a infância de jesus - lição 03 2º/2015

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Pr. Andre Luiz

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Pr. Andre Luiz

Lucas 246 — E aconteceu que, passados três dias, o acharam no templo, assentado no meio dos doutores, ouvindo-os e interrogando-os.47 — E todos os que o ouviam admiravam a sua inteligência e respostas.48 — E, quando o viram, maravilharam-se, e disse-lhe sua mãe: Filho, por que fizeste assim para conosco? Eis que teu pai e eu, ansiosos, te procurávamos.49 — E ele lhes disse: Por que é que me procuráveis? Não sabeis que me convém tratar dos negócios de meu Pai?

Lucas 321 — E aconteceu que, como todo o povo se batizava, sendo batizado também Jesus, orando ele, o céu se abriu,22 — e o Espírito Santo desceu sobre ele em forma corpórea, como uma pomba; e ouviu-se uma voz do céu, que dizia: Tu és meu Filho amado; em ti me tenho comprazido.

O Comentário do Novo Testamento (Editora Cultura Cristã),comentando o texto de Lc 2.52, afirma que “Entremetes, Jesuscontinuava fazendo progresso em sabedoria e em estatura e em favordiante de Deus e dos homens. Em sabedoria, como já foi explicado emconexão com o semelhante versículo 40; em estatura, ou seja, emcrescimento físico, não em extensão da vida (como em Mt 6.27; Lc12.25); e em favor diante de Deus e dos homens. A última frase significaque ele continuou experimentando de forma crescente a bondade deseu Pai e também a amizade das pessoas que o rodeavam. As palavrasde Provérbios se cumpriram nele. Há uma estreita semelhança entreessa descrição e o que se disse de Samuel (em I Sm 2.21b, 26). Nãoobstante, note que no caso de Jesus acrescenta-se “em sabedoria”. Hátambém um grau de semelhança entre o que se disse acerca de Jesus eo que se disse acerca de João Batista (1.80). Ainda, porém, que Joãocrescesse e se fortalecesse em espírito, é somente em relação comSamuel e Jesus que temos o acréscimo: "... continuava a progredir ... emfavor diante de Deus e dos homens". HENDRIKSEN. William. Comentário do Novo

Testamento. Lucas I. Editora Cultura Cristã. pag. 258-259

Jesus teve um crescimento físico normal, igual às crianças de sua idade.

“Até mesmo Jesus, devido a sua natureza humana e a granderesponsabilidade que pesava sobre os seus ombros, necessitava deperíodos de tranquilidade (1.35). E, pelo fato de conhecercompletamente todas as necessidades dos seus discípulos, ele osconvidou a ir com ele para um lugar solitário, onde poderiam descansar.O que revelou a urgência da necessidade do descanso foi o fato de umamultidão tumultuada e exigente, com as pessoas constantemente indo evindo, haver tomado até mesmo a tarefa básica de se alimentarem, umacoisa impossível. Resultado: “Foram sós”, ou seja, Jesus e os Doze, semninguém mais, retiraram-se para um lugar tranquilo, na vizinhança deBetsaida (Lc 9.10). Eles usaram um barco para deslocarem-se para o ladonordeste do mar. Era aquele barco o mesmo mencionado em 3.9; 4.1 e5.2? Ou é esse um caso onde o artigo grego não deveria ser traduzido,de modo que a tradução mais exata seria “de barco”, em vez de “nobarco”? A passagem paralela de Mateus 14.13 parece favorecer essapossibilidade. No entanto, qualquer uma das duas opções são boasalternativas, e traduções excelentes de ambas podem ser citadas”.HENDRIKSEN. William. Comentário do Novo Testamento. Marcos. Editora Cultura Cristã. pag. 317-318

No antigo Israel do tempo de Jesus, havia uma estrutura familiar consolidada.

O Comentário Bíblico de Matthew Henry (Editora CPAD),comentando acerca da submissão de Jesus a seus pais terrenos,esclarece: “Ele era sujeito aos seus pais. Embora uma vez, para mostrarque era mais do que um simples homem, Ele tivesse se afastado dos seuspais, para tratar dos negócios do seu Pai celestial, Ele não fez disto umhábito, por muitos anos depois disto, mas“era-lhes sujeito”. Jesusobedecia às suas ordens e ia e vinha conforme eles lhe diziam, e,aparentemente, trabalhava com o seu pai no ofício de carpinteiro. Eledeu às crianças um exemplo para que sejam obedientes e respeitosasaos seus pais, no Senhor. Tendo “nascido de mulher”, Ele estava sob a leido quinto mandamento, para ensinar à descendência de crentes queassim deveriam ser para que Ele os aprovasse, como uma descendênciafiel.

Jesus, enquanto criança, teve um desenvolvimento social saudável.

O Dicionário Bíblico Wycliffe (Editora CPAD) traz o seguinte acerca daeducação judaica:“era primeiramente religiosa e, até a época do NovoTestamento, dava-se em casa. Era dever do pai instruir seu filho sobre astradições religiosas (Ex 12.26,27; Dt 4.9; 6.7). Era essencial que a criançaaprendesse a ler as Escrituras. Felizmente, o alfabeto hebraico com suas vinte eduas letras era muito mais fácil do que as centenas de caracteres cuneiformes ehieroglíficos dos vizinhos de Israel. Em Isaías 28.10, "mandamento e maismandamento" é literalmente "s após s, e q após q", uma referência ao ensino doalfabeto. Em Isaías 10.19, lemos: "E o resto das árvores da sua floresta será tãopouco, que um menino as poderá contar". O homem jovem de Juízes 8.14"escreveu" os nomes dos anciãos da cidade. O ensino formal longe de casa nãofoi atestado até a era intertestamentária. Ben Sirach (aprox. 180 a. C.) fala deuma "casa de aprendizagem" (gr. oikos paideias, em heb. bethmidrash). SobJason (175-171 a. C), o sumo sacerdote helenizante, um ginásio foi estabelecidoem Jerusalém (1 Mac 1.14; 2 Mac 4.9; Josefo, Ant. xii.5.1). No helenismo, oginásio era a principal instituição educacional. Simon ben Shetah (aprox. 75 a.C.) decretou uma lei que estabelecia que as crianças deveriam ir à escola. Odesenvolvimento decisivo, entretanto, veio com a ordem de Josué ben Gamala,sumo sacerdote em 63-65 a. C, de que cada cidade deveria ter uma escola paracrianças a partir de seis anos de idade. De acordo com a declaração de Judah

ben Tema (século II a. C) em Pirke Aboth 5.21, o programa de estudos a serdesempenhado era: (a) as Escrituras - aos cinco anos; (b) o Mishnah - tradiçõesorais - aos dez anos; (c) a chegada da idade - aos treze anos; e (d) o Talmude -comentários sobre o Mishnah - aos quinze anos. Esperava-se que os rapazes secasassem aos dezoito anos. As meninas recebiam educação em casa, efrequentemente eram feitos casamentos arranjados quando tinham doze outreze anos. Elas iam à sinagoga, e algumas conheciam bem as Escrituras (cf.alusões do Antigo Testamento no "Magnificai" de Maria, Lc 1.46-55). A maioriados pais não podia permitir que seus filhos tivessem mais do que o ensinoprimário. Alguns rabinos desprezavam aqueles que haviam estudado somenteas Escrituras, tendo-os como ignorantes, 'am-ha'arets, "pessoas da terra" (cf. Jo7.15; At 4.13). Aqueles que estudavam para se tornarem rabinos continuavamsua educação na academia de Jerusalém, e eram ordenados comaproximadamente vinte e dois anos de idade. As classes do primário reuniam-senas sinagogas, tendo o hazzan, ou responsável pelos rolos, como professor. Oprofessor tinha que ser um homem casado; nenhuma mulher tinha permissãopara ensinar (cf. 1 Tm 2.12). As crianças de várias idades sentavam-se no chãodiante do professor. A criança aprenderia a ler as Escrituras em voz alta,começando por Levítico. Em continuação, a criança prosseguia no conhecimentoda maior parte das Escrituras, embora alguns livros do AT, como, por exemplo,

Cantares de Salomão, não eram ensinados aos alunos imaturos. A ênfase eracolocada na memorização, e o método era a repetição. Dizia-se que umprofessor do Mishnah chegava a repetir uma lição 400 vezes! Os açoites eramusados nos casos de alunos recalcitrantes. O Mishnah não considerava oprofessor culpado se o aluno morresse em consequência de tais repreensões. Apalavra hebraica para educação, musar, origina-se da raiz ysr, "castigar,disciplinar". O ensino dos meninos começava ao amanhecer e frequentementecontinuava até o pôr-do-sol. Algumas pessoas têm questionado se eles tinhamhorário de almoço! O período de aulas era reduzido para quatro horas duranteos meses quentes de julho e agosto. No dia que antecedia o sábado haviaapenas meio período de aulas, e as aulas eram suspensas por ocasião dasfestividades religiosas. A academia de Jerusalém para futuros rabinos erafamosa por ter professores como Hilel e Samai (século I a. C). Aqui Paulo estudouaos pés do ilustre neto de Hilel, Gamaliel (At 22.3). Gamaliel era um dos poucosrabinos que permitia que os alunos aprendessem o grego. Os rabinos, comoregra geral, não recebiam qualquer pagamento por ensinarem, mas sesustentavam trabalhando como moleiros, sapateiros, alfaiates, oleiros etc. (cf.At 18.3). De fato, cada pai tinha o dever de ensinar um ofício a seu filho”. PFEIFFER

.Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 598-599

Crescer em sabedoria é crescer em conhecimento..

Jesus cresceu na graça quando viveu a vida como ela é.

Oteólogo americano Russel Norman Champlin escreve em sua obraO Novo Testamento Interpretado versículo por versículo (Editora Candeias):“«...infância...» O termo grego é «brephos», palavra usada para indicar«embrião humano» ou «feto». (Ver Plutarco Mor. 1052; Dióscuro 5,74; Josefo,Antiq. 20,18). Mas também era usado com o significado de «bebê»,«infante».(Ver I Macabeus 1:61; II Macabeus 6:10 e Josefo, Guerras dos Judeus 6,205).Esse vocábulo indica que desde a idade mais infantil possível, quando umacriança começa a falar, Timóteo já vinha recebendo treinamento religiosoespecífico. Esses mui dificilmente se afastam da fé, embora possa havermodificações posteriores, ao passo que a experiência humana mostra-nos queaqueles que se converteram mais tarde na vida se afastam mais facilmente dafé, em favor de alguma outra coisa. Os costumes judaicos comuns obrigavamos pais a darem início ao treinamento religioso sério de seus filhos aochegarem ao seu quinto ano de vida. Filo, em «Led ad Caium», pág. 562, cap.16; Josefo, em«Apion» I. 12; o terceiro capítulo de Susana e IV Macabeus 18:9confirmam isso.«...sagradas letras...» No original grego temos «...escritos santos...» ou«...Sagradas Escrituras...», uma alusão ao A .T ., pois, naquele tempo, nãohavia ainda o«cânon» do N. T., e nem mesmo todos os livros do N. T. tinhamsido escritos. Sendo normalmente uma alusão às Escrituras do A. T., essa

expressão algumas vezes se reduz a «as Escrituras», conforme se vê em Mat.21:42; 22:29; Luc. 24:27; João 5:39 e I Cor. 15:3. Algumas vezes tal palavra éusada para indicar alguma passagem particular das Escrituras, um trechoselecionado. Algumas vezes essa palavra aparece no singular, e de outras vezesaparece no plural. (Ver a forma plural em I Ped. 2:6 e em II Ped. 1:20 e A sreferências dadas acima são exemplos de seu uso no plural. O trecho de Rom.1:2 diz «Santas Escrituras»(«graphais agiais»), ao passo que aqui temos«Sagradas Escrituras», expressão que aparece exclusivamente aqui, em todo oN. T. Essa expressão se encontra em Josefo, Proem. to Ant. 3; Apion I e em Filo,Vit. Mos. 3:39, etc. Os livros do A. T. são focalizados nessa expressão(porquanto havia vários «cânones» do A. T. nos dias de Paulo), segundo se vênas notas expositivas sobre o versículo seguinte, acerca das «Escrituras». Essas«Sagradas Escrituras», pois, são contrastadas com as fontes «estranhas»utilizadas pelos gnósticos, como seus mitos, suas imaginações, suas religiõesmisteriosas e seus livros de mágica e encantamento. (Ver Atos 19:19).CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 5. pag.

394.

O menino Jesus teve um desenvolvimento cognitivo saudável, compatível com cada fase da vida.

Deus nos criou com um coração que tem desejos (Sl 37.5). Nóstemos sentimentos que são expressos pelas emoções. As emoçõesbásicas são: ira, alegria, medo e afeto. A Bíblia afirma que perder oequilíbrio emocional não é saudável (Jó 5.2; 18.4). Jesus não reprimiasuas emoções, isto fica claro nos evangelhos. A questão não é que nãopodemos expressá-las, mas como fazer de forma saudável! Haviaequilíbrio em cada situação, como em Lc 19.43 onde Ele manifestou iraquando viu o templo dedicado a Deus tornando-se um mercado. NoGetsêmani, Ele manifestou tristeza paralisante! (Mt 26.38). Jesus nãoagia dominado pela emoção. As palavras do Senhor evidenciam oequilíbrio correto entre o dever e a obrigação perante as autoridades eperante Deus..

Ele cresceu em graça diante de Deus e das pessoas. Aqui temos depensar em um crescimento da graça da aprovação divina e da benignidadepaterna sobre esse menino Jesus. Desde o começo ele foi objeto da graça,porém quanto mais ele crescia e o poder de Deus se disseminava nele, quantomais ele superava todas as tentações com fé e sabedoria, aprendendo aobediência, tanto mais também se avolumava a graça de Deus sobre ele.Novamente deparamo-nos aqui com uma parte de sua humilhação, que éinegavelmente a maior e mais misteriosa. Nós nascemos como filhos de Deus“pois, segundo o seu querer, ele nos gerou pela palavra da verdade" (Tg 1:18).Devemos, pois, desejar “ardentemente, como crianças recém-nascidas, ogenuíno leite espiritual, para que, por ele, vos seja dado crescimento parasalvação” (1Pe 2:2). Mas o crescimento a partir daí é esperado. “Eu, porém,irmãos, não vos pude falar como a espirituais, e sim como a carnais, como acrianças em Cristo”(1Co 3:1). Na medida que avançamos no tempo, devemosavançar no desenvolvimento da nossa fé, para não ouvirmos o Espírito nosrepreender dizendo “Quando devíeis ser mestres, atendendo ao tempodecorrido, tendes, novamente, necessidade de alguém que vos ensine, de novo,quais são os princípios elementares dos oráculos de Deus; assim, vos tornastescomo necessitados de leite e não de alimento sólido” (Hb 5:12). (Ef 4:13).

Enquanto criança, Jesus também teve um desenvolvimento espiritual saudável.

«...não sabíeis...» Este versículo fornece-nos as primeiras palavrasregistradas que saíram dos lábios de Jesus. Ele deu início à sua manifestaçãoextraordinária entre os homens que atuavam no templo de Deus, na companhiadaqueles que eram reputados os homens mais eruditos e santos. Foi um começodigno para a tradição que envolve a Jesus; e, mesmo quando ainda menino,demonstrou possuir aquela—grande energia mental—que sempre caracterizoua sua vida. Podemos contrastar esta narrativa simples sobre o precoce meninoJesus com a história de Josefo, contada por ele mesmo, e que o mostra aoscatorze anos de idade, ao tornar-se «filho da lei», admirando os mais velhoscom a sua grande sabedoria e erudição, de tal modo que até mesmo algunsdentre os principais sacerdotes vinham consultá-lo acerca de pormenoresdifíceis da lei. Seja como for, isso é instrutivo, porquanto demonstra que aquelesdoutores pelo menos se interessavam por jovens e promissores eruditos,dedicando tempo a conversar com eles, ensinando-os e encorajando-os. Emalgumas traduções encontramos aqui as palavras ocupar-me dos negócios demeu Pai», que substitui a tradução mais literal «nas coisas que são de meuPai». A palavra «casa», segundo encontramos na tradução portuguesa AA, nãoaparece no texto grego, pelo que as palavras dessa citada tradução— «estar nacasa de meu Pai» também são uma interpretação, e não uma tradução. CHAMPLIN,

Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 2. pag. 39.

Jesus não sofria de nenhum distúrbio mental, nem tampouco era desajustado

emocionalmente..