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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS ECONÓMICAS E EMPRESARIAIS
LICENCIATURA EM CONTABILDADE E ADMINISTRAÇÃO
RAMO: ADMINISTRAÇÃO E CONTROLO FINANCEIRO
A importância da tecnologia da informação e comunicação
nas Organizações de Serviços de Contabilidade
Marília do Rosário Delgado Ramos
Mindelo,21 de Junho de 2010
INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS ECONÓMICAS E EMPRESARIAIS
LICENCIATURA EM CONTABILDADE E ADMINISTRAÇÃO
RAMO: ADMINISTRAÇÃO E CONTROLO FINANCEIRO
A importância da tecnologia da informação e comunicação
nas Organizações de Serviços de Contabilidade
Marília do Rosário Delgado Ramos
ORIENTADOR: Dr. Afonso Zego
Mindelo, Maio de 2010
i
Aos meus pais, a minha querida filha, aos meus
irmãos e ao meu namorado pelo apoio
compreensão e motivação
ii
Agradecimentos
Em primeiro lugar, gostaria de agradecer ao Professor/Orientador Dr. Afonso Zego todo o
apoio na orientação do trabalho.
De igual modo, agradeço às pessoas e instituições que de forma directa ou indirecta me
apoiaram ao longo deste percurso, nomeadamente:
- A minha família, pelo amor e incentivo;
- O ISCEE e o ISCAL pela oportunidade de concluir esta licenciatura em Cabo Verde;
- Aos meus colegas e amigos que fiz durante o período curricular;
- A todas as pessoas que, de uma forma ou de outra, contribuíram para a elaboração deste
trabalho.
A todos muito obrigados.
iii
“Novas maneiras de pensar e de conviver
estão sendo elaboradas no mundo das
telecomunicações e da informática”.
(Lévy)
iv
Resumo
Este trabalho tem como foco central demonstrar a importância das Tecnologias da Informação
e Comunicação (TIC) na Contabilidade, visando o acréscimo de sua eficiência, e a rapidez dos
serviços indispensáveis a uma economia globalizada.
O desenvolvimento da TIC trouxe mudanças significativas na elaboração das actividades
Contabilísticas, proporcionando maiores ganhos de produtividade e mais eficiência nos seus
trabalhos. Entretanto, as Organizações de Serviços de Contabilidade terão sempre a
necessidade de acompanhar os avanços da TIC, para atender as necessidades de um mercado
cada vez mais exigente.
Desse modo, demonstra-se também a importância dos métodos informatizados para atender às
exigências legais, à recuperação de informações através dos arquivos electrónicos, o que torna
as empresas mais protegidas, visando facilitar as auditorias, confirmar a contribuição da
empresa para o desenvolvimento socioeconómico e valorizar a actuação dos Contabilísticas.
Palavra-chave: Tecnologia informação; Organizações Serviços Contabilidade; Informática;
Telecomunicações.
v
Abstract
This work focuses on demonstrating the central importance of Information and
Communication Technology (ICT) in Accounting, aiming to increase its efficiency, speed of
services essential to a globalized economy.
The development of ICT has brought about significant changes in the preparation of
accounting activities, providing higher productivity gains and greater efficiencies in its work.
However, Accounting Services Organizations will always need to monitor the progress of
ICT to meet the needs of an increasingly demanding market.
Thus, it also demonstrates the importance of computerized methods to meet legal
requirements, the recovery of information through the electronic archives, which makes
companies more protection, facilitating audits, confirming the company's contribution to the
development socio-economic and values the activity of Accounting.
Keyword: Information Technology, Accounting Services Organizations, Computer science,
Telecommunications.
vi
Índice
1. Introdução.................................................................................................... 1
1.1. Justificativa.................................................................................................................. 1
1.2. Objectivo ..................................................................................................................... 1
1.3. Metodologia................................................................................................................. 2
1.4. Estrutura....................................................................................................................... 2
2. Enquadramento teórico e histórico das tecnologias da informação e
comunicação e da Contabilidade........................................................................... 3
2.1. Considerações iniciais ................................................................................................. 3
2.2. Resenha da evolução histórica das tecnologias da informação e comunicação. ......... 4
2.3. Resenha da evolução histórica da Contabilidade ........................................................ 7
2.4. Enquadramento das tecnologias de informação e comunicação e da Contabilidade
nas Organizações em Cabo verde......................................................................................... 10
2.4.1. Resenha Histórica sobre as TICs nas Organização em Cabo Verde .................. 10
2.4.1.1. O Impacto da Reforma da Administração financeira do Estado (RAFE) na
divulgação das TICs em Cabo Verde........................................................................... 11
2.4.1.2. O Impacto e a evolução da Internet na Sociedade Cabo-verdiana.............. 14
2.4.2. Resenha Histórica sobre a Contabilidade nas Organização em Cabo Verde ..... 15
2.4.2.1. Período Colonial - 1460 a 1975 .................................................................. 15
2.4.2.2. Período Pós-Independência até 1983 .......................................................... 16
2.4.2.3. Período de 1984 a 1990............................................................................... 17
2.4.2.4. Período de 1991 até o Presente ................................................................... 18
2.4.2.5. Alguns Acontecimentos Correspondentes à Contabilidade em Cabo Verde19
3. - Importância das TICs para as Empresas e para a Contabilidade............ 21
vii
3.1. Considerações iniciais ............................................................................................... 21
3.2. A importância das TICs nas pequenas e médias empresas........................................ 21
3.3. As TICs nas grandes empresas .................................................................................. 22
3.4. Benefícios das TICs na Contabilidade actual ............................................................ 23
4. Introdução e Implantação da Contabilidade Informatizada...................... 26
4.1. Considerações iniciais ............................................................................................... 26
4.2. Saída do sistema mecanizado para o informatizado.................................................. 26
4.3. Da Estrutura dos Lançamentos por Computador....................................................... 28
4.4. Organização e Controlo de Informações ................................................................... 29
5. A Importância da Tecnologia da Informação e Comunicação para as
Organizações de Serviços de Contabilidade ....................................................... 31
5.1. Considerações iniciais ............................................................................................... 31
5.2. Razão porque as organizações de serviço Contabilidade apostam em TIC. ............. 31
5.3. Recursos de TIC utilizados........................................................................................ 35
5.3.1. Telecomunicações .............................................................................................. 35
5.3.2. Software ............................................................................................................. 36
5.3.3. Hardware ............................................................................................................ 36
5.3.4. Internet ............................................................................................................... 37
5.3.5. Intranet ............................................................................................................... 38
5.3.6. Extranet .............................................................................................................. 38
6. Conclusão.................................................................................................. 40
7. Referências Bibliografia............................................................................ 41
viii
Lista de Abreviatura
aC Antes Cristo
JIT Just In Time
NOSI Núcleo Operacional Sociedade Informação
NRF Normas de Relato Financeiro
PME Pequenas e Médias Empresas
PNC Plano Nacional Contabilidade
PND Plano Nacional Desenvolvimento
RAFE Reforma de Administração Financeira do Estado
SI Sistema de Informação
SLT Solid Logic Tecnology
SNCRF Sistema Normalização Contabilístico e de Relato Financeiro
TI Tecnologia da Informação
TIC Tecnologia de Informação e Comunicação
ix
Lista de Figura
Figura 1 - Modelo das 5 Forças (Michael Porter) .................................................................... 33
x
Lista de Quadro
Quadro 1- Etapas dos sistemas informáticos e de comunicação. ............................................... 4
Quadro 2 - Tecnologias da informação e comunicação em geral .............................................. 5
Quadro 3 - Acontecimentos Passados ........................................................................................ 8
Quadro 4 - Evolução da Internet em Cabo Verde .................................................................... 14
Quadro 5 - Perspectivas das TICs ............................................................................................ 32
1
1. Introdução
Actualmente, os avanços tecnológicos na área da Contabilidade vêm sendo marcados pelo
ritmo acelerado e pela variedade de inovações tecnológicas que estão sendo introduzidas no
mercado. Esses factores, aliados à difusão da tecnologia da informação e comunicação por
todas as actividades das empresas, vêm impondo a necessidade de reflectir, cada vez mais,
sobre os impactos gerados por estes avanços tecnológicos na actividade Contabilística.
Neste trabalho, pretende-se analisar a importância da tecnologia da informação e
comunicação nas Organizações de Serviços de Contabilidade de forma a mostrar os
problemas e benefícios, os desafios com a apresentação de informações aos tomadores de
decisão e sugestões para adopção das TICs.
1.1. Justificativa
Com todo o avanço tecnológico, a área da Contabilidade vem seguindo o ritmo das TICs,
trilhando os caminhos do desenvolvimento, visando atingir os padrões de agilidade e
qualidade exigidos pela sociedade para uma maior e melhor eficiência e eficácia. É percebível
a permanente necessidade de automação da Contabilidade, que tem estado vulnerável às
constantes alterações do contexto económico, de um lado atingida pelas mudanças da
economia, e de outro, pelo volume e complexidade das transacções que envolvem as
operações das empresas em geral.
1.2. Objectivo
O objectivo geral deste trabalho visa demonstrar a importância das Tecnologias da
Informação e Comunicação nos Serviços de Contabilidade e como os Contabilistas têm estado
a se adaptar às novas evoluções/mudanças, na busca da maior e melhor qualidade de seus
serviços e contribuindo para a função real no mundo virtual que é o da melhoria da sociedade
em todos os aspectos. Visa ainda demonstrar o impacto que as tecnologias da informação e
comunicação têm nas Organizações de Serviços de Contabilidade, conferindo se faz reduzir
custos, aperfeiçoar o sistema de gestão, encurtar distâncias, garantir maior inter-
2
operacionalidade e consolidação da informação, proporcionar maior eficácia e eficiência no
seu tratamento e garantir a sua continuidade, integridade e confidencialidade.
Como objectivo específico pretende: Descrever o processo de implantação dos sistemas da
informação em uma Organização de Contabilidade; indicar medidas de adaptação no processo
de implantação dos sistemas da informação nas Organizações de Serviço Contabilidade;
identificar de que forma a tecnologia da informação e comunicação influencia os factores
organizacionais, após implantação dos sistemas nas Organizações de Serviços de
Contabilidade.
1.3. Metodologia
O referido trabalho será desenvolvido com base numa investigação intensa e detalhada em
livros, revistas, monografias, sites de Internet ou qualquer outro meio de informação que
ajude a compreender o mercado e definir o projecto. A informação recolhida será
posteriormente analisada, sistematizada e organizada de acordo com a estrutura do trabalho.
1.4. Estrutura
O tema está desenvolvido em quatro capítulos, sendo que no primeiro capítulo faz-se uma
abordagem sobre o enquadramento teórico e histórico das Tecnologias de Informação e
Comunicação (TICs) e da Contabilidade, focando alguns acontecimentos, evoluções e/ou
revoluções que tenham acontecido até os dias de hoje.
No segundo capítulo é abordado a importância das TICs para as empresas e para a
Contabilidade, analisando o impacto que a evolução tecnológica lhes provocou e os seus reais
benefícios.
No terceiro capítulo analisa-se a implantação da Contabilidade informatizada, suas formas, os
cuidados, os factores estruturais que possibilitam o êxito na mudança do sistema.
No quarto e último capítulo é exposto a importância da tecnologia de informação e
comunicação nas Organizações de Serviços de Contabilidade, focando a razão porque estas
apostam em TIC e por fim analisa-se recursos de TIC utilizados.
3
2. Enquadramento teórico e histórico das tecnologias da
informação e comunicação e da Contabilidade
2.1. Considerações iniciais
A informação começou a fluir com maior velocidade desde do século XX, onde ficou
marcado a “Era da Informação”. Com a invenção do telégrafo eléctrico em 1839, os meios de
comunicação, o surgimento da grande rede de comunicação de dados que é a Internet, fazem
com que a humanidade continua a aprender a conviver com um crescimento exponencial das
tecnologias.
Nos anos 70, começaram a abrir novas opções para a transformação de dados em
informações, melhorando os sistemas de acordo com as necessidades da empresa. Passados
dez anos, começou a ocorrer mudanças tecnológicas, pois o termo “Tecnologia da
Informação” passou a ser mais usado. Foi nessa altura que os gerentes de banco de dados
dominaram o mercado reduzindo os custos dos PCs e softwares, na busca de novas estratégias
com base nas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC). Em 1990, na perspectiva de
optimizar o funcionamento das empresas, a integração tecnológica facilitou a troca e o acesso
às informações.
As Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) estão ligadas a todas as tecnologias que
interferem nos processos informacionais e comunicativos dos organismos, pois são entendidas
como um conjunto de recursos tecnológicos interligados entre si proporcionados por meio de
hardware, software e telecomunicações.
Hoje existem várias tecnologias que viabilizam a comunicação, porém, o que vai agregar
maior peso a essas tecnologias é a integração, e a colaboração de cada uma delas. A
Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), tem um papel significativo na criação de um
ambiente colaborativo e de uma Gestão do Conhecimento, sendo importante ressaltar que as
TIC desempenham um papel promovendo apenas as infra-estruturas, pois o trabalho
4
colaborativo e a gestão do conhecimento envolvem também aspectos humanos, culturais e de
gestão.
2.2. Resenha da evolução histórica das tecnologias da informação e
comunicação.
Antes da proliferação dos computadores, os sistemas de informação nas Organizações eram
praticamente baseados em técnicas de arquivo e recuperação de informações de grandes
arquivos. Geralmente existia um responsável (arquivista) em organizar, registar, catalogar e
recuperar os dados quando era necessário. Apesar de esse método ser simples, exigia um
enorme esforço para manter os dados actualizados assim como recuperá-los. Também, as
informações em papéis não possibilitavam a facilidade de cruzamento e análise dos dados.
Por exemplo, nessa época, o inventário de stock de uma empresa não era uma tarefa comum,
isto é, a actualização dos dados não era uma tarefa prática e quase sempre envolvia muitas
pessoas, aumentando a probabilidade de ocorrerem vários erros.
Dada a importância dos factos históricos que marcaram no passado, na evolução das novas
tecnologias de informação e comunicação, apresenta-se no quadro abaixo as seguintes etapas
dos sistemas informáticos e de comunicação.
Quadro 1- Etapas dos sistemas informáticos e de comunicação.
Etapa Características
I
Válvulas electrónicas (1940-1952): componentes grandes e caros; técnica lenta e pouco durável; cálculos rápidos; mão obra elevada na manutenção; ocupavam grandes áreas; programação feita na linguagem da máquina; dados colocados em papel perfurado.
II
Transístores (1952-1964): Diminuição do tamanho de máquinas, cabos e fios; comercializados por grandes empresas; Utilização da técnica de integração (cápsulas transístores); utilização linguagem programação ASSEMBLY; armazenamento das fitas e tambores magnéticos.
IIISLT - Solid Logic Technology - (1964-1971): Circuito Integrados, isto é micro circuitos; utilização de linguagens orientadas.
IV Microprocessadores (1971-1981): redução dos computadores; surgimento de
5
linguagens de alto nível; transmissão de dados entre redes.
VInteligência Artificial (1981): Enorme velocidade; com um ou mais núcleos por processadores; grandes frequências e transferência de dados; programas com alto grau de interactividade com o utilizador; grande rede mundial.
VI
2009 Nova Era: As tecnologias da informação e comunicação não incluem somente componentes de máquinas, mas também tecnologias intelectuais usadas para lidar com o ciclo da informação, isto é, técnicas de classificação que não usam as máquinas apenas como esquema. As tecnologias de classificação e organização de informações existem desde que as Bibliotecas começaram a ser formadas. Com pesquisas técnico-científicas, surgem avanços de informação, fazendo com que o futuro seja plena para todos, com rapidez eficiência e eficácia nos processamentos.
Daniels (1996) realça que, para que uma empresa se torne global, deve usar uma ampla
variedade de tecnologias de informação, minimizando factores relevantes como a distância e o
tempo, e absorver o conhecimento dos vários elementos da empresa. Por outro lado, afirma
que as tecnologias de informação não podem ser consideradas de forma isolada, uma vez que
possibilitam equilibrar os processos tecnológicos e organizacionais. A convergência de
comunicação nas actividades empresariais diárias, está a contribuir para os rápidos avanços da
tecnologia de informação e comunicação (ver Quadro 2).
Quadro 2 - Tecnologias da informação e comunicação em geral1
Anos Portfolio de aplicações Tecnologia Software
70
- Apoio a transacções; Mainframes;
- Microcomputadores
- Redes operacionais
Programas isolados;
- Alphanumeric.
1 Fonte: Elaboração própria, baseada em Daniels, 1996
6
80
- Apoio funcional;
- Apoio profissional
- Mais computadores
- Redes funcionais
- Programa separado dedados
- Utilização de gráficos
90
- Apoio a processos;
- Apoio a conhecimentointegrado de produtos;
- Coordenação de controlo.
- Infra-estrutura deIntegração;
- Cliente servidor;
- Redes de produto;
- Redes de informação
(networks).
- Objectos de softwarecompartilhados;
-Documentos compostos;
- Som;
-Imagens em movimento.
Fazendo uma breve análise do Quadro 2, pode-se observar a evolução das práticas
organizacionais com a tecnologia. Na década de 70, a informatização das aplicações era
realizada de forma isolada, não se verificando, assim, a integração dos sistemas pela
transferência de informação, como actualmente existe. A filosofia da época consistia em
utilizar os recursos tecnológicos, com o propósito de tornar os procedimentos operacionais
mais rápidos, seguros e eficientes.
Actualmente, além de utilizar a tecnologia de informação e comunicação para esse fim, novos
e maiores desafios foram incorporados, principalmente com a visão da informação global, na
procura de uma gestão mais eficiente e eficaz. Esta incorporação transforma-se numa mais-
valia para as organizações, possibilitando-lhes poder de responder à procura na sua área de
actuação, assegurando, não só, a sua sobrevivência, como a possibilidade de prestar serviços
com qualidade, o que lhes garante a manutenção da sua competitividade.
No que respeita aos ambientes turbulentos estes conduzem as organizações:
A usarem TIC para traduzir as informações preferenciais do ambiente, em metas;
A usarem TIC para analisar as suas estruturas em função do meio;
A fazer maior uso de TIC para incrementar as suas características orgânicas
(delegação de autoridade e controlo);
A reduzirem suas dimensões;
A procurarem relações inter-organizacionais.
7
2.3. Resenha da evolução histórica da Contabilidade
A história da Contabilidade é tão antiga quanto a própria história da civilização. Está ligada às
primeiras manifestações humanas da necessidade social de protecção à posse e interpretação
dos factos ocorridos com o objecto material de que o homem sempre esteve disposto para
alcançar os fins propostos. Depois de ter deixado a caça, o homem volta a organização da
agricultura e do pastoreio. A organização económica acerca do direito do uso do solo
acarretou em separabilidade, rompendo a vida comunitária, surgindo divisões e o senso de
propriedade. Assim, cada pessoa criava sua riqueza individual.2
A origem da Contabilidade está ligada à necessidade de registos do comércio. Há indícios de
que as primeiras cidades comerciais eram dos fenícios. A prática do comércio não era
exclusiva destes, sendo exercida nas principais cidades da Antiguidade.
A actividade de troca e venda dos comerciantes semíticos requeria o acompanhamento das
variações de seus bens quando cada transacção era efectuada. As trocas de bens e serviços
eram seguidas de simples registos ou relatórios sobre o facto. Mas as cobranças de impostos,
na Babilónia já se faziam com escritas, embora rudimentares. Um escriba egípcio contabilizou
os negócios efectuados pelo governo de seu país no ano 2000 a.C.
À medida que o homem começava a possuir maior quantidade de valores, preocupava-lhe
saber quanto poderiam render e qual a forma mais simples de aumentar as suas posses; tais
informações não eram de fácil memorização quando já em maior volume, requerendo
registos.
A medida em que as operações económicas se tornam complexas, o seu controle se refina. As
escritas governamentais da República Romana (200 a.C.) já traziam receitas de caixa
2 http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/historia.htm (Consultado 12 Janeiro
2010)
8
classificadas em rendas e lucros, e as despesas compreendidas nos itens salários, perdas e
diversões.
No período medieval, diversas inovações na Contabilidade foram introduzidas por governos
locais e pela Igreja. Mas é somente na Itália que surge o termo Contabilitá. Sendo assim,
podemos resumir sucintamente a evolução da Contabilidade da seguinte forma:
Quadro 3 - Acontecimentos Passados
Período Acontecimentos
PERÍODO ANTIGO
Período que se inicia com as primeiras civilizações e vai até
1202 da Era Cristã, onde o homem praticava a sua
contabilidade empírica, e tinha como objecto o Património,
que era representado pelos rebanhos e outros bens nos seus
aspectos quantitativos. Os seus primeiros registos eram
processados na memória, depois com o tempo passou-se a
utilizar gravações e outros métodos alternativos. Os registos
combinavam o figurativo com o numérico, onde era gravada a
cara do animal cuja existência se queria controlar e o número
correspondente às cabeças existentes. O Sistema
Contabilístico era dinâmico e evoluiu com a duplicação de
documentos e "Selos de Sigilo". Os registos se tornaram
diários e, posteriormente, foram sintetizados em papiros ou
tábuas, no final de determinados períodos. Sofreram nova
sintetização, agrupando-se vários períodos, o que lembra o
diário, o balancete mensal e o balanço anual.
PERÍODO MEDIEVAL
Período que vai de 1202 da Era Cristã até 1494, foi nessa
altura que foram feitas vários estudos, tais como: as técnicas
matemáticas, pesos e medidas, câmbio, etc., tornando o
homem mais evoluído em conhecimentos comerciais e
financeiros. Foi um período importante na história do mundo,
especialmente na história da Contabilidade, denominado a
9
"Era Técnica". A indústria artesanal proliferou com o
surgimento de novas técnicas no sistema de mineração e
metalurgia. O comércio exterior incrementou-se por
intermédio dos venezianos, surgindo, como consequência das
necessidades da época, o Livro-Caixa, que recebia registos de
recebimentos e pagamentos em dinheiro. Já se utilizavam, de
forma rudimentar, o débito e o crédito, oriundos das relações
entre direitos e obrigações, e referindo-se, inicialmente, a
pessoas.
PERÍODO MODERNO
Período que vai de 1494 até 1840, isto é, essa foi a fase da pré-
ciência que ficou marcado com três importantes
acontecimentos: 1453 - os turcos tomam Constantinopla, o que
fez com que grandes sábios bizantinos emigrassem,
principalmente para Itália; 1492 - é descoberta a América e,
em 1500, o Brasil, o que representava um enorme potencial de
riquezas para alguns países europeus; 1517 - ocorreu a
reforma religiosa; os protestantes, perseguidos na Europa,
emigram para as Américas, onde se radicaram e iniciaram
nova vida. Mas o início da fase da Contabilidade ficou
marcado com o aparecimento da obra de Frei Luca Pacioli,
contemporâneo de Leonardo da Vinci, que viveu na Toscana,
no século XV.
PERÍODO CIENTÍFICO
Período que se inicia em 1840 e continua até os dias de hoje.
Nesse período os estudos envolvendo a Contabilidade fizeram
surgir três escolas de contabilidade: a primeira, chefiada por
Francisco Villa, foi a Escola Lombarda; a segunda, a Escola
Toscana, chefiada por Giusepe Cerboni; e a terceira, a Escola
Veneziana, por Fábio Bésta. A partir de 1920, iniciou-se a
fase de predominância norte-americana dentro da
10
Contabilidade. As escolas norte-americanas com suas teorias e
práticas de contabilidade, favorecidas não apenas pelo apoio
de uma ampla estrutura económica e política, mas também
pela pesquisa e trabalho sério dos órgãos associativos.
2.4. Enquadramento das tecnologias de informação e comunicação e da
Contabilidade nas Organizações em Cabo verde
Cabo Verde tem mostrado uma forte evolução nos últimos anos na aplicação das TICs e na
prestação de serviço da Contabilidade, o que fez crescer muitas empresas nessas áreas, pois
começaram a ganhar dimensão e a internacionalizar os seus negócios. Posto isso
apresentaremos um resumido historial sobre as tecnologias de informação e comunicação e da
Contabilidade nas Organizações em Cabo verde.
2.4.1. Resenha Histórica sobre as TICs nas Organização em Cabo Verde
Desde a década de 80 que as tecnologias têm vindo a evoluir substancialmente, provocando,
consequentemente, algumas mudanças na organização da vida progressivamente, várias áreas
do quotidiano da população em geral, das pessoas e na forma como vivemos e pensamos. A
tecnologia, marcada pela sua ubiquidade revela-se já imprescindível em determinados
domínios do quotidiano, quer esteja no trabalho ou em momentos de lazer. É um facto que, o
mundo mudou e se desenvolveu, ou seja, o que era uma miragem, há bem poucos anos atrás,
hoje é uma realidade.
Em 1983, Cabo Verde começou a dar os seus primeiros passos rumo aos novos desafios da
integração na economia do conhecimento mundial e da Sociedade da Informação. A
informática ficou marcada historicamente em Cabo verde quando foi realizado o seminário na
cidade da Praia nos dias 18 e 19 de Março de 1983, sob a protecção da Secretaria de Estado
de Cooperação e Planeamento.
Actualmente em Cabo Verde existe um desfasamento entre a rápida evolução dos meios
tecnológicos e o enquadramento legal dos mesmos nos diversos fluxos de despesas e receitas
11
do Estado tornando muito complicado o processo de identificação de eventuais
irregularidades.
Neste sentido, é necessária a criação de um quadro legislativo flexível, capaz de acompanhar
a evolução tecnológica e a nova economia dita “digital” contribuindo, em larga medida para a
concretização das expectativas geradas em redor desta problemática.
Hoje é considerado que, para fazer uma avaliação correcta do desempenho e do processo de
mudanças das organizações, a Informação é um factor crucial, tanto a nível interno da própria
Organização como para a sociedade em geral, assumindo neste contexto grande importância a
Tecnologia de Informação e Comunicação. As TICs desempenham o papel de instrumento de
permanente renovação dos processos organizativos, de agente para viabilizar novos produtos
e serviços, inclusive, novas maneiras de satisfazer as procuras sociais, e um elemento flexível
entre ambiente, organização e pessoas, já que o ambiente se modifica com uma velocidade
superior à capacidade de adaptação dos outros factores.
É de realçar que a TIC não pode ser concebida como um fim em si mesma, mas como um
instrumento necessário à modernização da nossa economia e da nossa sociedade em geral, em
todas as suas vertentes: económica, política, social e cultural.
2.4.1.1. O Impacto da Reforma da Administração financeira do Estado (RAFE) na
divulgação das TICs em Cabo Verde
O Plano Nacional de Desenvolvimento 1997/2000 (PND) reconhece o desenvolvimento e a
aplicação das Tecnologias de Informação e da Comunicação (TIC) como um imperativo em
prol do desenvolvimento dos países. As TICs, pela potencialidade que encerram em matéria
de criação de riqueza, de elevação dos padrões de vida e de melhoria dos serviços prestados,
são, sem dúvida, um recurso precioso ao serviço do desenvolvimento, tanto à escala nacional
como regional ou local. Entretanto o PND, através do Programa de Melhoria do Sistema de
Informação para o Desenvolvimento e do Programa de Modernização do Estado e de
12
Desenvolvimento da Administração e Serviços Públicos, coloca particular ênfase na
necessidade de dotar o país de meios e competências que visam:3
Melhorar significativamente a qualidade da informação;
Aumentar os mecanismos de produção e os circuitos de distribuição de informação;
Aumentar as qualificações profissionais em tecnologias de informação e da
comunicação;
Melhorar a eficiência e a eficácia da administração pública;
Aproximar a administração do cidadão;
Reforçar a descentralização;
Desenvolver instrumentos de coordenação inter-organizacional;
Analisar novas formas organizacionais e novas tecnologias de gestão aplicável à
realidade cabo-verdiana, objectivos e metas que dependem fortemente de SI
adequados e disponibilizados através do recurso à organização, telecomunicações e
informática.
A nível dos SIC foram conseguidos avanços de extrema importância no sentido de destacar o
contributo que a privatização da CV Telecom tem dado para dotar o país de uma infra-
estrutura de telecomunicações avançada e potenciadora do desenvolvimento económico.
Neste contexto a administração pública cabo-verdiana tem beneficiado com a criação da
Unidade de Coordenação do Programa de Reforma da Administração Financeira do Estado
(RAFE) em 1998, concebida para coordenar e desenvolver projectos no âmbito da reforma da
contabilidade pública e orçamento, mas com importantes externalidades a nível de SI para a
gestão.
Para que haja sucesso no Programa RAFE, é necessária que haja organização nos sistemas de
gestão, nomeadamente a nível da racionalização das estruturas administrativas e o
3Fonte:http://www.tribunaiscplp.gov.br/encontro4_tema1_caboverde_txt.htm (Consultado em 12 Janeiro 2010)
13
desenvolvimento das tecnologias de informação e da comunicação, produção e
disponibilização na óptica do desenvolvimento e integração nacional.
A infra-estrutura básica do sistema de comunicações do Estado, pensada a partir das
necessidades específicas da administração financeira, induz importantes externalidades que
poderão revolucionar a administração pública cabo-verdiana permitindo uma exploração
harmoniosa e consistente de diversos fluxos de informação totalmente electrónicos a nível do
correio electrónico, workflow, gestão de arquivos, vídeo - conferências e aplicações
específicas de diversa natureza, incluindo a possibilidade de exploração do comércio
electrónico. O acesso à informação estará facilitado através da intranet, extranet e internet.
Como um instrumento gerador de externalidades, o sistema de comunicação do Estado irá
permitir dar resposta às seguintes prioridades que se enquadram na reforma da administração
financeira do Estado e na reforma da administração pública, conjugado com o desenvolvimento
ou aquisição de aplicações específicas de gestão:
Interligação através de uma rede básica de todos os departamentos governamentais e seus
serviços de administração directa e indirecta, incluindo as missões diplomáticas no
exterior;
Disponibilização e exploração de fluxos de informação electrónicos através de correio
electrónico, workflow, gestão de arquivos e vídeo - conferências;
Informatização, através do desenvolvimento de aplicações específicas, da gestão
orçamental e fiscal;
Informatização, através do desenvolvimento de aplicações específicas, dos serviços de
conservatória dos registos civis;
Informatização, através do desenvolvimento de aplicações específicas, dos
procedimentos administrativos relacionados com a gestão do pessoal da administração
pública.
A RAFE tem como objectivo o desenvolvimento de aplicações que possam tirar partido da
infra-estrutura de comunicações já montada e desta forma garantir o agilizar de processos
técnico - administrativos. Actualmente, em fase activa de desenvolvimento, estão as
14
aplicações para a gestão e controlo orçamental e financeiro, integrados com uma nova
contabilidade pública, tanto a nível das despesas como das receitas.
2.4.1.2. O Impacto e a evolução da Internet na Sociedade Cabo-verdiana
A Internet foi introduzida em Cabo Verde, em 1996 com ligação à Telepac4, através da
empresa de comunicações Cabo-verdiana “Cabo Verde Telecom”. A disseminação da Internet
em Cabo Verde tem tido um percurso muito lento, devido à ausência de uma política definida
e partilhada da sua divulgação e de uma plena assunção do papel que lhe está reservado no
desenvolvimento social e económico do país5.
O quadro legal para a prestação do serviço da Internet em Cabo Verde privilegiava, até 2006,
o monopólio da empresa Cabo Verde Telecom, pois a evolução do mercado tem vindo a
fazer-se da seguinte forma:
Quadro 4 - Evolução da Internet em Cabo Verde
Evolução da Internet em Cabo Verde
1998 2000 2005 2007 2009
Subscrições 1.139 2.456 5.581 6.298 15.000
ADSL - - 940 2.833 ?
Aos números apontados, que respeitam aos subscritores do serviço da Cabo Verde Telecom
(extensão cvtelecom.cv) acrescem os utilizadores da rede do Estado (gov.cv) que deverá
conter cerca de 3.700 utilizadores. Tem-se assim um total próximo dos 20.000 endereços
electrónicos. A esse controlo escapam largos milhares de registos de outros provedores
internacionais do serviço de correio electrónico (gmail, hotmail, yahoo, msn, etc.).
4 Fonte: Empresa de Telecomunicações Portuguesa.
5Fonte:http://www.portugalcaboverde.com/item2_detail.php?lang=1&id_channel=33&id_page=161&id=222
(Consultado em 14 Janeiro 2010)
15
Em comparação com outros países com indicadores socioeconómicos similares, Cabo Verde
tem uma boa penetração em termos de subscritores da Internet. As estimativas apontam para
108.000 utilizadores (2009) o que representa 21% da população, sendo a faixa etária entre os
15 e 24 anos a que a ela mais recorre. As estatísticas apontam ainda que 11% dos Cabo-
verdianos possuem computador em casa e 40% utiliza internet nos cibercentros. A esta
projecção não será alheia a influência exercida pela aliança entre o NOSI e a Microsoft que
deverá culminar na instalação de um Centro de Inovação na Cidade da Praia. Esta dedicação
vem sendo reconhecida internacionalmente com a classificação de Cabo Verde como 5º país
africano em governação electrónica, de acordo com o relatório das Nações Unidas sobre e-
government, e a referência, no II Fórum Africano de Melhores Práticas das TIC, como melhor
experiência no domínio das TIC em África. Contudo, considerando o estado de
desenvolvimento das infra-estruturas de telecomunicações em Cabo Verde e a adesão que se
verifica noutros serviços de telecomunicações, presume-se que penetração da Internet ainda
seja inferior ao potencial existente.
2.4.2. Resenha Histórica sobre a Contabilidade nas Organização em Cabo Verde
Nos últimos anos aconteceram mudanças significativas na legislação tributária Cabo-verdiana
e nos procedimentos contabilísticos. O processo manual de escrituração contabilística foi
substituído pelo mecânico e, logo em seguida, pelo electrónico.
Partindo do pressuposto que a histórica sobre a Contabilidade nas organizações em Cabo
Verde deverá basear-se nos primórdios da colonização portuguesa e em marcos específicos
subsequentes, no que se refere à legislação sobre a matéria e ao respectivo suporte e controlo
administrativo, apresentaremos por ordem cronológica, uma breve resenha dos factos
históricos mais relevantes sobre a Contabilidade nas Organizações em Cabo Verde,
considerando os seguintes períodos: período colonial, período pós independência até 1983,
período de 1984 a 1990 e período de 1991 até o presente.
2.4.2.1. Período Colonial - 1460 a 1975
Com o desenvolvimento do comércio na Costa Ocidental Africana, logo após a descoberta das
ilhas de Cabo Verde, a então Metrópole determinou que era de todo necessário que, de entre
16
outras acções administrativas centralizadas na ilha de Santiago, é terminante registar e
fiscalizar as despesas e receitas advenientes das actividades económicas desenvolvidas nessas
duas colónias. Entretanto convém realçar que todas as disposições legais consagradas à
escrituração contabilística tinham como suporte legal até 1835 diversos decretos-régios.6
Este foi o ano em que introduziu-se alguma descentralização administrativa, com a instituição
do cargo de Administrador de Concelho para as antigas colónias portuguesas, sob autoridade
e supervisão de um Governador Civil. Já em pleno “Estado Novo” (1926), Salazar, através do
Decreto - Lei 23. 229 de 15 de Novembro de 1933, introduziu a Reforma Administrativa das
Colónias Ultramarinas, harmonizando as normas administrativas, incluindo um novo método
de escrituração contabilística, tratando-se, de um conjunto de normas inovadoras que
perduraram até meados da década de 70, altura da independência das então chamadas
Províncias Ultramarinas.
2.4.2.2. Período Pós-Independência até 1983
Com a Independência de Cabo Verde (1975), tornou-se necessário a reformulação da
legislação do país, tendo um impacto administrativo tal como aponta o Decreto-Lei nº 2/75,
de 9 de Janeiro. Com o objectivo de instaurar uma nova ordem legal em matéria
Administrativa do novo país, através do Decreto-Lei nº 58/75, de 13 de Dezembro, foram
extintas as antigas Comissões Administrativas que tutelavam a Gestão Administrativa da ex-
província de Cabo Verde e criado o Conselho Deliberativo e o Secretariado Administrativo.
Dada a inexistência de um Plano Nacional da Contabilidade (PNC), que foi aprovado pelo
Decreto-Lei nº 4/84 de 30 de Janeiro, e de uma consequente harmonização contabilística, os
chamados Guarda-Livros7 escrituravam-se de forma manifestamente empírica, orientando-se
em princípios, normas e procedimentos contabilísticos. Perante isso, em 1981 o Governo
delegou a uma Comissão Económica Especializada para preparar um ante-projecto de um
6 Fonte: Por tratar de um longo período, e por não encontrar documentação disponível, não nos foi possível
enumerar os Decretos-régios a respeito.
7 Fonte: Obras sobre escrituração comercial, designadamente o “Guarda-Livros sem Mestre”.
17
PNC, com vista a organizar e optimizar a forma de apresentação das escritas contabilísticas
das empresas que, entretanto, constituíam, nessa época, as principais fontes de receitas do
Estado. Os resultados desse ante-projecto foram apresentados ao Governo em finais de 1983,
os quais viriam a servir de base à implementação do primeiro PNC de Cabo Verde.
2.4.2.3. Período de 1984 a 1990
Passados nove anos que Cabo Verde já havia ter tido a sua independência, onde o país já se
preparava ao desenvolvimento, o Governo resolveu introduzir maior rigor no exercício da
escrituração contabilística, com o intuito de proporcionar um maior controlo sobre as contas
das empresas públicas, mistas e privadas, com excepção das Instituições de Crédito, Seguros e
Previdência Social, dada à especificidade da sua organização.
Posto isso, surgiu o primeiro Plano Nacional de Contabilidade (PNC) de Cabo Verde, por
força do Decreto Lei nº 4/84 de 30 de Janeiro e inspirado no Plano Oficial de Contas
português de 1976. Esta grande medida visava igualmente, normalizar e harmonizar conceitos
e princípios contabilísticos internacionalmente aceites, assim como facultar aos operadores
económicos novas ferramentas de gestão e de controlo das suas actividades rotineiras. À luz
do referido Decreto-Lei, de acordo com a natureza da actividade económica, passou a ser
obrigatória a exibição dos seguintes mapas financeiros, logo após o encerramento dos
exercícios económicos:
Balanço sintético;
Balanço analítico;
Demonstração de resultados líquidos;
Demonstração de resultados extraordinários do exercício;
Demonstração de resultados de exercício anteriores;
Demonstração de resultados por funções e
Mapa de origem e aplicação de fundos.
18
É de realçar que a adopção de um plano de contas normalizado para todas as Empresas do
País, quer públicas quer mistas ou privadas, visava fundamentalmente satisfazer as
necessidades dos diversos utilizadores, nomeadamente:
Estado: controlo estatal, planificação económica, estatística nacional, contabilidade
nacional, fisco, etc.
Sindicatos e outras associações;
Trabalhadores das próprias empresas;
Sócios a accionistas;
Credores;
Financiadores, especialmente o Banco de Cabo Verde17;
Profissionais de Contabilidade e de economia e gestão de empresas e
Ensino.
2.4.2.4. Período de 1991 até o Presente
Este foi o período em que se deu esclarecimento sobre a “Reforma Fiscal”, pelo que teve o
poder de introduzir profundas alterações a nível da legislação fiscal do país, criando, assim,
enormes desafios à gestão administrativa não só das empresas como também das instituições
públicas de um modo geral. Assim sendo, apresentaremos, por ordem de data, as disposições
legais mais salientes afectos a esse período divido em três fases:
1ª Fase: de 1992 a 1995
- Código Geral Tributário de 1993, com inclusão do Regulamento do Imposto Industrial;
- Regulamento do Imposto Único sobre Rendimentos (IUR) (o qual entraria em vigor em
1996)
2ª Fase: de 1996 a 1999
- Abolição da Contribuição Industrial; Imposto de Capital; Imposto Profissional e Imposto
Complementar e entrada em funcionamento do Imposto Único sobre o Rendimento (IUR).
3ª Fase: de 2000 a 2003
19
- Decreto-Lei nº 39/2003, de 20 de Outubro
- Adaptação do Plano Nacional de Contabilidade por exigência do novo modelo de tributação
- Introdução do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA).
- Abolição dos Impostos de Consumo, da Taxa dos Emolumentos gerais aduaneiros, imposto
de Tonelagem; Selo Alfandegário e de Turismo, todos absorvidos pelo IVA.
2.4.2.5. Alguns Acontecimentos Correspondentes à Contabilidade em Cabo Verde
Cabo Verde adoptou um novo Sistema de Normalização Contabilística e de Relato
Financeiro, uma vez que, com a globalização dos negócios as empresas passaram a operar em
vários mercados. Esse novo SNCRF foi adoptado em 2008, pelo Decreto-Lei (DL) n.º 5/2008
de 4 de Fevereiro, em substituição do Plano Nacional de Contabilidade, aprovado pelo
Decreto n.º 4/84 de 30 de Janeiro.
Esse novo normativo tem como objectivo:
Acompanhar os desenvolvimentos havidos nas directivas internacionais quanto à
qualidade da informação financeira; e
Transpor para o direito interno Normas de Relato Financeiro (NCR) que constituem
uma adaptação das Normas Internacionais da Contabilidade a as Normas de relato
Financeiro emitidas pelo IASB.
O SNCRF teve em consideração a previsível evolução do sistema fiscal, a modernização do
tecido económico do País e do mercado de capitais, bem como a preocupação de melhorar a
qualidade das demonstrações financeiras e do relato financeiro das empresas, como factor de
credibilidade ao funcionamento da economia real em Cabo Verde. Sendo obrigatório para
diversas entidades, o SNCRF para Cabo Verde não é de aplicação geral, na medida em que
para as empresas dos sectores financeiros, segurador, previdência social e bancário de Cabo
Verde aplicam-se planos de contabilidade específicos.
O SNCRF assente mais em princípios do que em regras explícitas, embora atendendo a
aspectos particulares do País, tem uma linha orientadora que possibilita que o relato
20
financeiro elaborado com as NRF esteja preparado para serem aceites pela maioria dos outros
países e das praças financeiras internacionais.
O SNCRF embora atendendo a aspectos particulares do País tem uma linha orientadora que
possibilita que o relato financeiro elaborado com as Normas de Relato Financeiro (NRF)
esteja preparado para serem aceites pela maioria dos outros países e das praças financeiras
internacionais.
As entidades que estejam a preparar as demonstrações de um exercício em que utilizem pela
primeira vez o Sistema de Normalização Contabilística e de Relato Financeiro (SNCRF),
devem assegurar que essas demonstrações financeiras contenham informação que:
a) Seja transparente para os utentes e comparável em todos os períodos apresentados;
b) Proporcione um ponto de partida conveniente para a contabilização e posterior relato
financeiro segundo o SNCRF;
21
3. - Importância das TICs para as Empresas e para a
Contabilidade
3.1. Considerações iniciais
A informática proporciona à Contabilidade inúmeras facilidades, que vão desde o lançamento
e processamento das informações até a geração dos relatórios que podem ser produzidos pelo
sistema. Além dessas facilidades, podem-se associar outros factores, como segurança,
confiabilidade e rapidez nas informações prestadas.
Alguns procedimentos são necessários para que os resultados da informática aplicada à
contabilidade sejam plenamente favoráveis à empresa e aos profissionais que actuam na área,
visto que este deve ser o objectivo principal de quem busca melhorar suas condições de
trabalho, por meio da informatização.
3.2. A importância das TICs nas pequenas e médias empresas
A maioria das PMEs investe pouco nas suas funções administrativas, dando mais importância
aos aspectos comerciais do que as organizacionais. No entanto têm uma grande importância o
reinvestimento nas TICs, uma vez que este tipo de empresas terá ganho, qualquer que seja a
perspectiva de análise. Também dadas as constantes evoluções ambientais, a especificidade
dos mercados em que operam e o pouco peso negocial individual, as empresas deste tipo que
perderem o fluxo das novas Tecnologias de Informação e Comunicação estarão certamente,
num futuro muito próximo, a enfrentar sérios problemas de competitividade. Os escassos
recursos disponíveis levam, muitas vezes, a que as empresas retardem a adopção dessas
tecnologias ou que procuram soluções limitadas e particularizadas que pouco tempo mais
tarde se revelam inadequadas e difíceis de integrar. Um maior conhecimento das TIC por
parte das PME e uma rápida e reflectida estratégia de investimento nestas tecnologias é ainda
mais importante para este tipo de empresas do que para as de maior dimensão.
As maiores dificuldades para a adopção e implementação das TICs podem ocorrer em função
de alguns factores, tais como:
22
Dificuldades de reestruturação das áreas necessitadas de informatização, com a
formação dos trabalhadores e equipamentos necessários;
Dificuldades financeiras, uma vez que para algumas empresas o custo com a
informatização podem ser significativo;
Receio de ficar dependente de pessoal qualificado para alimentar as informações e
operar os diversos sistemas informatizados.
Algumas empresas chegaram a investir em equipamentos, mas não foram devidamente
orientadas quando à configuração adequada deles, resultando em futuras dificuldades quando
da utilização de aplicativos mais atualizados.
A importância atribuída às PMEs tem tido um aumento significativo nos últimos tempos, e o
sector tem cada vez mais peso na economia de um país. Para fazer face às constantes
mudanças contextuais, as grandes empresas tentam manter-se flexíveis e eficientes,
subcontratando cada vez mais, quer parte da produção, quer os serviços de apoio. Pode-se
dizer que, as TICs suportam por um lado o aumento das práticas de subcontratação, por outro,
o desacoplamento vertical e a reestruturação em redes contribuindo para um maior número de
PME, na maior parte dos casos fortemente especializados. Com a adopção das TICs, as PME
podem-se tornar em empresas globais. Entretanto essa adopção vai depender, da existência de
uma perspectiva estratégica que orienta os investimentos, da ligação estreita entre os
objectivos e a estratégia do negócio e da disponibilidade de recursos financeiros e humanos.
3.3. As TICs nas grandes empresas
As grandes empresas necessitam de uma estrutura de informática mais completa, inclusive
com a utilização de redes em todas as áreas que possam gerar informações.
A automação das grandes empresas atinge praticamente todos os sectores e, em alguns casos,
exige a interacção deles, de maneira que a informação possa fluir com rapidez para as áreas
que se interessam por ela.
Diante das exigências dos governos municipais, estaduais e federais na área tributária, com
reflexos diretos na contabilidade, fica cada vez mais evidente a necessidade de adequada
estrutura informatizada nas grandes empresas. (LORENZI JUNIOR, 2002).
23
Áreas das grandes empresas que devem ser informatizadas:
Stock
Património (controle do imobilizado)
Produção/ Vendas/ Facturação
Cobrança
Contas a Pagar e a Receber
Tesouraria/ Caixa/ Bancos
Contabilidade/ Carteira Fiscal
Pessoal/ Serviços Gerais
Segurança/ Transportes
Serviços Médicos
O ideal é informatizar todas as áreas da empresa. A estrutura de informatização pode
ser de maior ou menor porte, dependendo da necessidade e da conveniência administrativa e
financeira.
3.4. Benefícios das TICs na Contabilidade actual
As empresas que adoptaram a contabilidade informatizada tiveram bons resultados e
procuram cada vez mais melhorarem esse processo. São incontáveis os benefícios gerados
pela informatização de uma empresa. Entre esses benefícios estão:
Aumento da produtividade: a velocidade de processamento das informações, quando
se faz uso do computador para trabalhar, gera aumento substancial da produtividade.
O tempo gasto por uma pessoa ou uma equipe, para se reproduzir um balancete ou
outro relatório da contabilidade nos sistemas convencionais, é muito superior ao
tempo gasto quando se utilizam os sistemas informatizados.
Melhoria da qualidade dos serviços: a impressão electrónica, por meio de boas
impressoras matriciais, a jacto de tinta ou a laser, apresenta como resultado um
trabalho de melhor aspecto, quando comparado com a forma manuscrita. Às
informações que o sistema gera, são geralmente consistentes, seguras e exactas. A
24
probabilidade de erros nos programas é muito pequena, e isto aumenta a confiança nos
trabalhos realizados.
Mais estímulo para os profissionais da área: em função das facilidades que a
informática proporciona no cumprimento das diversas tarefas de seu dia-a-dia, os
profissionais da área de Contabilidade, sentem-se mais à vontade para trabalhar e,
consequentemente, produzem mais. O trabalho torna-se menos estafante e em função
disso mais estimulante, resultando em satisfação para quem trabalha com o
computador.
Facilidade para a leitura prévia dos relatórios: os relatórios gerados pelos sistemas
podem ser lidos previamente, na tela, mesmo antes de serem impressos. Quando são
impressos, tornam-se de fácil manuseio e leitura, porque são emitidos em ordem,
indicando a numeração, a data e a hora em que foram processados e gerados, alem da
quantidade de páginas e outras informações relacionadas com o controlo produtivo.
Atendimento às exigências dos órgãos quanto ao cumprimento de prazos: o
cumprimento de algumas exigências de ordem tributária, laboral e de segurança social,
por exemplo o recolhimento dos impostos e das contribuições, só se tornou possível
para algumas empresas a partir do uso do computador. Muitas dessas obrigações têm
seus prazos de recolhimento no início do mês seguinte ao do facto gerador. O não
recolhimento nas datas indicadas para o vencimento da obrigação geralmente implica
em pagamento de multas e juros para a empresa.
Facilidade de acesso às informações da empresa: o acesso às informações é feito de
maneira rápida por meio do sistema, localizando um lançamento, informando o saldo
ou a posição de qualquer das contas cadastradas, ou ainda demonstrando a evolução
das receitas e despesas por meio de relatórios específicos.
Maior segurança das informações: devido aos recursos de protecção dos arquivos de
dados, por meio de cópias de segurança ou backup, existe pouca hipótese de perda
total das informações processadas, as quais podem ser reproduzidas em qualquer lugar
que exista um equipamento de informática apropriado e que nele esteja instalado um
sistema igual ao que gerou as informações.
Menos espaço físico nos ambientes de trabalho: os equipamentos físicos
(hardwares), incluindo mesas, gabinetes, monitores de vídeo, impressoras, ratos e
25
estabilizadores ocupam pouco espaço físico e podem ficar sobre uma mesa no canto
de uma sala.
Os arquivos em disquetes, cd’s ou pen-drives facilitam a guarda e o manuseio das
informações já processadas e são bem mais práticos e fáceis de ser organizados e guardados,
em comparação aos arquivos de papéis. Esses recursos de armazenamento podem conter
balancetes e outros relatórios contabilísticos do ano inteiro, dependendo do volume de
informações geradas pela empresa. Com os dados protegidos neles, na forma de cópia de
segurança, o balancete pode ser gerado e impresso quantas vezes se fizerem necessárias, em
qualquer lugar, dentro ou fora da empresa.
Esses são alguns dos aspectos positivos que justificam o uso da informática pelas empresas,
tanto na Contabilidade quanto em outras áreas, levando-se sempre em contas as necessidades
operacionais e organizacionais.
26
4. Introdução e Implantação da Contabilidade Informatizada
4.1. Considerações iniciais
A fase mais importante da automação contabilística de uma empresa é a que antecede sua
implantação, não devendo ser desprezado o planeamento das etapas a serem cumpridas. A
mudança de um sistema convencional para o informatizado pode ser feita de forma parcial ou
integral. Quando a mudança é parcial, somente a Contabilidade é beneficiada com o uso do
novo sistema.
4.2. Saída do sistema mecanizado para o informatizado
Na fase de implantação do sistema informatizado, devem ser avaliados os seguintes factores:
Estrutura geral da empresa;
Estrutura da contabilidade;
Nível de capacitação dos profissionais da área de Contabilidade;
Tendências ou perspectivas de crescimento da empresa;
Software a ser utilizado;
Possibilidade de integração do sistema com os instalados em outras áreas da empresa;
Configuração adequada dos equipamentos necessários;
Suporte ou apoio técnico necessário.
Na análise da estrutura geral da empresa, deve ser observado seu funcionamento como um
todo, bem como o funcionamento dos sectores, das sessões e das demais áreas com
actividades ligadas à Contabilidade, levando-se sempre em consideração a possibilidade de
expansão a médio ou longo prazo, para se evitar alterações substanciais na estrutura do elenco
de contas, depois que o mesmo estiver implantado.
É importante se fazer uma avaliação da capacitação técnica dos profissionais envolvidos com
os trabalhos de Contabilidade e demais áreas envolvidas, a fim de identificar aqueles que não
atendem aos requisitos necessários ao bom desempenho das tarefas. Uma formação específica
27
pode solucionar o problema, visto que todos os aplicativos são de fácil assimilação. Essa
formação pode ser feita na empresa fornecedora dos aplicativos e é de curta duração, sendo
importante a leitura dos manuais de uso e das instruções contidas no próprio sistema.
O sistema a ser utilizado deve ser superior às necessidades actuais da empresa, devendo ser
considerada a expectativa de crescimento e médio ou longo prazo. Além disso, ele deve ser
compatível com outros existentes no mercado ou aqueles já instalados em outras áreas da
empresa, com possibilidade de integração das informações produzidas naquelas áreas e na
Contabilidade.
A configuração correcta dos equipamentos de informática na empresa é um factor
determinante para torná-los compatíveis ou adequados com a estrutura de informatização
desejada, para se evitar sobrecarga, muito verificada quando se usa plenamente os sistemas e
programas instalados em uma máquina. A não observância desse requisito pode comprometer
seriamente o desempenho das actividades, principalmente quando acontece aumento
substancial das transacções da empresa, não prevista com antecedência. Isso sobrecarrega os
arquivos de dados e torna o sistema muito lento, dificultando a geração de determinados
relatórios, a exemplo de um balancete ou o diário de um período.
É importante observar também a adequação do ambiente físico onde os equipamentos serão
instalados, evitando-se que fiquem expostos ao sol ou à humidade. Em algumas empresas,
tem sido difícil promover essa adequação, pois elas possuem instalações antigas, que não
foram planeadas pensando-se na instalação de microcomputadores ou de redes.
Para a efectiva implantação do sistema informatizado, é preciso que todos os cadastros já
tenham sido informados e as diversas unidades operacionais envolvidas directa e
indirectamente devem conhecer o plano de implantação, observando-se ainda os seguintes
cuidados:
Conferir os títulos e os níveis das contas, antes de fazer qualquer lançamento;
Informar os saldos do balancete ajustado que servirá de base para a implantação;
Conferir todos os lançamentos do saldo de abertura ou saldo inicial;
28
Gerar o balancete implantado no sistema e conferir com o balancete do sistema
mecanizado;
Corrigir qualquer distorção verificada nos saldos do balancete implantado, antes de
fazer os lançamentos de movimentação das contas;
Fazer cópia de segurança dos trabalhos que tiverem sido concluídos.
Para sair do sistema mecanizado, convém estabelecer um mês apropriado e um cronograma de
trabalho. É recomendável que esse mês seja Janeiro ou Fevereiro do ano seguinte, devido aos
novos lançamentos de movimentações das contas.
4.3. Da Estrutura dos Lançamentos por Computador
Todo o lançamento contabilístico costuma seguir a tradição instituída das partidas dobradas.
Isto quer dizer que o lançamento a débito em uma ou mais contas deve ter o crédito no mesmo
valor em uma ou mais contas prevalecendo a igualdade entre valores debitados e creditados.
A estrutura básica de um lançamento por computador contém: data do registo, código das
contas, histórico, valor, opção de alteração antes da inclusão definitiva e chave do
lançamento.
Segundo Oliveira, “o processamento do lançamento pelo sistema é feito de forma simultânea
para os diversos relatórios ou arquivos de dados. No momento em que o utilizador digita a
tecla ‘Enter’, o sistema processa as informações, distribuindo-as para vários destinos. Assim,
a mesma informação vai para a razão, diário, balancete, fluxo de caixa, relatório de gestão,
etc. Isso dispensa a repetição de lançamentos em várias fichas ou formulários, como acontecia
nos sistemas manuais”.
Este processamento contabilístico é feito em: lotes, linha (on-line) e tempo real (real-time).
No que trata especificamente da operação de controlo este precisa ser acedido por uma senha
individualizada. O chefe é quem restringe as operações de segurança ao pessoal dos cargos de
confiança na empresa. O chefe é o responsável pela atitude de impedir alterações nos
documentos sem sua legítima autorização. O último mês do ano é o que demanda controlo
redobrado por causa das despesas extras e planeamento de férias que onera a empresa.
29
As mais comuns formas de correcção de um lançamento são respectivamente: alteração,
complementação, estorno com relançamento, exclusão com reclusão.
Os SI por computador, oferecem opções de ajustes e correcções instantâneos que evitam
problemas aos vários sectores integrados de uma empresa facilitando a gestão.
4.4. Organização e Controlo de Informações
A natureza das informações Contabilísticas está dividida em duas fontes (fontes internas e
fontes externas). As primeiras se originam dentro da empresa enquanto as segundas estão em
bancos, fornecedores, clientes, etc. Cabe ao contabilista examinar previamente, avaliar que
espécie de informação contabilística circulará nos sistemas integrados. No que se refere ao
controlo de documentos, sabe-se que este constitui um desafio tradicional para os
profissionais da área de Contabilidade. Um factor determinante para o controlo é a
organização dos documentos.
Os arquivos devem ser separados de documentos fiscais, de seguida as pastas de arquivos dos
documentos contabilísticos devem ser organizados por dia, mês e ano. Posto isso, os
documentos deverão ser conservados evitando assim o uso excessivo de grampos e clipes,
guardando-os longe de humidade, e digitalizar para armazenamento em suportes magnéticos.
Quanto à segurança da documentação recomenda-se ao contabilista que este trabalhe com o
menor número possível de papéis sobre sua mesa para evitar perdas e também danos.
O sistema de computadores empresariais já tem seus próprios arquivos protectores de
documentos e de informações relevantes ou estratégicas, gavetas e ficheiros, hoje são
desnecessários porque no arquivo do computador a guarda e a armazenagem são mais
controláveis. Isto, no entanto, não dispensa certamente atenção e cuidados.
No caso particular das empresas que operam em rede, há necessidade maior de uma
segurança eficaz, evitando desta forma emergências indesejadas e riscos de quebra de sigilo
das informações. Sobre o arquivo e a protecção dos relatórios são variáveis as formas de
resguardá-los.
30
Com os recursos da informática, é possível processar todas as informações e emitir novos
relatórios a qualquer tempo. Isto facilita a decisão de manter ou não determinados relatórios
após a prescrição de prazo exigido pela legislação fiscal.
31
5. A Importância da Tecnologia da Informação e Comunicação
para as Organizações de Serviços de Contabilidade
5.1. Considerações iniciais
Hoje, a Tecnologia da Informação e Comunicação é mais que um recurso operacional,
passando a representar um recurso estratégico para as empresas. Para as Organizações de
Serviços de Contabilidade, este raciocínio também se aplica. Os recursos da TIC possibilitam
novas formas de interacção e de disponibilização da informação para os clientes, aumentando
as possibilidades de diferenciação no serviço oferecido, ou então, a redução de custos nas
actividades. Desta forma, as TICs constituem-se em um recurso que integra e sustenta a
estratégia da organização contabilística.
Considerando-se que as TICs estão em constante evolução, o cuidado na sua gestão é
fundamental, por isso, é necessário que as organizações de serviço contabilidade:
Tenham um conhecimento detalhado, dos recursos de TIC que possui, incluindo
hardware, software e que saiba avaliar o potencial desses recursos;
Saibam monitorar o ambiente interno e externo para detectar as mudanças ocorridas ou
possíveis de ocorrer, que possam afectar as suas operações;
Procurem novas formas para melhorar os seus recursos de TIC, seja por meio de novas
aquisições ou de novos usos para os recursos já existentes;
Protejam os recursos e conhecimentos em TIC que possuem, evitando que se tornem
atrasados ou que se percam.
5.2. Razão porque as organizações de serviço Contabilidade apostam em
TIC.
Com o nível de globalização actual, as empresas sentem cada vez mais a necessidade de
serem competitivas para sobreviverem, pelo que as TICs representam, sem dúvida, uma
ferramenta importante para a competitividade das organizações. As organizações de serviço
32
Contabilidade apostam nas TICs, sobretudo para diminuir o tempo de dar resposta aos seus
clientes, tendo em vista conseguir fazer operações em tempo real, ou seja, operações Just-In-
Time.
A adesão das organizações de serviço Contabilidade às TICs, possibilita o fenómeno do
desaparecimento das barreiras geográficas, os seja, as empresas são cada vez mais globais,
pelo que a barreira constituída pela distância deixa de constituir um obstáculo. As TICs
permitem, assim, a uma empresa reduzir: custos de produção, custos de inventário, custos de
distribuição e custos de comunicação.
As TICs podem, ainda, melhorar os processos dessas organizações em várias perspectivas.
Quadro 5 - Perspectivas das TICs
Perspectivas Descrição
Transaccional- Permite transformar os processos não estruturados em transacções rotineiras;
Geográfica
- Permite que sejam elaborados processos independentemente da localização da empresa, ou seja, transforma a informação para que esta possa ter um acesso rápido e fácil;
Automatização- Permite reduzir, ou eliminar, o trabalho humano dos processos, de forma a reduzir custos e tempo;
Analítica- Permite usar métodos complexos para implementar os processos, de forma a conseguir-se extrair a melhor informação possível;
Informal- Pode trazer grande quantidade de informação detalhada para os processos, para que esta possa ser tratada e analisada;
Sequencial- Permite mudanças nas sequências das tarefas, de forma a poder executá-las em paralelo;
Conhecimento- Permite a captura e disseminação de conhecimento para melhorar um processo;
Filtro- Permite um resultado detalhado do Just-In-Time (JIT), referente à resposta em tempo real que a empresa pode dar perante determinado prazo.
33
Anular a intermediação- Permite ligar duas entidades de um processo que, normalmente, se comunicariam através de uma terceira.
Para melhor se compreender as vantagens das TICs, importa referir o modelo das cinco forças
que orientam a estratégia concorrencial. (ver ilustração – Figura 1)
Segundo Michael Porter, a vantagem competitiva sustentável, provém do modo como as
actividades se ajustam entre si e se reforçam mutuamente, donde resulta que a configuração
de uma actividade aumente o valor competitivo de outras actividades.
Para Porter, é fundamental a análise sistemática da vantagem competitiva onde o que importa
é a avaliação da empresa pelo sistema complexo de suas actividades, nas suas relações
(ajustes), e não nas partes (forças específicas, competências essenciais ou recursos críticos da
empresa).
Figura 1 - Modelo das 5 Forças (Michael Porter)8
No seguimento da análise das 5 forças competitivas, é importante analisar a razão pela qual
essas organizações se devem preocupar com as forças competitivas. Devem preocupar-se com
8 Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/cinco_for%c3%A7as_de_Porter
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os clientes, uma vez que está na mão deles a opção pela aquisição, ou não, dos seus serviços
podendo, as TIC diminuir os custos de mudança para novos serviços.
Devem, até certo ponto ter alguma preocupação com os fornecedores, uma vez que estes, com
a TIC, podem ter acesso directo a mais consumidores, eliminando intermediários ganhando
ainda poder, devido à inexistência de barreiras e ao aumento de concorrência. Outro factor
relevante tem a ver com uma redução na diferença de serviços, uma vez que todos podem ter
acesso directo aos fornecedores.
A concorrência existente constitui outra preocupação, dado que com as TIC, as diferenças
entre os serviços concorrentes tornam-se muito menores e a oferta não consegue estar isolada,
dado que o aumento da concorrência vai no sentido do preço. Com o alargamento do mercado
geográfico o número de concorrentes aumenta, pelo que diminuem os custos variáveis dos
produtos e serviços.
Os novos concorrentes devem, também, ser alvo de preocupação, uma vez que estes podem
tornar o segmento mais eficiente e expandir, assim, o mercado. Os serviços substitutos,
representam outra preocupação, dado que as TIC reduzem as barreiras para a entrada de novos
serviços, tornando-se duvidoso, se não impossível, ter aplicações proprietárias, donde resulta
um aumento da quantidade de novos produtos e serviços, em vários segmentos do mercado.
Com este novo mercado global, as empresas investem em TIC para conseguir tirar vantagens,
das mais diversas formas. Assim Investindo nas TICs, as organizações de serviço de
Contabilidade pretendem:
Reduzir custos;
Diferenciar para conseguir distinguir os seus serviços melhorando a qualidade e a
eficiência desses serviços;
Reduzir as vantagens da concorrência;
Focar os seus serviços no nicho de mercado específico;
Inovação, tendo por finalidade criar novos serviços com componentes de TIC;
Promover o crescimento para fomentar e gerir a expansão regional e global dos
negócios;
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Diversificar e integrar produtos e serviços;
Construir alianças para criar organizações virtuais de parceiros;
Desenvolver SI inter-organizacional com ajuda a Internet, Extranet, ou qualquer outra
rede que permita relações estratégicas de negócios com clientes, fornecedores,
subcontratados e outros;
Diminuir o tempo necessário para desenvolvimento, produção e entrega dos serviços;
Construir de uma plataforma de TIC para fomentar investimentos em pessoal,
hardware, software e redes de uso operacional para aplicações estratégicas;
Construir uma base estratégica de informação, com dados internos e externos
colectados e analisados, e outras estratégias, como utilizar os SI inter-organizacionais
para criar custos de mudança que possibilitem a fidelização de clientes e fornecedores,
à empresa ou serviço;
Usar o investimento em TIC para construir barreiras para outros segmentos;
Usar componentes de TIC para substituir produtos da concorrência pouco atraentes;
Usar a TIC para ajudar a criar, compartilhar e gerir o conhecimento comercial.
5.3. Recursos de TIC utilizados
A tecnologia da informação utiliza-se de diversos mecanismos e ferramentas para a sua
operacionalização. O profissional da Contabilidade, para utilizar-se de seus benefícios, não
necessita conhecer em profundidade cada um desses mecanismos e ferramentas, mais deve ter
um razoável conhecimento sobre as suas funções e potencialidades, para poder decidir quais
são os melhores recursos a serem utilizados para alcançar os objectivos a que se propõe.
5.3.1. Telecomunicações
Na área da Contabilidade, estas tecnologias também causaram um grande impacto, já que
passaram a permitir o acesso e a disponibilização remota dos dados e informações. A
utilização dessas tecnologias também permitiu superar uma barreira física, que se referia à
necessidade de manter a execução da Contabilidade dentro da empresa para facilitar a rapidez
no acesso aos dados e informações. Com a utilização das telecomunicações é perfeitamente
viável para uma organização contabilística receber os dados da empresa, processá-los e
disponibilizar relatórios e informações em tempo real, de forma on-line.
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A tecnologia dos sistemas de telecomunicações também se faz necessária para que a
comunicação entre diferentes softwares ou hardwares aconteça, assim como para que se
possua usufruir os recursos da internet, intranet ou extranet.
Outros recursos advindos dessa tecnologia são as teleconferências e as videoconferências, que
permitem às pessoas compartilharem dados, voz, mensagens e informações. Esses recursos
também podem ser plenamente aplicados na Contabilidade, tanto para formação e reciclagem,
como para a realização de reuniões com clientes, funcionários e outros interessados em
assuntos de Contabilidade.
5.3.2. Software
A escolha dos softwares a serem utilizados é de extrema importância para a agilidade na
alimentação dos dados, segurança e diversidade das formas de disponibilização das
informações contabilísticas. Assim, se a organização deseja receber e disponibilizar dados e
informações, em tempo real, ou mesmo por transferência de lotes, deve pensar em como os
softwares existentes no cliente irão conversar com os softwares existentes nas organizações de
serviço de Contabilidade.
Não se deve esquecer, também, dos demais utilizadores da Contabilidade que demandam por
informações, como os Governos, fornecedores, comunidade, outras entidades públicas e
privadas etc. Alguns desses utilizadores, como é o caso da maioria dos órgãos do Governo,
exigem, hoje em dia, a disponibilização em formato electrónico.
Na actualidade, a integração dos softwares ainda representa um grande desafio, mesmo com
todas as facilidades conferidas pela tecnologia da informação, as linguagens disponíveis, de
modo geral, ainda não permitem (ou exigem tratamento para a conversão) a leitura e o
manuseio da informação disponibilizada por outro sistema de informática. Isto implica, em
alguns casos, ter que extrair as informações e digitá-las no sistema que se quer operar.
5.3.3. Hardware
Dentre os periféricos, deve-se destacar o crescimento do uso de recursos de multimédia entre
os profissionais de contabilidade. Esses recursos possibilitam uma apresentação mais
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dinâmica dos relatórios e demonstrativos contabilísticos aos seus utilizadores, permitindo uma
melhor visualização dos dados. (LAUDON, 1999).
Faz-se importante ter presente que a infra-estrutura de hardware da organização contabilística
deve estar adequada às suas estratégias de operação e aos seus processos de trabalho. O
subdimensionando e a segurança dos dados e das informações, bem como, o super
dimensionamento gera imobilização desnecessária de recursos, numa área em que a evolução
tecnológica é constante.
5.3.4. Internet
Considerando que a internet pode ser utilizada como um eficiente instrumento para colectar,
integrar e distribuir informação ao profissional da área de Contabilidade, impõe-se a
necessidade de conhecer suas potencialidades e possibilidades de utilização em sua
actividade. A internet também se mostra como um lugar perigoso e são necessárias algumas
medidas de segurança como, actualização do antivírus, do anti-spyware e do sistema
operacional para evitar golpes, roubo de arquivos e senhas, ou espionagem das actividades
empresariais.9
Segundo Wernke e Lembeck, a utilização da internet, permite:
a) Reduzir o custo e o tempo de distribuição da informação;
b) Comunicar com um maior número de utilizadores e potenciais investidores;
c) Superar as tradicionais formas de divulgação de informes financeiros;
d) Ampliar a quantidade e o tipo de informação a relatar;
e) Reutilizar a informação em outros sistemas de informação, que possam sustentar análises
financeiras ou trabalhos académicos.
9 Fonte: www.infowester.com/dicaseguranca.php
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5.3.5. Intranet
As empresas estão cada vez mais necessitando de centralização das informações, métodos de
comunicação interna para a redução de custos. A intranet, apesar de ser um recurso
relativamente novo, já vem sendo utilizada por um número cada vez maior de empresas e
organizações.
A implantação de uma intranet, normalmente, traz mudanças significativas na organização. O
seu uso estimula uma cultura de compartilha e cooperação do conhecimento, além de que, a
rápida disponibilização das informações agiliza os processos de trabalho e aperfeiçoa a
tomada de decisão. Assim como a internet o seu uso trouxe vulnerabilidades na rede interna,
as empresas precisam se preocupar com hackers, vírus, cavalos de Tróia e outras ameaças que
penetram através dessa nova porta de acesso. Para se obter segurança em uma aplicação para
a Intranet, é preciso cuidar de quatro elementos básicos: segurança na estação (cliente);
segurança no meio de transporte; segurança no servidor e segurança na rede interna.
Em uma organização de serviço contabilidade, a implantação da intranet poderá ter, alguns
benefícios, tais como:
Disponibiliza manuais de procedimento, formulários, históricos de clientes,
hiperligações para rápido acesso à legislação fiscal e tributária, artigos e estudos de
Contabilidade, notícias que impactam as actividades da organização contabilística, etc.
Possibilita a troca instantânea de mensagens, informações, documentos e
procedimentos entre os utilizadores;
Elimina o trânsito de papéis nas comunicações internas;
Facilita e estimula a troca de conhecimentos e informações;
Regista o conhecimento existente na organização, tornando-o disponível para o uso
quotidiano.
5.3.6. Extranet
A extranet seria uma extensão da intranet. Funciona igualmente como a intranet, porém sua
principal característica é a possibilidade de acesso via internet, ou seja, de qualquer lugar do
mundo pode-se aceder os dados a qualquer. A ideia de uma Extranet é melhorar a
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comunicação entre os funcionários e parceiros além de acumular uma base de conhecimento
que possa ajudar os funcionários a criar novas soluções.
A Extranet de uma empresa é a porção de sua rede de computadores que faz uso da Internet
para partilhar com segurança parte do seu sistema de informação.
Seu conceito confunde-se com Intranet. Uma Extranet também pode ser vista como uma parte
da empresa que é estendida a utilizadores externos ("rede extra-empresa"), tais como
representantes e clientes.
Uma vantagem que se pode apontar na implementação de uma extranet é a necessidade
incontornável de desenvolver um sistema, sempre necessário mas vulgarmente
desconsiderado, por falta de prioridade, para ordenar e organizar as categorias de informação
interna da entidade promotora. Ou seja, é o momento ideal para se definir o que é considerado
público e privado, resultando daí um melhor conhecimento interno da entidade.
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6. Conclusão
Com este trabalho, podemos aprender e constatar que as TICs estão muito presentes nas
nossas vidas e que mesmo o mais insignificante objecto pode revolucionar o Mundo.
A Contabilidade tem evoluído significativamente nos últimos anos, e dentro desse contexto
é evidente a influência da tecnologia sob a nova visão e desenvolvimento dos Contabilistas.
A introdução de novas TICs possibilitou entre outras coisas, maior flexibilidade na
manutenção e armazenamento dos dados, bem como na ampliação do conjunto de
informações, eliminando assim atrasos nos processamentos. Entretanto, a entrada das TICs
na Contabilidade faz com que os Contabilistas estejam a actualizar os seus conhecimentos,
buscando constantemente compreender as inovações tecnológicas, a fim de produzir com
qualidade os serviços prestados à sociedade.
Apesar de essas organizações demonstrarem ter avançado no processo das TICs nas rotinas de
trabalho, percebe-se que ainda há muito por fazer no sentindo de integrar o funcionamento
dos sistemas e, principalmente, na disponibilização das informações para os usuários.
Assim considera-se que a possibilidade de intensificar a comunicação com os usuários, tanto
na solução de suas dúvidas quanto na disponibilização das informações contabilísticas de
forma rápida e flexível, de forma on-line, é um dos principais recursos que a TIC coloca ao
serviço da Contabilidade, podendo-se afirmar que o caminho para a sua utilização está ainda a
ser explorado.
A utilização das TIC’s, tem permitido alcançar potenciais benefícios de eficácia e eficiência
para um melhor desempenho e controlo interno das Organizações de Serviço da
Contabilidade.
Finalmente, sugere-se que estudos sobre este tema sejam aprofundados e que outros
pesquisadores se associem a este esforço para traçar um perfil da utilização da Tecnologia da
Informação e Comunicação nas Organizações de Serviços de Contabilidade.
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7. Referências Bibliografia
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um Estudo entre Gerentes .
Dias, G. M., & Moura, I. J. (2005). O uso dos sistemas de informações contábeis como apoio
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http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/historia.htm
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tecnologia de informação Sobre o sistema de informação Contábil.
Santos, F. d. (06 de Setembro de 2008). Administradores. Obtido em 01 de Março de 2010, de
A Tecnologia da Informação e os Serviços Contábeis: http://www.administradores.com.br/
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Contabilidade - Licenciatura em Contabilidade e Administração.
http://www.lse.ac.uk/collections/informationSystems/ (consulta de 27 de Março de 2010)
www.sage.pt (consulta de 10 de Fevereiro de 2010)
www.gestware.pt (consulta de 10 de Fevereiro de 2010)
www.iscal.pt (consulta de 22 de Fevereiro de 2010)
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