a invenção do cotidiano certeau 25.09.2912
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A invenção do cotidiano: Artes de fazer
Anotações de leituras• Certeau é um historiador inquieto com o estatuto
epistemológico que rege/governa e aprisiona “em silêncio” a profissão do historiador.
• Sofre a critica por creditar a escrita igual importância a descrição verdadeira da realidade;
• Fez a opção pelo entrecruzamento de métodos, sem “prestar vassalagem a nenhum deles”;
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O contexto
• Maio de 1969 deixa certeau intrigado “tocado”; Deu-se nele uma ruptura instauradora (sentido da crise).
• “Doravante ele precisa, como diz, “voltar a esta coisa que aconteceu e compreender aquilo que o imprevisível nos ensinou a respeito de nós mesmos, ou seja, aquilo que, então, nos tornamos” p. 12
• A potência do sentido da crise (oximoro/acontecimento/experiência)
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O objeto de pesquisa
• É preciso interessar-se não pelos produtos culturais oferecidos no mercado dos bens, mas pelas operações dos seus usuários; é mister ocupar-se com as maneiras diferentes de marcar socialmente o desvio operado num dado por uma prática. P. 13
• É necessário voltar-se para a proliferação disseminada de criações anõnimas e perecíveis que imrompem com vivacidade e não se capilarizam. P.13
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Critica a sondagem estatistica “quantificação”
• Certeau, não despreza as estatísticas mas desconfia delas, o que mais interessa “são as operações e os usos individuais, suas ligações e as trajetórias variáveis dos praticantes. P15
• Em Certeau:• Essa diferença em face da teoria se deve a uma convicção
ética e política, alimenta-se de uma sensibilidade estética que se exprime através da constante capacidade de se maravilhar “o dia a dia se acha semeado de maravilhas, escumas tão brilhantes [...] como a dos escritores ou dos artistas. P. 18
• Se Certeau vê por toda parte essas maravilhas, é porque se acha preparado para vê-las. P. 18
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Liberdade gazeteira das práticas
• É natural que perceba microdiferenças onde tantos outros só vêem obediência e uniformização. É natural que ele concentre a atenção nos minúsculos espaços de jogo que táticas silenciosas e sutis “insinuam”, como lhes apraz dizer, brincando com os dois sentidos do verbo, na ordem imposta. P. 18
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• “Sempre é bom recordar que não se deve tomar os outros por idiotas”. P. 19
• Na cultura ordinária, diz ele, “a ordem é exercida por uma arte”, ou seja, uma economia do dom, uma estética de lance, e uma ética da tenacidade, três qualificativos que levam ao termo a valorização da cultura ordinária e atribuem com todo o direito às práticas o estatuto de objeto teórico “fazer a teoria das práticas”. P. 19
• Só uma pluralidade de métodos pode garantir essas formulação epistemológica “epistemologia das práticas”.
• Principio do metodo certauniano: das práticas as teorias... (ler pagina 20)
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Ainda sobre o método
• Essa maneira de “dar a palavra” às pessoas ordinárias correspondia a uma das principais intenções da pesquisa, mas ela exigia na coleta das conversas uma atenção nunca diretiva e uma capacidade de empatia fora do cumum.
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Intercessores certeunianos• Freud, • Wittgenstein• Aportes complementares: antropologia, história da linguistica e da sociologia.• Outras contribuições:• Heraclito, Platão, Aristoteles• Hobbes, Descartes, Pascal, Diderot, Rousseau, Kant, Condillac;• Hegel, Marx, Nietzxche ou Pirce• Wittgenstein, Heideger, Quine, • Merleau-Ponty, Deleuze, Lyotarde ou Derrida• “Obra inclassificavel de um jesuita que se tornou caçador fora da estação legal,
que não se pode enquadrar nem num gênero, nem numa disciplina, consegue a façanha de fazer do ato de ler, imagem da passividade para a maioria dos observadores e dos professores, o exemplo de uma atividade de apropriação, produção independente de sentido, noutras palavras, “o paradigma da atividade tática”. P. 30
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Introdução geral• Questão primeira: a pesquisa nasceu de uma
interrogação sobre as operações dos usuários, supostamente entregues à passividade e à disciplina [...] o exame dessas praticas não implica um regresso aos individuos (atomismo social).
• Objetivo: explicar as combinatórias de operações que compõem também (sem ser exclusivamente) uma cultura e exumar os modelos de ação caracteristicos dos usuarios, dos quais se esconde sob o pudico nome de consumidores, o estatuto de dominados (o que não quer dizer passivo ou dóceis). O cotidiano se inventa com mil maneiras de caça não autorizada. P. 38
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A produção dos consumidores
• Interessa a Certeau o que os sujeitos fazem com aquilo que fazem com eles.Qual a relação entre consumo e fabricação/criação/invenção?
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O uso e o consumo
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Ainda sobre os usos/consumos
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Os modos de proceder da criatividade cotidiana
• Vampirização dos aparelhos de poder por dispositivos de poder operados pelos sujeitos cotidianos;
• Procedimentos populares que jogam com os mecanismos da disciplina (minúsculos e cotidianos);
• Operações microbianas (Foucault);• Táticas articuladas sobre os detalhes. • Formas sub-repticias empregadas pela
criatividade cotidiana. P. 41
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A formalidade das práticas
• Essas práticas colocam em jogo uma ratio “popular”, uma maneira de pensar investida numa maneira de agir, uma arte de combinar indissociável de uma arte de utilizar. P. 41
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A marginalidade de uma maioria
• Essas práticas errantes “marginais”, segundo Certeau não passam despercebidas “se tornou maioria silenciosa”. Não quer dizer que ela seja homogênea. p. 43
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Táticas de praticantes: Trêas categorias
• 1ª Trajetórias, táticas e retóricas
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Conceito de estratégia
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Conceito de tática
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Ler, conversar, habitar e cozinhar...
• Certeau faz uma critica a sociedade visual, ou sociedade do espetáculo
• “Da televisão ao jornal, da publicidade a todas as epifanias mercadológicas, a nossa sociedade canceriza a vista, mede toda a realidade por sua capacidade de mostrar ou de se mostrar e transforma as comunicações em viagens do olhar. P. 47
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Extensões: prospectivas e politicas• Certeau teve que lidar com os perigos de uma
produção singularizada, levada ao nível do cotidiano, correndo os riscos, e sendo acusado de atomização social (ênfase no sujeito).
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Aproximações com o campo da educação
• Nesse livro, o autor vai desenvolver idéias que vêm norteando muito do que se tem produzido na área de educação por pesquisadores preocupados em superar a mesmice do que vem sendo produzido a partir dos referenciais do cientificismo moderno, sobretudo sobre as escolas e aquilo que nelas se passa, cotidianamente. É o próprio Certeau (1994, p. 81) quem alerta para a insuficiência do método.
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O problema do método (critica a ciência moderna)
• O inconveniente do método, condição de seu sucesso, é extrair os documentos de seu contexto “histórico” e eliminar as “operações” dos locutores em circunstâncias particulares de tempo, de lugar e competição. É necessário que se apaguem as práticas lingüísticas cotidianas (e o espaço de suas táticas), para que as práticas científicas sejam exercidas no seu campo próprio.
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• Buscando uma alternativa para o desenvolvimento de um outro conhecimento
• da escola e das práticas cotidianas daqueles que nela atuam, esses pesquisadores vêm traçando um outro caminho: o da análise das “práticas microbianas, singulares e plurais”, entendendo ser necessário:
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• (...) seguir o pulular desses procedimentos que, muito longe de ser controlados ou eliminados pela administração panóptica, se reforçaram em uma
• proliferação ilegitimada, desenvolvidos e insinuados nas redes de vigilância, combinados segundo táticas ilegíveis, mas estáveis a tal ponto que constituem regulações cotidianas e criatividades sub-reptícias que se ocultam somente graças aos dispositivos e aos discursos, hoje atravancados, da organização observadora. (Certeau 1994 p. 175)
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Leituras do cotidiano escolar (Duran, 2012)
• Cenarios que anima sua pesquisa com o cotidiano>• 1º convicção ética e politica, alimentada por uma sensibilidade
estetica que justamente lhe dá possibilidades de ver diferenças onde outros veem obediencia e uniformização
• 2º o seu compromisso em narrar “práticas comuns”, as artes de fazer dos praticantes, as operações astuciosas e clandestinas, que se evidenciam na sua capacidade de se maravilhar e confiar na inteligência e na inventividade do mais fraco, por uma convicção ética e política que é também alimentada pela sensibilidade estética.
• 3º seu rigor conceitual e a crítica exigente que têm como fontes uma reflexão sobre a história, sua formação filosófica e o interesse pela epistemologia. Rigor e reflexão que o levam a dedicar sua obra ao “homem ordinário”, ao “herói comum”, herói anônimo que é o “murmúrio das sociedades”.
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Falar de práticas, criações e artes na escola
• Para falar de práticas, criações e artes na escola será preciso ouvir a palavra de professoras, pensar a respeito de suas invenções, procurando evidenciar microdiferenças onde tantos outros apenas percebem uniformização conformismo.