a educação no período clássico até os dias atuais trabalho 26.8.2007

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FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS UNIDADE DE PORTO ALEGRE FUNDAMENTOS HISTÓRICO-FILOSÓFICOS DA EDUCAÇÃO A EDUCAÇÃO NO PERÍODO CLÁSSICO ATÉ OS DIAS ATUAIS NOME DO ALUNO Lúcio Machado Borges

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FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS

UNIDADE DE PORTO ALEGRE

FUNDAMENTOS HISTÓRICO-FILOSÓFICOS DA EDUCAÇÃO

A EDUCAÇÃO NO PERÍODO CLÁSSICO ATÉ OS DIAS ATUAIS

NOME DO ALUNO Lúcio Machado Borges

Porto Alegre, agosto de 2007.FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS

UNIDADE DE PORTO ALEGRE

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FUNDAMENTOS HISTÓRICO-FILOSÓFICOS DA EDUCAÇÃO

A EDUCAÇÃO NO PERÍODO CLÁSSICO ATÉ OS DIAS ATUAIS

Este trabalho trata do Período conhecido como Clássico (500 a.C.)

até os dias atuais, orientada pela Profa. Juliane M. C. M. Gomes.

Porto Alegre, agosto, 2007.

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RESUMO

No presente texto, será abordado a Educação do Período Clássico (500 a.C.) até os

dias de hoje. Será abordado neste trabalho a Cultura da Grécia Antiga, como era a educação

em Atenas, a Arte na Grécia Antiga, o Período Helenístico, a Educação Romana, a educação

no Brasil, durante o Regime Militar e a Educação nos dias Atuais, os novos rumos da

educação. O que um professor deve ensinar no século XXI, em plena era da informática?

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Palavras-chaves – Período Clássico, Educação

1 – Metodologia

Este trabalho foi realizado com pesquisa na internet.

2 – Discussão

3. - Período Clássico 500 a.C.

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3.1 - Cultura da Grécia Antiga

Mapa da Grécia Antiga

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Os gregos tinham conflitos e diferenças entre si, mas muitos elementos culturais em comum. Falavam a mesma língua (apesar dos diferentes dialetos e sotaques) e tinham religião comum, que se manifestava na crença nos mesmos deuses. Em função disso, reconheciam-se como helenos (gregos) e chamavam de bárbaros os estrangeiros que não falavam sua língua e não tinham seus costumes, ou seja, os povos que não pertenciam ao mundo grego (Hélade).

3.2 - Educação em Atenas

Em Atenas, apesar de as mulheres também serem educadas para as tarefas de mãe e esposa, a educação era tratada de outra forma, pois até mesmo nas classes mais pobres da sociedade ateniense encontrava-se homens alfabetizados. Eles eram instruídos para cuidarem não só da mente como também do corpo, o que lhes dava vantagem na hora da guerra, pois eram tão bons guerreiros quanto eram estrategistas.

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3.3 – Principais Educadores Gregos

Sócrates, Platão e Aristóteles

Sócrates

Sócrates nasceu em Atenas, provavelmente no ano de 470 AC, e tornou-se um dos principais pensadores da Grécia Antiga. Podemos afirmar que Sócrates fundou o que conhecemos hoje por filosofia ocidental. Foi influenciado pelo conhecimento de um outro importante filósofo grego : Anaxágoras. Seus primeiros estudos e pensamentos discorrem sobre a essência da natureza da alma humana.

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Platão

Aristóteles

A astronomia antiga conheceu a hipótese heliocêntrica, mas aderiu, em geral, ao geocentrismo. A hipótese heliocêntrica é devida a Aristarco de Samos, pouco posterior a Aristóteles e de pouco anterior a Arquimedes - III século a.C. O geocentrismo foi elaborado por Eudóxio de Cnido (408-355 a.C.) discípulo de Platão, e por Aristóteles no sistema das esferas homocêntricas; o sistema astronômico era composto de cinqüenta e seis esferas concêntricas. A seguir foi desenvolvido e corrigido por Apolônio de Perga (260-200 a.C.), que ensinou em Alexandria e em Pérgamo e foi um grande geômetra da Antigüidade juntamente com Euclides e Arquimedes; e também, mediante a teoria dos excêntricos, por Hiparco de Nicéia do II século a.C., o qual viveu em Alexandria e em Rodes. Esta teoria desloca a terra do centro das órbitas astrais para a circunferência, para poder explicar melhor e mais simplesmente os movimentos celestes. Entretanto, o sistematizador definitivo do geocentrismo é Ptolomeu, vivido em Alexandria no II século d.C., autor do assim chamado Almagesto, mediante o qual a astronomia antiga foi transmitida e seguida até à Renascença. Ptolomeu julgou que devia integrar a astronomia com a astrologia, que seria o estudo dos influxos astrais sobre os fenômenos terrestres e, particularmente, sobre as vicissitudes humanas.

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3.4 – Paidéia

Paidéia, segundo Werner Jaeger, era o "processo de educação em sua forma verdadeira, a forma natural e genuinamente humana" na Grécia antiga.

3.5 – Histórico

Inicialmente, a palavra paidéia (de paidos - criança) significava simplesmente "criação de meninos". Mas, como veremos, este significado inicial da palavra está muito longe do elevado sentido que mais tarde adquiriu.O termo também significa a própria cultura construída a partir da educação. Era o ideal que os gregos cultivavam do mundo, para si e para sua juventude. Uma vez que o governo próprio era muito valorizado pelos gregos, a Paidéia combinava ethos (hábitos) que o fizessem ser digno e bom tanto como governado quanto como governante. O objetivo não era ensinar ofícios, mas sim treinar a liberdade e nobreza. Paidéia também pode ser encarada como o legado deixado de uma geração para outra na sociedade.

Um pedagogo - um escravo, na época - conduzia o jovem, com sua lanterna ilumina(dor)a, até aos centros ou assembléias, onde ocorriam as discussões que envolviam pensamentos críticos, criativos, resgates de cultura, valorização da experiência dos anciãos etc.Supõe-se que, no processo sócio-histórico, esse mesmo pedagogo libertou-se, talvez de tanto dialogar nos acompanhamentos do jovem até as assembléias, tornando-se um personagem da paidéia, e seu consuma(dor).

Mas, se até então o objetivo fundamental da educação era a formação aristocrática do homem individual como Kalos agathos ("Belo e Bom"), a partir do século V a. C., exige-se algo mais da educação. Para além de formar o homem, a educação deve ainda formar o

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cidadão. A antiga educação, baseada na ginástica, na música e na gramática deixa de ser suficiente.

É então que o ideal educativo grego aparece como paidéia, formação geral que tem por tarefa construir o homem como homem e como cidadão. Platão define paidéia da seguinte forma "(...) a essência de toda a verdadeira educação ou paidéia é a que dá ao homem o desejo e a ânsia de se tornar um cidadão perfeito e o ensina a mandar e a obedecer, tendo a justiça como fundamento" (cit. in Jaeger, 1995: 147)

Do significado original da palavra paidéia como criação de meninos, o conceito alarga-se para, no século IV a.C., adquirir a forma cristalizada e definitiva com que foi consagrado como ideal educativo da Grécia clássica.

Como diz Jaeger (1995), os gregos deram o nome de paidéia a "todas as formas e criações espirituais e ao tesouro completo da sua tradição, tal como nós o designamos por Bildung ou pela palavra latina, cultura." Daí que, para traduzir o termo paidéia "não se possa evitar o emprego de expressões modernas como civilização, tradição, literatura, ou educação; nenhuma delas coincidindo, porém, com o que os gregos entendiam por paidéia. Cada um daqueles termos se limita a exprimir um aspecto daquele conceito global. Para abranger o campo total do conceito grego, teríamos de empregá-los todos de uma só vez." (Jaeger, 1995: 1).

Na sua abrangência, o conceito de paideia não designa unicamente a técnica própria para, desde cedo, preparar a criança para a vida adulta. A ampliação do conceito fez com que ele passasse também a designar o resultado do processo educativo que se prolonga por toda vida, muito para além dos anos escolares.

A paidéia, vem por isso a significar "cultura entendida no sentido perfectivo que a palavra tem hoje entre nós: o estado de um espírito plenamente desenvolvido, tendo desabrochado todas as suas virtualidades, o do homem tornado verdadeiramente homem" (Marrou, 1966: 158).

3.6 – Os Principais Educadores Romanos

Cícero

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Cícero nasceu numa antiga família da classe equestre, duma povoação do interior do Lácio, a quem tinha sido dada a cidadania romana somente em 188 a.C., e que nunca tinha por isso participado na vida política de Roma. O pai proporcionou aos dois filhos, Marco, o mais velho, e Quinto, uma educação muito completa, sendo que Marco Túlio, após ter aprendido na escola pública e ter chegado à maioridade, passando a vestir a toga virilis, foi entregue aos cuidados do célebre senador e jurista romano Múcio Cévola que o pôs a par das leis e das instituições políticas de Roma. Durante a Guerra Social do princípio do século I a.C (91-88 a.C.) Cícero passou brevemente pela vida militar, passo necessário para poder participar plenamente na vida política romana, tendo estado presente numa campanha militar sob o comando do cônsul Pompeu Estrabão, pai de Pompeu o Grande. Regressado à vida civil, começou a estudar filosofia com Filão, o Académico, mas a sua atenção centrou-se na oratória que estudou com a ajuda de Molo, o principal retórico da época, e de Diodoto, o Estóico. Cícero é considerado o primeiro romano que chegou aos principais postos do governo com base na sua eloquência, e ao mérito com exerceu as suas funções de magistrado civil. O primeiro caso importante que aceitou foi a defesa de Amerino, um escravo liberto, acusado de parricida por um favorito de Sila, nessa época ditador de Roma. Esta acção corajosa levou-o a sair prudentemente de Roma, após a conclusão do pleito, tendo viajado durante dois anos, oficialmente para se restabelecer de uma doença. Em Atenas reencontrou o seu colega de escola Pompónio Ático, com quem estabelecerá a partir daí uma longa, e muito célebre, Correspondência. No Oriente concluiu a sua formação filosófica e retórica.

Quintiliano

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Foi professor de Retórica na Roma Antiga, Marcus Fabius Quintilianus nasceu em Caagurris (Calahorra, atual Espanha) e viveu de 30 a 95 DC Escritor e retórico latino. Estudou em Roma, onde primeiro exerceu como advogado. Tornou-se conhecido por ter sido professor de retórica. Um de seus alunos foi o orador romano Plinio, o jovem. Depois de exercer por vinte anos como advogado e professor, retirou-se para escrever. Ficou famoso pelo Institutio Oratoria (c. 95 d.C.), grande obra redigida em 12 volumes. Nos dois primeiros livros Quintiliano trata a educação fundamental e como se organizava a vida na Roma de seu tempo. Recomendava que se ensinassem simultaneamente os nomes das letras e as suas forma.. É contrário aos castigos físicos. Recomenda a emulação como incentivo para o estudo e sugere que o tempo escolar seja periodicamente interrompido por recreios, já que o descanso é, na sua opinião, favorável à aprendizagem. O Livro X é o mais conhecido, nele Quintiliano aconselha a leitura como elemento fundamental na formação de um orador e também contém uma pesquisa sobre as pessoas que escreveram grego e latim. No último livro apresenta o conjunto de qualidades que deve reunir quem se dedicar à Oratória, tanto no que se refere à conduta quanto ao caráter. Sua obra exerceu grande influência sobre a teoria pedagógica que sustenta o humanismo e o renascimento.

3.6 - Jogos Olímpicos

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Um exemplo de atividade cultural comum entre os gregos foram os Jogos Olímpicos. A partir de 776 a.C., de quatro em quatro anos, os gregos das mais diversas cidades reuniam-se em Olímpia para a realização de um festival de competições. Esse festival ficou conhecido

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como Jogos Olímpicos. Os jogos olímpicos eram realizados em honra a Zeus (o mais importante deus grego) e incluíam provas de diversas modalidades esportivas: corridas, saltos, arremesso de disco, lutas corporais. Além do esporte havia também competições musicais e poéticas.

Os Jogos Olímpicos eram anunciados por todo o mundo grego dez meses antes de sua realização. Os gregos atribuíam tamanha importância a essas competições que chegavam a interromper guerras entre cidades (trégua sagrada) para não prejudicar a realização dos jogos. Pessoas dos lugares mais distantes iam a Olímpia a fim de assistir aos jogos. Havia, entretanto, proibição à participação das mulheres, seja como esportistas, seja como espectadoras.

Os atletas que participavam das competições eram respeitados pelos gregos em geral. O prêmio para os vencedores era apenas uma coroa feita com ramos de oliveira colhidos num bosque consagrado a Zeus. Mas a sua glória era imensa. As cidades recepcionavam os vitoriosos com festas e homenagens[carece de fontes?]. Poetas, como Píndaro, faziam poemas em sua homenagem, e o governo erguia-lhes estátuas.

Os Jogos Olímpicos da antigüidade foram celebrados até 393 d.C., quando o imperador romano Teodósio, que era cristão, mandou fechar o templo de Zeus em Olímpia, para combater cultos não-cristãos. Quinze séculos depois o educador francês Pierre de Fredy, o barão de Coubertin (1836-1937), empreendeu esforços para restaurar os Jogos Olímpicos. Sua "causa" obteve simpatia e adesão internacionais. Em 1896, foram realizados em Atenas os primeiros Jogos Olímpicos da época contemporânea. As atuais Olimpíadas, também realizadas de quatro em quatro anos, reunindo atletas de diversos países do mundo, procuram preservar o ideal de unir os povos por meio do esporte.

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3.7 – Educação em Esparta

A educação espartana, que recebia o nome técnico de agogê, apresentava as particularidades de estar concentrada nas mãos do Estado e de ser uma responsabilidade obrigatória do governo. Estava orientada para a intervenção na guerra e a manutenção da segurança da cidade, sendo particularmente valorizada a preparação física que visava fazer dos jovens bons soldados e incutir um sentimento patriótico. Nesse treinamento educacional eram muito importantes os treinamentos físicos, como salto, corrida, natação, lançamento de disco e dardo.

3.8 - Arte da Grécia Antiga

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Um dos mais expressivos monumentos do período antigo é o Partenon, templo com colunas dóricas, construído entre 447 e 438 a.C. na acrópole de Atenas, e dedicado à padroeira da cidade, Athenea Párthenos. A construção foi projetada pelos arquitetos Calícrates e Ictinos, e é comandada por Fídias. Suas linhas arquitetônicas serviram de inspiração para a construção de muitos outros edifícios em todo o mundo.

3.9 - Legado da Grécia Antiga

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Imagem:Laocoon Vatican.jpg

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Estátua de Zeus

A cultura da Grécia Antiga é considerada a base da cultura da civilização ocidental. A cultura grega exerceu poderosa influência sobre os romanos, que se encarregaram de repassá-la a diversas partes da Europa. A civilização grega antiga teve influência na linguagem, na política, no sistema educacional, na filosofia, na ciência, na tecnologia, na arte e na arquitetura moderna, particularmente durante a renascença da Europa ocidental e durante os diversos reviveres neoclássicos dos séculos XVIII e XIX, na Europa e Américas.

Conceitos como cidadania e democracia são gregos, ou pelo menos de pleno desenvolvimento na mão dos gregos. Qualquer história da Grécia Antiga requer cautela na consulta a fontes. Os historiadores e escritores políticos cujos trabalhos sobreviveram ao tempo eram, em sua maioria, atenienses ou pró-atenienses, e todos conservadores[carece de fontes?]. Por isso se conhece melhor a história de Atenas do que a história das outras cidades; além disso, esses homens concentraram seus trabalhos mais em aspectos políticos (e militares e diplomáticos, desdobramentos daqueles), ignorando o que veio a se conhecer modernamente por história econômica e social. Toda a história da Grécia antiga precisa dar atenção à condução parcial pelas fontes.

4 - 358 a. C. Período Helenístico

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4.1 - A Arte

A arte helenística encontrava-se ao serviço dos soberanos e das classes sociais mais ricas, apresentando inovações técnicas e temáticas arquitetura detectou-se uma influência oriental, presente no aparecimento do arco e da abóboda. Vulgarizou-se o uso do capitel coríntio (templo de Zeus Olímpico em Atenas). Os grandes edifícios da era são de natureza secular (teatros, estádios).

Pérgamo foi um dos principais centro de produção escultórica. O patético e o teatral estão patentes em obras como Laocoonte, ao mesmo tempo que se nota um revivalismo do idealismo clássico (Vénus de Milo, Vitória de Samotrácia). Como novidade surge a representação da infância, da velhice, da dor, da ira, das diferenças raciais. Outro aspecto explorado nesta era foi a representação de alegorias, como a Tyche de Eutíquides, personificação da cidade síria de Antioquia.

A pintura perdeu-se quase na totalidade, sendo apenas certo que neste período começa a representar-se as paisagens.Designa-se por período helenístico (do grego, hellenizein – "falar grego", "viver como os gregos") o período da história da Grécia compreendido entre a morte de Alexandre III da Macedônia em 323 a.C. e a anexação da península grega e ilhas por Roma em 147 a.C.. Caracterizou-se pela difusão da civilização grega numa vasta área que se estendia do mar Mediterrâneo oriental à Ásia Central. De modo geral, o helenismo foi a concretização de um ideal de Alexandre: o de levar e difundir a cultura grega aos territórios que conquistava. Foi naquele período que as ciências particulares têm seu primeiro e grande desenvolvimento. Foi o tempo de Euclides e Arquimedes. O helenismo marcou um período de transição para o domínio e apogeu de Roma.

4.2 - A ciência no período helenístico

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Pintura que representa a astrologia no Período Helenístico

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A ciência alcançou um grande desenvolvimento no período helenístico, não sendo ultrapassada nas suas realizações durante muitos séculos.

Na medicina, destacaram-se Herófilo e Erasístrato, que viveram em Alexandria na primeira metade do século III a.C.. Herófilo, considerado o fundador da anatomia, recusou-se a aceitar os dogmas estabelecidos, atribuindo maior importância à observação direta. Fez estudos importantes no campo da frenologia, tendo feito a distinção entre cérebro e cerebelo. Descreveu também o duodeno, o pâncreas e a próstata e descobriu o ritmo do pulso, apresentando lei matemática para a sístole e a diástole.

Erasístrato, considerado o iniciador da fisiologia, salientou-se pelo estudo dos vasos sangüíneos e da circulação do sangue. Descreveu também os pulmões.

Na matemática, Euclides de Alexandria, autor de Elementos, lançou nesta obra as bases da geometria como ciência. Apolônio de Perga estuda as seções cônicas. Mas o maior matemático foi Arquimedes de Siracusa (c.287 a.C.-212 a.C.) que inventou o cálculo integral e descobriu a lei da impulsão, tendo realizado também algumas invenções (planetário, bomba aspirante).

Na astronomia, Aristarco de Samos (c.310 a.C.-230 a.C.) defendeu que o Sol era o centro do sistema planetário (heliocentrismo), teoria que gerou polêmica na época e foi contestada por Arquimedes e Hiparco de Nicéia. Este último foi responsável pela atribuição ao ano solar da duração de 365 dias, 5 horas, 55 minutos e 12 segundos, um cálculo errado apenas por 6 minutos e 26 segundos. Eratóstenes de Cirene (c.[[275 a.C.-194 a.C.) descreveu a Via Láctea e organizou a geografia como ciência.

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4.4 - Filosofia

Para a filosofia, contudo, o helenismo marcou o surgimento de um novo período: a filosofia helenística (cujo início é tradicionalmente associado com a morte de Alexandre, em 323 a.C.).As principais escolas filosóficas deste período são:

Estoicismo ,

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Epicurismo , Ceticismo , Cinismo . É nesse período do pensamento ocidental que a filosofia se expande da Grécia para outros

centros como Roma e Alexandria.

4.5 - Literatura

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Parte considerável da literatura do período helenístico perdeu-se, restando muitos fragmentos de obras.

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Na poesia, destacaram-se dois nomes: Calímaco (c.305-c.240 a.C.), autor de hinos, epigramas e de dois poemas épicos (Hécale e Aitia), e Teócrito (c.300-206 a.C.), criador do gênero pastoril (idílios).

No teatro, surgiu a Comédia Nova, que retratava as paixões dos cidadãos comuns, fazendo uma crítica aos costumes. O principal representante desta nova tendência da comédia grega foi Menandro.

5 - A Educação Romana

O espírito prático romano manifesta-se também na educação, que se inspirou, entre os romanos, nos ideais práticos e sociais. Na história da educação romana podem-se distinguir três fases principais: pré-helenista, helenista-republicana, helenista-imperial. A primeira e fundamental instituição romana de educação é a família de tipo patriarcal, germe de uma sociedade mais vasta, que vai da cidade ao império: os patres governam a coisa pública.

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Educador é o pai, que na sociedade familiar romana desempenha também as funções de senhor e de sacerdote - paterfamilias. Nesta obra educativa colaborava também a mãe, especialmente nos primeiros anos e no concernente aos primeiros cuidados dos filhos, sendo, em Roma, mais considerada a mulher do que na Grécia, dadas as suas predominantes qualidades práticas. O fim da educação é prático-social: a formação do agricultor, do cidadão, do guerreiro - salus reipublicae suprema lex esto. Essencialmente práticos e sociais são os meios: o exemplo, o treinamento ministrado pelo pai que faz o filho participar na sua atividade agrícola, econômica, militar e civil, a tradição doméstica e política - mos maiorum; e a religião - pietas - entendida como prática litúrgica, sendo a religião, em Roma, diversamente do que era na Grécia, sumamente pobre de arte e de pensamento. E tudo isso sob uma disciplina severa. Enfim, prático-social era o próprio conteúdo teorético da educação, a instrução propriamente dita, que se reduzia a uma aprendizagem mnemônica de prescrições jurídicas, concisas e conceituosas - as leis das doze tábuas - que regulavam os direitos e os deveres recíprocos naquela elementar mas forte sociedade agrícola-político-militar.

A educação romana sofreu necessariamente uma profunda modificação, quando o antigo estado-cidade, desenvolvendo-se e expandindo-se para a nova forma do estado imperial - entre o terceiro e o segundo século a.C. - veio em contato com a nova civilização helênica, cuja irresistível fascinação também Roma sofreu. Sentiu-se então a exigência de um novo sistema educativo, em que a instrução, especialmente literária, tivesse o seu lugar. Esta instrução literária partiu precisamente da cultura helênica. Primeiro são traduzidas para o latim as obras literárias e poéticas gregas - por exemplo, a Odisséia -, depois estudam-se os autores gregos no texto original, enfim se forma pouco a pouco uma literatura nacional romana sobre o modelo formal da grega. E, deste modo, a princípio é a literatura grega que se difunde em Roma, depois, mediante a literatura, é o pensamento grego que penetra e se difunde, e afinal, através do pensamento, entra e se espalha a concepção grega da vida - porquanto estava pelo menos nas possibilidades do caráter latino.

Evidentemente, a família não estava mais à altura de ministrar esta nova e mais elevada instrução. As famílias das mais altas classes sociais hospedam em casa um mestre, geralmente grego - pedagogus ou litteratus. E, para atender às exigências culturais e pedagógicas das famílias menos abastadas, vão-se, aos poucos, constituindo escolas - ludi - de instituição privada sem ingerência alguma do estado. Essas escolas são de dois graus: elementares - a escola do litterator onde se aprendia a ler, escrever e calcular; médias - a escola do grammaticus - onde se ensinava a língua latina e a grega, se estudavam os autores das duas literaturas, através das quais se aprendia a cultura helênica em geral. Um terceiro grau será, enfim, constituído mediante as escolas de retórica, uma espécie de institutos universitários, que surgem com uma diferenciação e uma especialização superior da escola de gramática.

A sua finalidade era formar o orador, porquanto a carreira política representava, para o espírito prático romano, o ideal supremo. E, portanto, o ensino da eloqüência abrangia toda a cultura, do direito até à filosofia. O orador romano será o tipo do homem de ação, do político

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culto, em que a cultura é instrumento de ação - negotium e, logo, para os romanos, coisa muito séria, em relação com a seriedade da ação, e não simples distração - otium. Na reação dos conservadores contra a helenização da vida romana, os censores publicavam um decreto que condenava a escola latina de retórica (92 a.C.), por ser "novidade contrária aos costumes e aos preceitos dos maiores", e é definida até como ludus impudentiae. Acabam, todavia, por triunfar os inovadores, e a cultura helênica e os mestres gregos afluem a Roma sempre mais numerosos e bem acolhidos, enquanto a elite dos jovens romanos vai se aperfeiçoar nos centros de cultura helenista, especialmente em Atenas.

Juntamente com a organização do império organizam-se também as escolas romanas. Por certo, vindo a faltar a liberdade, vem a faltar o interesse político da cultura; as escolas de retórica perdem a função prática e social, transformando-se em meios de ornamento intelectual entre os lazeres de uma aristocracia cultural, o que, absolutamente falando, representa uma purificação da cultura no sentido especulativo, dianoético, grego; mas, relativamente ao espírito prático-social romano, significa uma decadência para o diletantismo. Seja como for, o estado romano mostra agora apreciar a cultura. Começam os imperadores romanos por conceder imunidade e retribuições aos mestres de retórica ainda docentes em casas particulares; depois o estado passa a favorecer e promover a instituição de escolas municipais de gramática e de retórica nas províncias; enfim são fundadas cátedras imperiais, especialmente de direito, nos grandes institutos universitários.

Um dos principais motivos de interesse imperial pela cultura e a sua difusão foi o fato de se ver nela um eficaz instrumento de romanização dos povos, um instrumento de penetração e de expansão da língua e dos jus romano, um meio, em suma, para o engrandecimento do império. E o resultado foi fecundo também para a cultura como tal, porquanto foi ela levada, embora modestamente, aqueles povos - Espanha, Gália, Grã-Bretanha, Germânia, províncias danubianas, África setentrional - a que o helenismo não pudera chegar. Tais escolas municipais foram tão vitais nas províncias, que muitas sobreviveram à queda do império romano ocidental, transformando-se em escolas eclesiásticas graças ao monaquismo cristão, e conservaram acesa na noite barbárica a chama da cultura clássica, preparadora dos esplêndidos renascimentos posteriores.

O teórico da pedagogia romana pode ser considerado Quintiliano. Nasceu na Espanha no II século d.C., foi professor de retórica em Roma, o primeiro docente pago pelo estado, quando Vespasiano era imperador. Na Instituição Oratória, em doze livros, expõe o processo de formação do orador - cuja figura ideal já delineara Cícero no De Oratore. Faz Quintiliano uma exposição completa, propondo programas e métodos que foram em grande parte adotados sucessivamente nas escolas do império. A instituição escolástica compreende os dois graus tradicionais de gramática e retórica. No curso de gramática ensinam-se a língua latina e a língua grega, a interpretação dos poetas - Vergílio e Homero - e as noções necessárias para este fim. No curso de retórica ensinam-se a interpretação dos historiadores - Lívio - e dos oradores - Cícero -, o direito e a filosofia, enquanto fornecem o conteúdo essencial à arte

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oratória. Um lugar de destaque ocupam as normas e as exercitações de eloqüência, o fim supremo da educação romana, segundo o espírito prático-político romana.

6 - Patrística

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Patrística é o nome dado à filosofia cristã dos primeiros séculos, elaborada pelos Pais da Igreja e pelo escritores escolásticos. Consiste na elaboração doutrinal das verdades de fé do Cristianismo e na sua defesa contra os ataques dos "pagãos" e contra as heresias. Quando o Cristianismo, para defender-se de ataques polêmicos, teve de esclarecer os próprios pressupostos, apresentou-se como a expressão terminada da verdade que a filosofia grega havia buscado, mas não tinha sido capaz de encontrar plenamente, enquanto a Verdade mesma não tinha ainda se manifestado aos homens, ou seja, enquanto o próprio Deus não havia ainda encarnado, não existia ainda o Senhor.

De um lado se procura interpretar o Cristianismo mediante conceitos tomados da filosofia grega, do outro reporta-se ao significado que esta última dá ao Cristianismo.A patrística divide-se geralmente em três períodos:

até o ano 200 dedicou-se à defesa do Cristianismo contra seus adversários (padres apologistas, São Justino Mártir).

até o ano 450 é o período em que surgem os primeiros grandes sistemas de filosofia cristã (Santo Agostinho, Clemente Alexandrino).

até o século VIII reelaboram-se as doutrinas já formuladas e de cunho original (Boécio). O legado da Patrística foi passada à Escolástica.

7 - Escolástica

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A Escolástica (ou Escolasticismo) é uma linha dentro da filosofia medieval, de acentos notadamente cristãos, surgida da necessidade de responder às exigências da fé, ensinada pela Igreja, considerada então como a guardiã dos valores espirituais e morais de toda a Cristandade. Por assim dizer, responsável pela unidade de toda a Europa, que comungava da mesma fé. Esta linha vai do começo do século IX até ao fim do século XVI, ou seja, até ao fim da Idade Média. Este pensamento cristão deve o seu nome às artes ensinadas na altura pelos escolásticos nas escolas medievais. Estas artes podiam ser divididas em trivio (gramática, retórica e dialética) ou quadrívio (aritmética, geometria, astronomia e música). A escolástica resulta essencialmente do aprofundar da dialéctiva.

A Filosofia que até então possuía traços marcadamente clássicos e helenísticos sofreu influências da cultura judaica e cristã, a partir do século V, quando pensadores cristãos perceberam a necessidade de aprofundar uma fé que estava amadurecendo, em uma tentativa de harmonizá-la com as exigências do pensamento filosófico. Alguns temas que antes não faziam parte do universo do pensamento grego, tais como: Providência e Revelação Divina e Criação a partir do nada passaram a fazer parte de temáticas filosóficas. A Escolástica possui uma constante de natureza neoplatônica, que conciliava elementos da filosofia de Platão com valores de ordem espiritual, reinterpretadas pelo Ocidente cristão. E mesmo quando Tomás de Aquino introduz elementos da filosofia de Aristóteles no pensamento escolástico, esta constante neoplatônica ainda é presente.

Basicamente, a questão chave que vai atravessar todo o pensamento escolástico é a harmonização de duas esferas: a fé e a razão. O pensamento de Agostinho, mais conservador, defende uma subordinação maior da razão em relação à fé, por crer que esta venha restaurar a condição decaída da razão humana. Enquanto que a linha de Tomás de Aquino defende uma certa autonomia da razão na obtenção de respostas, por força da inovação do aristotelismo, apesar de em nenhum momento negar tal subordinação da razão à fé.

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Para a Escolástica, algumas fontes eram fundamentais no aprofundamento de sua reflexão, por exemplo os filósofos antigos, as Sagradas Escrituras e os Padres da Igreja, autores dos primeiros séculos cristãos que tinham sobre si a autoridade de fé e de santidade.

Os maiores representantes do pensamento escolástico são os dois pensadores citados acima, que estão separados pelo tempo e pelo espaço: Agostinho de Hipona, nascido no norte da África no fim do século IV e Tomás de Aquino, nascido na Itália do século XIII. Embora seja arriscado dizer que sejam as únicas referências relevantes do período medieval, ambos conseguiram sintetizar questões discutidas através de todo o período: Agostinho enquanto mestre de opinião relevante e autoridade moral e Tomás de Aquino, pelo uso de caminhos mais eficazes na obtenção de respostas até então em aberto.

Outros nomes da Escolástica são; Anselmo de Cantuária, Alberto Magno, Robert Grosseteste, Roger Bacon, Boaventura de Bagnoreggio, Pedro Abelardo, Bernardo de Claraval, João Escoto Erígena, João Duns Scot, Jean Buridan e Nicole Oresme.

8 - A Educação no Brasil durante o Regime Militar

Alguma coisa acontecia na educação brasileira. Pensava-se em erradicar definitivamente o analfabetismo através de um programa nacional, levando-se em conta as diferenças sociais, econômicas e culturais de cada região. A criação da Universidade de Brasília, em 1961, permitiu vislumbrar uma nova proposta universitária, com o planejamento, inclusive, do fim do exame vestibular, valendo, para o

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ingresso na Universidade, o rendimento do aluno durante o curso de 2o grau.(ex-Colegial e atual Ensino Médio) O período anterior, de 1946 ao princípio do ano de 1964, talvez tenha sido o mais fértil da história da educação brasileira. Neste período atuaram educadores que deixaram seus nomes na história da educação por suas realizações. Neste período atuaram educadores do porte de Anísio Teixeira, Fernando de Azevedo, Lourenço Filho, Carneiro Leão, Armando Hildebrand, Pachoal Leme, Paulo Freire, Lauro de Oliveira Lima, Durmeval Trigueiro, entre outros. Depois do golpe militar de 1964 muito educadores passaram a ser perseguidos em função de posicionamentos ideológicos. Muito foram calados para sempre, alguns outros se exilaram, outros se recolheram a vida privada e outros, demitidos, trocaram de função. O Regime Militar espelhou na educação o caráter anti-democrático de sua proposta ideológica de governo: professores foram presos e demitidos; universidades foram invadidas; estudantes foram presos, feridos, nos confronto com a polícia, e alguns foram mortos; os estudantes foram calados e a União Nacional dos Estudantes proibida de funcionar; o Decreto-Lei 477 calou a boca de alunos e professores; o Ministro da Justiça declarou que "estudantes tem que estudar" e "não podem fazer baderna". Esta era a prática do Regime. Neste período deu-se a grande expansão das universidades no Brasil. E, para acabar com os "excedentes" (aqueles que tiravam notas suficientes mas não conseguiam vaga para estudar), foi criado o vestibular classificatório. Para erradicar o analfabetismo foi criado o Movimento Brasileiro de Alfabetização - MOBRAL. Aproveitando-se, em sua didática, no expurgado Método Paulo Freire, o MOBRAL propunha erradicar o analfabetismo no Brasil... não conseguiu. E entre denúncias de corrupção... foi extinto. É no período mais cruel da ditadura militar, onde qualquer expressão popular contrária aos interesses do governo era abafada, muitas vezes pela violência física, que é instituída a Lei 4.024, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em 1971. A característica mais marcante desta Lei era tentar dar a formação educacional um cunho profissionalizante. Dentro do espírito dos "slogans" propostos pelo governo, como "Brasil grande", "ame-o ou deixe-o", "milagre econômico", etc., planejava-se fazer com que a educação contribuísse, de forma decisiva, para o aumento da produção brasileira. A ditadura militar se desfez por si só. Tamanha era a pressão popular, de vários setores da sociedade, que o processo de abertura política tornou-se inevitável. Mesmo assim, os militares deixaram o governo através de uma eleição indireta, mesmo que concorressem somente dois civis (Paulo Maluf e Tancredo Neves).

9 - A Educação no século XXI

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A situação no mundo de hoje, em particular os importantes acontecimentos das últimas décadas, irão influenciar o mundo do século XXI. Ao debruçarmo-nos sobre a educação básica para o século XXI é essencial examinarmos para que tipo de mundo essa educação terá que preparar o educando. Mais ainda: os valores, conhecimentos e competências ensinados aos educandos irão influenciar o mundo que será criado, através duma interação dialética entre teoria, processo e realidade, de modo que a educação não pode ser vista como uma mercadoria neutral, mas como um instrumento poderoso na definição do tipo de sociedades que irão existir no próximo século.

A educação básica que poderá ser, hoje e no futuro próximo, a única acessível a todos os cidadãos desempenha um papel particularmente crítico, uma vez que a democratização do poder político exige a formação de cidadãos capazes de controlarem tanto os seus contextos físicos como os políticos. A erradicação da pobreza, a defesa e melhoramento do ambiente, e a criação e manutenção de uma sociedade democrática impõem importantes exigências ao sistema educativo.

O mundo tal como se apresenta hoje constitui um indicador poderoso do tipo de mundo e de desafios que podemos esperar encontrar no século XXI. O mundo já tem mais de 6.000 bilhões de habitantes, mas 12% deles, incluindo a população dos EUA, da Europa Comunitária e o Japão são responsáveis por 72% do PIB de todo o mundo, enquanto que cerca de 20% deles geram apenas 1% do PI B. O fosso entre os dois grupos está a aumentar, em vez de diminuir. O rateio do PIB per capita entre os dois grupos eleva-se a 40/1.

Este enorme desequilíbrio econômico entre os países altamente industrializados, por um lado, e os países menos desenvolvidos, por outro, reflete-se no desequilíbrio do desenvolvimento dos recursos humanos, dispondo a grande maioria dos cidadãos dos países industrializados de uma educação básica e secundária plena, enquanto que a maioria dos cidadãos dos países subdesenvolvidos são analfabetos ou apenas têm acesso a poucos anos de educação primária. Uma das razões da dificuldade que os países em desenvolvimento têm em prover uma educação básica para todos tem sido o elevado crescimento populacional, estando este intimamente correlacionado com as baixas taxas de leitura e educação.

Por exemplo, na África a Sul as matrículas aumentaram de 23,5 milhões de alunos em 1970 para 70,7 milhões em 1990, ou seja, triplicaram. Apesar deste tremendo progresso, calcula-se que, em 1990, na África a Sul, 33% das crianças com idades compreendidas entre os 6 e os 11 anos, num total de cerca de 43 milhões de crianças, se encontravam fora da escola. Em muitos países subdesenvolvidos a população duplica a cada 20 ou 30 anos. Assim, prover educação para todos torna-se uma corrida hercúlea contra o crescimento da população que ultrapassa constantemente a oferta educativa. A não ser que haja um esforço mundial muito mais concertado de assistência a África é impossível que se consiga vencer a corrida contra a explosão populacional. Os baixos níveis de desenvolvimento dos recursos humanos

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nos países em desenvolvimento está relacionado com o controle da ciência e da tecnologia pelos países altamente desenvolvidos. Cada vez mais essa mesma tecnologia está controlada por empresas muito evoluídas que podem não estar muito interessadas em partilhá-la com os países pobres. A ciência e a tecnologia correm o risco de se tornarem em instrumentos de dominação dos poderosos sobre os fracos. E, à medida que o ensino da ciência e da tecnologia se torna mais sofisticado, requerendo professores mais qualificados e equipamentos muito caros, o conhecimento científico e as competências tecnológicas podem tornar-se cada vez menos acessíveis aos países subdesenvolvidos e mais pobres.

Para além do fosso existente entre os países industrializados e os países subdesenvolvidos, o colapso do comunismo na década passada pôs fim à aparente possibilidade de escolha entre dois modelos de desenvolvimento. Contudo, não parece que o mundo tenha conseguido desenvolver em seu lugar um modelo de desenvolvimento exeqüível e coerente, susceptível de ser aplicado em toda a parte. O modelo que mais se aproximou de uma teoria mundial do desenvolvimento foi o modelo da administração Reagan, o "Reaganomics" dos anos 80, caracterizado por economias baseadas no lado da oferta, redução de impostos, desregulação financeira e menos controlo governamental sobre as questões econômicas. Enquanto que nos países já industrializados isto teve um efeito positivo no crescimento econômico e na criação de emprego, particularmente nos Estados Unidos, o seu efeito nos países em desenvolvimento parece ser negativo. Isto deve-se provavelmente ao fato de, segundo a teoria, ser mais fácil tomar posse de empresas do que criá-Ias, e por as transações financeiras se terem sobreposto a uma correta atividade econômica.Nos países subdesenvolvidos a abordagem mais próxima a uma teoria do desenvolvimento foi o ajustamento estrutural. Construída sobre uma versão de teoria econômica clássica, temperada com os princípios da "Reaganomics" dos anos 80, as suas principais características são:

· desvalorização da moeda;· redução da despesa pública;· redução dos subsídios, em especial aos consumidores, com o objetivo tanto dereduzir as despesas do governo como de influenciar os incentivos à produção,favorecendo os bens destinados à exportação;· redução ou eliminação dos controles de preços, com o objetivo deaproximar os preços internos dos preços de mercado a nívelmundial;· revisão das políticas comerciais destinadas a encorajar as exportações;· revisão das políticas fiscais, em especial dos impostos, destinados a aumentar areceita governamental;· novos encargos ou aumento dos já existentes para os usuários de serviços públicos;

· privatização tanto de empresas como de serviços sociais; e

· reformas institucionais necessárias para implementar estas políticas.

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Embora estas políticas pareçam razoavelmente acreditáveis, até hoje não conseguiram vencer as dificuldades econômicas existentes, por exemplo, na África a Sul, muito provavelmente devido ao curto espaço de tempo previsto para os programas de ajustamento e à falta de instituições adequadas para levarem a efeito programas de desenvolvimento em muitos países do Terceiro Mundo. Dado que o ajustamento estrutural não presta atenção suficiente a questões como as fragilidades e os pontos fortes do nível institucional e, em muitos casos, devido à ausência de instituições de importância crucial tais como sistemas de marketing, muitos dos ajustamentos macroeconômicos tornaram-se inoperantes. De qualquer modo, uma perspectiva meramente econômica do desenvolvimento terá sempre, com toda a probabilidade, um valor reduzido. Dada a inexistência de uma teoria do desenvolvimento que tenha já dado provas de algum sucesso no contexto dos países em desenvolvimento, é muito provável que a divisão atualmente existente entre países industrializados e países subdesenvolvidos persista até durante o século XXI.Por outro lado, é hoje evidente que o mundo se está se tornando num mercado global, com as empresas a transferindo as suas atividades de países onde os custos são elevados, como é o caso dos Estados Unidos e do Japão, para países de custos baixos, como por exemplo o México e a Malásia. Mas o mundo não só se está a transformar num mercado global, como também numa aldeia global. Os elevados padrões de vida existentes nos países industrializados não podem ser isolados de influências exteriores, tais como a degradação ambiental, os aumentos da população, a pobreza crescente e os fenômenos de conflitos violentos, muitas vezes a nível mesmo de extermínio. Os surtos de violência nos países em desenvolvimento não podem deixar de afetar os países altamente desenvolvidos, quer seja sob a forma de ataques terroristas, ou sob a forma de abundância de refugiados, incluindo os refugiados econômicos. A contenção desta violência tem necessariamente que partir da criação de condições nos países subdesenvolvidos que, por um lado, proporcionem um ambiente satisfatório e estável e que, por outro, reduzam o fosso existente entre os que têm e os que não têm.

Outro aspecto que poderá vir a caracterizar o século XXI é a tendência para se constituírem uniões econômicas regionais entre países, como é o caso da União Européia. Um processo semelhante está a verificar-se na América, na Ásia e na África.A criação de mercados regionais, muitas vezes conduzindo a uma maior coesão política e monetária, irá certamente afetar a forma e o ritmo do desenvolvimento.

A educação tem a ver não só com questões relacionadas com o desenvolvimento econômico tais como a ciência e a tecnologia, mas também com questões como a visão do mundo e os valores. Uma vez que a educação básica continuará a ser o único nível educativo acessível a todos, a educação básica terá que tratar das realidades que as nações irão enfrentar no século XXI, ajudando a encontrar soluções tanto de ordem física como cultural para os problemas da vida real.

Outra característica das últimas décadas que é provável que se mantenha no século XXI é a da mudança constante. As sociedades estáveis e que só mudavam muito lentamente

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características dos séculos passados deram lugar a sociedades que mudaram radicalmente no período de uma geração. Por vezes as mudanças tiveram lugar ainda em períodos mais reduzidos. A educação terá que prover os educandos com as competências adequadas para enfrentarem com sucesso mudanças constantes, mas que ao mesmo tempo lhes permitam manter as suas identidades culturais, sociais, comunitárias e individuais. A mudança constante foi provocada por um desenvolvimento de tal modo acelerado da ciência e da tecnologia que nenhuma parte do mundo pode deixar de sofrer a influência dos desenvolvimentos verificados em qualquer outra parte.

E, por fim, é evidente que as sociedades monolíticas do passado não podem manter-se no futuro. O pluralismo será certamente a marca do futuro e, com ele, a necessidade de uma maior compreensão e tolerância para pontos de vista e modos de viver diferentes dos nossos.

10 – Conclusão

Os dilemas dos educadores do século XXI parecem estar resumidos em três questionamentos: O que ensinar? Como ensinar? Para que ensinar? A educação é muito mais que a transferência de conhecimentos de professores para alunos. Acender a "chama da vontade de aprender no coração dos estudantes, dar o exemplo e criar vínculos entre professores e alunos" são fatores essenciais para o sucesso do aprendizado. E este é um papel que a tecnologia não poderá cumprir. O deve buscar não a mera transmissão do saber acumulado, mas uma cultura que possibilite a compreensão da condição humana e nos ajude a viver, e que favoreça um modo de pensar aberto e livre. A educação deve propiciar a compreensão do contexto Ensinar não é distribuir certezas, mas instigar dúvidas; não é inculcar a aceitação passiva do estabelecido, mas instrumentalizar para a contestação; não é formar iguais, mas diferentes, unidos pelo respeito e aceitação das próprias diversidades. A educação "pode ajudar a nos tornarmos melhores, se não mais felizes, e nos ensinar a assumir a parte prosaica e viver a parte poética de nossas vidas". O papel mais importante do bibliotecário no século XXI parece ainda ser o de gerenciador da informação. A importânciadessa tarefa pode ser assim colocada: o grande problema desse século é a superabundância de informação. Então, se não possuirmos sistemas e estratégias adequadas de acesso à informação ou estivermos despreparados para acessá-las, de que servirá tanta informação?Do que servirá a tecnologia, se a maioria das pessoas não saberá utilizá-la ou não terá acesso a elas? Os computadores e os sistemas inteligentes de processamento de dados podem até assumir parte dessa tarefa. No entanto, a organização e a manipulação de toda essa informação requer instruções, e aqui é que o bibliotecário poderá contribuir. Tal tarefa

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influenciará diretamente a vida de todas as pessoas e irá requerer competências de cunho educativo, intelectual, social e tecnológico.

11 – Referências Bibliográficas

(1) Conforme o Relatório apresentado por Jacques Delors na primeira sessão da Comissão Internacional da UNESCO sobre A Educação para o Século XXI, Anexo 1, p. l.(2) François Orivel, Educational Systems in Sub-Saharan Africa: Diagnostic Elements and Recommendations. Comunicação apresentada à Comissão Internacional da UNESCO: Educação para o século XXI, Agosto, 1993, p. 3(3) UNESCO, 1993 Trends and Projections of Enrolment by Levei of Education, by Age and bp Sex, l960-2025, Paris. (4) Conforme o Relatório apresentado por Jacques Delors na Comissão Internacional da UNESCO sobre A Educação para o Século XXI, Março, 1993

(5) Joel Samoff, Coping with Crisis: Austerity, Adjustment and Human Resources, Cassell/UNESCO, Paris, 1994, p. 7.http://pt.wikipedia.org/wiki/Gr%C3%A9cia_Antigahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Escol%C3%A1sticahttp://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Per%C3%ADodo_Greco-Romano&action=edithttp://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Hist%C3%B3ria_militar_da_Gr%C3%A9cia&action=edithttp://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Literatura_Grega&action=edithttp://www.google.com.br/search?q=A+Educa%C3%A7%C3%A3o+no+s%C3%A9culo+XXI&hl=pt-BR&start=30&sa=Nhttp://www.google.com.br/search?q=A+Gr%C3%A9cia+Antiga&hl=pt-BRhttp://webmail.grad.ufsc.br/~tales/partenon.htmhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Helenismo#A_ci.C3.AAncia_na_era_helen.C3.ADsticahttp://www.mundodosfilosofos.com.br/helenista.htmwww.paratexto.com.br/download.php?id=1883