(6) bloqueios regionais básicos - anestesiologia
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7/23/2019 (6) Bloqueios Regionais Bsicos - Anestesiologia
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EDUARDO ANTUNES MARTINS
BLOQUEIOS REGIONAIS
BSICOSPontos Chave
1. Definio dos bloqueios
regionais bsicos;
2. Descrio geral dosbloqueios mais usados nas
emergncias (punho etornozelo).
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2I Anestesiologia
Os anestsicos locais, exemplificados no captulo anterior, podem ser utilizados para diversos fins, inclusive
para realizao de bloqueios regionais. Esse uso, na realidade, uma parte prtica da teoria sobre anestsicos
locais, ento deve ser estudada logo aps essa matria.
O procedimento, nesse sentido, mais bsico a anestesia de regies que sero suturadas. Deve-se apenas
banhar a regio da leso e em volta dela para que as terminaes nervosas sejam anestesiadas. Isso obtido pela
infuso direta nas regies adjacentes da ferida, preenchendo-a completamente de anestsico local (pele fica elevada,
cheia de lquido abaixo da pele).
Figura 1Aplicao bsica de anestsico local em uma leso para posterior sutura.
Contudo, em algumas situaes a ferida pode ser muito extensa e, com isso, a necessidade de anestsico
local para anestesia-la seria muito elevada, sobrepujando o nvel de toxicidade do paciente. Para evitar isso pode-se
injetar uma menor quantidade de anestsico local nos principais nervos que carregam sensaes nociceptivas,
processo chamado de bloqueio regional. Esse tipo de bloqueio anestsico tambm importante para extremidades,
pois com uma pequena quantidade de anestsico h analgesia de uma regio distal inteira (por exemplo, ao injetar o
anestsico na base do dedo, todo ele fica anestesiado; ocorrendo algo semelhante com a mo quando injeta-se no
punho; e assim por diante).
Na teoria toda regio do organismo pode ser anestesiada dessa maneira, mas na prtica no isso que
ocorre, pois existem outras variveis relacionadas a capacidade tcnica e a disposio tecnolgica do servio. Por
exemplo, h a possibilidade de anestesiar localmente o brao inteiro por bloqueio de plexo braquial, o que feito
somente nos centros cirrgicos, pois necessita de um ultrassom para achar corretamente o nervo que se quer
anestesiar.
PUNHO E DEDOS
Essa regio no um local muito comum de anestesia local regional, pois os pacientes geralmente
apresentam outras leses associadas (como vascular) que necessitam de um CC. De qualquer forma, algumas vezes
importante para o manejo do paciente.
Dedos
Nos dedos existem dois ramos nervosos: ramo ventral (unha e ponta do dedo) e dorsal (falange mdia) do
nervo palmar prprio. Existem trs nervos que controlam a sensibilidade da mo: ulnar (5 e metade do 4 dedo),
radial e mediano (face palmar).
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Figura 2
Disposio das artrias e nervos na regio da mo.
A anestesia troncular feita da seguinte forma: palpar a falange
proximal (parte mais proximal, isto , a raiz do dedo) e entrar com a agulha a
45 margeando o osso at chegar ao fim do dedo (no atravess-lo), aspirar
para analisar a entrada de sangue (no deve vir), injetar um pouco e parar, subir
(isto , no sentido da regio onde a agulha entrou primeiramente) e repetir o
procedimento at o incio da injeo. Essa tcnica de aspirar e injetar um pouco,
parar, subir e repetir o processo chamada de anestesia dinmica. De qualquer
forma, ao final desse processo uma metade do dedo estar anestesiada.
Repete-se o processo com o outro lado.
O punho do paciente tambm pode ser anestesiado. Isso feito em
situaes de mltiplos dedos acometidos (o volume de anestsico seria muito
grande) ou quando a palma da mo tambm est acometida. No punho existem
trs nervos principais: mediano, ulnar e radial.
Primeiramente deve-se identificar o tendo do palmar longo e o do flexor
ulnar do carpo (dedos fechados e puxando seus dedos contra resistncia),
marcando-se no paciente. A seguir entra-se entre esses dois tendes para
anestesiar o nervo mediano (com a tcnica dinmica). Lembrar que essa regio
na realidade o tnel do carpo, logo no se pode administrar uma quantidade muito grande de anestsico (entre 2 a
3 ml) para evitar a compresso do nervo e de estruturas ai encontradas.
ura 3Tcnica de anestesia troncular do dedo.
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Figura 4Representao do nervo mediano e suas reas de inervao.
O nervo ulnar localiza-se logo abaixo do tendo do flexor ulnar do carpo. A administrao pode ser superior
(desviando do tendo obviamente) ou pela lateral, entre o processo estiloide e o tendo do flexor ulnar do carpo.
Figura 5Representao do nervo ulnar e suas reas de sensibilidade.
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Bloqueios Regionais Bsicos 6O nervo radial tambm deve ser anestesiado e feito como no dedo: acha-se o processo estiloide, entra-se
um pouco nessa regio (mais subcutneo) e aplica-se uma quantidade de anestsico em ambos os lados, como um
manto (ramos do nervo radial).
Figura 6 - Representao do nervo radial (ramos) e suas reas de sensibilidade.
PE E TORNOZELO
Existem cinco nervos importantes nessa regio: fibular superficial, safeno, sural (S de superficial, isto ,
superficial ao retinculo), fibular profundo e tibial posterior. Por isso o bloqueio regional dessa rea chamado de
pentabloqueio (cinco nervos). Como o fibular profundo e o tibial posterior so profundos ao retinculo suas
anestesias locais devem ser por administrao direta, enquanto nos superficiais deve-se injetar no subcutneo (como
ocorreu no dedo e no nervo radial do punho).
Figura 7Nervos sensitivos da perna.
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O fibular profundo anestesiado pela tcnica dinmica por administrao entre o extensor dos dedos e do
hlux, ao nvel dos malolos. O tibial posterior anestesiado da mesma forma, s que com administrao logo atrs
do malolo medial (junto com a artria tibial posterior, abaixo e profundamente a ela).
O fibular superficial o primeiro a ser anestesiado dos superficiais. A administrao semelhante aquela do
nervo radial do punho, entrando entre o malolo e o local de administrao do fibular profundo; o sural (entre o
malolo e o tendo de aquiles) e o safeno (no de volta que faltou); realizando um anel de anestsico local ao
redor do p.
REFERNCIAS
1. SAESP, Sociedade de Anestesiologia do Estado de So Paulo. Anestesiologia. EDITORA ATHENEU So
Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, 5 ed. 2001.2. Miller RD Eriksson LI, Fleisher LA, Wiener-Kronish JP, Young WLMillers Anesthesia 7th Ed, Philadelphia,
2010.