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A percepção dos dependentes químicos do CAPS de Santo Antônio da Patrulha/RS sobre a prática de atividade física orientada durante
seus tratamentos
Ângela Kunzler Moreira1 Tamara Pereira Cury2
Fernanda Marques Paz3 Flávia Bastos Tresbach4
Resumo: Este trabalho objetivou conhecer a percepção dos dependentes químicos que frequentam o CAPS de Santo Antônio da Patrulha/RS sobre. as atividades caracterizaram-se basicamente por atividades aeróbicas combinadas com caminhadas, jogos, dinâmicas de grupo, relaxamento e alongamento. Metodologia: Este trabalho caracteriza-se como um estudo experimental. Instrumentos: Os instrumentos utilizados foram questionário sócio demográfico e entrevista semiestruturada, oito participaram do estudo, que preencheram os critérios de inclusão. Análise dos dados: Os dados levantados foram submetidos à análise de conteúdo. Resultados: Observou-se que esse programa teve uma boa aceitação pelo grupo, julgando importantes as atividades físicas realizadas para ajudar no seu tratamento. Considerações finais: comprovação dos benefícios que a atividade física proporciona na vida do ser humano. É de suma importância que o dependente químico em tratamento entre em contato com meios saudáveis para sua vida e a atividade física é uma ótima alternativa, pois, através dela o sujeito tem sensações de prazer, bem estar físico e mental, proporcionando também melhora na reabilitação. Palavras-Chave: dependência química - atividade física - educação física. Abstract: This study aimed to know the perceptions of people who suffer from chemical dependency and use a mental health service in Santo Antônio da Patrulha, Brazil, on physical activities during their treatments. The oriented phisical activities were coordinates by a student of Physical Education The activities were aerobic as hiking, games, group dynamics, relaxation and stretching. Method: This work is characterid as an experimental study. Instruments: The instruments were a sociodemographic questionnaire and semi structured interview. Participants: 24 people were referred to physical activities but only eight completed inclusion criteria to participate of this study (75% of frequence in activities). Data analysis: Data were submitted to content analysis. Results: The program show acceptance by the group and the participants consider the relevance of the physical activities for their treatments. Final Considerations: According to the perceptions of the participants, the physical activities brought benefits in their lives. It was found that a good quality of health is associated with a regular practice of exercises. It is very important that the person who suffer from chemical dependence and is in treatment get in touch with healthy way of life. Physical activity is a great alternative because with it people have pleasure sensations, physical and mental wellbeing, and better socialization. Keywords: chemical dependency – physical activity - physical education.
1Psicóloga, Mestre em educação, Professora da FACOS/CNEC, Orientadora do Trabalho, Coordenadora do Núcleo de Dependência Química do CAPS “Casa Aberta II” – Osório/RS. 2Licenciada em Educação Física pela FACOS/CNEC – Osório/RS. 3Psicóloga do Núcleo de Dependência Química do CAPS “Casa Aberta II”, Especialista em Prevenção
e Abordagem em Dependência Química pela FACOS/CNEC – Osório/RS, Especialista em Terapia Familiar Sistêmica e de Casais - Unisinos, Mestranda em Saúde Coletiva. 4 Acadêmica do 7º semestre do curso de Psicologia e bolsista do Programa de Iniciação Científica da
FACOS/CNEC – Osório/RS.
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Introdução
A dependência química atualmente é considerada um problema de saúde pública,
ocasionando inúmeras intercorrências, como crises familiares, violência, internações
hospitalares. Seu tratamento implica em articular múltiplas abordagens terapêuticas
(MOREIRA; PAZ; CARDOSO, 2012). O II Levantamento Domiciliar sobre Uso de
Drogas Psicotrópicas no Brasil, que abrangeu as 108 maiores cidades do país,
constatou que 22,8% da população pesquisada já fez uso de algum tipo substancia
ilícita na vida (CEBRID, 2005). Em consequência deste aumento de casos de
adição, há várias modalidades de tratamento. Dentre as quais destacam-se:
Comunidades Terapêuticas (CT), Clínicas de Desintoxicação, Centros de Atenção
Psicossocial para Álcool e outras Drogas (CAPS Ad) e Grupos de Apoio, também
chamados de Grupos Auto-Ajuda. As CTs são modalidades de atenção à saúde
surgidas na Grã-Bretanha na década de 1940, utilizadas para tratamento de
pacientes psiquiátricos crônicos e posteriormente adaptadas à terapêutica de
dependentes químicos (PAZ, COLOSSI, 2013). Já as clínicas de desintoxicação
podem ser centros específicos, destinados à pacientes dependentes, como também
leitos demarcados em hospitais gerais públicos ou privados, visando amenizar os
sintomas de abstinência diante de tratamento adequado (LARANJEIRA; ROMANO,
2004).
Os CAPS, outra opção de tratamento, são instituições de saúde pública,
regulamentada pela portaria/ SNAS nº 224- 29/01/1992, que visam substituir os
hospitais psiquiátricos e seus métodos de cuidado no tratamento do sofrimento
mental. Os CAPS são unidades locais de saúde regionalizadas, sendo que, os
CAPS Ad oferecem atendimentos especializados a usuários de álcool e outras
drogas (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2003).
Devido a pouca produção científica sobre a contribuição do profissional de educação
física na abordagem e tratamento da dependência química, fica clara a relevância
deste estudo. Conhecendo as contribuições que a prática de atividade física traz na
qualidade de vida do ser humano, tem-se a necessidade dos benefícios no
tratamento desses indivíduos.
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Portanto o objetivo deste trabalho é buscar a percepção dos dependentes químicos
usuários do CAPS de Santo Antônio da Patrulha/RS sobre a prática da atividade
física orientada junto ao seu tratamento. Pretende-se, com os resultados desta
pesquisa, auxiliar na construção de um projeto institucional com a inserção do
profissional de educação física nessa área.
Metodologia
Delineamento
Trata-se de um estudo de experimental, conforme Yin (2010), em estudos
experimentais é selecionado uma amostra de participantes, estes são distribuídos
aleatoriamente, uma modalidade de tratamento é administrada, na presente
pesquisa é a prática de atividade física.
Participantes
Vinte e quatro usuários de substâncias psicoativas, diagnosticados conforme
critérios da CID-10 (Código Internacional das Doenças), 22 indivíduos do sexo
masculino e 2 integrantes do sexo feminino.
Instrumentos
Os instrumentos utilizados foram questionário sócio demográfico e entrevista
semiestruturada. De acordo com Creswell (2010), a entrevista é a técnica mais
adequada para este caso, uma vez que o pesquisador dirige-se pessoalmente ao
seu entrevistado e aplica as questões, possibilitando com isso variabilidade de
respostas. O questionário sócio demográfico foi aplicado para conhecer o contexto
dos participantes.
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Critérios de Inclusão
Adotou-se como critério de inclusão, assiduidade de no mínimo 75% nas aulas de
educação física. Apenas oito usuários preencheram.
Procedimentos Éticos
Com a finalidade de atender às exigências éticas contempladas na resolução para
pesquisas com seres humanos (Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde
e CFP 016/2000), esse estudo foi encaminhado ao Comitê de Ética desta
Faculdade, a fim de ser avaliado e aprovado. Também, foram observadas as normas
de proteção aos participantes da pesquisa, sendo fornecido um termo de
consentimento livre e esclarecido (TCLE).
Metodologia de coleta de dados
Inicialmente foi realizado contato com a coordenação do CAPS a fim de apresentar o
objetivo do estudo. Com o aval do CAPS, foram realizadas atividades físicas
orientadas pelo acadêmico, com duração de 40 minutos. As atividades dividiram-se
entre aeróbicas, compostas por caminhadas, jogos, dinâmicas de grupo,
relaxamento e alongamento. É importante salientar que os vinte e quatro integrantes
do grupo participaram de forma irregular nas aulas de atividades físicas orientadas.
Enquanto as aulas aconteciam, foi elaborado um questionário que foi aplicado para
todos os 24 integrantes do grupo terapêutico de dependência química, para a
obtenção de alguns dados sócio-demográfico. Nove participantes foram escolhidos
para realizar a entrevista, estes foram entrevistados individualmente e suas
entrevistas foram gravadas e transcritas pelo pesquisador.
Os dados sócio-demográficos coletados encontram-se melhor descritos nas tabelas
abaixo:
Dados sócio-demográficos Sexo Faixa Etária
MAS FEM 30-40 41-50 51-60 61-70
SUJEITOS 22 2 10 5 7 2
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% 91,66 8,33 41,66 20,83 2916 8,33
ESCOLARIDADE
1ª-4ª
5ª-8ª
ENS MED
NÃO ESTUDOU
NÃO RESPONDEU
SUJEITOS 7 8 5 1 1
% 29,19 33,33 20,85 4,16 4,16
MEDICAÇÃO TEMPO DE TRATAMENTO
SIM NÃO 6m 6m-1a 1a-2a +2a
SUJEITOS 22 2 6 3 8 7
% 91,66 8,33 25,00 12,50 33,33 29,16
Tempo de Abstinência
-6m 6m-1a 1a-2ª +2a
Sujeitos 9 6 5 4
% 37,50 25,00 20,83 14,66
Análise dos dados
Foi utilizado o procedimento de análise de conteúdo. A análise de conteúdo
constitui uma metodologia de pesquisa usada para descrever e interpretar o
conteúdo de toda classe de documentos e textos. Essa análise, conduzindo a
descrições sistemáticas, qualitativas ou quantitativas, ajuda a reinterpretar as
mensagens e atingir uma compreensão de seus significados num nível que vai além
de uma leitura comum (MORAES, 1999).
Durante o processo de análise de conteúdo surgem classificação, Dimensões
(categorias iniciais), depois de reagrupá-las surgiram as Categorias (categorias
finais) e, por último o grupo Exemplos (algumas das falas dos entrevistados).
Especificadas as categorias, na quarta fase iniciou-se o processo de análise e
discussão, que é o momento de comunicação dos resultados. Para cada uma das
categorias uma breve reflexão foi produzida.
Análise dos resultados
Os dependentes químicos entrevistados descreveram suas vivências nas atividades
físicas realizadas no CAPS. As sensações, os sentimentos, os benefícios, os
malefícios, a importância de se ter um profissional junto para acompanhar e fizeram
um breve relato sobre alguns assuntos de suas vidas pessoais.
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Da análise dos dados surgiram as categorias Atividades Físicas, Dependência
Química, Sensações Desencadeadas, Profissional de Educação Física,
Sedentarismo e Outros temas, a partir das dimensões que foram relacionadas a
coluna exemplos onde estão descritas algumas das falas dos entrevistados, a seguir
essas categorias serão discutidas.
Atividades Físicas
Complemento do Tratamento
“Ajuda sim, porque o cara tá em tratamento, a base de remédios, né, e podendo fazer exercício físico ajuda bastante.” “...e começou a melhorar depois que eu comecei a vim fazer aqui contigo, porque eu não tinha ânimo pra fazer nada.” “Me sinto bem, não tenho dor no corpo, aqueles alongamentos eu tô meio com preguiça de fazer em casa, levantei cedo hoje e não fiz, mas umas duas ou três vezes na semana eu faço, daí me sinto bem, não me dá dor nas pernas, nem nada, aí faço lá na academia também.” “Eu tô indo caminhar e não penso em sair para ir buscar porcaria, né, já ajuda, né, o exercício...” “No momento que tu ta fazendo aquilo ali tu desliga, né, até os problemas somem, fogem”.
Diminuição da “fissura”
Quadro I – categoria atividades físicas
Atividade física
Já foi comprovado em diversos estudos os benefícios que a prática regular de
atividade física pode trazer na vida do ser humano, tanto nos aspectos fisiológicos,
psicológicos como nos sociais, podendo ser considerada como uma intervenção
não-medicamentosa para manutenção da saúde e prevenção de doenças
(BARBANTI, 2006; GUISELINI, 2004) .
Os profissionais da área da saúde indicam a prática regular de algum tipo de
atividade física para pessoas de todas as idades, em virtude da preservação e
recuperação de uma qualidade de vida aceitável. Portanto, acredita-se que a prática
de atividade física teria que ser indispensável junto ao tratamento da dependência
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química, para que esses sujeitos possam sentir os benefícios que ela proporciona e
assim torná-la um hábito em suas vidas.
A partir da percepção dos entrevistados, observa-se que os mesmos reconheceram
alguns benefícios da prática de atividade física com relação ao tratamento da
dependência química. Conforme citado na tabela acima, na coluna Exemplos, os
sujeitos revelam que quando estão fazendo exercício físico não pensam em ir atrás
de drogas, que esquecem os problemas no momento das atividades, dizem ainda
que sentem uma sensação de bem estar e a partir dos encontros realizados no
CAPS sentiram-se motivados a fazer exercícios físicos fora desse ambiente também.
Ressalta-se ainda, que um dos pacientes que tem se mantido mais tempo em
abstinência revelou que pratica atividades físicas regularmente.
Dependência Química
Alcoolismo
“Eu tive problema com álcool, graças a Deus eu não quero mais saber disso, eu tô bem.”
“Eu nem quero saber e a minha família toda sabe que eu não posso, se tu toma um trago, só aquele golinho tem que tomar toda a garrafa.”
Tratamento Medicamentoso
“Ajuda sim, porque o cara tá em tratamento, a base de remédios, né.”
“Agora eu tô bem mesmo, então eu acho que a minha medicação ligeirinho eles vão tirar.”
“Que nem medicamento, tu toma e pensa: tô bom não preciso mais.”
Quadro II – categoria dependência química
Dependência química
Droga é toda substância ou produto que, administrado ao organismo vivo, produz
modificações em uma ou mais de suas funções (BOLÂNOS, ARRUDA,
STUCCHI,2009). Um indivíduo é chamado dependente químico quando usa
excessivamente algum tipo de droga (CEBRID, 2003; BRASIL, 2004).
Dentre todas as drogas lícitas e ilícitas, o alcoolismo é aquela que causa mais danos
à saúde e ao bem-estar, sendo o mais grave do ponto de vista da saúde pública.
Entre os danos gerados pelo consumo prejudicial de bebidas alcoólicas estão
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agravos à saúde física, agravos à saúde mental, problemas no relacionamento
familiar, problemas relacionados ao trabalho, relações interpessoais, acidentes de
trânsito, acidentes domésticos e outros acidentes, situações de violência doméstica
e situações de conflito com a lei. (BRASIL, 2004).
Por meio da entrevista realizada com os sujeitos desse grupo pode-se constatar que
além do uso de substâncias ilícitas, os entrevistados usam ou usaram
concomitantemente o álcool. Alguns estão conseguindo parar de usar outras drogas,
mas isso é compensado diversas vezes pelo uso do álcool ou de fármacos indicados
pelos profissionais.
Através do questionário sócio demográfico respondido pelos sujeitos desse grupo
pode-se constatar que noventa por cento dos pacientes usam medicação prescritas
pelos profissionais do CAPS e que a mesma só poderá ser removida após sua
recuperação, quando em avaliação, o médico psiquiatra em conjunto com a equipe
multidisciplinar, assim o indicar.
Observou-se também que os indivíduos procuram muito o CAPS devido a essa
prescrição de medicação, percebeu-se ainda que eles sentem-se mais seguros
usando algum tipo de medicamento, pois seria mais difícil cais na “tentação” das
drogas estando sob o efeito desses fármacos.
Sensações Desencadeadas
Motivação
“Motiva, o cara fica rindo, fica ali brincando, né...motiva” “Dá um incentivo bom, bom mesmo” “E dá um ânimo no cara, um pouco mais de ânimo, vai acordando a pessoa, desenvolve um pouco mais, como vou dizer”.
Relaxamento
“Me sinto aliviado.” “O corpo mais relaxado, mais leve”. “Me sinto calmo, tranquilo, fico bem tranquilo.” “Pra mente é bom, no momento que tu tá fazendo aquilo ali tu desliga, né, até os problemas somem, fogem, naquele momento tu relaxa, o corpo, relaxa a mente, é muito importante.”
Alegria
“É bom pra rir e é bom pra cabeça também”. “Eu penso só em alegria, pra mim é bom!” “Eu sempre gostei, não sei se tu notou ali, eu tô sempre rindo, brincando e até dá mais alegria na pessoa, a pessoa que tá meia triste, depressão, né... já perde aquela depressão, eu notei em
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toda a turma ali, todo mundo rindo, brincando, quando um falhava o cara já ria.”
Quadro III – categoria sensações desencadeadas
Sensações desencadeadas
Observamos o mundo através dos nossos múltiplos sentidos, ou modalidades de
sensação (GONÇALVES, TOMAZ & SANGOL, 2006).
Segundo Lins (2010) sensação é a reação física do corpo humano, recebida pelo
sistema nervoso central, quando um dos órgãos do sentido recebe um estímulo
exterior. Uma pessoa recebe infinitos estímulos durante toda sua vida, sendo
interpretados apenas os necessários. As sensações recebidas são iguais para
todos, o que muda é a percepção de cada um.
A prática do exercício físico desencadeia uma série de adaptações metabólicas,
endócrinas e neuro-humorais no ser humano, que em conjunto, propiciam aos
indivíduos influências percebidas de diferentes formas (FERREIRA, TUFIK E
MELLO, 2001). Como podemos observar nas entrevistas as sensações percebidas
pelos participantes foram diversas, mas, ressaltam-se as intervenções positivas, que
foram unanimidade entre eles.
Constatou-se que as influências nos aspectos psicológicos e sociais tiveram maior
ênfase do que nos aspectos físicos, as sensações de bem estar, motivação, alegria,
relaxamento, tranquilidade foram citadas várias vezes nas entrevistas com bastante
emoção.
Sendo as sensações percebidas pelos participantes importantes na vida de qualquer
indivíduo com a saúde em harmonia, salienta-se a relevância da atividade física
junto a esse grupo de dependentes químicos em recuperação, pois eles precisam
ainda mais experimentar outras sensações que lhes dêem satisfação, mostrando
que o prazer pode ser sentido de outras maneiras e não somente através das
drogas.
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Efeitos Corporais
Desconforto físico
“É na hora dói um pouquinho, mas depois passa, que nem agora se eu tivesse que caminhar, eu ia caminhar.” “É pouco tempo, mas já a gente sente depois o corpo, ele sente que aquilo ali e no começo, às vezes a gente sente até alguma coisa, não dor, mas, um cansaço diferente, não tá acostumado, é um outro tipo de cansaço.”
Efeitos Corporais Positivos
“O corpo fica mais elástico, mais o desenvolvimento da gente muda, melhora bastante no movimento, até para caminhar melhora.” “Tô caminhando todo dia, já emagreci quatro quilos.” “Desintoxica um pouco as juntas que tão meio travada.”
Quadro IV – categoria efeitos corporais
Efeitos Corporais
Efeitos corporais: A atividade física desencadeia uma série de reações no ser
humano, entre elas os efeitos físicos, que podem ser sentidos de diferentes
maneiras em diversas regiões do corpo.
Segundo Guiselini (1996) é o corpo físico que indica os sinais do modelo de vida que
cada um escolhe, pois a má alimentação, o sedentarismo, abuso de drogas e o
stress logo provocam mudanças no corpo.
O corpo humano é projetado para a ação. Os grupos musculares longos, os tendões
e os ligamentos permitem que os braços e as pernas realizem uma ampla variedade
de esforços e atividades esportivas, enquanto o cérebro coordena a liberação do
sangue, oxigênio e combustível do coração e dos pulmões. Todos os vários
sistemas do corpo se comunicam entre si pelas vias químicas e nervosas para
assegurar uma coordenação precisa da atividade. Quanto mais esses sistemas são
utilizados, mais o exercício torna-se fácil e prazeroso. Em contraste, a falta de
movimento, como Platão chamou atenção, acarreta uma debilidade e uma má
condição (NIEMAN, 1999, p. 21).
Os exercícios realizados no CAPS foram sentidos de diferentes maneiras pelos
participantes, com relação ao aspecto corporal, alguns sentiram desconfortos como
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dor e cansaço, por não estarem acostumados a praticar atividades físicas
regularmente. Outros perceberam uma melhora fisiológica, como perda de peso e a
melhora na flexibilidade.
Sedentarismo
Sedentarismo
“Eu tenho até uma mini academia, mas, vou lá dou uma olhada e não faço.” “Nunca fiz, nunca fui na academia, nunca fiz nada, sou leigo no assunto, nem futebol eu joguei, eu nunca pratiquei esporte nenhum.” “A única coisa que eu fazia era pescar, até isso eu larguei de mão.” “Só trabalho com floricultura agora, com paisagismo, o cara faz uma coisinha ou outra, mas, mais exercício físico é só aqui.”
Quadro v – categoria sedentarismo
Sedentarismo
Pessoas sedentárias são aquelas que não praticam atividade física, ou não se
exercitam o suficiente (SHARKEY ,1998). A inatividade física pode trazer diversos
malefícios sobre a vida do ser humano, como por exemplo, o aparecimento de
doenças coronarianas, aumento da taxa de diabetes, colesterol alto, aumento da
pressão arterial, etc. O modelo sedentário de vida é um dos causadores das mortes
por doenças crônicas, que inclui as doenças do coração, infarto e câncer perdendo
somente para o hábito de fumar e a obesidade.
O corpo humano foi feito para o exercício. Quando nos tornamos inativos, as
articulações incham, os músculos enfraquecem, o aumento de gordura afeta o
sistema circulatório, o coração perde a força e consequentemente ficamos mais
expostos a doenças (SHARKEY ,1998).
Após a análise das entrevistas foi detectado que a grande maioria do grupo não
pratica nenhum tipo de atividade física, uns alegam falta de vontade, outros
problemas de saúde, alguns dizem ainda que precisam de alguém para incentivar e
que não sabem praticar exercícios sozinhos, enfim, as justificativas são inúmeras.
Segundo Barbanti (2005), para se obter uma qualidade de vida adequada é
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necessária uma combinação de fatores que incluem a saúde física, o bem estar
psicológico, satisfação social e o conforto espiritual.
É muito preocupante saber do índice de sedentarismo nesse grupo, pois sabe-se
que é fundamental para os indivíduos que estão em tratamento o contato com
hábitos saudáveis para sua vida. Sendo a atividade física um fator importantíssimo
para se conseguir uma boa qualidade de vida, logo, essa ausência poderá prejudicar
o grupo na sua recuperação.
Profissional de Educação Física
Orientação técnica da atividade física
“Aprende direitinho como é o movimento.” “Porque o cara vai fazer o exercício sozinho, o cara não sabe direito, já faz errado, já deixa o joelho reto, o professor já ensina, joelho pra trás, é outro departamento, mais seguro.” “Ajuda e deixa mais segura, fazer sozinha eu não atino.” “Com um professor é muito mais produtivo, com o professor agente procura fazer mais certinho, né, às vezes sozinho agente não consegue fazer certinho, conforme tem que ser.” “Bem melhor porque tem a técnica certa, usar a maneira certa de fazer, né, agente não sabe a maneira certa de fazer, que nem a senhora fica observando se a pessoa não tá conseguindo fazer da maneira certa, a senhora vai e ajuda, isso aí que é importante ter uma pessoa com a base profissional junto.”
O profissional de Educação Física como motivador
“Com o professor junto é muito melhor!” “A diferença que eu achei em casa é que alguma coisa tu esquece.” “Eu acho que sozinho é muito complicado!” “Tu tem que ter alguém pra te cobrar, tu tem que ter alguém pra te incentivar, te botar na linha.” “É, mesmo porque quando não tinha ninguém aqui não acontecia nada e assim tendo alguém... 90% não fica, mas 10% fica, tendo alguém incentiva muito.”
Quadro VI – categoria profissional de educação física
Profissional de educação física
A atividade física praticada regularmente trás inúmeros benefícios a saúde, assim
como a sua falta acarreta em danos. Porém, para que a prática aconteça de forma
correta, sem que ocorra prejuízos a saúde do praticante é fundamental a presença
do profissional de educação física.
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A parir da análise das entrevistas verificou-se que os sujeitos quando questionados
se “existia alguma diferença de fazer atividades física sozinho(a) ou com professor”
responderam em consenso que preferiam fazer as atividades com a orientação de
um professor. As justificativas das respostas foram variadas como mostra a coluna
Exemplos acima descrita, alguns sentem-se mais seguros, outros alegam que com o
professor o exercício é feito da forma correta, uns disseram ainda que o profissional
incentiva, etc.
Verificou-se também que o grupo nunca havia participado de um programa de
atividades físicas com orientação especializada e que todos os entrevistados julgam
importante tanto a atividade física em si quanto o acompanhamento de um professor
para a sua realização.
“O Profissional de Educação Física é especialista em atividades físicas, nas suas diversas manifestações – ginásticas, exercícios físicos, desportos, jogos, lutas, capoeira, artes marciais, danças, atividades rítmicas, expressivas e acrobáticas, musculação, lazer, recreação, reabilitação, ergonomia, relaxamento corporal, ioga, exercícios compensatórios à atividade laboral e do cotidiano e outras práticas corporais, sendo da sua competência prestar serviços que favoreçam o desenvolvimento da educação e da saúde, contribuindo para a capacitação e/ou restabelecimento de níveis adequados de desempenho e condicionamento fisiocorporal dos seus beneficiários, visando à consecução do bem-estar e da qualidade de vida [...]” (BRASIL a, 2010, p. 2).
Compete exclusivamente ao profissional de educação física trabalhar com a
prescrição da atividade física porque não é qualquer exercício físico que traz
benefícios ao praticante e o exercício mal feito pode trazer prejuízos assim como a
sua falta.
Outros temas
Problemas de Saúde
“O médico do posto disse que eu tô com problema de rins, agora tô me tratando, o médico já me deu remédio, já comecei a tomar ontem mesmo, o remédio é para evitar de fazer hemodiálise.” “Eu jogava bola, jogava bola no Grêmio, tinha escolinha, mas coloquei um parafuso no tornozelo e parei de jogar.” “Só que isso eu não posso fazer porque agora me apareceu um problema na coluna.”
Quadro VII – outros temas
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Outros temas – problemas de saúde
Essa categoria surgiu a partir das alocuções dos entrevistados, pois esse assunto
foge um pouco a temática da pesquisa, mas, pelo fato de ter surgido no conteúdo
das entrevistas, tornou-se relevante discutir brevemente esse assunto. “Saúde é
definida como estar vivo, sem um problema grave de saúde (também chamado de
aparentemente saudável)” (GUISELINI, 2004).
Saúde e doença estão lado a lado, num limite de proximidade muito grande, pois a ausência de uma é a predominância de outra. Quando a doença passa a existir, as pessoas não medem esforços para se livrar dela, deveria ser ao contrário, “as pessoas não medem esforços para terem saúde. (GUISELINI, 2004).
Grande parte dos entrevistados reclamaram de dificuldades na sua saúde, além das
drogas, como problemas na coluna, nos rins, nas articulações, etc. Não se pode
dizer que essas enfermidades são originadas pelas substâncias químicas já
consumidas, mas, com certeza esses tóxicos poderão piorar o quadro do indivíduo,
pois sabe-se através de várias pesquisas realizadas dos efeitos colaterais trazidos
por esse mal.
Apesar das reclamações sobre a saúde, não percebe-se a tendência de usar isso
como justificativa para a não realização dos exercícios físicos. Os entrevistados
tiveram uma participação constante nas atividades, mas, serviu para argumentar que
determinados exercícios não poderiam ser desempenhados devido a essa ou aquela
enfermidade.
Considerações finais
Diante da pesquisa aqui realizada, tem-se a clara evidência dos benefícios que a
atividade física proporciona na vida do ser humano. Constatou-se também que para
se obter uma boa qualidade de vida é fundamental praticar exercícios físicos
regularmente.
É de suma importância que o dependente químico em tratamento entre em contato
com meios saudáveis para sua vida, pois sem as substâncias químicas no
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organismo, ele precisa de alguma forma substituir a falta desta. A atividade física é
uma ótima alternativa, pois através dela o sujeito tem sensações de prazer, bem
estar físico e mental, proporcionando também melhora na sua socialização.
Porém, ressalta-se que a prática de atividade física seja orientada por um
profissional de educação física, para que esta aconteça de forma adequada, sem
ocasionar danos a saúde do praticante.
As práticas realizadas no CAPS tiveram uma boa aceitação pelo grupo, apesar
desses sujeitos nunca terem participado de um programa de atividades físicas
orientadas, os mesmos mostraram-se interessados em praticar e continuar com as
atividades.
Visto a falta do profissional de Educação Física nessas instituições aqui na região do
litoral norte do Rio Grande do Sul, pretende-se com este estudo elaborar um projeto
terapêutico que inclua um programa de atividades físicas orientadas por um
profissional desta área.
Conclui-se que a atividade física orientada é essencial para a melhora na qualidade
dos serviços de saúde oferecidos pelo CAPS. Entende-se que o profissional de
Educação Física deva também contribuir no tratamento dos dependentes químicos,
juntamente com toda a equipe multidisciplinar.
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