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A GESTÃO DO CONHECIMENTO COMO FATOR DETERMINANTE PARA MELHORIA DE PROCESSOS ESTRATÉGICOS: ESTUDO DE CASO NAS LOJAS MEGA TAGUATINGA SHOPPING/DF. Dayane Guimarães de Melo 1 Flávia Barboza Pires 2 Luis Carlos Spaziani 3 RESUMO Na era do conhecimento e de tantas transformações no processo de globalização, é necessário dar maior importância às pessoas do que aos bens tangíveis. Desta forma, aproveitar os recursos existentes dentro da organização para favorecer o conhecimento geral, torna-se uma tendência, visto que para atingir os melhores resultados é preciso deter os valiosos conhecimentos das pessoas a fim de aperfeiçoar os processos internos e agregar valor à organização. Neste contexto surge o conceito da gestão do conhecimento (GC), que nada mais é que estimular, facilitar, compartilhar o uso e a criação do conhecimento em toda a empresa. Com a GC, as pessoas são incentivadas a compartilhar aquilo que sabem e assim inserir o aprendizado no trabalho elevando a produtividade da companhia. Portanto nota-se que a prática efetiva da GC é fundamental nesse processo, ela é uma forma de condução das estratégias da empresa para o alcance do sucesso organizacional. Verificou-se que a organização estudada na pesquisa possui ferramentas de GC, porém por falta de acompanhamento gerencial, os processos e rotinas que são influenciados pela GC não estavam sendo utilizados da maneira correta, gerando falhas no processo operacional. Palavras Chaves: Globalização. Compartilhar. Agregar valor. ABSTRACT In the era of knowledge and so many changes in globalization, it is necessary to pay more attention to people than to tangible assets. Thus, leverage existing resources within the organization to promote general knowledge, it becomes a trend, since to achieve the best results it is necessary to hold the valuable knowledge of the people in order to improve internal processes and add value to the organization. In this context the concept of knowledge management (KM), which is nothing more than encourage, facilitate, share the use and creation of knowledge across the enterprise arises. With the KM, people are encouraged to share what they know and so enter the workplace learning by raising the productivity of the company. Therefore we note that the effective practice of KM is critical in this process, it is a way of conducting business strategies to achieve organizational success. It was found that the organization has studied the research of KM tools, but for lack of managerial oversight, processes and routines that are influenced by the GC were not being used properly, causing failures in the operating process. Keywords: Globalization. Share. Add value. 1 Egressa do curso de Gestão de Recursos Humanos, dez/2013. 2 Egressa do curso de Gestão de Recursos Humanos, dez/2013. 3 Professor Orientador Engenheiro, Especialista em Administração e Recursos Humanos e Mestre em Economia do Meio Ambiente.

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A GESTÃO DO CONHECIMENTO COMO FATOR DETERMINANTE PARA

MELHORIA DE PROCESSOS ESTRATÉGICOS: ESTUDO DE CASO NAS LOJAS

MEGA TAGUATINGA SHOPPING/DF.

Dayane Guimarães de Melo1

Flávia Barboza Pires2

Luis Carlos Spaziani3

RESUMO Na era do conhecimento e de tantas transformações no processo de globalização, é necessário dar maior

importância às pessoas do que aos bens tangíveis. Desta forma, aproveitar os recursos existentes dentro da

organização para favorecer o conhecimento geral, torna-se uma tendência, visto que para atingir os melhores

resultados é preciso deter os valiosos conhecimentos das pessoas a fim de aperfeiçoar os processos internos e

agregar valor à organização. Neste contexto surge o conceito da gestão do conhecimento (GC), que nada mais é

que estimular, facilitar, compartilhar o uso e a criação do conhecimento em toda a empresa. Com a GC, as

pessoas são incentivadas a compartilhar aquilo que sabem e assim inserir o aprendizado no trabalho elevando a

produtividade da companhia. Portanto nota-se que a prática efetiva da GC é fundamental nesse processo, ela é uma forma de condução das estratégias da empresa para o alcance do sucesso organizacional. Verificou-se que a

organização estudada na pesquisa possui ferramentas de GC, porém por falta de acompanhamento gerencial, os

processos e rotinas que são influenciados pela GC não estavam sendo utilizados da maneira correta, gerando

falhas no processo operacional.

Palavras Chaves: Globalização. Compartilhar. Agregar valor.

ABSTRACT In the era of knowledge and so many changes in globalization, it is necessary to pay more attention to

people than to tangible assets. Thus, leverage existing resources within the organization to promote general

knowledge, it becomes a trend, since to achieve the best results it is necessary to hold the valuable knowledge of

the people in order to improve internal processes and add value to the organization. In this context the concept of

knowledge management (KM), which is nothing more than encourage, facilitate, share the use and creation of

knowledge across the enterprise arises. With the KM, people are encouraged to share what they know and so enter the workplace learning by raising the productivity of the company. Therefore we note that the effective

practice of KM is critical in this process, it is a way of conducting business strategies to achieve organizational

success. It was found that the organization has studied the research of KM tools, but for lack of managerial

oversight, processes and routines that are influenced by the GC were not being used properly, causing failures in

the operating process.

Keywords: Globalization. Share. Add value.

1 Egressa do curso de Gestão de Recursos Humanos, dez/2013. 2 Egressa do curso de Gestão de Recursos Humanos, dez/2013.

3 Professor Orientador – Engenheiro, Especialista em Administração e Recursos Humanos e Mestre em

Economia do Meio Ambiente.

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INTRODUÇÃO

Diante do contexto globalizado em que as organizações atualmente estão

inseridas, onde as mudanças mercadológicas são constantes, é de suma importância que as

organizações saibam lidar com a competitividade e dinamicidade que lhes são intrínsecas. Um

fator determinante de sobrevivência a este mercado é adquirir novos conhecimentos. É preciso

saber e agir de forma estratégica, alinhar fatores responsáveis por uma competitividade

saudável e responsável. É necessário obter informações oportunas, gestão que funcione de

forma estratégica, gerando vantagem competitiva.

As organizações deverão sair do modelo tradicional de gestão e migrar para o

modelo de GC para obter vantagem competitiva sustentável. A GC parte da

premissa de que todo o conhecimento existente nas organizações, na cabeça das

pessoas, nas veias dos processos e no coração dos departamentos, pertence também

à organização. Em contrapartida, todos os colaboradores podem usufruir de todo o

conhecimento presente na organização. (ANGELONI, 2008 p. 12).

De forma empírica, conhecimento é o fato ou a condição do saber, obtido por

meio da vivência, da experiência ou de uma associação. Todo este saber reside ou tem

potencial para ser guardado na nossa mente, e/ou serem armazenados em uma organização,

em seus processos, produtos, serviços, sistemas e documentos.

A GC é tratada como um modelo de gestão dedicado a alavancar, compartilhar e

gerar riquezas a partir do capital intelectual. Paiva (1999, p.79) revela que “o conhecimento

passou a representar diferente potencial competitivo, para as empresas que sabem adquiri-lo,

mantê-lo e utiliza-lo de forma eficiente e eficaz”. Assim, para implantar a GC as empresas

devem se ver como uma comunidade humana, onde o conhecimento coletivo representa o

maior diferencial.

É no conhecimento coletivo que se baseiam as competências essenciais ao

desenvolvimento do trabalho. Pode-se dizer também que a GC representa um conjunto

interdependente de práticas organizacionais destinadas a promover a criação, o

compartilhamento e o uso efetivo dos saberes individuais e coletivos das pessoas que

trabalham em uma comunidade.

Praticada de forma consciente ou informal, a GC é uma atividade fundamental no

processo de maturação de uma organização, pública ou privada, qualquer que seja o seu setor

de atividade. Ela contribui para transformar as experiências individuais e coletivas em

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informações estratégicas da organização e para construir o seu patrimônio principal: o corpo

humano com uma inteligência direcionada para o cumprimento de sua missão na sociedade.

OBJETIVO

O presente trabalho tem por objetivo verificar como as Lojas Mega S/A do

Taguatinga shopping-DF, utiliza a gestão do conhecimento (GC) no dia a dia, bem como este

gerenciamento influencia as operações existentes na loja e identificar o GAP (lacunas) da

informação. Ash (2000) afirma que uma comunicação efetiva é essencial para qualquer

programa de gestão do conhecimento.

CONTEXTUALIZAÇÃO DA EMPRESA

Miguel Jacobino foi quem começou a escrever a história das Lojas Mega,

morando em São Paulo decidiu-se pela indústria fabril, instalando a fábrica no bairro

Navegante. Comercializava capas de pura lã e capas do vestuário masculino, resistentes ao

frio, ao vento e às chuvas, tornando-se uma peça de roupa indispensável tanto para o paulista

da campanha e aos caixeiros-viajantes, como também ao homem da cidade. Em 1922,

acontece a primeira experiência comercial: um simples posto de venda da fábrica, num

pequeno ponto da Rua Duque de Caxias, em São Paulo. Com o tempo, a Lojas Mega foi

conquistando a preferência dos consumidores, não só pela comercialização de artigos de

vestuário, como também pela inclusão dos departamentos de eletro portáteis, bazar e artigos

para presente, móveis, utensílios para o lar, artigos esportivos, cama, mesa e banho. Assim,

em 1945, inaugurou a primeira loja de departamentos - Loja Mega Mix, nos anos seguintes,

outras lojas espalhadas pelo Brasil foram inauguradas.

Em 2005, a Mega foi vendida para o mercado financeiro, tornando-se a 1ª

Corporation (empresa vendida 100% ao mercado financeiro) no Brasil. Atualmente, é a

segunda maior rede de lojas de departamentos de vestuário no Brasil, e tem mais de 200 lojas

espalhadas pelo Brasil. É considerada uma marca consolidada no mercado. Com mais de 15

mil colaboradores a companhia tem de enfrentar as barreiras da comunicação, ou seja, como

fazer a informação chegar de forma ágil, eficiente e por todos os meios disponíveis; e como

gerir o conhecimento e gerar competitividade.

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Diante desse cenário, a organização tem se dedicado ao desenvolvimento de

projetos e práticas que eliminem as falhas do sistema de informação, a criação de programas

que valorizam o capital intelectual, a preparação do colaborador frente ao mercado

competitivo e inovador. A organização tem como missão, ser a maior e melhor loja de

departamentos das Américas para o segmento médio/alto dos consumidores com diferentes

estilos, sempre com moda, qualidade, preços competitivos e excelência nos serviços

prestados, encantando e inovando.

DIAGNÓSTICO DO PROBLEMA

Durante a etapa de diagnóstico da empresa, por meio de vivência diária na

organização, um fato despontou entre os mais observáveis e despertou o desejo de estudar o

assunto: a ausência do acompanhamento e treinamento para funcionários novos. Os

funcionários antigos apresentam dificuldades em transmitir o conhecimento devido a grande

demanda da operação e falta de organização da rotina operacional. A partir desse dado, ficou

bastante evidente que a primeira barreira a ser vencida para se fazer gestão do conhecimento

na empresa era fazer com que os colaboradores percebessem que a informação, o

conhecimento e a comunicação faziam parte de uma mesma tríade, indissociáveis e

dependentes.

Mesmo com alguns canais de comunicação existentes, observa-se claramente que

ainda há uma grande divergência na forma como essa informação existente é gerenciada, pois

desde as informações mais elementares às mais complexas, o colaborador não tem ciência

sobre qual mecanismo poderá acionar para encontrar um determinado conhecimento. Pode-se

observar também, a ausência de acompanhamento por parte dos gestores. Em decorrência

desse fato, ainda há uma grande lacuna entre a informação desejada e o colaborador, gerando

falta de agilidade e baixa iniciativa na tomada de decisão. “O conhecimento só agrega valor à

organização e se torna um ativo corporativo à medida que ele se torna mais acessível.”

Davenport e Prusak (2003).

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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O conceito de Gestão do Conhecimento surgiu no início da década de 90 e,

segundo SVEIBY (1998, p. 3), “a Gestão do Conhecimento não é mais uma moda de

eficiência operacional, foi incorporado à estratégia empresarial”. Porém a partir da segunda

metade do século XX que o tema Gestão do Conhecimento se tornou mais notória e o

conhecimento passou a ser algo mais evidente e valorizado. Segundo Toffler (1994), a

diferença desta fase atual de desenvolvimento capitalista fomentada a partir de uma

“Revolução da Informação” e as fases passadas, é que agora existe uma maior necessidade de

se gerar inovações, sendo dessa forma um fator crucial para a sobrevivência das organizações.

Para Chiavenato (2005), a palavra conhecimento pode ter vários e diferentes significados,

pode significar informação, conscientização, saber, cognição, sapiência, percepção, ciência,

experiência, qualificação, discernimento, competência, habilidade, prática, capacidade,

aprendizado, sabedoria, certeza etc.

O conhecimento confere uma ideia ou noção sobre algo aliado à experiência de

vida e ao discernimento sobre a vasta gama de dados, informações ou conhecimentos gerados

constantemente no ambiente, conforme Angeloni (2003) para se definir o que é conhecimento

é necessário distinguir os termos dado, informação e conhecimento. Os dados referem-se a

elementos descritivos de um evento, informam um estado da realidade. A informação não

possui sentido próprio, sendo o resultado de relações sistemáticas entre fatos.

O conhecimento é um conjunto de informações, não o acúmulo delas, mas um

agrupamento articulado, “significa compreender todas as dimensões da realidade, captando e

expressando essa totalidade de forma cada vez mais ampla e integral” (Angeloni, 2003, p. 16).

O conhecimento também pode ser definido como acúmulo de experiências. No

contexto organizacional pode-se defini-lo como o que as empresas sabem sobre os processos

organizacionais, advindos de experiências passadas, e o que elas sabem sobre seus clientes,

produtos, erros e sucessos do passado. Além disso, a experiência deve ser considerada para

dinamização de processos organizacionais presentes e futuros.

Davenport e Prusak (1998) definem conhecimento como uma mistura fluida de

experiência, valores e informações que servem para gerar novas informações, ou seja, novos

formas de conhecimento, dando ao conhecimento uma conotação similar a um sistema de

feedback, ou seja, o conhecimento gera conhecimento. E que ao longo do tempo se

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desenvolve, seja por experiências, por livros, por formações curriculares ou mesmo por uma

forma informal, como num dialogo entre amigos.

Nonaka e Takeuchi (2001) citam que conhecimento não é a mesma coisa que

informação, pois conhecimento diz respeito a crenças e compromissos e a informação é uma

função de uma perspectiva ou atitude, haja vista a informação estar relacionada à atitude. Ou

seja, o conhecimento é a verdade sobre algo do ponto de vista de quem o detém ou utiliza.

Para compreender GC, deve-se iniciar descrevendo os conceitos de dado,

informação, conhecimento e chegando por fim, ao processo de GC. Esta dimensão mais

ampla de gerenciamento é relevante, portanto, define conhecimento e a matéria-prima da qual

ele emerge. Para tais definições, Davenport & Prusak (1998 p. 16) utilizam três grandes

definições:

Dado: a matéria-prima essencial, quantificável, quase uma substância física a ser

armazenada, movimentada e manipulada. Trata-se de um conjunto discreto e objetivo do

estoque de informação e conhecimento de uma empresa. Usualmente está armazenado em

bancos de dados ou documentos da empresa. Os dados em si não são dotados de relevância,

propósito e significado, mas são importantes porque são a matéria-prima essencial para a

criação da informação.

Informação: uma associação de elementos de dados que adquire significado em

algum contexto particular. As informações dizem algo, manifestando-se como uma mensagem

que contém emissor e receptor, cujo significado envolve uma nova interpretação baseada em

um conjunto de dados. Dentro de qualquer empresa há um complexo e contínuo fluxo de

informações, seja por meios tecnológicos, como sistemas computacionais, ou por meio da

interação entre as pessoas.

Conhecimento: é uma mistura fluida de experiências, valores, informação

contextual e intuição, formando um framework (um “painel”) na mente de uma pessoa que a

habilita a avaliar e obter novas experiências e informações. O conhecimento é a consequência

mental de angariar informações e, em sua forma mais desenvolvida, apresenta-se como a

capacidade de chegar a novas descobertas com base no aprendizado e na experiência. O

conhecimento pode ser comparado a um sistema vivo, que cresce e se modifica à medida que

interage com o meio ambiente.

Quando se fala em Gestão do Conhecimento nas organizações não se pode deixar

de falar sobre a Espiral do Conhecimento, para disseminar o conhecimento dos processos

entre as áreas, estruturar o processo de aprendizado e proporcionar aos novos contratados um

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ambiente de aprendizado dinâmico e focado nas necessidades da empresa, é um fluxo de

transformação do conhecimento.

A CONVERSÃO DO CONHECIMENTO

A Espiral do Conhecimento foi descrita por (Nonaka & Takeuchi 1997 p.80)

como um processo que necessita ser implantado para que a organização se transforme em uma

empresa que gera conhecimento. Para isso, a organização deve completar uma espiral que vai

do tácito para tácito, do explícito ao explícito, do tácito ao explícito, e finalmente, do explícito

ao tácito. Sendo assim, o conhecimento deve ser articulado e internalizado para tornar-se parte

da base de conhecimento de cada pessoa.

O Conhecimento Tácito é aquele que o indivíduo adquiriu ao longo da sua vida, é

difícil de ser formalizado ou explicado à outra pessoa, é subjetivo e inerente as habilidades de

um funcionário.

Conhecimento tácito é aquele adquirido ao longo da vida, que está na mente das

pessoas. Geralmente é difícil de ser formalizado ou explicado para alguém, pois é

subjetivo e inerente às habilidades de uma pessoa, como “know-how”. A palavra

tácito vem do latim tacitus, que significa “não expresso por palavras”. Já o

conhecimento explicito é aquele formal, claro, regrado, de fácil comunicação. Pode

ser formalizado em textos, desenhos, diagramas, e etc., bem como guardado em

bases de dados ou publicações. (DAVENPORT, T. H. e PRUSAK, L. 1998 p. 18).

A palavra explícito vem do latim explicitus, que significa “formal, explicado,

declarado”. O Conhecimento Explícito é aquele formal e claro, fácil de ser comunicado.

Geralmente encontra-se em forma de textos, diagramas, manuais, documentos, instruções,

artigos, revistas e tudo aquilo que formalize, explique ou declare determinado conhecimento.

Na espiral do conhecimento, a mescla do conhecimento tácito e explícito promove

o desenvolvimento integral dos colaboradores, indo além do que aprenderiam apenas em

livros e treinamentos tradicionais. Este processo será um fator fundamental na quebra dos

paradigmas empresariais que poderão contribuir negativamente para o desempenho das

equipes. Levará os colaboradores de um nível de competição a um nível de colaboração.

Através das etapas de socialização, externalização, combinação e internalização, os

integrantes das equipes serão trabalhados individualmente e em grupo, onde os

disseminadores da cultura da empresa e dos conhecimentos desta serão eles mesmos. Os

quatro passos para completar a Espiral do Conhecimento estão descritas a seguir (Figura 1):

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Figura 1 - Espiral do Conhecimento

Fonte: extraído de NONAKA & TAKEUCHI (1997, p. 80).

1º Passo - Socialização (tácito para tácito): Refere-se ao compartilhamento do

conhecimento tácito, por meio da observação, imitação ou prática. Segundo Davenport, T. H.

e Prusak, L. (1998 p.81), a base da socialização é a troca de experiências. Nela ocorre o

compartilhamento do conhecimento tácito do indivíduo, visto que os outros aprenderão

através das experiências dos próprios membros do time. Por meio da observação, imitação ou

prática, os companheiros de equipe também desenvolvem (cada um conforme sua capacidade)

este conhecimento tácito e assimilam à sua realidade. Pode-se dizer, portanto, que a

comunicação é feita de tácito para tácito.

2º Passo - Externalização (tácito para explícito): Ocorre a conversão do

conhecimento tácito em explícito e sua comunicação ao grupo por meio da escrita, fala ou

desenho. Seguindo o ciclo, para que a externalização aconteça, o conhecimento tácito de um

indivíduo é documentado com um conteúdo facilmente reproduzível para outras pessoas.

Aqui acontece a conversão do tácito para o explícito (DAVENPORT, T. H. e PRUSAK, L.,

1998 p. 81).

3º Passo - Combinação (explícito para explícito): Caracteriza-se pela

padronização do conhecimento, chama-se combinação por juntar dois tipos de conhecimentos

explícitos, tais quais, um manual, um guia de trabalho, uma publicação, um livro, etc. O

conhecimento está disponível em toda a parte nos dias de hoje. Seja na internet, nas

universidades, nos cursos livres. E, segundo Davenport, T. H. e Prusak, L. (1998 p.82), a

combinação, trata de unir os conhecimentos explícitos necessários para um determinado fim,

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compilando estas informações em uma mídia que possa ser transmitida e multiplicada. Aqui

acontece a conversão do explícito para o explícito.

4º Passo - Internalização (explícito para tácito): Ocorre quando os novos

conhecimentos explícitos são compartilhados na organização, desta forma, outras pessoas

começam a internalizá-los e o utilizam para incrementar, estender, assimilar e reorganizar seu

próprio conhecimento tácito. Com a disseminação de conhecimentos explícitos, os

colaboradores podem internalizá-los, onde este conhecimento adquirido irá somar às suas

experiências, aumentando, estendendo e reenquadrando seu próprio conhecimento tácito.

Aqui se vê a conversão do explícito para tácito (DAVENPORT, T. H. e PRUSAK, L., 1998

p.83).

É preciso atentar que para o sucesso desta conversão do conhecimento, é

necessário que os indivíduos envolvidos estejam suficientemente motivados para isto e que

haja a plena disseminação do conhecimento pela empresa (políticas e diretrizes), onde todos

convivam em um ambiente propício à colaboração.

Para a GC acontecer é preciso um foco único, objetivo, pois será necessário reunir

o capital humano, a cultura organizacional e a tecnologia da informação.

O PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO DA GESTÃO DO CONHECIMENTO.

A GC pode mudar de forma substancial o gerenciamento de uma organização,

mas muitas delas têm feito isso de forma estrita e reducionista. Da mesma maneira que as

outras atividades na organização são feitas de forma processual, a GC também precisa se

submeter a esse procedimento, sendo assim, o caminho natural é desenhar o processo através

de um planejamento e não simplesmente executar um projeto de GC. Como destacaram

Davenport e Prusak (1998) “a gestão do conhecimento é uma coleção de processos que

governa a criação, disseminação e utilização de conhecimentos”.

MATERIAIS E MÉTODOS

Foram observadas características de processos decorrentes na organização, desde

a entrada do colaborador (admissão) até o acompanhamento do mesmo durante suas

atividades diárias. Como instrumento de coleta dos dados, foi utilizado um questionário com 6

indicadores, onde se pôde mensurar aspectos referentes à GC, sob a ótica dos colaboradores. A

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2 pesquisa buscou dados reais sobre o tema. O universo da pesquisa constituiu-se de 70 funcionários,

distribuídos entre diversos setores da empresa. Os resultados desse questionário colaboraram

bastante para a pesquisa desenvolvida e sugestões de melhorias.

Segundo Ander-Egg (apud Marconi e Lakatos 1978, p.28), a pesquisa é um

“procedimento reflexivo sistemático, controlado e crítico, que permite descobrir novos fatos

ou dados, relações ou leis, em qualquer campo do conhecimento”. A pesquisa, portanto, é um

procedimento formal, como método de pensamento reflexivo, que quer um tratamento

científico e se constitui no caminho para conhecer a realidade ou para descobrir verdades

parciais.

ANÁLISE E DISCUSSÃO

Na análise do processo, verificou-se que os elementos pertinentes à GC

encontrados nas Lojas Mega não possuem uma estrutura completa e que falta

acompanhamento por parte dos gestores. Percebeu-se que em algum momento a GC é perdida

ou deixada de lado, pois não são processos contínuos nem difundidos por parte dos gestores,

prejudicando o atingimento das metas organizacionais estabelecidas. É nesse contexto que a

Gestão do Conhecimento se transforma em um valioso recurso estratégico para a rotina dos

colaboradores e da organização, visto que a GC deve passar a fazer parte da cultura da

organização para que todos os colaboradores entendam a sua necessidade frente a diversos

âmbitos organizacionais.

DISCUSSÃO

A presente pesquisa teve seu foco principal na melhoria dos processos estratégico

da Gestão do Conhecimento nas organizações. Para o alcance deste objetivo, foi aplicado um

questionário na empresa. Participaram do questionário 70 colaboradores, este questionário

consistia em 06 (seis) questões objetivas, e os participantes foram selecionados por

acessibilidade, cujas respostas eram: (D) Discordo, (C) Concordo e (CT) Concordo

Totalmente.

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Gráfico 01 - Informação das estratégias organizacionais

Fonte: Pesquisa realizada pelas autoras em 23/08/2013.

Observa-se que a maiorias dos funcionários discordam com a preocupação da

empresa sobre mantê-los informados de mudanças, fatos e acontecimentos. Isso prejudica

bastante a organização, visto que a comunicação é um dos processos que dão vida a uma

estrutura organizacional, além do que as pessoas atuarão de acordo com as informações que

recebem. É importante compartilhar informações para que todos andem alinhados e falando a

mesma língua.

Torquato, 1998, Kreps (1995), Grunig et al (1995) e Penteado (1993), esses

autores enfocam que, a comunicação pode favorecer o alinhamento da empresa às exigências

do mercado. Por meio da comunicação, estabelece-se uma tipologia de consentimentos,

formando congruências, equalização, homogeneização de ideias, integração de propósitos.

Desta forma, reforça-se a comunicação como uma ferramenta de primordial relevância para

alavancar a eficácia e produtividade das organizações.

“Comunicação é interação, diálogo, tornar comum, não pode ser confundida com

a simples transmissão unilateral de informações, no ambiente das organizações, como

"instrumento de divulgação e de controle", desvinculada, pois, trata-se de uma abordagem

estratégica” (CURVELLO, 2002b, p. 4).

Gráfico 02 - Consolidação do Conhecimento

Fonte: Pesquisa realizada pelas autoras em 23/08/2013.

58% 27%

15%

A empresa se preocupa em informar os funcionários

sobre fatos, mudanças, acontecimentos da empresa?

D

C

68%

22%

10%

As informações são compartilhadas. Existe amplo acesso,

por parte de todos os funcionários, à base de dados e

conhecimento da organização?

DCCT

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2

A consolidação do conhecimento também não está sendo tratada de maneira

eficiente, visto que a maioria dos funcionários acredita que não há compartilhamento, nem

acesso amplo a base de dados, o que dificulta a operação, visto que a base de dados armazena

informações estratégicas sobre diversas operações, acredita-se que havendo maior acesso a

essa base de dados, a rotina operacional seria mais efetiva e melhor otimizada.

Masi (2000, p.149), sobre isso, analisa que, se a organização não der acesso e não

estimular o diálogo, não ocorrerá o fluxo informacional, responsável pelas redes interpessoais

e interdepartamentais.

Teixeira Filho (2000, p.57) argumenta que qualidade da informação se traduz em

integridade, nível de qualidade dos dados, acuracidade, nível de qualidade com que os dados

representam a realidade, e completude, a quantidade suficiente de dados para a compreensão

da mensagem. Nessa mesma abordagem estratégica, Chung e Megginson (1986) analisam

que, em um contexto organizacional, uma informação é útil a partir da sua interação com

diferentes aspectos, como objetivos, expectativas, competências e suportes pré-definidos pela

organização.

Gráfico 03 - Cultura de Aprendizagem do Conhecimento.

Fonte: Pesquisa realizada pelas autoras em 23/08/2013.

Nota-se que o percentual de funcionários que não são estimulados a criar ou

compartilhar conhecimento, é muito alto. O retrabalho que a empresa terá com treinamentos

será muito maior, se os gestores estimulassem os funcionários a ensinarem os outros,

principalmente os novos, essa realidade seria diferente. A cultura da aprendizagem precisa ser

disseminada e nutrida através de incentivos e reconhecimento a aqueles que criam novas

ideias e as compartilham.

No ambiente organizacional, quando não existe uma comunicação clara, ou a falta

dela, tende-se a criar uma sensação de abandono que desmotiva e produz uma atitude negativa

dos envolvidos no processo comunicacional (KUNSCH, 1997).

75%

15% 10%

Na empresa existe uma cultura de aprendizagem, onde os

colaboradores são estimulados para a criação e

compartilhamento do conhecimento?

DCCT

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2

Segundo Marras (2011), as organizações devem usar meios para aumentar os

conhecimentos de seus colaboradores. Quando isso não ocorre à organização tem a chance de

aumentar a insatisfação dos clientes e frustração dos colaboradores por sentirem que seu

trabalho não está rendendo da forma como deveria. É importante que a organização fique

atenta quanto a isso para usar meios que tragam aprendizagem contínua, a otimização da

qualidade no seu trabalho e satisfação dos clientes.

Gráfico 04 - Disseminação do Conhecimento

Fonte: Pesquisa realizada pelas autoras em 23/08/2013.

Parte dos entrevistados afirma que o conhecimento das áreas é disseminado para

todas da empresa, porém é nítido que mais da metade dos entrevistados discordou, nota-se

que este pessoal não teve uma atenção especial quando foram contratados, pois neste

momento deveriam ter participado dos programas de integração. Isso se torna preocupante,

pois causa o desconhecimento de outras áreas, da sua importância e funcionamento dentro da

organização.

Segundo Rocha (2000, p.17) o conhecimento deixou de ser um bem puramente e

passou a ser o principal insumo para o sucesso econômico, sendo considerado o principal

ativo da empresa na busca pela produtividade e inovação. Desta forma, quando se tem um

conhecimento maior de outras áreas, os processos podem ser melhorados e inovados, devido à

consciência que o colaborador irá ter sobre os impactos que cada uma faz na empresa e

também sentirá a importância da sua função para o sucesso do todo.

Portanto, além do programa de integração, é importante que os colaboradores

façam rodízios nos setores com o objetivo de entender o funcionamento das atividades

daquela área, assim adquirir novos conhecimentos em setores diferentes e acumular

aprendizados.

58% 27%

15%

Em sua empresa, o conhecimento das áreas é

disseminado para todos da empresa?

D

C

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2

Gráfico 05 - Informação e Comunicação.

Fonte: Pesquisa realizada pelas autoras em 23/08/2013.

Observa-se que a comunicação em todos os sentidos não acontece na maioria das

vezes na empresa, isso devido à minoria dos entrevistados concordarem com este recurso. Foi

identificado falhas nesse processo. Acredita-se que esta falha é devido às informações se

perderem ou não serem claras e objetivas, ou seja, não atingir seu objetivo final, seja ela de

cima para baixo ou de baixo para cima.

Outro ponto que foi observado é a falta de atenção à comunicação de baixo para

cima, quando isso ocorre causa a frustração dos colaboradores que traz impactos negativos no

que diz respeito à motivação. Nota-se que não adianta a empresa investir em vários canais de

comunicação se não garantir que as informações estratégicas e corporativas continuem

chegando a todos os colaboradores em todos os setores de forma eficiente. A ineficiência

desta prática ocorre também quando os gestores não reforçam a mensagem.

Para Cahen (1999) e Chiavenato (2008), uma comunicação ocorre quando uma

informação é transmitida a alguém, e é então compartilhada também por esse alguém. Tendo

em vista que a comunicação interna tem um papel fundamental na relação entre empresa e

empregado, é de suma importância que ambas as partes pratiquem o feedback para que não

haja uma distorção do processo da informação na comunicação.

Gráfico 06 - Sistema de Geração de Conhecimentos.

Fonte: Pesquisa realizada pelas autoras em 23/08/2013.

68%

22%

10%

Há uma comunicação em todos os sentidos (de cima para

baixo, de baixo para cima e entre áreas distintas)?

DCCT

69%

17% 14%

Sua empresa, pratica / incentiva alguma de gestão do

conhecimento (Treinamentos, wiki, portal, documentos

compartilhados, etc.)?

DCCT

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Nesta questão o panorama também é negativo, a maioria dos funcionários

desacredita de forma considerável nas iniciativas da empresa nesse sentido, uma vez que estas

práticas e incentivos são fundamentais no processo da Gestão do conhecimento e nas

melhorias contínuas.

Por meio do questionário, notou-se que não é dada a importância dos recursos

tecnológicos empregado pela organização para disseminação do conhecimento, como por

exemplo, o wiki que é uma ferramenta colaborativa e de baixo custo e permitem criar espaços

interativos que contribuem na construção e ampliação do conhecimento.

Partindo desta premissa, é fundamental que a empresa saiba administrar seu

capital humano e gerenciar suas necessidades, pois os colaboradores precisam estar em uma

constante aprendizagem e evoluindo durante sua trajetória na empresa. Entretanto, maioria

desse pessoal desconhece os meios de incentivo a GC, nota-se que a informação não chega a

todos.

Desta forma, os gestores devem fazer o acompanhamento diário de seu pessoal

com objetivo de incentivar todos os colaboradores a criação de novas ideias que agreguem

valor para organização. Este incentivo pode ser desenvolvido por meio de sistemas de

premiação.

Outro exemplo, são os treinamentos, que na visão de Marras (2011) diz que o

treinamento é um processo de assimilação cultural em curto prazo que objetiva repassar ou

reciclar conhecimentos, habilidades ou atitudes relacionadas diretamente à execução e tarefas

ou sua otimização no trabalho.

ANÁLISE DO RESULTADO DA PESQUISA

Após verificação e análise dos gráficos e observações feitas na loja, foram feitas

algumas observações que poderiam otimizar as operações bem como fazer com que todos os

funcionários tivessem acesso a informações sobre processos e assim a disseminação da gestão

do conhecimento.

a) Formação de equipe com funcionários mais antigos, sendo um de cada setor,

esse grupo ficaria responsável pelo processo de integração de novos colaboradores, de

maneira que o novo colaborador possa aprender um pouco sobre a rotina de cada setor,

somente após isso, o novo colaborador ficará alocado em seu setor para aprender de forma

efetiva suas atividades.

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b) Sugeriu-se também a escolha de um mentor para cada novo funcionário, esse

mentor será responsável por ensinar todas as atividades e rotinas do setor para o novo

funcionário durante os 3 primeiros meses, dessa forma o novo funcionário terá um melhor

direcionamento da operação.

c) Os gestores terão que acompanhar resultados individuais de seus colaboradores

e quinzenalmente reunir sua equipe para montar estratégias, apresentar números, metas

organizacionais e deixar com que todos participem com opiniões e sugestões visando

melhorias. Será de responsabilidade do gestor, dar feedbacks individuais aos membros de sua

equipe, bem como mantê-los informados sobre qualquer assunto do âmbito organizacional.

d) Será de responsabilidade do gestor, acompanhar e cobrar que cada um de sua

equipe complete pelo menos 70% dos cursos online, nesses cursos a troca de informação é

muito grande devido o conteúdo. Quem cobrará a efetivação desses cursos será o gerente da

loja, os supervisores terão que apresentar a ele uma planilha de acompanhamento.

e) Sugeriu-se também a criação de um mural no lugar de maior acesso pelos

funcionários, nesse mural foram colocados cartazes e folders com informações internas da

empresa.

f) Os gestores terão que incentivar a leitura ao book de processos e deixa-lo ao

alcance de todos os funcionários, dessa forma, caso surgisse dúvidas sobre o processo, ficaria

mais fácil e rápido de serem sanadas.

As sugestões foram feitas ao gerente da loja e estão sendo implantadas aos

poucos, porém de maneira efetiva, observou-se maior interação por parte dos funcionários, os

processos estão sendo otimizados, ouve melhoria na comunicação entre gestores e

funcionários.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A GC é um valioso recurso estratégico, uma importante ferramenta que fornece

para as organizações uma base para criação, armazenamento e disseminação dos

conhecimentos importantes que contribui para melhoria contínua do processo produtivo, e o

alcance dos objetivos estratégicos. Assim, a GC se tornou um diferencial estratégico, é a base

para um desenvolvimento e consolidação eficaz da empresa. No entanto, a GC é um processo

contínuo e envolvente, para adotar e obter resultados é fundamental que a organização ofereça

meios que favoreçam novas ideias para se desenvolver uma GC efetiva. Desta forma, é

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preciso buscar dentro da empresa, os conhecimentos mais valiosos e depois registrá-los em

algum tipo de documento, tornando-os acessíveis e fáceis de serem encontrados.

Percebe-se que são evidentes as barreiras do conhecimento, a principal está

relacionada à administração da gestão do tempo. Verifica-se que é comum a falta de tempo

durante a jornada de trabalho para se dedicar ao aprendizado e ao compartilhamento de

conhecimento, de nada vale a organização fazer grandes investimentos em cursos on-line e

portais corporativos, isso se torna um gasto inútil. É fundamental equilibrar os processos

organizacionais mencionados para se tornar efetivo os programas de GC.

Tendo em vista a importância da GC, percebe-se também que a alta rotatividade

de funcionários na loja impactou negativamente no resultado da pesquisa, visto que os

funcionários recém contratados em sua maioria não passaram pelo programa de integração.

Esses novos funcionários também contribuem de maneira limitada para a criação de novos

conhecimentos, desta forma, dificulta o equilíbrio do aprender e ensinar.

Observou-se, também, que na Loja Mega já existem estruturas para práticas de

armazenamento do conhecimento. Estas ferramentas são colaborativas cujo conteúdo é

compartilhado pelos próprios usuários, e tem como objetivo promover a troca de informações

de forma interligada. Portanto, muitos colaboradores desconheciam estas práticas, pois há

poucas informações armazenadas. Assim, é importante que o gestor demonstre e incentive o

uso da ferramenta para que postem informações que poderão ser úteis aos outros usuários.

Para organização foi de grande valia a realização deste trabalho, visto que permitiu os que

gestores pudessem ter a noção completa da percepção de ganho da efetividade do processo da

GC, pois adotaram as melhorias propostas.

Portanto, investir de forma eficaz na GC para o processo de desenvolvimento e

das estratégias é uma grande vantagem sustentável e competitiva para a instituição, uma vez

consolidada é de difícil imitação, pois, está enraizada na empresa. Dessa forma, este processo

gera imenso resultado positivo, visto que, a organização tem a capacidade de inovar e a

facilidade de aprender rápido, reagindo assim de forma favorável ao mercado competitivo.

Esse estudo contribuiu mostrando a importância da gestão do conhecimento em

processos estratégicos, bem como a busca de auxiliar e encontrar formas gerenciais que

estimulem novas práticas com o objetivo de tornar os processos de trabalho mais eficientes e

efetivos, e assim manter-se com vantagem competitiva.

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