.

Profundamente imbuído do sen-timento pastoral, criou em toda a diocese um ambiente de vocações sacerdotais, provando que elas existem onde quer que sejam bus-cadas. Construiu novo e moderno prédio para o funcionamento do Seminário Episcopal de Nossa Se-nhora Auxiliadora e cercou o clero de todos os cuidados, quer no cam-po cultural, de piedade e de forma-ção, quer no aspecto de assistência material.

É um traço marcante de sua vida a devoção à Virgem Santíssima. Por isso, construiu a atual Catedral, considerada, na época, uma das maiores do Brasil.

A sede da diocese foi palco da “Semana de Ação Católica”, que aconteceu de 16 a 23 de fevereiro de 1951. A pedido de dom Hugo, foi pregador e orientador o então monsenhor Helder Pessoa Câmara, vindo do Rio de Janeiro (RJ).

Governou a diocese, como bispo residencial, até o dia 3 de setem-bro de 1951, quando foi nomeado arcebispo titular de Cotrada e arce-bispo coadjutor, com direito à su-cessão de dom Antônio dos Santos Cabral, então arcebispo metropo-litano de Belo Horizonte. No dia 7 de dezembro, seguiu para a sede da referida arquidiocese mineira em meio à mais comovida manifes-tação de estima e apreço do povo guaxupeano.

A caminho do Centenário

DOM HUGO BRESSANE DE ARAÚJO, 3º BISPO DA DIOCESE DE GUAXUPÉ

Em onze anos de seu ministério episcopal em Guaxupé, dom Hugo desenvolveu intensa atividade pas-toral. Foi um incansável apóstolo.

Novas atuações e últimos anos

No dia 8 de dezembro de 1951, dom Hugo tomou posse como ar-cebispo coadjutor da Arquidiocese de Belo Horizonte, no Palácio Cristo Rei, na capital mineira. Entretanto, juntamente com seu novo posto, foi nomeado administrador apos-tólico da Diocese de Guaxupé, até que fosse eleito seu sucessor (21 de maio de 1952).

Em 1954, Sua Excelência renun-ciou à arquidiocese e transferiu-se para a Diocese de Marília (SP), onde exerceu, inicialmente, a função de administrador apostólico da referi-da diocese, tomando posse no dia 21 de março do mesmo ano, então festa de São Bento, padroeiro da

atual Catedral Basílica.Em 7 de outubro de 1954, foi no-

meado primeiro bispo residencial da Diocese de Marília, mantendo o título pessoal e a dignidade de ar-cebispo.

Ainda nos primeiros anos de episcopado, criou muitas paróquias e convidou diversas congregações e ordens religiosas para o trabalho apostólico na recém-criada dioce-se. No município de Marília, partici-pou de todas as iniciativas que visa-vam ao bem da cidade e da região, tais como a fundação de colégios, faculdades e hospitais. Sua obra mais importante foi a construção do Seminário Diocesano São Pio X, para a qual mobilizou membros de associações e de movimentos e as paróquias, de maneira geral.

Em 24 de julho de 1961, o papa João XXIII o nomeou assistente ao sólio pontifício.

Dom Hugo Bressane de Araújo

participou de todas as sessões do Concílio Ecumênico Vaticano II, rea-lizado entre os anos de 1962 e 1965. Segundo padre José Oscar Beozzo, dom Hugo fez 6 intervenções por escrito nesse Concílio.

Avançando em idade, pediu e obteve um bispo auxiliar, dom frei Daniel Tomasella, OFMCap, ao qual deu posse no dia 20 de dezembro de 1969.

Em 23 de abril de 1975, o papa Paulo VI aceitou seu pedido de re-núncia do governo da diocese. Per-maneceu ali como bispo emérito. Seu sucessor foi o então bispo au-xiliar, dom frei Daniel Tomasella.

Em toda a vida episcopal, dom Hugo ordenou um total de 39 pres-bíteros. Escreveu nove cartas pas-torais e muitas circulares, além de uma obra literária de grande reper-cussão, intitulada “O aspecto reli-gioso da obra de Machado de Assis.”

Faleceu na madrugada de quin-ta-feira, 9 de junho de 1988, na Santa Casa de Marília. Recebera o conforto dos últimos Sacramentos e nunca perdera a perfeita lucidez mental. O sepultamento aconteceu na cripta da Catedral Basílica de São Bento Abade, na cidade de Marília.

Até seu falecimento, era o bispo mais antigo do Brasil, com 52 anos completos de episcopado.

Segundo monsenhor Hilário Par-dini, “dom Hugo era um homem eclesiástico. De cultura sólida, de-dicava-se à literatura. Tempera-mento nervoso, exigente e de uma operosidade a toda prova. [...] Não perdia ocasião para cultivar o amor

à pontualidade, o respeito às au-toridades e à ordem constituída, o empenho pelas coisas sérias e ele-vadas. Não admitia nunca o mais leve desrespeito que parecesse fe-rir pessoas ou instituições. O culto religioso nas Igrejas mereceu dele o melhor de sua pessoa. Suas pales-tras e seus sermões transpiravam o grande amor a Deus e à Igreja, sem-pre dentro de uma linguagem ele-gante e límpida.”

Homem de fé inabalável e de constante oração, costumava dizer muitas vezes, especialmente nos últimos dias de sua vida terrena, “estou nas mãos de Deus.”

De fato, não obstante os contra-tempos, perseverou até o fim...

Eis um trecho de uma entrevis-ta dada por dom Hugo: “Estamos no mundo para servir, conforme o próprio Jesus nos disse: ‘o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir’. O Pastor serve suas ovelhas [...] Sou instrumento e o Se-nhor escolhe os instrumentos que deseja, defeituosos ou perfeitos. Vou fazendo o que estiver ao meu alcance. Aqui (em Guaxupé) me sin-to bem. Gosto do povo, bem piedo-so, ordeiro. Trata-me como um pai.”________________

Nota: Fontes, também seguras, mencionam outro ano do nasci-mento de dom Hugo: 4 de setem-bro de 1898.

Por Clayton Bueno, seminarista em Ano Pastoral na Paróquia Sagrada Famí-lia e Santos Reis de Guaxupé

Em 1951, Dom Hugo com Monsenhor Helder Câmara, durante a Semana de Ação Católica

12 Jornal Comunhão - A Serviço das Comunidades

Comunicações

Agenda Pastoral de Março

UM ANO COM FRANCISCO

Comemorações de Março

1-4 Setores: Retiro de Carnaval – RCC 5 Cinzas – Início da Quaresma – Abertura da CF 20146 Diocese: Reunião do Conselho de Presbítero em Guaxupé7-9 Encontro de formação da coord. Diocesana da Mãe Rainha em Atibaia9 Diocese: Dia de Espiritualidade para os Agentes do SAV 10 Setores Alfenas e Areado: Reunião dos Presbíteros na Paróquia São Pedro, em Alfenas12 Setor Passos: Reunião dos Presbíteros em Alpinópolis13 Setor Guaxupé: Reunião dos Presbíteros14 Setor Poços: Reunião dos Presbíteros na Paróquia Nossa Senhora das Graças, em Poços15 Reunião Diocesana da Pastoral da Criança em Poços Setores: Reunião dos Espaços das Juventudes Setoriais16 Encontro de formação do Movimento da Mãe Rainha no Santuário em Poços20-23 Cursilho Masculino em São Sebastião do Paraíso21-22 Visita Pastoral em São José da Barra22-23 Diocese: Encontro Diocesano de ministérios – RCC22 Setores Guaxupé, Passos e Paraíso: Reunião de Coordenadores

Natalício01 Pe. José Carlos Carvalho04 Pe. Adelmo Arantes Rosa08 Pe. José Augusto da Silva11 Pe. José Ronaldo Neto12 Pe. Gilgar Paulino Freire

14 Pe. Gilvair Messias da Silva17 Pe. Célio Laurindo da Silva17 Pe. Márcio Alves Pereira19 Pe. Luciano Campos Cabral21 Pe. Benedito Donizetti Vieira23 Pe. Ronaldo Robster

24 Pe. Guaraciba Lopes de Oliveira28 Pe. Claiton Ramos

Ordenação06 Frei Aldo Nasello10 Pe. Heraldo de Freitas Lamin

22 Paroquiais de Catequese Setor Passos: Reunião do Conselho Diocesano do ECC em São José da Barra 22-23 Setores Poços e Alfenas: Capacitação de comunicadores populares – Pastoral da Criança23 Diocese: Encontro Diocesano de ministérios - RCC Setores Poços, Alfenas e Areado: Reunião de Coord. Paroquiais de Catequese26 Diocese: Encontro com os Presbíteros até 05 anos de ministério27 Setores Cássia e Paraíso: Reunião dos Presbíteros na Paróquia São Judas, em Paraíso27-30 Cursilho feminino em São Sebastião do Paraíso28-30 Visita Pastoral em Alpinópolis29 Encontro de Coordenadores dos GED’S (Cursilho) do Leste II em Belo Horizonte30 Encontro de Espiritualidade Aliança de Amor e Santuário Lar no Santuário em Poços Encontro de Coordenadores dos GED’S (Cursilho) do Leste II, em Belo Horizonte

11 Dom Messias dos Reis Silveira - episcopal 12 Pe. Dirceu Soares Alves25 Pe. Edno Tadeu de Oliveira 30 Pe. Juvenal Cândido Martins

No próximo dia 13 de março, come-mora-se o primeiro ano de pontificado do papa Francisco. Confira os destaques da trajetória do primeiro papa latino-ameri-cano.

• É o 266.º Papa da Igreja• É o primeiro papa nascido no conti-nente americano• O primeiro pontífice não europeu em mais de 1200 anos, desde São Gregório III, que nasceu na Síria e go-vernou a Igreja entre 731-741• O primeiro papa jesuíta da história• Apareceu ao povo na sacada (ou varanda) central da Basílica de São Pedro por volta das 20 horas e 30 mi-nutos (hora de Roma) do dia 13 de março de 2013, como papa Francisco• 14 de março de 2013, faz oração à Salus Populi Romani Romani Basílica de Santa Maria Maior• 19 de março de 2013 – Imposição do Pálio, entrega do Anel do Pesca-dor e Santa Missa de início do Minis-tério Petrino como Bispo de Roma • No dia 23 de março de 2013 , após um breve voo de helicóptero, che-gou ao Palácio Pontifício de Castel Gandolfo, residência de verão dos papas, para um encontro com seu antecessor, o papa emérito Bento XVI• Na presença do seu antecessor, o papa emérito Bento XVI, e por oca-sião da inauguração de um novo monumento nos jardins do Vaticano, da autoria do artista Giuseppe An-

tonio Lomuscio, consagrou no dia 5 de Julho de 2013 o Estado da Cidade do Vaticano a São Miguel Arcanjo e a São José. • Em 5 de abril de 2013 , em audiência com o prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, arcebispo Gerhard Ludwig Müller, pediu que a congre-gação continue com a linha desen-volvida por Bento XVI, agindo de for-ma decisiva contra os abusos sexuais cometidos por membros da Igreja, promovendo medidas para a prote-ção e ajuda às crianças que sofreram esse tipo de violência e auxiliando nos processos contra os culpados. • Nomeou uma comissão, a fim de aconselhá-lo para uma reforma fi-nanceira no oficialmente chamado Instituto para as Obras de Religião (IOR), conhecido como Banco do Va-ticano.

Viagens:Ilha de Lampedusa, Itália (8 de julho

de 2013): Missa e homenagens aos mi-lhares de imigrantes norte-africanos que morreram durante a travessia para a ilha.

Rio de Janeiro (22 a 28 de julho de 2013): Viagem apostólica por ocasião da XXVIII Jornada Mundial da Juventude.

Visita Pastoral a Assis (4 de outubro de 2013)Visita Pastoral a Cagliari na Ilha da Sar-

denha (22 de setembro de 2013)

Escritos• EncíclicaLumen Fidei - A luz da fé, 29 de junho de 2013Primeira encíclica do seu pontificado, que havia sido iniciada pelo seu ante-cessor, Bento XVI.

• Motu próprio - Carta Apostólica em forma de «Motu Proprio» sobre a jurisdição dos órgãos judiciários do Estado da Cidade do Vaticano em matéria pe-nal (11 de julho de 2013) - Carta Apostólica em forma de «Motu Proprio» sobre a prevenção e combate à lavagem de dinheiro, ao financiamento do terrorismo e à proliferação de armas de destrui-ção de massa (8 de agosto de 2013) - Carta Apostólica em forma de «Motu Proprio» com a qual é apro-vado o novo Estatuto da Autorida-de de Informação Financeira (15 de novembro de 2013)- Carta Apostólica em forma de «Motu Proprio» Fidelis dispensator et prudenspara a constitução de uma nova estrutura de coordena-ção para os assuntos econômicos da Santa Sé e do Vaticano (24 de fevereiro de 2014)

• Exortação Apostólica•Evangelii Gaudium: Exortação Apostólica sobre o anúncio do

Evangelho no mundo atual (24 de novembro de 2013)

•Em seu primeiro consistório, em 22 de fevereiro de 2014, criou dezenove novos cardeais, incluindo o brasileiro Dom Orani João Tempesta, arcebispo da cidade do Rio de Janeiro

•Em seu primeiro ano de pontificado, destacou-se como papa que pede a paz aos países do Oriente Médio e Venezuela, que responde às realida-des humanas dos tempos hodiernos, que indaga a injustiça social e siste-ma econômico mundial, que adverte aqueles que abusam dos bens tem-porais da Igreja.