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Logística lean é a dimensão lo-
gística da manufatura lean. O
termo foi aplicado aos serviços,
mas focamos na manufatura
como um domínio que é rico
em conceitos logísticos, abordagens e téc-
nicas que podem ser chamados de “lean”
porque ou são parte do Sistema Toyota de
Produção ou foram adaptados dele para
aplicação em diferentes contextos.
ObjetivosPara a logística de manufatura, é im-
portante combinar eficácia e eficiência.
O ideal é conseguir fazer as coisas
certas sendo eficiente, sem desperdiçar
recursos. Eficácia trata do “o que”, efi-
ciência de “como”. Obviamente, eficácia
tem prioridade, pois eficiência, fazendo
as coisas erradas, não é um objetivo que
A logística lean e suas características Pratique o “milk-run” para tornar sua operação mais eficiente
vale a pena perseguir. Embora seja isso
que muitos gerentes de materiais estejam
fazendo quando se preocupam mais em
manter os caminhões cheios e operadores
de empilhadeira ocupados do que dispo-
nibilizar as peças certas nas quantidades
certas, no momento certo e na apresenta-
ção certa para a produção.
Por definição, logística não trans-
forma materiais. Muitos autores de
manufatura lean concluem a partir
disso que não existe valor agregado
em logística. Outros autores, contrá-
rios, dizem que a logística oferece o
valor do tempo e lugar.
Para a organização da manufatura
como um todo, existe muito mais acu-
mulado na qualidade de seus membros
ou na utilização de seus equipamentos
e instalações. As operações logísticas
ocupam mais espaço do que a produ-
ção e, portanto, são altamente visíveis,
mas os operadores da produção supe-
ram em número o pessoal de logística
e os maquinários da produção e suas
instalações de suporte também re-
presentam um investimento que está
numa ordem de grandeza maior do
que a usada para transporte, estoca-
gem e recuperação.
Na logística lean, as funções de
suprimentos de materiais e produção
não são tratadas no mesmo nível. Na
montagem lean, suprimento de mate-
riais é o “pessoal de box” para o piloto
do carro de corrida (produção). Adotar
essa perspectiva não significa negli-
genciar a eficiência, apenas colocá-la
em seu devido lugar, para ser tratada
após a eficácia.
Eficácia e eficiência
são as palavras-chaves
da logistica lean
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Portanto, pode-se dizer que os obje-
tivos da logística lean são os seguintes:
1. Disponibilizar os materiais ne-
cessários, quando necessários, na
quantidade exata necessária.
2. Eliminar do desperdício.
A logística de recebimento tem sua
ênfase no nível de serviço dos mate-
riais e na eficiência com a qual ele é
fornecido. Esse é um condutor-chave
da logística lean e o raciocínio por trás
de muitas de suas características.
Visão diferenciadaOs parágrafos a seguir oferecem
uma visão geral dos conceitos-chave
que tornaram os fluxos de materiais
na logística lean diferentes das abor-
dagens anteriores.
Como a expedição é o extremo final
do processo de atendimento do pedido e
as entregas disparam o faturamento, ge-
ralmente não existe confusão dentro da
empresa com relação à importância dessa
Aabordagem lean visa manter o
mínimo necessário para sustentar a produção
atividade. Contudo, existe um aspecto que
o torna diferente da imagem da logística
de recebimento e que é seu papel como
uma fonte de inteligência do mercado.
Muitas empresas, e não apenas os fa-
bricantes lean, exploram seus dados de
vendas. Contudo, o que é específico para
a manufatura lean é a percepção de que
a organização física da distribuição pode
atuar como um acesso de tela bloqueada
para a informação de mercado e o pro-
jeto de caminhos criativos para remover
ou trabalhar em torno dessas telas.
Seja matéria-prima, material em pro-
cesso ou produtos acabados, o raciocínio
para manutenção do estoque é a prevenção
da falta. Embora a manutenção de grandes
estoques de carvão, minério de ferro ou
petróleo possa funcionar para esse propó-
sito, essa abordagem se divide conforme
o mix de produtos e a variedade de mate-
riais e componentes usados aumenta. Em
vez de um suprimento seguro, o resultado,
conhecido como o “paradoxo do estoque”
são armazéns que estão cheios, mas falta
um dos itens necessários para um produto
sem o qual, entretanto, nenhuma unidade
pode ser montada e despachada.
A abordagem lean visa manter a quan-
tidade mínima necessária para sustentar
a produção além de monitorá-la de perto,
planejar a produção para uniformizar a
taxa de consumo de cada item ao longo do
tempo, organizar a logística de recebimen-
to mais previsível e responder com ações
corretivas no primeiro sinal de problemas.
CustomizaçãoMuitas empresas de manufatura têm
apenas uma maneira de fazer o trabalho
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de logística. Um modelo comum para as
operações de recebimento dentro da plan-
ta é o seguinte:
1. As peças chegam em caminhões in-
dividuais fechados de cada fornecedor.
2. Operadores usam empilhadeiras
para descarregar o caminhão e um pa-
lete por vez.
3. Após o recebimento, os operado-
res de empilhadeira depositam os pale-
tes em estruturas porta-paletes de uma
profundidade em qualquer box disponí-
vel e registram o local com um terminal
de radiofrequência.
4. O sistema de computadores emite
as ordens de serviço ou endereço na rota.
5. Os operadores de empilhadeira re-
cuperam os paletes do armazém e regis-
tram a operação com radiofrequência.
6. É feita a descarga do palete com-
pleto em um lugar próximo da área de
produção destino.
O mesmo modelo é aplicado para
todos os itens, independente das quan-
tidades necessárias ou frequência de
uso. A organização logística está presa a
essa abordagem de tamanho único e sua
gestão está particularmente preocupada
com a possibilidade de seus membros
não serem capazes de lidar com a com-
plexidade associada a uma abordagem
diferente para cada categoria de itens.
A perspectiva da logística lean é o
oposto. Independente de qual seja a abor-
dagem escolhida, ela será eficiente e efi-
caz para alguns itens e nula para outros. Se
uma linha de montagem consome um pale-
te de um item a cada 20 minutos, então faz
sentido entregar esse item em carga pale-
tizada. Se for um item diferente, um pale-
te comporta 12 caixas e uma caixa atende
uma semana, então a entrega não deve ser
de mais do que uma caixa. E já que não faz
sentido entregar uma caixa usando uma
empilhadeira, outros meios de transporte
deveriam ser usados, tais como um carri-
nho que transporta uma carga diversa de
caixas de diferentes itens. Naturalmente,
moldar a abordagem às necessidades re-
sulta num sistema mais complicado e a or-
ganização logística pode precisar de mais
treinamento para lidar com isso.
“Milk-run”A necessidade de movimentar peque-
nas quantidades de um grande número de
itens tanto “entre” quanto “dentro” das
plantas em maiores frequências previsí-
veis e sem multiplicar os custos de trans-
porte, tem levado os fabricantes lean a or-
ganizarem coletas e entregas em horários
fixos ao longo de rotas fixas chamadas
“milk runs”. O termo é uma referência
ao sistema usado para entregar leite em
domicílio nos Estados Unidos até os anos
1960. Está em discussão não o significado-
padrão de “milk run”, o qual é um jargão
da aviação para uma viagem tranquila, si-
milar a “cake walk” (dança americana).
O conceito de “milk run” se aplica
em diferentes formas na logística de re-
cebimento, entrega e interna, pelo me-
O COnCeitO de “Milk-run”Movimentação de ítens em maiores frequências sem aumentar os custos com transporte
fonecedor X sua planta
fonecedor Y
fonecedor Z
processos anteriores
célula 1 célula 4
célula 2 célula 5
célula 3
Estoques de saída
distribuidor Zsupermacardode peças
distribuidor Y
cliente X
Milk run de recebimento
Milk run interno
Milk run de entrega
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O objetivo da logística lean é
manter toda operação enxuta
nos para alguns dos itens consumidos
ou produzidos.
Outras metáforas poderiam ser
usadas para descrever essa aborda-
gem. Dentro de uma planta, liberar
empilhadeiras sob pedido para os lo-
cais de coleta pode ser visto como um
sistema de táxi, ao contrário dos “milk
runs” que podem ser vistos como ôni-
bus, pegando e deixando passageiros
numa série de paradas em intervalos
fixos e rotas regulares. No Japão, esse
sistema é conhecido como “junkai”
que significa “roteiro”.
O conceito de “milk run” é ampla-
mente ignorado na literatura logística e
pouco mencionado na literatura sobre
manufatura lean em inglês.
Contentores retornáveisAté os anos 1960, alimentos como
leite, iogurte ou cerveja eram vendidos
aos consumidores em garrafas ou jarras
retornáveis, mas a tendência desde en-
tão tem mudado para os descartáveis.
Embora algumas cervejarias na Alema-
nha ainda possam usar garrafas retor-
náveis, quanto mais próxima a maioria
das empresas está de reutilizar embala-
gens, mais próxima está da reciclagem
de materiais de que são feitas.
Nesse contexto, chega a ser uma
surpresa que os fabricantes lean es-
tejam caminhando na direção oposta
e favorecendo os contentores retor-
náveis em vez dos descartáveis para
embalagem de peças em trânsito. Nas
plantas de automóveis, os contento-
res plásticos retornáveis são a grande
maioria, mesmo para embarques ma-
rítimos, e as caixas de papelão são mi-
noria. Em outros setores, percebemos
plantas onde contentores descartáveis
de fornecedores nem mesmo passam
no recebimento ou vão direto para o
centro de consolidação onde as peças
são transferidas para contentores re-
tornáveis.
Existem muitos motivos para isso:
1. Os contentores retornáveis podem
realizar 20 viagens ou mais e são mais
baratos do que contentores descartá-
veis, que devem ser descartados de for-
ma ambientalmente aceita.
2. Contentores retornáveis podem
ser adaptados com divisórias específi-
cas para o item que efetivamente pro-
tegem as peças umas das outras, o que
impede que os operadores insiram itens
errados e facilita a contagem das peças.
3. Coletar os contentores retorná-
veis de clientes industriais é mais fácil
do que dos consumidores, porque exis-
tem menos e os “milk runs” oferecem a
infraestrutura para o fluxo de devolução
dos vazios.
4. A quantidade de contentores re-
tornáveis em circulação para um item é
controlada e atende o número de peças
no circuito.
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