8/19/2019 A saúde mental de nossos jovens. Por Rosely Sayão

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Folha de S. Paulo, 08/03/2016

A saúde mental de nossos jovens Por Rosely Sayão

Pesquisas apontam aumento na taxa de suicídio entre os jovens brasileiros, e o fenômeno é mundial. Por esse motivo, alguns países têmse preocupado com a depressão em crianças e jovens. cademia

 mericana de Pediatria, por exemplo, recomendou que os médicos devemsempre procurar sinais dessa doença nos mais novos. !inal amarelopiscando.

Precisamos pensar com atenção na sa"de mental de nossas crianças e denossos jovens. #as parece que nem as famílias e nem as escolas têm essaquestão como importante$ ambas são criadoras de muitas causas quepodem afetar negativamente a qualidade de vida emocional de quem elasdeveriam cuidar. %amos levantar alguns pontos que podem provocarpressão em demasia, ansiedade e medos de fracasso nas crianças e nos

 jovens.

Primeiramente, a pressão sobre a vida escolar. &unca, nunca antestivemos famílias e escolas tão empen'adas em fa(er com que fil'os ealunos ten'am alta performance escolar, o que significa, é claro, boas

notas, aprovação com destaque em exames e provas etc. #as por quê)Porque, de repente, decidimos que o bom rendimento escolar da criança épré*requisito fundamental para um futuro profissional promissor. Possoassegurar*l'e que não é, por dois motivos bem simples. Primeiro$ bomrendimento escolar não significa, necessariamente, bom aprendi(ado.!egundo$ estamos um pouco atrasados nessa premissa, j+ que, 'oje, terestudos não garante nada, absolutamente nada em termos profissionais, enão apenas em nosso país. gora, imagine crianças inclusive as maisnovas- e jovens pressionados até o limite para que sejam bons alunos. !pode resultar em ansiedade, des/nimo, receios etc. 0unte a isso as

acirradas competiç1es 2s quais eles são submetidos, o bull3ing que eureputo 2 ausência de adultos na tutela dos mais novos, as agendaslotadas de compromissos, as intermin+veis liç1es de casa 4muitas ve(esmotivos para brigas entre pais e fil'os5, a eroti(ação precoce que promove

 busca infantil por um determinado tipo de bele(a etc.

6au- !e para um adulto essa mistura j+ pode ser explosiva para asanidade mental, imagine, caro leitor, para crianças e adolescentes- 7 oque podemos fa(er) #uita coisa- 8eixar de confundir cobrança compressão j+ pode ser um grande passo. &ossos fil'os e alunos precisam ser

cobrados a levar sempre adiante sua vida escolar. #as precisamos ser

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mais compreensivos quando eles não conseguem, e ajud+*los no esforçoque precisam investir para aprender, em ve( de pression+*los mais ainda.

 s famílias podem e devem também ensinar os fil'os a lidar com suasemoç1es. !abe quando uma criança pequena pega algum objeto de vidro e

os pais o ensinam a tomar cuidado porque é fr+gil e ela pode quebrar,mesmo sem querer) Podemos fa(er a mesma coisa com os sentimentosque ela experimenta. Posso ilustrar isso que acabei de di(er com oseguinte exemplo$ quando uma criança manifesta raiva, devemos ensin+*la que essa emoção e suas manifestaç1es podem mac'uc+*la e também osoutros.

7 a escola precisa se dar conta de que o ambiente escolar pode ser e emgeral é neuroti(ante para muitas crianças- 7 não é por falta decon'ecimento que não mudamos esse panorama.

 %amos cuidar da sa"de mental de nossas crianças e jovens tanto quantocuidamos de sua sa"de física-

ROSELY SAYÃO é psicóloga e autora de "Como Educar Meu Filho?" (Publifolha)