a exposição consiste em um conjunto de pinturas abordando … · 2019-09-30 · a exposição...
TRANSCRIPT
A exposição consiste em um conjunto de pinturas abordando cenas da cidade de Belo Horizonte. Nasci e cresci em Belo Horizonte, por isso a exposição apresenta uma visão bastante particular de um morador sobre sua cidade natal. Esta visão explora as manchas e as linhas como principais formas de expressão. Atrás de uma aparente desordem formal, as pinturas escondem uma harmoniosa relação entre linhas e manchas. As manchas sempre soltas, livres e irregulares convivem com linhas rápidas, brincalhonas e irreverentes. Desta relação surgem as pinturas, com gestos largos e pingos velozes. Assim, os horizontes ganham existência e, cada vez mais, o resultado parece representar a tentativa de pintar não somente o mundo visível.
Azul | Acrílica sobre tela | 2015 | 100 x 105 cm | Foto: Luma Zauli
Estação | Acrílica sobre tela | 2017 | 95 x 100 cm | Foto: Luma Zauli
HorizonteAcrílica sobre tela | 2018135 x 95 cmFoto: Luma Zauli
Mineirão | Acrílica sobre tela | 2017 | 80 x 140 cm | Foto: Luma Zauli
Viaduto Acrílica sobre tela | 201560 x 60 cmFoto: Luma Zauli
PrefeituraAcrílica sobre tela | 201860 x 60 cmFoto: Luma Zauli
Vento | Acrílica sobre tela | 2017 | 155 x 105 cm | Foto: Luma Zauli
Manhã | Acrílica sobre tela | 2019 | 95 x 50 cm | Foto: Luma Zauli
A primeira impressão diante dos desenhos e pinturas de Alexandre Menezes é de que a materialidade da obra se impõe antes mesmo de um eventual tema ou composição visual, como que anunciando que é na potência da matéria trabalhada que objetos e edificações são construídos podendo adquirir expressão e significado.
O vigor do gesto denunciado pelo grafite que sulca a superfície do papel, pelo riscado de giz que atravessa a tela, pela tinta que se espalha em traços, respingos, jatos e escorre de manchas não contidas, anuncia que na objetividade da matéria inexpressiva descansa a possibilidade de transformação em subjetividade e expressão.
Transposta a cortina gestual, uma paisagem se revela e, aos poucos, é possível reconhecer um pedaço de céu, um poste, um prédio, uma janela, uma cruz, uma praça e demais elementos que compõem o corpo de uma cidade
Nesse jogo em que formas se revelam, também é revelada a identidade do lugar. Aquela janela, esse poste inglês, essa fonte, aquele viaduto, esse prédio, aquele outro. O corpo da cidade vai se descortinando, a paisagem sendo percebida e nomeada, seus ambientes investidos de significação.
Assim como se reconhece um velho conhecido por seus traços, trejeitos, tom de voz e sinais que lhe são característicos, a cidade é identificada pelos elementos que compõem sua personalidade. Inequivocamente, seu nome brota quase que instantâneo: Belo Horizonte.
Andrea VilelaArtista Plástica
Professora do Curso de Belas Artes da UFMG
Alexandre Menezes transforma a paisagem em mistério.
Sua arte chama o infinito para perto.
Do alto de seu atelier, aberto para a Natureza, ele contempla as montanhas de Minas e vê ao longe, talvez, o mar.
Seus desenhos e pinturas revelam e, escondem, ao mesmo tempo, formas conhecidas ou imaginadas envolvidas por linhas velozes e manchas de tinta que surpreendem o observador.
Os desenhos retratam elementos arquitetônicos presentes na memória e na identidade urbana de Belo Horizonte.
As pinturas tendem para a abstração com imagens transparentes cobertas por traços vigorosos que impregnam o ambiente, demonstrando a liberdade de expressão do artista.
Os respingos de tinta espalhados pelas telas parecem ter surgido de uma explosão vulcânica que irrompem na paisagem, modificando o nosso modo de ver e contemplar a realidade.
O olhar do observador deverá descobrir no céu, no ar, no gesto de Alexandre, onde está o mistério.
Altino CaldeiraArquiteto e Artista Plástico
Professor do Curso de Arquitetura e Urbanismo da PUCMinas
[email protected]@alexandremmenezes
cemig.com.br/galeria de [email protected]
24ª Concorrência de Talentos Cemig • Curadoria: Guilherme Horta, Márcio Sampaio e Sérgio Rodrigo Reis | Expografia: Paulo Schmidt
A Cemig acredita que o desenvolvimento se dá com a participação de todos. Reconhecendo o talento dos artistas de Minas, a Galeria de Arte Cemig se abre para o encontro da produção nas artes visuais
com o público, num importante passo para a construção da cidadania.
03 de julho a 16 de agosto de 2019De segunda a sexta, das 8h às 19h
Av. Barbacena, 1200 | Santo Agostinho Belo Horizonte | MG
ALEXANDRE MENEZES
É natural de Belo Horizonte (1961), formado em Arquitetura e Urbanismo, pela FAMIH, e em Belas Artes pela UFMG.
Professor Associado UFMGProfessor Adjunto PUC-MinasProfessor Titular FUMEC (1990 - 2018)