5-corrente e resistência

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lei de ohm

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  • 15. Corrente e Resistncia

    5.1. Corrente Elctrica

    5.2. Resistncia e Lei de Ohm

    5.3. A resistividade de Diferentes Condutores.

    5.4. Supercondutores

    5.5. Um Modelo para a Conduo Elctrica

    5.6. Energia Elctrica e Potncia Elctrica.

  • 2 At este ponto, discusso sobre as cargas em repouso electrosttica. Agora situaes que envolvem cargas elctricas em movimento. Corrente elctrica ou corrente usado para descrever a taxa de passagem de

    carga elctrica a travs de certa regio do espao.

    A maioria das aplicaes prticas da electricidade envolve correntes elctricas.

    O escoamento de cargas ocorre num condutor (fio de cobre) ou fora dum

    condutor (feixe de electres num tubo de TV)

  • 35.1. Corrente Elctrica

    H uma corrente elctrica sempre que houver um movimento de cargas do mesmo sinal numa certa direco ou de sinais diferentes em sentidos opostos.

    A corrente igual taxa depassagem da carga atravs dessa superfcie.

    x

    vd.t

    q A

    Suponhamos que as cargas se movem perpendicularmente a uma superfcie de rea A.

    dvr

    Se Q for a quantidade de carga que passa atravs desta rea, no intervalo de tempo t a corrente mdia :

    tQImed

    =

  • 4 Se a taxa de passagem varia com o tempo a corrente varia com o tempo define-se a corrente instantnea:

    dtdqI = limite diferencial da

    expresso anterior

    Unidade SI ampere (A)

    sCA

    111 =

    Por conveno escolhe-se a direco da corrente como a direco do movimento das cargas positivas.

    Num condutor (como o cobre) a corrente provocada pelo movimento de electres a direco da corrente oposta direco do movimento dos electres.

  • 5 usual designar uma carga mvel (+ ou -) como um portador de carga.

    portadores de carga num metal: e-

    semicondutores: portadores (+) e portadores (-)

    Movimento das partculas carregadas e corrente elctrica

    Volume dum elemento do condutor V=x.A

    Se n o nmero de portadores de carga mveis por unidade de volume O nmero de portadores de cargas mveis nesse elemento de volume nxA

    x

    vd.t

    q A

    condutoruniforme

    dvr

  • 6 A carga Q nesse elemento de volume

    Q = nmero de cargas carga por partcula Q n A x q =

    Se os portadores de carga se movem com a velocidade d a distncia que cobrem, no intervalo de tempo t, tvx d=

    dQI n A qt

    = = ( )dQ n A t q = d , na realidade, uma velocidade mdia: a velocidade de migrao. Condutor isolado os electres tm um movimento aleatrio at

    atingirem um equilbrio electrosttico.

    Quando se aplica uma diferena de potencial (V) num condutor, por exemplo ao ligar-se a uma bateria, h um campo elctrico no condutor (dado que agora no subsiste o equilbrio electrosttico) que gera uma fora elctrica sobre cada electro e subsequentemente uma corrente.

  • 7-

    Er dv

    r

    Representao esquemtica do movimento em ziguezague de um portador de carga num condutor, neste caso um electro. As mudanas de direco devem-se s colises com tomos do material do condutor. Observe que o movimento resultante dos electres est na direco oposta do campo elctrico.

    A energia transferida dos electres para os tomos do material condutor provoca um aumento da energia de vibrao dos tomos e da um aquecimento no condutor.

    O campo elctrico efectua um trabalho sobre os electres que maior do que a energia mdia perdida durante as colises, assim gerando uma corrente elctrica.

    Exerccio 1

  • 85.2. Resistncia e Lei de Ohm

    Captulos anteriores: no pode haver campo elctrico no interior de um condutor em equilbrio electrosttico.

    Objectivo desta seco: descrever o que ocorre quando as cargas se movem num condutor. As cargas deslocam-se sob a aco de um no interior do condutor (situao de no equilbrio electrosttico)

    Condutor de rea de seco recta A, com uma corrente I. Definio: A densidade de corrente (J) a corrente por unidade de

    rea.

    Er

    dIJ n qA

    =

    2: m

    ASIdI n q A=

    Expresso s vlida se J for uniforme e se a superfcie for direco da corrente.

  • 9 Em geral J uma grandeza vectorial.

    dvnqJrr =

    J, como a corrente, tem o sentido do movimento dos portadores de carga

    no caso dos portadores (+), e o sentido oposto no caso dos portadores (-)

    Num condutor, h uma densidade de corrente e um campo elctrico ,

    quando se mantm uma diferena de potencial V no condutor.

    Se V for constante a corrente no condutor tambm ser constante.

    Er

    Jr

  • 10

    Muitas vezes proporcional ao no condutor.Er

    Jr

    EJrr = 1

    A constante de proporcionalidade a condutividade do condutor. Os materiais que obedecem a seguem a Lei de Ohm.1

    A Lei de Ohm afirma que, em muitos materiais (entre os quais, a maior

    parte dos metais), a razo entre e uma constante, , que independente de que provoca a corrente.

    Os materiais que obedecem Lei de Ohm denominam-se materiais ohmicos.

    Er

    Jr

    Er

  • 11

    A Lei de Ohm no uma lei fundamental da natureza, mas uma relao de natureza emprica, vlida somente para certos materiais e dentro de certos limites da tenso aplicada.

    Uma forma da Lei de Ohm com utilidade prtica mais directa.

    Segmento dum fio condutor rectilneo.

    Comprimento l

    H uma diferena de potencial Vb-Vano condutor o que provoca um e

    uma corrente.ErVa

    IA

    rea de seco recta

    l

    VbEr

    Se for uniforme V = Vb - Va = E.lEr

  • 12

    VJ E = = l Mdulo de Jr

    IJ V J IA A

    = = = l l

    AIVR

    l== a resistncia, R, do condutor.

    AV

    111 = Ohm ()Unidade SI de R:

    O inverso da condutividade do material a resistividade :

    1 (SI: ohmmetro)

    (m)

  • 13

    Todo material ohmico tem uma resistividade () caracterstica que depende das propriedades do material e da temperatura.

    Por outro lado, R depende de uma geometria simples e da Bons condutores elctricos muito baixa (ou elevada); Condutor ideal: = 0 Bons isolantes muito elevada ( baixa) Isolante ideal: =

    AlR =

  • 14

    Resistividade elctrica de alguns materiais a 20 C.

    1,5 10-6Nicrome

    ~ 1013Borracha dura1010 1014Vidro

    640Silcio0,46Germnio

    3,510-5Carbono

    1010-8Ferro2,8210-8Alumnio2,4410-8Ouro1,710-8Cobre1,5910-8Prata (.m)Material

    AlR =

    Exerccio 2,3

  • 15

    2l 2R2A R/2A

    lR =

    Todos os aparelhos elctricos, semelhantes aos ferros de passar, aquecedores

    e lmpadas de incandescncia, tm uma resistncia fixa.

    A maioria dos circuitos elctricos usam dispositivos, os resistncias, para

    controlar a corrente em diversas partes do circuito.

    Cdigo de cores:

    Segundo algarismo (6)Tolerncia (5%)

    Multiplicador (104)

    Primeiro algarismo (3)

    36104 ou 360 k, com tolerncia de 18 k

  • 16

    Cdigo de cores

    9Branco8Cinzento7Violeta6Azul5Verde4Amarelo3Laranja2Vermelho1Castanho0Preto

    ValorCor

    Exerccio 2,3

  • 17

    ! Materiais ohmicos: relao linear entre I e V sobre um grande intervalo de V aplicada .

    O coeficiente angular da curva (declive) de I contra V, na regio linear, 1/R

    ! Materiais no ohmicos: relao no linear entre I e V (Ex.: o dodo, transstores, filamentos...) a respectiva operao de muitos dispositivos electrnicos modernos dependem da maneira particular com que violam a Lei de Ohm.

    I

    V

    Material Ohmico

    declive =1/RDodosemicondutor

    I

    V

  • 18

    5.3. A Resistividade de Diferentes Condutores

    A resistividade () de um condutor depende de diversos factores, um dos quais a temperatura.

    Na maioria dos metais, aumenta com a elevao da T varia de maneira aproximadamente linear sobre um domnio limitado de T,

    segundo a lei

    ( )[ ]00 1 TT += Onde = (T) (T em C); 0= (T0), T0: temperatura de referncia (usualmente 20 C); e o coeficiente de temperatura de resistividade.

    = 0

    1 = - 0T = T - T0

  • 19

    Exemplos:

    (C-1):Prata: 3.810-3; Cobre: 3.910-3; Ouro: 3.410-3; Alumnio: 3.910-3; Ferro: 5.010-3; Carbono: - 0.510-3; Germnio: - 4810-3; Silcio: - 7510-3

    ( )[ ]00 1 += RRR Muitas vezes fazem-se medies precisas da temperatura usando esta

    propriedade.

    Na realidade h sempre uma regio no-linear, em temperaturas muito baixas,

    e tende, usualmente para um certo valor mnimo (finito) nas vizinhanas do zero absoluto.

  • 20

    To T

    R

    Essa residual (R) deve-se, principalmente, s colises dos electres com as impurezas e imperfeies do metal.

    A uma temperatura elevada (na regio linear), dominada pelas colises dos electres com os tomos metlicos.

    Exerccio 4

  • 21

    Semicondutores

    Os semicondutores (Si, Ge, ...) tm valores intermdios de . Nos semicondutores a , em geral, diminui com a elevao de T < 0 deve-se elevao da densidade de portadores de carga a T altas.

    Os portadores de carga nos semicondutores esto, muitas vezes, associados aos tomos de impurezas muito sensvel ao tipo e % dessas impurezas.

    T

    silcio

    O termistor um termmetro desemicondutor que aproveita as grandes variaes da com a T

  • 22

    5.4. Supercondutores (SC)

    Compostos cuja R tende para zero abaixo duma certa temperatura, Tc, a temperatura crtica.

    4.0 4.1 4.2 4.3 4.4

    0.150.1250.10

    0.0750.05

    0.025

    mercrio

    Tc

    T(K)

    R

    (

    )

    Fenmeno descoberto em

    1911, H. Kamerlingh-Onnes,

    no Hg.

    A dos SC a baixo de Tc menor que410-25 .m praticamente 1017 vezesmenor que a do cobre; quase nula!

    So conhecidos vrios materiais SC: alumnio, estanho, zinco, ndio...

  • 23

    Tc sensvel composio qumica, presso, estrutura cristalina.

    Uma vez se estabelea uma corrente num SC, a corrente persiste sem a

    presena duma V aplicada (pois R = 0)

    SC a altas T: Bednorz & Mller, num xido de bario, lantnio e cobre, Tc ~

    30k

    Tc= 92 k (YBa2Cu2O7); Tc = 105 k (Bi-Sr-Ca-Cu-O); Tc= 124 k (Tl-Ba-Ca-Cu-O)

    No fica excluda SC a temperatura ambiente. Busca de novos materiais SC.

    Aplicaes prticas: (mais provveis e amplas, a medida que Tc mais

    elevada.) Imans supercondutores (armazenar energia?), dado que tm uma

    intensidade de campo magntico mais de 10 vezes superiores aos melhores

    electro-imans ; dispositivos electrnicos magnetmetros, equipamento microondas...

  • 24

    5.5. Um Modelo para a Conduo Elctrica

    Modelo clssico

    Condutor como uma rede regular de tomos que contm e- livres (e- de

    conduo) = (nmero de tomos)

    Na ausncia de e- movem-se de maneira catica (velocidade mdia ~106 m/s)

    O conjunto de e- de conduo num metal denominado, muitas vezes, gs de

    electres.

    Os e- livres efectuam colises com o tomo da rede mecanismo predominante da num metal a T ~ ambiente.

    ! No h corrente na ausncia de , pois a velocidade mdia dos e- nula no h fluxo lquido de carga.

    Er

    Er

  • 25

    Se aplica um alm do movimento trmico catico, os e- migram em direco oposta a

    Velocidade media de migrao, d, muito menor (~10-4 m/s) do que a velocidade mdia entre as colises (~106 m/s)

    No modelo admitiremos que o excesso de energia adquirido pelos e-, no , se

    perde para o condutor no processo de conduo. Essa energia, cedida aos

    tomos nas colises, aumenta a energia vibracional dos tomos e provoca o

    aquecimento do condutor.

    O movimento dum e-, depois da coliso, e independente do seu movimento

    antes da coliso.

    Er

    Er

    Er

  • 26

    Partcula carregada, massa m, carga q, sujeita a Er

    mEqaamEqFr

    rrrr ===

    nos intervalos de tempo que separam as colises.

    Se t: tempo decorrido a partir de certa coliso,

    e 0: velocidade inicial

    ar

    rt

    mEqvtavv rrrr +=+= 00

    Agora, tomamos o valor mdio de t e 0 ; 0 aleatoriamente distribudas valor mdio = 0Valor mdio ; onde o tempo mdio entre colises sucessivas.

    =

    mEqt

    mEq

    rr

  • 27

    Como a mdia de igual velocidade de migrao vr

    mEqvd

    rr =

    O mdulo da densidade de corrente

    m

    EnqnqvJ d2

    ==

    mnq

    2= Comparando com a Lei de Ohm, J = .E

    21

    nqm==

    l : distncia media entre colises.: velocidade trmica mdia, v, de uma partcula em virtude da temperatura do ambiente.

    vr

    vrl=

  • 28

    e no dependem do ; caracterstica de um condutor ohmico. = (n, q, m, ) O modelo clssico no satisfatrio na explicao de alguns fenmenos

    importantes.

    (clssico) ~ 10 vezes < (real)

    (T) T (clssico); (T) linear nos metais puros.

    Modelo da mecnica quntica

    Mecnica quntica: os e- possuem propriedades ondulatrias.

    Rede de tomos regularmente espaada (peridica) o carcter ondulatrio permite o movimento dos e- sem coliso = 0 (condutor ideal,) livre percurso mdio .

    vr vr

    Er

  • 29

    As ondas dos e- s so dispersas quando a disposio espacial dos

    tomos irregular (aperidica) defeitos estruturais, impurezas. T baixas: dominada (nos metais) pela disperso provocada pelas

    colises entre os e- e as impurezas.

    T elevadas: determinada pela disperso provocada pelas colises entre os e- e os tomos do condutor, que se deslocam em virtude da agitao

    trmica.

    O movimento trmico dos tomos faz com que a estrutura seja irregular.

  • 30

    5.6. Energia Elctrica e Potncia Elctrica

    Uma bateria estabelece uma corrente num condutor transformao continua de energia qumica da bateria em energia cintica (K) dos portadores de carga.

    Essa K dissipada pelas colises entre os portadores de carga e os ies da rede aumento da T do condutor.

    A energia qumica da bateria transforma-se, continuamente, em energia trmica.

    Q percorre o circuito, a partir de a, passa atravs da e de R e retorna a a

    a um ponto de referncia, est ligado terra e o seu V considerado nulo.

    b

    a

    +- R

    c

    d

    I

  • 31

    VQU = Quando Q se desloca de a at b, atravs da bateria, a sua energia

    potencial elctrica aumenta de um valor QV (V o potencial em b). A energia qumica ( U) da bateria diminui dessa mesma quantidade.

    Quando se desloca de c para d, atravs de R, a Q perde essa energia elctrica potencial, ao efectuar colises com os tomos da R, o que cria

    energia trmica.

    Se desprezamos da R dos fios de ligao, no haver dissipao de energia

    nos percursos bc e da.

    Quando Q retorna ao a, deve ter a mesma energia potencial (zero) que ao iniciar o movimento no circuito.

    A taxa de perda da energia potencial de Q ao passar atravs de R

    VIVtQ

    tU =

    =

  • 32

    A taxa de dissipao da energia igual potncia, P, dissipada em R

    A P fornecida a R pela bateria.

    A equao pode ser usada para determinar a P transferida a qualquer dispositivo.

    P = IV

    Com P = IV e V = IR, para um dado R

    A dissipao de P* sob a forma de calor num condutor de resistncia R chama-se efeito Joule; tambm se diz perda I2R* dimenses de energia por unidade de tempo.

    Uma bateria ou outro dispositivo que proporcione energia elctrica uma fonte de fora electromotriz, fem () (No uma fora, mas uma V em volts)

    RVRIP

    22 ==

    (SI) watt (W)

  • 33

    Desprezando-se a R interna da bateria, a V entre a e b igual fem, , da bateria.

    V = Vb - Va = e

    P = I. = I2.R A P fornecida pela fonte de fem = P dissipada no R.

    Quilowatt-hora; 1 kWh = (103 W).(3 600 s) = 3.6106 J energia convertida, ou consumida, em 1h a uma taxa constante de 1 kW.

    RRVI ==

    Exerccio 6,7