a escola do campo recebe as redes sociais: um … · desemprego e a invasão de privacidade;...
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A ESCOLA DO CAMPO RECEBE AS REDES SOCIAIS: UM ESTUDO
PAUTADO PELA “MODERNIDADE LÍQUIDA” DE BAUMAN
Maria Fatima Menegazzo Nicodem
Universidade Estadual de Maringá e Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Teresa Kazuko Teruya
Universidade Estadual de Maringá
INTRODUÇÃO
Utilizando dados da pesquisa pós-doutoral “Muito além da calmaria: o ensino no
campo, a modernidade líquida e as tecnologias contemporâneas de informação e
comunicação”, institucionalmente vinculada à Universidade Estadual de Maringá, com
o apoio da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, campus Medianeira-PR,
promoveu-se evento de extensão com a realização de Oficinas no Colégio Estadual do
Campo no distrito de Maralúcia, Medianeira-PR. Participaram 19 professores/as que
também concordaram em responder às questões da pesquisa ação.
Este trabalho analisa a parte da pesquisa relacionada às redes sociais e o seu uso
permeado pela “modernidade líquida” preconizada por Bauman (1999). Foi pensado,
primordialmente, para investigar, observar, sentir e analisar de que forma professores/as
de uma escola do campo fazem uso das tecnologias representadas pela internet, neste
caso as redes sociais, como estratégias de ensino impulsionadoras da aprendizagem de
alunos/as, de conteúdos curriculares de suas disciplinas.
O objetivo desta etapa da pesquisa, visando à geração deste trabalho, foi fazer
um apanhado parcial dos dados levantados, inventariando o uso pedagógico das redes
sociais nas dinâmicas de ensino da citada escola, voltando-se a analisar a aceitação, por
parte dos professores envolvidos, da atual perspectiva cultural inserida na “modernidade
líquida”, expressão cunhada por Bauman (1999). Em decorrência deste objetivo, na
parte teórica enfoca-se essa “modernidade líquida” e a “vida líquida moderna”,
discorrendo sobre elas em seu caráter de instrumentos inalienáveis e indispensáveis da
contemporaneidade; os resultados apontam percursos de produção de sentido para o
conhecimento permeado por esses objetos da cultura, quais sejam: a internet, pela qual
fluem as redes sociais e os blogs; afirmar, ainda, ao final dos presentes estudos, a
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inexistência de obstáculos para o uso de tecnologias contemporâneas da informação e da
comunicação na escola do campo, tanto quanto na escola urbana.
Para desenvolver o trabalho, a metodologia utilizada foi a pesquisa-ação,
embasada em Richardson (2010), por meio de ação de extensão, na forma de oficinas
realizadas durante o segundo semestre de 2016. Organizadas as etapas do trabalho, os
19 professores participantes responderam um questionário composto por 10 questões
com 6 alternativas que poderiam ser quantificadas (gradadas) entre 0 e 5. Deste
questionário, utilizou-se somente os resultados levantados pelas questões nove e dez
para alavancar as discussões do presente trabalho. A questão nove: “sobre a afirmação
de que as pessoas, na atualidade, precisam estar cientes do compromisso com os
desafios que as cercam”, os professores participantes deveriam fazer uma gradação
entre 0 e 5 aos itens relacionados à afirmação, quais sejam: esses desafios são de caráter
econômico e social; esses desafios são de caráter cultural, ético e profissional; esses
desafios são de caráter político; esses desafios são de caráter pessoal e particular; esses
desafios são pluridimensionais, envolvendo diversas faces: econômica, social, cultural,
ética, profissional, política e pessoal; esses desafios têm importância na vida escolar dos
alunos provenientes dessa sociedade. A questão dez: “as dimensões que chegam no bojo
das tecnologias da informação e da comunicação são de cunho social, cultural, político,
ético, religioso, entre outras dimensões. Isto significa que:”, também deveria ser
respondida com gradação entre 0 e 5 para os seguintes itens relacionados à afirmação:
incluem a pobreza e a individualidade sendo expostas nas redes sociais; incluem o
desemprego e a invasão de privacidade; Incluem as crises identitárias, a poluição visual
e auditiva; iários fatores que contribuem para a complexidade das vivências atuais que
levam a refletir sobre o uso das tecnologias contemporâneas; as reflexões sobre as
tecnologias contemporâneas da informação e da comunicação passam por seu uso na
educação, orientação e exploração de conhecimentos; incluem aspectos culturais que
compreendem planejamento docente para o uso das tecnologias em questão. Depois de
analisar as duas questões, tecem-se as considerações à luz de Bauman (1999)
considerando-se as perspectivas da “modernidade líquida”.
1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
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A base teórica das discussões sobre o uso das redes sociais na escola do campo,
passa pela abordagem que Bauman tece a respeito da Modernidade Líquida. Ao cunhar
a expressão “modernidade líquida”, Bauman (1999) se propõe a tratar da fluidez das
relações, de sua volatilidade no mundo contemporâneo. Reporta-se ao conjunto de
relações e dinâmicas intrínsecas ao meio em que vivemos na atualidade. Estas relações e
dinâmicas apresentam diferenças com relação às que se estabeleceram na proposta que
Bauman denomina “modernidade sólida”. A ideia de modernidade líquida é constituída
sobre o conceito sócio histórico de modernidade, que percorre um vasto período da
história humana e, no mesmo ritmo, marca alterações na forma humana de pensar e nas
relações entre os seres humanos e entre instituições sociais.
Ao acessar o viveiro das incertezas, Bauman (2007) pensa um ambiente novo e
de fato sem precedentes para as atividades da vida individual, levantando uma série de
desafios inéditos. Em primeiro lugar, pontua a passagem da fase “sólida” da
modernidade para a “líquida”, ou seja, para uma condição em que as organizações
sociais (estruturas que limitam as escolhas individuais, instituições que asseguram a
repetição de rotinas, padrões de comportamento aceitável) não podem mais manter sua
forma por muito tempo – nem se espera que o façam – pois se decompõem e se
dissolvem mais rápido que o tempo que leva para moldá-las e, uma vez reorganizadas, a
fim de que se estabeleçam. Em segundo lugar, a separação e o iminente divórcio entre o
poder e a política, a dupla da qual se esperava, desde o surgimento do Estado moderno e
até muito recentemente, que compartilhasse as fundações do Estado-nação “até que a
morte os separasse” (BAUMAN, 2007). Em terceiro lugar, segundo Bauman (2007), a
retração ou redução gradual, embora consistente, da segurança comunal, endossada pelo
Estado, contra o fracasso e o infortúnio individuais retira da ação coletiva parte da
atração que esta exercia no passado e solapa os alicerces da solidariedade social. Em
quarto lugar, o colapso do pensamento, do planejamento e da ação a longo prazo.
Conforme Bauman (2007), também ocorre o desaparecimento ou enfraquecimento das
estruturas sociais nas quais estes poderiam ser traçados com antecedência, levando a um
desmembramento da história política e das vidas individuais numa série de projetos e
episódios de curto prazo que são em princípio, infinitos e não combinam com os tipos
de sequências aos quais conceitos como “desenvolvimento”, “maturação”, “carreira” ou
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“progresso”. Bauman aponta que todos sugerem uma ordem de sucessão pré-ordenada.
Em quinto lugar, aparece a responsabilidade em resolver os dilemas gerados por
circunstâncias voláteis e constantemente instáveis é jogada sobre os ombros dos
indivíduos.
Diante desses cinco fatores, Bauman (2007) afirma que é o momento de
perguntar como essas mudanças modificam o espectro de desafios que homens e
mulheres encontram em seus objetivos individuais e portanto, obliquamente, como
influenciam a maneira como estes tendem a viver suas vidas.
Seguindo esta linha de pensamento, Bauman (2016) destaca que a presente crise
(da modernidade líquida) de volatilidade, que afeta todos os aspectos da nossa condição,
atinge profundamente “tudo o que criamos para desenvolver e aperfeiçoar o mecanismo
da democracia, tendo em vista nos proteger nas nossas vidas em conjunto”. Na verdade,
segundo o autor, atinge sim. De forma súbita, todos nós nos sentimos vulneráveis –
individual, grave e simultaneamente, como nação ou como espécie humana. No entanto,
Bauman aponta para Thomas Paine quando este adverte nossos ancestrais em “senso
comum” (1776), um dos documentos mais seminais da era moderna.
Quando sofremos, ou somos expostos por um governo às
mesmas misérias que poderíamos esperar de um país sem
governo, nossa calamidade é ampliada pela reflexão de que nós
mesmos suprimos os meios pelos quais sofremos. Governos,
como o vestuário, são o emblema da inocência perdida; os
palácios dos reis são construídos sobre as ruínas das choupanas
do paraíso. (...) Consequentemente, sendo a segurança o
verdadeiro propósito e fim do governo, decorre
irretorquivelmente que qualquer forma de governo que nos
pareça mais capaz de garanti-la, com o mínimo de aventura e o
máximo de benefício, é preferível a todas as demais.
(BAUMAN, 2016)
As redes sociais, objeto deste estudo, assim como o planeta, andam pelas “auto-
estradas da informação”. Nada que aconteça nas redes sociais, assim como no planeta,
permanece do “lado de fora” intelectual. Não há terra nula, segundo o autor. Não há
espaço em branco no mapa mental, não há terra nem povo desconhecidos, muito menos
incognoscíveis.
Essas redes, segundo Bauman (2007), apresentam a miséria humana de lugares
distantes e estilos de vida longínquos, assim como a corrupção de outros lugares
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distantes e estilo de vida longínquos, são apresentadas por imagens eletrônicas e
trazidas para casa de modo tão nítido e pungente, vergonhoso ou humilhante como o
sofrimento ou a prodigalidade ostensiva dos seres humanos próximos de casa, durante
seus passeios diários pelas ruas das cidades.
1.1 BAUMAN E O ESPAÇO SOCIAL EM TRANSFORMAÇÃO: O LUGAR DAS
REDES SOCIAIS
Ao aportar as reflexões sobre este tema, Bauman (2016) se refere a um romance
de Hans Fallada (de 1947) – “Todo homem morre só”, traz imediatamente à mente que,
na atualidade, “a soma de generosidades privadas não resulta numa cultura coletiva”, já
que exatamente o mesmo poderia ser dito sobre a soma crescente de aflições privadas,
os sofrimentos daqueles na ponta receptora da generosidade genuína, com certeza
minúscula em comparação com a escala de privação.
Bauman (2016) percebe neste movimento um “contrato” não escrito, ditado pela
necessidade que impõe um limite natural não transponível à desigualdade social. As
redes sociais se encontram no caminho para a mobilidade social ascendente. Por outro
lado, percebe também que esses caminhos foram bloqueados e se tornaram
intransponíveis para os que no passado foram convencidos a enxergar a escada da
desigualdade como uma chance e um estímulo par ao progresso e a autoafirmação
pessoais.
O autor conduz à visão de que os mitos de ir “da pobreza à riqueza”, “de
empregado a profissional autônomo e daí a empregar terceiros”, de um caminho direto –
mesmo que difícil – para o topo, aberto aos interessados em trabalho árduo e com muito
suor, perdeu seu brilho e seu poder de sedução diante da frustração maciça dos
universitários forçados a aceitar “empregos de segunda” em lugar dos “prêmios”
prometidos.
1.2 AS REDES SOCIAIS E A VIDA LÍQUIDO-MODERNA
Bauman (2007) afirma que num planeta aberto à livre circulação de capital e
mercadorias, o que acontece em determinado lugar tem um peso sobre a forma como as
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pessoas de todos os outros lugares vivem, esperam ou supõem viver. Por inferência,
percebe-se que as redes sociais são decisivas nesse trânsito.
As pressões voltadas à perfuração e à quebra de fronteiras,
comumente chamadas de “globalização’, fizeram seu trabalho;
com poucas exceções, que estão desaparecendo rapidamente.
Todas as sociedades são agora total e verdadeiramente abertas,
seja material ou intelectualmente. Junte os dois tipos de
“abertura” – a intelectual e a material – e verá por que toda
injúria, privação relativa ou indolência planejada em qualquer
lugar é coroada pelo insulto da injustiça: o sentimento de que o
mal foi feito, um mal que exige ser reparado, mas que, em
primeiro lugar, obriga as vítima a vingarem seus infortúnios...
(BAUMAN, 2007, p.12)
O autor se reporta ao “grau de abertura” da sociedade aberta que ganhou um
novo brilho, jamais imaginado por Karl Popper, que cunhou o termo. Afirma também
que o termo se refere a uma sociedade que admite francamente sua própria
incompletude, e portanto é ansiosa em atender suas próprias possibilidades ainda não-
intuídas, muito menos exploradas. As redes sociais se situam no interior dessas
reflexões. Significa, além disso, uma sociedade impotente, como nunca antes, em
decidir o próprio curso com algum grau de certeza em proteger o itinerário escolhido,
uma vez selecionado.
2 A PROPÓSITO DA METODOLOGIA, DA ANÁLISE E DA REFLEXÃO
SOBRE OS DADOS COLHIDOS
A pesquisa foi realizada por meio de metodologia de cunho qualitativo e, para
levá-la a cabo, optou-se pela pesquisa-ação.
Nicodem (2013) aponta em sua tese de doutorado o ponto de vista de Richardson
(2010) sobre a pesquisa-ação, quando visa a produzir mudanças (ação) e compreensão
(pesquisa) , pois são duas dimensões que conduzem a importantes contribuições para a
elaboração do traçado da pesquisa. Diante disto, as possibilidades de uso são
significativas, tanto para um/a professor/a de uma instituição pequena localizada em
uma região retirada de centros urbanos, quanto para a geração de estudos sofisticados,
de instituições organizacionais com grandes equipes de pesquisadores, financiada por
organizações fomentadoras em larga escala.
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Diante disso, apontamos para três possibilidades, com apoio nesse autor:
[...] o[/a] professor[/a] individual que trabalha em uma sala de aula
para produzir determinadas mudanças ou melhorias no processo de
ensino-aprendizagem; a pesquisa feita por um grupo que trabalha
solidariamente, assessorados ou não por um[/a] pesquisador[/a]
externo e, em último lugar, um professor[/a] ou professores[/as] que
trabalham com um[/a] pesquisador[/a] ou uma equipe de pesquisa
com um relacionamento permanente. (RICHARDSON, 2010, p.39,
grifos e acréscimos entre colchetes são nossos)
Richardson (2010) indica para uma pesquisa-ação que procura a mudança, mas
uma mudança para melhorar. Sendo assim, esta metodologia de pesquisa apoia-se em
alguns pontos fundamentais: Melhorar: a) a prática dos participantes; b) a sua
compreensão dessa prática; e c) a situação em que se produz esta prática. Envolver: a)
assegurando a participação dos integrantes do processo; b) assegurando a organização
democrática da ação; e c) propiciando o compromisso dos participantes com a mudança.
Diante disto, o objeto desta pesquisa não poderia usufruir de escolha
metodológica mais adequada, dada sua eficácia, envolvimento e, efetivamente, ação.
Realizadas as necessárias reflexões sobre o método de pesquisa adotado, retorna-
se para a reflexão teórica do objeto escolhido para a pesquisa – as redes sociais em sua
características de tecnologias contemporâneas da informação e da comunicação e seu
uso em sala de aula em uma escola do campo.
Nessa perspectiva, as redes sociais se liquefazem junto aos padrões de
dependência e interação, tornando-se mais maleáveis até o ponto em que se percebe que
as gerações passadas não experimentaram e nem poderiam imaginar a liquidez fluida
dos objetos da atualidade, mais nitidamente aqueles que fazem e desfazem a informação
que, de presente, se transforma em passado com uma rapidez sem precedentes. Dá
forma didática às redes sociais transportando-as para as salas de aula e, chama a atenção
para os blogs como artefatos mais elaborados para as rotinas didáticas para o ensino de
conteúdos curriculares que compõem as mais diversas disciplinas. São sólidos e
líquidos ao mesmo tempo.
A pesquisa completa valeu-se um questionário contendo dez questões
apresentadas como as que foram escolhidas para análise (questões nove e dez). A seguir
analisa-se primeiramente a Figura 1, que apresenta a questão nove.
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Figura 1: Questão nove do questionário completo utilizado na pesquisa (1)
Fonte: NICODEM (2016); dados colhidos pela autora.
Quando se chega à modernidade líquida, toda estrutura social montada em torno
da relativa fixidez moderna dilui-se. Para Bauman, as relações transformam-se, tornam-
se voláteis na medida em que os parâmetros concretos de “classificação” dissolvem-se.
Trata-se da individualização do mundo, em que o sujeito agora se encontra “livre”, em
certos pontos, para ser o que conseguir ser mediante suas próprias forças. A liquidez a
que Bauman se refere é justamente essa inconstância e incerteza que a falta de pontos de
referência socialmente estabelecidos e generalizadores gera.
São esses padrões, códigos e regras a que podíamos nos
conformar, que podíamos selecionar como pontos estáveis de
orientação e pelos quais podíamos nos deixar depois guiar, que
estão cada vez mais em falta. Isso não quer dizer que nossos
contemporâneos sejam livres para construir seu modo de vida a
partir do zero e segundo sua vontade, ou que não sejam mais
dependentes da sociedade para obter as plantas e os materiais de
construção. Mas quer dizer que estamos passando de uma era de
'grupos de referência' predeterminados a uma outra de
'comparação universal', em que o destino dos trabalhos de
autoconstrução individual (…) não está dado de antemão, e
tende a sofrer numerosa e profundas mudanças antes que esses
trabalhos alcancem seu único fim genuíno: o fim da vida do
indivíduo. (BAUMAN, 2001)
1 e 2 Para cada uma das cinco alternativas de cada uma das dez questões, foi apresentada uma gradação de
0 a 5 para marcação, onde 0 foi a menos significativa e 5 a mais significativa. Os números em vermelho
se constituem na tabulação dos dados, apresentando a frequência de marcação em cada ponto (de 0 a 5)
pelos 19 professores participantes da pesquisa.
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Analisando as marcações de todas as alternativas, de forma geral, conduz a
pensar na rota de Bauman (2007) para quem se a ideia de “sociedade aberta” era
originalmente compatível com a autodeterminação de uma sociedade livre que cultivava
essa abertura, ela agora traz à mente da maioria de nós a experiência aterrorizante de
uma população heterônoma, infeliz e vulnerável, confrontada e possivelmente
sobrepujada por forças que não controla nem entende totalmente; uma população
horrorizada por sua própria vulnerabilidade, obcecada com a firmeza de suas fronteiras
e com a segurança dos indivíduos que vivem dentro delas – enquanto é justamente essas
firmeza de fronteiras e essa segurança da vida dentro delas que geram um domínio
ilusório e parecem ser a tendência de permanecer como ilusões enquanto o planeta for
submetido unicamente à globalização negativa.
No que tange aos desafios de caráter econômico e social preconizados pela
alternativa “a” desta questão, Bauman (2007) nos auxilia na reflexão sobre os
“mercados sem fronteiras” que são uma receita para a injustiça e para a nova desordem
mundial em que a conhecida fórmula de Clausewitz, segundo ele, foi revertida, de modo
que é a vez da política ser uma confirmação da guerra por outros meios. A
desregulamentação, que resulta na anarquia planetária, e a violência armada se
alimentam mutuamente, assim como se reforçam e se revigoram mutuamente. Como diz
outra advertência da sabedoria antiga, “quando as armas falam, as leis silenciam”. A
alternativa “b”, ao refletir sobre desafios de caráter cultural, ético e social, conduz a
pensar com Bauman (2013), quando este se refere à mediação de levar a arte ao público
– ação que não é nenhuma novidade. No passado, essa arte costumava estar para o bem
ou para o mal, sob o patrocínio do Estado, causando maior ou menor satisfação aos que
faziam arte. Hoje a Internet, por meio das redes sociais, é um forte veículo de condução
da arte. Isto se traduz num dado conceito de cultura que pressupõe ética e coletividade.
Um mercado de consumo trabalhando para satisfazer
necessidades de longo prazo, para não falar de necessidades
permanentes ou atemporais, é uma contradição em termos, um
oximoro. O mercado de consumo favorece e promove o giro
rápido e o intervalo de tempo mais curto possível entre uso e
descarte – com o objetivo de fornecer a reposição imediata dos
produtos que não sejam mais lucrativos. (BAUMAN, 2013,
p.102)
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O autor com o qual se dialoga, questiona: será que a cultura pode sobreviver à
desvalorização do ser e ao declínio da eternidade, possivelmente os tipos mais dolorosos
de danos colaterais causados pelo triunfo dos mercados de consumo? Conforme ele, não
sabemos, nem podemos saber ainda a resposta a essa pergunta. Assim, não seria a pior
atitude prestar atenção à sensata advertência do filósofo Hans, citado por Bauman
(2013). Para o filósofo, confiar mais, em tempos de incerteza, nas previsões sombrias
dos “profetas do apocalipse” que nas garantias reconfortantes dos promotores e fãs do
“maravilhoso mundo novo dos consumidores”.
A alternativa “e”, sobre os desafios de caráter pessoal e particular, a alternativa
“d”, sobre os desafios pluridimensionais e a alternativa “e”, desafios importam na vida
escolar dos alunos provenientes dessa sociedade plural, podem ser analisadas por meio
de Bauman (2016a) que se reporta ao estado de crise, cuja prerrogativa de escolha se
aplica de duas maneiras: o que foi feito pode ser desfeito; o que foi escolhido à vontade,
pode ser abandonado à vontade. O que foi soerguido ao status de norma universal
obrigatória, pode ser suspenso por um tempo, ou sua aplicação pode ser confinada a
uma norma menos universalmente obrigatória. O propositor pode escolher uma lei
segundo sua vontade, e segundo sua vontade, e somente a sua vontade pode abrir
exceções à aplicação.
É nessa aptidão do soberano, de não estar restringido pela
norma que ele mesmo criou, na sua aptidão de fazer exceções,
no seu direito e na sua capacidade de obrigar ou desobrigar,
impor uma norma tanto quanto uma exceção à norma, que jaz a
substância da soberania. Em última análise, “a ordem legal
repousa sobre uma decisão, e não sobre uma norma”.
(BAUMAN, 2016a, p.49)
Aponta ele que apegar-se às regras, seguir critérios estabelecidos e restringir a
visão ao campo estreito, delimitado e cercado definido a priori como “relevante para a
tarefa”, por outro lado, parece uma receita perfeita para o desastre.
A seguir, analisa-se a Figura 2, que apresenta a questão dez:
Figura 2: Questão dez do questionário completo utilizado na pesquisa (2)
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Fonte: NICODEM (2016); dados colhidos pela autora.
Para analisar a marcação realizada pelos professores, em gradação, nas
alternativas da questão mostrada pela Figura 2, valemo-nos de Bauman (2013), para
quem durante séculos, a cultura existiu em desconfortável simbiose com toda sorte de
patrocinadores e empresários abastados. As redes sociais, na contemporaneidade,
apresentam outra configuração, que permite um patrocínio de pequenos e não tão
abastados assim e, em muitos casos, os simples “likes” ou “curtidas” em grande
número, são o suficiente par alavancar a atenção da mídia e a popularização gratuita de
comunicações nos mais diversos formatos: vídeos, imagens, fotografias, entre outras
formatações.
A cultura vai ganhar ou perder com a “mudança de gerência”?
Será que vai sair inteira depois da troca de guardas na torre de
vigia? Sobreviverá a essa mudança? Será que suas obras de arte
terão mais que a chance de uma vida efêmera e quinze minutos
de fama? Será que os novos administradores, sintonizados com
o estilo de gerenciamento hoje em moda, não limitarão suas
atividades tutelares ao “despojamento dos ativos”, levando
embora os ativos da dívida e se apropriando deles? Será que o
“cemitério de ventos culturais” não substituirá a “montanha que
aponta para o céu”, para usar a metáfora mais adequada ao
estado em que se encontra a cultura? Precisamos esperar um
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pouco mais para encontrar respostas a essas perguntas.
(BAUMAN, 2013, p.105)
O autor ainda assevera que não se deve parar de procurar essas respostas e se
deve fazê-lo com bastante energia e determinação. Tampouco, segundo ele, se deve
negligenciar a questão do formato que a cultura acabará assumindo em consequência de
nossas ações ou da falta dela.
Assim sendo, entende-se que as criações e escolhas culturais, assim como sua
utilização por seus “recebedores”, estão engajadas numa interação íntima – mais agora
do que em qualquer período do passado; além disso, dada a mutável localização das
artes na totalidade da vida contemporânea, essa interação destina-se, com toda
probabilidade, a se tornar ainda mais estreita no futuro. Na verdade, as obras de arte
contemporâneas tendem a ser indeterminadas, indefinidas, incompletas, ainda em busca
de seu significado, inseguras quanto seu potencial – e destinadas a assim continuar até
o momento do encontro com seu “público” – mais exatamente, o “público” que
invocam e/ou provocam e assim trazem à luz – um encontro ativo de ambos os lados.
“O verdadeiro significado (e, portanto, o esclarecimento e o potencial de promover
mudanças) das artes é concebido e amadurece durante esse encontro”. (BAUMAN,
2013).
A dinâmica apresentada na atualidade pelas redes sociais, apresentam uma
humanidade em movimento.
A nova “plenitude do planeta” – o âmbito global dos mercados
financeiro, de mercadorias e de trabalho, da modernização
administrada pelo capital, e portanto também do modo de vida
moderno – tem duas consequências diretas. A primeira delas é a
obstrução dos escoadouros que no passado permitiam a
drenagem e a limpeza regulares e oportunas dos “excedentes
humanos” dos relativamente poucos enclaves do planeta
modernizados e em modernização, excedentes esses eu o modo
de vida moderno tendeu a produzir numa escala sempre
crescente: a população supérflua, supranumerária e irrelevante.
(BAUMAN, 2007, p.35)
Numa outra análise, Bauman (2016), o lugar das pessoas desobrigadas de
responsabilidade é, como se aponta, a plateia. Pois seja o espetáculo atraente ou não,
agradável ou não, as pessoas na plateia não se sentem encarregadas dele, não
compreendem nem esperam ser acusadas de participação.
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A gente não faz fila para pegar o nosso quinhão de
responsabilidade. A maior parte de nós trataria as
responsabilidades como uma batata – repulsiva e
insuportavelmente – quente. Eis a verdade, por mais deplorável
que pareça. (BAUMAN, 2016, p.76)
As redes sociais fazem da humanidade, um grande conjunto de indivíduos
solitários que se comunicam com o mundo. É assustadoramente paradoxal, se olharmos
para o formato do conceito de solidão que ainda ronda os dicionários. Uma “rede” não é
um espaço para desafiar as ideias recebidas e as preferências de seu criador. Ela é, antes
uma réplica ampliada ou um espelho de aumento daquele ou daquela que a teceu,
povoada exclusivamente por pessoas de mesma opinião, dizendo o que a pessoa que os
admitiu deseja ouvir e prontas a aplaudir tudo o que quem as admitiu ou nomeou venha
a dizer.
Nas redes sociais, mesmo não sendo regra, dissidentes,
indivíduos que sustentam opiniões contrárias – ou estranhas, e
por isso desconcertantes – são exilados (ou pelo menos, de
modo reconfortante, são suscetíveis de exílio) ao primeiro sinal
de discordância. Como não há “formadores de opinião”
oferecendo alívio da responsabilidade pelo veredicto, muitos
dissidentes da rede optam pela segurança oferecida e sustentada
pela semelhança – não pela identidade – de opiniões e atitudes,
eliminando previamente as chances de dissidência, confronto
atrito ou choque. (BAUMAN, 2016, p.85)
Bauman (2016a) assegura que num tal ambiente, peculiaridades pessoais,
incluindo idiossincrasias bizarras e inclassificáveis outrora banidas do escritório e que
tiveram de ser deixadas no bengaleiro na entrada do prédio, passam a ser vistas como a
mais preciosa das vantagens e o capital mais promissor e lucrativo.
Sendo assim, a busca de sucesso, segundo o autor, exige que elas sejam nutridas,
não combatidas nem sufocadas. Asas devem ser abertas com mais envergadura, não
cortadas. Já não são mais empregados e funcionários que seguem regras e realizam os
gestos procurados, mas indivíduos autocontrolados, autônomos, autoconfiantes,
impetuosos e não convencionais. O fenômeno da ‘individualidade’, outrora visto com
contrariedade e desconfiança, com uma mistura de menosprezo e medo, e, feitas as
contas, tratado com suspeição, como ameaça à ordem das coisas, tem hoje novo lar na
família dos recursos mais desejáveis e das mais louváveis e invejáveis qualidades.
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Na contemporaneidade, conforme Bauman (2016a), no fundo da sociedade de
consumo, parece que a função do Estado capitalista é prover um ‘bloco de construção
essencial’ em tudo diferente do edifício capitalista, o qual há pouco substituiu seu
predecessor, como descreve Habermas citado por esse autor: ‘o encontro do comprador
com a mercadoria’.
As redes sociais são fomentadoras dessas condições de compras, oferecendo
dados que estampam a transação de compra/venda, não necessariamente monetária, cuja
regularidade consiste em garantir que o comprador esteja em posição de pagar o preço
da mercadoria oferecida, enquanto a mercadoria seja atraente o bastante para se
candidatar àquele preço.
No bojo da questão ora em análise está também a questão ética, sobre a qual se
reflete com Bauman (1997) na rota do moderno pensamento ético, em cooperação com
a moderna prática legislativa. Dado o impacto ambíguo dos esforços societários no
campo da legislação ética, deve-se reter que a responsabilidade moral – sendo para o
outro antes de poder ser com o Outro – é a primeira realidade do eu, ponto de partida
antes que produto da sociedade.
As redes sociais passam pela dimensão ética que vem no bojo da cultura. Sob
este aspecto, enceta-se para Bauman (1997) quando este discute responsabilidades
morais e normas éticas.
De muitas coisas podemos afirmar que quanto mais delas se
necessita tanto menos facilmente estão disponíveis. Essa
afirmação vale com certeza com respeito a normas éticas
comumente acordadas, de que também podemos esperar que
sejam comumente observadas: essas normas podem guiar nossa
conduta em nossas relações mútuas – nosso relacionamento
para com outros e, simultaneamente, dos outros para conosco –
de sorte que possamos nos sentir seguros em nossa presença
recíproca, ajudar-nos uns aos outros, cooperar pacificamente e
derivar de nossa presença mútua prazer não corrompido pelo
medo ou pela suspeição. (BAUMAN, 1997, p.23)
Isto gera um dilema ético, com efeito emancipatório oriundo do pluralismo,
indicando para uma teoria moral. Desta forma, encontra-se ressonância entre as
ambiguidades da prática moral e o dilema da ética, a teoria moral: a crise moral
repercute em crise ética. A ética – um código moral, que pretende ser o código moral, o
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único conjunto de preceitos harmonicamente coerentes ao qual deve obediência toda
pessoa moral – visualiza a pluralidade de caminhos e ideais humanos como um desafio,
e a ambivalência dos juízos morais como um estado mórbido de coisas que se deseja
corrigir.
Sob este aspecto, percebe-se que em toda a era moderna, o esforço dos filósofos
morais, segundo Bauman (1997), visou a reduzir o pluralismo e eliminar a ambivalência
moral. Da mesma forma como muitos homens e mulheres vivendo sob as condições de
modernidade, a ética moderna buscou uma saída do predicamento em que a moralidade
moderna foi lançada na prática da vida diária.
O cunho social preconizado pela questão também se expõe à análise e envolve
todas as alternativas que passaram pela gradação dos professores participantes da
pesquisa: na “a” apresenta-se a significação da inclusão da pobreza e da individualidade
em exposição nas redes sociais; em “b”, a questão social inclui o desemprego e a
invasão de privacidade; em “c”, aparecem as crises identitárias e as poluições visuais e
auditivas; em “d”, a discussão giram em torno de vários fatores que contribuem para a
complexidade das vivências atuais que levam a refletir sobre o uso das tecnologias
contemporâneas – aqui representadas pelas redes sociais; em “e”, incluem-se os
aspectos culturais que compreendem planejamento docente para o uso das tecnologias
em sala de aula.
Seguindo ainda pelas questões éticas, toma-se Bauman (2012a), quando aborda a
necessidade do cuidado para não se destruir num instante aquilo que se levou milênios
para construir. Afirma ele que bastam alguns minutos e um punhado de assinaturas para
destruir o que levou milhares de cérebros, o dobro de mãos e um bocado de anos para
construir.
Esta talvez tenha sido sempre a atração mais surpreendente e
sinistra, embora incontrolável, da destruição – ainda que a
tentação nunca tenha sido mais irresistível do que nas vidas
apressadas que se levam em nosso mundo obcecado com a
velocidade. Em nossa sociedade líquido-moderna de
consumidores, a indústria de eliminação, remoção e descarte de
dejetos é uma das poucas atividades com garantia de
crescimento contínuo e imune aos caprichos do mercado de
consumo. (BAUMAN, 2012a, p.36)
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As redes sociais, para finalizar a análise teórico-metodológica das duas questões,
estão inseridas num tempo, no tempo contemporâneo. É nesse tempo que vivemos, diz
Bauman (2012), na sequência da acumulação e congestão maciças do excesso e da
extravagância, e do resultante colapso do sistema de crédito, com suas incontáveis
baixas colaterais. Na estratégia da vida, sustentada pelo crédito, do “aprovado agora,
pague depois” – reforçada, alimentada e fomentada pelas forças conjuntas das técnicas
de marketing e das políticas governamentais – adestrando sucessivas coortes de
estudantes na arte e no hábito de viver a crédito – os mercados de consumo descobriram
uma varinha de condão, com ela transformaram multidões de cinderelas, consumidores
inativos ou inúteis, numa massa de devedores, geradores de lucro.
E para pontuar o fim da análise seguimos para a pergunta de Bauman (2012a):
só uma pergunta vazia para tempos vazios – talvez a última barreira entre a juventude e
sua destituição seja a capacidade recém-descoberta e possibilitada de servir como local
de armazenamento dos excessos da indústria de consumo em nossa era de
removibilidade.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo realizado na pesquisa com dezenove professores/as conduzem para
algumas considerações bem claras e outras postuladas nas entrelinhas. Sobre a relação
existente entre a educação no campo e as mídias e tecnologias contemporâneas da
informação e da comunicação, sugerem temores e instabilidades. E estes dois
fenômenos são fortemente perceptíveis no conjunto de respostas às alternativas
apresentadas nas questões aqui analisadas.
Se no mundo contemporâneo os fatores relacionados à cultura não se dissociam
das mazelas econômicas, políticas e sociais, é evidente que a transitoriedade para uma
perspectiva multicultural enfrente um árduo caminho, dado que as transformações
tecnológicas estão inseridas nesse universo. O locus da pesquisa, qual seja, a escola do
campo é, para os/as professores/as que lá atuam, um locus ambíguo: da ousadia e do
temor, paradoxalmente. Da ousadia para aqueles/as que usam as redes sociais como
estratégia em sua prática docente com os conteúdos de suas disciplinas; do temor para
aqueles/as que se sentem desconstruir e se deslocar ao se submeterem ao uso das redes
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sociais e blogs, uma vez que eles são espaços virtuais inconstantes e sujeitos ao fácil
rompimento das fronteiras geográficas e não-geográficas. No entanto, há resistências e
estas também são visíveis.
Se as resistências estão aí, estão também aí o universalismo e suas questões –
como bem apresenta Bauman (1997) – uma demanda sem endereço, como uma reflexão
sobre as práticas modernas de uma só natureza ou essência humana. Sob este aspecto é
preciso considerar o professor em sua condição humana, construtor de si mesmo e da
própria história, motivo bastante para observá-lo pela ótica da liberdade. A construir-se
a si, o/a professor/a se faz pelas próprias ações, em um processo interativo permeado
pelas condições e pelas circunstâncias que o/a envolvem.
De toda a forma e terminando as considerações, percebe-se que as redes sociais
estão na escola da cidade e na escola do campo, portanto, esta realidade já não é mais
possível alterar. Então, o que os dados nos revelaram é que, uma vez que elas estão lá
como artefatos da cultura pós-moderna, aos/às professores/as é facultada a liberdade de
escolher entre usá-los ou não em suas práticas docentes.
REFERÊNCIAS
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Alberto Medeiros, 1.ed., Rio de Janeiro: Zahar, 2013.
BAUMAN, Zygmunt. Babel: entre a incerteza e a esperança. Tradução Renato
Aguiar, Rio de Janeiro: Zahar, 2016.
BAUMAN, Zygmunt. Ensaios sobre o conceito de cultura. Tradução Carlos Alberto
Medeiros, Rio de Janeiro: Zahar, 2012.
BAUMAN, Zygmunt. Estado de Crise. Tradução Renato Aguiar, Rio de Janeiro:
Zahar, 2016a.
BAUMAN, Zygmunt. Ética pós-moderna. Tradução João Rezende Costa, Rio de
Janeiro: Zahar, 1997.
BAUMAN, Zygmunt. Modernidade Líquida. Tradução Plínio Dentzien, Rio de
Janeiro: Zahar, 1999.
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BAUMAN, Zygmunt. Sobre Educação e Juventude. Tradução Carlos Alberto
Medeiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2012a.
BAUMAN, Zygmunt. Tempos Líquidos. Tradução Carlos Alberto Medeiros, Rio de
Janeiro: Zahar, 2007.
NICODEM, Maria Fatima Menegazzo. A obra literária vai ao cinema. Tese de
Doutorado em Educação. Programa de Pós Graduação, Universidade Estadual de
Maringá, Maringá/PR, 2013.
RICHARDSON, Robero Jarry (org). Pesquisa qualitativa crítica e válida. In.
RICHARDSON, Robero Jarry (org). Pesquisa Social: métodos e técnicas. 3.ed., São
Paulo: Atlas, 1999.