a heraldica - descubra suas raízes medievais
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A Herldica Descubra suas razes medievais
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Claudio Campacci
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A Herldica
Descubra suas razes medievais
Claudio Campacci
Primeira Edio - 2013
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A Herldica Descubra suas razes medievais
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Sumrio
- Prefcio - Herldica o que ?
- Regras da Herldica
- Significado das cores nos escudos
- Significado dos principais smbolos herldicos
- Surgimento dos primeiros sobrenomes ocidentais
- Principais Ttulos de Nobreza
- A Nobreza Brasileira no perodo imperial
- A perseguio dos judeus na pennsula Ibrica
- Os principais sobrenomes que os Cristos-Novos adotaram
- A Revoluo Industrial do Sculo XIX e os principais ramos imigratrios europeus que vieram para o Brasil
- Bibliografia e Referncias.
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Claudio Campacci
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Prefcio
Herldica um tema pouqussimo conhecido
entre os brasileiros. Raramente os professores
de Histria comentam sobre o assunto. No sei
dizer exatamente o motivo de isso acontecer, mas a falta
de literatura no mercado pode ser um bom indcio. Eu
tenho feito pesquisas sobre as origens, histria e o braso
de milhares de sobrenomes, durante um perodo de mais
de dez anos. Tenho visto muitas publicaes sobre o
assunto em Portugal, Espanha, Frana, Itlia e Reino
Unido.
As pessoas no Brasil do grande valor ao significado dos
seus prenomes e de maneira estranha muitos ignoram os
sobrenomes. Muitos nem sabem que existe um braso de
famlia, em que muitas vezes seus ancestrais travaram
guerras para conquistar o direito de us-lo.
Certamente eu escrevi uma obra direta e simples de se
entender. Que nossas futuras geraes saibam mais
sobre essa parte da Histria.
Tenham uma tima leitura, so meus votos.
A
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Herldica, o que ?
e um modo geral as pessoas do extrema
ateno ao significado dos seus prenomes e
do pouca ateno a origem e a histria do
seu sobrenome. Seu
sobrenome diz muito mais
sobre voc que seu prenome.
Vemos nas livrarias e bancas
de jornal diversos livros e
brochuras sobre o assunto,
mas concernente aos
sobrenomes, h poucas obras disponveis. Mesmo na
internet no h muita matria gratuita sobre o assunto.
Vendo essa necessidade resolvi copilar mais de dez anos
de pesquisas que eu realizei sobre o assunto e criar uma
obra direta e fcil de entender.
Voltemos no tempo e vivenciemos as fervorosas batalhas
entre os reinos europeus da Idade Mdia. No auge das
batalhas, viver ou morrer dependia muito em se distinguir
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quem era seu aliado ou seu inimigo. Mas era algo muito
difcil, pois os cavaleiros estavam vestidos por armaduras
que eram muito parecidas. Era muito comum o fogo
amigo, isto , um aliado matar o outro.
Guerras sempre existiram e os guerreiros estiveram
presentes, quer nas pequenas vilas do interior, quer
formando a guarda de reis e senhores feudais. Na idade
mdia, os guerreiros usavam uma espcie de capa de
metal, as armaduras, para lhes proteger, bem como um
capacete ou elmo tambm de metal. Desta forma,
tornavam-se irreconhecveis e isto poderia gerar ataque
por parte de seus prprios companheiros de batalha.
Surgiu assim a necessidade de identificar suas armaduras
e tambm seus escudos.
O modo usual de identificao era a pintura nos escudos
ou armaduras. Tais pinturas representavam as atividades
exercidas pelo grupo de onde eram originrios os
guerreiros. A presena de plantas ou animais os
identificava como agricultores ou criadores de gado, por
exemplo. O animal mais utilizado indubitavelmente era o
leo, pois simbolizava poder e fora da famlia.
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Mas medida que a populao crescia, surgiu uma nova
dificuldade. Os moradores de um mesmo feudo exerciam
atividades semelhantes e tinham suas armaduras com
pinturas idnticas. Foi ento necessrio estabelecer
bases para o direito de uso de determinados escudos. As
famlias mandavam esculpir um modelo do escudo,
geralmente em madeira pintada com as mesmas cores
das pinturas das armaduras. Tais modelos eram dispostos
nas casas dos membros daquela famlia.
Nos casos em que havia grande disputa pelo direito de
uso de determinado escudo, at lutas foram registradas
pela histria. Em muitos casos, os smbolos foram
distribudos entre os chefes de famlias locais, ficando
estabelecido que a unidade entre eles permanecesse
representada na cor de fundo. Desta forma, um
sobrenome pode ser representado por uma planta tpica
da regio, por um animal domesticado pela famlia ou por
um animal feroz vencido por um dos vares.
Posteriormente estes escudos passaram a ser gravados
nos "livros de famlia", obra realizada por aqueles que
ficaram conhecidos como heraldistas, ou especialistas na
arte da herldica. Apesar de todas as disputas para terem
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este ou aquele smbolo, muitas famlias acabaram por
utilizar o mesmo braso sem terem nenhum lao entre
elas. Nas famlias de origem italiana tem se notado isso,
muitas deles tm por braso um leo dourado com o
escudo de fundo vermelho.
Com o passar do tempo, os cavaleiros criaram o costume
de decorar seu escudo e sua tnica com um distintivo
nico, assim ele se
diferenciava dos seus
inimigos e eram
reconhecidos pelos
seus aliados. Com o
tempo as famlias da
nobreza resolveram
criar smbolos que as
representassem. Surge assim a Herldica.
A Herldica a cincia e a arte de descrever os brases
de armas ou escudos.
O termo Herldica deriva dos termos originais latinos
heraldos ou arauto. A palavra Heraldo vem, segundo
alguns pesquisadores, do germnico her, heer ou hold,
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que quer dizer devotado, outros creditam que vem da raiz
har do alemo haren, que significa gritar ou chamar.
Essa arte que nasceu primariamente para atender a
nobres e cavaleiros, expandiu-se com o surgimento dos
reinos e cidades na Europa, onde cidados importantes,
especialmente comerciantes, recebiam a sua cota de
armas.
Praticamente todas as famlias de origem europia
ocidental tm o seu braso registrado nos antigos livros
de armas.
Braso ou Armas, em ingls o termo coat of arms, teve
inicio como citado acima na Idade Mdia, especialmente
no perodo das Cruzadas Terra Santa, quando houve
uma disseminao mais ampla. O Braso significa o
conjunto de insgnias hereditrias compostas de figuras e
atributos determinados, concedidos por prncipes, reis e
rainhas em recompensa por servios prestados pelo
cavaleiro ou pessoa de destaque.
A idia de usar smbolos remonta ao antigo Egito e tinha
motivao religiosa. Na Idade Mdia os primeiros
registros sobre o uso da herldica eram os religiosos
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catlicos que gravavam no tmulo ou s vezes numa
capela construda devido doao de algum nobre.
O uso inicial desses smbolos estampados nos escudos e
tnicas no somente servia para distinguir a qual exrcito
o cavaleiro servia, mas tambm para facilitar a contagem
dos mortos em batalhas.
Os smbolos como sinais de honra e nobreza de uma
famlia, que passavam de pais para filhos, comearam a
ser empregados nas armarias dos cavaleiros em meados
do sculo X. Sua regularizao e determinao de regras
para criao e uso foram sendo aperfeioadas com o
passar dos sculos. Porm as regras finais para
concesso de armas ou brases e os termos prprios da
Herldica forma estabelecidos no final do sculo XV. O
perodo de apogeu das concesses de armas foi durante
as Cruzadas na Idade Mdia, devido ao pice da figura
dos Cavaleiros, do romantismo na arte, da exaltao da
famlia e principalmente da nobreza.
Posteriormente os smbolos e cores foram usados em
torneios de Justa, que foram muito populares na poca.
Como as armas eram passadas de pais para filhos, com o
passar dos anos se formou uma nobreza com escudo de
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armas que raras vezes representavam feitos de guerras,
conquistas ou herosmo. Os descendentes se
beneficiavam dos feitos de seus ancestrais. Tambm se
criaram as armas de ordens militares e religiosas, como
os Cavaleiros da Ordem de Cristo. Nos ltimos tempos de
concesses de armas, elas eram quase que
exclusivamente outorgadas a polticos pertencentes ao
crculo de amizades da corte.
Os heraldos tinham a funo de anunciar publicamente os
nomes dos concorrentes em torneios, levar declaraes
de guerra ou acordos de paz, contar e anunciar o nmero
de mortos em batalhas, alm disso, eles tinham que
desenhar e criar os brases ou armas dos cavaleiros ou
nobres a quem serviam, proclamar casamentos, dirigir
solenidades e determinar a colocao de insgnias e
legendas nos tmulos dos nobres. Eram homens
importantes, oficiais de guerra e cerimnias cvicas,
conservando-se esta atividade at meados do sculo VIII
na poca de Carlos Magno. Pela sua importncia social e
poltica, o termo heraldo foi substitudo pela designao
Rei de Armas, e estes eram sempre escolhidos entre os
heraldos mais antigos.
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O Rei Carlos VIII foi quem criou o ofcio de Mestre de
Armas, figura que tinha funo oficial de regulamentar a
criao e uso de brases. Nas pompas fnebres os
Mestres de Armas trajavam-se com grande luxo, levando
sempre em suas mos um basto de nogueira que
simbolizava a importncia do seu cargo no reino.
Ao ato de desenhar ou criar um braso de armas d-se o
nome de brasonar. Os heraldistas como eram chamados
os heraldos especializados em desenhar os brases
tinham que seguir uma srie de regras.
A primeira coisa que descrita num escudo o esmalte
(cor) do campo (fundo), depois determinar qual figura ou
detalhe herldico ser usado. Estes detalhes so postos
numa determinada posio no escudo e costumam ser
descritas de cima para baixo e da direita (dextra) para
esquerda (sinistra). Na verdade, a dextra (do latim dextra,
-, direita) refere-se ao lado esquerdo do escudo, e a
sinistra (do latim sinistra, -, esquerda) ao lado direito.
A razo disso acontecer o fato da descrio se referir ao
ponto de vista do portador do escudo, e no do seu
observador. Embora a palavra escudo seja comumente
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utilizada para se referir ao braso de armas no seu todo, o
escudo apenas um dos elementos que compem um
braso de armas. Numa descrio completa, o escudo
pode ser acompanhado por outros elementos, como
suportes, coronis, listis com motes (ou lemas).
Regras da Herldica
Escudo e Lisonja
O foco da Herldica o braso ou cota de armas, cujo
elemento central o escudo. O formato do escudo
empregado numa cota de armas pouco relevante, visto
que no decorrer dos sculos elas evoluram e foram
sendo aperfeioadas pelos heraldistas.
Tradicionalmente, as mulheres no iam guerra, elas no
carregavam escudos, em vez disso, as cotas de armas
femininas eram ostentadas numa lisonja, que um
losango apoiado num de seus ngulos agudos. H
algumas excees que so no formato oval, como na
Esccia. O clero no combatente tambm fez uso da
lisonja e de escudos ovais.
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Parties do escudo
O campo de um escudo, na Herldica pode ser dividio em
mais de um esmalte, e da mesma forma em vrias figuras
ou smbolos. Muitas cotas de armas consistem
simplesmente de uma diviso do escudos em dois
constrastantes. A linha que divide os escudo em
partices pode ser reta ou seguir outros padres como:
serrilhados, ondulados, dentados, etc. As variaes de
pintura seguem certos padres de esmaltes. As parties
mais comuns resultam num escudo:
1. Cortado (dividido na horizontal)
2. Partido (dividido na vertical) 3. Fendido (dividido
diagonalmente a partir do canto direito)
4. Talhado (dividido diagonalmente a partir do canto esquerdo)
5. Franchado (fendido e talhado) 6. Esquartelado (cortado e
partido) 7. em Asna (dividido por um "V"
invertido) 8. Terciado (dividido em trs
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partes). Pode ser: 1. Em pala (trs partes verticais) 2. Em faixa (trs partes horizontais) 3. Em banda (trs partes, a do meio diagonal a
partir do canto esquerdo) 4. Em barra (trs partes, a do meio diagonal a
partir do canto direito) 5. Em mantel (como duas cortinas que se
abrem da parte superior central da partio)
Peas ou Honrarias
Nos primrdios da Herldica, formas retilneas muito
simples e com trao grosso eram pintadas nos escudos.
Estas eram facilmente reconhecidas distncia e
lembradas. E elas eram o propsito principal do
nascimento da Herldica: Identificao. As peas ou
honrarias de um escudo, so formas geomtricas, no
interior deste, que se utilizam para indicar uma honraria
recebida pelo seu detentor.
O escudo tradicionalmente dividido em nove partes ou
zonas, com vista descrio da localizao das peas no
seu campo
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Conforme os escudos mais complexos passaram a ser
usados, estas formas mais simples foram separadas
numa categoria parte, as peas ou honrarias. Existem
peas de primeira ordem (chamadas tambm de
honrarias) e segunda ordem (ordinrias).
Embora esta classificao no seja unnime, algumas
normalmente so classificadas como de primeira ordem:
De 1 ordem
Faixa - Armadura e cinturo do Cavaleiro. Tem de largura um tero da do campo (fundo do escudo).
Pala - Lana do Cavaleiro. Tem de largura um tero da do campo (fundo do escudo).
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Banda - Correia ou cinturo do Cavaleiro. A pea oposta da banda, a barra ou contrabanda (diagonal da esquerda para a direita), pode significar correia, ou "desonra". Tem de largura um tero da do campo (fundo do escudo).
Cruz - Espada do Cavaleiro; concedida aos que j tinham participado em combates, tendo a sua espada ficada manchada de sangue. Cada uma das suas peas, tem de largura a quarta parte do bordo superior do escudo.
Aspa - Estandarte do Cavaleiro; tambm designada por Soter (ou Sautor), Cruz de Santo Andr ou Cruz de Boronha ou Borgonhona.
Entre as que normalmente so classificadas como de
seguda ordem:
De 2 ordem
Cabria ou Asna. Botas e esporas do Cavaleiro. A pea semelhante a um esquadro, com um ngulo inferior a 45.
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Chefe. Tem de largura um tero da do campo (fundo do escudo).
Bordura ou bordadura. Proteo, favor e recompensa; concedida aos que j tinham participado em combates, tendo a sua roupa ficado manchada de sangue. A sua rea equivale a um sexto da largura do campo.
Perla. Pea com dupla interpretao: Santssima Trindade; ou as trs devoes do cavaleiro: a sua dama, o seu Rei e o seu Deus.
Flanco direito.
Flanco esquerdo.
Ponta ou contrachefe. Tem de largura um tero da do campo (fundo do escudo).
Canto. Equivale nona parte do escudo.
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Elmo e Timbre
A palavra timbre usada para se referir
a toda uma categoria de adornos
herldicos. O timpre jaz no topo de um
elmo que, por sua vez, se apia sobre
a parte mais importante do escudo.
O timbre modernos evoluiu da figura
tridimensional colocada sobre os elmos
dos cavaleiros como meios adicionais de identificao.
O timbre geralmente encontrado num virol e algumas
vezes dentro de um coronel. Timbres-coronis geralmente
so mais simples do que os coronis de nobreza.
Quando o elmo e o timbre so ostentados, costumam ser
acompanhados de um lambrequim. Originalmente,
tratava-se de um tecido usado sobre o fundo do capacete
como proteo parcial contra o aquecimento provocado
pelo sol. Hoje sua forma de uma capa estilizada
pendendo do elmo. O lambrequim por vezes ilustrado
com as bordas rasgadas, como se houvesse sofrido dano
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em combate, embora as bordas de muitos seja decorada
vontade do brasonador.
Abaixo explicaes mais detalhadas sobre os termos virol,
coronel, coroa e lambrequim.
O virol um termo que, em Herldica, designa uma pea
de tecido, colocada sobre o elmo e coroa. feita de duas
cordas entrelaadas, com o mesmo esmalte e paquife, e
do escudo, representando o metal e a cor principal.
Servira para manter o paquife no seu lugar.
Designa-se por coroa, a pea que
se encontra por cima do elmo, num
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braso, ou cota de armas. Cada uma destas peas indica
o grau de nobreza, a realeza, as armas militares, e os
murais ou domiclios
Num braso de realeza, designa-se por coroa a pea que
se encontra representada. Nos restantes graus de
nobreza, desde o Duque at o Baro, a coroa passa a
chamar-se de coronel.
Na herldica o lambrequim uma representao de um
manto, uma capa, folhagens e plumagens, desenhadas
acima e ao redor do elmo de
um braso. Corretamente,
cada um dos ramos do
lambrequim herldico
chamado paquife. No entanto,
os dois termos so muitas
vezes usados, indistintivamente. Normalmente o
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lambrequim inclui as duas cores principais do braso (o
metal principal e o esmalte principal).
Os lambrequins herldicos pretendem representar os
mantos de linho, que eram usados para proteger o elmo,
dos cavaleiros, do calor, do frio e dos golpes de espada.
Com o tempo, depois de serem, vrias vezes atingidos
por golpes de espada, os mantos ficavam recortados, com
pedaos de tecido pendentes, semelhantes a folhagens.
Motes
O mote, lema ou divisa armorial pe a frase ou conjunto
de palavras que descreve a motivao ou inteno da
pessoa ou corporao detentora das armas. Motes podem
ser modificados a vontade e no so parte integrante do
patrimnio herldico. Eles podem ser encontrados
tipicamente em um pergaminho sob o escudo e recebem
o nome de listel.
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Suportes e outras insgnias
Suportes so figuras de
humanos ou animais, ou
raramente de objetos
inanimados, quase sempre
colocados de cada lado de uma
cota de armas, como se a
estivessem suportando. Em
muitas tradies, o uso de
suportes passou a seguir padres estritos, que o
limitavam a certas classes sociais. No continente europeu,
costuma haver menos restries ao uso de suportes. No
Reino Unido, apenas os pares do reino, uns poucos
baronetes, os membros snior de ordens de cavalaria e
algumas corporaes tm o direito de usar suportes.
Estes frequentemente tm um significado local ou uma
ligao histrica com o detentor da cota de armas.
Se o detentor das armas tiver o ttulo de baro, cavaleiro
hereditrio ou maior, ele pode ostentar um coronel de
nobreza em seu escudo. Outra adio que pode ser feita
a uma cota de armas a insgnia de um baronete ou de
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uma ordem de cavalaria. Esta geralmente representada
por um colar ou faixa similar ao redor do escudo. Quando
as armas do cavaleiro e de sua esposa so mostradas
numa nica apresentao, a insgnia de cavalaria cerca
apenas as armas do marido, e as da esposa so
costumeiramente cercadas to-somente por uma
guirlanda ornamental de folhas, sem significado herldico,
to-somente pelo equilbrio esttico.
Diferenciao e Brisuras
Como as armas passam de pais para filhos, e a maioria
dos casais tm mais de um filho, necessrio distinguir
as armas dos irmos e outros familiares das armas
originais, passadas de primognito a primognito.
Brisura (do francs, brisure ou briser, que significa
romper ou quebrantar), em Herldica toda modificao
introduzida no braso ou cota de armas de uma famlia
para distinguir as armas que dela procedem. O
primognito de uma famlia nobre tem direito de levar as
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armas simples, puras e planas de seus antecessores.
Contudo, os filhos posteriores devem modific-las,
alterando sua simplicidade para lev-las sem injria ao
herdeiro. A prtica denominada brisurar os brases. E
de se notar que o herdeiro que j leva os brases
brisurados deve continuar com esta brisura enquanto
seus irmos tm que adicionar outras e assim vo se
Significado das cores nos escudos
s Esmaltes so as cores usadas na herldica,
embora haja certos padres, chamados peles,
e representaes de figuras em suas cores
naturais, ou da sua cor (distintas das cores
representveis), que tambm so tratados como
esmaltes. Como a herldica , em sua essncia, um
sistema de identificao, a conveno herldica mais
importante a regra da contrariedade das cores em prol
do contraste e da visibilidade, metais (que geralmente so
O
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esmaltes mais claros) nunca devem ser postos sobre
metais, e cores (que geralmente so esmaltes mais
escuros) nunca devem ser postos sobre cores. Quando
uma figura sobrepe uma parte do fundo do escudo, a
regra no se aplica. H tambm outras excees
sendo a mais famosa a das armas do Reino de
Jerusalm, que consistem numa cruz de ouro em fundo
prata
Os nomes usados na brasonaria lusfona para as cores e
metais provm principalmente do francs. Os mais
comuns so Jalde ou Or (ouro ou amarelo), Argente
(prata, branco ou cinza claro), Blau ou Azure (azul), Gules
(vermelho), Sable (preto), Sinopla, Sinople ou Vert (verde)
e Purpure (prpura). Outras cores so utilizadas
ocasionalmente, normalmente para finalidades especiais.
Certos padres chamados peles podem aparecer num
braso, e so (de modo um tanto arbitrrio) classificados
como esmaltes. As duas peles comuns so o Arminho e o
Veiro. O Arminho representa a pelagem hibernal do
arminho (branca com a cauda preta). O veiro representa
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um tipo de esquilo que tem o dorso azulado e o ventre
branco. Costuradas lado a lado, formam um padro
alternado de formas azuis e brancas.
Figuras herldicas podem ser representadas em suas
cores naturais. Muitos objetos da natureza, como plantas
e animais, so descritos como de sua cor neste caso.
Figuras de sua prpria cor so muito freqentes como
timbres e suportes. O abuso do esmalte de sua cor visto
como uma prtica viciosa e decadente.
Na representao dos brases de armas so utilizados
dois tipos de metais, o ouro (amarelo) e a prata (branco
ou cinza claro), e cinco tipos de esmaltes ou cores,
vermelho, azul, verde, prpura e negro. Os desenhos que
representam o corpo humano podem usar suas cores
naturais, esse termo conhecido com carnao.
O termo esmalte teve sua origem segundo alguns
pesquisadores no hebraico hasmal, outros atribuem ao
latim esmaltium, que se refere ao preparo de verniz vtreo
com grande aderncia, que era usado para evitar a
oxidao de certos metais, especialmente o ferro.
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O metal ouro ou Amarelo pode receber outros nomes,
em determinadas circunstncias: nos escudos dos reis
passa a ser chamado de sol; nos brases da nobreza em
geral chamado de topzio. Aqueles que tm este metal
no seu escudo estavam obrigados, na idade mdia, a
fazer bem aos pobres e a defender seus senhores,
lutando por eles at o final das suas foras.
O metal prata, Branco ou Cinza, quando presente nas
armas dos soberanos, recebe o nome de lua. A prata est
associada com a inocncia e pureza, e aqueles que a
tinham em seu braso estavam obrigados a defender as
donzelas e a amparar os rfos.
O metal vermelho conhecido tambm como goles ou
gules, recebendo este nome nas armarias da nobreza
geral. Quando presente nos escudos dos prncipes passa
a ser chamado de marte, enquanto nos brases dos
nobres titulados chamado de rubi. Este esmalte
associado com o valor e a intrepidez e obrigava os seus
portadores a socorrer os injustiados e oprimidos.
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O metal azul chama-se jpiter quando aplicado s armas
reais, safira nas armas dos nobres titulados ou
simplesmente azul nos escudos da nobreza em geral.
Este esmalte significa nobreza, majestade, serenidade e
os seus portadores estavam obrigados a fomentar a
agricultura e tambm a socorrer os servidores despedidos
injustamente ou que se encontrassem sem remunerao.
O metal verde conhecido na herldica como sinople,
quando aplicado s armas da nobreza em geral. Para os
prncipes e reis passa a ser chamado de Vnus, enquanto
para a nobreza titulada referenciado como esmeralda.
Um braso que continha este esmalte obrigava o seu
portador a socorrer os lavradores em geral, assim como
aos rfos e pobres oprimidos.
O metal prpuro significa dignidade, poder e soberania,
e aqueles que a usavam em sua cota de armas deveria
proteger os eclesisticos e religiosos.
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O metal preto tambm chamado de sable nas armarias
em geral, mudando o seu nome para saturno nas armas
reais e para diamante nas armas da nobreza titulada. O
sable est associado a cincia, a modstia e a aflio.
Aqueles que apresentavam esse esmalte em seus
brases estavam obrigados socorrer as vivas, os rfos
e todas as pessoas dedicadas s letras.
Significado dos principais smbolos herldicos
m Herldica as figuras de um escudo designam
todas as imagens que se encontram dentro
deste. As figuras mais frequentes so a cruz,
com suas vrias variaes. Os animais mais comum so
o leo e a guia, tambm so usados o alce, o javali, a
abelha e peixes. Usam-se tambm figuras mitolgicas
como drages, unicrnios e grifos. Usam-se tambm
muitas plantas, especialmente a flor-de-lis e a rosa, alm
de rvores.
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Flores
Flor-de-lis Rosa
Flor-de-lis
A flor-de-lis uma figura herldica muito associada
monarquia francesa, particularmente, ligada com o Rei da
Frana. Ela permanece extra-oficialmente um smbolo da
Frana, assim como a guia napolenica. Mas no tem
sido usada oficialmente desde o fim da monarquia. A flor-
de-lis smbolo de poder e soberania, assim como de
pureza de corpo e alma, candura e felicidade. A palavra
lis, de fato, um galicismo que significa lrio ou ris, mas
tambm pode ser uma contrao de "Louis", do francs,
Lus, primeiro prncipe a utilizar o smbolo (ficando assim
"fleur-de-Louis", ou "flor de Lus"). Assim, a representao
desta flor, e seu simbolismo, o que os elementos
herldicos querem transmitir, quando a empregam sob as
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mais diversas formas. uma das quatro figuras mais
populares em brasonaria, juntamente com a guia, a cruz
e o leo.
Figuras geomtricas
Besante
Losango
Besante
Os besantes ou dinheiros, cujo significado herldico o
de resgate pago pela libertao do cavaleiro que os
ostentar no seu escudo. No um smbolo dos mais
honrados para um Cavaleiro.
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Animais e seres mitolgicos
Leo guia Drago Grifo
Co Unicrnio Peixe
Aves
Tambm denominada habitantes do ar. O smbolo de ave
mais usada por sua maior antiguidade, por sua
importncia e por sua fora a guia. Excluindo a guia
que em geral se esmalta em sable (negro), o restante das
aves usam sua cor original.
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guia. Das mais comuns e antigas
figuras na herldica. Pinta-se sempre de frente, com suas asas estendidas e levantadas, e sua calda esticada. A cabea tem que situ-la altura do chefe do escudo, e sua calda na ponta. Se esmalta de um nico tom, de
maneira geral de negro, tambm admite outros esmaltes e variantes. smbolo de bravura e audcia.
Bicfala. Tambm denominada,
desdobrada ou imperial. Se pinta igual a anterior. Por suas duas cabeas representam o Oriente e o Ocidente. smbolo de generosidade, magnanimidade e bravura de esprito.
Corvo. Pinta-se de sable (negro) ao
natural, parado, de perfil, e mirando ao lado destro. smbolo de esprito audaz e animado para arriscar-se em defender a seus benfeitores.
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Gara. Pinta-se de vrias maneiras, sempre adestrada e normalmente de sua cor. smbolo de prudncia em prevenir
os perigos.
Galo. Admite pint-lo de vrias maneiras, sempre ao natural e adestrado. smbolo de vigilncia e tenacidade na peleja. Procedente dos remotos Galos, os franceses os adotaram como insgnia nacional.
Pomba. Pinta-se algumas vezes parada e
outras voando, sempre ao natural e adestrada. Sua simbologia est na fidelidade e no amor. Tambm smbolo da Santsima Trindade.
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Pelicano. Pinta-se sempre de frente, com as asas estendidas, com a cabea um pouco destra, o pescoo arqueado y picando as penas, do que sai sangue. o smbolo dum senhor beneficente e piedoso com seus vassalos.
Cisne. Se pinta parado e adestrado.
Simboliza ao antigo fidalgo sem mancha, que possui gloriosas virtudes.
Grifo
O grifo (griffin, griffon ou gryphon, em
ingls, griffon em francs, grifone em
italiano, Greif em alemo) um animal
lendrio com corpo e patas traseiras de
leo; cabea, asas e patas dianteiras de
guia; e orelhas pontudas. Como o leo foi
tradicionalmente considerado o rei dos animais e a guia
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A Herldica Descubra suas razes medievais
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a rainha das aves, o grifo era considerado uma criatura
especialmente poderosa e majestosa. O nome do animal
deriva do latim medieval gryphus, derivado por um erro
ortogrfico comum do latim clssico grypus, do grego
gryps, grypos, "curvo, de nariz aquilino", em referncia ao
bico. Alguns sugerem, porm, que a palavra grega tem
origem semita e est relacionada ao hebraico kherub,
"querubim" e ao acadiano karibu, um boi alado e colossal.
Na Antiguidade, era um smbolo de poder divino e um
guardio de tesouros. Segundo os gregos, vigiavam
tesouros no pas dos Hiperbreos e a cratera de Dioniso,
cheia de vinho at a boca. Serviam tambm para puxar os
carros voadores de Apolo e de Nmesis. Segundo
Herdoto, um certo Aristeas de Proconeso, possudo por
Apolo, foi levado a visitar a terra dos Issedones, para
alm da qual viviam os Arimspios, um povo de um olho
s que vivia em constante guerra com os grifos "que
guardavam o ouro". Na Idade Mdia, por participar da
terra e do cu, era considerado smbolo das duas
naturezas, divina e humana, do Cristo e evocava a dupla
qualidade de fora e sabedoria. Segundo o autor irlands
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Claudio Campacci
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do sculo IX Stephen Scotus, os grifos so mongamos e
se um parceiro morre, o outro continuar solitrio para o
resto da vida, o que faz do grifo tambm um emblema do
casamento cristo ideal. Para Hildegarda de Bingen,
monja do sculo XII, a me grifo procura uma caverna
com uma entrada estreita, mas muito espao no interior,
protegida dos elementos e ali pe trs ovos, sobre os
quais monta guarda. Segundo Stephen, o Frade,
acreditava-se que uma garra de grifo tinha propriedades
medicinais e que suas penas podiam restaurar a viso
dos cegos. Clices feitos de garras de grifo (na realidade,
chifres de antlope) e ovos de grifos (na realidade, de
avestruz) eram muito valorizados nas cortes medievais
europias.
Na herldica medieval, o grifo foi um smbolo
particularmente freqente. De acordo com o Tractatus de
armis de John de Bado Aureo (final do sculo XIV), "Um
grifo levado nas armas significa que o primeiro a us-lo foi
um homem forte e combativo, no qual se encontravam
duas naturezas e qualidades distintas, a da guia e a do
leo." Alm disso, devido antiga tradio segundo a qual
os cavalos tm horror aos grifos, acreditava-se que pintar
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A Herldica Descubra suas razes medievais
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um grifo no escudo serviria para assustar os cavalos do
inimigo. Na herldica, um grifo sem asas, mas com
grandes espinhos chamado de grifo macho, o que
pressupe que apenas as fmeas eram aladas.
Leo
o smbolo mais usado na herldica.
O Leo, o "rei dos animais", com sua
reputao de fora, de bravura, de
nobreza, to conforme com o ideal
medieval, podia apenas seduzir aqueles
que queriam escolher sua armaduras. E,
de fato, o leo e o seu alterego, o
leopardo, pululam, sobretudo na zona anglo-normanda O
leo classificado como uma figura herldica natural,
mas se encontra freqentemente como representando
uma figura herldica imaginria, em particular na quimera
ou no grifo, ou em forma hbrida com a guia, sua mais
poderosa concorrente herldica.
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Claudio Campacci
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As vrias posies que atualmente existem na herldica
so fruto da imaginao de heraldistas, resultante da
necessidade cada vez maior de diferenciao. No
entanto, apenas poucos dessas posies eram
aparentemente conhecidas pelos arautos medievais. Uma
distino comumente feita (especialmente entre os
heraldista franceses), embora possa ser de importncia
limitada, a distino de lees caminhantes como
leopardos. A seguinte tabela sumariza as principais
atitudes de lees na herldica:
Atitude (termo
original)
Atitude (em
portugus) Exemplo Descrio
Rampant Rampante ou de combate
Um "leo rampante" representado em p
ereto de perfil, com as patas dianteiras
levantadas. A posio das patas traseiras
varia de acordo com os costumes locais: o leo pode estar em
ambas as patas traseiras afastadas, ou em apenas sobre uma, com a outra tambm
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A Herldica Descubra suas razes medievais
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levantada para o ataque; a palavra
rampant frequentemente
omitida, especialmente nos brases mais
antigos, pois esta a posio mais usual de
um quadrpede carnvoro.
a posio mais usada.
Passant Passante
Um "leo passante" est caminhando, com
a pata direita levantada e todas as
demais no cho.[
Nota: Um leo assim representado pode ser
chamado de "leopardo".
Statant
Um "leo statant" fica na posio parada, com todas as quatro
patas no cho, geralmente com as
patas dianteiras unidas. Esta postura
mais frequente em timbres do que na figuras do escudo.
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Claudio Campacci
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Salient Saliente
Um "leo saliente" fica na posio de salto, com ambas patas traseiras unidas no
cho, e ambas patas dianteiras unidas no
ar. Esta uma posio muito rara para um
leo, mas tambm utilizado de outros animais herldicos.
Sejant Sentado
Um "leo sejant" fica na posio sentada,
com as patas dianteiras no cho.
Sejant erect
Sentado ereto
Um "leo sejant erect" fica na posio
sentada, mas com seu corpo ereto e suas
patas dianteiras erguidas na posio
"rampant" (esta posio algumas vezes denominada "sejant-rampant").
Couchant Deitado
Um "leo couchant" fica na posio
deitada, mas com a cabea levantada.
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A Herldica Descubra suas razes medievais
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Dormant Adormecido
Um "leo dormant" fica na posio deitada,
com olhos fechados e cabea abaixada sobre as patas
dianteiras, como se estivesse dormindo. Raro ser utilizado.
Astronomia
Lua Estrela
Peles
Arminho Veiro
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Claudio Campacci
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Arminho
Em herldica, arminho uma das duas peles usadas em
brases. Representa a pele
do arminho. No inverno o
arminho possui uma
pelagem branca com a
cauda negra; o arminho
herldico composto por um
nmero de peles cosidas,
formando assim um padro de marcas sables em argent.
O arminho (Mustela erminea) um carnvoro musteldeo
de pequeno porte pertencente ao grupo das doninhas
(Mustela spp.). A espcie ocupa todas as florestas
temperadas, rticas e sub-rticas da Europa, sia e
Amrica do Norte. H 38 sub-espcies de arminho,
classificadas de acordo com a distribuio geogrfica. O
arminho no corre de momento qualquer risco de
extino, mas algumas populaes esto ameaadas
sobretudo por perda de habitat. O tempo de vida desses
animais de 7 a 10 anos, tendo casos de arminhos que
chegaram a viver 14 anos, embora sejam muito raros.
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A Herldica Descubra suas razes medievais
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Veiro
Em herldica, veiro uma das duas peles usadas em
brases. Veiro representa pele de esquilo, uma pele de
grande valor na Idade Mdia. O esquilo em questo era
de cor variada: cinzento-azulado nas costas e branco por
baixo, sendo utilizado para confeccionar mantos. Era
cosido alternando as partes escuras com as partes claras,
o que resultava num padro cinzento-azulado e branco-
acinzentado, que, quando transposto para herldica,
tornou-se azul e branco alternadamente. A espcie exata
de esquilo nunca foi claramente identificada. O nome
veiro, vem do latim: "de variis coloribus": de cor variada,
donde passou ao francs: vair, ao espanhol: vero e ao
portugus: veiro.
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Claudio Campacci
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Arquitetura
Torre Castelo Coluna/Pilar
Castelo
Os castelos tiveram uma importncia muito grande nos
tempos medievais, pois eram poderosos baluartes de
defesa e residncia de imperadores e reis. No seu interior
reuniam-se os exrcitos, camponeses e vassalos, alm
dos rebanhos e toda produo da terra, que ficava a salvo
da cobia dos inimigos. Esses castelos tinham meios
prprios de subsistncia, visto que muitas vezes eram
assediados e cercados por longo tempo.
A figura do castelo, por tais condies e por seu
simbolismo, muito empregada na herldica, obedecendo
a determinados critrios para seu desenho. Uma regra
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A Herldica Descubra suas razes medievais
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geral, nem sempre observada na prtica, estabelece a
composio entre metais e esmaltes: se o castelo for
desenhado com um esmalte (cor), as suas portas devem
ser de metal; quando o castelo desenhado em ouro, as
aberturas (portas e janelas) devero ser representadas
em vermelho; se o castelo for de prata, as aberturas
devem ser representadas em preto.
O castelo no deve ser confundido com a torre. O seu
desenho deve apresentar-se rigorosamente em um s
bloco, com uma porta e duas janelas, o todo sobreposto
por trs torres, geralmente com a do meio maior que as
das laterais.
A presena do castelo em um braso de armas significa
que o seu portador participou com destaque em tomadas
de assalto, ou despojos conquistados. Quando
representado de portas abertas indica sucesso na defesa
ou tomada.
Tanto nos brases portugueses quanto nos espanhis o
castelo representa, muitas vezes, aliana com a casa real
de Castela. Nos brases portugueses concedidos na
segunda dinastia, os castelos so alusivos a feitos de
armas praticados no ataque ou defesa de praas de
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Claudio Campacci
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guerra do norte da frica e outras conquistas. Os castelos
sobre ondas representam feitos ligados a praas
martimas. Finalmente, se o castelo por representado em
prata sobre um campo de azul, pode-se afirmar que o seu
possuidor era pessoa de grande virtude.
Torre
A torre tem seu desenho prprio, no devendo ser
confundida com um castelo. A palavra provm do latim
"turre". uma pea que se apresenta isolada e, conforme
o seu desenho, tem sua significao. A torre parte de
destaque do castelo e geralmente representada com
uma porta e duas janelas. A torre mais alta ou de maior
proeminncia do castelo chamada de torre de
homenagem; quando aparece com trs torres
sobrepostas se diz donjonada; quando podem ser
notadas as janelas, esclarecida; quando aparece o teto,
coberta; quando tem a porta com grade e pontas na parte
inferior, gradeada; quando a torre vem com chamas nas
janelas e sobre as ameias ou seteiras se diz ardente. A
torre apresenta o seu corpo na forma arredondada. J o
torreo constitui uma derivao da torre original, pois a
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A Herldica Descubra suas razes medievais
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forma do seu corpo quadrada ou retangular, com uma
porta e quatro ameias
Ser humano
Mo Cabea
Militar e religioso
Cavaleiro Santo
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Claudio Campacci
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Cruz
Cruz latina Cruz florenciada
Na herldica, a aplicao da cruz muito ampla. Isto
decorre principalmente da enorme quantidade de
formatos que a ela so dados na confeco dos brases.
Alm disto, h um vasto uso na herldica religiosa,
tumular e na confeco de condecoraes, bandeiras e
insgnias. A correta definio de cruz a de uma figura
formada por uma pala e uma faixa cruzadas, mas sem
continuidade entre elas.
Um dos formatos mais primitivos da cruz foi usado pelos
gregos e pelos egpcios h 5 mil anos e tinha a forma de
um "T" encimado por um anel, smbolo de divindade, e
que se chamava Cruz de Ankl. A primeira vez que a cruz
foi oficializada como smbolo, neste caso de f, aconteceu
no reinado de Constantino. Isto ocorreu devido ao
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A Herldica Descubra suas razes medievais
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imperador ter sido, surpreendentemente, vencedor da
batalha contra Mexncio. Da por diante, na vanguarda do
exrcito Constantino, o Grande, sempre era conduzido
por um estandarte composto por uma cruz com a legenda
"IN HOC SIGNO VINCES" (com este sinal vencers). O
uso da cruz como elemento de braso de armas nasceu
com as cruzadas. As grandes ordens de Cavalaria como
So Joo, dos Templrios, de Calatrava, de Malta e
outras escolheram a cruz como seu smbolo. Os duques
de Saboya trazem em seu escudo uma cruz branca como
lembrana de terem socorrido a Rhodes contra os turcos.
Muitas famlias da nobreza europia trazem a cruz em
seus escudos, como lembrana de terem tomado parte
nas cruzadas. Os contingentes das cruzadas de
diferentes pases distinguiam-se no uso da cruz; os
escoceses usavam a Cruz de Santo Andr; os ingleses,
uma cruz de ouro; os alemes, de negro, os italianos, de
azul e os espanhis de vermelho. Eduardo III da
Inglaterra, reivindicando a Coroa da Frana, adotou a cruz
vermelha para seu exrcito em 1335 e a Frana, para
evitar confuso, ficou com o branco. Enfim, ainda hoje a
Cruz Vermelha de So Jorge caracteriza a Inglaterra,
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Claudio Campacci
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assim como, depois de outra mudana, a cruz branca
caracteriza a Itlia. Portugal ficou caracterizado pela cruz
azul que o conde de So Henrique trouxe para a Terra
Santa. Na herldica portuguesa, desde 1459, encontra-se
a cruz em muitos brases. Quanto a herldica brasileira,
muitas famlias apresentam a cruz sob vrias formas.
Entre os bares, encontra-se, por exemplo, a cruz nos
sobrenomes Abadia, Alegrete, Catumbi, Guarulhos e
Saquarema, entre outros.
Tipo de Cruz Descrio Imagem
Cruz herldica
A cruz herldica simples apresenta braos de mesmo comprimento, acompanhando
as propores do escudo.
Cruz em trevo
Com as extremidades dos braos em forma de trevo.
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A Herldica Descubra suas razes medievais
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Cruz recruzada
Cada um dos braos da cruz barrado.
Cruz de Jerusalm
Foi a insgnia do Reino latino de Jerusalm, que existiu por cerca
de duzentos anos aps a Primeira Cruzada. As quatro
cruzetas nos cantos simbolizariam ou os quatro Evangelhos ou as quatro
direes nas quais a Palavra de Cristo se espalhou, a partir de Jerusalm. Ou as cinco cruzes
podem simbolizar as cinco chagas de Cristo durante a Paixo. O smbolo pode ser
visto no filme Cruzada (Kingdom of Heaven, em
ingls), de 2005.
Cruz florenciada
As extremidades dos braos tm forma semelhante flor-de-
lis.
Cruz bifurcada (fourche)
Com as extremidades em forma de garfo.
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Claudio Campacci
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Cruz de Malta
Seus braos estreitam na direo do centro e so
chanfrados nas extremidades. Tambm conhecida como Cruz
de So Joo.
Cruz ancorada (moline)
Suas extremidades so divididas e as pontas resultantes
so curvadas.
Cruz patonce Intermediria entre a cruz ptea e a florenciada. Algumas fontes
a chamam de Cruz floreada.
Cruz Ptea
Seus braos estreitam na direo do centro, mas no apresentam extremidades
chanfradas.
Cruz bordonada (pomme)
Com as extremidades em forma de bordo.
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A Herldica Descubra suas razes medievais
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Cruz potenteia
Suas extremidades so barradas.
Quadrtica Uma cruz com um quadrado no
ponto de intercesso. Pouco usada na herldica.
Cruz romnica de consagrao
Tripla e entrelaada.
Cruz oca
Tambm conhecida como Gammadia, uma Cruz Grega com a parte central dos braos removida. Gamadia vem da
aparncia de quatro letras gama do alfabeto grego agrupadas.
Cruz de Santo Andr (decussata)
A cruz decussata, conhecida tambm pelos nomes de sautor ou cruz de Santo Andr, um smbolo herldico na forma de
cruz diagonal ou na letra X. Segundo a tradio crist, o
apstolo Andr foi martirizado em uma cruz desta forma. Este smbolo tambm est presente em vrias bandeiras, brases e
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Claudio Campacci
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selos como nas bandeiras da Esccia e Jamaica.
Ankh
Tambm conhecida como cruz ansata, era na escrita
hieroglfica egpcia o smbolo da vida. Conhecido tambm como
smbolo da vida eterna. Os egpcios a usavam para indicar
a vida aps a morte. altamente ligada cultura
asetiana (Aset kA) simbolizando vampirismo.
Surgimento dos primeiros
sobrenomes ocidentais
proximadamente at 800AD o povo europeu
usava apenas um nome para identificar cada
indivduo. Isto ainda acontece entre alguns
povos primitivos da atualidade. medida que a populao
crescia, tornou-se complicado viver numa aldeia em que
talvez um tero da populao tivesse o mesmo primeiro
A
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A Herldica Descubra suas razes medievais
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nome e muitas vezes a mesma profisso, visto que a
maioria eram agricultores.
Os sobrenomes (tambm chamados de segundo nome ou
apelido) surgiram com o objetivo de melhor identificar os
indivduos.
Imagine se no houvesse sobrenomes, e voc tivesse
que achar na cidade de So Paulo um homem de nome
Joo, casado com Maria, filho de Jos e Aparecida e que
trabalha como pedreiro. Seria praticamente impossvel!
Mesmo com o uso do sobrenome encontramos diversas
pessoas com o mesmo nome.
Uma pesquisa realizada no incio dos anos 80 pelo PIS
(Programa de Integrao Social), chegou-se ao dez
nomes mais utilizados no Brasil, por ordem decrescente:
Jos dos Santos, Jos Carlos da Silva, Joo Batista da
Silva, Jos Francisco da Silva, Maria Jos da Silva, Jos
Ferreira da Silva, Jos da Silva e, finalmente, Maria
Aparecida da Silva.
As seis principais fontes para o segundo nome foram:
ocupao (profisso), localizao (chamados
toponmicos), caracterstica pessoal, nobreza e o nome do
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Claudio Campacci
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pai (os chamados patronmicos). Citaremos alguns
exemplos para melhor esclarecer:
Ocupao: Zimmermann, (alemo) significa Carpinteiro;
Schumacher (alemo) significa sapateiro; Taylor (ingls)
significa alfaiate; Maurer (alemo) significa pedreiro;
Schafer (alemo) significa tosqueador de ovelhas; Fisher
(ingls) significa pescador; Oliveira (portugus) plantador
ou comerciante de azeitonas ou azeite; Pereira
(portugus) plantador ou comerciante de peras.
Toponmico: Roberto Carlos Braga, cantor e compositor
brasileiro. Braga uma cidade portuguesa. Outros
exemplos: Lisboa, Coimbra, Milanesi, Padovani, Lombardi
e Modenesi. Os sobrenomes Oliveira, Pereira, Silva,
Nogueira entre outros se pode referir a lugares que havia
muitas rvores ou plantas de nosso nome, assim sendo,
sobrenomes de origem toponmica.
Caracterstica Pessoal (Alcunha): Delgado sobrenome
originrio de uma famlia espanhola de pessoas magras.
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A Herldica Descubra suas razes medievais
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Outros exemplos: Leito, Coelho, Salgado, Passarinho,
Leite, Valente, Branco e Goulart.
Patronmico: Inmeros seriam os exemplos a serem
citados. Ficaremos apenas com o Fernandes de origem
portuguesa, que significava "filho de Fernando".
Inicialmente os primeiros a utilizar este sobrenome eram
conhecidos como Fulano Filius Quondam Fernandus ou
seja Fulano filho do senhor Fernando, j a segunda
gerao, ou seja, os netos do senhor Fernando utilizavam
o nome do av como sobrenome Outros exemplos: Paoli,
Rodrigues, Paula, Afonso, Veras e Lopes. A maioria dos
sobrenomes escandinavos patronmica.
Religiosa: A maioria dos sobrenomes de origem religiosa
no possui braso, visto que os filhos bastardos no
tinham pai legal, as mes acabavam por acrescentar um
nome em devoo a algum santo catlico ou smbolo
religioso, as pessoas achavam que isso poderia trazer
proteo e sorte. Alguns exemplos: Santos, Cruz,
Sacramento, Neves, Jesus e Nascimento.
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Claudio Campacci
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Nobreza: So sobrenomes em que o patriarca que iniciou
a linhagem tinha algum ttulo de nobreza. Baroni (italiano)
o patriarca era um Baro; Marques (portugus e
espanhol) o patriarca era um Marqus; Duque (portugus)
o patriarca era um Duque.
Observe-se, entretanto que, para se chegar origem do
sobrenome, necessrio remontar a primeira pessoa que
o utilizou e identificar claramente a lngua falada na poca
e local onde tal pessoa residia.
Principais Ttulos de Nobreza
tiliza-se este substantivo
para denominar um
conjunto de indivduos
que gozam, devido transmisso
legal hereditria, de privilgios
polticos e direitos superiores aos
da maioria da populao. O princpio de tudo est nas
U
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A Herldica Descubra suas razes medievais
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sociedades primitivas, quando os homens mais fortes e
hbeis tornavam-se chefes de tribos ou cls.
Frequentemente havia um corpo de indivduos que o
apoiava e que adquiria prestgio em virtude do poder do
chefe. Mais tarde essa casta especial transmitia aos seus
descendentes os privilgios de que gozava. Em fase mais
avanada da histria, a riqueza ou a influncia poltica
muitas vezes permitia aos homens ganhar o estado de
nobreza. Nas naes da moderna Europa, a nobreza teve
origem na aristocracia feudal. A partir do sculo XI os
nobres tomaram os nomes de seus domnios territoriais,
de seus castelos ou de povoaes sob seu domnio. Da a
partcula "de", para os franceses e portugueses, di para
os italianos, del para os espanhis e "Von ou Van" para
os povos germnicos.
A Segunda Nobreza
A aristocracia ou segunda nobreza definida como
abaixo da grande nobreza. Nos sculos VIII XI dividia-se
em ricos-homens, fidalgos, cavaleiros e escudeiros.
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Claudio Campacci
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Ricos-homens: os senhores mais poderosos, pois
reuniam a fidalguia de nascimento, a autoridade e
prestgio de cargos pblicos mais elevados.
Fidalgos: nobres de raa, mas no revestidos de
magistratura civil ou militar
Cavaleiro: todos que eram admitidos confraria militar
medieval da cavalaria e tambm homens livres que
podiam custear por si cavalos e armas e ir guerra,
recebendo, por isso, certos privilgios.
Escudeiros: eram nobres ou no, que tinham por dever
seguir, cada um, o seu cavaleiro, ajudando-o a vestir as
armas e combatendo na retaguarda dele. A idade que se
passava a escudeiro era a de 14 anos. Antes disso os
jovens nobres costumavam servir como pagens ou
"donzis" nos paos dos grandes senhores.
A grande nobreza
Imperador nominalmente um monarca e governante de
um imprio ou qualquer outro estado imperial.
Imperadores so geralmente reconhecidos como
superiores aos reis em honra. Seu posto pode ser obtido
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A Herldica Descubra suas razes medievais
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por hereditariedade, ou por fora, como num golpe de
estado. No caso de haver uma imperatriz reinante, seu
marido no recebe ttulo de imperador, sendo chamado
simplesmente de consorte. O ttulo de imperador pode ter
outras designaes, em alemo Kaiser, nas cultura
eslavas, especialmente na Rssia o termo usado Czar,
ambos derivam do ttulo romano Csar.
Atualmente o nico pas que possui um imperador como
chefe de estado o Japo.
Rei um chefe de Estado que pode ou no, dependendo
do estilo de governo de uma nao, o exerccio de
poderes monrquicos sobre um territrio, normalmente
chamado de reinos. Um rei o segundo maior ttulo
soberano, a seguir ao de Imperador. O equivalente
feminino do Rei a Rainha embora o termo "rainha" pode
referir-se a uma monarca de seu prprio direito, a uma
rainha reinante, ou esposa de um rei, uma rainha
consorte. O marido de uma rainha reinante , por vezes,
tratado como rei consorte, mas mais comumente
denominado de prncipe consorte. Muitas vezes, o rei no
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Claudio Campacci
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tinha s uma funo poltica mas, ao mesmo tempo, uma
religiosa, atuando como sumo sacerdote ou divino rei.
Prncipe a denominao dada ao chefe de estado de
um principado (Prncipe reinante) ou a um membro de
uma famlia reinante. Atualmente existem trs principados
independentes: Andorra, Mnaco e Liechtenstein. Na
maioria das monarquias o ttulo de prncipe dado a
todos os filhos de um chefe de estado. Em algumas
monarquias o ttulo prncipe as vezes concedido a
nobres no pertencentes diretamente famlia real. Nas
monarquias de Portugal e Espanha contudo, o ttulo de
prncipe s dado aos herdeiros do trono, recebendo os
restantes filhos do monarca o ttulo de Infante.
O termo foi usado pela primeira vez pelo imperador Otvio
Augusto em 27 A.C. e vem do Latim "principis",
"princeps", que significa o primeiro cidado do estado, e
era atrbuido anteriormente ao chefe do senado romano
como principes senatus.
Duque um ttulo que se refere ao chefe de estado de
um Ducado. Pode ser tambm um ttulo nobilirquico
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A Herldica Descubra suas razes medievais
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integrado ou no numa casa real. um ttulo hereditrio,
mas pode ser tambm atribudo a uma pessoa, neste
caso normalmente a um filho do monarca reinante ou a
uma pessoa cujos servios o monarca queira recompesar.
A origem da palavra "duque" vem ou do grego bizantino
douka, ou do latim duce, que significa chefe. Para
outros, a origem da palavra est no substantivo latino
dux, que significa "o que conduz", usado no Imprio
Romano como comandante militar. A mulher de um duque
ou a chefe de um ducado chama-se "duquesa". Os
duques recebiam dos reis o tratamento de primos, com
todas as dignidades e honrarias inerentes. Na Idade
Mdia, o ttulo foi primeiro institudo entre os monarcas
germnicos, a designar os regentes de provncias logo
acima dos Condes, figurando no mais alto ranque da
hierarquia nobilirquica. Havia, no entanto, variaes em
seu significado entre os diversos feudos e reinos, sendo
mesmo usado por prncipes. Esse hbito foi perpetrado
por algumas monarquias, que ainda hoje intitulam seus
prncipes mais importantes especialmente o herdeiro
aparente com algum ttulo de duque, como nas
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Claudio Campacci
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nobrezas britnica, belga, dinamarquesa, espanhola,
holandesa e sueca.
Marqus um ttulo nobilirquico da nobreza europia,
que foi utilizado em outras monarquias originrias do
mundo ocidental, como o Imprio do Brasil no sculo XIX.
O ttulo vem do germnica Markgraf, possui variantes em
diversas culturas da Europa. Na hierarquia o termo
marqus foi introduzido pelo imperador Carlos Magno. Os
territrios do imprio que coincidiam com a fronteira eram
denominados "marcas", e o responsvel pela defesa e
administrao dessas "marcas" era o margrave. Muito
depois, ainda no Sacro Imprio Romano-Germnico
fundado por Carlos Magno, esses territrios de fronteira
comearam a ser cedidos aos principais condes,
passando esses ento a marqueses, responsveis pelos
marquesados. A partir do sculo XV, o ttulo passou a no
mais ser necessariamente relacionado a jurisdio ou a
soberania de um territrio ou a alguma funo pblica,
somente como grau de nobreza. Dependendo do de cada
nao monarquica, comumente um ttulo hereditrio,
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A Herldica Descubra suas razes medievais
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que todavia no costuma ter a possibilidade de honras de
grandeza.
Conde vem do latim comes, comitis, que significa
companheiro um ttulo nobilirquico existente em muitas
monarquias. Inicialmente, na Idade Mdia, era o senhor
feudal, dono de um ou mais castelos e de terras
denominadas Condado, mas posteriormente, a partir do
sculo XIV, o ttulo foi utilizado apenas como grau de
nobreza. Alguns pesquisadores afirmam que inicialmente
era um ttulo militar do Imprio Romano do Ocidente,
associado autoridade militar e civil, do cnsul, que, mais
tarde, passou aos brbaros germnicos especialmente,
assim designando seus principais colaboradores e seus
representantes. A partir do sculo XIV, como a sociedade
passou a organizar-se em pases, os nobres que
moravam em castelos foram pouco a pouco mudando-se
para as cidades, mudando-se para palacetes urbanos,
formando cortes de nobres. No sculo XVII, os Condes
praticavam ofcios elitistas e alguns desses nobres detm
propriedade rurais. Sendo que, na sua maioria,
descendem da nobreza antiga.
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Claudio Campacci
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Visconde um ttulo nobilirquico de categoria superior
de Baro e inferior de Conde. Vem do latim
"vicecomes" (viceconde). Dado principalmente aos filhos
caulas dos condes e sua descendncia
Baro um ttulo nobilirquico existente na maioria das
monarquias. Os bares pertencem a nobreza do estado, e
portando, fazem parte da elite, tendo propriedades rurais,
ocupando cargos polticos e por vezes descendem da
nobreza antiga, tendo s vezes uma formao cultural
elevada. Hoje, se sabe, foi ttulo criado pelo Imperador
Adriano para premiar soldados e administradores que se
destacavam em suas atribuies, mas que no tinham
direito a se assentar na alta nobreza em Roma. Com o
incio da Idade Mdia e o incio do sistema Feudal, houve
toda uma mudana na sociedade nobilirquica. Baro se
refere a homem, varo, pessoa poderosa pela posio ou
riqueza.
Baronete (Baronet) o mais baixo ttulo de nobreza
hereditrio britnica. inferior ao de Baro (Baron) e
superior ao de Cavaleiro (Knight). Usa-se comumente o
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A Herldica Descubra suas razes medievais
70
prefixo Sir seguido do primeiro nome, para homens e
Lady seguido do ltimo nome, para mulheres.
Cavaleiro tambm um ttulo
nobilirquico dado aos fidalgos
vassalos do rei que, juntamente
com os homens de armas que os
senhores das terras eram
obrigados a apresentar como
lanas, os escudeiros e cavaleiros
nobres, os cavaleiros das ordens
religiosas e dos concelhos que
tambm eram conhecidos por
cavaleiros-vilos constituam a Cavalaria. Na Idade
Mdia, especialmente na poca das Cruzadas, com a
instituio da Cavalaria o cavaleiro ficou intimamente
ligado a um cdigo de conduta e honra, que definia no
s a arte da guerra, mas tambm envolvendo o
comportamento social.
Nomeao de um Cavaleiro
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Claudio Campacci
71
A Nobreza Brasileira
no perodo Imperial
Nobreza Brasileira compreende os detentores
dos ttulos nobilirquicos agraciados agraciados
durante o Imprio
do Brasil no sculo XIX,
sendo que alguns dos
nobres brasileiros tinham
ascendncia na nobreza
portuguesa. Sua formao
inicial teve como base os
ttulos de nobreza de
Portugal, sendo constituda
dos principais ttulos de
nobreza. Hierarquicamente,
os membros da elite do pas
que detivessem ttulos nobilirquicos, encontravam-se
acima da elite no pertencente a nobreza, pois tal ttulo
A
Foto do sculo XIX da famlia imperial brasileira
-
A Herldica Descubra suas razes medievais
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servia como forma de ostentao de poder poltico e/ou
origem familiar ilustre.
Ao transferir-se para o Brasil, em 1808, Dom Joo VI deu
incio a nobreza brasileira, distribuindo ttulos de nobreza,
tendo, at 1821, tendo agraciado 28 marqueses, 8
condes, 16 viscondes e 21 bares, quatro deles
brasileiros natos: baronesa de So Salvador de Campos,
baro de Santo Amaro, baro de So Joo Marcos e
baro de Goinia. Em seus primeiros oito anos no Brasil
Dom Joo VI outorgou mais ttulos de nobreza do que em
todos os trezentos anos anteriores da histria da
monarquia portuguesa, fato que no teve continuidade,
pois nos outros anos da poca imperial brasileira, apenas
uma vez ao ano que o Imperador do Brasil agraciava
membros da nobiliaquia com ttulos nobilirquicos.
Para alm desses ttulos nobilirquicos, a nobreza era
formada por um grande nmero de aristocratas menores,
que compunham a corte brasileira exercendo, no mais
das vezes, diferentes funes: camareiros-mores,
mordomos-mores, capites-mores, fidalgos, damas-de-
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Claudio Campacci
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honra, veadores etc. Pessoas que recebessem
condecoraes das imperiais ordens honorficas tambm
eram includas, em diferentes graus, nobreza.
O ttulo nobilirquico no dava nenhum privilgio especial
ao agraciado, alm do status perante a sociedade. Os
filhos de nobres, entretanto, tinham o direito de entrar na
Marinha diretamente no posto de aspirante, no Exrcito
como cadete; um privilgio concedido tambm aos filhos
de oficiais da Guarda Nacional. Os ttulos nobilirquicos
serviam como ostentao de poder poltico e status entre
a elite, notadamente os grandes proprietrios rurais.
Muitos dos nobilitados, entretanto, eram descendentes
diretos da nobreza portuguesa especialmente as famlias
chegadas nos primeiros sculos da colonizao nos
estados da Bahia, Pernambuco, Sergipe, So Paulo e
mais intensamente no Rio de Janeiro. Entre 1831 a 1840
sob a Regncia Trina Provisria no houve nomeao
alguma a ttulos e honrarias.
A partir do Segundo Imprio, sob o imperador Dom Pedro
II e o advento do ciclo comercial do caf, foram os
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A Herldica Descubra suas razes medievais
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grandes cafeicultores que passaram a colecionar tais
ttulos, na sua maioria recebiam apenas ttulos de baro,
ficando conhecidos como os bares do caf. O baronato
acabava por ser uma espcie de legitimao de poder
local, muito aos moldes dos coronis da extinta Guarda
Nacional, fazendo-os intermedirios entre o povo e o
Governo.
Vale ressaltar que muitos bares apoiaram o golpe
republicano de 1889, principalmente aps a abolio da
escravatura em 1888 assinada pela princesa Isabel,
sendo dois dos principais focos dessa insurgncia Itu e
Sorocaba no estado de So Paulo. Durante este perodo
a famlia imperial procurou amainar os sentimentos
republicanos com uma ampla distribuio de ttulos,
principalmente entre importantes lderes polticos nas
provncias e descendentes de nobres, foram 114 no ano
de 1888 e 123 em 1889.
Repblica
Com a proclamao da Repblica em 15.11.1889
extinguiram-se os foros de nobreza brasileiros. Tambm,
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Claudio Campacci
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ficou proibida, sob pena de acusao de alta traio e a
suspenso de direitos polticos, a aceitao de foros de
nobreza e condecoraes estrangeiras sem a devida
permisso do Estado. Por respeito e tradio,
especialmente aos nobres de maior destaque, foi
permitido uso de seus ttulos mesmo durante o regime
republicano; exemplo notrio o baro do Rio Branco.
Maior represso sofreu o grupo de ativistas monarquistas,
que precisaram manter o diretrio monrquico de maneira
no-oficial. O ncleo da famlia imperal que havia sido
exilada na Europa tambm no pde retornar ao Brasil
em 1921, quando foi autorizado o seu retorno, no governo
do presidente Epitcio Pessoa.
O processo de escolha
Os ttulos nobilirquicos no eram hereditrios, mas
mesmo assim, os candidatos no poderiam apresentar
em sua genealogia nenhum dos impedimentos da poca:
Bastardia : os direitos e o estatuto legal dos bastardos foi
variado em diversas culturas, em diversas pocas. Estes
geralmente no tinham direito herana dos pais ou das
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A Herldica Descubra suas razes medievais
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mes, mas frequentemente recebiam doaes ou honras
dos pais ou irmos legtimos, ou os testamentos dos pais
podiam determinar uma herana especfica. Na maioria
dos casos dava impedimento a recebimento de ttulos de
nobreza. Tambm as acusaes de bastardia serviam
para retirar rivais do caminho das sucesses ou heranas
dos pais. Por exemplo Isabel de Castela, Espanha usou
esta arma para afastar Joana de Castela do trono
castelhano e Filipe I de Portugal argumentou a
ilegitimidade Dom Antnio, Prior de Crato.
Lesa Majestade: O crime de lesa-majestade foi definido
dentro das Ordenaes Filipinas e abrangia variadas
situaes. Os condenados eram punidos com execuo
pblica por meio de tortura, seus bens se tornariam
propriedade da Coroa e sua famlia condenada a infamia.
As Ordenaes Filipinas elaborada por Filipe I da
Espanha em 1595, serviu de base do direito portugus at
o sculo XIX, e muitos termos tiveram vigncia no Brasil
at o advento do Cdigo Civil de 1916. Texto original do
sculo XIX da Lesa Majestade: "Lesa-majestade quer
dizer traio cometida contra a pessoa do Rei, ou seu
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Claudio Campacci
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Real Estado, que he to grave e abominvel crime, e que
os antigos Sabedores tanto estranharo, que o
comparvo lepra; porque assi como esta enfermidade
enche todo o corpo, sem nunca mais se poder curar, e
empece ainda aos descendentes de quem a tem, e aos
que com elle converso, polo que he apartado da
communicao da gente: assi o erro da traio condena o
que a commette, e empece e infama os que de sua linha
descendem, posto que no tenham culpa".
Ofcio mecnico: Era um dos impedimentos para receber
ttulos nobilirquicos no Brasil e em Portugal durante o
Imprio. Discriminava pessoas que trabalhavam (ou
haviam trabalhado) com as mos ou exerciam ofcios
mecnicos como: sapateiro, ferreiro, latoeiro, marceneiro,
carpinteiro, etc, atividades consideradas inferiores.
Sangue infecto: era a caracterstica dada aos judeus,
mouros, africanos e seus descendentes. Esta prtica
denominao surgiu em Portugal e Espanha no final da
Idade Mdia e servia para discriminar estas populaes,
sendo utilizada como motivo para proibir seu acesso a
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A Herldica Descubra suas razes medievais
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cargos pblicos e religiosos e ttulos honorficos. Os
interessados nestes cargos eram investigados pelos
menos at a quarta gerao. Esta prtica foi tambm
adotada no Brasil, em relao aos ttulos de nobreza.
Aqueles que recebiam os ttulos de nobreza no Imprio
eram cuidadosamente escolhidos por um conjunto de atos
prestados e ascendncia nobre familiar, alm disso, a
maioria dos galardoados tinham de pagar uma vultosa
quantia pela honraria nobilirquica, mesmo se para seus
filhos perpetuarem os ttulos. Isso no inclui os ltimos
dois anos do Segundo Imprio sob a regncia de Dom
Pedro II, quando a Coroa brasileira, desesperada em
funo dos rumores de golpe de Estado por parte dos
republicanos, passou a distribuir mais ttulos
nobilirquicos, a alguns cidados da elite do pas
pertencentes a oligarquia, mas que no tinham
ascendncia na nobreza. Para ser nobre, segundo a
tabela de 02.04.1860, custava, em contos de ris
Duque: 2:450$000
Marqus: 2:020$000
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Claudio Campacci
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Conde: 1:575$000
Visconde: 1:025$000
Baro: 750$000
Alm desses valores, havia os seguintes custos:
Papis para a petio: 366$000
Registro do braso: 170$000
Uma lista dos possveis
agraciados era elaborada
ministrio do Imprio, com
sugestes de seus colegas, dos
presidentes das provncias e de
outras pessoas influentes. As
listas eram enviadas aprovao
do Imperador, sendo
apresentadas, dois perodos ao
ano: 2 de dezembro, aniversrio
do Imperador; 14 ou 25 de
maro, respectivamente, aniversrio da Imperatriz e
aniversrio do juramento da Constituio.
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O alto custo um dos motivos pelos quais os baronatos
geralmente restringiam-se a uma pessoa, ou porque, no
caso de haver mais de um nobre com o mesmo ttulo,
raramente eram da mesma famlia. Outra razo pela
brevidade dos ttulos porque tal sistema nobilirquico
no durou mais do que trs geraes, sendo logo
derrubado pela proclamao da Repblica em
15.11.1889.
Alguns nobres brasileiros, recebiam a distino "com
grandeza", que os autorizava a usar em seu braso de
armas a coroa do ttulo imediatamente superior por
exemplo, um baro poderia usar em seu braso a coroa
de visconde. Tambm, um "grande do Imprio" desfrutava
de outros privilgios e precedncias que o ttulo
imediatamente superior gozava. A grandeza foi conferida
a 135 bares, que usavam a coroa de visconde em seus
brases, e a 146 viscondes, que usavam a coroa de
conde.
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Claudio Campacci
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Registros de nobreza
Os registros eram feitos nos livros do antigo Cartrio de
Nobreza e Fidalguia. Porm, possvel encontrar vrios
registros com erros e contradies, variando desde
brases imprecisos a datas e nomes errados, denotando
a falta de intimidade brasileira com tal sistema
nobilirquico, herdado da nobreza portuguesa. Em 1848
desapareceram misteriosamente todos os documentos do
Cartrio de Nobreza e Fidalguia, que altura era de
responsabilidade de Possidnio da Fonseca Costa, ento
o rei de Armas Principal, fato que dificulta em muito o
registro de ttulos nobilirquicos concedidos durante o
Primeiro Reinado sob Dom Pedro I. Lus Aleixo
Boulanger, seu sucessor, buscou reaver parte dessa
documentao, produzindo um nico livro com parte da
primeira gerao da nobreza brasileira.
No total, ao longo dos dois reinados, foram criados 1211
ttulos de nobreza: 3 ducados, 47 marquesados, 51
condados, 235 viscondados e 875 baronatos. O nmero
total de agraciados, contudo, foi menor com cerca de 980
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A Herldica Descubra suas razes medievais
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pessoas, pois muitos receberam mais de um ttulo. Esses
nmeros no so totalmente precisos, pois h dvidas
sobre a validade e mesmo a existncia de alguns ttulos.
Muito dessa dvida se deve perda
A perseguio dos judeus
na pennsula Ibrica
ntes de listar os sobrenomes que os judeus
adotaram, importante esclarecer o que so os
Cristos-Novos e porque muitos foram
perseguidos e at mortos na Inquisio catlica
portuguesa e espanhola.
A
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Claudio Campacci
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Num perodo em que o poder papal e religioso catlico
confundia-se com o poder real, o Papa Gregrio IX, em 20
de abril de 1233 editou duas bulas que marcam o incio da
Inquisio, instituio da Igreja Catlica Romana que
perseguiu, torturou e matou vrios de seus inimigos, ou
quem ela entendesse como inimigo, acusando-os de
hereges, por vrios sculos. A bula "Licet ad
capiendos", a qual verdadeiramente marca o incio da
Inquisio, era dirigida aos inquisidores, e era do seguinte
teor:
"Onde quer que os ocorra pregar, vs estais facultados,
se os pecadores persistem em defender a heresia apesar
das advertncias, a privar-los para sempre de seus
benefcios espirituais e proceder contra eles e todos os
outros, sem apelao, solicitando em caso necessrio a
ajuda das autoridades seculares e vencendo sua
oposio, se isto for necessrio, por meio de censuras
eclesisticas inapelveis"
No mesmo ano, foi nomeado inquisidor da regio de
"Pays de la Loire", Robert el Bougre, que com saques e
execues em massa, logo aps dois anos foi promovido
a responsvel pela inquisio em toda a Frana. Em
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A Herldica Descubra suas razes medievais
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1252, o Papa Inocncio IV editou a bula "Ad extirpanda",
a qual instituiu o Tribunal da Inquisio e autorizava o uso
da tortura. O poder secular era obrigado a contribuir com
a atividade do tribunal da igreja.
Nos processos da inquisio a denncia era prova de
culpabilidade, cabendo ao acusado a prova de sua
inocncia. O acusado era mantido incomunicvel;
ningum, a no serem os agentes da Inquisio, tinha
permisso de falar com ele; nenhum parente podia visit-
lo. Geralmente ficava acorrentado. O acusado era o
responsvel pelo custeio de sua priso. O julgamento era
secreto e particular, e o acusado tinha de jurar nunca
revelar qualquer fato a respeito dele no caso de ser solto.
Nenhuma testemunha era apresentada contra ele,
nenhuma lhe era nomeada; os inquisidores afirmavam
que tal procedimento era necessrio para proteger seus
informantes. A tortura s era aplicada depois que uma
maioria do tribunal a votava sob pretexto de que o crime
tornara-se provvel, embora no certo, pelas provas.
Muitas vezes a tortura era decretada e adiada na
esperana de que o medo levasse confisso. A
confisso podia dar direito a uma penalidade mais leve e
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Claudio Campacci
85
se fosse condenado morte apesar de confesso, o
sentenciado podia "beneficiar-se" com a absolvio de um
padre para salv-lo do inferno.
A tortura tambm podia ser aplicada para que o acusado
indicasse nomes de companheiros de heresia. As
testemunhas que se contradiziam podiam ser torturadas
para descobrir qual delas estava dizendo a verdade. No
havia limites de idade para a tortura, meninas de 13 anos
e mulheres de 80 anos eram sujeitas tortura. As penas
impostas pela inquisio iam desde simples censuras
(leves ou humilhantes), passando pela recluso carcerria
(temporria ou perptua) e trabalhos forados nas
galeras, at a excomunho do preso para que fosse
entregue s autoridades seculares e levado fogueira.
Castigos esses normalmente acompanhados de
flagelao do condenado e confiscao de seus bens em
favor da igreja. Podia haver privao de herana at da
terceira gerao de descendentes do condenado.
Obrigao de participar de cruzadas tambm foi pena
durante o sculo XIII. Na priso perptua, considerada um
gesto de misericrdia, o condenado sobrevivia a po e
gua e ficava incomunicvel. Nem o processo nem a pena
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A Herldica Descubra suas razes medievais
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suspendiam-se com a morte, pois a inquisio mandava
"queimar os restos mortais do herege e levar as cinzas ao
vento", confiscando as propriedades dos herdeiros. Havia
tambm, muito comum na inquisio portuguesa e na
espanhola, a execuo em efgie, onde era queimada a
imagem do condenado, quando este fugia e no era
encontrado. Livros tambm eram levados fogueira.
Entre esses inimigos os judeus eram o principal alvo.
At fins do sculo XV os judeus portugueses viveram em
relativa paz social, apesar de vrios perodos de comoo
onde a minoria judaica pde sentir o peso da opresso da
Igreja Catlica. Foi no perodo entre 1450 e 1480 que
houve maior estabilidade comunitria, quando ento
alcanaram significativas projees no reino portugus,
como ministro de Estado, mdicos, advogados,
procuradores, mercadores, financistas, intelectuais e
gegrafos. Aps esta fase, comeam os trs sculos de
grandes perseguies e sofrimentos que os conduziram a
trs diferentes caminhos: manter-se no judasmo e assim
serem condenados pela Inquisio, muitas vezes a pena
de morte numa fogueira, fugirem para estados mais
liberais como os Pases Baixos e Inglaterra ou que a
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Claudio Campacci
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maioria optou em se converterem como Cristos-Novos,
isto , serem batizados como novos Catlicos.
Aps 1480 as relaes judaico-crists deterioram-se
rapidamente, agravadas pela chegada de
aproximadamente 60.000 fugitivos judeus perseguidos
pela Inquisio espanhola e expulsos da Espanha em
31.03.1492 pelos Reis Fernando e Isabel, pelo fato de se
converterem ao catolicismo
Dom Joo II (imagem), influenciado por judeus
importantes na Corte,
acolhe-os, mas impe-lhes o
pagamento de oito ducados
de ouro, quantia deveras
elevada para a poca, para
permanecerem em terras
lusitanas (os que no
podiam pagar este valor
viam metade dos seus bens
confiscados para a Coroa). Pretendia-se a fixao de
operrios especializados, que faltavam em Portugal.
Falecido Dom Joo II, sucede-lhe seu filho Dom Manuel I,
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A Herldica Descubra suas razes medievais
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monarca que se revelou tolerante para com os judeus que
no podiam pagar. Em Portugal a situao se agrava com
o contrato de casamento entre Dom Manuel I e Isabel,
princesa espanhola filha dos reis catlicos. A influncia do
inquisidor geral Torquemada, orientador espiritual da
princesa, determina a obrigatoriedade da clusula de
expulso dos judeus de Portugal, como j o eram na
Espanha.
Neste perodo, algumas leis portuguesas, apesar de
discrimin-los. Objetivavam assimilar esta parte do povo;
o filho de judeu que se convertesse ao catolicismo tinha
desde logo o direito de receber sua parte da herana,
supondo-se falecidos os pais, para este efeito. Era
proibido ao judeu deserdar seu filho por mudanas de
crena.
Em 1496, no Ms de dezembro, estando Dom Manuel I
em Muge, expediu-se o dito de expulso dos judeus,
dando-se o prazo de 10 meses, sob pena de morte e
confisco de todos os seus bens, para a sada definitiva do
pas. Este dito obrigou os judeus a vender suas
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Claudio Campacci
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propriedades e negcios muito abaixo do preo de
mercado e muitos casos nem receberam o valor pedido.
Por determinao real, todos os portos portugueses,
exceto o de Lisboa, foram fechados para a emigrao
judaica. A secreta deciso oficial de no deix-los partir,
mesmos expulsos, e a no existncia de navios
disponveis e mantimentos necessrios s viagens
ocasionou grande concentrao de hebreus nesta praa.
Em abril de 1497, expediram-se ordens para que se
tomassem os filhos menores de quatorze anos dos judeus
que, converso ao catolicismo, houvessem optado pelo
desterro. E que as crianas judias fossem distribudas
pelas cidades e aldeias, para que se criassem e se
educassem no seio de famlias catlicas.
Quando a notcia deste decreto transpirou entre o povo
banido, o terror grassou por todos os pontos do pas.
Gritos de mes, de cujos braos arrancavam os filhos;
gemidos e desespero de pas e irmos; reaes e lutas
dos mais fortes e audaciosos; lgrimas e inteis splicas
dos mais fracos e tmidos convertiam o reino portugus no
cenrio de um drama diablico. Muitos pais, no delrio da
resistncia, preferiam matar os filhos e, logo aps,
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A Herldica Descubra suas razes medievais
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suicidar-se a entreg-los aos oficiais do rei. No decurso
desta perseguio, os judeus conheceram a dura sorte
que os esperava. Queriam compeli-los a qualquer custo,
aceitao do batismo catlico.
Em outubro de 1497, aglomeravam-se em Lisboa, mais
de vinte mil judeus, quando ento se celebrou a mais
desumana manifestao de opresso e violncia. Uma
macabra festa onde a comunidade portuguesa,
encabeada por padres e protegida por oficiais rgios,
caiu sobre homens, mulheres e velhos judeus e, depois
de batizar violentamente os jovens judeus, passaram a
batizar adultos e velhos. Os que resistiam eram
golpeados e arrastados pelos cabelos pia batismal.
Oprimidos, humilhados, expulsos, espoliados, violentados,
sem direito a qualquer justia terrestre, alquebrados pela
fome, pelos maus tratos, com suas mentes j no limites
da loucura, suas almas despedaadas, postos entre a
possibilidade da morte a que a lei os condenava se no
sassem de Portugal e os obstculos levantados pelo
legislador para que sua sada do pas se tornasse
impossvel, estes infelizes curvavam a cabea e
submeteram-se ao batismo catlico.
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O sacrifcio estava consumado. Os batizados, agora no
mais judeus e sim cristos novos, continuaram expostos
malevolncia popular que no tardaria a acus-los da
criminosa atitude de voltar, no segredo de seus lares,
prtica do Judasmo. Tal clima desencadeou em 15 de
abril de 1506, o morticnio de milhares de judeus no
pogrom de Lisboa. No Domingo seguinte, ao meio-dia,
celebrados os ofcios examinavam o povo a suposta
Maravilha, isto , o aparecimento de uma estranha luz,
contra cuja autenticidade recrescia suspeita no esprito de
muitos espectadores. Achavam-se entre estes um cristo-
novo, ao qual escaparam da boca manifestaes
imprudentes de incredulidade acerca do milagre. A
indignao dos crentes, excitadas, provavelmente pelos
autores da burla, comunicou-se multido. O miservel
blasfemador arrastado para o adro, assassinado e
queimado o seu cadver. Seguiu-se um longo drama de
anarquia. Os cristos-novos que andavam pelas ruas,
desprevenidos, eram mortos ou feridos, e arrastados para
as fogueiras que rapidamente se tinham armado, tanto no
Rossio como nas Ribeiras do Tejo. Nesta praa foram
queimadas, nesta tarde, cerca de trezentas pessoas.
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Alguns, porm, ao longo de todas as perseguies,
conseguem fugir e assim, judeus portugueses fundam, em
1593, as primeiras comunidades de Amsterdam, nos
Pases-Baixos.
Gaspar de Lemos, o judeu, tambm conhecido como
Gaspar da Gama (por ter
sido adotado por Vasco da
Gama, nas ndias) ou
Gaspar das ndias, capito-
mor de Pedro lvares
Cabral, do navio que levava
os mantimentos da
expedio que descobriu o
Brasil em 1500, era
homem que