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    Volume U lninn

    Maio

    N .

    2

    \ \ \ \ \ i \

    III I I j U I l I l l l

    1 ( 1

    i d 6 0

    PUBLICADA PELO DEPARTAMENTO CIENTFICO DO CENTRO ACADMICO OSWALDO CRUZ

    DA FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SO PAULO

    TERAPUTICA TPICA EM DERMATOLOGIA

    FORMULRIO

    ESTEVAM DE ALMEIDANeto *

    S E B A S T I O A . P . S A M P A I O * *

    A teraputica tpica em Dermatologia, no obstante os progressos ha

    vidos no ca m po da etiopatogenia, importante. M e s m o no desconhecimento

    da etiologia possvel, n o raro, mediante o uso de tpicos, levar a b o m

    te rm o u m a dermatose que se apresentou, at ento, rebelde a vrias tentati

    vas teraputicas, s vezes, intempestivas, seno desastrosas. Q u e ela seja

    adequada na sua forma (apresentao farmacutica) e oportuna no seu

    fundo (princpio

    ativo),

    o que se requer para o xito teraputico.

    Este trabalho de divulgao dos principais aspectos da teraputica t

    pica e m Dermatologia, tendo e m vista os recentes progressos dessa disciplina

    mdica. A finalidade de oferecer a estudantes de medicina e a mdicos

    n o especializados u m formulrio para o tratamento tpico.

    A orientao foi eminentemente prtica, evitando, sempre que possvel,

    matria controversa. O s aspectos clssicos, isto , a s o ma de experincia

    acu mul ada e sedimentada pelo tempo , ainda que c o m aparncia de empiris-

    m o so respeitados. A s frmulas sobre as quais os autores tm experincia

    pessoal ou consagradas pela prtica corrente foram preferidas.

    O assunto dividido em trs captulos: I Normas gerais da tera

    putica tpica; II Fo rm a s farmacuticas (estudo dos tpicos quanto

    suaapresentao); III Princpios ativos (tpicos quanto ao seu us o) .

    A convenincia do tratamento tpico, a forma farmacutica mais adequa

    d a substncia ativa indicada, so as indagaes do clnico que aca ba de

    exa minar u m caso. O s autores pe ns am que este trabalho possa ser til

    para estas indagaes.

    Trabalho da Clnica Dermatolgica e Sifiligrfica da Faculdade de Medicina

    da USP (Servio do Prof. Joo de Aguiar

    Pupo).

    * Mdico Assistente.

    ** Livre Docente.

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    Revista de Medicina

    CAPTULO

    I

    NORMAS GERAIS

    A teraputica tpica em Dermatologia ser orientada e balizada pelo

    critrio morfolgico, e arrematada pelo critrio etiolgico. A morfologia

    a via regia para se atingir os domnios da etiologia; propiciar a interveno

    teraputica oportuna e adequada ao momento evolutivo do processo mrbido;

    permitir o alvio sintomtico e abrir, no raro, caminhos seguros para a

    teraputica etiolgica, que, evidentemente, a ideal.

    A teraputica morfolgica depender da compreenso dos fenmenos cut

    neos observados, secundada pelas informaes colhidas. Torna-se necessrio,

    como bvio, o conhecimento da semiologia dermatolgica. A observao

    clnica concisa e precisa, o diagnstico rpido, mas razovel, so os quesitos

    necessrios.

    O observador dever reconhecer, de incio, os seguintes dados: 1) Grau

    de comprometimento, isto , a extenso da rea cutnea lesada. Para fins

    prticos,considera-se generalizada, quando compromete grande parte do te-

    gumento,

    e localizada, se adstrita ou regional; 2) Tipo de leso elementar:

    leses puras ou primitivas, leses modificadas pela prpria evoluo do

    pro

    cesso mrbido, leses complicadas pela superposio de outros fatores; 3)

    Sintomas subjetivos, devidamente aferidos pela argcia do observador; 4)

    Estdio evolutivo: se em fase crnica ou aguda.

    Assim, uma dermatose que se apresente generalizada, eritmato-vesicu-

    losa (exsudativa) e infectada, pruriginosa, dever ser, inicialmente, tratada

    por meio de banhos detergentes (antisspticos, adstringentes e antiprurigino-

    sos). Outra que se apresente com as mesmas caractersticas, porm locali

    zada,

    ser tratada por meio de compressas ou banhos locais detergentes.

    O quadro 1 considera os fatores analisados. No foram includas, obvia

    mente,as dermatoses que, de regra, no so tratadas pelos medicamentos

    tpicos.

    A teraputica tpica etiolgica no prescinde da teraputica morfolgica,

    mas completa-a. O tratamento sintomtico pode, mesmo, preparar o terre

    no para a investigao etiolgica. o caso, por exemplo, da investigao

    alrgica no eczema agudo, que s deve ser feita quando a dermatose fr

    acalmada.

    O principal objetivo do tratamento local ser o de proporcionar condi

    es favorveis restitutio ad integrum do tegumento. Consegue-se: 1)

    Por meio de substncias que agem diretamente contra o agente causai (v.g.:

    tratamento das tinhas pelos antifngicos); 2) Por intermdio de medica

    mentos que atuam por simples proteo (v.g.: o silicone como agente de

    proteo contra o sabo em dermatites de contato das m o s ) ; 3) Pelas

    drogas de efeito puramente sintomtico (ex.: os anestsicos locais no trata

    mento dos pruridos

    localizados);

    4) Pelo estmulo da atividade celular (ex.:

    os rubefacientes na alopecia areata; as substncias fotossensibilizantes no vi-

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    Teraputica tpica em Dermatologia

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    tiligo); 5) Pelas substncias que deprimem a atividade celular (v.g.: o

    coaltar no tratamento das liquenificaes; os antimitticos nos

    cnceres);

    6) Por mtodos que proporcionam melhores condies fisiolgicas (v.g.: a

    bota de Un na no tratamento da lcera de

    perna).

    Grau decom-

    prometimento

    Dermatoses

    generalizadas

    Dermatoses

    localizadas

    Leso elementar

    Pura

    Eritema difuso

    Eritmato-

    vesiculosa

    Bolhosa

    Pstulo-crostosa

    Eritmato-

    esfoliativa

    lcero-gangrenosa

    lcero-necrtica

    Eritmato-

    escamosa

    Escamosa

    Eritmato-

    esfoliativa

    Liquenificada

    Bolhosa

    Pstulo-crostosa

    Ulcerosa

    Leucomelano-

    drmica

    Eritmato-

    vesiculosa

    Eritematosa

    Bolhosa

    Pstulo-crostosa

    Necrtica

    Gangrenosa

    Ulcerosa

    Eritmato-

    escamosa

    Liquenificada

    Hipercerattica

    Ulcerosa

    Vegetante

    Hiperidrtica

    Discrmica

    Tumoral

    Modificada

    ou

    complicada

    Infectada

    Eczematizada

    Hemorrgica

    Vegetante

    Infectada

    Eczematizada

    Hemorrgica

    Vegetante

    Sintoma

    subjetivo

    Pruriginosa

    Dolorosa

    Hiperestsica

    Hipoestsica

    Anestsica

    Pruriginosa

    Dolorosa

    Hiperestsica

    Hipoestsica

    Anestsica

    Estdio

    evolutivo

    Aguda

    Crnica

    Aguda

    Crnica

    Quadro 1

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    Revista de Medicina

    Regras prticas para a teraputica tpica

    1. Exame clnico para diagnstico provisrio, seguindo-se-lhe a investi

    gao etiopatognica para arremate da teraputica.

    2. Emprego de medicamentos que no prejudiquem a capacidade de

    restaurao d a pele, quer c o m o irritantes primrios o u custicos, quer c o m o

    provocadores de sensibilizao. Segundo Pillsbury , este item pode ser

    equacinado como segue:

    Ao teraputica

    Efeito senbilizante ou irritante primrio

    = ndice de resultados favorveis

    C o m o decorrncia desse fato, segue-se que o teste epicutneo prvio, em

    pe quen a rea de pele lesada ou s, poder servir de l eme para a aplicao

    judiciosa de u m a substncia ativa.

    3. O tipo de veculo, ou a forma farmacutica, dever adequar-se ao

    tipo da der mat ose e dever ser modificada paralelamente c o m a sua evo

    luo. O banho , que foi conveniente ont em, ceder hoje para a pasta, e

    a m a n h para o crem e ou pom ada . O quadro 2 (Lerner e Lerne r**)

    elucidativo.

    COMPRESSAS

    UM tD S

    BANHOS

    EXSUDAO

    CALOR

    EDtMA

    C/20STAS

    DE SC AM O

    LIQUEHinCM

    EkITEMA

    PAURIOO

    IHFECO

    Quadro 2

    4. A teraputica tpica dever, sem pr e q ue possvel, associar a medi

    cao ativa sintomtica medi ca o etiolgica, utilizando-se, co m o foi dito,.

    veculo adequado ao estdio evolutivo.

    5. A aplicao de um tpico dever ser feita somente depois da remo

    o dos resduos da aplicao anterior.

    Pillsbury, D. M. et ai. Dermatology. Saunders Co., Filadlfia, 1956.

    Lerner & Lerner Dermatologic Medications. Year BookPubl.,Chicago, 1954.

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    Teraputica tpica em Dermatologia

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    C A P T U L O I I

    MEDICAMENTOS TPICOS QUANTO APRESENTAO

    FORMAS FARMACUTICAS

    A forma farmacutica do tpico, isto , a maneira como se apresenta,

    depen de do veculo ou veculos empregado s. Pa ra finalidades prticas po

    demos classificar os veculos e m slidos micropulverizados, semi-slidos e l

    quidos.

    A gua, o lcool etlico, o ter sulfrico e o clorofrmio so os lquidos

    ma is em pr eg ad os para a dissoluo das substncias ativas, constituindo as

    solues,qu e de lcool, ter e clorofrmio so ch amadas tinturas. A fo rm a

    constituda pela mistura de lcool, ter e piroxilina, conhecida c o m o coldio,

    apresenta a particularidade de poder ser aplicada e m pequenas reas cut

    neas,

    fo rm an do u m a pelcula aderente pela evaporao dos solventes.

    O s veculos semi-slidos apresentam consistncia untuosa. So, geral

    mente,corpos graxos e, m e s m o que se apresentem slidos, tornam-se semi-

    slidos ou lquidos espessos qu an do e m contato c o m a pele, devido tempe-^

    ratura cutnea. O s lquidos espessos, denomi nados genericamente de leos,

    certos hidrocarburetos extrados do petrleo, c o m o a vaselina e a parafina,

    e certos poli-lcoois, c o m o os mod er no s cx bw a-^ so outros exemp los de

    veculos semi-slidos. Eles so usados para o preparo daspomadas; quando

    lquidos espessos, do oslinimentos; qua nd o slidos, for necem osceratos. A

    gelatina utilizada para o preparo de tpicos possibilita a obteno dascolas;

    ela pede ser considerada c o m o veculo semi-slido, n o obstante sua natureza

    qumica ser b e m diversa, assim c o m o seu empr ego . A associao de u m

    veculo graxo, ou hidrocarbureto, c o m u m a resina, permite a obteno dos

    tpicos denominadosungentos. O s principais veculos semi-slidos utilizados

    na prescrio dermatolgica so: as vaselinas, as parafinas, a lanolina, os

    leos (minerais, vegetais e

    animais),

    as cras, a ba nh a de porco, os carbo-

    w a x (polietilenoglicis), a gelatina, etc.

    O s slidos micropulverizados so utilizados no preparo de frmulas der

    matolgicas, denominadas genericamente ps. Os slidos so reduzidos a

    partculas diminutssimas por processos especiais, permitindo a mistura ho m o

    g ne a de substncias ativas. Talco (trissilicato de

    magnsio),

    oxido de zinco,

    carbonato de magns io, carbonato de clcio, estearato de zinco, so os s

    lidos mais utilizados nestes preparados.

    O s ps, qu an do adicionados aos veculos semi-slidos usados para as po

    madas, conferem-lhes propriedades novas de permeabilidade e absoro, e

    quando empregados em percentagem de 20

    (

    A para cima, constituem as

    pastas.

    A adio de g ua ou solues aquosas nos veculos semi-slidos das po

    madas permite a obteno doscremes. Estes so de me n or viscosidade, de

    alto poder emoliente, usados nos cosmticos e per mi te m a obteno de pre

    parados que mais se ap ro xi ma m do ma nt o hidro-graxo que nor mal men te

    recobre a pele. Naturalmente, so veculos untuosos hidrfilos que ma is se

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    Revista de Medicina

    a d a p t a m a esse mister, c o m o a lanolina, os carbowax, etc. D a nao d e

    cremes sedesc amba suavemente,s e mdelimitaes ntidas, pa ra as emulses.

    Nestas,

    cabe

    o

    conceito

    de

    estado coloidal,

    e m q u e u m

    veculo

    se

    acha

    di

    vididoe m diminutssimas partculas (microglbulos d a fase interna),e m dis

    perso noutro veculo qu e o envolve (fase externa), tudo issod em o d o est

    vel e h o m o g n e o , custa dos agentes emulsferos, auxiliados o u n o pelos

    agentes

    de

    estabilizao.

    U m

    significativo exemplo

    d e

    emulso

    nos

    forne

    cido pela natureza:

    o

    leite an im al . Alis,

    o

    termo emulso

    se

    origina

    d o

    verbo latino emulgere,

    q u e

    significa ordenhar.

    O s psmisturados gua o u solues fornecem assuspenses, que, por

    instveis, necessitam seragitadas antesd o uso (shake lotionsdosautoresd e

    lngua inglesa).

    O s excipientes soutilizados n a sfrmul as dermatolgicas c o m duasfi

    nalidades principais:

    1)

    Pelas s uas propried ades intrnsecas: c o m o lubrifi

    cantes, emolientes, absorventes, umectantes, detergentes e calmantes; 2 )

    P o r p r o m o v e r e m a uniforme aplicao d e percentagens adeq uada s de

    subs

    tncias ativas.

    O quadro

    3

    r e s u m e

    o

    assunto aqui explanado.

    LEGENDA

    l POMADAS

    2.UHIHEMOS

    3.CERATO

    4.COLA

    5.SOLUES

    k.TMTURA

    COLDIO

    8.PASTA

    9.CREME

    IO.

    SUSPENSO

    II.EMULSO

    12.UHGEtiTO

    POS

    OXIDO D E ZINCO

    TALCO

    C RBON TO

    DE No

    C RBON TO

    DEC

    ESTE RA

    TODEZa

    SLIDOS

    MICROPVL VEHIZfOOS

    r

    U/i TOS

    yflSEUtiflS

    BfitiHf

    LffNOLM

    WDERM1NR

    CARBOWAX

    LEOS

    pfRRFiriRS

    CE AS

    GELATINA

    SOLVENTES

    EMULSFEROS

    SRBES

    LC LlNOS

    S BES METLICOS

    SABES OAG NiCOS

    LEOS

    SULFA TODOS

    CE TL AVON

    MOHOESTEORATODE GUCERt L

    SQ BIT N

    POLIE

    TIL ENO CL I cois

    RCPf. SAPONINA

    CELULOSE GOMAS

    ACUO

    LCOOL

    TER

    CLOROFRMIO

    PlROXILlNf

    Quadro 3

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    Teraputica tpica em Dermatologia 49

    TPICOS CARACTERIZADOS PELO VECULO LQUIDO

    Solues aquosas

    As solues aquosas so empregadas em Dermatologia, sob forma de

    ban hos e compressas mida s. De pe nd en do da zona que vai ser curada, os

    banh os sero totais ou parciais. N a s compressas, as solues so postas e m

    contato com a pele por meio de ataduras de pano embebidas no liqido

    usado,

    umedecidas e trocadas e m md ia cada 3 ou 4 horas. N o s banhos

    gerais ou parciais a perma nn cia varia de 15 min utos a 1 hora.

    Banhos medicinais detergentes

    Aprincipal indicao dos banhos para dermatoses extensas, permitindo

    a fcil aplicao de substncias ativas qu e so dissolvidas na gua. So

    excelentes co m o detergentes; consegue-se, pela hidratao e amole cimento,

    a re mo o das crostas, escamo-crostas, restos celulares, exsudatos sero-puru-

    lentos e restos de substncias medicinais concretadas, oriundas de aplicaes

    anteriores.

    Liberta-se o tegumento de u m a ganga de materiais orgnicos e

    estranhos ao organismo, todos indesejveis, que n o s pe rm it em a coloni

    zao de germe s patognicos, c o m o t a m b m ag em , no raro, c o m o irritantes

    primrios ou agentes de sensibilizao, que no s com pl icam c o m o prolon

    g a m u m a dermat ose por si s grave. A ao detersiva possibilita a restau

    rao epidrmica. O s banhos so, al m disso, antipruriginosos e calmantes.

    S o particularmente indicados para dermatoses agudas, exsudativas e infec

    tadas.

    A temperatura de 35-38C a ideal; a durao de mei a a u m a hora.

    Depois o paciente dever enxugar-se, evitando atrito violento da toalha.

    Usar de preferncia toalhas no felpudas.

    1.Banhos de permanganato de potssio.(D

    Agem como oxidantes. So adstringentes, desodorizantes, antisspticos,

    antifngicos, antieczematosos e antipruriginosos; usados e m concentraes

    que variam de1:10.000a 1:40.000. O s cristais de pe rm an ga na to d evem ser

    perfeitamente dissolvidos, evitando a ao corrosiva da aplicao direta so

    bre a pele. Aconselha-se dissolv-los antes e m pequ en o recipiente, at for

    m a o de u m caldo grosso uniforme.

    S o indicados para dermatoses exsudativas generalizadas, eczematosas,

    vesiculosas, bolhosas, impetiginizadas, herpetiformes, exfoliativas, para oeri

    tema polimorfo bolhoso, monilase, pnfigos, etc.

    A re mo o de depsitos de perm an gan at o das unhas, ou d a banheira,

    pode ser conseguida pela gua oxigenada, cido actico ou hipossulfito de

    sdio.

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    Revista de Medicina

    2.

    Banho de amido.

    gua de cal .... 50 g ou gua de cal 50,0 g

    leo de linhaa 50 g leo de amndoas 50,0 g

    Cnfora

    . . . .

    0,5 g

    A gua de cal uma soluo de hidrato de clcio na proporo de 165

    m g por litro de gua; outros autores re co m en d am u m a soluo saturada de

    hidrato de clcio a 0,17 O hidrato de clcio tende a se combinar c o m as

    protenas das serosidades cutneas, fo rm an do u m a c a m ad a protetora na su

    perfcie.

    Indicado nas dermatoses agudas, pruriginosas e exsudativas. Us ad o

    c o m o acalmante, antipruriginoso pela contnua evaporao d o contedo a quo-

    so,antiexsudativo. O linimento leo-calcrio dever ser aplicado c o m dedo

    de luva e nunca com algodo que absorve a gua.

    2. Linimento de oxido de zinco

    oxido de zinco 15 g

    gua de cal 100 g (33)

    leo de amndoas 50 g

    Ceratos

    Nos ceratos ou cerotos o veculo uma gordura ou hidrocarbureto sli

    dos. Incorpora-se a substncia ativa e molda-se e m pequ enos bastes de

    fcil e c mo do mane jo. O s veculos mais e mpr ega dos so: mant eiga de ca

    cau,

    cras e parafinas.

    Alguns exemplos

    1. "Baton" de crisarobina

    Crisarobina 10 g

    Vaselina 30 g

    Cera virgem 30 g (34)

    Manteiga de cacau 20 g

    Parafina dura 10 g

    um " baton" redutor forte, indicado para leses localizadas da psorase.

    2. "Baton" antialrgico

    Lanolina 10 g

    Vaselina 2 g

    Cera branca .... . . 5 g (35)

    cido esterico 1 g

    Ictiol 2 g

    Alcanina q.s.p. colorir.

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    Teraputica tpica em Dermatologia

    59

    O ictiol poder ser substitudo pela hidrocortisona

    (1,57).

    O corante

    poder variar de acordo c o m a preferncia da paciente.

    Us ado para c ombat er a dermep idermite de contato, nas quilites, etc. A

    ao antiinflamatria se deve ao ictiol ou hidrocortisona. Usado e m substi

    tuio aos "batons" c om un s, s vezes responsveis pelas dermatites de contato.

    Colas

    So preparados adesivos e elsticos. Tm por veculo uma substncia

    semi-slida, a gelatina, qual se associam outras substncias ativas ou iner

    tes,segundo a indicao. A quente as colas so solues espessas; a frio,

    semi-solidificam-se.

    A mai s emp re ga da e m Dermatologia a cola de zinco, que goza depro

    priedades protetoras, descongestionantes, antipruriginosa. Pelo seu contedo

    e m oxido de zinco so permeveis. P o d e m ser emp reg ada s e m largas super

    fcies cutneas o u imp regn adas e m faixas de gaze para a feitura de bota

    de Unna.

    Cola de Unna

    Glicerina

    Gelatina

    oxido de zinco

    gua

    Quantidade para duas botas

    Para ser usada, deve ser aquecida em banho-maria e pincelada na regio

    tratada. Muito utilizada no tratamento das lceras varicosas da perna.

    Pelas solues detergentes habituais limpa-se a lcera. Se ho uver e de ma, o

    paciente deve, no dia anterior aplicao, ma nte r as pernas elevadas para

    melhorar as condies circulatrias locais.

    Vai-se enfaixando a regio ulcerosa co m gaze e recobrindo-se esta c o m

    pasta de U n n a amolecida pelo banho-maria. A perna recoberta at 4 de

    dos abaixo da cabea do pernio e recoberta de quatro camadas de gaze

    em be bi da da cola. Deixa-se resfriar e secar, fo rm an do destarte u m a espcie

    de cano de bota. A l m das propriedades medicinais prprias dos constituin

    tes da cola, a bota de U n n a funciona, pela sua elasticidade, c o m o u m a fora

    propulsora da circulao de retorno, pois o paciente, ao deambular, pelos

    mo vi me nt os das mass as musculares da perna, dilata o cano de bota e, na

    contrao, este, pela sua elasticidade, volta posio primitiva.

    Substncias ativas p o d e m ser incorporadas cola de Un na . Q u an d o se

    associa u m a substncia q ue retarde a solidificao da gelatina, c o m o a cn

    fora e o cloral, d-se preferncia cola dura, cuja frmula segue:

    oxido de zinco

    Glicerina

    Gelatina

    gua

    100 g

    100 g

    100 g

    200 g

    (36)

    10 g

    30 g

    30 g

    30 g

    (37)

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    3. P aderente

    Talco 40 g

    Estearato de magnsio 20 g

    Carbonato de zinco 10 g (40)

    Vaselina 5 g

    ter 20 g

    t a m b m u m p gorduroso co m as m e s m a s indicaes deste.

    4. P parasiticida

    Talco q.s.p. 30 g

    D.D.T 3 g

    Usado na pediculose e fitirase.

    5. P antissptico

    Subgalato de bismuto (dermatol) 1,50 g

    cido brico. . 1,50 g

    oxido de zinco. . 3,00 g

    Talco q.s.p 30,00 g

    (41)

    (42)

    TPICOS CARACTERIZADOS PELA ASSOCIAO DE U M VECULO SEMI-SLIDO A U M

    VECULO AQUOSO

    Cremes

    So preparados semi-slidos, cujo veculo resulta da associao de uma

    substncia gordurosa, ou untuosa hidrfila, c o m u m a soluo aquosa. A

    quantidade de gua de u m cre me

    se mp re considervel, conferindo-lhe vis-

    cosidade muito m en or do que para as po mad as . S o detersivos, umectantes,

    emolientes,

    refrescantes e cosmticos. N o esquecer qu e a evaporao da

    gu a de u m creme , qua ndo e m contato co m a pele, pode resultar na super-

    do sa ge m das substncias ativas incorporadas. Deve-se ter e m me nt e q ue a

    g ua pode de co mp or certos sais metlicos, de bismuto, antimnio, mercrio,

    etc, que, por isso, de vem ser evitados.

    A s emulses, que sero estudadas separa damen te no prx imo item, po

    d e m ser includas entre os cremes ou entre as solues, dependendo da cor

    relao gua/leo e aspecto cremo so ou liqido. M a s , pela importncia que

    as su mi ra m m od er na me nt e, e m dermatologia e cosmetologia, so estudadas

    separadamente e com certo desenvolvimento.

    Principais cremes

    1. Cold cream

    Cera branca 15,00 g

    leo de amndoas 60,00 g

    Borato de sdio 0,92 g

    gua destilada 25,00 g

    (43)

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    Revista de Medicina

    Utilizado como lubrificante, detergente, antipruriginoso e refrescante.

    Indicado nas dermatoses descamativas e eritematosas; empregado como lubri

    ficante para peles secas.

    O cold cream tem reao alcalina. Existem outras frmulas que no

    diferem essencialmente da transcrita neste trabalho.

    Sob o ponto de vista acadmico, o cold cream poderia ser includo nas

    definies de linimento, cerato, creme e emulso, mas no devemos esquecer

    que as definies de formas farmacuticas nem sempre podem ser precisas,

    prevalecendo muitas vezes o conceito clssico, at que a lgica comande

    novas demarcaes de fronteiras no campo das conceituaes.

    2. Creme antiactnico

    Soluo de bromidrato de quinina a 1:15 15 g

    Vaselina 10 g (44)

    Lanolina anidra

    5 g

    Usado como protetor das radiaes solares: contra queimaduras solares

    ou e m peles sensveis irradiao solar.

    3. Creme de Dalibour

    Sulfato de cobre 0,03 g

    Sulfato de zinco 0,05 g

    gua destilada 3,00 g

    Lanolina 5,00 g

    oxido

    de

    zinco

    1,00 g

    Vaselina

    .... 10,00 g

    Creme antissptico, indicado em dermatoses agudas, com infeco secun

    dria.

    Nas dermatoses superagudas, as doses de sulfato de cobre e sulfato

    de zinco podero ser diminudas para 0,02 g.

    4. Creme contra cloasma (Darier)

    gua oxigenada (12 a 20 vol.) 15,00 g

    oxido dezinco 1,00 g

    Sublimado corrosivo . . . . 0,05 g (46)

    Lanolina

    . .

    .... .... 5,00 g

    Vaselina . . 10,00 g

    A gua oxigenada usada como redutora do pigmento melnico, o su

    blimado como antipigmentar.

    Emulses

    As emulses envolvem o conceito de estado coloidal. So obtidas pela

    associao de veculo oleoso e veculo aquoso, homogenizados pelo auxlio de

    u m a substncia emulsfera. N u m a emulso devemos considerar: a fase in

    terna,

    a fase externa, o agente emulsfero, associado ou no ao agente es

    tabilizador.

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    Teraputica tpica em Dermatologia 63

    A substncia emulsfera dever dividir a fase interna e m partculas to

    pequenas (microglbulos) suficientemente diminutas para vencerem a fora

    da gravidade, evitando destarte a precipitao. O emulsfero envolve os mi

    croglbulos de u m a delgada me mb ra na , u m tnue filme que imp ede a coa-

    lescncia de u m a s sobre as outras. A terceira propriedade d o emulsfero

    consiste e m diminuir a tenso superficial interfacial, entre as fases interna

    e externa.

    A s emulses se aprese ntam de dois mo d os ou tipos: gu a e m leo

    (A /O ) e leo e m gua (O/A),conforme a fase interna seja a gu a o u o leo,

    respectivamente. O tipo padr o de u m a emu ls o A / O nos fornecido pela

    man teiga e o leite fornece o tipo padro de emuls o O/A.

    Agentes cmulsferos

    Os agentes emulsferos tornam possvel a estabilidade das emulses.

    A g e m pelo abaixamento da tenso superficial nas superfcies de contato en

    tre as fases interna e externa.

    A molcula de u m emulsfero deve constar de u m a parte eltricamente

    polar e de outra parte no polar. A s molculas eltricamente polares

    cons

    t a m de to mos que no esto simtricamente distribudos, de m o d o que o

    centro n o se apresenta neutralizado. O cido clordrico u m ex em pl o

    (C1H); ntida a assimetria molecular. Outro ex em plo: C H

    : j

    C O O H (cido

    actico). A s molculas eltricamente no polares so simtricas: C

    6

    H

    6

    (n

    cleobenznico),metana (CH

    4

    ),propana

    ( C H

    3

    C H

    2

    C H

    3

    ) ,

    etc, simtricas,el

    tricamente neutras e n o polares. A s molculas polares so hidrossolveis e

    as no polares, lipoflicas ou hidrfobas. N u m agente emulsfero a parte

    no polar ser hidrfoba e a parte polar, hidroflica, isto , a parte hidro-

    flica ser solvel e m gu a e a parte hidrfoba solvel no leo. Qu a n d o

    as duas pores da molcula forem equilibradas, o agente emulsfero tanto

    dar emulses tipo A / O c o m o O/ A. Se a poro hidroflica fr predomi

    nante a gua ser a fase externa e teremos u m a emul so tipo O/ A. E x e m

    plo:estearato de sdio, cuja frmula pode ser assim representada:

    C

    17

    H , COONa

    hidrfoba hidrfila

    (simtrica) (assimtrica)

    Outro exemplo dado pelo estearato de clcio, cuja poro hidrfoba

    consta de duas c ad ea s de cido esterico, sendo pred omin ante essa poro

    n o polar, dupla cadeia C

    1 7

    H

    3 V

    , portanto, u m agente emulsfero para os

    tipos A / O , pois solvel na gordura (lipossolvel). Pode-se estabelecer, de

    m o d o geral, u m a regra pela qual a poro do mina nte da molcula que

    vai determinar o tipo de emu lso : se fr hidrfoba, a em ulso ser A / O ;

    se fr hidrfila, a emulso ser O/A.

    Classificao das substncias eiyiulsferas Baseia-se na correlao en

    tre a parte predominante da molcula do emulsfero e a dissociao inica:

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    Revista de Medicina

    se o anon, o emulsfero ser aninico; se o caton, ser catinico; se

    n o houver dissociao inica, ser no inico. U m 4. gr up o existe cons

    titudo por emulsferos vrios de origem animal, vegetal, etc, que cha ma

    remos de grupo miscelnea.

    Emulsferos aninicos

    Nestes, o grupo alcalino representado pelos estearatos, oleatos, lino-

    leatos,ricinoleato e palmitato de sdio e potssio, e o caton a mnio para o

    anon linoleato (linoleato de

    amnio).

    Nestes, pr edom ina a poro hidrfila

    da molcula e so propcios para emulses tipo O/ A. S o t a m b m usados

    c o m o solubilizadores, pois a u m e n t a m a solubilidade de certos compostos qu

    micos. Assi m, o cresol, na presena de u m destes emulsferos, aum en ta de

    25 vezes sua solubilidade na gua. O maior inconveniente do gr upo alcalino

    a sua clcio-intolerncia, isto , a reao qumica qu e se estabelece na

    presena do caton C a + + e precipitao subseqente do sal clcico form a

    do. T a m b m na presena de cidos, os emulsferos aninicos alcalinos per

    d e m sua estabilidade e libertam cido graxo.

    O seg und o s ubg rupo de emulsferos aninicos constitudo pelos cidos

    graxos unidos aos metais polivalentes, Ca , M g , Al, etc. O linimento leo-

    calcrio e o linimento de calamina seriam exemplos destes. So emulsferos

    particularmente sensveis ao dos cidos.

    O terceiro sub grupo constitudo pelos sabes orgnicos: resultam da

    substituio de to mo s de H de u m sabo amoniacal por grupos orgnicos.

    S o sabes e, c o m o emulsferos, mais estveis. C o m o exemplo citemos o es

    tearato de am nio, que, por substituio de 3 H da am n ia , vai originar o

    estearato de trietanolamina, mui to usado no couro cabeludo e e m cr em es

    cosmticos.

    Ou tro e xem pl o: 2-amino-2-metil-l-propanol t a m b m de uso

    corrente nos excipientes modernos. So muito estveis e do excelentes

    emulses tipo O/A.

    N o s os sabes, m a s t a m b m alguns steres po de m ser usados c o m o

    emulsferos. Neste s ubgru po incluem-se os leos sulfatados, resultantes da

    ao do cido sulfrico sobre lcoois graxos ou cidos graxos no saturados.

    O s estres resultantes so facilmente hidrolisveis e libertam cido pelo

    aquecimento. D o cido ricinolico resulta por este processo o sal dissdico

    do ster sulfrico do cido ricinolico. Deste subgrupo o sulfato de hidro-

    xiestearina o mais empregado pela sua estabilidade.

    O s lcoois graxos de longa cadeia, qu an do com bin ados c o m o cidosul

    frico,d o steres sulfatados de timas propriedades emulsferas. So mu it o

    usados co m o detergentes e no preparo de xa m p u s isentos de sabes. Nest e

    sub gr up o inclui-se o dodecilsulfato de sdio, o laurilsulfato de sdio e o

    laurilsulfato de trietanolamina. N o esquecer que estes emulsferos con

    tm sempre alguma percentagem de cido sulfrico e lcool graxo livres.

    So usados como detergentes e emulsferos para o tipo O/A, especialmente

    eficientes quando auxiliados por outro emulsfero (estabilizador), mu it o e m

    pregados na indstria de cosmticos. C o m o exe mpl o po de mo s citar a c om

    binao de 1 07 : de laurilsulfato de sdio co m 9 0 7 de lcool cetostearlico.

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    Teraputica tpica em Dermatologia

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    O s emulsferos sulfatados so clcio-tolerantes e n o perdem a estabili

    dade pela mu d an a do p H ambiente e m larga m ar ge m . N o so habitual

    mente irritantes para a pele.

    Emulsferos catinicos

    Aqui o caton a parte responsvel pelas propriedades emulsferas, o

    inverso do que ocorre para os sabes. Qu im ic am en te , o azto pentavalente

    est presente, unido a u m com posto quaternrio amoniacal, a piridina ou

    anel da piperidina. S o dotados de pronunciada ao bactericida por se re m

    absorvidos pelo germe e promoverem distrbio no metabolismo bacteriano.

    N u n c a de ve m ser combi nados c o m os sabes por perder em a estabilidade,

    pois lhes so antagnicos. Po r isso m e s m o , as superfcies onde vo ser em

    pregados d evem estar livres de sabo. Existe u m antissptico deste grupo,

    produto comercial mui to conhecido e muito eficiente, o Cetavlon. O cloreto

    de cetildimetilbenzilamnio e o iodeto de laurilpiridium so outros exemplos.

    N o so clcio-intolerantes e so usados antes co m o detergentes do qu e

    como agentes emulsferos.

    Emulsferos no inicos

    Neste grupo encontram-se os modernos excipientes da Dermatologia.

    N o sofrem dissociao inica e go za m, portanto, de estabilidade para os

    cidos e para os lcalis. S o e m geral steres co m balanceada propriedade

    hidroflica e hidrfoba. Geralmente so de predominncia hidrfoba, m a s a

    escolha de u m lcool polidrico co m maior nme ro de oxidrilas, ou de pre

    ferncia u m lcool-ter polidrico para a esterificao c o m o cido graxo,

    vai resultar na for ma o de emulsferos, que, por si s, sejam t a m b m hi-

    drfilos. O monooleato de sorbitan e o sesquioleato de sorbitan so exem

    plos desse tipo. Derivam do sorbitol por anidrizao e posterior esterificao.

    Pela anidrizao (eterificao) surgem trs derivados lcool-teres que daro,

    pela com binao c o m o cido olico, trs steres. C o m estes processos d-se

    o aumento das propriedades hidroflicas e surgem as ligaes etileno-xido

    ( C H

    2

    O C H

    2

    ) prprias dos teres. Essas ligaes so menos hidroflicas do

    que as oxidrilas ( O H ) , m a s o acrscimo de u m n me ro suficiente (10 a 20)

    de ligaes etileno-xido converte u m cido graxo (lipoflico) e m u m emul

    sfero O/A. C o m estas operaes qumicas pretende-se balancear o emuls

    fero nas suas propriedades hidroflicas e lipoflicas, de m o d o a fornecer tanto

    emulses A / O c o m o O/ A. Vrios steres derivados do sorbitol do m o d o

    ac ima descrito, polioxietilnicos, c o m o so c ha ma do s, po d e m ser citados: m o -

    nostearato, monopalmitato, trioleato e triestearato, todos agentes emulsferos

    no inicos O / A e A / O .

    N a Inglaterra esses steres emulsferos so den omin ados e registrados

    c o m o n o m e de Crills e nos Estados Unidos da Am ri ca do Nort e pelo n o m e

    de Arlacels, Spa ns e Tw ee ns .

    A s seguintes vantagens p odem ser apontadas para esses emulsferos: 1)

    as emulses so mais finas e mais uniformes; 2) so mais estveis; 3)

    maior resistncia s alteraes do p H ; 4) maior resistncia s concentra

    es de electrlitos.

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    66 Revista de Medicina

    N a prtica, os melhores resultados so obtidos pela utilizao de dois

    emulsferos desse grupo : u m atuand o c o m o emulsfero e outro c o m o estabi

    lizador. Ex .: monola urato de sorbitan (polioxietilnico) c o m o emulsfero e

    u m monolaurato de sorbitan me nos hidroflico c o m o estabilizador, etc.

    Polietilenoglicis

    um polilcool-ter, com um nmero varivel de ligaes oxietileno,

    cuja frmula geral assim representada:

    HOCH

    2

    (CH

    2

    OCH

    2

    ) CH

    2

    OH

    Tm pesos moleculares variveis: de 200 a 700 so lquidos; acima de

    1.000 so moles, semi-slidos ou duros. S o registrados c o m o n o m e de

    car bow ax. Poss uem as seguintes propriedades: 1) so hidrossolveis e for

    te me nt e hidrfilos; 2) so estabilizadores de emulses O /A , pois por si so

    fracos emulsferos; 3) so solventes de vrias drogas insolveis e m gua,

    c o m o o cido saliclico e outros.

    Pelas suas propriedades e caractersticas so utilizados c o m o excipiente

    de pomadas o u creme s, e m substituio a vrios dos excipientes clssicamente

    empregados.

    Celulose

    Obtida da madeira ou algodo, uma mistura de metilcelulose, etilcelu-

    lose e carboximetilcelulose. usada c o m o emulsfero, estabilizador de emul

    ses e agentes de espessamento e m vrios cosmticos.

    Grupo miscelnea

    1.) Gomas (accia e tragacanto)

    R e d u z e m a tenso interfacial, m a s m e no s do que os sabes. S o est

    veis n u m p H de 2 a 11; hidrolisam-se qua nd o estocadas e sofrem ataque de

    microrganismos. S o usadas para ma nt er e m suspenso aquosa, substncias

    insolveis.

    2.) gar

    u m sal de M g ou C a do ster sulfrico de u m a poligalactose. Pr od uz

    emulso pelo aumento da viscosidade.

    3.) Saponinas.

    Extradas da casca da Quilaia.P r o m o v e m notvel diminuio da ten

    so interfacial, sem materialme nte influir na viscosidade. So usadas nas

    emulses O / A, para uso externo. Pa ra uso interno so contra-indicadas por

    serem txicas.

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    4.) Gorduras de l.

    Absorvem uma quantidade aprecivel de gua e do emulses tipo A/O.

    Servem como estabilizador de emulses O/A. Correspondem lanolina.

    5.) lcoois da l.

    So obtidos da l, pela separao do colesterol, lanosterol, colestanol,

    agnosterol, etc. No tm o cheiro da lanolina e so poderosos emulsferos,

    superiores lanolina. En tr am na composio de numerosos cosmticos mo

    dernos.

    6.) Colesterol.

    Puro, inferior, como emulsfero, aos lcoois que o acompanham na l.

    A molcula do colesterol fortemente hidrfoba.

    Vrias gorduras de l purificadas constituem a matria-prima para cer

    tas bases registradas, como a Eucerina, Hydrophil, Protegin e Aquaphor.

    Principais emulses

    1. Creme evanescente (sabo alcalino)

    Hidrxido de potssio . .

    cido esterico

    Glicerina

    ...

    Perfume

    Preservativo

    g u a destilada q.s.p.

    0,7

    15,0

    5,0

    q.s.

    q.s.

    1C0.0

    g

    g

    g

    ml

    (47)

    2. Base O/ A de sabo orgnico

    Trietanolamina 2 g

    cido esterico 15 g

    Lanolina . . 2 g

    Parafina liqida 25 g

    Glicerina 5 g

    g u a destilada q.s.p 100 ml

    (48)

    A lanolina includa como estabilizadora e como emoliente. Nesta fr

    mu la e na anterior, o emulsfero formado in situ. u m a base cosmtica

    para os cabelos.

    3. Base de leo sulfatado

    Monostearato de dietilenoglicol 10 g

    leo de rcino hidrogenado e sulfatado 20 g

    Parafina mol e 30 g

    g u a destilada 40 g

    (49)

    T e m a vantagem da clcio-tolerncia, cido e electrlito-tolerncia. N o

    tolera altas concentraes de cido saliclico, oxido de mercrio e iodetos.

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    Revista de Medicina

    4. X a m p u base de lcool gorduroso sulfatado

    Laurilsulfato de trietanolamina (50

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    Teraputica tpica em Dermatologia 69

    9. Emulso de sorbitan

    Derivado polioxietilnico do monostearato de sorbitan 6 g

    Monostearato de sorbitan . . 10 g

    Espermacete 12 g

    Preservativo q.s.

    gua destilada q.s.p . . . . 100 ml

    (55)

    u m a emulso estvel para altas concentraes de electrlitos e gran

    des variaes do pH. Associa emulsferos hidrfilos e hidrfobos.

    10. Emulsfero fraco com forte hidrofilia

    Trietanolamina

    Carbovvax1500

    25g

    30

    g

    (56)

    Ao qual podemos associar, a ttulo de exemplo:

    cido saliclico

    Enxofre precipitado

    0,45g

    3,00g

    (57)

    11. Emulsfero no inico (outro exemplo)

    Carbowax 4000 ....

    Laurilsulfato de sdio

    lcool estearlico

    Glicerina

    gua destilada q.s.p.

    20 g

    1 g

    37 g

    30 g

    100 ml

    (58)

    12. Emulso de celulose

    Metilcelulose

    Glicerina

    Preservativo

    gua destilada

    q.s.p.

    6 g

    10 g

    q.s.

    100 ml

    (59)

    13.

    Emulso de tragacanto

    Tragacanto ....

    Glicerina

    Tintura de benjcim

    gua destilada q.s.p.

    1 g

    20 g

    1 g

    100 ml

    (60)

    14. Emulso escabicida e pediculocida (O/A)

    Benzoato de benzilo 11,5 g

    D D T {

    0

    g

    Aminobenzoato etlico (benzocana) 2,0 g

    Sorbitan ("teen" 80) .. .... 2,5 g

    gua destilada 100,0m l

    (61)

  • 7/26/2019 57719-73554-1-SM

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    Revista de Medicina

    Passar a medicao u m a vez ao dia, evitando levar a m o aos olho

    Tomar banho pela manh, 24 horas aps renovar a aplicao. Mudar c

    roupa pessoal e de cama, fervendo-as em seguida. Fazer a aplicao trc

    noites seguidas e e m todas as pessoas suspeitas da casa.

    15. Emulso antipruriginosa, emoliente e adstringente

    oxido de zinco\

    Talco I 30 g

    Lanolina anidra J

    leo de olivas 120 g (6

    Acetato de alumnio (soluo a 8,7%) 1

    > 6 g

    Monostearato de sorbitan J

    gua destilada q.s.p 300 ml

    Indicada nas erupes eczematosas generalizadas, dermatites exfoliativa

    processos inflamatrios agudos e subagudos.

    O fenol e o mentol podem ser adicionados frmula acima, suplemer

    tando o efeito antipruriginoso:

    Emulso bsica (acima) 120,0 g

    Mentol 0,3 g (6c

    Fenol 0,6 g

    Adicionando-se coaltar (7,2) temos uma emulso indicada para as me