a prática pedagógica do professor
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A Prática Pedagógica do Professor
Dilza Netto
Eliane Cristina Joenck
Giovana Barbosa de Oliveira
Margarete Teresinha Madalosso
Paulo Roberto Coelho
Tádia Regina Pelissari
Mc. Orientadora Evanice Gonçalves Coelho
Solange Zarth
Introdução
A influência das novas tecnologias no mercado de trabalho se faz sentir, de
forma marcante, no contexto educacional, alterando o modo de aprender e ensinar. No
seu trabalho diário o professor encontra crianças e adolescentes que convivem de
diferentes maneiras. O novo educador deve estar consciente de uma série de mudança, e
dentre elas, as consequências de um mundo globalizado.
As escolas exigem profissionais em constantes atualizações, renovando seus
conceitos. Assim a aprendizagem poderá ser voltada para o trabalho em equipe com
uma postura mais flexível e criativa. O que se deseja é preparar alunos para serem
pessoas e profissionais conscientes, prontos a acompanhar as mudanças sociais e atuar
de acordo com as exigências do novo milênio.
A inteligência é desenvolvida durante o processo de produção de conhecimento.
O conhecimento é entendido como produto e processo construtivo do homem, se
transformam através do tempo, de seu próprio desenvolvimento, nas interações sociais,
a partir das representações construídas em elaborações sucessivas e partilhadas na sua
realidade. Desse modo, pode-se pensar a aprendizagem significativa com base nas
relações que ocorrem interativamente entre os sujeitos, de maneira que os professores
mais do que ensinar participam do desafio do aprender e da formação de competência.
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1 Graduada e Pós graduada em Ciências Biológicas pela Faculdade de Ciências Econômicas de Palmas –
PR. Atua como professora de Ciências na Rede Municipal no Município de Tapurah – MT.
2 Graduada em Pedagogia pela UFMT, Pós – graduada em Psicopedagogia, atua como professora das Series Inicias
na Rede Municipal no Município de Tapurah – MT.
Há um desenvolvimento das tendências psicológicas naturais da
criança, e os diferentes estilos da educação afetam tais tendências em variadas
proporções. O melhor estilo de educação é o que proporciona as crianças o
maior número possível de oportunidades para a descoberta e experiência
própria e organiza as oportunidades correspondentes. (PIAGET apud
KESSELLRING, 1993, PÁG.189).
Sendo assim, esta pesquisa que fizemos tem o objetivo analisar e contribuir com
a prática pedagógica dos professores, que ao lidarem com situações de ensino
aprendizagem envolvendo na utilização das novas tecnologias de informação e
comunicação.
O Ensino da Língua Portuguesa
Neste capítulo será apresentada a importância do domínio da língua para a
comunicação e as renovações que são necessárias aos professores decorrer dos anos
Renovações
Todas as mudanças que surgiram no ensino, a partir do desenvolvimento
tecnológico e da globalização, vêm produzindo uma alteração perceptível na forma de
educar. Primeiro, surgiram os Parâmetros Curriculares que, na área de Língua
Portuguesa, destacou uma grande preocupação com as dificuldades de leitura e escrita.
Dificuldades estas que teriam origem no trabalho inadequado de alfabetização,
linguagem, compreensão e produção de textos.
Segundo Leila Lauar Sarmento, o ensino da Língua Portuguesa esta baseado no
estudo gramatical, exigindo-se dos alunos o conhecimento teórico dos conceitos e não
uma prática reflexiva, com a abordagem em textos, o que tornou esta, um problema
entre os estudantes.
De acordo com a teoria construtivista, o aluno é um ser ativo durante a
aprendizagem. Nas palavras de Sanny S. da Rosa (1997, p.40), isso equivale a dizer que
ele atua de modo inteligente em busca da compreensão do mundo que o rodeia...(...).
Nessa visão a aprendizagem é entendida como um processo dinâmico, contínuo e
complexo.
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3 Graduada em Ciências Biológicas pela Faculdade de Educação de Uberaba e Pós graduada em Educação Ambiental e
Microbiologia – Pontifícia Universidade Católico – MG. Atua como professora de Ciências na Rede Municipal no Município de
Tapurah - MT
E deste processo resulta um produto que deve ser observado, analisado e
avaliado.
Nessa nova prática educativa, o papel do professor é ajudar o aluno em suas
conquistas, mediando à aprendizagem. Assim, o aluno é auxiliado para que consiga
executar as tarefas, sendo que dentro de um determinado prazo será capaz de realizá-las
sozinho. É essa interação professor-aluno que proporcionará uma aprendizagem efetiva.
A linguagem é o meio pelo qual o ser humano consegue
expressar-se, defender suas ideias, enfim, interagir com o outro. Por
esse motivo, cabe à escola proporcionar o maior número de
situações em que o aprendiz a utilize significativamente, garantindo-
lhe os conhecimentos necessários para que possa participar
plenamente da sociedade. É através do uso eficaz da linguagem que
o indivíduo poderá exercer sua cidadania. (SOUZA, 1991, Pág. 34)
Na década de 70 a única variação linguística aceita como correta no espaço
escolar era a norma culta. Dessa maneira a escola empenhava-se em corrigir a fala do
aluno. Ao desconsiderar a linguagem de cada um, a escola desvalorizava os aspectos
culturais de cada educando. O que se precisa ter clareza, é que hoje a linguagem deve
ser adequada ao seu objetivo, tendo em vista o contexto e os interlocutores a que se
destina. Só assim a linguagem será eficaz, permitindo uma igualdade de participação
social.
Investigar o conhecimento que o aluno já tem antes de ir para a escola deve ser o
ponto de partida para o planejamento da prática escolar. Porém, as diferenças de
contexto socioeconômico e familiar fazem com que as crianças tenham maiores ou
menores oportunidades de participar de atividades sociais pela escrita. No Brasil, as
disparidades sociais são enormes: casas que consomem tecnologia da era da internet são
vizinhas daquelas em que é difícil encontrar lápis e papel.
Além disso, não se pode esquecer que a aprendizagem se realiza através do
confronto entre o eu e a nova experiência que se vive.
Planejamentos Escolares
“Só ensina bem quem sabe onde quer levar os alunos e se prepara para chegar
lá.” (SILVA, 1992, pág. 57).
O planejamento é um processo de racionalização, organização e coordenação da
ação docente, articulando a atividade escolar e a problemática do contexto social.
Os elementos do planejamento escolar são recheados de implicações sociais que
tem um significado político. Assim, o planejamento é uma atividade de reflexão acerca
das opções e ações que rodeiam os educadores; se não pensarem sobre o rumo que
devem dar ao seu trabalho, ficarão entregues aos rumos estabelecidos pela sociedade.
A ação de planejar, não se reduz ao simples preenchimento de formulário para
controle administrativo. Para Libâneo (1994), planejamento é uma atividade consciente
de previsão das ações docentes, fundamentadas em opções político-pedagógicas, e tendo
como referência permanente às situações didáticas concretas.
Libâneo (1994) define como sendo sete as funções do planejamento. São elas:
Explicitar princípios, diretrizes e procedimentos do trabalho docente que
assegurem a articulação entre as tarefas da escola e as exigências do
contexto social.
Expressar os vínculos entre o posicionamento filosófico, político-
pedagógico e profissional e as ações efetivas que o professor irá realizar na
sala de aula, através de objetivos, conteúdos, métodos e formas do ensino.
Assegurar a racionalização, organização e coordenação da ação docente, de
modo que a previsão das atividades docentes possibilite ao professor a
realização de um trabalho de qualidade e evite a improvisação e a rotina.
Prever objetivos, conteúdos e métodos a partir da consideração das
exigências postas pela realidade social, do nível de preparo e das condições
socioculturais e individuais dos alunos.
Assegurar a unidade e a coerência do trabalho docente.
Atualizar o conteúdo do plano sempre que é revisto, aperfeiçoando-o em
relação aos progressos feitos no campo do conhecimento, adequando sempre
que necessário para que ocorra a real aprendizagem.
Facilitar a preparação das aulas: selecionar os materiais em tempo hábil,
saber que tarefas ambos devem executar replanejar o trabalho frente a novas
situações que aparecem no decorrer das aulas.
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4 Graduada em Estudos Sociais, Licenciatura Curta pela Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e
das Missões, Graduada em Letras, Licenciatura plena pela União do Ensino Superior de Nova Mutum, Pós –
graduada em Metodologia do Ensino de Linguagens pela Educon- Sociedade de Educação Continuada, Lapa PR.
Atua como professora de Língua Portuguesa no Ensino Fundamental e Médio Na Rede Estadual de Mato Grosso.
Para que os planos sejam instrumentos para ação, devem ser um guia de
orientação e devem apresentar ordem sequencial, objetividade, coerência e flexibilidade.
Primeiramente o plano deve ser um guia de orientação, pois nele estão
estabelecidas as diretrizes e os meios de realização do trabalho docente. Não pode ser
um documento rígido e absoluto, pois uma das características do processo de ensino é
que está sempre em movimento, sofrendo modificações face às condições reais.
Em segundo lugar deve ter uma ordem sequencial, progressiva. Para alcançar os
objetivos, são necessários vários passos, de modo que a ação docente obedeça a uma
sequência lógica.
Deve-se considerar também, em terceiro lugar, a objetividade. Por objetividade
entende-se a correspondência do plano com a realidade à que se vai aplicar. Não adianta
fazer previsões fora das possibilidades humanas e da escola, fora da possibilidade dos
alunos. São somente tendo conhecimento da realidade que se podem tomar decisões
para superara as condições existentes.
Em quarto lugar, deve haver coerência entre os objetivos gerais, os objetivos
específicos, os conteúdos, métodos e avaliação. Se o educador diz que sua meta é
ensinar os alunos a pensar, a desenvolver suas capacidades intelectuais, a organização
dos conteúdos e métodos deve refletir esse propósito. Se se tem em mente que não há
ensino sem a consolidação de conhecimentos, a avaliação da aprendizagem não pode
reduzir-se apenas a uma prova bimestral, mas devem-se aplicar muitas formas de
avaliação ao longo do processo de ensino.
Por último tem-se a flexibilidade. No decorrer do ano letivo, o professor está
sempre organizando e reorganizando o seu trabalho. Como já foi dito, o plano é um guia
e não uma decisão inflexível. A relação pedagógica está sempre sujeita as condições
concretas, a realidade está sempre em movimento, de forma que o plano está sempre
sujeito a sofrer alterações.
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5 Formação em Pedagogia Licenciatura – Faculdade União Cultural do Estado de São Paulo – UCESP, Formação em
Filosofia Licenciatura – Complementação Pedagógica – Faculdades de Ciências Humanas de Vitória - FAVIX, Pós-
graduação em Educação Inclusiva – Faculdade União Cultural do Estado de São Paulo – UCESP. Atua como
professor na Escola municipal com Pedagogia e na Escola Estadual com Filosofia em Nova Mutum- MT.
6 Graduada em Letras , Licenciatura Plena pela União do Ensino Superior de Nova Mutum. Pós-graduada em Língua
Portuguesa, Literatura Mato-grossense pela FASIP. Atua como professora de Portuguesa no Ensino Fundamental e
Ensino Médio na Rede Estadual e na Particular do Estado de Mato Grosso.
Para Libâneo (1994), classifica os planos em três níveis:
Plano da escola: é um documento mais global, expressam orientações gerais que
sintetizam as ligações do projeto pedagógico da escola com os planos de ensino.
Plano de ensino: é a previsão dos objetivos e tarefas do trabalho docente para um
ano ou semestre; é um documento mais elaborado, dividido por unidades
sequenciais, no qual aparecem objetivos específicos, conteúdos e
desenvolvimento metodológico.
Plano de aula: é a previsão do desenvolvimento do conteúdo para uma aula ou
conjunto de aulas e tem caráter específico.
A escola e os professores, porém, devem ter em conta que os planos e
programas oficiais são diretrizes gerais, são documentos de referência, a
partir dos quais são elaborados os planos didáticos específicos. Cabe à escola
e aos professores elaborar seus próprios planos, selecionar conteúdo, métodos
e meios de organização do ensino, em face das peculiaridades de cada região,
da cada escola e das particularidades e condições de aproveitamento escolar
dos alunos. (LIBÂNEO, 1994. pág. 38)
Os professores frequentemente apresentam planos de ensino, mas na verdade
eles não elaboram planejamento, pois esta atividade – planejar- implica a
existência de uma atitude em relação ao trabalho a desenvolver, a qual envolve
reflexão sobre uma determinada realidade, ação, reflexão sobre os resultados e
volta à ação. O planejamento é nesse sentido uma atitude.
Objetivos estabelecidos em um currículo
“Nenhum vento ajuda quem não sabe a que porto deverá velejar.” MONTAIGNE.
Os objetivos que se estabelecem num currículo devem ser avaliados em termos
de processos cognitivos que se pretendem desenvolver. Assim como existem diversas
formas de classificar os conhecimentos e competências que adquirimos, existem
também diversas formas de especificar um objetivo.
Os objetivos são instrumentos ou códigos para captar os conteúdos que
queremos ensinar, o domínio dos conhecimentos, as estruturas e estratégias cognitivas
que queremos desenvolver nos alunos.
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7 Graduada em Geografia; Pós Graduada em Psicopedagogia e Gestão Escolar; Mestrado em Ciências da
Educação da Univesidad Evangelica del Paraguay-UEP. Atua como Professora de Ensino Médio e Fundamental na
Rede Estadual e Municipal no Município de Tapurah – Mato Grosso.
Quanto mais bem especificado os objetivos, melhores condições o professor terá de
promover um ensino e uma avaliação adequados do processo e dos produtos de
aprendizagem.
Esses objetivos, enunciados de forma observável, referem-se às etapas concretas
que o aluno deve superar. Objetivos apresentados dessa forma mostram uma descrição
clara do que os alunos deverão ser capazes de fazer ao final de uma unidade de
aprendizagem, uma aula ou um curso.
Quando não existem objetivos, ou quando ele é muito geral, o professor fica
numa situação semelhante a um viajante sem rumo: qualquer coisa pode acontecer, o
aluno poderá dar qualquer resposta, e a avaliação se torna totalmente subjetiva e
imprevisível. A atividade profissional do professor implica ter uma grande
responsabilidade sobre o destino de seus educandos. Portanto cada aula precisa ser bem
elaborada, tendo seus objetivos bem específicos. Muito dificilmente, professor e aluno
chegarão a algum lugar se eles não souberem antecipadamente onde desejam chegar.
A principal vantagem de trabalhar com objetivos é que eles direcionam a
atividade da aprendizagem, estabelecem ordem, propósito e condições para a
aprendizagem, bem como fornecem critérios para avaliar se ela ocorreu.
O importante não é o material, método ou teoria para ensinar, e sim o fato de o
aluno aprender com propriedade. É responsabilidade de o educador mudar seu material,
método ou teoria sempre que eles não estiverem ajudando o aluno a atingir seus
objetivos.
Objetivos dão aos alunos informações sobre o que se espera deles, a fim de que
possam orientar seus esforços para o que é importante na aprendizagem, aumentando
suas chances de sucesso. Também servem para diagnosticar e prescrever, permitindo
avaliar onde o aluno está o progresso feito e o que ainda é necessário fazer.
O uso de objetivos deve levar em conta as diferenças individuais. Respeitar as
diferenças não significa abrir mão dos objetivos, mas oferecer possibilidades diversas e
alternativas para que p educando alcance o resultado proposto.
Dependendo de como o educador compreende o processo de ensino
aprendizagem e a função da escola, os objetivos podem ser definidos com uma grande
latitude, que pode ir do geral ao específico. Segundo Oliveira (2001; pág. 210) o
professor deve contemplar três níveis de amplitude ou alcance dos objetivos: longo,
médio e curto prazo. Esses níveis correspondem ao currículo, ao plano de curso e ao
plano de aula, respectivamente.
Ao organizar seu plano de curso, o professor está delineando objetivos de médio
e longo prazo. Ao elaborar seu plano de aula, o educador está preocupado com objetivos
de curto prazo. Os objetivos para uma aula concreta são de curto prazo, os de uma
unidade ou semestre são de médio prazo e os para um ano letivo são de longo prazo.
Quanto mais longo o prazo, mais geral e de alto nível devem ser os objetivos
especificados.
Desta mesma forma Veiga (1996; pág. 32) classifica os objetivos dizendo ainda
que ”o objetivo definido com clareza dá ao aluno os meios para auto avaliar seus
esforços em atividades relacionadas com o que está aprendendo”.
Conteúdos
Conteúdos de ensino são os conjuntos de conhecimentos, habilidades, hábitos,
modos valorativos e atitudinais de educação social, organizados pedagogicamente, tendo
em vista a assimilação ativa e aplicação pelos alunos na sua vida. (Veiga, 1996, pág.: 45)
Geralmente os conteúdos são expressos nos livros didáticos, programas oficiais,
nos planos de ensino que são fornecidos pelas Secretarias de Educação e nas convicções
do próprio professor.
Os conteúdos englobam ideias, princípios, hábitos de estudo, habilidades de
pensar, conceitos, processos, regras e valores; retratam a experiência social da
humanidade no que se refere a conhecimentos e modos de ação, transformando-se em
instrumentos pelos quais os alunos, assimilam, compreendem, enfrentam as exigências
teóricas e práticas da vida social.
O futuro professor não deve se assustar com a complexidade da elaboração
do conteúdo de ensino, pois nenhum desses elementos é considerado isoladamente,
mas reunidos em torno dos conhecimentos sistematizados. O aspecto importante a
assinalar é um sólido conhecimento de matéria e dos métodos de ensino. Sem o
que será muito difícil responder às exigências de um ensino de qualidade.
(LIBÂNEO, 1994, pág.: 56)
Somente o professor deve escolher os conteúdos, pois é ele que conhece seus
alunos, suas características próprias, sua origem social, os quais vivem em um meio
social determinado, com certas disposições e preparo para enfrentar o estudo.
Cabe ao professor questionar-se sobre que conteúdos os alunos deverão adquirir
a fim de que se tornem preparados e aptos para enfrentar as exigências objetivas da vida
social, como profissão, cidadania, usufruto da cultura entre outros; além de refletir sobre
quais os métodos e procedimentos a serem adotados para viabilizar o processo de
transmissão-assimilação de conteúdos pelas quais são desenvolvidas as capacidades
mentais e práticas dos alunos de modo a adquirirem métodos próprios de pensamento e
ação.
Libâneo (1994) sugere alguns critérios para o professor selecionar os conteúdos
de ensino:
Buscar a correspondência entre os conteúdos e os objetivos maiores da
educação.
Selecionar conhecimentos atuais, que refletem os fatos, conceitos,
generalizações e métodos decorrentes da ciência moderna.
Conhecer bem a estrutura de a matéria relacioná-los ao modo de
representações que o aluno faz deles na sua cabeça, para que tenham o
poder de facilitar ao aluno encaixar temas secundários em tema central.
Selecionar conhecimentos sistematizados e não temas genéricos e
esparsos, sem ligação entre si.
Selecionar conteúdos que evidenciem relevância social, isto é, incorporar
no programa as experiências e vivências das crianças e jovens.
Selecionar conteúdos compatíveis com o nível de preparo e
desenvolvimento mental dos alunos.
Se os conteúdos são acessíveis e didaticamente organizados, sem perder o
caráter cientifico sistematizado, haverá mais garantia de uma assimilação
sólida e duradoura tendo em vista a sua utilização nos conhecimentos novos e
a sua transferência para situações práticas. (LIBÂNEO, 1994, pág. 63)
Segundo Libâneo (1994) ainda nos coloca que, ao selecionar os conteúdos o
educador deve analisar os textos, verificar o enfoque dos assuntos, para enriquecê-los
com sua contribuição. Aconselha os professores a fazerem um estudo crítico dos livros
didáticos para analisar como são tratados os temas. O livro deve ser adaptado ao
trabalho do professor com seus alunos e não o contrário, pois muitas vezes os livros
expressam o modo de ver de apenas alguns segmentos da sociedade. Assim o professor
deve usá-los para confrontar o conteúdo do livro com a realidade dos alunos.
Métodos
Os métodos de ensino são ações do professor pelas quais se organizam as
atividades de ensino e dos alunos para atingir objetivos do trabalho docente em relação
a um conteúdo específico. Eles regulam as formas de interação entre: ensino e
aprendizagem, professor e aluno. O resultado é a construção dos conhecimentos e o
desenvolvimento das capacidades dos alunos.
Não existe um método único de ensino, mas há uma variedade de métodos cuja
escolha depende dos conteúdos da disciplina, da situação didática e do desenvolvimento
mental dos alunos. A escolha do método mais apropriado depende somente do
educador, pois só ele conhece as características de cada aluno quanto a capacidade de
assimilação conforme idade e nível de desenvolvimento mental e físico e quanto às
características socioculturais e individuais.
Um uso adequado e eficaz dos métodos visa assegurar o processo de
transmissão-assimilação de conhecimentos e habilidades, a atualização das capacidades
potenciais dos alunos, de modo que adquiram e dominem métodos próprios de aprender.
Os métodos não têm vida própria, estão associados aos objetivos e ao conteúdo.
Objetivo Conteúdo Método
Método de exposição pelo professor
Neste método, os conhecimentos, habilidades e tarefas são apresentados,
explicadas ou demonstradas pelo professor. As atividades dos alunos são receptivas,
mas não passiva. A exposição lógica da matéria continua sendo um procedimento
necessário, desde que o educador consiga mobilizar a atividade interna do aluno de
concentrar-se e de pensar e a combine com outros procedimentos como o trabalho em
grupo.
Libâneo (1994; pág. 65) nos diz que:
A explicação da matéria deve levar em conta dois aspectos: proporcionar
conhecimentos e habilidades que facilitem a assimilação ativa e desenvolver capacidades
para que o aluno se beneficie da exposição de modo receptivo-ativo. A exposição ou relato
de conhecimentos adquiridos ou de experiências vividas é um exercício útil para
desenvolver a relação entre o pensamento a e linguagem, a coordenação de ideias e a
sistematização de conhecimentos.
Método de trabalho independente
Este método consiste de tarefas, dirigidas e orientadas pelo professor, para que
os alunos as resolvam de modo relativamente independente e criador. Este trabalho
pressupõe determinados conhecimentos, compreensão da tarefa e do seu objetivo, o
domínio do método de solução, de modo que os alunos possam aplicar conhecimentos e
habilidades sem a orientação direta do professor.
O aspecto mais importante neste tipo de trabalho é a atividade mental dos
alunos, qualquer que seja a modalidade de tarefa planejada pelo professor para o estudo
individual. Este trabalho pode ser adotado em qualquer momento da sequência da
unidade didática ou da aula, como tarefa preparatória ou tarefa da assimilação do
conteúdo.
Para que este tipo de trabalho funcione é preciso que o educador dê tarefas
claras, compreensíveis, á altura dos conhecimentos e da capacidade de raciocínio dos
alunos, assegurem condições de trabalho, aproveite o resultado das tarefas para toda a
classe e acompanhe de perto o trabalho.
Estudo Dirigido
O estudo dirigido é uma das formas mais comuns para pôr em prática o trabalho
independente e auxiliar no desenvolvimento mental dos alunos. Ele se cumpre
basicamente por meio de duas funções: a realização de exercícios e tarefas de
reprodução de conhecimentos e habilidade que se seguem à explicação do professor, e a
elaboração pessoal de novos conhecimentos.
Este estudo tem como objetivo desenvolver habilidades e hábitos de trabalho
independente e criativo, sistematizar conhecimentos, possibilitar cada aluno resolver
problemas, vencer dificuldades e desenvolver métodos próprios de aprendizagem,
possibilitar ao professor a observação de cada aluno em suas dificuldades e progressos,
bem como a verificação da eficácia do seu próprio trabalho na condução do ensino.
Existem outros métodos que podem facilitar o trabalho do educador e a
aprendizagem de seus alunos. Veiga (1996; pág. 55) no seu livro “Repensando a
didática” nos dá algumas dicas de métodos e esclarece o funcionamento de cada um,
entre eles pode-se destacar: método de resolução de problemas, música, dramatizações,
filmes, vídeos, slides, ensino por fichas, jogos, seminários e muitos outros.
Avaliação
Avaliar significa emitir um julgamento de valor ou méritos, examinar os
resultados educacionais para saber se preenche um conjunto particular de objetivos
educacionais. (AUSUBEL, NOVAK E HANESIAN IN SOUZA, 1991, pág. 42).
A avaliação não deve ser entendida como uma forma de julgar o sucesso ou o
fracasso do aluno. Na concepção construtivista, ela é tida como um meio pelo qual se
torna possível verificar se o processo de ensino aprendizagem está sendo satisfatório ou
se necessita sofrer alterações, a fim de alcançar os objetivos preestabelecidos.
José Carlos Libâneo (1994, p.196) define avaliação escolar como um
componente do processo de ensino que visa, através da verificação dos resultados
obtidos, determinar a correspondência destes com os objetivos propostos e, daí, orientar
a tomada de decisões em relação às atividades didáticas seguintes.
Se tratando de avaliação é preciso ter em mente que esta não recai somente sobre
o aluno. Ela fornece ao professor os elementos para que reflita sobre sua própria prática
pedagógica.
A avaliação é, então, compreendida como um procedimento cuja única função é
unificar aprendizagem e ensino. Considerando que o processo de aprendizagem é
dinâmico e que a avaliação incide sobre a aprendizagem, ela também deve ser dinâmica.
Deve ocorrer durante todo o processo de ensino e aprendizagem.
De acordo com os PCN (Introdução, 1997, pág. 85), o professor deve usar como
forma de avaliação:
Registrar o processo de aprendizagem geral e individual em diários de classe ou
tabelas,
Analisar as produções que os alunos realizam do dia-a-dia, considerando toda e
qualquer evolução ocorrida,
Analisar a desempenho nos trabalhos cooperativos,
Verificar a maneira como os alunos se portam em atividades que envolvem
discussões.
Nas atividades específicas para avaliação, é recomendável que o educador haja da
seguinte maneira:
♦ Forneça atividades similares às trabalhadas em sala de aula,
♦ Informe aos alunos sobre o que pretende avaliar,
♦Torne claro aos alunos que é preciso ter objetividade nas respostas,
♦Estabeleça um tempo compatível com o volume e complexidade das tarefas,
evitando assim que algum aluno não a acabe.
Embora a avaliação seja atribuição do professor, os alunos também podem ser
incumbidos desta tarefa através da auto avaliação. Esta prática consiste na auto
avaliação, uma situação de aprendizagem em que o aluno desenvolve estratégias de
análise e interpretação de suas produções e dos diferentes procedimentos para se avalia.
(PCN-Introdução, 1997, p. 86).
Quando o aluno avalia seu desempenho, está praticando a auto avaliação. Por
meio desta, ele amplia seu senso de crítica e autocrítica.
Em relação às avaliações formais, sabe-se que a atribuição de notas é uma
prática real no meio escolar e até necessária devido à obrigação de a escola prestar
contas à sociedade sobre o rendimento dos seus alunos. Notas, boletins, diplomas,
fazem parte da prática de todo professor. No entanto é preciso que o educador transmita
a seus alunos que mais importante do que notas é a aprendizagem de cada um.
Sabe-se que muitos alunos, por terem sido de certa forma levados a assim
proceder, têm como objetivo somente obter notas e, consequentemente, a aprovação.
Assim, a mensagem de que “O mais importante é aprender” deve ser passado aos alunos
todo o dia.
Muitos autores norte-americanos influenciaram o pensamento dos autores
brasileiros com suas teorias sobre a avaliação. Souza no seu livro “Avaliação do
Rendimento Escolar” cita grandes autores norte-americanos que escreveram e
continuam a escrever sobre o tema. Percebe-se que a linha de pensamento é a mesma
que de muitos conhecidos de todo educador.
Cook nos diz que a avaliação tem uma função energizante que se faz sentir no
momento em que o aluno visualiza os meios de atingir os objetivos propostos. O aluno
sente-se estimulado a trabalhar de forma produtiva quando:
Há uma finalidade no trabalho,
Seus resultados são estudados juntamente com o professor,
Seu desempenho é comparado com ele próprio e seus progressos e
dificuldades são vistos a partir de seu próprio padrão de desenvolvimento,
necessidades e possibilidades.
Para Reboul aprender não é um verbo passivo. É um ato que o sujeito exerce
sobre si próprio; não é simplesmente registrar para reproduzir.
Já W. Ragan nos coloca que os processos de avaliação devem ser estreitamente
relacionados aos objetivos. O programa deve ser amplo e contínuo e os resultados
devem ser usados para melhorar o currículo. Continuando, nos diz ainda que:
O termo avaliação refere-se à coleta de extensa evidência quanto às habilidades,
posições e problemas das crianças, mediante processos formais e informais. Inclui também
o processo de organizar e interpretar esses dados para dar uma descrição compreensiva da
criança, tendo em vista os antecedentes de sua experiência educacional.
O processo de avaliação deve permitir ao educando a análise crítica da realidade
educacional, seus avanços, a descoberta de novos problemas, de novas necessidades ou
de dimensões possíveis de serem atingidas. O ato de avaliar é uma fonte de
conhecimentos e de novos objetivos a serem alcançados no sentido permanente do
processo educativo. Como afirma Luckesi; “Avaliar não é julgar o aluno”.
Relações Professor-aluno
Muitas vezes, a tendência dos professores é pensar que para administrar
adequadamente a sala de aula, precisa de uma espécie de paz dos problemáticos, de
tranquilidade e de ordem. É razoável que pensem assim, mas o bem aluno não é aquele
que sempre se comporta bem, nem aquele que sempre estuda. Educar para ser autônomo
é educar para a rebeldia. Ter autoridade não significa impor sua fala, mas sim ter
capacidade afetiva e moral para ser escutado.
Segundo Antunes ET AL, a compreensão e a aprendizagem das normas
requerem tentativas, provas, tensões e mudanças.
Quando se fala em crianças e adolescentes indisciplinados, agressivos, violentos,
seja dentro ou fora de sala de aula, são prováveis que se esteja falando de novas
realidades. Estamos, segundo Antunes, diante de novos desafios educacionais, que essa
disciplina que parece impossível é apenas mais uma na encruzilhada educativa.
Existe algo de novo nos alunos que ingressam na escola hoje. Pode-se dizer que
são filhos das novas famílias, aquelas que já não giram em torno do puro centrismo,
aquelas submetidas à desunião e recomposição, que vivem em ambiente de tensão e
dificuldade. Já se referindo a adolescentes, têm-se esses entre a escola e a rua, que
transformam a sala em seu território.
Uma escola é um ponto de encontro de diferentes idades e procedências, com
diferentes papéis que se relacionam conseguindo assim o desenvolvimento integral de
todos. Nem todas as escolas são iguais, já que os valores de cada uma são diferentes.
Assim, é fundamental determinar a escola que se quer ou os princípios que
orientam essa escola. A escola tradicional anula o conflito e evita, ao máximo, seu
aparecimento. Os conflitos não são tratados e sim punidos. O único fim é a disciplina.
Felizmente muitas mudanças vieram a acontecer. Hoje, é impossível conceber
participação, discussão e diálogo sem ter o conflito no eixo dessa convivência.
“Conflito é aquela situação que surge quando há discordância entre as tendências
ou interesses de alguém e as imposições externas que são dadas.” Antúnez et al.
Se antigamente a escola evitava o conflito, hoje o conflito é um momento
singular e privilegiado da dinâmica interpessoal que deve ser aproveitado e do qual se
deve tirar o máximo proveito educacional.
A partir disso, as normas devem ser aceitas por todos, assim como os alunos
aceitam-nas quando estão participando de um jogo. A disciplina jamais deve ser
objetivo em si mesmo, e sim um bem para a convivência. O maior responsável por
controlar o conflito em sala de aula e torná-lo ajudante no processo de ensino e
aprendizagem é o professor.
Para que o processo de ensino e aprendizagem tenha resultados satisfatórios, é
preciso que seja instaurado um clima de cooperação e integração entre todos.
A crença de que a escola deve ser competitiva porque prepara o indivíduo para o
mundo precisa ser superada. Em vez de competição, o clima em sala deve ser de
colaboração e interação. Assim, alunos com habilidades diferentes poderão estar-se
ajudando mutuamente, confrontando suas hipóteses e trocando informações. Dessa
maneira aprenderão a trabalhar em equipe. É preciso que o mestre esteja sempre atento
para inferir no trabalho em grupo quando se fizer necessário. Os alunos possuem
potencial para trabalhar sozinho, porem é preciso que sejam orientados a fim de que
alcancem a capacidade real de proceder dessa maneira.
Outro aspecto muito importante em sala refere-se ao fato de o professor aceitar o
ponto de vista do educando. A voz do aluno deve ter um lugar especial.
Observações das aulas
Serão apresentados os resultados da pesquisa de estudo e observação dos PCNs
em duas escolas públicas do município de Tapurah, com alunos da 8ª série.
A primeira observação de aula aconteceu na Escola Estadual Cândido Portinari,
situada, no município Tapurah. A turma escolhida foi uma 8ª série com 30 alunos,
participativos e interessados.
A professora que trabalha com Língua Portuguesa é formada na área e pós-
graduada na área de linguística. Esta utiliza a apostila durante grande parte de suas
aulas, mas trabalha com textos e exercícios diversificados. O livro é utilizado nas
atividades de leitura e interpretação ou em atividade de casa.
Iniciando na nossa observação pudemos perceber o cuidado que a educadora
possui em preparar suas aulas, buscando sempre novos meios para ajudar os alunos na
compreensão dos conteúdos. Está sempre revendo seu planejamento, seus objetivos para
assim conseguir uma adequação dos conteúdos. No primeiro momento observamos
atividades referentes aos “Elementos de uma Narrativa”.
Neste dia a professora entrou na sala, cumprimentou os alunos que a saudaram e
explicou que estávamos observando para preparamos um artigo que pode trazer
diferença na prática pedagógica de cada professor. Devido ao fato de os alunos já nos
conhecerem, estes demonstraram grande espontaneidade nas aulas. Primeiramente a
professora fez a correção de uma atividade de casa.
Na sequência fez uma revisão sobre o conteúdo. Logo em seguida pediu para
que os alunos produzissem um texto cujo tema é: “Momentos que marcaram os anos
2000”. Após termino das produções, os alunos fizeram a leitura dos textos. Feito isso,
os textos foram trocados entre os alunos, para que os mesmo encontrassem nas
produções os elementos necessários a uma narrativa.
Observa-se que nesta atividade, a professora não pediu que os alunos
corrigissem os textos, evitando um clima de competição entre eles. Após o término
desta atividade realizaram em conjunto a correção dos textos.
A educadora iniciou na apostila a leitura do conto “Venha ver o pôr do sol”.
Durante este tempo pudemos perceber que todos estavam concentrados na leitura e que
conseguiram compreende-la, pois ao término da mesma realizaram discussões sobre o
sentido do texto, conseguindo extrair a síntese do mesmo. Após a leitura a professora,
os alunos fizeram à interpretação proposta na apostila.
Em pequenos grupos os educandos esforçavam-se para realizá-las. A
professora sempre os auxiliava, retomava conceitos e exemplos para que estes
conseguissem ter êxito em suas atividades. Pudemos notar que a timidez de alguns
alunos os impedia de chegar até a professora e pedir ajuda, muitas vezes consultavam o
colega. Finalizando, realizaram a correção da mesma, onde os alunos colocaram que
não tinham mais dúvidas sobre este conteúdo.
Em outro momento da nossa observação a professora trabalhou com leitura e
produção de texto. Nesta aula ela utilizou-se do livro didático adotado pela escola:
ANDREU, Sebastião. Aprendendo a ler e escrever textos 8ª série. 1ª ed. Curitiba:
Positivo, 2004. (coleção ALET).
O tema central de todo o trabalho era as Lendas e os Mitos. Há algumas aulas a
professora já vinha trabalhando com este tema. Primeiramente foi feito um
levantamento sobre o conhecimento dos alunos a respeito do tema. Leu-se então o conto
“O marido da mãe d’água” fazendo os comentários e relações entre os dois textos,
sempre retomando o conceito de mito lenda.
Após leitura a professora propôs um reescrito do conto ou uma produção de
texto sobre uma lenda ou um mito que conhecessem. Para a realização desta, os alunos
foram até a biblioteca e leram alguns livros infantis e infanto-juvenis para terem
subsídios para sua produção. Ao terminarem todos leram seus textos para a classe.
Após cada um era feito um breve comentário, destacando os aspectos que o
caracterizassem como mito ou lenda. A professora pediu para que os alunos lessem as
produções, e juntos, fizeram as correções oralmente, para verificar as concordâncias e
pontuações.
Em conversa com a professora esta nos relatou que os alunos não conseguiam
assimilar o conteúdo, então propusemos que os alunos realizassem um teatro dando
ênfase aos elementos principais da narrativa, proporcionando uma melhor fixação.
Depois ela sugeriu que fizesse desta uma peça teatral uma avaliação, sem o
conhecimento dos alunos, para que ficassem mais tranquilos durante a apresentação.
A professora ficou feliz e os alunos produziram o teatro, e após alguns dias ao
encontrar com a professora, ele nos relatou que estava satisfeita com o aprendizado dos
seus alunos.
A segunda aula observada aconteceu na Escola Municipal Vinícius de Moraes,
também situada em Tapurah. Era uma 8ª série com 25 alunos. A professora tinha
conhecimento da nossa presença durante as aulas, e então conversando sobre os alunos,
ela nos contou que alguns alunos estavam com muita dificuldade, e que estava
preocupada com a avaliação.
Neste momento relatemos a experiência na outra escola, e sugerimos que fizesse uma
dinâmica avaliativa. Por ser educadora preocupada com a qualidade e não com a
quantidade, ela aceitou a nossa ideia.
Ao entrar na sala foi saudada pelos alunos, nos apresentou e explicou nosso
objetivo neste dia. Logo em seguida realizou a brincadeira, para verificar se os alunos
tinham assimilado o conteúdo estudado: Orações Coordenadas. Dividiu a sala em dois
grupos e pediu que se sentassem nas laterais. No centro colocou sua mesa com um
tabuleiro de “Jogo da Velha”. Em suas mãos segurava uma caixa com várias questões
sobre o conteúdo.
Um aluno de cada equipe se dirigia até o centro e em pares disputavam quem
marcaria no tabuleiro. Cada um tirava uma pergunta, lia e respondia. Se acertasse podia
marcar para sua equipe, caso errasse não marcava e passava a vez para outra dupla.
Vencia a equipe que completasse uma linha do jogo da velha. Durante a atividade a
professora indagava os alunos, instigava-os a pensarem e refletirem sobre os conceitos
estudados. Alguns alunos se sobressaíram, outros não se empenharam na atividade.
Ao término da atividade a educadora comunicou que aquela brincadeira era uma
avaliação. Depois, explicou aos alunos que devemos estar sempre preparados para as
diferentes situações que a vida nos oferece e que realizou essa atividade mais dinâmica
devido ao fato de alguns alunos não terem conseguido ter um bom rendimento e por ter
percebido que alguns alunos temem a avaliação. Os alunos ficaram surpresos com a
atitude da professora.
Após a conversa, a professora sanou algumas dúvidas que vieram a surgir,
retomou exemplos das Orações Coordenadas e entregou alguns exercícios de fixação.
Durante a atividade, procurou ao máximo auxiliar os alunos que a procuravam.
Assim, percebe-se que cada vez mais os educadores buscando formas variadas
de ensino que facilitem a aprendizagem dos alunos e a tornem significativo.
Relações entre teoria e prática da ação pedagógica
Baseado nos diversos autores lidos, a sala de aula deve ser um lugar de trocas de
experiências e ajudas mútuas. Assim, nota-se que os educadores têm grande
conhecimento destas teorias e buscam, na medida do possível, colocá-las em prática.
Ambas as professoras observadas conseguem transmitir aos alunos segurança e
confiança. O clima instaurado em sala é de completa amizade e respeito. Sempre que
surge um clima desconfortável em sala, são as professoras que buscam resolvê-lo, pois
são elas que conhecem seus alunos, que estão a par de seus problemas e dificuldades.
O trabalho desenvolvido em sala busca sempre facilitar a aprendizagem dos
alunos. O ensino não é mais visto como algo mecânico, e sim como algo que se renova
a cada instante.
Os novos professores de ensino fundamental e médio, quando tem contato com
as inovações teóricas surgidas nos meios acadêmicos, muitas vezes sentem-se
impossibilitados de fazer mudanças na forma de ensinar a língua. Primeiro porque não
se trata de uma simples substituição de um modelo gramatical por outro.
Em segundo lugar, porque não sinta, talvez, no novo modelo adequação,
consistência ou amplitude suficiente para torná-lo centro de suas aulas.
Apesar disso, ambas as professoras observadas procuram ao máximo tornar suas
aulas atrativa. Mantêm, em certos casos, traços tradicionais, mas já tratam a gramática
dentro dos textos.
Ao observar trabalhos, pudemos notar que ambas trataram o assunto no contexto
geral, pois é assim que o aluno irá assimilar melhor. Procuram sempre partir daquilo
que o aluno já sabe para aquilo ainda desconhecido.
Até recentemente, o ensino de produção de texto era feito por meio de um
procedimento único e global, como se todos os textos fossem iguais. A fórmula
tradicional de ensino de redação que consiste em desenvolver a trilogia narração,
descrição e dissertação é voltada basicamente para a formação de escritores literários e
talvez cientistas.
Em contrapartida a essa visão, o ensino por gêneros, compreende que o resultado
é mais satisfatório quando o aluno, desde cedo, entra em contato com uma diversidade
cada vez maior de textos. É isso que as educadoras observadas buscam. Inserir os alunos
no mundo da leitura.
“Estimulamos e facilitamos o processo de transição para uma cidadania adulta.” ANTUNEZ.
Considerações Finais
Com o estabelecimento da reforma educacional fundamentada
psicopedagogicamente na teoria construtivista e baseada no processo de ensino e
aprendizagem, nós, educadores, não podemos esquecer que aqueles que recebem nossa
ação educativa são diferentes, mas cada qual tem direito de recebê-la o mais
adequadamente possível. Percebe-se que, no desempenho de sua função, ao longo dos
anos, o professor elabora determinados saberes que podem ser construídos a partir da
própria experiência profissional.
Um domínio maior e a busca de novas maneiras de ensinar tornam o professor
mais competente para lidar com os saberes curriculares, na perspectiva de promover a
aprendizagem dos alunos. Contudo, deve estar empenhado em buscar novas formas de
melhora e motivar a turma, inovar os seus procedimentos, propor questionamentos
relevantes, mesclar conhecimentos, instigar os alunos, enfim construir novos métodos
e/ou adaptar novas formas de trabalho pedagógico, a fim de possibilitar um processo de
ensino e aprendizagem mais eficaz.
O mercado de trabalho vem exigindo profissional cada vez mais qualificado e
neste contexto não se pode esquecer que o objetivo essencial e mais elevado de toda
educação, que é a conquista de uma maior maturidade e realização autentica. Para que
se atinja essa realização, é preciso que educador e educandos sejam seres que busquem
mudanças e melhorias, que se conheçam e se valorizam.
O professor deve ter como objetivo, preparar todos para a vida na nova
sociedade e não apenas trabalhar os conteúdos isolados em sua área, mas integrá-los às
outras disciplinas, desenvolvendo situações reais, próprias ao ensino. No ensino da
Língua Portuguesa, é importante que o aluno mantenha contato com textos polêmicos,
diferentes, que o façam refletir e buscar soluções por si próprias.
Por fim devemos ser estimulado a opinar, ouvir, defender seu ponto de vista e
respeitar a opinião alheia. Ao exercer estas atividades, o aluno irá desenvolver sua
linguagem própria, dominará a mesma e passará a usá-la de forma conveniente, como
cidadão de uma comunidade, de um país. A gramática tem tamanha importância nesse
crescimento. Ela torna-se mais interessante se ensinada a partir de textos, sejam eles dos
próprios alunos ou não, os alunos tornam-se mais motivados ao verem que o que eles
estudam está sendo aplicado no seu cotidiano. Percebe-se assim, que grande parte dos
educadores já está buscando estas novas formas de ensinar, propiciando ao aluno maior
reflexão sobre sua própria aprendizagem.
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