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Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XIX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Nordeste – Fortaleza - CE – 29/06 a 01/07/2017 1 A Noticiação do suicídio e a Ética Jornalística: Análise do Caso Azoica em ImperatrizMA¹ Isabela de OLIVEIRA² Jordana Fonseca BARROS³ Universidade Federal do Maranhão, Imperatriz, MA RESUMO O presente artigo visa analisar o jornalismo quando de notícias sobre suicídio, observando como é indicado ao jornalista atuar nestes casos e apontar os erros de publicação sobre suicídio no site de notícias AndreImprensa.com.br, da cidade de Imperatriz (MA). Tendo como referência o manual para profissionais da imprensa produzido pela Comissão de Prevenção de Suicídio da Associação Brasileira de Psiquiatria de 2009, o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros e as Diretrizes Nacionais de Prevenção ao Suicídio de 2006. A análise do texto, baseada nos manuais acima citados, mostrou que o autor errou na forma como noticiou, sendo pontuadas as falhas no decorrer do artigo. Concluiu-se que o jornalista tem o dever de atuar na sociedade de modo a informar e conscientizar, respeitando a dor e o luto das famílias. PALAVRAS-CHAVE: noticiar; efeito Werther; sensacionalismo; responsabilidade. 1. Considerações Iniciais: O Suicídio no Ocidente e no Brasil A relação homem e morte é permeada de religiosidade, misticismo, vingança, punição e conflitos desde que a história possa contar. Entre todas as nuances possíveis da morte está o suicídio, quando a pessoa finda a própria vida. De acordo com a cultura de cada povo, varia uma interpretação desta atitude. Serviu como punição, a exemplo de Sócrates que acusado de não venerar os deuses da cidade e de corromper os jovens de Atenas fora obrigado a beber Cicuta (veneno produzido a partir da planta cicuta); foi para os japoneses kamikazes ato heroico na segunda Guerra Mundial. ______________ ¹ Trabalho apresentado no DT 1 Jornalismo do XIX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Nordeste, realizado de 29 de junho a 1 de julho de 2017. ² Estudante de Graduação 7º. semestre do curso de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo e Radialismo da UFMA - MA, email: [email protected] 3 Orientadora do trabalho. Professora Substituta do Curso de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo e Radialismo da UFMA - MA, email: [email protected]

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Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XIX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Nordeste – Fortaleza - CE – 29/06 a 01/07/2017

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A Noticiação do suicídio e a Ética Jornalística: Análise do

Caso Azoica em Imperatriz–MA¹

Isabela de OLIVEIRA² Jordana Fonseca BARROS³

Universidade Federal do Maranhão, Imperatriz, MA

RESUMO

O presente artigo visa analisar o jornalismo quando de notícias sobre suicídio,

observando como é indicado ao jornalista atuar nestes casos e apontar os erros de

publicação sobre suicídio no site de notícias AndreImprensa.com.br, da cidade de

Imperatriz (MA). Tendo como referência o manual para profissionais da imprensa

produzido pela Comissão de Prevenção de Suicídio da Associação Brasileira de

Psiquiatria de 2009, o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros e as Diretrizes

Nacionais de Prevenção ao Suicídio de 2006. A análise do texto, baseada nos manuais

acima citados, mostrou que o autor errou na forma como noticiou, sendo pontuadas as

falhas no decorrer do artigo. Concluiu-se que o jornalista tem o dever de atuar na

sociedade de modo a informar e conscientizar, respeitando a dor e o luto das famílias.

PALAVRAS-CHAVE: noticiar; efeito Werther; sensacionalismo; responsabilidade.

1. Considerações Iniciais: O Suicídio no Ocidente e no Brasil

A relação homem e morte é permeada de religiosidade, misticismo, vingança,

punição e conflitos desde que a história possa contar. Entre todas as nuances possíveis

da morte está o suicídio, quando a pessoa finda a própria vida. De acordo com a cultura

de cada povo, varia uma interpretação desta atitude. Serviu como punição, a exemplo de

Sócrates que acusado de não venerar os deuses da cidade e de corromper os jovens de

Atenas fora obrigado a beber Cicuta (veneno produzido a partir da planta cicuta); foi

para os japoneses kamikazes ato heroico na segunda Guerra Mundial.

______________

¹ Trabalho apresentado no DT 1 – Jornalismo do XIX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Nordeste,

realizado de 29 de junho a 1 de julho de 2017. ² Estudante de Graduação 7º. semestre do curso de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo e Radialismo da UFMA - MA, email: [email protected]

3 Orientadora do trabalho. Professora Substituta do Curso de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo e Radialismo da UFMA - MA, email: [email protected]

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No ocidente, durante a idade média, época em que a Igreja Católica controlava

o pensamento europeu e de suas colônias, o suicídio entre as classes menos favorecidas

era fortemente repudiado;

O suicídio do nobre, qualquer que fosse a causa, era considerado

corajoso, honroso e respeitável. Já o suicídio dos rústicos era

reprimido severamente, considerado covarde e egoísta. Os cadáveres dos camponeses e artesãos suicidas passavam por suplícios públicos

(corpos arrastados por animais até a forca ou fogueira, mutilação dos

corpos, exibição dos corpos nus em praça pública etc.), eram-lhes vetados os rituais funerários, o sepultamento em terras sagradas e os

bens eram confiscados (MENDES, 2011, online).

Esta atitude com os corpos era afirmada pela Igreja Católica, na medida em que

o suicida era visto como pecador. Pode-se dizer então que o ocidente durante muito

tempo não tem uma cultura propensa a assentir com a prática suicida e que atua na

forma de reprimi-la, usando a vexação dos corpos como exemplo. Parte desta cultura de

repúdio ao suicídio cria toda uma construção discursiva no sentido de não aceitar o ato e

de não falar sobre.

Esta conduta repercutida durante vários séculos, e se percutindo com a expansão

do cristianismo pelo mundo, culminou num problema de saúde pública a nível global. O

número de casos de suicídios é alto, em grande parte do planeta, e os governos não

sabem que medida tomar. Mesmo em meados de 2016, poucos países têm a prevenção

ao suicídio como prioridade quanto à saúde pública e apenas 28 afirmam ter estratégia

nacional em relação a isto (ONUBR, 2016, online).

Um estudo da BBC Brasil sobre o Mapa da Violência de 2017, produzido pelo

Ministério da Saúde, revelou que em doze anos cresceu em quase 10% o número de

suicídios no país entre jovens de 15 a 29 anos (ESCÓSSIA, 2017, online). Em grande

parte por decorrência de doenças mentais: “De acordo com uma recente revisão de 31

artigos científicos sobre suicídio, mais de 90% das pessoas que se mataram tinham

algum transtorno mental como depressão, esquizofrenia, transtorno bipolar e

dependência de álcool ou outras drogas” (TARANTINO, 2014, online).

Com a intenção de guiar os profissionais da saúde sobre como tratar pacientes

com comportamentos autolesivos e autossuicidas e diminuir o número crescente de

casos, foi publicada em 14 agosto de 2006, por meio da portaria n° 1.876, as Diretrizes

Nacionais para Prevenção do Suicídio pelo Ministério da Saúde.

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No preâmbulo do texto normativo estão listados os motivos para a criação do

plano, entre eles: a) “o fenômeno do suicídio é um grave problema de saúde pública,

que afeta toda a sociedade e que pode ser prevenido”; b) “a importância epidemiológica

e a relevância do quadro de co-morbidade e transtornos associados ao suicídio e suas

tentativas, em populações vulneráveis (...)”; c) “o aumento observado na frequência do

comportamento suicida entre jovens entre 15 e 25anos, de ambos os sexos,

escolaridades diversas e em todas as camadas sociais”; d) “a necessidade de promover

estudos e pesquisas na área de Prevenção do Suicídio”.

As diretrizes objetivam desenvolver estratégias de promoção de qualidade de

vida, de sensibilização da sociedade, organizar linha de cuidados integrais, entre outros.

No artigo 2º há o estabelecimento de medidas a serem criadas para a prevenção do

suicídio, como:

II - desenvolver estratégias de informação, de comunicação e de sensibilização da sociedade de que o suicídio é um problema de saúde

pública que pode ser prevenido; (...) IV- identificar a prevalência dos

determinantes e condicionantes do suicídio e tentativas, assim como os fatores protetores e o desenvolvimento de ações intersetoriais de

responsabilidade pública, sem excluir a responsabilidade de toda a

sociedade (...).

Entendido que o suicídio é um problema de saúde pública que acompanha o

homem em toda a sua história, que repudiar o corpo do suicida não é uma forma de

prevenção, que o Brasil considera o suicídio um problema de saúde pública e que é

preciso que seja feito algo a respeito, se faz necessário agora entender como o jornalista

atua nessa dinâmica social de noticiar informando, conscientizando e respeitando.

2.0 Como noticiar um suicídio

Na atual conjectura jurídica do Brasil não se tolera o desrespeito ao corpo já

morto, devido a questões religiosas, visto que o estado é laico e convicções religiosas

não podem afetar a integridade física e moral dos cidadãos. Desta maneira, mesmo que

o assunto seja tabu, o morto é velado e enterrado, como a família desejar. Em relação ao

trabalho do jornalista, observa-se que mortes, em aspectos gerais, não são

necessariamente notícia, já que dizem respeito, a priori, à família enlutada. Contudo,

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cada jornal tem uma agenda diferente, mas esta agenda específica não é permissão para

que se publique, indiscriminadamente, casos de suicídio.

Em outubro de 2009 a Associação Brasileira de Psiquiatria, através de sua

Comissão de Prevenção de Suicídio, publicou um manual para profissionais da

imprensa “Comportamento Suicida: Conhecer para prevenir” que explica as cinco

situações em que geralmente o suicídio vira notícia:

[...] quem morreu é uma figura pública; o suicídio foi precedido de

assassinato, este último perpetrado por quem se matou; atos

terroristas, como nos casos dos homens-bomba; o suicídio provocou

problema que afetou a coletividade (por exemplo, engarrafamento); sensacionalismo criado por maus profissionais. (ASSOCIAÇÃO

BRASILEIRA DE PSIQUIATRIA, 2009, p. 09-10)

Ou seja, o suicídio só é notícia quando afeta diretamente a sociedade, deixando

de ser de interesse exclusivo da família. Assim, noticiar suicídio, nas hipóteses

mencionadas, é dever do jornalista, partindo do pressuposto de que este atua como

mediador de informações necessárias à manutenção do convívio social.

De forma a explicar a orientação de não noticiação do suicídio o manual explica

qual a influência dos meios de comunicação e da imprensa num quadro de suicídios:

A percepção de que a imprensa ficcional e não-ficcional pode

influenciar o suicídio é antiga. Goethe veio a público se defender,

pois, aparentemente, uma centena de jovens cometera suicídio após a

publicação de seu livro “Os sofrimentos do jovem Werther”, em 1774. Alguns estavam vestidos ao estilo da personagem principal do livro,

ou adotaram o mesmo método de suicídio, ou o livro foi encontrado

no local da morte. Nesse romance o protagonista se apaixona por uma mulher que não está ao seu alcance, e decide tirar a própria vida. Este

fenômeno originou o termo “Efeito Werther”, usado na literatura

médica para designar a imitação de suicídios (idem, p.20).

A teoria do “Efeito Werther” não é totalmente aceita pelos estudiosos, havendo

variedade de estudos sobre a real aplicação ou não desta teoria. Exemplo de estudioso

que, em parte, desacredita a teoria é o sociólogo Durkheim. Ele explica que o suicídio

não é contagioso, mas dependendo do meio social é algo comum a várias pessoas, desde

que também seja comum a vida e o sofrimento delas:

A ideia não nasce num indivíduo em particular para dele se difundir

para os outros: é elaborada pelo conjunto do grupo que, colocado

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inteiro numa situação desesperada, devota-se coletivamente à morte. (...) Talvez não haja nenhum fenômeno mais facilmente contagioso

(DURKHEIM, 2000, p.143).

Em outros termos, o sociólogo afirma que não há contágio, mas que há

influência, já que havendo uma má noticiação de suicídio pode haver também uma má

interpretação por pessoas que vivam em semelhante situação à do suicida, a levando a

crer que a mesma atitude lhe seria tão vantajosa quanto. Considerando, neste estudo,

com base no posicionamento do retromencionado manual para profissionais da

imprensa, a possibilidade do “Efeito Werther”, cuida-se que ao publicar casos de

suicídio é preciso construir uma:

(...) reportagem discreta, cuidadosa com parentes e amigos enlutados,

sem detalhismo exagerado do método suicida, notadamente quando o falecido era celebridade, ou pessoa muito estimada localmente. (...)

quando pertinente, seria melhor relatar uma história de sofrimento e

investigar a possível contribuição de um transtorno mental no desenlace fatal. (…) É bom esclarecer que, embora um transtorno

mental seja um fator de risco relevante para o suicídio, isso não

significa que o inverso seja verdadeiro, ou seja, que a maioria dos

doentes (em especial os que têm depressão) se matem. Isso visa a evitar pânico desnecessário em pessoas acometidas por transtornos

mentais (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSIQUIATRIA, 2009,

p. 20).

3.0 Caso Azóica

No dia 08 de junho de 2015 foi encontrada morta em sua casa a jovem

Whezzany D’Àvila Soares, posteriormente se constatou através dos laudos periciais que

a causa da morte foi suicídio. No mesmo dia a notícia se repercutiu nas redes sociais,

principalmente porque a foto do corpo sem vida da jovem, mais conhecida como Azóica,

ter sido compartilhada via WhatsApp.

Em análise às cinco situações que o suicídio geralmente vira notícia ,abordadas

pelo manual para profissionais da imprensa e expostas no tópico anterior, e comparando

ao caso Azóica, observa-se que, em apertada hipótese, se poderia caracterizar o fato

como na primeira das cinco hipóteses “quem morreu é uma figura pública”, já que ela

fora vocalista de banda de rock da cidade, relativamente conhecida, por algum tempo.

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No mesmo dia em que o corpo fora encontrado, André Gomes, jornalista, dono

do site de notícias André Imprensa, publica um texto pequeno sobre o caso, tão

repercutido na cidade, com o título: “Jovem se suicída por motivos fúteis” (SIC). Pelo

título da matéria já é possível identificar a falta de respeito com a dor de Azóica, que

sofria de depressão, e com a família em luto.

Como subtítulo: “A banalização da vida e das inseguranças faz pessoas tirarem

suas vidas, e até mesmo tiram a vida de outra pessoa” (SIC). Continua:

A vocalista Whezzany Davilla Soares popularmente conhecida como Zoica28 anos recorreu ao suicídio, às informações que foram

passadas para nossa redação é que, em estado depressivo ela já tinha

recorrido ao suicídio por três vezes, mas foi impedida, desta vez não

teve quem a impedisse sua fraqueza e ela concretizou tirando sua vida. O motivo aparente não existe razão nem motivos para que ela

recorresse ao suicídio, não a motivo para a pessoa tire sua própria

vida, é um momento de depressão. As pessoas devem frequentar uma igreja pelo menos uma vez ao mês para tirar os maus pensamentos

(SIC).

De partida, já se pode afirmar que o caso em questão não se caracteriza como

uma hipótese de noticiação devido ao fato de Azóica ser uma figura pública. Mas se

enquadra na última das cinco hipóteses de noticiação elencadas pelo manual, qual seja:

“sensacionalismo criado por maus profissionais”.

O texto publicado por Gomes em seu site foi bastante criticado por estudantes de

jornalismo da cidade, via facebook, mas não houve nenhuma retratação do mesmo à

família, à sociedade ou aos jornalistas e estudantes de jornalismo. Ressaltado aqui que a

jovem em questão cursara por algum tempo o referido curso de jornalismo na cidade.

3.1 Análise

O objetivo do manual para profissionais da imprensa elaborado pela Associação

Brasileira de Psiquiatria era ajudar os profissionais da comunicação a elaborar textos

informativos, cumprindo assim seu papel social, mas com consciência, cidadania e,

principalmente, conhecimento de causa, de forma a trabalhar na sociedade o suicídio

não mais como tabu, ajudando na prevenção de futuros possíveis casos.

Desta forma, o manual reserva um capítulo com orientações básicas de como

seria um texto informador e conscientizador, ao mesmo tempo. “Como Noticiar”, vai

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das páginas 20 a 23. A partir das instruções lá contidas, foram verificados os seguintes

erros:

a) Usou a palavra suicídio;

b) Chamada dramática para causar impressão;

c) Simplificou o suicídio a uma causa única como explicações de primeira hora;

d) Não relatou no texto as características da depressão, seu impacto sobre o

indivíduo ou endereços onde obter ajuda;

e) Considerou as tentativas anteriores como "fraqueza";

f) Não descreveu a história de Azóica com a depressão como triste ou se ela

fazia tratamento;

g) Não escreveu se é possível um tratamento para este tipo de transtorno mental;

h) Forneceu endereço da casa de Azóica, onde aconteceu a morte;

i) Publicou fotos da falecida e prints de postagens do Facebook;

j) Não conscientizou sobre a prevenção ao suicídio.

Assente a esta análise, depreende-se que o texto redigido por André Gomes não

se enquadra nos padrões de publicações jornalísticas, não segue as diretrizes do manual

de comportamento suicida para profissionais da imprensa, e, como será analisado no

próximo tópico, fere o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros. Ainda, vai de

encontro aos direitos humanos, já que não tratou com dignidade a pessoa de Whezzany,

afetando também a família, pois depois da morte é direito desta que a imagem do

falecido seja resguardada, tal como a honra e integridade do corpo, que se violados

abrem prerrogativa para um processo judicial e pedido de indenização por danos morais.

4.0 Ética e Jornalismo

“A palavra ética é de origem grega derivada de ethos, que diz respeito aos

costumes, aos hábitos dos homens. (...) lida com a compreensão das noções e dos

princípios que sustentam as bases da moralidade social e da vida individual” (RIBEIRO,

2011, online). É a partir desta compreensão de ética que a sociedade formula códigos de

ética para as diferentes profissões, cargos e situações, estipulando o que é correto e o

que não é, talhando para cada grupo social específico suas regras e limitações. De

maneira tal, que as ações sejam padronizadas num ritmo em que não desrespeitem,

agridam ou firam algum direito alheio.

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Os jornalistas brasileiros devem, destarte, seguir um conjunto de regras

específicas a seu trabalho e suas ações do dia-a-dia, é o Código de Ética dos Jornalistas

Brasileiros, publicado em 2007 pela Federação Nacional dos Jornalistas. Contém neste

código os direitos, deveres, forma de conduta e responsabilidade dos jornalistas na

prática de seu trabalho, também inclui possíveis sanções aos desvios às regras ali

presentes.

O artigo 2° afirma que o direito à informação é um direito fundamental e que

não pode ser impedido, complementando no inciso III que: “a liberdade de imprensa,

direito e pressuposto do exercício do jornalismo, implica compromisso com a

responsabilidade social inerente à profissão”, reafirmando no artigo 10º que “A opinião

manifestada em meios de informação deve ser exercida com responsabilidade”. A

responsabilidade de que fala o inciso III e o artigo 10º é resultado do entendimento de

que a imprensa, a mídia e os meios de comunicação são importante fator de

desenvolvimento social e discursivo, na medida em que leva às pessoas conhecimento e

informação sobre os acontecimentos no mundo.

Esta responsabilidade também é pautada em uma das teorias da comunicação, a

teoria do agendamento que estuda a influência das pautas jornalísticas nos assuntos

cotidianos dos espectadores da notícia.

Na verdade, a teoria do agendamento demonstra que a mídia pode ter

efeitos directos (não mediados) sobre as pessoas, tendo,

nomeadamente, o poder de “dizer” às pessoas sobre o que pensar

(Cohen, 1963: 120). De facto, como explicam MacCombs e Shaw (1977: 7), retomando uma tese que, de resto, já tinha sido trabalhada

por autores como Walter Lippmanno(1922), os meios de

comunicação, ao contribuírem para o estabelecimento das agendas que preocupam cidadãos e políticos (e mesmo os outros meios), têm

o poder de concorrerem para modelar as representações que se fazem

da realidade (SIC) (SOUSA, 2008, p. 8).

Isto posto, ao produzir ou co-produzir uma notícia, deve o jornalista atentar para

seus deveres enquanto agente de comunicação e formador de opiniões. Perceber quais

tipos de reação seu trabalho produzirá, se a repercussão afetará os personagens da

notícia, se a opinião pública sobre o fato mudará a partir das informações por ele

divulgadas e, principalmente, como pode usar aquele espaço social para conscientizar,

respeitar e promover a inclusão e tolerância.

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5.0 Ética e Noticiação de Suicídio

Em 2013 a Direção Geral da Saúde de Portugal publicou um Plano Nacional de

Prevenção ao Suicídio que visa atuar na diminuição de suicídios entre 2013 e 2017. O

plano é dividido em duas fases, cada fase com várias ações determinadas. Quanto ao

mundo da comunicação, que aqui interessa, aduz: “Sensibilizar os média para a

necessidade de aplicação dos princípios definidos para a informação/descrição de

comportamentos autolesivos e autossuicidas; (...) Aumentar a informação e educação

em saúde mental” (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013, p.4).

As determinações do plano do governo de Portugal envolvendo os meios de

comunicação apenas confirmam o importante papel destes na sociedade e sua latente

influência na formação de consciência. É possível então verificar que uma notícia

elaborada de forma sensacionalista produz impactos na sociedade, já que não é fe it a

para informar, reproduzindo estigmas sociais e tabus; tratando um assunto que precisa

de debates democráticos com força de dogma, sem respeitar às divergências do tema.

Entretanto, quando a notícia deixa de ser o relato e passa a ser a maneira, ou a roupagem com que é apresentada – rápida, sem

apuração rigorosa, feérica, fantasiosa, vestida para chocar, exagerada,

apelando para as sensações, o assombro, a admiração ou a repulsão do consumidor -, deixa de ser notícia, falseando a imagem da realidade.

Ressalta-se nuances de poucas relevâncias, apenas garantidores de

emoções, e contribui-se para reforçar mitos e crendices (JORGE, 2008,

p. 78).

O Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros afirma no artigo 6° inciso VIII que

é dever do jornalista “respeitar o direito à intimidade, à privacidade, à honra e à imagem

do cidadão”. No artigo 7° reitera que não pode o jornalista “usar o jornalismo para

incitar a violência, a intolerância, o arbítrio e o crime” (inciso V). Assevera no artigo 11°

que não pode o jornalista divulgar informações “de caráter mórbido, sensacionalista ou

contrário aos valores humanos, especialmente em cobertura de crimes e acidentes”.

Ainda:

Art.12. O jornalista deve: I – ressalvadas as especificidades da

assessoria de imprensa, ouvir sempre, antes da divulgação dos fatos,

o maior número de pessoas e instituições envolvidas em uma cobertura jornalística, principalmente aquelas que são objeto de

acusações não suficientemente demonstradas ou verificadas; II –

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buscar provas que fundamentem as informações de interesse público; III – tratar com respeito todas as pessoas mencionadas nas

informações que divulgar (...).

Observadas as regras expostas do Código de Ética e aplicando-as ao texto

publicado por André Gomes pode-se listar que:

a) não escreveu com a responsabilidade de um jornalista;

b) não respeitou a intimidade, privacidade, honra e imagem da jovem;

c) usou o jornalismo para incitar a intolerância, caracterizando os motivos do

suicídio como “fúteis”;

d) publicou texto de caráter sensacionalista contrário aos valores humanos;

e) não ouviu pessoas que pudessem enriquecer a divulgação dos fatos;

f) não tratou com respeito Azóica.

A partir desses erros cometidos por Gomes, caso ele seja inscrito no Sindicato

dos Jornalistas, poderia este sofrer as penalidades administrativas listadas no artigo 17°,

que são: observação, advertência, suspensão e exclusão do quadro social do sindicato.

Apesar dos vários comentários de leitores, estudantes de jornalismo e amigos da vítima

na página da notícia sobre a errônea posição do autor, ao que se sabe sobre o caso,

nenhuma medida administrativa foi adotada, e o site André Imprensa continua

funcionando normalmente, sem nenhuma retratação à família de Azoica ou aos leitores.

6.0 Considerações Finais

O suicídio é uma situação corriqueira, em questão de números, mas continua a

ser abafado pela sociedade, à medida que traz a tona uma torrente de outros assuntos

ainda mais delicados, como transtornos mentais. É preciso que o assunto seja trabalhado

nos media, mas é preciso também que seja feito da forma correta, respeitado os direitos

humanos, os sentimentos das famílias que perdem seus entes e observado como aquela

informação afetará a vida de pessoas com tendências suicidas.

Logo, devem as empresas jornalísticas se esforçarem para, através da

informação, ensinar e educar, conscientizando seus leitores sobre assuntos considerados

e que precisam ser discutidos. É importante que esses media deem informações precisas

sobre temas que são motivos de preocupação das nações em geral, como o suicídio o é.

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Esta preocupação mundial em relação ao tema teve relevo nas discussões

relativas à saúde, educação e informação depois de pesquisa da OMS, publicada em

outubro de 2002, que constatou que morte causada por autolesão era o motivo número

um de causa de morte por violência no mundo (CHRISTANTE, 2010), considerando,

então, o suicídio um problema de saúde pública.

Desde então várias pesquisas e métodos de intervenção são estudados, numa

tentativa de diminuir esses números, já que o suicídio é evitável. As Diretrizes

Nacionais para Prevenção do Suicídio (2007) visam justamente esta prevenção,

estabelecendo no artigo 2°, caput, que “o Ministério da Saúde, as Secretarias de Estado

de Saúde, as Secretarias Municipais de Saúde, as instituições acadêmicas, as

organizações da sociedade civil, os organismos governamentais e não-governamentais”

devem “fomentar e executar projetos estratégicos fundamentados em estudos de custo-

efetividade, eficácia e qualidade, bem como em processos de organização da rede de

atenção e intervenções nos casos de tentativa de suicídio” (inciso V).

Desta forma, o jornalista deve optar pelos ganchos que tratem o assunto de

forma subjetiva, não o isolando à apenas um caso.

Mostrar como suicídio é freqüente, e como uma parcela de óbitos

poderia ser evitada. Recentes avanços no tratamento de transtornos mentais. Histórias de pessoas para as quais a ajuda certa na hora certa

evitou o suicídio. Pessoas que, por estarem padecendo de um

transtorno mental, tentaram o suicídio e que hoje vivem com qualidade de vida. Entrevistar profissionais de saúde mental para que

a questão seja retratada de forma menos individualista. Mitos e

verdades sobre o suicídio. Sinais de alerta de que uma pessoa está sob

risco de suicídio e o que fazer para ajudá-la. Estratégias de prevenção, descrevendo experiências capazes de diminuir o número de óbitos por

suicídio (SIC) (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSIQUIATRIA,

2009, p. 22-23).

Ou seja: fazer parâmetros, mostrar dados, explicar os sintomas pré-suicídio,

lugares que oferecem tratamento, elucidar as medidas governamentais de prevenção ao

suicídio, ONG’s e grupos de apoio para quem precisa de ajuda. Fazendo isso, mais que

atuar como informante, o jornalista atuará de forma sensata, trabalhando valores

humanos e ajudando a construir uma sociedade com mais tolerância, diálogo, e atenção

aos depressivos, incutindo-lhes mais força de viver.

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