a manhã

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JORNAL DE INFORMAÇÃO REGIONAL – GONDOMAR · N.º 8 · DIRECTOR: PAULO F. SILVA 0,50€ · QUARTA-FEIRA, 31 DE OUTUBRO DE 2012 Extinção de freguesias pode levar a “proliferação de boicotes” PÁG. 20 Idosos totalizam 15% da população de Gondomar PÁG. 2 Faltou sorte ao Gondomar para vencer o Limianos PÁG. 13 Dias de esperança Crónica de Rui Osório, pároco da Foz do Douro PÁG. 5 Aviso. Informamos os nos- sos estimados leitores que, por motivos técnicos, a pró- xima edição do “A Manhã” será distribuída no dia 15 de Novembro. Luís Mota repete triunfo no Rali Cidade de Gondomar PÁG. 10

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Jornal de informação local dedicado ao concelho de Gondomar

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Page 1: A Manhã

JORNAL DE INFORMAÇÃO REGIONAL – GONDOMAR · N.º 8 · DIRECTOR: PAULO F. SILVA 0,50€ · QUARTA-FEIRA, 31 DE OUTUBRO DE 2012

Extinção de freguesias pode levar a “proliferação de boicotes”

PÁG. 20

Idosos totalizam 15% da população de Gondomar

PÁG. 2

Faltou sorteao Gondomarpara vencer o Limianos

PÁG. 13

Dias de esperançaCrónica de Rui Osório, pároco da Foz do Douro PÁG. 5

Aviso. Informamos os nos-sos estimados leitores que, por motivos técnicos, a pró-xima edição do “A Manhã” será distribuída no dia 15 de Novembro.

Luís Mota repete triunfo no Rali Cidadede Gondomar

PÁG. 10

Page 2: A Manhã

Quarta-feira, 31 de Outubro de 2012 | A Manhã

3A Manhã | Quarta-feira, 31 de Outubro de 2012

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ACTUALIdososa:

Diz-me como te deixam envelhe cer, dir-te-ei em que país vivesNo concelho de Gondomar vivem 25 290 pessoas idosas (com 65 ou mais anos) com uma razoável qualidade de vida. Os mais carenciados beneficiam dos diferentes apoios das autarquias

•• ORLANDO CASTRO [Texto]•• CÂNDIDO XAVIER [Infografia]

A população idosa resi-dente em Portugal é de 2,023 milhões de

pessoas, representando cer-ca de 19% da população to-tal. Na última década esse nú-mero cresceu 19% em termos nacionais, atingindo em Gon-domar 16%. E, de uma forma geral, os idosos do concelho têm uma razoável qualidade de vida, beneficiando os mais carenciados dos diferentes apoios das autarquias.

Na freguesia de Gondo-

FOZ DO SOUSA6054

MEDAS2129

LOMBA1505

FÂNZERES23.108

S. PEDRO DA COVA16.478

VALBOM14.407

GONDOMAR S. COSME27.047

JOVIM7146

COVELO1647

MELRES3691

RIO TINTO50.713

BAGUIM DO MONTE14.102

15,9%

8088

16,9%

2436

14,6%

3963

13,7%

981

17,6%

1065

16,8%

358

20,9%

315

13,4%

496

15,8%

260

14,4%

2372

13,0%

2997

13,9%

1959

FreguesiaNº habitantes

Percentagem da populaçãocom 65 ou mais anos

Número de idosospor freguesia

10.561.614TOTAL DA POPULAÇÃO

EM PORTUGAL

DAS QUAIS

168.027RESIDEM EM GONDOMAR

DOS QUAIS

19,1%SÃO PESSOAS

COM 65OU MAIS ANOS

GONDOMAR

DAS QUAIS

25.290SÃO RESIDENTES EM GONDOMAR

E TÊM 65 OU MAIS ANOS15%

DA POPULAÇÃO DO CONCELHO

NÚMERO DE IDOSOSEM GONDOMAR REPRESENTA0,24%DA POPULAÇÃO NACIONALE 1,25%DO TOTAL DE PESSOASCOM 65OU MAIS ANOS

4.048.932NÚMERO TOTAL

DE ALOJAMENTOSEM PORTUGAL

1,5%

DOS QUAIS

61.123SÃO ALOJAMENTOS

ONDE RESIDEM PESSOASCOM 65 OU MAIS ANOS

DOS QUAIS

4065SÃO EM

GONDOMAR

6,7%

EM GONDOMAR,APENAS 17%

DA POPULAÇÃO IDOSA VIVE SÓ(uma das taxas nacionais mais baixas)

social; mudança do paradigma, prevenindo e promovendo o envelhecimento saudável e dei-xando de investir no tratamento do envelhecimento doente.

Na verdade não devemos avançar muito no futuro sem resolvermos os problemas mais primários e essenciais das pesso-as idosas. Mantemos um “esta-do de graça” na área dos cuida-dos e serviços a pessoas idosas, assobiando para o lado mesmo sabendo que:

Temos um modelo caritati-vo, assente no conceito do ve-lho pobre, fragilizado e doen-te, desenvolvido essencialmente pelas instituições sociais e por um conjunto de respostas duvi-

dosas do sector privado que vão acumulando pessoas dependen-tes em espaços destinados a ha-bitação social de jovens casais;

Mantemos um sistema de fi-nanciamento ultrapassado e de-sadequado, financiando tudo pela mesma medida, sem de-finição de quaisquer indicado-res de qualidade e desempenho, um modelo de financiamento que beneficia a institucionaliza-ção em detrimento da perma-nência no domicílio;

Continuamos a insistir numa legislação que determina condições físicas para as estru-turas completamente desajusta-das à realidade nacional e que, sejam dependentes ou indepen-

dentes, têm o mesmo grau de ri-gor no que respeita a espaços, recursos humanos, etc.

Envelhecer não é um drama. A sociedade não pode entender uma das maiores conquistas da humanidade (viver mais anos) como a grande desgraça mun-dial. O envelhecimento só é in-sustentável se for um envelheci-mento doente e que podemos viver muito mais anos sem agra-var o equilíbrio social se viver-mos com saúde e não acamados ou a recorrer dia sim, dia não às urgências hospitalares, passando parte do ano internados.

* Presidente da Associação Amigos da Grande Idade

mar S. Cosme, por exemplo, existem 3963 idosos, dos quais 460 são apoiados pela Junta de Freguesia, registando-se ainda que, num universo de 350 alu-nos da Universidade Sénior, 154 têm mais de 65 anos.

Também a Câmara Muni-cipal, a nível dos Serviços de Acção Social e no âmbito do Clube Idade Mais (igual ou superior a 62 anos), promo-ve actividades de lazer de ca-rácter recreativo e cultural, no sentido de proporcionar mo-mentos de bem-estar e melho-ria da qualidade de vida dos gondomarenses.

Em termos nacionais, a distribuição da população

com 65 ou mais anos apresen-ta um padrão semelhante ao da população residente. Na re-gião Norte encontra-se 31% do total da população idosa, seguindo-se as regiões Centro e Lisboa, ambas com pesos

próximos de 26%. Nas regi-ões do Alentejo, Algarve, Ma-deira e Açores encontram-se, respectivamente 9,1%, 4,4%, 2% e 1,6% dos idosos residen-tes no país.

Na última década, o nú-mero de pessoas idosas a vi-ver sozinhas (400.964) ou a residir exclusivamente com outras pessoas com 65 ou mais anos (804.577) aumentou cer-ca de 28%, tendo passado de 942.594 em 2001, para 1205 541 em 2011. Estima-se que em Gondomar esse aumento seja da ordem dos 31%.

O aumento da esperança média de vida, a desertifica-ção e a transformação do pa-

pel da família nas sociedades modernas terão, certamente, contribuído para explicar as mudanças observadas e as di-ferenças que se verificam entre as regiões do país. Gondomar é, nesta matéria, “vítima” do facto de ser um concelho onde cada vez mais as pessoas não vivem… só dormem.

É nas regiões de Lisboa (22%), Alentejo (22%) e Al-garve (21%) que se verificam as mais elevadas percentagens de idosos a viver sós. As mais baixas percentagens encon-tram-se nas regiões Norte (e Gondomar é um reconheci-do exemplo) e Autónoma dos Açores, com 17% cada.

DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO POR FREGUESIA ENQUADRAMENTO

A Resolução da Assembleia da República n.º 61/2012, de 5 de Abril, recomendou ao Governo que “dinamize e in-centive rastreios da situação de saúde da população idosa; proceda à revisão da legislação relativa à rede social reforçan-do as competências no âmbito do papel atribuído aos conse-lhos locais de ação social e aos organismos de proximidade”.

Foi igualmente recomenda-do que o Governo “incentive o voluntariado de vizinhança, co-ordenado pelos concelhos lo-cais de ação social e em estrei-ta articulação com as forças de segurança e os serviços da se-gurança social, com o fim de identificar pessoas idosas em situação de isolamento, aban-dono e violência, e encaminhar para a rede social ou comis-sões sociais de freguesia que devem providenciar, tendo em consideração a vontade e auto-nomia da pessoa idosa, as res-postas adequadas junto das en-tidades competentes”.

Outras medidas apontadas foram a “valorização do en-velhecimento activo, nomea-damente com o voluntariado sénior, potenciando o relacio-namento intergeracional atra-vés da troca de experiências, da passagem de testemunho cultu-ral e assegurando um combate efectivo ao isolamento da pes-soa idosa e favorecendo a sua saúde física e mental”, e que se “generalize a utilização da tec-nologia, com especial relevo para a telemática, garantindo a segurança, vigilância, monitori-zação electrónica e alarme das pessoas idosas”.

RECOMENDAÇÕESDO PARLAMENTO

FONTE: INE/CENSOS

Envelhecer não é um drama•• RUI FONTES*

A s questões fundamen-tais no envelhecimento situam-se em três áre-

as: resposta imediata aos atro-pelos aos direitos e dignidade das pessoas idosas, encontrando soluções rápidas para necessida-des antigas; planeamento futu-ro com base na sustentabilidade

J. PAULO COUTINHO

O relatório “O envelhecimento da população: dependência, activação e qualidade”, da Universidade Católica, coordenado por Roberto Carneiro e publicado no dia 31 de Agosto deste ano, identifica os impactos decorrentes do envelhecimento nas políticas sociais. Propostas de acção na União Europeia, como o Ano Europeu do Envelhecimento Activo e da Solidariedade entre Gerações, constituem importantes pontos de referência para a formulação de estratégias nacionais enquadradoras das políticas sociais e das políticas da saúde.

Mais baixas percentagensde idosos sós estão a Norte e Gondomar é um exemplo

Page 3: A Manhã

Gondomar acompanha tendência nacional de envelhecimento da população

A Manhã | Quarta-feira, 31 de Outubro de 2012

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GONDOMARSociedade | Culturag:

Quarta-feira, 31 de Outubro de 2012 | A Manhã

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a: Idosos

•• RUI OSÓRIO*

N a tradição católica em Portugal, que não é única na nossa cultu-

ra e na nossa espiritualidade, mas ainda mantém a sua im-portância, depois de os cató-licos terem cantado, logo no dia 1 de novembro, a glória e a felicidade dos santos, a Li-turgia, desde o início do século XI, consagra, liturgicamente, o dia seguinte à memória dos fi-éis defuntos.

O Dia de Fiéis Defuntos é a continuação lógica da festa de Todos os Santos. Se fossem apenas lembrados os santos, não seria plena a comunhão dos crentes em Cristo. Em boa doutrina cristã, tanto os fiéis que vivem na glória, os san-tos, como os que ainda vivem

Inverno, com o cair das folhas das árvores e o apagar-se gra-dual da luz do dia, não esmo-reça nos crentes a esperança da vida plena em Deus.

O dia de Todos os Santos é um dia de festa e não deve ser ofuscado pela celebração do dia de Fiéis Defuntos, como acontece em Portugal, onde de Norte a Sul, o dia 1, por ser dia santo, serve para antecipar a ida aos cemitérios.

Se a morte é um choque e passa pelas fases da revolta e da sensação dolorosa da pena, o Dia de Fiéis Defuntos pode servir para que os vivos se pa-cifiquem com os seus mortos e os sintam vivos na esperança de um reencontro.

* Jornalista e pároco da Foz do Douro

O autor escreve de acordo com a últi-ma reforma ortográfica.

na purificação, preparando-se para a visão de Deus, são to-dos membros de Cristo pelo Batismo e todos unidos aos vi-vos que ainda peregrinam no tempo. Os peregrinos dos ca-minhos da vida não devem es-quecer-se de quem já vive na glória como de quem ainda se purifica para a alcançar.

Se é bom rezar aos santos, não é menos bom rezar pelos defuntos, como dizem os ca-tólicos. Em todas as missas, a Igreja Católica lembra “aque-les que nos precederam com o sinal da fé e dormem agora o sono da paz”, mas, no dia 2 de novembro, a recordação é mais profunda e viva.

O Dia de Fiéis Defuntos não é, necessariamente, um tempo de luto e de tristeza. Pode ser um dia de mais íntima comunhão com aqueles que, como dizia S. Cipriano, “não

perdemos, porque simplesmen-te os mandámos à frente”.

Os católicos vivem esse dia com esperança porque con-fiam que os defuntos ressur-gem em Cristo para uma vida nova. Nessa confiança, rezam para que atinjam a plenitude da vida no coração de Deus.

O nome tradicional para falarmos dos que já partiram é “defuntos”, palavra que signifi-ca os que deixaram a sua “fun-ção”, ou seja, a sua atividade terrena. Se lhe chamássemos “finados”, estaríamos a usar uma palavra de sabor pagão, que significaria os que chega-ram ao fim de tudo quanto é vida, onde não haveria lugar para, como dizem os crentes no seu credo, “a vida do mun-do que há de vir”.

Foi o Abade de Cluny, San-to Odilão, quem, no ano 998, determinou que, em todos os

mosteiros da sua Ordem - e eram muitos e influentes, in-clusive em Portugal -, se fizes-se a comemoração de todos os defuntos, no dia a seguir ao da solenidade de Todos os Santos.

Esse costume depressa se generalizou. Roma oficializou-o no século XIV e no século XV foi concedido aos domini-canos de Valência (Espanha) o privilégio de celebrar três mis-sas em 2 de Novembro, práti-ca que se difundiu nos domí-nios espanhóis e portugueses, e ainda na Polónia. Durante a primeira Grande Guerra, em 1915, o Papa Bento XV gene-ralizou esse uso a toda a Igre-ja.

O início do mês de Novem-bro aproxima os cristãos dos santos e dos defuntos. No pri-meiro dia do mês, a Igreja Ca-tólica celebra a festividade dos santos, para que, às portas do

Quando a esperança vence a morte

Dia de Fiéis Defuntos é a continuação lógica do Dia de Todos os Santos Católicos vivem Dia de Fiéis Defuntos com esperança no ressurgimento em Cristo para uma vida nova

J. PAULO COUTINHO

ma, “só roubam quem traba-lha, isto não é governo, não é nada”. Criticou também o Pre-sidente da República, pelo epi-sódio da reforma: “tem as des-pesas todas pagas e ainda diz que a reforma dele não chega? Isto é gozar com o povo! Que-ria ver se ele se governava com a minha reforma”.

Mais abaixo, na Rua das Rosas, encontramos Andre-lina Soares, de 71 anos, tam-bém reformada. Temos que a acompanhar, porque anda sempre “em correria”. Está reformada, mas nunca deixou de trabalhar, começou aos 16 anos. E agora que já podia ter uma vida mais calma, conti-nua a fazer o que sempre fez. “E estou muito bem assim”, afirmou, “não sou de estar pa-rada”.

Lutar pela vidaAlberto Moutinho tem 65 anos e está aposentado da função pública. É licenciado em En-genharia Civil e foi professor de Educação Tecnológica no Ensino Secundário. “Eu sou do tempo do pé descalço, sou do tempo em que não podí-amos vir à cidade sem nada que nos protegesse os pés, se-não éramos multados”, con-tou, quando o abordámos na Universidade Sénior, da Jun-ta de Freguesia de Gondomar. Foi para a tropa com a quar-ta classe e, quando foi desmo-bilizado, veio com o nono ano de escolaridade. Terminou o ensino secundário à noite. Foi emigrante na Alemanha e está agora na Universidade Sénior, no terceiro ano, a “refrescar o alemão”.

Alberto Moutinho reco-nhece que tem mais interesses que muitas pessoas da sua ida-de e que nem todas as pessoas do seu tempo são assim. “Dou valor a quem faz alguma coi-sa, porque tive que lutar mui-to pela vida”, afirmou. Alber-to Moutinho tem um pequeno quintal que ele próprio trata. Pratica ioga e natação.

Como diz o dito popular, parar é morrer.

•• PAULO ALMEIDA [Texto]•• J. PAULO COUTINHO [Fotos]

P ercorrendo o centro da cidade de Gondomar numa segunda-feira de

manhã encontram-se muitas pessoas na rua. Mas, olhando com mais atenção, é possível afirmar que se encontram mui-tos idosos na rua.

Não é de estranhar, tendo em conta que Portugal tem um número crescente de idosos e que, àquela hora, a população que trabalha não anda a passe-ar pelo centro da cidade.

Junto ao Largo do Souto, próximo da paragem de au-tocarro, fomos encontrar An-tónio Ferreira dos Santos, de 84 anos. Questionado sobre o que faria por aqueles lados, afirmou que viera apanhar sol, conversar: “Sempre que pos-so saio de casa, mas vejo mui-to mal e também já ouço mal e tenho dificuldade em andar (mostra a bengala). Se não fos-se a paragem de autocarro ao pé de casa, nunca saía, ficava a ver televisão”.

António Santos vive com a mulher, tem uma reforma de pouco mais de 350 euros. Não vai jogar cartas, como muitos da sua idade, na pequena co-bertura que a Câmara Muni-cipal de Gondomar colocou no Largo Souto, “então, se eu não vejo as cartas, como é que ia jogar?”

António Santos, no entan-to, mostra estar atento ao mun-do e à situação política actual e emite a sua opinião. “Estamos num país de gatunos”, afir-

Largo do Souto é um dos pontos de encontro para os idosos de Gondomar

António Santos, 84 anos: “Se não fosse a paragem de autocarro ao pé de casa, nunca saía, ficava a ver televisão”

Pelas ruas do centro na companhia de idosospara quem parar é morrer

Page 4: A Manhã

A Manhã | Quarta-feira, 31 de Outubro de 2012

Hoje é o último dia com transportes internos em Gondomar

•• PAULO F. SILVA

H oje é o último dia com transportes internos no concelho de Gon-

domar. A Câmara Municipal de Gondomar (CMG) não re-novou o protocolo estabeleci-do há dois com a Empresa de Transportes Gondomarense (ETG) e colocou um ponto fi-nal na experiência dos trans-portes públicos da responsabi-lidade do município. É o fim das linhas 81 (Baguim do Mon-te/Rio Tinto), 82 (Fânzeres/Gondomar) e 83 (Valbom). O protocolo terminou no passado dia 10, mas a ETG decidiu as-segurar todas as carreiras, nos horários habituais, até hoje.

No anúncio do protocolo de 2010, a autarquia salienta-va que aquelas linhas visavam, “em primeiro lugar, suprir al-gumas carências a nível de transportes públicos dentro do concelho de Gondomar” e, pa-ralelamente, dar “resposta aos anseios da população”. Con-tactado pelo “A Manhã”, o vi-ce-presidente da autarquia ex-plicou que “estava previsto que este protocolo com a Gondo-marense não poderia ser pror-rogado, e foi o que aconteceu”.

Para José Luís Oliveira, “es-tes dois anos serviram para ex-perimentar” aquilo que as pessoas necessitavam, tendo concluído que, “se ninguém quer os transportes”, “se nin-guém procura as linhas”, en-tão não há razão para cele-brar “novo contrato ou abrir um concurso”. Na análise do vice-presidente da Câmara, “as carreiras não eram apetitosas, porque a própria Gondoma-rense poderia continuar com elas, e não o faz”. Argumenta, ainda, José Luís Oliveira que os 300 mil euros aplicados nos dois anos em causa deverão ter

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g: Sociedade

Quarta-feira, 31 de Outubro de 2012 | A Manhã

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Sociedade :g

sido “uma ajuda” para a aqui-sição dos três mini-autocarros da Gondomarense.

“Fiquei surpreendido”Os responsáveis pela ETG ana-lisam o assunto por outro pris-ma. “Fiquei surpreendido”, confessa Manuel Batista. “Ti-nha outra expectativa, admito. Quando se pede uma carreira é para lhe seja dada continui-dade, no fundo quando se dá um rebuçado depois não va-mos lá tirá-lo”, explica aquele administrador da Gondoma-rense. “As três linhas em cau-sa eram de transferência, so-

procura houvesse menos paga-ria a CMG”.

Literalmente inconformado está o presidente da Junta de Freguesia de Rio Tinto. “É la-mentável a decisão da Câma-ra”, afirma Marco Martins.

“O projecto de uma rede in-terna foi iniciado por mim, em Janeiro de 2007, após a nova rede da STCP. A Faculdade de Engenharia do Porto fez estu-dos para linhas em Rio Tinto, mas a Câmara barrou-o e, em 2008, até veio dizer que o pro-jecto não se justificava”, recor-da Marco Martins. “Depois, a três meses das autárquicas, anunciou a implementação dos transportes. Dois anos depois, e sobretudo quando começa a aumentar a procura, especial-mente nas linhas 82 e 83, a Câ-mara deixa a descoberto os cen-tros de saúde de Fânzeres, de S. Cosme e de Valbom”.

Marco Martins admite que, do ponto de vista financeiro, os tempos não são os melhores, mas não deixa de interrogar: “O encargo da autarquia não diminuía com o aumento da procura? Já se perdeu a noção de serviço público e de apoio social? Não é estranho acabar o serviço desta forma?”

S. Pedro da Covapretende entregar estádio à Câmara

A Associação Desportiva de S. Pedro da Cova vai pe-dir à Câmara Municipal que assuma a posse do Estádio do Laranjal. Os sócios do clube pretendem acautelar a pro-priedade do imóvel, que se en-contra penhorado e às ordens de uma agente de execução, que só ainda não vendeu o es-tádio por falta de interessados.

Reunidos sexta-feira em assembleia-geral extraordiná-ria, os sócios pretendem que a autarquia fique com o imó-vel, que está avaliado em mais de dois milhões de euros, e que pague as dívidas do clube, que ascendem a cerca de 150 mil euros.

Pouco participada, a as-sembleia decidiu por unani-midade propor à autarquia uma dação em cumprimen-to, ou seja, entregar o imó-vel à autarquia pelo valor das dívidas, passando para esta a responsabilidade de as pagar. O objectivo é salvaguardar a

posse do estádio e evitar futu-ras penhoras.

Os sócios entenderam que entregar o estádio à Câma-ra pelo valor da penhora que está para a execução, no va-lor de 28 mil euros, não resol-ve os problemas financeiros do clube. A proposta, no entanto, atribui ao clube todos os cus-tos de manutenção do com-plexo desportivo.

A comissão administrati-va presidida por Carlos Ro-drigues revelou aos sócios a recepção de uma carta das Finanças, naquele dia, a re-clamar IVA no valor de cerca de 13 mil euros, por recibos identificados numa auditoria a outra empresa. “Os recibos estavam na nossa contabilida-de, mas tinham sido anulados pela anterior direcção”, refe-riu o dirigente. Na segunda-feira, a direcção da Associa-ção Desportiva recebeu outra notificação para liquidação de uma dívida de cerca de quatro

mil euros, também referente à anterior direcção.

Câmara atentaA autarquia não quis fazer de-clarações, por desconhecer a proposta da direcção do S. Pe-dro da Cova, mas indicou que a sua missão é acautelar o inte-resse público.

Carlos Rodrigues tem-se queixado repetidamente da falta de apoio e interesse dos sócios, tendo colocado o lugar à disposição, que mereceu um voto de confiança. “Os sócios só vão acordar quando o clu-be fechar as portas”, lamentou.

O Estádio do Laranjal e o complexo desportivo foi doa-do ao clube pela Câmara, há cerca de uma década, em tro-ca dos terrenos do antigo cam-po de futebol. Além da equipa que disputa a Divisão de Hon-ra, o clube conta com mais de uma centena de atletas nas ca-madas jovens.

¬ Paulo Almeida

O professor Rio Fernandes, membro do painel de Opinião do “A Manhã”, foi homena-geado como “Profissional do Ano”, ontem à noite, pelo Ro-tary Club de Gondomar.

Natural de S. Cosme, Gon-domar, Rio Fernandes, de 54 anos de idade, é docente da Fa-culdade de Letras da Univer-sidade do Porto desde 1981, onde se licenciou em 1980. Fez o mestrado na Universidade de Coimbra em 1985, o douto-ramento na Universidade do Porto em 1993 e as provas de agregação em 2003, vindo a tornar-se o primeiro licencia-do de Geografia da Universi-dade do Porto a tomar posse como Professor Catedrático, mediante concurso onde obte-ve o primeiro lugar.

É responsável pela docên-cia de várias disciplinas de cur-sos de licenciatura, mestrado e doutoramento no Departa-mento de Geografia Faculda-

Rotários distinguemRio Fernandes

bretudo com o Andante, em zonas onde efectivamente não há transportes. É evidente que, nesta fase, as linhas eram defici-tárias, e sê-lo-ão sempre porque há a componente de serviço so-cial que é preciso não esquecer. Os números deste ano até eram animadores”.

Manuel Batista reconhe-ce que possam existir “outras prioridades para a Câmara”, mas sublinha que, “a médio prazo, pelo menos duas das li-nhas iriam ficar equilibradas, sendo que o previsto no referi-do protocolo apontava para o princípio de que “quanto mais

Um homem morreu, do-mingo passado, depois de ter sido colhido por um comboio perto da estação ferroviária de Rio Tinto, em Gondomar, anunciou à Lusa fonte da PSP do Porto.

Segundo o oficial de dia ao comando da PSP, o aci-dente aconteceu cerca das 17 horas, na Quinta das Freiras, em Rio Tinto.

“A vítima aparentava ter entre 25 a 30 anos”, disse, acrescentando que o ma-quinista relatou ter visto “um homem a atravessar a linha, ter apitado, mas não conseguiu evitar o aciden-te”. A circulação ferroviá-ria esteve parada cerca de 30 minutos no sentido Er-mesinde-Porto.

Oito dos 16 municípios da Área Metropolitana do Porto (AMP) mantêm dívi-das à estrutura relacionadas com as suas quotas anuais e uma delas, a de Gaia, deve a totalidade da sua parte, superior a 138 mil euros. Arouca, Gondomar, Maia, Matosinhos, Oliveira de Azeméis, Porto, Trofa e Va-longo são as autarquias que têm as contas em dia. San-ta Maria da Feira aparece no documento como deven-do apenas 25 mil (28%) dos 90.219 euros que tem que transferir para a AMP.

Num total de mais de um milhão de euros em quotas de 2012, 15 municípios pa-garam já à AMP um total de 744.308 euros, estando ainda por receber 285.515 euros.

Colhido por comboio em Rio Tinto

Gondomar com contasem diaMunicípio é um dos oito que não têm quotas anuais em atraso para a AMP

Objectivo dos sócios é salvaguardar a propriedade do imóvel

de de Letras da Universidade do Porto, nos domínios da Ge-ografia Urbana, Planeamento e Urbanismo. Assegurou co-laboração docente com a Fa-culdade de Arquitetura e as-segurou docência em diversas universidades estrangeiras, de-signadamente Coimbra e Lis-boa (Portugal), Rio de Janei-ro, Presidente Prudente, Natal e Salvador (no Brasil), Santiago de Compostela e León (em Es-panha), Angers (em França) e von Humboldt de Berlim (Ale-manha).

J. PAULO COUTINHO

Rastreio. A Liga dos Amigos do Centro de Saúde da Foz do Sousa organiza, no próximo domingo, nas instalações da Junta de Freguesia de Melres, entre as 9 e as 12 horas, um rastreio auditivo, visual, à osteoporose, à diabetes e à tensão arterial à população. O rastreio é gratuito.

EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE PASSAGEIROS POR LINHA

Número médiopor mês

Linha 81 (azul)Rio Tinto (Parque Nascente) – – Baguim do Monte (EB2,3)

Linha 82 (amarela)Fânzeres (EB2,3) – – S. Cosme (Centro de Saúde)

Linha 83 (vermelha)Valbom – Valbom (circulação)

Período de análise2010 - 3 meses2011 - 12 meses2012 - 8 meses

Número totalpor ano

Vice-presidente da autarquia afirma que as três linhas eram “uma experiência”, mas a Administração da Gondomarense diz ter sido “surpreendida”

Três mini-autocarros faziam as ligações internas em Gondomar

CÂNDIDO XAVIER FONTE: ETG

J. PAULO COUTINHO

Page 5: A Manhã

Quarta-feira, 31 de Outubro de 2012 | A Manhã

9A Manhã | Quarta-feira, 31 de Outubro de 2012

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Cultura :gg: Cultura

A abertura ao público da Casa Júlio Resende, em Val-bom, foi o momento alto, sába-do, em que a fundação dedica-da ao pintor assinalou o dia do aniversário do seu nascimento. O artista faria 95 anos no dia 23 de Outubro.

O crítico e conservador José Luís Porfírio proferiu uma con-ferência sobre “O desenho na obra de Júlio Resende”, tema transversal a toda a obra do mestre expressionista.

Seguiu-se a abertura da ca-sa-atelier de Resende, projecto do seu amigo José Carlos Lou-reiro, classificada no ano passa-do, pelo Ministério da Cultura, como “património de interesse público”.

Os convidados que assisti-ram à conferência, no auditório do edifício do Lugar do Dese-nho, atravessaram depois o jar-dim, em direcção à casa-atelier, que passa a constituir um novo núcleo expositivo da fundação dedicada ao pintor. A casa foi despojada dos objectos pesso-ais, contendo agora quadros do

“Há casas que são um poemapara dar a um amigo”

acervo da fundação, entre ou-tros oferecidos, e alguns painéis alusivos à sua vida e obra. En-tre eles, uma fotografia de gru-po do núcleo principal dos fun-dadores e amigos do artista.

Nos recantos superiores da habitação surgem dois poe-mas, “Oh, as casas as casas as casas”, de Ruy Belo, e “Rela-ção das casas boas e más para juízo dos arquitectos Carlos Loureiro e Pádua Ramos”, de Eugénio de Andrade, cujos úl-timos versos dão título a este texto. Neles se reflecte a im-portância da casa, da habita-ção, espaço de intimidade e criação, no percurso do artista.

A Casa Júlio Resende foi edificada no início da déca-da de 1960, junto ao rio Dou-ro. Carlos Loureiro, numa vi-sita guiada pelo imóvel, na semana passada, disse ao “A Manhã” que o pintor lhe deu “total liberdade” no projecto mas, ao mesmo tempo, “uma enorme responsabilidade”, pois “sabia que tinha um crí-tico de grande nível”.

Brasil, anos 70Momento alto, igualmente, a abertura, na Sala do Acervo da Fundação, de mais uma exposição da série Caderno de Viagens, com obras de Jú-lio Resende realizadas a par-tir das suas viagens ao Bra-sil, entre as décadas de 1970 e 1980. Em relevo, os traba-lhos realizados em 1977 so-bre a temática regional, com uma paleta identificativa. Re-sende escreveu que preferia o Brasil nordestino, em grande parte retratado em tons vivos. As pinturas e desenhos do ar-tista estão patentes ao público até Outubro do próximo ano.

Até ao dia 25 de Novem-bro, na Sala de Exposições Temporárias, pode ser visi-tada a exposição de Manuel Casal Aguiar, amigo do pin-tor Júlio Resende e um dos fundadores do Lugar do De-senho. A Sala 3 é ocupada por uma exposição do jovem pintor Ricardo Pistola, intitu-lada “Trap”, patente até 13 de Janeiro próximo.

Casa Júlio Resende é um projecto do arquitecto José Carlos Loureiro

J. PAULO COUTINHO

Está patente na Casa da Ju-ventude de Rio Tinto, até ao próximo dia 10 de Novembro, a exposição de pintura intitula-da “Simbólica”, com trabalhos de Daniel Fernandes.

São obras que, como refere Ana Santos Vilar no catálogo da exposição, “pretendem in-vocar a intuição dos observa-dores, por associação de ana-logias, e apresentar narrativas racionais – ao dar a conhecer símbolos de diversas civiliza-ções, como alternativa a uma realidade criativa”. Daniel Fer-nandes apresenta a sua inter-pretação de vários elementos figurativos, que, graficamen-te estruturados e realçados por contornos a branco, se tornam independentes e autónomos.

Estes trabalhos de Daniel Fernandes são, na sua gran-

Daniel Fernandes na Casa da Juventude

Regresso às origens14 anos depois•• GORETI TEIXEIRA

C atorze anos depois de ter ganho a 9.ª Edi-ção do Prémio Nacio-

nal de Poesia da Vila de Fân-zeres, com a obra «As mãos e o silêncio», Joaquim Manuel Pinto Serra regressou a Fân-zeres, na passada sexta-feira, como poeta vencedor da edi-ção de 2012.

“Viagem através do nos-so distanciamento” colheu a unanimidade do júri escolhi-do para avaliar as obras apre-sentadas este ano. Em decla-rações ao “A Manhã”, o autor explicou que concorreu “de-pois de ter visto o anúncio no jornal”, mas sem pensar que tinham passado 14 anos des-de o seu primeiro livro, que o fez “nascer para a poesia”. Esta obra, sublinhou, marca “um regresso às origens”, das quais esteve afastado cerca de 50 anos. “Comecei na poesia com a ingenuidade de qual-quer pessoa que se inicia neste género literário, com palavras simples e ingénuas”, expli-cou o autor, acrescentando que posteriormente progrediu para “uma certa maturidade intelectual”.

“Hoje – continuou – re-gresso à ingenuidade inicial, praticando uma poesia de pa-lavras simples, mas com mais sentido estético, mais sentido musical, mais sentido poéti-co, porque amadureci”. Para o poeta são várias as condi-ções que têm de estar reunidas para que floresça o processo criativo e foi na sua condição de médico psiquiatra que fi-cou a conhecer bem as pesso-as, esse conhecimento no qual se centram os seus livros.

Depois de 11 títulos publi-cados, Joaquim Manuel Pinto Serra voltou a Fânzeres, uma terra que, afirma, “respira po-esia” e que o fez sentir “pre-miado e rejuvenescido”.

A cerimónia de entrega

do Prémio Nacional, que de-correu na Casa de Monteze-lo, foi presidida pela presiden-te da Junta de Freguesia de Fânzeres, Fernanda Vieira, que enalteceu a qualidade das obras que anualmente concor-rem ao galardão “que em boa hora foi criado”. Para a autar-ca, “a solidificação do evento e o sucesso já alcançado tra-duzem-se numa esperança no futuro, acrescida de uma res-ponsabilidade de criar condi-ções para o acesso generaliza-do à cultura”.

Na sua intervenção, Fer-nanda Vieira lembrou ainda o jornalista e escritor Manuel António Pina, sublinhando o valor da obra deixada, bem como o homem e cidadão ge-neroso e dedicado que sem-pre foi.

Prestígio alcançadoA importância que o Prémio Nacional de Poesia de Fânze-res tem alcançado ao longo de mais de duas décadas de exis-tência foi destacada nas inter-venções de todos os convida-dos, tendo Liliana Pires, chefe de divisão da Cultura e Des-porto da Câmara Municipal, sustentado que a poesia “está viva na freguesia, no município e no país”. Henrique Monteiro, representante da editora Lugar da Palavra, sublinhou que a po-esia é “essa palavra inquietan-te e emocionante que nos ajuda a resistir nos conturbados tem-pos em que vivemos”, enquan-to Fernando de Castro Branco, poeta transmontano convida-do, entende que a “palavra na poesia não se censura. É sa-grada e purificada, sendo que a emoção é sempre o ponto de partida”.

Ao longo da cerimónia, as palavras poéticas de Joaquim Manuel Pinto Serra e Fernan-do de Castro Branco fizeram-se ouvir pela voz da dizedora Cidália Santos, acompanha-da pelo trio de cordas “The Crow”.

Casa-atelier de Júlio Resende aberta ao público em permanência

“neste regressoonde renasce em cada gesto o teu azuluma tonalidade nova se enobrecenas vicissitudes anónimas do tempo e do espaço

apenas o cais do nosso reencontro antigo e certorepleto de tertúlias e de pequenos aconchegos de criança

uma lembrança

ou talvez apenas a certeza de que as raízes sobravamsomente mudavam asfloreseosfrutose o mosto com que sefaziamasamorasdoteu gosto

serenamente”

Médico e poeta Joaquim Serra recebe

Prémio Nacional de Poesia de Fânzeres

Concerto solidárioem prol dos carenciados

Poesia e músicaà mesa da confeitaria

A Associação das Donas de Casa de Gondomar pro-moveu, na passada sexta-fei-ra, no Auditório Municipal, um espectáculo de solidarie-dade visando prosseguir os seus fins de ajuda a famílias carenciadas.

A noite era de música, mas foi, sobretudo, o humor que deliciou o público pela voz do fadista João da Costa e da jovial Gestrintuna. Tel-ma Neves, Manuel Vieira e José Giesta, acompanhados por Joaquim Martins e Emí-lio Monteiro, à guitarra, e por José Martins, à viola, comple-taram o leque de artistas da noite.

O objectivo deste espectá-culo era a angariação de ver-bas para ajudar a jovem Már-cia, entretanto falecida. Mas “como há muitas Márcias e toda a logística estava tratada, a associação não quis deixar de realizar o evento”, salien-tou Maribel Gonzalez, presi-dente da associação.

De referir que a Associa-ção das Donas de Casa de Gondomar foi das pioneiras na ajuda solidária no conce-lho, através do empréstimo de cadeiras de rodas, camas arti-culadas, distribuição de bens alimentares e medicamentos, entre outras preciosas ajudas aos mais carenciados.

“Rio Tinto com Poesia”, um projecto dinâmico que alia artes como a poesia e a músi-ca numa simbiose rasgada de emoção e ternura, teve na se-mana passada, na Confeitaria DelRio, em Rio Tinto, mais uma sessão, desta vez subordi-nada à temática “Cidadania”.

Foram lidos poemas de Manuel António Pina, Se-bastião da Gama, Fernando Pessoa, Eugénio de Andra-de, Joaquim dos Santos Ma-rinho (poeta riotintense) e Maria Guimarães. O públi-co participou na declamação

de poemas e criou-se um am-biente acolhedor e mágico ao som das melodias tocadas pelo quinteto da Banda de S. Cristóvão, que colaborou na tertúlia poética.

Participaram alunos do 9.º ano da Escola E.B.2,3 de Rio Tinto, a directora da Esco-la, Aurora Vieira, alguns pro-fessores do Agrupamento, as habituais colaboradoras do Centro de Estudos Aventura Dinâmica, amigos e clientes da confeitaria e a autora de “Rasgos de Emoção”, Maria Guimarães.

de maioria, caracterizados por superfícies cromáticas lisas e renunciam às leis convencio-nais de composição (espaço em profundidade de perspecti-va). O resultado final faz com que cor e forma se encontrem “numa relação mútua en-tre contrastes e harmonias”, como se refere no catálogo da exposição.

“Gondomar, Coração de Ouro”

Música e humor marcaram a excelente actuação da Gestrintuna

CÂNDIDO XAVIER

Page 6: A Manhã

A Manhã | Quarta-feira, 31 de Outubro de 2012

10

REPORTAGEM7.º Rali Cidade de Gondomarr:

Quarta-feira, 31 de Outubro de 2012 | A Manhã

Luís Mota triunfaem Gondomar

•• PAULO F. SILVA [Textos]•• J. PAULO COUTINHO [Fotos]

A dupla constituída por Luís Mota/Alexan-dre Ramos (Mitsubishi

EVO VII) obteve uma vitória tranquila no 7.º Rali Cidade de Gondomar, disputada no fim-de-semana passado, penúltima prova da época a contar para o Campeonato Open de Ralis. A juntar ao triunfo na prova or-ganizada pelo Gondomar Au-tomóvel Sport (GAS), repetin-do o êxito alcançado em 2011, Luís Mota assegurou também o título de campeão Regional de Ralis-Norte, mas a competição não se resumiu a favas contadas, apesar dos seis melhores tem-pos registados em sete provas especiais de classificação (PEC). Destaque, também, para Diogo

Gago, que garantiu a conquista do Desafio Modelstand, deixan-do o seu principal opositor, Gil Antunes, na segunda posição do troféu, e para uma demonstra-ção de “drift”, na noite da su-perespecial, em pleno centro de Gondomar, merecedora do for-te aplauso dos milhares de pes-soas que acorreram à cidade.

Luís Mota não começou da melhor forma. “Não sei o que é que se passou, não tenho ex-plicação, o carro não andava”, explicou o vencedor final, ao “A Manhã”, justificando o 21.º me-lhor tempo obtido na Superes-pecial de Gondomar, a nove se-gundos do melhor “crono”.

“Sabíamos que, de manhã, teríamos de atacar, dar um si-nal aos nossos adversários de que teriam de contar connos-co, até porque estava em causa o Regional de Ralis”, lembrou Luís Mota. E foi o que aconte-

ceu. Daí para a frente não mais parou. Primeiro, impondo um ritmo muito forte na dianteira – e arrastando na toada de ata-que Daniel Nunes, vencedor da Superespecial. E a seguir, após a desistência de Daniel Nunes (com o diferencial do Mitsubishi partido), no derradeiro troço da manhã, a gerir a vantagem ad-quirida sobre a concorrência di-recta.

Por momentos, Nuno Car-

doso/Telmo Campos (Mitsu-bishi EVO VII), Luís Bastos/José Janela (Mitsubishi EVO V) e João Barros/António Cos-ta (Renault Clio) até devem ter sorrido interiormente com o abandono de David Nunes, algo que lhes possibilitou esca-lar um posto na tabela de modo automático. Só que Cardoso, que não tinha andamento para Mota, preferia segurar a sua melhor classificação de sempre:

um segundo lugar. E com Bas-tos, que estreava o seu novo car-ro, acontecia o mesmo em rela-ção a Cardoso. Sobrava Barros, numa outra estreia seguida com atenção pelo “cantar” irrepre-ensível do motor francês (apesar de nunca ter revelado capacida-de para incomodar Luís Mota), que acabou, ingloriamente, por ser traído pela embraiagem an-tes mesmo de entrar na última PEC do rali.

O ponto mais alto de interesse do rali acabou, assim, por ser trans-ferido para o Desafio Modelstand. Diogo Gago, que havia recupera-do a liderança deste troféu mono-marca na prova anterior, o Rali de Loulé, disputado no início deste mês, e com seis pontos de avan-ço sobre o seu grande adversário desde a primeira hora, Gil Antu-nes, estava a uma simples vitória do triunfo final.Os dois pilotos fizeram-se à es-trada tal e qual como se previa: disponíveis a lutar até ao final. E nenhum dos dois ludibriou quais-quer expectativas.Gago atacou a Superespecial e “deu” a Antunes quase um se-gundo. No sábado de manhã, logo em Gens/Covelo I, Gil Antu-nes ripostou e colocou a fasquia à concorrência directa num pata-mar muito elevado, conquistando 12 segundos a Diogo Gago. Mas Gago não se fez rogado e pros-seguiu no seu ritmo, averbando 8.07,2 minutos no terceiro troço, mais de dois minutos e meio me-lhor do que Antunes, que não de-verá esquecer tão cedo aqueles quase nove quilómetros de Me-das onde por três vezes a braça-deira de um tubo da gasolina se recusou a manter no seu devido sítio comprometendo todas as as-pirações. “Fiquei sem hipóteses”, sintetizava, no final, Gil Antunes, apesar de toda a boa disposição que manteve.

“Trabalhámos para isto”, contra-punha Diogo Gago, em análise-síntese da sua prova, e notoria-mente satisfeito. “Sabíamos que, sábado, teríamos de ter um anda-mento muito rápido, e a verdade é que, sobretudo de manhã, an-dámos muito fortes. Por outro lado, tínhamos noção de que a classificativa de Gens, à tarde, iria decidir o rali”.Pois bem, à partida para Gens II, Gago dispunha mais de 2.14 mi-nutos de avanço sobre Antunes. Depois da quinta PEC, Gago so-mava mais quatro décimos de se-gundo à sua vantagem. Estava na altura de levantar o pé, deixando para Antunes uma espectacular recuperação que o guindou até ao quinto lugar da “geral”, segun-do do troféu.O último lugar do pódio reserva-do aos concorrentes Peugeot foi para João Castela.No Troféu Fastbravo, a vitória sor-riu ao regressado Rui Garcia, que foi acompanhado no pódio por Jorge Ribeiro (que ganhou o tro-féu de 2012) e Herculano Antas.A sétima edição do Rali Cidade de Gondomar teve, à partida, pouco mais de quatro dezenas de con-correntes – tendo sido a de Fer-nando Peres a mais notória das ausências, por motivos familia-res – e terminaram classificadas 22 equipas, o que espelha bem a exigência dos troços montados pelo GAS.

GAGO E ANTUNES NO LIMITE CLASSIFICAÇÃO

Dupla vencedora assegurou, também, o Campeonato Regional de Ralis-Norte, enquanto Diogo Gago garantiu a conquista do Desafio Modelstand

Diogo Gago impõs-se à concorrência no Desafio Modelstand João Barros estreou em Gondomar um Renault Clio Espectáculo de “drift” fez as delícias do muito público que se juntou no centro da cidade Nuno Cardoso obteve a sua melhor classificação de sempre: segundo Luta pelo pódio no Desafio Modelstand foi muito animada

GAS não pára. O Gondomar Automóvel Sport (GAS) não pára e aproveitou a realização do fim-de-semana passado para promover o seu 1.º Rali Sprint, uma prova organizada, bem ao jeito de “nuestros hermanos”, em sistema de “vai e vem”, com um único troço de 5,14 quilómetros a percorrer duas vezes nos dois sentidos.

Nova sede. O próximo dia 24 de Novembro assinala o 20.º aniversário do Gondomar Automóvel Sport (GAS). E a festa promete ser histórica. É que, nessa mesma data, o GAS vai receber, das mãos da Câmara Municipal de Gondomar, as chaves da antiga escola do Ensino Básico da Gandra, que passará a ser a nova sede do clube. A melhor prenda no tempo mais difícil.

Dupla vencedora corre num Mitsubishi

EVO VII

Luís Mota repetiu este ano triunfo alcançado em 2011no Rali de Gondomar

1.ª PEC · Superespecial de Gondomar

Daniel Nunes 1.52,9 min.

Nuno Cardoso a 0,6 seg.

João Barros a 1,8 seg.

Diogo Gago a 3,0 seg.

Luís Bastos a 3,1 seg.

1.º

2.º

3.º

4.º

5.º

2.ª PEC · Gens/Covelo I

Luís Mota 6.00,5 min.

Daniel Nunes a 1,9 seg.

Nuno Cardoso a 16,2 seg.

Luís Bastos a 21,6 seg.

Gil Antunes a 23,8 seg.

1.º

2.º

3.º

4.º

5.º

3.ª PEC · Medas I

Luís Mota 7.28,3 min.

Daniel Nunes a 6,6 seg.

Nuno Cardoso a 10,6 seg.

Luís Bastos a 29,4 seg.

João Barros a 36,8 seg.

1.º

2.º

3.º

4.º

5.º

4.ª PEC · Vilarinho I

Luís Mota 10.21,7 min.

Gil Antunes a 15.7 seg.

Luís Bastos a 19,1 seg.

João Barros a 25,4 seg.

Diogo Gago a 32,1 seg.

1.º

2.º

3.º

4.º

5.º

5.ª PEC · Gens/Covelo II

Luís Mota 6.01,4 min.

Nuno Cardoso a 4,7 seg.

Luís Bastos a 5,7 seg.

João Barros a 16,9 seg.

Diogo Gago a 17,7 seg.

1.º

2.º

3.º

4.º

5.º

6.ª PEC · Medas II

Luís Mota 7.31,1 min.

Nuno Cardoso a 0,7 seg.

Luís Bastos a 6,7 seg.

Gil Antunes a 18,3 seg.

Diogo Gago a 19,9 seg.

1.º

2.º

3.º

4.º

5.º

7.ª PEC · Vilarinho II

Luís Mota 10.29,8 min.

Nuno Cardoso a 2,4 seg.

Diogo Gago a 9,6 seg.

Gil Antunes a 11,4 seg.

Luís Bastos a 12,2 seg.

1.º

2.º

3.º

4.º

5.º

CLASSIFICAÇÃO FINAL

Luís Mota/Alexandre Ramos Mitsubishi EVO VII 49.54,7 min.

Nuno Cardoso/Telmo Campos Mitsubishi EVO VII a 33,9 seg.

Luís Bastos/José Janela Mitsubishi EVO V a 1.28,8 min.

Diogo Gago/Jorge Carvalho Peugeot206 GTI a 2.28,5 min.

Gil Antunes/Carlos Ramiro Peugeot 206 GTI a 4.44,6 min.

João Castela/Ricardo Faria Peugeot 206 GTI a 5.19,1 min.

Sérgio Vaz/Ilberino Santos Peugeot 206 GTI a 5.32,0 min.

Paulo Moreira/Marco Macedo Opel Corsa OPC a 5.59,3 min.

Pedro Fins/Sérgio Rocha Peugeot 206 GTI a 6.35,0 min.

António Oliveira/Rui Raimundo Peugeot 205 GTI a 6.59,3 min.

Helder Miranda/Vítor Hugo Pereira Seat Ibiza a 7.07,8 min.

Ruben Moura/José Moreira Citroen Saxo a 8.03,3 min.

Joaquim Pacheco/Nuno Silva Citroen C2 a 8.16,6 min.

Sérgio Moutinho/Pedro Rio Fiat Punto 1.8 HGT a 9.16,6 min.

Rui Garcia/Luís Sá Seat Marbella a 9.24,6 min.

Jorge Ribeiro/Daniel Pereira Seat Marbella a 9.26,8 min.

Herculano Antas/Luís Silva Seat Marbella a 9.51,5 min.

Gonçalo Dias/Jaime Dias Seat Marbella a 10.07,7 min.

Mariana Carvalho/Alexandra Santos Peugeot 206 GTI a 11.24,9 min.

Osvaldo Santos/Hugo Pinheiro Peugeot 306 GTI a 11.33,2 min.

Daniela Rodrigues/Laura Natividade Citroen Saxo a 13.00,2 min.

José Mendes/Júlio Sousa Nissan Micra a 14.57,8 min.

1.º

2.º

3.º

4.º

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21.º

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Page 7: A Manhã

“Está a faltar um pouco de sorte, porque continuamos a jogar bem”, referiu José Alberto ao “A Manhã”, no final do jogo. O treinador do Gondomar, desanimado com empate, salientou que a equipa merecia mais pelo jogo que construiu, pelas oportunidades que criou. Apesar de a média de idades dos jogadores ser baixa, não é uma

DESPORTOSFutebol | Modalidadesd:

Gondomar cede empate•• PAULO ALMEIDA

O O arranque do Gondo-mar Sport Clube nesta fase do campeonato da

2.ª Divisão, Zona Norte, conti-nua frouxo, ainda que a equi-pa mostre ser capaz de ir muito mais além do que o antepenúlti-mo lugar que ocupa na classifi-cação geral. No domingo cedeu mais um empate, a zero, fren-te à Associação Desportiva Li-mianos.

Os jornalistas que acom-panharam a deslocação dos minhotos foram unânimes: o Limianos veio a Gondomar conquistar um ponto. A pre-visão é que o Gondomar ve-nha a causar problemas a mui-tas equipas.

O jogo foi equilibrado, com pendor positivo para a equipa da casa que, mais uma vez, reve-lou uma superioridade técnica e táctica sobre o adversário. O Gondomar mandou uma bola ao poste e outra à barra, mos-trou boas combinações entre os avançados e no jogo a meio campo, com uma defesa segura, com poucos deslizes. Falta sorte, experiência, confiança.

O jogo começou muito em-brulhado a meio campo, com o Limianos a mostrar uma linha atacante perigosa, com Tane-la e Arnold a necessitarem de muitos cuidados por parte dos centrais gondomarenses.

À passagem do quarto de hora o Gondomar reage com uma série de ataques bem cons-truídos, a redundar em cantos ou em livres, que depois não eram aproveitados.

Aos 32 minutos a primeira bola ao poste. No seguimento de uma jogada de Igor pela di-reita, que arrasta consigo a de-fesa, centro para Júlio César,

Gondomar 0Limianos 0

Estádio S. Miguel (relvado)

Espectadores Cerca de 150

Árbitro Pedro Ferreira (AF Braga)Assistentes Fernando Pereira e Paulo Miranda

GONDOMAR S. C.César; Tiago Graça n; Joel n; Tiago Gil; Marcos André; Júlio César; Luís Neves; Ricardo Carvalho; Pinto; Jú-lio (Denilson, 50’) e Igor.Treinador José Alberto

A. D. LIMIANOSLitos; Lucas; Vítor Hugo; Beck; Vas-co (Ribeira, 70’); Diego n (Jean Phi-lipe, 90’); Arnold; Pedro Maciel n; Nera; Boris Tchikoulaev e Tanela n (Telmo, 85’). Treinador Carlos Cunha

O JOGO

Pouca sorte da equipa da casa perante equipa minhota de Limianos que veio conquistar um ponto

isolado na esquerda. O brasilei-ro chuta contra o adversário e a bola vai ao poste, com o guar-da-redes Lito batido. Na respos-ta, o Limianos, em contra-ata-que rápido, no seguimento da jogada anterior, vê Tanela me-ter também a bola no poste.

Agora a barraNa segunda parte, o Gondo-mar entrou a grande velocidade, pressionando a meio campo e na linha defensiva do adversário. A bola estava do lado da equipa da casa, mas os remates, que não foram muitos, saiam para fora. O Limianos tardou na reacção, conseguia sair em força em di-recção à baliza de César, mas a defesa da equipa da casa conse-guia recuperar a bola e relançar o jogo pelas laterais.

A pressão do Gondomar, durante quase toda a segun-da parte, originou uma série de livres em frente à área adver-sária, mas com resultados in-consequentes. Aos 86 minutos, quando o Limianos, a jogar em contra-ataque e, gradualmente, se vai tornando mais perigoso, Luís Neves é chamado a cobrar um livre frente à área visitan-te. A bola, muito bem marcada, sobrevoa a barreira e vai cair na barra, sendo aliviada para can-to. Foi praticamente a última grande oportunidade do jogo.

A arbitragem foi insegu-ra, com alguns casos que po-dem ter comprometido o resul-tado. O delegado da equipa da casa foi expulso. Referência fi-nal para o público, que voltou a ser escasso.

Pinto foi um dos esteios do meio campo do Gondomar

J. PAULO COUTINHO

Quarta-feira, 31 de Outubro de 2012 | A Manhã

13

MUITO JOGO, POUCA SORTE

questão de pouca experiência, mas de confiança e um pouco de sorte, adiantou o treinador. José Alberto frisou que era importante a equipa não perder o jogo, apesar do empate saber a pouco. “A equipa estava a jogar bem e com bom ritmo, por isso não valia a pena fazer mais substituições”, explicou o treinador.

Page 8: A Manhã

A Manhã | Quarta-feira, 31 de Outubro de 2012

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d: Futebol | Modalidades

Quarta-feira, 31 de Outubro de 2012 | A Manhã

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Canoagem :d

No sobe e desce da jornada, o empate do Gondomar permi-tiu avançar um lugar, mas é o Sousense que está em alta, com a vitória sobre o Tocha, subiu três lugares, ocupando agora o oitavo posto, na Zona Centro.

Nos distritais, o S. Pedro da Cova regressa às vitórias, de-

pois da “limpeza de balneá-rio”, com um expressivo 4-2 sobre o Baião. Por sua vez, o Rio Tinto continua a trepar na tabela, estando agora no sexto posto, depois de vencer o Va-longuense em casa, com dois golos sem resposta. Na 1.ª Di-visão, Série 2, grandes surpre-

sas. O Ataense, que se tem re-velado um forte candidato à promoção, sofreu a primeira derrota, na deslocação à Gran-dra, enquanto o C.A. Rio Tin-to, que ainda não tinha venci-do, bateu o Citânia de Sanfins, por duas bolas sem resposta. O Gens perdeu fora por 2-1, com

o NunÁlvares. Na 2.ª Divisão, Série 1, o Estrelas de Fânze-res voltou a perder, em casa, e a mesma sorte coube ao Me-dense, na deslocação ao Ra-maldense. Quanto ao Melres, continua a marcar muitos go-los, 3-1, em casa, contra o Ma-rechal Gomes da Costa.

Surpresasnos distritais

A JORNADA

Gondomar – Limianos 0-0

II DIVISÃO NORTE

CLASSIF. J V E D M S P

Desp. Chaves 6 4 1 1 11 3 13

Mirandela 6 4 1 1 10 6 13

Tirsense 6 3 3 0 9 6 12

Famalicão 6 3 2 1 11 5 11

Limianos 6 2 4 0 4 2 10

Varzim 6 2 3 1 5 2 9

Vizela 6 2 3 1 4 3 9

Ribeirão 6 2 2 2 6 6 8

Padroense 6 2 2 2 3 10 8

Boavista 6 1 4 1 3 4 7

Fafe 6 2 1 3 5 6 7

Vilaverdense 6 1 3 2 4 8 6

Amarante 6 1 2 3 6 5 5

Gondomar 6 0 3 3 5 8 3

Infesta 6 1 0 5 5 10 3

Joane 6 0 2 4 3 10 2

10º

11º

12º

13º

14º

15º

16º

Próxima jornada (7.ª): 4 Novembro · 15hRibeirão – Gondomar

Sousense – Tocha 1-0

II DIVISÃO CENTRO

CLASSIF. J V E D M S P

Cinfães 6 3 3 0 13 7 12

Coimbrões 6 3 3 0 12 8 12

Benf. C. Branco 6 2 4 0 9 6 10

S. João Ver 6 3 1 2 8 6 10

Anadia 6 3 1 2 5 4 10

Sp. Espinho 6 2 3 1 3 2 9

Ac. Viseu 5 2 2 1 9 4 8

Sousense 6 2 2 2 6 7 8

Tourizense 6 1 4 1 9 8 7

Operário 5 2 1 2 7 7 7

Cesarense 6 2 1 3 6 8 7

AD Nogueirense 6 2 0 4 6 10 6

Tocha 6 1 2 3 6 7 5

Pampilhosa 6 1 2 3 7 11 5

Lusitânia 6 1 2 3 6 11 5

Sp. Bustelo 6 0 3 3 3 9 3

10º

11º

12º

13º

14º

15º

16º

Próxima jornada (7.ª): 4 Novembro · 15hAc. Viseu – Sousense

S. Pedro Cova – Baião 4-2Rio Tinto – Valonguense 2-0

DIVISÃO HONRA AFP

CLASSIF. J V E D M S P

Perafita 7 5 2 0 12 2 17

Lixa 7 4 0 3 10 5 12

Barrosas 7 3 3 1 12 10 12

Nogueirense 7 3 2 2 12 10 11

Canidelo 7 3 2 2 9 7 11

Rio Tinto 7 3 2 2 9 7 11

Baião 7 3 2 2 8 7 11

Oliv. Douro 7 3 1 3 8 11 10

Candal 6 2 3 1 3 1 9

S. Pedro Cova 7 3 0 4 12 11 9

S. Martinho 6 2 3 1 10 10 9

Alpendorada 7 2 3 2 7 9 9

D. Sandinenses 7 2 2 3 8 8 8

Serzedo 7 2 2 3 7 8 8

Valonguense 7 1 4 2 2 4 7

Sobrado 7 2 0 5 7 12 6

Perosinho 7 1 2 4 8 13 5

Ermesinde 7 1 1 5 8 17 4

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Próxima jornada (8.ª): 4 Novembro · 15hNogueirense – S. Pedro da CovaLixa – Rio Tinto

CLASSIF. J V E D M S P

Aliança de Gandra – Ataense 2-1Rio Tinto – Citânia de Sanfins 2-0Nun’Álvares – Gens 2-1

I DIVISÃO SÉRIE 2 AFP

Gondim-Maia 7 4 1 2 13 10 13

Pedrouços 7 4 1 2 18 11 13

Castêlo Maia 7 3 3 1 6 5 12

Aliança Gandra 7 3 3 1 14 9 12

Alfenense 7 4 0 3 6 7 12

Ataense 7 3 3 1 9 6 12

SC Nun´Alvares 7 3 2 2 11 12 11

Citânia Sanfins 7 3 1 3 9 7 10

Águias de Eiriz 7 3 0 4 8 11 9

Folgosa da Maia 7 2 3 2 7 8 9

Maia Lidador 7 2 3 2 5 6 9

Moc. Sangemil 7 2 3 2 7 7 9

Vila Caiz 7 3 0 4 10 13 9

FC Vilarinho 7 2 2 3 6 9 8

AD Marco 09 7 2 1 4 7 8 7

Gens 7 2 1 4 7 10 7

Leões Seroa 7 2 1 4 11 11 7

CA Rio Tinto 7 1 2 4 5 9 5

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Próxima jornada (8.ª): 4 Novembro · 15hAtaense – Vila CaizFolgosa da Maia – CA Rio TintoGens SC – Aliança de Gandra

Melres – M. Gomes da Costa 3-1Est. Fânzeres – Aldeia Nova 0-2Ramaldense – Medense 2-0

CLASSIF. J V E D M S P

II DIVISÃO SÉRIE 1 AFP

SC Campo 6 4 2 0 12 4 14

Inter Milheirós 6 4 1 1 10 5 13

GD Aldeia Nova 6 4 1 1 11 9 13

Os Lusitanos 6 3 3 0 14 7 12

Melres DC 6 3 2 1 14 4 11

Canelas 2010 5 3 2 0 12 6 11

CD Torrão 6 3 1 2 11 7 10

CD Portugal 6 2 1 3 9 10 7

FC São Romão 5 2 1 2 6 9 7

Ramaldense 6 2 1 3 6 13 7

Águas Santas 6 2 1 3 11 11 7

At. Vilar 5 2 1 2 8 7 7

Medense 6 2 0 4 7 12 6

Arcozelo 5 1 1 3 10 8 4

M. G. Costa 5 1 1 3 6 11 4

Est. Fânzeres 6 0 1 5 1 16 1

Sp. S. Vitor 5 0 0 5 6 15 0

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Próxima jornada (7.ª): 4 Novembro · 15hSp. São Vítor– Melres DCAt. Vilar – Estrelas de FânzeresMedense – FC São Romão

Enquanto os resultados do Gondomar S. C., na 2.ª Divi-são, Zona Norte, não são os melhores, apesar do potencial da equipa, na 1.ª Divisão, Série 2 Juniores, a situação é muito diferente. Aqui é o Gondomar que segue à frente na classifi-cação, isolado, com sete jogos e sete vitórias.

A equipa júnior conta com o melhor ataque da prova, com 29 golos marcados e seis sofri-dos. Ao fim da sétima jornada já conseguiu três goleadas: 4-0 ao Lixa, 6-2 ao Infesta, 9-0 ao Dragões Sandinenses.

O Gondomar segue em pri-meiro, com 21 pontos, a dois de distância do segundo clas-sificado, o Paços de Ferreira. Referência também para o

Sousense, que segue em quin-to lugar, com boas prestações na prova, mas com um percur-so mais irregular. A 1.ª Divisão Série 2 é disputada por jovens até aos 17 anos de idade.

Na 1.ª Divisão, Série 2, Ini-ciados, Sub-15, quem segue à frente é o Sousense. A equipa dos escalões de formação de Foz do Sousa, ao fim da séti-ma jornada, está em primei-ro lugar, com o mesmo núme-ro de pontos do Desportivo das Aves e do Aliança da Gandra, todos com cinco vitórias e dois empates.

O Gondomar, que também disputa este campeonato, segue em dificuldade, em antepenúl-timo, apenas com uma vitória e seis derrotas.

Boas prestações nos escalões de formação

A Associação de Ciclis-mo do Porto organizou, do-mingo, em Gondomar, mais uma prova a contar para o campeonato regional de BTT, nas categorias de ca-detes, juniores, elites sub-23 e masters.

A prova contou com a participação de diversos atletas da Área Metropolita-na do Porto e de toda a re-gião Norte, entusiastas dos percursos de montanha. Os circuitos e trilhos do conce-lho de Gondomar são bas-tante procurados durante todo o ano.

Campeonatodistritalde BTTno concelho

Medalhados de Londres vão estar no troféu Cláudio Poiares

Os canoístas Emanuel Sil-va e Fernando Pimenta, que al-cançaram a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Lon-dres, este ano, vão estar pre-sentes no Troféu Cláudio Poia-res, que vai ter lugar na praia de Marecos, no dia 10 de No-vembro.

A regata organizada anual-mente em homenagem ao jo-vem tetraplégico pelo Clube Náutico de Marecos deverá contar com cerca de 400 atle-

tas, dos infantis aos seniores, in-dicou Jaime Vieira, presidente da colectividade. Mas a grande atracção são os canoístas meda-lhados em Londres, que já con-firmaram a presença em Jovim. Não deverão competir, pois não têm estado a treinar, mas serão uma referência para todos os atletas.

O Troféu Cláudio Poiares é uma regata fora do circuito das competições nacionais, já com alguma tradição, aberta a todos

Regata anual em homenagem ao atleta do Náutico de Marecos deverá contar com cerca de 400 atletas

os clubes, mas com uma par-ticipação preponderante por parte dos clubes da bacia do Douro, do Minho e de Aveiro. Trata-se de uma prova de fun-do, com uma distância entre os dois e os seis quilómetros, con-forme os escalões, bastante pro-curada por se realizar fora da época competitiva. O troféu é organizado desde 1997, primei-ro pelo clube de canoagem dos SMAS do Porto, e agora pelo Clube Náutico de Marecos.

Cláudio Poiares é um jovem que ficou tetraplégico, depois de um acidente no rio Douro, e que todos os anos é homena-geado com uma regata de ca-noagem, de que era pratican-te. Conforme é habitual, estará presente em Marecos.

Emanuel Silva e Fernando Pimenta alcançaram a meda-lha de prata na prova de K2 1000 metros, nos Jogos Olím-picos de Londres, em Agosto último.

O troféu tem uma participação preponderante por parte dos clubes da bacia do Douro, do Minho e de Aveiro

Entusiastas da modalidade procuram circuitos e trilhos do concelho

ARQUIVO “A MANHÔ

Page 9: A Manhã

ATELIER. As Casas da Juventude de Gondo-mar e de Rio Tinto re-alizam, até dia 16, a ofi-cina “À descoberta das compotas”, entre as 10 e as 17.30 horas. Iniciativa sujeita a marcação prévia.

TEATRO. Prossegue a 13.ª edição do Festival de Teatro da Cidade de Rio Tinto, com a apresenta-ção de “Teatro de Revis-ta”, pelo Grupo de Teatro Cena Jovem. Nas instala-ções do Grupo Dramáti-co e Beneficente de Rio Tinto, às 21.30 horas.

• • •

COLHEITA DE SANGUE. Vão ser realizadas, hoje a amanhã, duas colhei-tas de sangue, no quartel dos Bombeiros Voluntá-rios de Melres, entre as 9 e as 12.30 horas.

SETE DIASSugestões até 14 de Novembros:

Arranca no sá-bado, e prolonga-se até 1 de Dezembro, a 11.ª edição dos “Co-rais D’Ouro”. Serão cinco noites de músi-ca, animadas por um total de 19 grupos co-rais do concelho. O fi-nal do ano é, por tradi-ção, a altura escolhida para a realização desta iniciativa, organizada pelo Grupo Coral Nos-sa Senhora dos Aflitos, com o apoio do Pelou-ro da Cultura da Câ-mara Municipal.

O certame tem vindo, ano após ano, a demonstrar a inegá-vel qualidade dos dife-rentes grupos corais de Gondomar.

A edição deste ano arranca com a parti-cipação de “Os Psalli-tinhos”, do Orfeão de Gondomar, do Gru-po Chama e do Grupo Coral Psallite.

Depois, a 10 de No-vembro, será a vez das actuações do Coro In-fantil do Centro Social

de Soutelo, do Orfeão da Associação Estre-las de Silveirinhos, do Madrigal – Grupo Co-ral de Soutelo e, ainda, do Fides – Orfeão de Valbom.

No dia 17 a noi-te está reservada para o Coral Juvenil do Or-feão de Rio Tinto, o Orfeão de S. Pedro da Cova, o Grupo Coral N.ª Sra. das Mercês e para o Orfeão de Rio Tinto. A 24 de No-vembro sobem ao pal-co o Coral Infantoju-venil Kyrios, o Grupo JoviMaisAlém, o Coral da Ala Nun’Álvares de Gondomar e, por últi-mo, o Kyrios.

Encerram o “Co-rais D’Ouro” deste ano, no dia 1 de De-zembro, o Cantabile, o Grupo Coral de Jo-vim e o BMG Chorus (da Banda Musical de Gondomar).

Os espectáculos têm lugar no Auditório Municipal, com início às 21.30 horas.

Música

RELIGIÃO. Arranca a XIII Semana Bíblica, na cripta da Igreja dos Ca-puchinhos, sob o tema “Os desafios da nova evangelização”. O pai-nel de oradores é cons-

cia proferida por D. Ma-nuel Clemente, bispo do Porto.

TEATRO. Integrado na 13.ª edição do Festival de Teatro da Cidade de Rio Tinto, o Grutepo, do Sport Club da Cruz, apresenta “Isto é que é Revista”. Na sala do Grupo Dramático e Be-neficente de Rio Tinto, às 21.30 horas.

• • •

FORMAÇÃO. “Seguran-ça na Internet” é o tema da oficina orientada por Carla Bandeira, destina-da a pais e crianças. Na Biblioteca Municipal, às 10.30 horas. Inscrição gratuita, limitada a 20 participantes.

• • •

EXPOSIÇÃO. Último dia para ver, na Casa da Ju-ventude de Rio Tinto, “Simbólica”, exposição de pinturas de Daniel Fernandes.

MAGUSTO. O Museu Mineiro de S. Pedro da Cova promove a recrea-ção de um magusto tra-dicional. Às 16 horas.

• • •

LEITURA. Ao longo do mês de Novembro, aos sábados, pelas 11.30 ho-ras, a Biblioteca Munici-pal, no âmbito da inicia-tiva ‘Histórias para Be-bés’, promove a leitura de “Aquiles o pontinho”, de Guia Risari. Entrada livre.

• • •

LEITURA. A ‘Hora do conto’, que a Biblioteca Municipal realiza aos sá-bados, vai continuar a divulgar a obra de Maria Teresa dos Santos Silva. Em Novembro, aos sá-bados, pelas 16.30 horas, pode ouvir-se “Contos do Arco da Velha: o sa-co das nozes”, seguido de atelier de ilustração.

DIREITOS RESERVADOS

2tituído por Frei Hercula-no Alves, Frei Bernardo, Frei Acílio Mendes, Rui Santiago e Cristina Sá Carvalho. Até dia 10.

• • •

EXPOSIÇÃO. Inaugu-ra na Biblioteca Muni-cipal “Mãe Natureza”, uma exposição de foto-grafia de Miguel Olivei-ra, organizada pela AR-GO. Até ao fim do mês.

EXPOSIÇÃO. O Multiu-sos acolhe até domingo a 17.ª edição do Ornishow Internacional do Douro, organizado pelo Clube Ornitológico de Gondo-mar. Sexta, das 15 às 20 horas; sábado, das 10 às 20 horas; domingo, das 10 às 17 horas.

• • •

HOMENAGEM. A Câ-mara Municipal e a Pa-róquia de Gondomar (S. Cosme) prestam home-nagem a D. João de Fran-ça Castro e Moura, cida-dão de Gondomar e bis-po do Porto entre 1862 e 1868. O programa inicia às 18 horas, junto à casa onde nasceu, na Rua dos Carregais. Às 18.30 ho-ras, no Auditório da Bi-blioteca Municipal, lu-gar para uma conferên-

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Quarta-feira, 31 de Outubro de 2012 | A Manhã

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Para que serve Gondomar?Sobre o direito ao futuro

O desenvolvimento das condi-ções de vida de cada um de nós resulta de duas dimen-sões: por um lado, do que

ocorre individualmente, no trabalho, na saúde, com a nossa família e em ou-tros aspetos que marcam o essencial da nossa vida; por outro, depende do que ocorre no território onde vivemos. Ou seja, nós podemos ter boa saúde, por exemplo, mas estamos sempre condi-cionados pela facilidade que tivermos em chegar a um médico ou um hospi-tal. Ou podemos ser felizes na casa que temos, mas estamos condicionados pela qualidade da rua e do passeio, o custo da água e do saneamento, assim como a variação do valor da casa na altura de a alugar ou vender.

Espero que quem me lê tenha em-prego, se sinta feliz em família, tenha bons amigos e goze de boa saúde. Mas já duvido que sejam muitos os que se sentem felizes com as condições que o município onde vivem lhes oferece.

Para aqueles que como eu são gon-domarenses (por nascimento e residên-cia, ou apenas numa destas dimensões)

é lamentável ver como, face a Vila Nova de Gaia, Maia, Matosinhos, ou mesmo na comparação com Valongo (para não falar do Porto), Gondomar continua bem na cauda dos municípios da me-trópole (dita Grande Porto), quer seja o desenvolvimento avaliado no poder de compra médio dos residentes, ou na dependência das pessoas de trabalho e aquisição de bens e serviços fora do con-celho, ou mesmo no preço médio do m2 do terreno ou de uma casa. Continua-mos um dormitório (do Porto e agora também de Matosinhos, Maia e outros concelhos) e aprofundamos a diferença com lugares, que de uma ou de outra forma, aumentaram a sua qualidade e urbanidade. Porquê?

Por falta de estratégia, digo eu. Fal-ta de capacidade de traçar um rumo e persegui-lo. Enquanto se fizeram obras (pavilhões multiusos, piscinas,…), novas vias (Conduta, …), se beneficiou do in-vestimento de outros (auto-estrada, li-nha de metro, escolas, …) e se apostou na habitação social com forte endivida-mento dos gondomarenses para mui-tas décadas, ninguém parece ter-se per-

guntado desde a liderança da Câmara Municipal ou, cada um de nós, à hora das eleições, para que servia Gondomar, que futuro se queria para Gondomar e os seus residentes.

Houve um tempo em que se falou muito de turismo (e das potencialida-des do Rio Douro), também se acredi-tou na cultura e no ensino para inverter a suburbanidade, falou-se da oportuni-dade da abertura da autoestrada para criar um novo centro e lançar áreas in-dustriais. Afinal… no turismo, a euca-liptização das serras, o desleixo junto aos principais rios e a descaraterização de alguns lugares (ao contrário do que se faz por exemplo em Gaia), deixa lu-gar para pouca esperança… No ensino e cultura, mais vale nada dizer: alguém sabe onde anda o muito prometido mu-seu de ourivesaria ou quantos cursos de formação pós-graduada existem? Alguém comparou o número de volu-mes na biblioteca pública com a de ou-tros concelhos? Quanto às áreas empre-sariais, infelizmente vimos negócios de compra e venda de solos em vez de se valorizar a fixação de empresas que ge-

ravam mais emprego e melhor remu-nerado (ao contrário do que aconteceu e acontece na Maia e em Matosinhos). Novo centro? Mas onde fica o centro do concelho? Entre as ervas que sepa-ram as escolas de Gondomar da rotun-da que tem um coração a andar à volta? Entre a Igreja de Rio Tinto e a confusão que não acaba junto ao Parque Nascen-te, no antigo mercado e que inclui ruas em lugares onde é proibido construir e rios entubados?

Em contrapartida, apostou-se em quê? Gastou-se o dinheiro que tínhamos e o que não tínhamos, onde e para quê? Não digo que não se tenha gasto mui-to dinheiro. Sim, gastou-se. Mas, vale a pena verificar que se gastou mal. Senão, todos os indicadores não nos colocariam na cauda do desenvolvimento…

Um dia temos de acabar com esta forma de governar Gondomar, em que o que se faz serve antes de mais para ganhar eleições, em vez das eleições se-rem apenas o primeiro passo para se fa-zer o que é importante para o futuro dos gondomarenses, e para os gondomaren-ses do futuro!

NOTÍCIA RECENTEDIZ QUE OS PORTUGUESESCONFIAM NAS FORÇASDE SEGURANÇA. #

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OPINIÃORio Fernandeso:

A Manhã | Quarta-feira, 31 de Outubro de 2012

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RIO FERNANDES

Geógrafo / Professor Universitário

O Orfeão de Gondomar é um dos grupos que abre o evento

O Coral Fides de Valbom canta no segundo sábado

J. PAULO COUTINHO

CONFIRMO.NA ÚLTIMA MANIF À PORTA DO PARLAMENTO,PODIAM TER-ME MORTO...

MAS SÓ ME PARTIRAM UM BRAÇO!

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Page 10: A Manhã

CARNEIRO. Situações que fogem ao seu controlo po-dem trazer-lhe alguns dissabores. Tire proveito da sua intuição e mantenha o equilíbrio. Mais vale nada di-zer, a dizer algo de que poderá arrepender-se. As so-luções serão encontradas no diálogo.

TOURO. Adivinham-se alterações na sua carreira profissional. O seu talento e a sua criatividade estão em evidência. Aproveite a altura para mostrar os seus anseios laborais. O seu estado de saúde necessita de mais atenção e cuidados.

GÉMEOS. Semana calma no trabalho. Romance e paixão no horizonte, mas nada de entusiasmos exa-gerados. Não desperdice as boas energias que lhe es-tão a ser enviadas. Graças à sua dedicação e trabalho, o romance tornar-se-á mais firme.

CARANGUEJO. No trabalho, um facto inesperado pode surgir. Tenha atenção com os assuntos profis-sionais. No campo afectivo, uma noite pode propi-ciar uma envolvência salutar. Conte com a compa-nhia do seu amor e mostre-lhe a sua importância.

LEÃO. É tempo de se livrar de tudo o que a(o) tem perturbado. Trace novas metas para o futuro e lute por elas. O seu coração está generoso. Na vida amo-rosa, não exija demais dos outros e seja mais tole-rante. Boa energia e boa disposição.

VIRGEM. Contrariedades laborais podem surgir. Use a sua capacidade de raciocínio para ultrapassar esses problemas. Irá ter chance de se evidenciar novamen-te. Enfrente todos estes contratempos com um sorriso e tudo será mais facilmente solucionado.

BALANÇA. Notícias familiares poderão trazer-lhe alegrias. Aproveite a ocasião para estreitar os laços com amigos e familiares. Os aspectos financeiros são importantes; contudo, a nossa felicidade também ad-vém das nossas realizações.

ESCORPIÃO. Surpresas agradáveis com os amigos. Tente canalizar essa energia positiva para garantir bons momentos de felicidade. Semana indicada pa-ra retribuir uma visita há muito prometida. Harmo-nia no campo familiar e afectivo.

SAGITÁRIO. Algumas dúvidas assolarão o seu espí-rito nesta semana. Desconfie das intenções dos ou-tros, mas não melindre ninguém. No amor, não te-nha medo de ser feliz. Confie na sua intuição e re-ceberá boas vibrações astrais.

CAPRICÓRNIO. Não esconda a sua sensibilidade. Confie em si. A sua intuição é óptima. Cuide-se das falsas amizades e das traições. Reconheça os seus er-ros e avance. Deve tomar decisões importantes. O seu par vai dar-lhe o conforto necessário.

AQUÁRIO. Sentirá uma atracção nova e arrebatado-ra. Cuidado. Não se deixe ir em aventuras. Questio-ne-se e decida se isso é realmente o que deseja! Pres-cinda do seu orgulho e seja honesta(o) consigo. Anali-se se é amor ou amizade!

PEIXES. Você acredita na sinceridade alheia. Contu-do, não perderá nada, se testar a sinceridade de cer-tas amizades. No amor, momento propício para re-forçar o compromisso e entendimento com a sua “ca-ra metade”.

Horóscopo 31 de Outubro a 7 de Novembro Palavras cruzadas Sudoku Fácil ****Originário do Japão, trata-se de um jogo de lógica muito simples e viciante. O objectivo é preencher o quadrado 9x9 com números de 1 a 9, sem repetir números em cada linha e em cada coluna. Também não se pode repetir números em cada quadrado de 3x3.

8 5 9 2

2 3 1 6

6 7 3 8

9 6 7 3 8

8 4

5 1 9 7 2

4 7 1 3

3 7 5 4

3 6 9 2

Soluções

HORIZONTAIS: 1 - CAGAROLA. 2 - ÁREA. PANELA. 3 - TABACO. IR. 4 - ARABETA. 5 - AI. AL. SUC. 6 - TÃO. 7 - SILVINO. IS. 8 - ASA. MAL. 9 - PIA. 10 - TAS. RAREIRA. 11 - OU. ROTO.

VERTICAIS:1 - CÁTIA. SANTO. 2 - ARA. IS. 3 - GEBA. ILAPSO. 4 - AAA. 5 - CAL-CINAR. 6 - OPOR. AR. 7 - LA. AS-SOMBRO. 8 - ANIBU. ET. 9 - EREC-TIL. IO. 10 - ÁS. 11 - VALADO. MIA.

ÓCIO Passatempos Horóscopoo:

A Manhã | Quarta-feira, 31 de Outubro de 2012

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HORIZONTAIS

1 - Medricas. 2 - Falta na gran-de … origina grande penalida-de. Recipiente para cozer os alimentos. 3 - Género de sola-náceas cujas folhas, depois de preparadas, servem para fu-mar, mastigar ou cheirar. Co-operativa que edita o Sema-nário “A Manhã”. 4 - Planta brassicácea. 5 - Grito de dor. Alameda (abrev.). Calão de rabo (plural, inv.). 6 - Tanto. 7 - Primeiro nome do presi-dente da Junta de Freguesia do Covelo. Pôr os pontos nos… 8 - Membro anterior das aves. Tudo o que é oposto ao bem. 9 - Diz-se da que é baptismal. 10 - Bigorna de aço, pequena e sem hastes. Variante de raleira. 11 - Isto… aquilo. Mal vestido.

VERTICAIS

1 - Atleta de ténis da Ala Nun’Álvares que esteve recen-temente no campeonato euro-peu. Indivíduo que morreu em estado de santidade. 2 - Uni-dade de medida agrária. Nota musical (inv.). 3 - Mulher ve-lha e corcunda. Influxo divino que deleita a alma humana. 4 - Vogais. 5 - Transformar em cal, por meio do fogo ou por corrosão. 6 - Ser contrário. O que se respira. 7 - Além. Gran-de pasmo ou espanto. 8 - Plan-ta aliácea. Extra-terrestre. 9 - Susceptível de erecção. Forma de saudação (inv.). 10 - Carta de jogar. 11 - Cercado de valas ou de sebes. Faz o gato.

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Quarta-feira, 31 de Outubro de 2012 | A Manhã

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UTILIDADES Saúde Acessórios Farmácias de serviço Telefones úteis u:

SAÚDE

718435926

2931867 45

645729 138

964572381

327814659

851693472

479251863

1 82367594

536948217

Há quem nunca tenha utiliza-do piri-piri, mas também há quem o use para condimentar refeições, dar-lhe um toque pessoal e, em simultâneo, au-xiliar a sua saúde, pois a baga contém uma série de substân-cias benéficas. Há mitos as-sociados ao vulgar piri-piri – que causa gastrite, úlceras, tensão alta e, até, hemorrói-das – mas não é verdade: es-tudos científicos demonstram exactamente o contrário, des-de, claro está, que o consu-mo seja moderado. Curiosa-mente, a substância química que lhe dá o carácter ardido é exactamente a que possui as propriedades benéficas – Pi-perina. Ao ingerir um alimen-to cozinhado com piri-piri, a piperina activa receptores na

língua e boca e transmitem ao cérebro uma mensagem bá-sica: a boca está a arder. Esta informação gera uma respos-ta imediata, salivamos e trans-piramos, isto é, o corpo ten-ta refrescar-se. O piri-piri não provocou qualquer dano real, mas o cérebro, enganado, rea-ge e produz endorfinas, provo-cando uma sensação de bem-estar, um estado alterado de consciência muito agradável, e sem qualquer gota de álcool!Por isso, é que quanto mais arder o piri-piri mais endorfi-na é produzida e quanto mais endorfina menor dor e me-nos enxaqueca. Além disso, as substâncias picantes do piri-piri estimulam as secreções do estômago, melhorando a di-gestão.

Piri-piri beneficia a saúde

ACESSÓRIOS

Fazer com que os consumido-res se sintam atraídos por to-dos os produtos expostos numa loja não é tarefa fácil. Sobretu-do quando se coloca lado a lado alimentos e bebidas. A profusão de cores e embalagens dispersa o nosso olhar, que é, inevitavel-mente, direcionado para o que é mais básico – os alimentos – ou as bebidas – sobretudo, se neces-sitarmos em absoluto delas.Tratando-se de vinhos, essa di-ficuldade aumenta exponencial-mente. Porque, essencialmente, há que os classificar por catego-rias e, depois, aquilo que real-mente os distingue, fica reduzido numa pequena etiqueta colada na garrafa.

É, por isso, que há uma preo-cupação cada vez maior na co-locação dos produtos em expo-sição. E aos designers coloca-se um desafio igualmente superior: como mostrar centenas de gar-rafas aparentemente semelhan-tes de uma forma atraente, inte-ressante e eficaz? Como ajudar o consumidor a aprender mais so-bre vinhos?Portugal, país de vinho, e bom, ainda não tem grandes exem-plos de preocupação nessa área, mas nas grandes capitais mun-diais já há alguns exemplos do que se pode fazer. Como se diz popularmente, os olhos também comem, neste caso, também be-bem…

Os olhos também... bebem

TELEFONES ÚTEIS

Câmara Municipal 224660500

Forças de segurançaPSP Gondomar 224663370

PSP Rio Tinto 224853850 GNR 224830858

Polícia Mun. 224662710 BombeirosAreosa 229732009

Gondomar 224830001

Melres 224760640

S. Pedro Cova 224833118

Valbom 224830041

Juntas de FreguesiaBaguim Monte 224899666

Covelo 224760850

Fânzeres 224853480

Foz do Sousa 224542709

Gondomar 224833552 Jovim 224500387

Lomba 255766346

Medas 224760676

Melres 224760275

Rio Tinto 224890287

S. Pedro Cova 224663990

Valbom 224648760

Equipamentos Municipais Auditório 224642373Biblioteca 224664770Casa Juventude Gondomar 224672050Casa Juventude Rio Tinto 224854210Atendimento 224660536Posto Turismo 224636454

FARMÁCIAS DE SERVIÇO

PERMANENTE DIA 31

Farmácia das OliveirasRio Tinto

DIA 1

Farmácia Central Rio Tinto

DIA 2

Farmácia Marques Baguim do Monte

DIA 3

Farmácia da Areosa Rio Tinto

DIA 4

Farmácia do Chão Verde Rio Tinto

DIA 5

Farmácia Cruz Maia Gondomar (S. Cosme)

DIA 6

Farmácia Central Valbom

DIA 7

Farmácia Magalhães S. Pedro da Cova

DIA 8

Farmácia Bela Vista Bela Vista – Fânzeres

DIA 9

Farmácia Meneses No-gueira Baguim do Monte

DIA 10

Farmácia S. Pedro S. Pedro da Cova

DIA 11

Farmácia Nova de Valbom Valbom

DIA 12

Farmácia Sousa Reis Rio Tinto

DIA 13

Farmácia Silveira Fânzeres

DIA 14

Farmácia Cardoso Gondomar (S. Cosme)

REFORÇO DIA 31

Farmácia SilveiraFânzeres

DIA 1

Farmácia Cardoso Gondomar (S. Cosme)

DIA 2

Farmácia do Monte Valbom

DIA 3

Farmácia Quinta da Igreja Fânzeres

DIA 4

Farmácia Carrilho Bela Vista – S. P. Cova

DIA 5

Farmácia Pereira Rio Tinto

DIA 6

Farmácia Fonseca Fânzeres

DIA 7

Farmácia Silva Dias Rio Tinto

DIA 8

Farmácia de Aguiar Gondomar (S. Cosme)

DIA 9

Farmácia Castro Gondomar (S. Cosme)

DIA 10

Farmácia São Caetano Rio Tinto

DIA 11

Farmácia Giesta Areosa – Rio Tinto

DIA 12

Farmácia de Fânzeres Fânzeres

DIA 13

Farmácia das Oliveiras Rio Tinto

DIA 14

Farmácia Central Rio Tinto

DIREITOS RESERVADOS

DIREITOS RESERVADOS

Page 11: A Manhã

Há dias, na Sala 2 da Casa da Música, num Porto aqui tão perto, fui levado para o Ama-zonas pelo percussionista Naná de Vasconcelos. Nem Lui Coimbra, que também partici-pou no espectáculo, enfrentou uma chuva assim, a cair no rio. Quente como todas as chuvas tropicais e tudo isto só com vo-zes e a bater palmas.

A noite abriu com um be-rimbau inesquecível que, só por si, valeu o dia inteiro e va-leu a própria noite. Um berim-bau como aquele que acompa-nha Vinicius.

“Quem de dentro de si não sai//Vai morrer sem amar nin-guém”.

Há momentos que deviam prolongar-se para sempre e pessoas que deviam ser eter-nas.

No dia que se seguiu ao dia da dolorosa partida do poeta e escritor Manuel António Pina, anacronista de eleição, uma amiga, a quem eu terei apre-sentado o Pina num café ao cimo da portuense Rua de Jú-lio Dinis, disse-me que ele era uma dessas pessoas que deviam ser eternas. Não encontro elo-gio melhor do que este da Te-resa Silveira.

Um dia destes, quando as saudades apertarem mais, vol-tarei a procurar conforto na poesia dele, sabendo que ele inventou, como poucos, pala-vras que identificam, com ri-gor inesperado, a verdadeira dimensão dos nossos próprios pesadelos e dos nossos próprios sonhos.

A Manhã | Quarta-feira, 31 de Outubro de 2012

20

EM CIMA DA HORA

ATÉ QUINTAa5:

Eternidades

Jornalista com actividade suspensa

JÚLIO ROLDÃO

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Impressão: Empresa do Diário do MinhoRua Santa Catarina, 4A · 4710-306 BragaDistribuição: Folhas&Papelotes Tiragem: 3000 exemplaresPeriodicidade: SemanalReg. ERC: 126269Depósito legal: 348531/12

Propriedade e edição: IR - Imprensa Regional, CRLSede e Redacção: Rua Dr José Mª Santos Moura, 114, 4º D – 4435-483 Rio TintoNIPC 510 263 542Tlm. 968 563 361 · [email protected]

Director: Paulo F. SilvaDirector-adjunto: Paulo AlmeidaRedacção: Cândido Xavier, J. Paulo Coutinho (Fotografia), Onofre Varela (Cartoon), Orlando Castro, Paulo Almeida e Paulo F. SilvaGrafismo: Cândido XavierDep. Comercial: [email protected]

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Já está em funcionamento a Esquadra de Trânsito da Divi-são de Gondomar da PSP, que terá funções de fiscalização da circulação rodoviária, contro-lo de tráfego e registo de aci-dentes. A Esquadra de Trân-sito completa assim o ciclo de adaptação orgânica da PSP ao concelho de Gondomar, sendo aquela força responsável pelo policiamento nas freguesias de Rio Tinto, Baguim do Monte, Gondomar (S. Cosme) e Val-bom, onde habitam mais de 106 mil cidadãos, correspon-dendo a cerca de 63,25% da população do concelho.

Em 2008 foi criada a Divi-são de Gondomar da PSP que, para além das três esquadras territoriais (Rio Tinto, Gondo-mar e Valbom) e do Posto de Atendimento da Areosa, com-preende ainda a Esquadra de Intervenção e Fiscalização Po-licial (EIFP) e, agora, a Esqua-dra de Trânsito.

A Esquadra de Trânsito, a EIFP e a Esquadra de Rio Tinto estão sedeadas na sede da Divisão sita na Rua da Bo-avista, em Rio Tinto (paralela à Avenida Dr. Domingos Gon-çalves de Sá, nas traseiras do supermercado “Continente”).

Para aumentar a capacida-de e condições de trabalho, foi

adaptado um espaço contíguo ao edifício que alberga a Divi-são de Gondomar, funcionan-do aí o atendimento ao públi-co da Esquadra de Trânsito, e onde deverão ser tratados to-dos os assuntos relacionados com trânsito/foro rodoviário ocorridos na área da atuação da PSP em Gondomar, nome-adamente certidões de aciden-tes, que passam a ser requeri-das e levantadas na secretaria da Esquadra de Trânsito.

As obras de adaptação con-taram com o apoio das juntas de freguesia de Rio Tinto e de Baguim do Monte.

Estes novos meios em fun-cionamento, para além do au-mento da presença policial, permitirão também libertar as patrulhas das esquadras refe-ridas das tarefas ligadas a aci-dentes de viação, permitindo-lhes dedicarem mais tempo ao policiamento junto das popu-lações.

Mantém-se em funciona-mento a 4.ª Esquadra de In-vestigação Criminal no edifício da Estação da CP, que resul-tou também de um forte inves-timento da Junta de Freguesia de Rio Tinto que, em 2007, recuperou aquele espaço, após celebrar protocolos com a CP, REFER e PSP.

PSP de Gondomar passa a ter esquadra de trânsito

O presidente da Junta de Freguesia de S. Pedro da Cova alertou que a refor-ma administrativa autárqui-ca “imposta pelo Governo” pode levar a “uma prolife-ração de boicotes”, nas pró-ximas eleições autárquicas, que vão decorrer no próxi-mo ano.

Em declarações à Lusa, num protesto que teve lu-gar na Praça dos Poveiros, no Porto, Daniel Vieira, que integra a Plataforma Nacio-nal Contra a Extinção de Freguesias referiu que a rea-lização de boicotes nas pró-ximas autárquicas “é um ce-nário que muitos autarcas estão já a colocar”.

Os eleitos locais, acres-centou, ponderam “não participar sequer no pro-cesso da reorganização ad-ministrativa, neste processo de junção, extinção e agre-gação de freguesias”. Se-gundo Daniel Vieira, a re-organização administrativa territorial autárquica “é ne-cessária”, mas “não sem o envolvimento dos autarcas”.

“Nós não dizemos que não é necessária, bem pelo contrário, esta Plataforma até tem vindo a colocar a

necessidade do cumprimen-to da Constituição no que diz respeito à regionaliza-ção”, frisou, acrescentando ser “fundamental” rever a lei de atribuições e compe-tências das autarquias locais.

Defendendo a ideia “não à imposição, sim a uma re-forma que envolva os autar-cas e as populações”, o res-ponsável lembrou que “este processo começou com um documento verde, com cri-térios que não faziam ne-nhum sentido”.

“O Governo, perceben-do que não tinha capacida-de para aplicar esse docu-mento, tentou passar essa responsabilidade para as autarquias, querendo que os autarcas de freguesia e de município fossem os covei-ros das suas freguesias”, su-blinhou.

João Avelino, do Sindi-cato dos Trabalhadores da Administração Local, que também participou no en-contro, que decorreu no sá-bado, referiu que a “extin-ção de freguesias acarretará a extinção de cerca de 2000 postos de trabalho em cer-ca de 8000 que existem no país”.

Esquadra de Trânsito vai funcionar ao lado da Divisão da PSP, em Rio Tinto

PAULO F. SILVA

Autarca de S. Pedro da Cova lidera protesto contra a extinção de freguesias

Reorganização administrativa continua a gerar contestação

J. PAULO COUTINHO