a experiência de josé e sua família soberania alimentar gerando renda
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No assentamento Terra Trabalho e Liberdade Terezinha e José estão vivendo mais uma conquista com sua família.Embora sempre tenha sido agricultor como eram os seus pais, José nunca tinha conseguido viver só da agricultura. Hoje, José conta, com muita alegria, que vive como agricultor e trabalha para ele e sua família.TRANSCRIPT
Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas
Ano 8 • nº 1944
Maio/2014
Bento Fernades
No assentamento Terra Trabalho e
Liberdade (TTL), localizado no município de
Bento Fernandes, moram Terezinha e José
Pereira, com seus filhos João Batista,
Francisco, suas filhas Patricia e Naize, as netas
Mariele e Sandriele , a sobrinha Mariana e o
genro Fernando
Com uma família numerosa, José
Pereira relembra os dias de luta que viveu
antes de conquistar a terra e a casa em que
moram hoje. Morador do assentamento há
mais de 20 anos, José participou de todo o
processo de disputa e conquista pela terra.
Junto com o seu pai e o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, diz que passaram cerca de 3 anos para
alcançar a posse da terra. José diz que naquela época vivia em barraco de lona e que havia muita disputa com o
latifundiário que era dono daquelas terras.
Hoje, Terezinha e José estão vivendo
mais uma conquista com sua família. Embora
sempre tenha sido agricultor como eram os seus
pais, José nunca tinha conseguido viver só da
agricultura. Mesmo conseguindo tirar parte da
alimentação da sua família do que plantava,
ainda tinha que trabalhar na prefeitura como gari
para poder garantir o sustento da família. Hoje,
José conta, com muita alegria, que vive como
agricultor e trabalha para ele e sua família.
Terezinha e José molhando a horta
Bomba d'água da cisterna de enxurrada
A experiência de José e sua famíliaSoberania alimentar gerando renda
Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Articulação Semiárido Brasileiro – Rio Grande do Norte
Realização Apoio
Sua rotina começa cedo. Às 7:30 da manhã,
José vai para o centro da cidade, que fica a 3
quilômetros do assentamento, para vender alface,
pimentão, coentro, cebolinha, hortelã miúdo e
outras hortaliças, de porta em porta. Para chegar à
cidade, José usa sua bicicleta e vai um dia sim e
outro não. Hoje com a renda maior, conseguiu
comprar uma moto que também usa para trabalhar.
Com o apurado, que varia de 35 a 50 reais
por dia, ele conseguiu sair do emprego e viver da
renda de sua plantação.
Terezinha diz que toda a família cuida da
plantação, até mesmo os que estudam. Quando
chegam da escola, não demoram em vir molhar ou
limpar a horta.
Além das hortaliças, a família planta coco,
acerola, goiaba, banana, siriguela, manga, laranja,
pinha, mamão, cana, capim elefante, palma. Nos
lotes de terra para a plantação e na área coletiva do
assentamento, plantam feijão, milho, jerimum e
melancia. Vendendo sempre o que sobra das frutas
. A família também cria galinha e porco para o
consumo.
Foi com a chegada das cisterna de
enxurrada, que José começou a ver outras
experiências de agricultoras e agricultores, nos
cursos e intercâmbios que participou. José diz que
isso fez com se sentisse motivado a viver essas
experiências com a sua família.
Com apenas 5 meses de construção da
cisterna de emxurrada, José diz que muita coisa
melhorou, não só na sua família, mas em toda a
comunidade que também foi beneficiada com as
cisternas. Dona Terezinha diz que cozinhou muito
para os cisterneiros e que, por isso, também ajudou
para a construção da cisterna de enxurrada em sua
casa. A família diz que essa conquista só foi
possível com muita luta.
Bicicleta que José usa para vender hortaliças
José em sua plantação de coentro
Hortaliças ao redor da cisterna