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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE EDUCAÇÃO
CURSO DE PEDAGOGIA
A FAMÍLIA E ESCOLA NA CONTEMPORANEIDADE
LUANA ALVES DE LIMA
CARAÚBAS-RN
2016
LUANA ALVES DE LIMA
A FAMÍLIA E ESCOLA NA CONTEMPORANEIDADE
Artigo Científico apresentado ao Curso de
Pedagogia a Distância do Centro de Educação
da Universidade Federal do Rio Grande do
Norte, como requisito parcial para obtenção do
título de Licenciatura em Pedagogia, sob a
orientação do prof. Mestre. Severino Ramos
dos Santos Maia.
CARAÚBAS-RN
2016
A FAMÍLIA E ESCOLA NA CONTEMPORANEIDADE
POR
LUANA ALVES DE LIMA
Artigo Científico apresentado ao Curso de
Pedagogia a Distância do Centro de Educação
da Universidade Federal do Rio Grande do
Norte, como requisito parcial para obtenção do
título de Licenciatura em Pedagogia.
BANCA EXAMINADORA
____________________________________________________
Profº. Me. Severino Ramos dos Santos Maia (Orientador)
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
_____________________________________________________
(1º Membro) Profº. Ms. José Umbelino Gomes Junior
Universidade Potiguar -UnP
______________________________________________________
(2º Membro) Profª Ms. Maria Suely Paula da Silva
Instituto Federal da Paraíba - IFPB
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A FAMÍLIA E ESCOLA NA CONTEMPORANEIDADE
1Luana Alves de Lima-UFRN
RESUMO
O presente artigo surgiu a partir de algumas das minhas inquietações e anseios, em saber
de que forma a família e a escola se comportam mediante a esse tempo contemporâneo, por
perceber as mudanças que tem ocorrido na sociedade nos últimos tempos, mudanças essas
que vieram atingir de forma significativa e de um modo geral toda a sociedade. Em
decorrência disso, o referido trabalho tem como abordagem principal a família e a escola
na contemporaneidade, tal pesquisa tem o intuito de perceber essas dificuldades e anseios
presente nas escolas e na famílias. A metodologia utilizada para construção desse trabalho,
baseia-se em uma pesquisa de cunho qualitativo, elaborada a partir de pesquisas
bibliográficas, e referenciais teóricos que vem contribuir para um melhor desenvolvimento
do trabalho, e autores que ajudaram a dialogar melhor a temática e tornando claro as ideias,
pensamentos e conceitos referentes ao tema proposto. Diante do exercício de reflexão que
a pesquisa proporcionou, intencionamos apontar através dos resultados obtidos, algumas
orientações que venham contribuir com a nossa prática educativa e de outros profissionais
de educação.
Palavra-chave: Família; Contemporaneidade; Escola.
ABSTRACT
This article came from some of my concerns and anxieties in wondering how the family
and the school behave by this contemporary time, realize the changes that have occurred in
society in recent times, changes which came achieve significantly and in general
throughout society. As a result, such work has as main approach the family and the school
in contemporary times, this research aims to understand the difficulties and anxieties
present in schools and in families. The methodology used for the construction of this work
is based on a qualitative research, drawn from bibliographical research, and theoretical
frameworks that contribute to a better development of the work, authors that help better
engage the issue and make clear ideas, thoughts and concepts related to the proposed
theme. Faced with the reflection that the research provided, intend to point through the
results, some guidelines that will contribute to our educational practice and other education
professionals.
Keyword: Family; contemporaneity ; School.
1 Graduanda no curso de Pedagogia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte-UFRN, na
modalidade a distância.
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INTRODUÇÃO
O presente trabalho trata-se de uma pesquisa que vem abordar mudanças
ocorridas ao longo dos tempos e como a família e a escola tem agido na educação dos
alunos mediante a essas mudanças, como essas mudanças os tem afetado e que reflexões
nós podemos tirar a partir desse estudo diante desses acontecimentos do mundo
contemporâneo. O trabalho vem com o intuito de analisar no contexto social em que
estamos inseridos, não somente as diversas mudanças que ocorrem, mas sobretudo as
“bases” em que geralmente são construídas as relações familiares, bem como a maneira
como estas são vistas pela nossa sociedade. Tendo em vista que a família na
contemporaneidade se concretiza a partir da forma de se viver, no modo de se relacionar, e
não somente a algo interligado ao parentesco sanguíneo.
Pautados no contexto social no qual, o modelo de família era concebido por um
homem, uma mulher e filhos, podemos dizer que no mundo contemporâneo esse modelo já
não é mais o mesmo, ou não seria o único, e devido o mundo está em constante mudanças,
o que ocasiona a transformação também na construção familiar, sendo considerada a
família e a escola, como as maiores bases, responsáveis pela construção do sujeito como
ser social e pelo progresso de uma forma geral do ser humano.
Mediante a isso, entendemos que a escola deve dispor de recursos metodológicos
e pedagógicos, que tragam em seu contexto, algo que contribua para a aprendizagem dos
seus alunos, sempre reconhecendo as várias configurações familiares presente em nossa
sociedade e acima de tudo respeitando-as. Pois a forma como é abordada a identidade dos
gêneros masculinos e femininos, nos livros didáticos, deixa evidente a impregnação de um
modelo de família como sendo a única forma existente e aceitável, não passível de
mudança, tendo a mulher como o sexo frágil, dona do lar, responsável pelos afazeres
domésticos e sendo inferior ao homem, este responsável apenas pelo sustento familiar.
Nesse contexto temos a importância da parceria entre a família e a escola , para
que ocorra de fato uma educação de qualidade, onde ambos têm seus papeis bem definidos,
e cada uma deve fazer sua parte, apesar de termos muitos pais que não participam da vida
escolar dos seus filhos, e acabam por fazerem suas obrigações de qualquer maneira, e agem
como se a escola fosse a única responsável por cuidar e dar boas maneiras a seus filhos, de
formarem seus valores e conceitos diante da sociedade que os mesmos estão inseridos.
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Para tanto, faz-se necessário que a escola avalie suas práticas pedagógicas e
elaborem estratégias para melhorar a relação ativa entre a escola e a família, buscando
sempre a presença dos pais no ambiente escolar, estimulando o acompanhamento das
tarefas escolares dos alunos, tornando as reuniões mais acessíveis com relação aos horários
e tempo de duração, criando um ambiente acolhedor e produtivo onde os pais se sintam à
vontade para dar sugestões, pois só assim é possível construir uma escola democrática e
compromissada com uma educação de qualidade.
O PAPEL DO ESTADO NO CONTEXTO EDUCACIONAL CONTEMPORÂNEO
O Estado tem muitas responsabilidades e obrigações com a sociedade, e uma delas
é o direto de acesso, e permanência dos cidadãos em uma educação escolar básica de
qualidade, pois é através da educação que exercemos a cidadania, princípio básico para
participação de todos nos espaços sociais e políticos. A educação é um bem público e suas
conquistas são resultados das parcerias entre o Estado, família e sociedade, pois ambos têm
seus papeis e responsabilidades bem definidos. E para formarmos cidadãos conscientes e
críticos são necessários que ambos estejam engajados e compromissados com suas
responsabilidades. Assim, o Estado tem a responsabilidade de desenvolver políticas
públicas no cenário educacional, entre outros setores, que proporcione uma educação de
qualidade e escolas públicas para todos, e o dever de criar um sistema educacional nacional
eficiente e principalmente com uma gestão democrática.
Dentro do papel do Estado no contexto educacional temos um ponto bastante
relevante que são as políticas públicas, as mesmas visam dar oportunidades iguais para
todos, pois muitas vezes no momento que são criadas algumas leis, as mesmas não levam
em conta as diferenças econômicas, sociais e culturais, e acabam reforçando as
desigualdades e limitando o acesso dos cidadãos aos meios de informações, mercado de
trabalho e viverem com dignidade. Assim, o Estado através de suas políticas públicas e
outros mecanismos, deve promover uma educação de qualidade para todos, dando os
devidos suportes para as escolas, professores e pais, buscando acabar com as desigualdades
econômicas, sociais e culturais, fiscalizando, repassando verbas, e recursos para todas as
escolas públicas e acima de tudo assegurando que todos venham ter acesso pleno ao
sistema de educação.
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O Estado também deve proporcionar autonomia nas escolas públicas, valorização
dos professores, com salários dignos, disponibilização de cursos para formação continuada,
construção e manutenção de novas unidades escolares com infraestrutura adequada, com
professores qualificados em suas determinadas áreas de trabalho, contando com recursos e
materiais para desenvolver um bom trabalho pedagógico, e a distribuição de materiais
didáticos e merenda escolar para os alunos, e vários outros mecanismos que venham
colaborar para que a educação seja disponibilizada a todos e principalmente uma educação
de qualidade. Mas como sabemos o Estado, as políticas públicas, e os programas sociais
só serão eficientes se estiverem em parcerias com as famílias e a sociedade.
As famílias, escolas e sociedade contam com as ações do Estado para alcançarem as
principais necessidades humanas, como saúde, segurança, educação, cultura e outros. Pois
é através das mesmas que o Estado deve garantir oportunidades para os cidadãos
exercerem seus direitos sociais. No Brasil temos os princípios constitucionais que devem
ser respeitados e postos em prática, como na área da Educação, que garante o direito do ser
humano a ter acesso ao um ensino de qualidade e gratuito. Como rege na Carta Magna:
Art. 205. “A educação, direito de todos e dever do Estado e família, será promovida e
incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa,
seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”.
(BRASIL,1988).
É a educação que vem trazer o exercício da cidadania, para que independente das
diferenças sociais e das relações interpessoais, possam formar cidadãos que aprendam a
respeitar o seu próximo e a lidar com novas situações, sem que descarreguem uns nos
outros suas cargas preconceituosas e suas ideias pré-estabelecidas a ponto de causar alguns
traumas, sem que haja um mínimo de respeito entre ambos.
Temos Também a LDB uma lei orgânica e geral da educação brasileira. Como o
próprio nome diz, dita as diretrizes e as bases da organização do sistema educacional, ou
seja, regulamenta a educação escolar. O Estado também supervisiona, autoriza e
regulamenta a oferta da educação seja ela pública, privada, presencial ou à distância,
regulamenta o Plano Nacional de Educação, estabelece os limites e autonomias nos
estabelecimentos de ensino, garantindo igualdade de direitos e valorização das diferenças
nas escolas.
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É notória a importância do papel do Estado na educação de um País, mas uma
educação pública de qualidade não depende apenas do Estado, o mesmo conta com a
participação da sociedade, e da família, onde ambos devem estar sempre mantendo um
diálogo aberto em busca de mudanças, melhorias e a construção de uma educação que
verdadeiramente contemple uma gestão democrática e comprometida com o
desenvolvimento integral dos educandos.
A FAMÍLIA NA CONTEMPORANEIDADE
Nos últimos tempos muitas mudanças ocorreram no meio cultural, a partir da
globalização, e acabaram influenciado diretamente no âmbito familiar. As formações das
famílias no mundo contemporâneo já não são mais as mesmas. Se tratando de família,
Costa (2005, apud LINO, M. V. 2009) nos fala que está a fim de cumprir as exigências
sociais passou a operar duplamente como formadora de cidadãos iguais, mas por meio de
pessoas desiguais e formar sujeitos realizados, por meio de consciências infelizes.
Nesta cultura das aparências, do espetáculo e da visibilidade, já não parece mais
haver motivos para mergulhar naquelas sondagens em busca dos sentidos
abissais perdidos dentro de si mesmo. Em lugar disso, tendências exibicionistas e
performáticas alimentam a procura de um efeito: o reconhecimento nos olhos
alheios e, sobretudo, o cobiçado troféu de ser visto. Cada vez mais, é preciso
aparecer para ser. Pois tudo aquilo que permanece oculto, fora do campo da
visibilidade – seja dentro de si, trancado no lar ou no interior do quarto próprio –
corre o triste risco de não ser interceptado por olho algum. E, de acordo com as
premissas básicas da sociedade do espetáculo e da moral da visibilidade, se
ninguém vê alguma coisa é bem provável que essa coisa não exista. (SIBÍLIA,
2008, p.111)
Essas mudanças sociais e culturais que ocorreram e ainda ocorrem, mesmo que a
passos lentos, na contemporaneidade, mudaram de forma pertinente o pensar e falar nas
atribuições das famílias, principalmente em torno de suas construções familiares.
Mudanças estas que oferecem a toda sociedade um novo pensar sobre ela, que não
necessariamente segue o padrão que por tanto tempo foi imposto a partir do
tradicionalismo pregado, onde quem não o assumisse era considerado “anormal”.
Nesse contexto temos hoje várias configurações familiares como a família
tradicional, formada pelo casamento de pessoas de sexos opostos, temos as famílias que
são formadas por pessoas do mesmo sexo, as famílias que são formadas por apenas um dos
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membros, que pode ser por várias razões como viuvez, divórcio, separação judicial, adoção
unilateral, inseminação artificial, e produção independente. Temos também os filhos do
primeiro relacionamento que juntos com os filhos do novo relacionamento passam a forma
uma nova família reconstituída. Temos os filhos que são criados e educados pelos avós, os
que são criados pelos tios, e outras configurações de familiares.
Temos também um número elevado de mulheres no mercado de trabalho, onde a
mesmas participam dos orçamentos e despesas domésticas, papel que antes era exercido
apenas pelos homens, elas tinham o dever apenas de cuidar do lar e dos filhos. A
diminuição no número de filhos por mulheres, que estão cada vez mais retardando a
maternidade. Muitas optam por formar sua própria família, ou seja, cuidam e educam
sozinhas seus filhos, e arcam com todas as responsabilidades. Hoje elas são as grandes
responsáveis pelas transformações no espaço familiar, e nas várias conquistas que antes
eram exercidas apenas pelos homens.
Dessa forma observa-se que são várias as configurações das famílias. Deixando de
lado apenas os laços sanguíneos, e dando lugar ao afeto, ao amor, e dessa forma
constituindo várias formas de famílias. Ambas têm um papel muito importante na
sociedade, pois é na família que o indivíduo tem suas primeiras experiências, onde vai
formar sua personalidade, seu caráter, seus valores e conquistar suas primeiras realizações
pessoais.
Assim no decorrer das várias transformações sociais, econômicas e culturais temos
hoje como desafio para as famílias a educação dos seus filhos, dentro de suas limitações,
dificuldades, e contexto social no qual encontra-se inseridos. Assim a escola deve dispor
de recursos metodológicos para a aprendizagem dos seus alunos. Sempre reconhecendo as
várias configurações familiares presentes em nossa sociedade e acima de tudo, respeitando-
as.
Desde o primeiro momento da inserção da criança no ambiente escolar deve ser
intendido como uma prática para um princípio de formação, bem como a importância da
interação com as outras crianças, fazendo com que está se desenvolva tanto
intelectualmente quanto socialmente. Fazendo com que essa inserção no ambiente escolar,
traga um novo olhar, algo novo, permitindo que aconteça uma transformação no dia-dia
das crianças, e trazendo grandes impactos dentro do ambiente familiar, que tem como
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função primordial sua participação ativa na vida escolar de seus filhos. O desenvolvimento
de cada criança depende inteiramente do comprometimento entre instituição educacional e
a família, daí então a importância de a escola compreender as diversas configurações
familiares.
É notório que as ações pedagógicas nas instituições educacionais têm sofrido
grandes modificações, no que se refere as mudanças ocorridas no mundo contemporâneo.
Antes os planejamentos educacionais eram voltados única e exclusivamente a pessoas que
matinam o velho padrão familiar (pai, mãe e filho), contudo, de acordo com as alterações
sofridas nesses “padrões” impostos pela sociedade que têm mudado, e juntamente com
essas mudanças as escolas vêm tentando se atualizar. Verificamos que as formações
familiares ainda são bastante fragilizadas no que se refere a compreensão, bem como a
aceitação dessas novas concepções familiares; a falta de respeito é algo ainda bastante
visto.
Desta forma é perceptível que a escola deve trazer essas discussões sempre à tona
com todos os que fazem parte da comunidade educacional, seja entre alunos, educadores,
gestores, famílias. Pois não se pode tratar as transformações na estrutura familiar como
algo distante e sem importância. Pois a educação sempre foi e sempre será vista como uma
forma na qual o indivíduo se desenvolve na sociedade, sendo assim, é imprescindível que
haja uma conscientização desde a infância, atravessando tal discussão para além das
escolas.
O LIVRO DIDÁTICO E A FAMÍLIA
Com as novas formações familiares, e as várias transformações sociais vem à tona
uma questão: Como o livro didático vem representando as famílias?
Neste contexto as famílias são representadas nos livros didáticos na sua maioria
pela família tradicional, composta pelo pai, mãe e filhos, onde essas representações de
famílias têm sempre o pai com uma posição de destaque dentro da família, onde o mesmo
é responsável pelo sustento e manutenção da família, e a mãe é representada como a
protetora e responsável pelos afazeres domésticos. Desta forma o livro acaba por
padronizar as funções e lugares sociais.
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As imagens das famílias trazidas pelos livros didáticos, traz personagens de cor
branca, bem vestida e feliz, as mulheres estão, na maioria das vezes, realizando tarefas
domesticas e o homem e representado por várias profissões como pedreiro, medico,
advogado, político e outros, essas imagens muitas vezes não é a realidade de muitos dos
seus usuários, que são os alunos de baixa renda, e que tem uma nova formação familiar.
“Representações são representações”, isto é, são formas culturais de referir,
mostra ou nomear um grupo ou um sujeito. Ela não é um reflexo ou espelho da
realidade, mas sua constituidora. As representações produzem sentidos, como
efeitos sobre os sujeitos, construindo o “real”. (LOURO, 2004, p. 98-99)
Essas representações deveriam caracterizar as diversidades presentes na sociedade,
as transformações sociais, econômicas e culturais, mas as mesmas acabam por representar
uma pequena parcela da sociedade, com seus padrões sociais representados, negando as
diferenças e disseminando suas próprias ideologias.
Diante desses questionamentos temos o papel dos professores, que trabalham
diretamente com esses livros e em contato direto com as vivencias de seus alunos, e cabe a
eles em parceria com a família lutar pela inclusão, pelo respeito a todas as diferenças,
sejam de classe social, de formação familiar e várias outras.
Mas nem sempre a família é pai, mãe e filho. Hoje, muitos casais vivem
separados. Quer dizer, o pai e a mãe não querem mais viver juntos e se separam.
[...] os três tipos de família mais comuns hoje em dia: pai, mãe e filhos; mãe e
filhos; pai e filhos. Você viu que as famílias são diferentes e elas podem ser
grandes, pequenas e médias. (LD4, 1987, p. 70)
Assim sendo, a forma que são apresentados os gêneros masculinos e femininos
deveriam ser repensadas para que não sejam impregnadas como única e não passível de
mudança. Pois tendo a mulher como o sexo frágil, dona do lar, responsável pelos afazeres
domésticos e inferior ao homem, afinal, os tempos mudam e junto com ele a forma como
as famílias são construídas e constituídas. Diariamente podemos nos deparar com situações
vividas de crianças que têm famílias fora dos padrões impostos pela cultura tradicionalista.
E nada mais justo que essas famílias serem abordadas, também, nos livros didáticos, com
novas configurações familiares, pois se tratam de realidades.
A escola de modo geral vem enfrentando diversas dificuldades com relação as
mudanças sociais e consequentemente familiares, o que acarreta novas atitudes à ela
delegada. As atitudes educacionais têm de ser repensadas a fim de incorporar novas tarefas
com o intuito de amenizar a problemática existente. Práticas essas voltadas para a
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sociedade, tendo-lhe como uma extensão da família, pois, é a partir da sociedade que a
família consegue um melhor desenvolvimento, tendo como visão que família e sociedade
se influenciam tanto para o lado bom, como nem tanto, desta forma, parte da escola e da
prática do professor em sala de aula a influência que as crianças precisam aprender,
partindo do professor, atitudes favoráveis para a formação de pessoas conscientes de seus
direitos, mas também, pessoas tolerantes.
Negar a realidade que vivemos, fechando os olhos para aqueles que foge dos
padrões impostos pela sociedade tradicionalista, é agir de maneira errônea, pois tais
mudanças afetam de forma direta todos os envolvidos na sociedade, principalmente no
ambiente escolar, onde deve ser trabalhado a contribuição dessas mudanças e estimulo ao
respeito pelas mesmas.
FAMÍLIA E ESCOLA
A família e a escola possuem na contemporaneidade tarefas complementares.
Tarefas essas que venham oportunizar um ambiente de confiança, respeito e aceitação das
muitas diversidades encontradas, e acima de tudo ambas devem ter seus papeis bem
definidos. A família deve participar da vida escolar de seus filhos, compartilhando com a
escola as funções educativas que buscam uma aprendizagem significativa. Nesse contexto
essa parceria deve ocorre de forma coletiva, como a participação efetiva dos pais na gestão
da escola, no acompanhamento da vida escolar dos seus filhos, e principalmente a escola
em conjunto com seus educadores deve proporcionar e incentivar essa participação.
A escola deve propiciar momentos e estimular as interações e a participação de
todos os envolvidos no contexto escolar, pois assim é colocado em prática o respeito a
cooperação e o sentimento de coletividade, que requer a colaboração de todos os
envolvidos com a prática pedagógica, a escola e a família devem trabalhar juntas.
A escola é uma instituição do domínio coletivo, dos grupos, das trocas, e a
família é o domínio do mais reservado, do particular e do específico. Tanto os
pais como professores devem ter claro que a afetividade, é construída a partir da
qualidade das relações que a criança estabelece e é determinante para a
construção da personalidade (WALLON, 1975).
A instituição escolar conta com um mecanismo muito importante com relação à
integração entre as escolas e as famílias, é o seu PPP (Projeto Político Pedagógico), pois o
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mesmo no momento da sua construção deve ser formulado em conjunto com todos
envolvidos no ambiente escolar, desenvolvendo uma gestão democrática e acima de tudo
proporcionando a abertura das barreiras que muitas vezes se encontra presente em muitas
escolas que ainda instituem em utilizar práticas e métodos tradicionais. O PPP cria a
oportunidade de professores, pais, alunos, gestores e a comunidade participarem das
decisões escolares, reconhecendo dessa forma os papéis diferenciados de ambos na
aprendizagem dos alunos.
Nesse contexto educacional temos muitos pais que não participam da vida escolar
de seus filhos, e acabam por fazerem suas obrigações de qualquer maneira, e agem como
se a escola tivesse a obrigação de cuidar e dar boas maneiras a seus filhos, de formarem
seus valores e conceitos diante da sociedade que estão inseridos. Outro ponto é que muitos
pais, não participam das reuniões escolares, não acompanham as atividades de seus filhos,
e acima de tudo não incentivam e não dão apoio afetivo e motivacional para seus filhos.
É notória também a falta de interação e dialogo dos pais com seus filhos, muitas
vezes em decorrência das mudanças que vivemos hoje, muitos pais passam o dia inteiro no
ambiente de trabalho, possuem diversas ocupações e afazeres, como por exemplo, temos as
mulheres que cada vez mais vem se inserindo no mercado de trabalho, realizando suas
obrigações profissionais e seus afazeres domésticos, o que acabam por deixarem cada vez
mais seus filhos sozinhos em casa ou dentro no ambiente escolar.
TIBA (1998) já dizia que a escola precisa alertar os pais sobre a importância de sua
participação: o interesse em acompanhar os estudos dos filhos é um dos principais
estímulos para que eles estudem. O importante é a presença deles, e quando os pais
participam, os filhos se sentem valorizados. Os pais precisam entender que eles devem dar
o exemplo. Sua falta sendo entendida na mesma medida de importância que dá ao estudo
do filho. Muitas vezes os pais reclamam que seus filhos não assumem os compromissos e
nem percebem que eles fazem o mesmo e que seus filhos só estão repetindo o que
presenciam.
Diante do que foi exposto os pais devem rever suas atitudes, e deve educar seus
filhos para respeitar o ambiente escolar, os profissionais, os colegas e a conviver com as
diferenças. Os mesmos devem compreender que seus filhos precisam ser educados, e
ensinados a conviver em sociedade, aprendendo a lidar com regras e normas e
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principalmente respeitando os outros, pois só assim a escola irá cumprir com seu papel,
que é a ampliação dos conhecimentos já adquiridos pelos mesmos durante sua vida. Para
que juntos escola e família possam desenvolver uma sociedade mais democrática e
participativa.
O distanciamento dos pais atrapalha a educação, e abrem uma lacuna entre escola e
família, pois sem os pais a escola não tem como desenvolver sozinha seu trabalho, que é
ministrar um ensino sistemático e coletivo, comprometido com o desenvolvimento afetivo,
emocional, psicológico e intelectual dos seus alunos. E desenvolvendo seu papel social e
transformado na sociedade.
A escola é uma instituição social com objetivos e metas determinadas, que
emprega e reelabora os conhecimentos socialmente produzidos, com o intuito de
promover a aprendizagem e efetivar o desenvolvimento das funções psicológicas
superiores: memória seletiva, criatividade, associações de ideias, organização e
sequência de conhecimentos, dentre outras (OLIVEIRA, 2000, p.77).
No tocante também devemos desenvolver um olhar crítico, para vermos como a
escola vem desenvolvendo seu trabalho para incentivar a participação dos pais na escola,
pois a mesma deve ser informada sobre as dificuldades e avanços de seus filhos no
decorrer de sua aprendizagem, devem trabalhar com uma gestão democrática, onde os pais
e todos envolvidos no ambiente escolar sintam-se à vontade para dialogar e participar das
decisões escolares. Os horários das reuniões devem ser convenientes para todos, o diálogo
e a parceria devem fazer parte da vida escolar, pois os pais devem demonstrar confiança e
segurança diante da escola que seus filhos estão estudando e acima de tudo repassando essa
confiança e segurança para eles.
As mudanças que vem ocorrendo em todas as áreas, sejam elas econômicas, sociais,
culturais ou educacionais, vem mudando as estruturas familiares, e consequentemente o
modo de ensinar e apreender dentro das escolas. Dessa forma é necessário que as escolas,
repense como está desenvolvendo seu trabalho pedagógico, o que está fazendo para trazer
os pais para dentro das escolas, como incentivar que os mesmos participem da vida escolar
dos seus filhos, como desenvolver um trabalho conjunto com as famílias, pois a escola
necessita da presença dos pais para desenvolver seu trabalho de forma eficaz.
O papel da família é de suma importância tanto na prática educacional formal
quanto na informal, pois é a partir do dia a dia que é aprendido os valores humanos e éticos
bem como se intensificam os laços de afeição e solidariedade com o próximo. Pode-se
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abranger também o lado das construções das práticas que foram marcadas pelas gerações
anteriores, sejam eles morais e/ou culturais. A família e a escola são responsáveis pelo
desenvolvimento do aluno, e uma não consegue funcionar sem a outra, contudo não se
pode negar nem tampouco “jogar” tal responsabilidade para a outra, pois isso tem todos os
indícios de um fracasso escolar, somente juntas é que se consegue um objetivo comum que
é a construção de um bom desempenho escolar e a formação de uma sociedade mais justa.
A desordem e a falta de respeito, além de tantos outros problemas, são uns dos
principais problemas educacionais que se agregam a falta de limite que os responsáveis
não impõem em seus filhos e essa falta de limite reflete profundamente na escola, e muitas
vezes essa falta de “ensino”, que é de responsabilidade da família, influencia alguns
ensinamentos de maneira errônea, o que reflete diretamente nos preconceitos, e isso se dá
de forma equivocada, por não conhecerem, as crianças crescem e intensificam essa falta de
conhecimento de tal maneira que se tornam pessoas intolerantes.
Diante de inúmeras dificuldades Chalita (2001, p. 20), afirma, “a família tem a
responsabilidade de: “formar o caráter, de educar para os desafios a vida, de perpetuar
valores éticos e morais. A família é um espaço em que as máscaras devem dar lugar à face
transparente, sem disfarces. O diálogo não tem preço”. É a partir do diálogo que se constrói
conhecimentos ligados à atuação do ser na sociedade, tendo o respeito e baseado nos
princípios éticos e de boa conduta.
A parceria da família e escola deve acontecer de maneira positiva, pois é a partir dela
que os resultados serão mais significativos. Além de contribuir para a aprendizagem da
criança tal participação faz com que ela se sinta valorizada por ambas as partes o que
contribui para a construção do seu caráter.
A COMPLICAÇÃO PEDAGOGICA EM FUNÇÃO DA AUSÊNCIA DA FAMÍLIA
NA ESCOLA
A ausência da família no ambiente escolar ocasiona problemas negativos na
aprendizagem dos alunos e nas práticas pedagogias desenvolvidas pelas escolas. Esses
problemas podem ser observados no desenvolvimento das atividades diárias com os
alunos, onde muitos apresentam desânimo, falta de interesse em aprender, agressividade,
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sentimento de rejeição, falta de iniciativa, sociabilidade e vários outros comportamentos
inadequados para o ambiente escolar.
Como foi exposto nos tópicos anteriores, nos últimos tempos muitas mudanças que
ocorreram e ocorrem no meio cultural, a partir da globalização, tem influenciado
diretamente no âmbito familiar nos dias atuais. E uma dessas mudanças é observada na
correria do dia a dia das famílias, no sistema capitalista sendo empregado de forma
desenfreada onde o “ter” é mais importante do que o “ser”, e nessa busca pelo “ter” muitos
pais passam a maior parte do seu tempo no ambiente de trabalho e deixam seus filhos em
segundo plano, e como consequências não acompanha a vida e crescimento de seus filhos,
não acompanham a vida escolar dos mesmos, e isso acaba afetando diretamente na
aprendizagem deles. Tratando sobre família Piletti (2009) diz que, “A educação familiar
adequada é feita com amor, paciência e coerência, pois desenvolve nos filhos a
autoconfiança e espontaneidade, que favorecem a disposição para aprender’.
Não podemos esquecer também que junto com os pontos positivos das
transformações ocorridas no mundo atual, temos os pontos negativos, como citado no
parágrafo acima, hoje é observado várias injustiças e desigualdades que muitas famílias
passam, e suas dificuldades para conseguirem sobreviver, como resultado desses
problemas temos muitas crianças que enfrentam inúmeras dificuldades para aprender,
famílias que estão a mercê da sociedade sem perspectivas de melhorias de vida, crianças
que estão fora das escolas, para ajudarem na renda familiar, muitos que se esforçam para
conciliar estudo e trabalho, e muitos pais que não acreditam na educação, não incentivam a
vida escolar dos seus filhos, por acreditarem que os mesmos devem logo cedo ajudarem
nas despesas domesticas, deixando de lado a educação. Esses fatores prejudicam o
desenvolvimento da educação, e acabam por desestimular e prejudicar a aprendizagem
desses alunos que se encontram nesses contextos.
É possível observar também que nos dias atuais, muitos pais acreditam que é
responsabilidade da escola, dar limites, impor regras, e formar a personalidade dos seus
filhos. E seu papel é apenas cobrar resultados, ir deixar e buscar seu filho na porta da
escola, e participar de algumas reuniões escolares. Assim os pais cobram da escola a
educação dos seus filhos e a escola repassa essa responsabilidade para eles, e nesse passa e
repassa de responsabilidades, o que é notório e a falta de diálogo e compromisso com a
educação de ambas as partes.
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Segundo Reis (2007, p. 06), “a escola nunca educará sozinha, de modo que a
responsabilidade educacional da família cessará. Uma vez escolhida a escola, a relação
com ela apenas começa. É preciso o diálogo entre escola, pais e filhos”. A falta de diálogo
e uma boa relação entre a família e a escola, afeta diretamente o rendimento escolar dos
alunos, e o desenvolvimento do trabalho dos educadores. Pois a escola muitas vezes
encontra alunos com insegurança, rebeldia, falta de limites e sem interesse com os estudos,
e dessa forma os professores desenvolve diversas propostas pedagógica e muitas vezes não
obtém os resultados desejados.
Na perspectiva de Vygotsky:
A educação recebida, na escola, e na sociedade de um modo geral cumpre um
papel primordial na constituição dos sujeitos, a atitude dos pais e suas práticas de
criação e educação são aspectos que interferem no desenvolvimento individual e
consequentemente o comportamento da criança na escola (1984, p.87).
Como consequência do que foi exposto, faz-se necessário que a escola avalie suas
práticas pedagógicas para melhorar e buscar uma parceria que realmente venha ocorrer
entre a escola e a família, buscando a presença dos pais no ambiente escolar, estimulando o
acompanhamento das tarefas escolares dos alunos, tornando as reuniões mais acessíveis
com relação ao horários e tempo de duração, criando um ambiente acolhedor e produtivo,
no qual os pais se sintam à vontade para dar sugestões, pois só assim, é construído uma
escola democrática e compromissada com uma educação de qualidade. Nesta perspectiva:
No momento atual o professor não pode afirmar que a sua tarefa se reduz apenas
ao domínio cognitivo. Para além de saber a matéria que leciona, pede-se ao
professor que seja facilitador da aprendizagem, pedagogo eficaz, organizador do
trabalho em grupo, e que, para além do ensino, cuide do equilíbrio psicológico e
afetivo dos alunos, da integração social e da educação sexual etc.: a tudo isso
pode somar-se a atenção aos alunos especiais integrados na turma. (ESTEVE,
1995, p. 100)
Desta maneira, cabe aos educadores ter consciência das ações exercidas e propiciar
uma interação e compreensão das possíveis “diferenças” que se possam encontrar na vida
de seus educandos, seja no seu dia a dia ou na vida escolar, com o intuito de efetivar certa
inclusão e consequentemente, para que se possa alcançar uma aprendizagem com mais
qualidade e satisfatória. Não se pode pensar em educação sem pensar na influência que
podemos encontrar entre os seres, pois é considerável verificar que a escola e os
professores, a partir de um trabalho educativo, tem o poder de possibilitar uma construção
de um espaço de superação de diversos problemas encontrados e que se pode enfrentar
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através da construção de projetos com o intuito de resgatar conhecimentos e reconstruir
novos conceitos a partir da forma de pensar o mundo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
No decorrer deste artigo percebe-se a importância da relação do Estado, família e
escola, onde ambas têm suas obrigações e responsabilidades com a educação, mas dentro
desse cenário é comum o passa, e repasse, dessas responsabilidades, a escola alega que é
dever dos pais educar, cuidar, impor regras, ensinar valores, respeito e limites. Já os pais
alegam que é na escola que seus filhos devem aprender além dos conhecimentos, as regras
e os valores. E como sabemos o resultado desse impasse acaba sendo a aprendizagem das
crianças.
Vimos também às mudanças ocorridas na contemporaneidade, seja nas áreas
econômicas, onde vivemos um regime capitalista severo, onde a maioria dos pais passa a
maior parte do seu tempo no ambiente de trabalho, deixando a educação dos seus filhos
sobre a responsabilidade da escola. Vimos também às mudanças nas formações familiares,
onde nos deparamos com várias formas de família, e não apenas a formação da família
tradicional composta pelo pai, mãe e de preferência dois filhos, um do sexo feminino e
outro masculino. O ingresso das mulheres no mercado de trabalho, mudando as posições
dentro das famílias, pois antes os homens eram encarregados de pagar as despesas
domésticas e as mulheres apenas cuidar dos filhos e do lar. Hoje sabemos que a realidade é
outra, as mulheres trabalham e arcam com as despesas juntamente com os homens e muitas
vezes elas sozinhas arcam com todas as responsabilidades.
Outro ponto abordado foi como o livro didático representa as famílias, e vimos
que muitos livros ainda trazem imagens de famílias tradicionais. E como sabemos hoje nos
deparáramos com situações vividas de crianças que têm famílias fora dos padrões impostos
pela cultura tradicionalista e nada mais que justo essas famílias sejam abordadas, também,
nos livros didáticos, com novas configurações familiares, pois se tratam de realidades.
Mediante do que vimos, entendemos que com esta nova realidade, se faz
necessário que as relações entre a família e a escola devam estar pautadas no diálogo, no
compromisso de cada uma em desenvolver seu papel, onde as crianças sintam-se seguras,
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confiantes e motivadas a apreender, que os gestores estimulem a participação, e
cooperação de todos os envolvidos com a prática pedagógica, visto que as escolas devem
estar abertas as diversidades, desenvolvendo um ambiente acolhedor, dinâmico que
prevaleça a inclusão, que venha a ser trabalhado com a gestão democrática. Que os pais se
sintam motivados a ajudar no desenvolvimento da aprendizagem dos seus filhos. Pois o
acesso e permanecia na escola é um princípio constitucional que deve ser respeitado e
posto em prática.
Consideramos enfim, que o estado, escola, e família, tem que tentar ao máximo se
adequar as novas, grandes e necessárias mudanças ocorrentes na sociedade em geral, em
prol de uma educação em que todos tenham a oportunidade de estar inseridos sem que haja
preconceitos que venham ferir, ou marcar a vida dos indivíduos de forma significativa, a
ponto de existir situações que venham ocasionar danos maiores, cada um respeitando a si
mesmo e ao próximo, tenha seu espaço, sem perder suas essências, mas, apenas
respeitando as diferenças, não deixando de ser o que quer ser, mas, deixando cada um ser o
que é.
Portanto, tudo que vimos serviu para que possamos, como futuros, ou educadores
em constante formação, refletir um pouco mais sobre nossa prática, afim de que a educação
brasileira de modo geral, seja uma educação, na qual haja lugar para todos, sem distinção e
que não seja excludente.
Como rege na nossa Carta Magna, (Art. 205) “A educação, direito de todos e
dever do Estado e família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade,
visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e
sua qualificação para o trabalho”. (BRASIL,1988).
Entretanto que essa parceria, Estado, família e escola, encontrem mecanismos
eficientes para que uma auxilie a outra no desenvolvimento de uma educação de qualidade,
contemplando todos os processos educativos, seja para pobres, ricos, negros, brancos,
índios, homens, mulheres, independente da opção sexual, e que a motivação dada aos
mesmos seja de forma igualitária.
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