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Semanário diocesano www.jornalpresente.pt Diretor: Carlos Magalhães de Carvalho Ano LXXXI • nº 4146• P16 12 de setembro de 2013 • 0,50€ Paróquias em destaque Caxarias e Olival Diferenças não afetam dinâmicas pág. 7 a 9 AMIGrante 10 anos a fazer da integração uma marca A comemorar o 10º aniversário da associação, a AMIGrante promoveu uma jornada de reflexão e debate. A iniciativa juntou oradores de renome que, durante um dia, promoveram um sério debate em torno do tema “A face humana das migrações em Portugal”. | Pág. 3 pág. 6 Pág. 6 pág. 4 Padre Bertolino em entrevista Há cerca de quatro anos à frente das paróquias do Olival e de Caxarias, o padre Bertolino Vieira mostra-se muito agradecido pela forma como foi acolhido e espera contribuir para a promoção de um maior sentido de comunidade paroquial | pág. 9 Escola Diocesana Razões da Esperança O Bispo diocesano, D. António Marto, irá presidir à celebração eu- carística que marca o início do ano letivo da Escola Diocesana Razões da Esperança (EDRE), no próximo dia 24 de setembro, terça-feira, às 21h00, na igreja do Seminário de Leiria. | Última

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Page 1: 4146 P16 2013-09-10

Semanário diocesano www.jornalpresente.pt Diretor: Carlos Magalhães de CarvalhoAno LXXXI • nº 4146• P16 12 de setembro de 2013 • 0,50€

Paróquias em destaqueCaxarias e OlivalDiferenças não afetamdinâmicas pág. 7 a 9

AMIGrante

10 anos a fazer da integração

uma marca A comemorar o 10º aniversário da associação, a AMIGrante

promoveu uma jornada de reflexão e debate. A iniciativa juntou oradores de renome que, durante um dia, promoveram

um sério debate em torno do tema “A face humana das migrações em Portugal”. | Pág. 3

pág. 6

Pág. 6pág. 4

Padre Bertolino em entrevista

Há cerca de quatro anos à frente das paróquias

do Olival e de Caxarias, o padre Bertolino Vieira mostra-se muito agradecido pela forma como foi acolhido e espera contribuir para a promoção de um maior

sentido de comunidade paroquial | pág. 9

Escola Diocesana Razões da EsperançaO Bispo diocesano, D. António Marto, irá presidir à celebração eu-carística que marca o início do ano letivo da Escola Diocesana Razões da Esperança (EDRE), no próximo dia 24 de setembro, terça-feira, às 21h00, na igreja do Seminário de Leiria. | Última

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Nídia Nair Marques Leiria

Os primeiros retiros em que participei fo-ram no âmbito da catequese (preparação para o sacramento do Crisma) e do grupo de jovens. Anos mais tarde, integrada numa Comunidade de Vida Cristã de leigos jesuí-tas, fiz exercícios espirituais. Podem ser mo-mentos propícios para balanço da vida, das etapas que vamos traçando e de como nos relacionamos. “Quero responder ao convite de Deus?” “Sou fiel à amizade de Jesus?” “Aceito ser semente com o tempo próprio das searas?”

Claudia Rocha Pousos

Faço todos os anos dois tempos de para-gem de oito dias cada um, onde o silêncio e a meditação são a constante.Sigo os Exercícios Espirituais escritos por S. Inácio no Séc. XVI e faço também um reti-ro de jejum, ou uma peregrinação, sempre alinhados em Jesus Cristo. Estes dois tem-pos são muito importantes para ordenar a vida, a relação com Deus e centrar-me no essencial. São momentos imprescindíveis no meu ano e uma das minhas prioridades de calendário.

Frederico Serôdio Fátima

Procuro fazer retiro em cada ano, por ne-cessidade. Fazer uma paragem, sair da roti-na, distanciar-me das situações, para perce-ber a presença de Deus na minha vida. Esse momento, o de “subir ao monte”, faz-se eco ao longo do ano. Em cada dia, continuo a retirar-me em espaços de tempo curtos. É neles que me situo na relação com as coi-sas, com o próximo e com Deus, para me-lhor servir e amar.

Maria Manuela Nunes Marinha Grande

Sim, já fiz alguns retiros e acho que toda a gente devia ter essa experiência. Um reti-ro é a oportunidade de parar para poder continuar; para, saindo do corre-corre do dia a dia e em harmonia com o Universo e ligação com Deus, aprofundarmos a nossa fé, desenvolvermos espiritualmente e nos encontrarmos connosco mesmos. Ultima-mente, não tenho tido disponibilidade para fazer retiros e a verdade é que sinto a falta do ambiente, dinâmica e partilha inerentes à vivência do grupo em retiro.

Maria Inês Fernandes Marinha Grande

Fiz alguns retiros quando menina de cate-quese, ou seja, quando se aproximava uma grande celebração na vida cristã ou algum sacramento.Não digo que não tenham sido úteis na al-tura, mas é hoje como adulta que mais sin-to falta de retiros, de reflexão, meditação, orientação para viver de uma forma melhor a vida enquanto católica.

Helena Espirito Santo Marrazes

Já fiz vários retiros de diversos tipos. Entre os 15 e os 18 anos, havia o retiro de silên-cio de dois dias pelo Natal, orientado pelo padre que acompanhava o grupo de jovens e era o nosso professor de Religião e Mo-ral, no liceu D. Pedro V, em Lisboa. Outros houve, inclusive a nível paroquial, até co-nhecer os Exercícios Espirituais de S. Inácio de Loiola. Um retiro é sempre um momento de carregar baterias, de me encontrar com Deus e comigo, com mais tempo e mais qualidade. Estou mesmo a precisar de um!

Já alguma vez fez um retiro? Sente a necessidade de o fazer?

Qual a importância de um retiro na vida de um cristão?

“Ao deserto a conduzirei, para lhe fa-lar ao coração” (Os 2, 14). Esta frase da Profecia de Oseias pode ajudar-nos a compreender o motivo pelo qual muitos cristãos têm o costume de parar no rit-mo quotidiano do seu viver e retirar-se um fim de semana ou alguns dias para al-gum lugar tranquilo ou para uma casa de retiros.

O que os move é, habitualmente, o desejo de escutar a Deus. Como em qual-quer conversa, o normal é que, enquan-to uma pessoa fala, a outra escuta. Assim, um lugar silencioso, longe da azáfama quotidiana, ajuda a tornar possível o diá-logo com Deus.

Ele tem a iniciativa da conversa, fala no nosso coração e ao nosso coração, isto é, no mais profundo de cada um de nós e aos nossos amores, no mundo dos afetos e desejos, provocando os nos-

sos sentimentos. Foi exactamente isto que disseram os discípulos de Emaús, quando partilhavam com a sua comunida-de a experiên-cia de encontro com o Ressusci-

tado: “Não nos ardia cá dentro o coração, quando Ele nos falava pelo caminho?” (Lc 24, 32)

Quantos homens e quantas mulhe-res sentem o mesmo no seu dia a dia. O coração a arder, sem, no entanto, sabe-rem bem o que é que isso quer dizer e, ao mesmo tempo, desejosos de o perce-berem. Por isso mesmo, decidem tirar uns dias para se porem à escuta de Deus, ten-tando perceber o que é que Ele lhes disse ou quer dizer.

Têm para isso que parar e fazer si-lêncio. Só assim se deixarão alcançar por Deus naquilo que são no mais profundo de si mesmos; na sua realidade do aqui e agora, sem máscaras, sem fingimentos. Vão deixar-se encontrar por Deus e com Deus, o seu Criador. Desta maneira eles mesmos se encontram verdadeiramente consigo e percebem, um pouco melhor, o que Este lhes vai dizendo ao coração na vida de cada dia. Vão assim encontran-do sentido para as suas lutas, dores e ale-grias.

P. Sérgio Diz Nunes, sj

Envie a sua questão pararedacao@jornalpresente ou deixe-a em facebook.com/jornalpresente

Pergunta da semana

PRESENTE LEIRIA-FÁTIMA – Semanário Diocesano; Registo na ERC: 102262; Diretor: Carlos Magalhães de Carvalho (TE 945) [[email protected]]; Assessoria de dire-ção: Isabel Galamba [[email protected]]; Redação [[email protected]]: Armanda Balinha (CP 9778), Joaquim Santos (CP 7731), Luís Miguel Ferraz (CP 5023), Sandrina Faustino (TP 1859); Projeto gráfico e paginação: Paulo Adriano; Publicidade e Assinaturas: Margarida Gaspar (09h30-13h30); Contactos: Tel. +351 244 821 100 • Email: [email protected]; Propriedade e editor: Fundação Signis • Diretor: Vitor Coutinho • 100% do Capital: Diocese de Leiria-Fátima; NIF 510504639; Sede da Re-dação/Editor: R. Joaquim Ribeiro Carvalho, n.º 60, Seminário Diocesano, 2414-011 Leiria; Impressão e expedição: Empresa do Diário do Minho, Lda • Braga • Tel. 253303170 • Fax 253303171; Depósito Legal: 1672/83; Periodicidade: Semanário; sai à quinta-feira; Tiragem desta edição: 5.000 exemplares.

ficha técnica

Desta maneira eles mesmos se encontram ver-dadeiramente consigo

12 de setembro de 20132 •

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TEMA DE CAPA

AMIGrante festeja 10 anos

Fazer da integração uma marca A comemorar o 10.º aniversário da

associação, a AMIGrante promoveu uma jornada de reflexão e debate. A iniciativa juntou oradores de renome que, durante

um dia, promoveram um sério debate em torno do tema “A face humana das

migrações em Portugal”.

Sandrina Faustino

“Quando há 10 anos iniciámos

o nosso trabalho, fomos pioneiros

na região”, diz o padre Sílvio Lit-

vinczuk, presidente da AMIGrante,

ao recordar que a associação nas-

ceu da constatação de que “não ha-

via apoio aos imigrantes que vi-

nham para Portugal”. Nessa época,

“iniciámos o ensino da língua por-

tuguesa”, mais tarde “surgiu a ne-

cessidade de dar apoio sócio-polí-

tico”. Hoje, a AMIGrante já apoiou

mais de 17.000 cidadãos migran-

tes, respondendo sempre de uma

forma concreta às múltiplas solici-

tações.

É assim, sempre numa tenta-

tiva de dar resposta efetiva às reais

necessidades de quem procura a as-

sociação, que o seu presidente des-

creve a atividade e evolução da

AMIGrante ao longo desta primei-

ra década. Volvidos 10 anos, num

contexto de crise nacional, a migra-

ção está de novo na ordem do dia.

“Assistimos a um fluxo de emigra-

ção em larga escala de jovens e ao

regresso prematuro de muitos imi-

grantes”, diz, em jeito de conclusão

e deixando claro que ainda mui-

to trabalho há a fazer nesta área. É

por isso “importante e inestimável”

a disponibilidade dos voluntários

da associação, a quem deixa uma

palavra de grande apreço e agrade-

cimento.

“Devemos aumentar o nosso espaço humano”

O debate “não podia ser mais

atual”, referiu o secretário de Esta-

do adjunto do ministro adjunto do

Desenvolvimento Regional, Pedro

Lomba, na sessão de abertura.

Citando D. Manuel Clemente,

este governante diz que “os portu-

gueses não deixam de ser o que são,

onde quer que estejam” e é esta in-

tegração que defende “para todos

os que procuram o nosso país”. “Em

Portugal, nunca houve uma lógica

que negasse a interculturalidade”,

reconhece, referindo que “sempre

fizemos da integração a nossa mar-

ca, a nossa bandeira”.

Numa referência ao atual

contexto sócioeconómico do País

aludindo à sua história, Pedro Lom-

ba diz estar convencido de que “na

situação em que o País vive, preci-

samos de aumentar o nosso espa-

ço humano, e os nossos migrantes

são esse espaço humano; este país

sempre ganhou quando aumentou

o seu espaço humano”.

“Hoje, temos um novo equi-

líbrio no país, mais portugueses

a sair e menos estrangeiros a en-

trar”, constata. Por isso, é “necessá-

ria uma nova política de migração

em Portugal”, com uma “estratégia

proativa e ambiciosa, no sentido de

incentivar as migrações e apoiar

os imigrantes em Portugal”. Os mi-

grantes têm agora um novo perfil,

“são expatriados, profissionais al-

tamente qualificados, estudantes,

académicos, trabalhadores, refor-

mados (residentes de longa dura-

ção)” que ditam novas prioridades

sóciopolíticas. “Temos de captar

as pessoas de forma criativa e, de-

pois, garantir uma governação in-

tegrada nos campos da justiça, cul-

tura, finanças, emprego, segurança

social, educação e saúde”. Só assim

se conseguirá “garantir que a inte-

gração dos imigrantes seja efetiva,

evitando as suas saídas prematu-

ras”, diz.

Também Raul Castro, presi-

dente da Câmara Municipal de Lei-

ria, destacou “o papel inestimável”

desta associação no “diálogo inter-

cultural” característico da “diáspo-

ra portuguesa”.

Lembrando que na década de

90 se registou em Portugal um im-

portante fluxo de imigração e que,

em 2012, os “imigrantes eram, em

Leiria, mais de 5.000”, Raul Castro

defendeu que eles “dão um grande

contributo económico à região e à

riqueza de multiculturalismo”, as-

sim como “mitigam a nossa fraca

taxa de natalidade”.

Importa dar primazia às pessoas

Na sessão de encerramen-

to, o padre Jorge Guarda, vigário

geral da diocese de Leiria-Fátima,

resumiu a iniciativa como “uma

oportunidade de procurar conhe-

cer melhor a realidade das pessoas

imigrantes e das suas situações” e,

simultaneamente, “de compreen-

der com maior profundidade como

as pessoas que vêm do estrangei-

ro para trabalhar e viver entre nós

são fator de desenvolvimento eco-

nómico, social, cultural e também

religioso”. Foi, pois, “um contributo

para promover a formação e o em-

penho na defesa vigorosa da ‘face

humana da imigração’. Isso signifi-

ca dar atenção às pessoas, dar-lhes a

primazia relativamente aos aspetos

sociais, económicos, culturais, reli-

giosos”.

Estas pessoas “são portadoras

de desafios para a sua própria iden-

tidade e para a daqueles que encon-

tram no nosso país: a convivência

e a partilha de dons enriquece mu-

tuamente quem dá e quem recebe,

num processo de interculturalida-

de”, referiu.

Citando o Papa Francisco, a

propósito da recente tragédia que

envolveu o afundamento das em-

barcações em que viajavam emi-

grantes de África até à ilha de Lam-

pedusa, no mar Mediterrâneo,

Jorge Guarda afirmou que “estas

pessoas apenas procuravam um lu-

gar melhor para si e suas famílias,

mas encontraram a morte; quantas

vezes outros que procuram o mes-

mo não encontram compreensão,

não encontram acolhimento, não

encontram solidariedade!”

“Embora a situação dos imi-

grantes em Portugal não passe por

casos tão dramáticos, sabemos que

há também sofrimento em muitos

imigrantes e indiferença, explora-

ção e tratamento inadequado em

concidadãos nossos”, referiu, refor-

çando a pertinência e atualidade do

debate promovido pela AMIGran-

te, que “vai contra a corrente: aju-

da, aconselha e defende os homens

e mulheres vindos do estrangei-

ro para que tenham entre nós uma

vida digna e possam integrar-se na

nossa sociedade”.

E continuou a citar o Papa:

“Quem é o responsável pelo sangue

destes irmãos e irmãs? Ninguém!

Todos nós respondemos assim (...)

Esta cultura do bem-estar leva à

indiferença a respeito dos outros;

antes, leva à globalização da indi-

ferença. Neste mundo da globali-

zação, caímos na globalização da

indiferença. Habituamo-nos ao so-

frimento do outro”.

Jorge Guarda terminou a sua

reflexão dirigindo-se aos voluntá-

rios da associação: “não posso dei-

xar de vos felicitar por todo esse es-

forço e dedicação: continuai, sem

regatear sacrifícios, a defender e

promover a face humana das mi-

grações. Vale a pena tudo o que fa-

zeis para ajudar os imigrantes a

realizarem os seus melhores an-

seios humanos e a viverem com sa-

tisfação na nossa sociedade”.

O debate aconteceu no Tea-

tro Miguel Franco, no dia 5 de se-

tembro, e abordou os temas “A imi-

gração em Portugal em tempos de

crise”, “A emigração portuguesa no

contexto atual”, “Migrações e de-

senvolvimento” e “Identidade e in-

terculturalidade”.

Amigos dos migrantes

A AMIGrante nasce da constatação do Movimento de Educadores Católicos das ne-cessidades de apoio para o co-nhecimento suficiente da Lín-gua Portuguesa por parte de cidadãos estrangeiros. Dispo-nibilizou-se, assim, através dos seus voluntários, para o ensino da Língua Portuguesa.

A experiência evidenciou outras necessidades nos do-mínios da cultura, organiza-ção social e política, direitos e deveres dos cidadãos. É assim que surge o envolvimento do Município de Leiria, da diocese de Leiria-Fátima, da Ação Ca-tólica Independente e da Cári-tas Diocesana.

Hoje, a AMIGrante é uma associação não lucrativa, apar-tidária e, sendo embora de cunho católico, de comple-to respeito pela liberdade re-ligiosa.

Áreas de atuação

- Manter serviços de informa-ção, encaminhamento e aten-dimento social e jurídico;- Manter cursos de Língua Por-tuguesa - 2.ª Língua;- Apoiar as comunidades imi-grantes nas iniciativas culturais que pretendam desenvolver;- Denunciar práticas abusivas, fraudulentas e ilegais às auto-ridades competentes;- Manter serviços de apoio moral e religioso, indepente-mente do credo professado.

DR

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NA DIOCESE

Associação Casa VelhaQuando a ecologia toca a espiritualidadeSandrina Faustino

A celebrar um ano de existên-

cia, no passado dia 4 de setembro, a

Casa Velha - Ecologia e Espirituali-

dade é hoje um espaço de encontro

e desenvolvimento pessoal, no Vale

Travesso, Ourém.

A associação pretende “contri-

buir para o desenvolvimento hu-

mano em espaço rural, através do

acolhimento em ambiente familiar,

experimentando uma vida simples

de cariz comunitário, privilegiando

momentos de silêncio e de partilha,

através do trabalho no campo, de

espaços de criatividade, de forma-

ção e da reflexão e oração”, explica

Margarida Alvim, responsável pela

Casa. É, pois, pelo “contacto direto

com a natureza, através de ativida-

des culturais, sociais e espirituais”

que a associação promove entre os

seus utentes “o crescimento saudá-

vel das relações consigo mesmos,

com Deus e com os outros”.

Consciente do papel que tem a

ecologia na atualidade e dando se-

quência aos apelos dos Papas Bento

VI e, mais recentemente, Francis-

co, a Casa Velha apresenta-se como

um espaço onde cada um “é chama-

do a participar na construção de es-

tilos de vida mais equilibrados e de

modelos de desenvolvimento mais

sustentáveis”.

Margarida Alvim recorda a

homilia do Papa Francisco a

19 de março passado,

quando refere que “a

vocação de guar-

dião não diz res-

peito apenas a

nós, cristãos, mas

tem uma dimen-

são antecedente,

que é simplesmen-

te humana e diz respei-

to a todos: é a de guardar a

criação inteira, a beleza da criação”.

É para o cumprimento desta mis-

são que continua a trabalhar na

Casa Velha .

O projeto teve início em 2008

e desenvolve-se na Quinta da Casa

Velha, no Vale Travesso. A quin-

ta pertence à família Alvim há já

quatro gerações e é constituí-

da por 67 hectares agro-

florestais e por diver-

sas casas agrícolas.

Este espaço tem

vindo a ser re-

qualificado com o

intuito de permi-

tir o acolhimento

de pessoas e grupos.

Enquanto associação,

foi fundada em setembro de

2012.

Em peregrinação ao Santuário de FátimaFamília Concepcionista ao Serviço dos Pobres dá graças pela sua fundadora Sandrina Faustino

Realizou-se no passado do-

mingo a peregrinação nacional da

Família Concepcionista ao Servi-

ço dos Pobres ao Santuário de Fáti-

ma. O momento foi eleito para dar

graças a Deus pela vida da sua fun-

dadora, Maria Isabel da Santíssima

Trindade.

Tomando como exemplo a

vida da fundadora, o grupo pediu

para que a congregação continue

fiel na atenção aos mais carencia-

dos.

Em nota de imprensa, o San-

tuário de Fátima aponta que, no

momento da homilia da Eucaristia

celebrada no Recinto de Oração, D.

José Francisco Alves, arcebispo de

Évora, referiu Maria Isabel da San-

tíssima Trindade como um “lumi-

noso exemplo de vida cristã”, uma

mulher “iluminada pela fé e abrasa-

da pelo fogo da caridade”, um exem-

plo de “caridade, simplicidade e fi-

delidade ao serviço de Deus e dos

pobres, num total despreendimen-

to de si mesma”.

Segundo o Bispo “a madre Ma-

ria Isabel tinha as três caraterís-

ticas que definem o ser-se cristão,

aquele que privilegia acima de tudo

a relação com Deus, a relação com

as pessoas e a relação consigo pró-

prio, tendo presente que a felicida-

de não se alcança pela fuga aos pro-

blemas, mas pela busca persistente

de soluções apropriadas”.

O arcebispo de Évora lembrou

ainda alguns momentos da vida

desta mulher nascida no Alente-

jo (faleceu em 1962) que, após dez

anos de matrimónio, enviúva e de-

cide, a partir desse momento, de-

dicar a sua vida e os seus bens aos

mais pobres, fundando mais tar-

de a Congregação das Irmãs Con-

cepcionistas ao Serviço dos Pobres,

hoje presente em quatro continen-

tes.

Na página oficial desta con-

gregação a madre Maria Isabel da

Santíssima Trindade é descrita

como uma pessoa que “não se fe-

chou em si mesma, nem se acomo-

dou a uma existência fácil, rasgou

horizontes e pôs a render os talen-

tos naquilo que julgava ser a vonta-

de de Deus”.

Recorde-se que a 5 de julho

deste ano, o Papa Francisco apro-

vou a publicação do decreto que

reconhece as virtudes heróicas de

madre Maria Isabel da Santíssi-

ma Trindade, que recebeu assim o

título de venerável. “Tratou-se de

mais uma fase do processo que leva

à proclamação de um fiel católico

como beato, penúltima etapa para a

declaração da santidade”, explica a

nota do Santuário.

II Jornadas Nacionais da Pastoral JuvenilJovens discutem a comunicação da fé aos jovens

Realizam-se de 20 a

22 de setembro as II Jor-

nadas Nacionais da Pasto-

ral Juvenil. O evento decor-

re em Fátima e terá como

tema “Missão @dgentes - Ide

e anunciai!” sendo, este ano,

em comunhão com as Obras

Missionárias Pontifícias.

Citando o Papa Francis-

co, o padre Eduardo Novo, di-

retor do Departamento Na-

cional da Pastoral Juvenil,

recorda que “a missionarie-

dade não é questão apenas de

territórios geográficos, mas

de povos, culturas e indivíduos, precisamente porque os confins da

fé não atravessam apenas lugares e tradições humanas, mas o cora-

ção de cada homem e mulher”. Por isso, diz este responsável dirigin-

do-se  a animadores da juventude e a todos os que vivem/progra-

mam a Missão da Igreja, “o objetivo é ajudar os animadores juvenis

a envolverem e entusiasmarem os jovens a serem missionários a

partir do novo continente digital que hoje tão facilmente habitam”.

As jornadas apresentam-se como três dias de uma experiên-

cia conjunta de cultura, formação, entrega, serviço, oração e evan-

gelização.

Serão conferencistas convidados Teresa Messias, os padres

António Frazão e Rui Alberto e D. António Couto, bispo da diocese

de Lamego. O programa das jornadas inclui diversos momentos de

reflexão e oração. Conta ainda com a apresentação do livro de Chia-

ra Luce e do YOUCAT, bem como com diversos concertos orantes.

Os interessados podem inscrever-se e encontrar o programa e

outras informações em www.dnpj.pt.

XL Encontro Nacional Convívios Fraternos. Vai ter lugar

neste fim de semana, 14 e 15 de setembro, em Fátima, a peregrina-

ção anual dos membros do movimento dos Convívios Fraternos. O

tema escolhido para este ano é “Vai e abraça a Fé” e um dos momen-

tos mais fortes do evento é o sarau, no Centro Pastoral Paulo VI, no

sábado à noite.

Calendário 2013-14. Já está disponível para consulta o calendá-

rio de actividades programadas no âmbito da pastoral juvenil da

Diocese. Ainda está numa forma muito resumida, já que alguns dos

conteúdos do programa serão divulgados à medida que vão sendo

programados mais pormenorizadamente. Está disponível para con-

sulta no sítio do Serviço Diocesano da Pastoral Juvenil: www.sdp-

jleiria.com.

/projectoCasaVelha (Leia este código com a aplicação do se

u tele

móv

el!)

DR

12 de setembro de 20134 •

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NA DIOCESE

Acólitos de Leiria em formaçãoÀ procura da beleza e espiritualidadeSandrina Faustino

As datas para a formação de

responsáveis de grupo de acólitos

foram alteradas para os próximos

dias 14, 21 e 28 de setembro. A for-

mação este ano decorre no salão

paroquial da Barosa e, ainda que

aberta a todos os responsáveis dos

grupos diocesanos, é especialmente

dirigida aos da vigararia de Leiria.

Joaquim Carrasqueiro, dele-

gado do serviço de liturgia para a

formação dos acólitos, explica que

esta iniciativa se tem vindo a re-

petir há quatro anos e que preten-

de chegar a todos os responsáveis

da diocese. “Optámos por percorrer

as várias vigararias e, este ano não

iremos trabalhar com os grupo de

Leiria”, diz.

A formação decorre nos três

sábados precedentes à assembleia

diocesana de acólitos que se tem

realizado anualmente a 5 de Ou-

tubro. “Este ano a data mantém-

se, visto coincidir com o Sábado,

mas, dada a remoção do feriado, a

data terá de ser repensada”, expli-

ca Joaquim Carrasqueiro. A inten-

ção destas formações é “dotar as ce-

lebrações mais bonitas e com maior

significado espiritual”. “Esperamos

contribuir assim para que os rituais

dos acólitos não sejam gestos pura-

mente mecânicos e que sejam antes

revestidos de beleza, sentido e espi-

ritualidade”, conta.

A formação pretende ain-

da uniformizar procedimentos en-

tre os diversos grupos diocesanos.

“Esta é uma forma de homogenei-

zar práticas e uniformizar procedi-

mentos” entre os diferentes grupos

da diocese. Recorde-se que esta ini-

ciativa já decorreu em Batalha, Col-

meias e Fátima. Para o ano será a

vez de trabalhar com os grupos da

vigararia da Marinha Grande. O

ano passado a assembleia reuniu

mais de 200 participantes em Fá-

tima. Espera-se este ano manter o

mesmo nível de adesão.

A assembleia diocesana de

acólitos está agendada para dia 5

de Outubro, no Salão Paroquial da

Barosa. A jornada começa às 10h00

com a receção dos participantes e às

10h30 haverá um momento de re-

flexão e oração. A Eucaristia decor-

rerá às 12h00 e será presidida por

D. António Marto, bispo da dioce-

se de Leiria-Fátima. Segue-se-lhe

o almoço partilhado, pelas 13h00

e finalmente um convívio com di-

versas atividades orientadas e pre-

paradas pelos grupos de acólitos de

Leiria, Azoia e Barosa.

“Que se eleve forte em toda a terra o grito da paz” (Papa Francisco).Mais de 2.000 respondem ao convite de D. António Marto

Na alocução do  Angelus  de

Domingo, dia 1 de Setembro, o Papa

Francisco anunciou a sua decisão

de “convocar para toda a Igreja, no

dia 7 de setembro, véspera da Na-

tividade de Maria, Rainha da Paz,

um dia de jejum e de oração pela

paz na Síria, no  Médio  Oriente, e

no mundo inteiro”, e convidou tam-

bém a unirem-se a esta iniciativa,

no modo que considerassem mais

oportuno, os irmãos cristãos não

católicos, aqueles que pertences-

sem a outras religiões e os homens

de boa vontade… “Peço a todas as

Igrejas particulares que, além de

viver este dia de jejum, organizem

algum ato litúrgico por esta inten-

ção”. Anunciou também que ele

próprio iria presidir a uma vigília

de oração pela paz, na Praça de S.

Pedro, das 19 às 23 horas.

Em resposta a este apelo, a

diocese de Leiria-Fátima celebrou

uma vigília de oração na Capelinha

das Aparições, no Santuário de Fá-

tima. O convite à participação nesta

grande oração pela paz foi lançado

a todos os diocesanos e estendido

às paróquias, comunidades religio-

sas e  todos os grupos eclesiais no

sentido de proporcionarem da me-

lhor forma que lhes fosse possível a

oração pessoal ou de grupos.

A iniciativa contou com a nor-

mal recitação do terço e procissão

de velas, seguida  da exposição e

adoração do Santíssimo Sacramen-

to com oração silenciosa, textos  de

meditação, cânticos e bênção final.

A oração é uma ‘arma’ poderosa

Presidida pelo bispo da dio-

cese de Leiria-Fátima, D. António

Marto, a vigília, na Capelinha das

Aparições, contou com a participa-

ção de mais de duas mil pessoas, al-

gumas em peregrinação, outras re-

sidentes nas comunidades vizinhas

ao Santuário.

“Foi um momento intenso de

oração, que nos fez sentir unidos ao

Santo Padre que em Roma presidia

também a uma vigília de oração;

estivemos unidos com todos os po-

vos atingidos pelo flagelo da guerra

e unidos com todos os cristãos que,

no mundo inteiro, acolheram o ape-

lo do Papa Francisco”, referiu o rei-

tor do Santuário.

Ao redor da Capelinha

das Aparições ou sentados na esca-

daria da Basílica de Nossa Senho-

ra do Rosário, foram muitos os que

se associaram a este momento que

procurou sobretudo fazer-se eco

do apelo lançado pelo Santo Padre

Francisco ao mundo e que se pode

resumir na exortação "Queremos a

paz... Nunca mais a guerra".

“A oração é a ‘arma’ dos pobres

e dos pacíficos, que sabem que a

violência nunca gera paz nem har-

monia”, sublinhou o reitor do San-

tuário de Fátima nessa noite.

Ainda a propósito desta ini-

ciativa do Papa, o reitor do Santuá-

rio de Fátima disse, que “a oração é

uma ‘arma’ poderosa, com uma efi-

cácia única, porque garantida por

Deus.”

Em nota de imprensa o pa-

dre Carlos Cabecinhas referiu que

“A oração é caminho de unidade

e de paz. E esta é uma das dimen-

sões irrenunciáveis da mensagem

de Fátima, em que o apelo à oração

é constante e que nos ajuda a tomar

consciência da força e da importân-

cia da oração”.

No decorrer de sábado, to-

das as missas e rosários inscritos

no programa oficial do Santuário

de Fátima tiveram como intenção

a paz na Síria, no Médio Oriente e

no mundo inteiro. Para o reitor do

Santuário, “o momento culminan-

te da jornada foi a vigília de oração,

que congregou tantos peregrinos

de tantos países”.

Recordou ainda que, por ser

um dos conteúdos da própria men-

sagem de Fátima, a oração pela paz

é, neste local, prática habitual.

A vigília foi transmitida em

direto através da página oficial do

Santuário de Fátima. | SF

OurémCentro Comunitário de Voluntariado promove Feira Solidária

O Município

de Ourém e o Cen-

tro Comunitário de

Voluntariado estão a

promover uma Feira

Solidária no próximo

dia 6 de outubro, no

recinto do Mercado

Municipal Manuel

Prazeres Durão. Esta

Feira Solidária pre-

tende promover o convívio en-

tre os participantes, reciclar arti-

gos em bom estado e promover a

troca de bens e serviços a custos

reduzidos, mas também, apoiar o

Centro Comunitário de Volunta-

riado na aquisição de ajudas téc-

nicas, nomeadamente cadeiras

de rodas, camas articuladas, etc.

Os participantes poderão

vender ou trocar roupa, calçado,

têxtil-lar, brinquedos, eletrodo-

mésticos, móveis, serviços, entre

outros. Serão também responsá-

veis pela apresenta-

ção da sua banca, que

poderá ser uma ten-

da, uma manta no

chão ou uma mesa.

Os interessados te-

rão que fazer inscri-

ção prévia com a des-

crição dos artigos que

pretendem vender/

trocar a preços sim-

bólicos e a participação terá um

custo de 5€ referente à ocupa-

ção do espaço (valor destinado à

aquisição de ajudas técnicas para

o Centro Comunitário de Volun-

tariado). A realização da iniciati-

va está condicionada à inscrição

mínima de 10 participantes e os

interessados deverão fazer a sua

inscrição no Município de Ou-

rém, junto da Divisão de Educa-

ção e Assuntos Sociais, entre os

dias 2 e 13 de setembro, de segun-

da a sexta, das 9.00h às 17.00h.

Luís de Oliveira

Luís de Oliveira

12 de setembro de 2013 • 5

Page 6: 4146 P16 2013-09-10

DIOCESE

“Educar para o sentido cristão do matrimónio e da família: uma afirmação de esperança em tempos conturbados”

Encontro Diocesano de Catequistas

Será no sábado 28 de setem-

bro, no Seminário de Leiria, o en-

contro que marcará o início das ati-

vidades do Serviço Diocesano de

Catequese (SDC) para 2013-2014,

destinado a todos os catequistas da

diocese de Leiria-Fátima.

Em sintonia com o tema de-

finido por D. António Marto para

este ano pastoral, a jornada terá

como reflexão central “Educar para

o sentido cristão do matrimónio e

da família: uma afirmação de es-

perança em tempos conturbados”,

orientada por José Eduardo Borges

de Pinho, professor da Universida-

de Católica Portuguesa.

O orador desenvolverá o tema

“partindo da análise da proposta do

matrimónio e da família no contex-

to atual, para depois ajudar a com-

preender as interpelações que esta

realidade traz à proposta evange-

lizadora e catequética da Igreja”,

adianta o padre José Henrique Pe-

drosa, diretor do SDC. Pretende-

se “ajudar os catequistas a iniciar o

novo ano pastoral dentro do tema

proposto para toda a diocese de Lei-

ria-Fátima e com uma leitura con-

textualizada para a sua missão”.

O programa começará pelas

15h00, com o acolhimento e a ora-

ção inicial, seguindo-se a exposição

temática e um tempo de partilha.

Às 18h30, na igreja do Seminário, o

Bispo diocesano presidirá à celebra-

ção da Eucaristia, durante a qual se-

rão entregues os diplomas aos cate-

quistas que terminaram o Curso

Geral em 2013. | LMF

DR

Visita à missão

(continuação da edição anterior)

O que falta fazer…O que já se fez foi muito e

fundamental para agora se po-

der fazer mais. Tem sido um

trabalho não só de padres e vo-

luntários, mas um trabalho de

Deus e de heróicos “loucos”. Po-

rém, podemos dizer também

que o que falta fazer é ainda

tudo como se nada tivesse sido

feito. Isto porque as necessida-

des daquelas pessoas são tantas

e tão variadas que o que já se fez

é apenas uma gota no oceano.

Por isso mesmo, este trabalho

deve continuar porque está no

bom caminho e está agora, fi-

nalmente, a começar a dar fru-

tos concretos e visíveis.

Eu fiquei, pessoalmente,

muito sensibilizado pelo traba-

lho realizado pela equipa mis-

sionária de um modo especial

pelo trabalho do P. David No-

gueira e do P. Vítor Mira nes-

sas terras do Gungo. O seu tra-

balho tem salvo muitas vidas da

morte e também do isolamento,

da superstição e do paganismo.

Tem ajudado aquelas pessoas a

levantar a cabeça e verem um

pouco mais longe, a melhorar as

condições básicas da sua vida e

de uma forma cuidada a cresce-

rem na fé em Jesus Cristo.

Este povo, simples e alegre

está muito agradecido pelo tra-

balho já realizado, mas deseja

que ele possa continuar até que

eles próprios tenham mais ca-

pacidade e autonomia para po-

derem assumir as suas próprias

responsabilidades na constitui-

ção da comunidade.

O apoio que a equipa mis-

sionária tem tido, tem sido mui-

to grande ao longo dos anos.

Este apoio é que tem dado as

possibilidades da realização dos

trabalhos, sobretudo os de cons-

trução e dos meios para o desen-

volvimento dos mesmos. Este

apoio deve continuar. Aquilo

que mais me ficou desta visita

é que também eu tenho de ser

missionário. Também eu tenho

de ajudar este projecto. Por isso

vou estar mais atento às notí-

cias que a equipa vai dando nos

seus meios de divulgação e vou

fazer aquilo que está ao meu al-

cance para ajudar este projecto,

mesmo economicamente.

É um trabalho muito vá-

lido… é uma missão para todos

nós.

José Alves

Padre diocesano

D. António Marto preside à celebração

Senhor dos Milagres espera mais uma grandiosa peregrinação

Pela primeira vez na sua his-

tória, o Santuário do Senhor Je-

sus dos Milagres vai contar com

um Bispo a presidir à Eucaristia da

sua peregrinação anual, “um mo-

mento muito alto para a sua histó-

ria”. Quem o afirma é o padre Jacin-

to Gonçalves, pároco e reitor deste

santuário, adiantando que esta é

“uma grande bênção no Ano da Fé”

e que “os paroquianos estão ansio-

sos para que chegue o grande dia do

Senhor Jesus”.

E o dia será a 16 de setembro,

segunda-feira, em que milhares de

peregrinos rumam ao Senhor Je-

sus dos Milagres, “o maior aconte-

cimento que se realiza anualmente

na paróquia”. A “missa do peregri-

no” será às 10h00, presidida pelo

pároco, e às 14h30 será a solene Eu-

caristia da peregrinação, presidida

por D. António Marto, Bispo de Lei-

ria-Fátima. Segue-se “a tradicional e

muito conhecida procissão, primei-

ro com os típicos andores e ofertas

ao Senhor dos Milagres, depois com

o Santíssimo Sacramento”.

A festa engloba, no entanto,

todo o fim de semana, começan-

do na sexta-feira à noite, com um

arraial popular onde não faltam a

música, o convívio e a gastronomia

regional. Em todos os dias será ce-

lebrada a Eucaristia, havendo mo-

mentos de adoração ao Santíssimo

Sacramento e também disponibi-

lidade de sacerdotes para o atendi-

mento no sacramento da Reconci-

liação. | LMF

DR

12 de setembro de 20136 •

Page 7: 4146 P16 2013-09-10

DESTAQUE: Caxarias e Olival

Grupo catequético de Caxarias e OlivalMais de centena e meia no caminho da evangelização

A catequese faz parte da mis-

são evangelizadora da Igreja, ela é

a ação educativa da Fé, dirigida às

crianças, jovens e adultos. É o ensi-

no da Mensagem revelada, ou seja,

da Palavra de Deus. Este é o princi-

pal fio condutor que tem movido e

dinamizado os 20 catequistas vo-

luntários que asseguram o ano ca-

tequético nas paróquias de Caxa-

rias e Olival.

“Na nossa catequese colabo-

ramos com os pais e educadores na

missão de ajudar as crianças e ado-

lescentes a crescer na fé. Queremos

mostrar qual o caminho a seguir,

esse caminho é sem dúvida seguir

o exemplo de Cristo, sendo homens

e mulheres firmes na fé e no amor

ao próximo”, assegura Ana Ma-

ria Simões, uma das responsáveis.

“Quanto à catequese de adultos ain-

da estamos a dar os primeiros pas-

sos”, afiança.

Mais de 90 crianças frequen-

taram o ano catequético transacto,

do 1º ao 6º ano (infância), enquan-

to 70 adolescentes participaram do

7º ao 10º ano. “E temos o 11º onde os

nossos jovens se preparam para re-

ceber o Crisma. No passado mês de

julho receberam o Sacramento do

Crisma 52 jovens e alguns adultos

das paróquias de Caxarias e Olival”,

quantifica Ana Maria Simões.

Todo este trabalho evange-

lizador é assegurado por voluntá-

rios, que foram “chamados a ser tes-

temunhas, discípulos de Cristo na

nossa comunidade. Graças a Deus

que alguns, mesmo com muitas di-

ficuldades, ainda vão responden-

do”, reforça aquela responsável.

Continuar a apostar na for-

mação dos catequistas, para fazer

mais e melhor pelas crianças e jo-

vens que frequentam a nossa cate-

quese é o principal projeto do grupo

catequético das paróquias de Caxa-

rias e Olival, que visa ainda dar tes-

temunho e viver segundo o Evan-

gelho.

CAXARIAS

Igreja ParoquialPadroeira: Nossa Senhora de Fátima. Missas: Sábado às 20h30 (de junho a setembro) e às 17h45 (no tempo de cate-quese). Domingo: 11h00Festa anual: 3.º fim-de-sema-na de agostoSanto António de CaxariasPadroeira: Santo António e Nossa Senhora da SaúdeFesta anual: Último fim-de-se-mana de abrilBarreiraPadroeiro: Santa Marta e San-tíssimo SalvadorFesta anual: Meados de Se-tembroMissas: Todos os sábados, às 20h30, alternadamente

OLIVALIgreja Paroquial:Padroeira: Nossa Senhora da PurificaçãoMissas: Domingo às 9h30; Sex-ta-feira às 19h00Festas anuais: (em honra da padroeira) 1 e 2 de Feverei-ro (também conhecida como a Feira do Adro); (em honra do Sagrado Coração de Jesus e Imaculado Coração de Ma-ria) 1.º fim-de-semana de se-tembroConceiçãoPadroeira: Nossa Senhora da Conceição. Festa anual: 1.º fim-de-semana de maio. Mis-sa: Sábado às 19h00Aldeia NovaPadroeiro: S. DomingosFesta anual: 1.º fim-de-sema-na de agostoBarrocariaPadroeiro: S. José OperárioFesta anual: 4.º fim-de-sema-na de maioÓbidosPadroeira: Nossa Senhora do Rosário. Festa anual: 1.º fim-de-semana de outubroTomaréisPadroeiro: S. PedroFesta anual: Último fim-de-se-mana de junho ou 1.º de julhoSoutariaPadroeiro: Santo AntónioFesta anual: 2.º fim-de-sema-na de junhoMissas: Todas as terças-fei-ras, às 19h00, alternadamen-te, pela seguinte ordem: Aldeia Nova, Óbidos, Soutaria, Toma-réis e Barrocaria

Agrupamento de Escuteiros 1142Mais de 60 elementos envolvidos no Olival

No ano 1994, o chefe Fernan-

do Veira, por acreditar muito no

movimento do Escutismo Católico

Português e querer fazê-lo chegar

aos jovens da paróquia do Olival,

abordou o padre Elias no sentido

de se fundar um Agrupamento no

Olival. O pároco aceitou o desafio.

Desde então, Fernando Vieira tra-

tou dos procedimentos necessários,

constituiu uma pequena equipa de

trabalho e “puseram mãos à obra”,

como recorda Nuno Venâncio, ini-

ciando apenas com duas secções

(Lobitos e Exploradores). Começou

por ser um Agrupamento em for-

mação e só em 1998, depois de ter

as quatro secções abertas e em ple-

no funcionamento, foi oficializado

com o número 1142.

Ao longo de cerca de 20 anos,

o Agrupamento 1142 não parou de

crescer. Atualmente, o Agrupa-

mento de Escuteiros do Olival con-

ta com um efetivo de 63 elemen-

tos (oito Lobitos, 22 Exploradores,

11 Pioneiros, 11 Caminheiros, três

candidatos a Dirigentes, sete Diri-

gentes e o padre Bertolino Vieira

como assistente).

Todos os elementos do agru-

pamento são voluntários, tendo

como apoios financeiros as várias

angariações que são feitas duran-

te o ano escutista, em parceria com

atividades que decorrem na paró-

quia, como por exemplo a feira do

Adro e as festas da associação lo-

cal. “As angariações servem para

suportar as despesas de funciona-

mento do Agrupamento, bem como

financiar as grandes atividades em

que os escuteiros participam, como

foi o ACARE e o ACANAC (ativida-

de para todos os escuteiros nacio-

nais)”, conclui o responsável pelo

Agrupamento.

DR

DR

Igreja paroquial do Olival

Igreja paroquial de Caxarias Retrato das paróquias de Olival e Caxarias

Diferenças não afetam dinâmicas

Armanda Balinha

Apesar das paróquias de Oli-

val e Caxarias serem assistidas pelo

mesmo padre, existem algumas di-

ferenças entre ambas. Por exemplo,

a falta de formação e de integração

de adultos afeta mais o Olival do

que Caxarias. Apesar de, na opinião

do padre Bertolino Vieira, este não

ser um problema fácil de contornar,

a dinâmica das duas paróquias não

se encontra afetada. Quer no Oli-

val, quer em Caxarias, os Conse-

lhos Económicos paroquiais fun-

cionam na perfeição e representam

um grande apoio para o pároco. No

Olival, destacam-se ainda a “folha

do Olival”, jornal paroquial, o grupo

coral, a Confraria do Espírito Santo

e a do Santíssimo Sacramento, as-

sim como o grupo litúrgico. Em Ca-

xarias, o Centro de Preparação para

o Matrimónio é tema de relevância,

tal como o boletim dominical “Con-

viver”, as equipas litúrgicas, o gru-

po coral, os Ministros Extraordi-

nários da Comunhão e o Conselho

Pastoral Paroquial. Em ambas as

paróquias os grupos de ação social

marcam pela positiva, assegurando

apoio na área da alimentação a vá-

rias famílias carenciadas.

12 de setembro de 2013 • 7

Page 8: 4146 P16 2013-09-10

EM DESTAQUE: Caxarias e Olival

Agrupamento de Escuteiros 1078Caxarias conta com mais de duas décadas de escutismo

O agrupamento de Escuteiros

1078 - Caxarias pertence ao Cor-

po Nacional de Escutas há mais de

20 anos. Desde a sua fundação em

1991 que este agrupamento tem

vindo a assegurar  ininterrupta-

mente o seu funcionamento, pro-

porcionando a centenas de jovens

vivências que ajudam a crescer en-

quanto seres humanos e cidadãos.

“O escutismo é uma escola de

vida que pretende o desenvolvi-

mento integral dos jovens com base

nos valores morais da Igreja Católi-

ca, na responsabilidade, na partilha

e na vivência em sociedade, pre-

parando-os para serem cidadãos

participativos,  responsáveis e res-

peitadores do  próximo”, assegura

Gonçalo Marques, chefe do agru-

pamento.

Toda a organização está pen-

sada nos jovens escuteiros, agru-

pados em quatro secções de acor-

do com a sua faixa etária e, que ao

longo do ano, vão realizando as

mais variadas atividades de prefe-

rência em contacto com a nature-

za.  No ano escutista 2012/2013 o

agrupamento de escuteiros contou

com 61 escuteiros divididos pela to-

talidade das secções (14 Lobitos, 16

Exploradores, 22 Pioneiros e nove

Caminheiros), orientados por 12 di-

rigentes em regime de voluntaria-

do. Contudo, em 2008, o agrupa-

mento contou o seu maior efetivo

(escuteiros e dirigentes) de sempre,

atingindo os 95 elementos. “Desde

então, temos vindo a registar uma

ligeira diminuição que entendemos

estar relacionada com o envelhe-

cimento da população, associada

também à crise que assola o nosso

País e que levou algumas famílias a

emigrar”, considera o responsável

pelo agrupamento 1078.

Com apoio da Junta de Fre-

guesia de Caxaria, que cedeu a sede

(uma antiga escola primária), e tem

suportado, desde há quatro anos,

os encargos com a energia e água, o

agrupamento de Caxarias não con-

ta com qualquer outro tipo de apoio

financeiro externo. “Sentimos as di-

ficuldades que o País e as famílias

atravessam, colocando um desafio

permanente à direção e às equipas

de animação, na busca de formas de

financiamento, para garantir não só

o funcionamento do agrupamen-

to, assim como o suporte financeiro

para as atividades que desenvolve-

mos”, avança Gonçalo Marques.

“O agrupamento de Caxarias

tem vindo a afirmar-se na região,

quer pelo escutismo que pratica,

quer pelas atividades e projetos que

tem vindo a concretizar ao longo

dos últimos anos”, afirma o chefe do

agrupamento, na opinião de quem

“a organização, empenho e dedica-

ção dos seus dirigentes tem permi-

tido a realização muitas atividades

não só em Portugal assim como no

estrangeiro”.

No passado Ano Escutista, o

agrupamento esteve fortemente

empenhado em que praticamen-

te todo o seu efetivo participasse

no ACAREG, tendo em conta que

“a realização de projetos mais am-

biciosos são uma importante fonte

de motivação, não só para os escu-

teiros, mas também para as equipas

de animação”.

Grupo de Jovens de CaxariasA alegria de partilhar a Fé

A paróquia de Caxarias en-

cerra várias histórias de sucesso

e de dinâmica. Uma dessas histó-

rias foi-nos transmitida por Célia

Manalvo Silva, animadora do Gru-

po de Jovens de Caxarias. “No ano

pastoral 2007-2008, não havia um

grupo formado, apenas um projeto

pensado para se iniciar daí a algum

tempo. Alguns jovens que já cola-

boravam na paróquia, participa-

vam nas atividades propostas pela

equipa vicarial da Pastoral Juvenil”,

recorda.

“Quando, no início da qua-

resma, o senhor Bispo D. António

Marto propôs a realização do pri-

meiro retiro popular, surgiu a ideia

de organizar um grupo dos mais jo-

vens para o mesmo”, explica Cé-

lia Silva. Na sequência dessa ideia,

foi feita a proposta a alguns jovens

e um pequeno grupo encontrou-se

pela primeira vez no dia 11 de feve-

reiro de 2008. Após o primeiro en-

contro os jovens trouxeram consigo

outros jovens e, terminado o retiro

popular, propuseram a continua-

ção dos encontros, surgindo assim o

Grupo de Jovens de Caxarias.

Atualmente, o Grupo de Jo-

vens de Caxarias integra 15 jovens

de idades compreendidas entre os

17 e os 23 anos (também de outras

paróquias da vigararia) e duas ani-

madoras. Os encontros são quinze-

nais, realizando-se ao sábado à noi-

te. O grupo anima a Eucaristia uma

vez por mês, em geral coincide com

a Eucaristia onde participa mais

ativamente o grupo que se prepara

para o sacramento da confirmação,

e algumas Eucaristias da cateque-

se. Fica ainda assegurada a partici-

pação nas atividades propostas pela

equipa vicarial da Pastoral Juvenil

(encontros de formação, Eucaris-

tia e oração Shemá), sendo que to-

dos os anos recebem, na paróquia,

os jovens da vigaria numa das ora-

ções Shemá orientadas pela equipa

vicarial, nas atividades do SDPJ (pe-

regrinação diocesana, entre outras

atividades propostas) e em algumas

atividades propostas a nível nacio-

nal, como sendo o Fátima Jovem.

Além disso, os jovens do grupo cola-

boram ativamente em diversos ser-

viços na paróquia, nomeadamen-

te serviço de Acólitos, catequese e

equipas de Liturgia.

“No nosso percurso destaco

como momentos que marcaram o

grupo, a participação na peregrina-

ção diocesana e nas Jornadas Mu-

niais da Juventude (JMJ) de Madrid,

sendo que, nos meses que antecede-

ram as jornadas, refletimos e deba-

temos os temas propostos que nos

prepararam espiritualmente para

este grande acontecimento de fé”,

recorda a responsável pelo Gru-

po de Jovens, garantindo que todo

o grupo participou quer na prepa-

ração, quer em algumas atividades

para angariação de fundos, apesar

de apenas seis elementos terem ido

a Madrid. “A participação nas JMJ

é uma experiência que marca cada

jovem que participa e que nos dei-

xa uma enorme vontade de voltar a

viver esta experiência, dando o tes-

temunho de uma fé firme apesar

das dificuldades e dúvidas que nos

vão surgindo, na nossa busca contí-

nua com Cristo do caminho que nos

leva à verdadeira felicidade”, expli-

ca Célia Silva.

Neste ano pastoral, a oração

Shemá realizada na paróquia foi

antecedida do encontro Ruah, di-

namizado pelo SDPJ, tendo o Gru-

po de Jovens de Caxarias recebido

posteriormente a visita de alguns

membros do SDPJ. O grupo tem

também uma página na rede social

Facebook, “onde partilhamos tam-

bém online a alegria da Fé que nos

move”.

Os projetos futuros do grupo

poderão passar pela participação

na peregrinação a Taizé e nas pró-

ximas JMJ 2016, a realizar na Po-

lónia.

Vida cristãde 2012 em números

OlivalPopulação (censo 2011): 1965Católicos: 1955Adeptos de religiões ou cul-tos não-cristãos: cerca de 10Número de igrejas (edifícios de culto abertos ao público): 7Catequistas: 16Batismos: Até 1 ano: 10De 1 a 7 anos: 7Mais de 7 anos: 0Primeiras-comunhões: 16Confirmações: 28Matrimónios: 4Funerais religiosos: 49

CaxariasPopulação (censo 2011): 2092Católicos: 2070Adeptos de religiões ou cul-tos não-cristãos: cerca de 22Número de igrejas (edifícios de culto abertos ao público): 3Catequistas 25Batismos:Até 1 ano: 14De 1 a 7 anos: 10Mais de 7 anos: 1Primeiras Comunhões: 20Confirmações: 0Matrimónios: 8Funerais religiosos: 26

DR

DR

12 de setembro de 20138 •

Page 9: 4146 P16 2013-09-10

EM DESTAQUE: Caxarias e Olival

Pároco Bertolino Vieira em entrevista

Terras de gente respeitadora e generosaHá cerca de quatro anos à frente das paróquias

do Olival e de Caxarias, o padre Bertolino Vieira mostra-se muito agradecido pela forma como foi acolhido e espera contribuir para a promoção de

um maior sentido de comunidade paroquial

Sandrina Faustino

Depois da Vieira, como foi abra-çar comunidades do interior da Diocese?

A minha integração foi mui-

to facilitada pelo acolhimento que

recebi. As pessoas são muito aco-

lhedoras e respeitadoras da minha

missão.

Caxarias e Olival são das comuni-dades da diocese mais marcadas pelo fluxo de emigração. Esta rea-lidade é ainda notória na vida da paróquia?

É uma realidade que se nota

especialmente no verão, com a

vinda dos emigrantes. São muito

participativos tanto nas festivida-

des, como nas suas vivências. Al-

guns ainda aqui celebram alguns

sacramentos, casamentos e bati-

zados.

Sente-se um novo surto de emi-gração?

Sim, em ambas as paróquias

as pessoas estão a ser forçadas a

emigrar de novo e, recentemente,

temos tido várias famílias a emi-

grar.

Estes períodos mais complicados têm afetado a vida familiar dos seus paroquianos?

Nalgumas comunidades com

mais intensidade que noutras. No-

ta-se sobretudo na procura de aju-

da. O serviço de ação social paro-

quial já está a funcionar nas duas

paróquias. Em Caxarias temos um

serviço com distribuição de roupas,

alimentação e de apoio à compra de

medicamentos, pagamento de ren-

das ou outros, quando é caso disso.

Somos procurados por muitas pes-

soas de paróquias vizinhas.

Nota-se uma procura crescente?Em Caxarias, sim. No Olival,

a comunidade é mais rural e as fa-

mílias socorrem-se dos quintais e

dos frutos da terra. As pessoas con-

seguem manter uma interajuda fa-

miliar. Ainda assim, os nossos ser-

viços notam que as necessidades

vão crescendo.

Sente que nesta área de interven-ção social as pessoas são volunta-riosas?

Os meus paroquianos são sen-

síveis e, na sua generalidade, muito

generosos. Aliás, os nossos serviços

nascem desta consciencialização.

Em Caxarias, o serviço existe há

3 anos, fruto do desafio à caridade

lançado pelo bispo aquando do an-

terior projeto pastoral. Hoje, o ser-

viço do Olival está em renovação,

as pessoas já lá trabalham há mui-

tos anos.

Estamos a falar de duas paró-quias vizinhas mas bastante dife-rentes entre si…

A população de Caxarias é

mais urbanizada. É uma paróquia

mais concentrada, semiurbana. No

Olival a população é mais disper-

sa. As aldeias estão mais afastadas

e existem vários centros de culto

muito próximos dos habitantes. No

Olival, as pessoas tinham tradicio-

nalmente uma vida muito focada

nas suas localidades e igrejas locais.

Hoje, ainda se nota essa ligação for-

te, o que por vezes dificulta a o for-

talecimento do sentimento de co-

munidade paroquial.

As vivências paroquiais são dife-rentes?

Hoje, as vivências das pessoas

são bastante semelhantes em todo

o lado. Em ambas as comunidades

verifica-se uma maior participação

das famílias, pais e filhos, no tempo

da catequese. Também é nesse pe-

ríodo que há mais vida paroquial.

A verdade é que não é diferente nos

outros lados. A participação domi-

nical, por exemplo, tem diminuído

consideravelmente. No verão a au-

sência dos pais e das famílias mais

jovens é evidente.

Muitos templos, muitos locais de culto… como faz a gestão dos es-paços?

Não é nada fácil e por vezes

até bastante complicado. São mui-

tas comissões com quem traba-

lhar e a substituir quando chegam

ao fim do mandato. Algumas de-

las vão-se arrastando precisamen-

te porque é difícil encontrar outras

pessoas disponíveis para represen-

tarem a sua comunidade. Por um

lado, porque a população está bas-

tante envelhecida e, por outro, por-

que os mais jovens vão-se afastan-

do e perdendo sentido da vida em

comunidade e da Igreja.

Como pode o vosso plano pasto-ral ajudar a manter as pessoas li-gadas à vida paroquial?

Procuramos que haja nas co-

munidades locais mais afastadas

pessoas que façam a ligação com o

pároco. Temos os ministros da co-

munhão, pessoas ligadas à cate-

quese e serviços da liturgia que

desempenham um papel im-

portante nesta área. Nalgu-

mas comunidades temos

ainda grupos de pessoas,

normalmente de mais

idade, que procuram ter

o seu próprio momento

semanal de oração em

grupo. A nível de pasto-

ral da infância e da ju-

ventude temos essen-

cialmente a catequese

e os escuteiros. Em

Caxarias temos um

grupo de jovens que

tem tido boa receti-

vidade e grande di-

namismo na vida

da paróquia. Um

dos meios que te-

mos para comu-

nicar com os

paroquianos

do Olival, no-

meadamen-

te os que

residem

fora do

país, é a

“ F o l h a

do Oli-

val” que

vai saindo sempre que é pos-

sível, preferencialmente to-

dos os meses. É um meio pelo

qual os nossos emigrantes

têm muito apreço. Acabamos

de colocar online o site e face-

book da paróquia do Olival.

Um trabalho sobre o Olival

ficaria incompleto sem uma re-ferência ao seu património, no-meadamente à igreja velha…

A igreja do Olival vem do séc.

XIII. Antes de ser paróquia já havia

a influência dos monges de Cister

que chegaram aqui, passando por

Ourém. A vida desta comunidade

t e m

uma tradição religiosa muito mais

antiga. Neste momento a igreja está

em recuperação para culto e even-

tualmente para fins museológicos,

dado que o património que temos

é bastante interessante e significa-

tivo. A sua recuperação é lenta, es-

sencialmente por falta de meios. Já

existiu uma comissão para a anga-

riação de fundos. Neste momento, e

fruto dos tempos conturbados que

vivemos, não existe. O conselho

económico da paróquia também

está em fase de transição, vai ter de

ser renovado dado que as pessoas já

lá estão há muitos anos, e pode ser

que se retome mais algum folgo na

angariação de fundos. Neste mo-

mento o maior empenho da paró-

quia é o centro paroquial que está

em fase de conclusão e é onde se

realizam as atividades mais impor-

tantes da paróquia, formação, cate-

queses e atividades festivas. Serve

inclusive de apoio a outras ativida-

des ou eventos não paroquiais. Está

em funcionamento mas ainda em

fase de conclusão. Falta também

algum mobiliário adequado. A pa-

róquia fica assim com instalações

como nunca teve.

Será pois um elemento agrega-dor das localidades…

Precisamente. Este é o local

onde funcionam todas as ativida-

des da paróquia e está aberta a toda

a comunidade: escolas, associação

de pais, junta de freguesia, clubes…

Como caracterizaria os seus pa-roquianos?

Ambas as paróquias são aco-

lhedoras, com forte sentido reli-

gioso embora nem sempre tenham

um sentido de fé muito ativo.

Desde que passou a existir um

único pároco, em 2005, as comuni-

dades tiveram de se adaptar. Nesse

aspeto tem sido muito interessante

a colaboração interparoquial, nal-

guns campos, por exemplo na pre-

paração da catequese, da liturgia e

preparação para o crisma.

12 de setembro de 2013 • 9

Page 10: 4146 P16 2013-09-10

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Souto da Carpalhosa e LeiriaTel: 244 613 114 • 244 881 524 • Tlm: 962 900 546 • 967 033 542

Horário da Missas DominicaisParóquia de Leiria

Sábados19h00 Sé19h30 Franciscanos

Domingos08h30 Espírito Santo09h00 Franciscanos09h45 Paulo VI10h00 S. Francisco

10h00 S. Romão10h30 Franciscanos11h00 Santo Agostinho11h30 Sé e Seminário18h30 Sé19h30 Franciscanos21h30 Nª Sr.ª Encarnação11h00 Hospital de Leiria

Paróquia da Cruz da AreiaDomingos

11h30 Igreja paroquialQuintas

21h00 Igreja paroquial

Cupão de assinaturaInstruções: Recortar e preencher o cupão com letra legível e dados correctos e completos. Enviar para: PRESENTE Leiria-Fátima, Seminário Diocesano de Leiria, 2414-011 LEIRIA

x Desejo ser assinante do jornal . Para o efeito envio os meus dados correctos e completos.Nome

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Morada (Rua, nº da porta, lugar)

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Contatos: 244 821 100 | [email protected]

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AGENDA

13sexta

Setembro Peregrinação Internacional Aniversária a Fátima

14sábado

Setembro Convívios Fraternos - Peregrinação Nacional (14 e 15 de setembro)

Pré Seminário - Reencontro de lançamento do ano para os Grupo S. Paulo (14 e 15 de setembro)

Encontro de Equipas e Departamentos Re-gionais de Leiria do Corpo Nacional de Escutas

Formação Responsáveis de Grupos de Acólitos (2.º encontro) - Serviço Diocesano de Pastoral Litúrgica e Música Sacra

15domingo

Setembro Conselho Consultivo da Região de Leiria do Corpo Nacional de Escutas

17terça

Setembro Serviço Diocesano de Catequese (SDC) - Reunião da equipa Movimento dos Cursilhos de Cristandade (MCC) – Abertura da Escola MCC

20sexta

Setembro Comunidade Cristo de Betânea – Seminários de Sentido da Vida e Cura Interior - 1.ª fase (20 a 22)

I Simpósio Ibérico de Pastoral Juvenil em Fátima (20-22)

Serviço Diocesano de Pastoral Juvenil - II Jornadas Nacionais de Pastoral Juvenil em Fátima (20-22)

Junta Regional de Leiria-Fátima do Corpo Nacional de Escutas – Encontro de Tutores de formandos (ErTutor)

Serviço de Animação Vocacional (SAV) – Reunião mensal da equipa17:00

Movimento dos Cursilhos de Cristandade (MCC) – Encontro Nacional para Sacerdotes

Comunidade Cristo de Betânea – Oração semanal de louvor, adoração e intercessão

21sábado

Setembro Encontro de relançamento da Juventude Ope-rária Católica (21-22)

Movimento dos Cursilhos de Cristandade (MCC) – Encontro Nacional de Reflexão p/ Diri-gentes, Reitores e Vice-Reitores (21 e 22)

Departamento de Pastoral Familiar - Conse-lho Diocesano da Família

Serviço de Pastoral Litúrgica e Música Sacra - Formação para responsáveis de grupos de acólitos (2.º encontro)

22domingo

Setembro Legião de Maria (LM) – Reunião da Cúria de Nossa Senhora Mãe da Igreja (Monte Redon-do)

LIVRO da semana

DiárioSebastião da Gama

editorial Presença

A 10 de Abril de 2014, faz 90 anos que nasceu o grande poeta Sebastião da Gama. Tem sido esquecido e quase posso afirmar que muito poucos sa-bem quem foi. Estou a pensar

que se em qualquer programa televisivo, à base de concursos com perguntas, o apresentador perguntasse quem era, devia haver quem respondesse que foi o «descobridor do caminho marítimo para a Índia», ou «o vocalista do mais famoso con-junto musical», etc.

Sebastião Artur Cardoso da Gama, nasceu em Vila No-gueira de Azeitão a 10 de Abril de 1924 e morreu a 7 de Feve-reiro de 1952, portanto celebramos, o 90º aniversário do seu nascimento.

Nasceu numa família humilde, mas que não descurou a sua educação o que veio a fazer dele um brilhante escritor.

Dentre a sua vasta obra literária quero destacar o Diário. No prefácio de Hernâni Cidade, podemos ler e perceber o al-cance deste livro: “Não o escreveu para exclusiva leitura pes-soal, (…) mas também não teve a intenção de lhe dar publici-dade, nem o propósito de o fechar a sete chaves”.

Alguém escreveu que “Deus não escolhe os capacitados, mas capacita os escolhidos”. Com Sebastião da Gama que já era um «capacitado», Deus ainda o capacitou.

Ficou para a História não por ser escritor, mas pela sua di-mensão humana, nomeadamente no trato com os seus alu-nos. Eu referi que o Diário foi apreciado pela minha geração de Professora. Não havia estagiário ou Professor que não co-nhecesse o livro – a sua leitura dava/dá mais aos docentes do que as resmas de papel que a burocracia de agora obriga a preencher, para as «estatísticas».

O Diário, foi reeditado há pouco pela Presença e dou um conselho a quem me ler: se quiserem dar uma prenda a um Professor/a dêem-lhe este best-seller.

Maria Fernanda Barroca

Município de Leiria e PSP assinaram protocolo esta semanaCentro histórico de Leiria vai ter 19 câmaras de videovigilância

A segurança de pessoas e bens vai ser reforçada no centro histórico de Leiria através da instalação de um sistema de vi-deovigilância, composto por 19 câmaras, destinado a prevenir condutas criminosas e desviantes. O protocolo de cooperação entre o Município de Leiria e a PSP foi assinado na terça-feira.

O sistema de videovigilância tem como objetivo a pre-venção e repressão da prática de ilícitos criminais e de outros fatores de risco e a identificação de pessoas para efeitos de apuramento de eventuais responsabilidades criminais.

Para possibilitar a concretização desta medida, o Muni-cípio de Leiria disponibilizou, esta semana, à PSP um estudo com as características técnicas dos equipamentos do sistema de videovigilância, sala de controlo e comunicações, que se-rão garantidas através de rede wireless. Compete agora à PSP formalizar a candidatura junto do Ministério da Administra-ção Interna. O sistema de videovigilância não visa substituir a componente humana da atividade policial, mas antes consti-tuir uma ferramenta complementar, preventiva e reativa, com comprovado efeito dissuasor da prática de determinados ilíci-tos criminais e condutas antissociais, identificação de suspeitos e consequente apuramento de responsabilidades criminais.

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12 de setembro de 201310 •

Page 11: 4146 P16 2013-09-10

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Jornadas Nacionais de Comunicação Social

“Ciberteologia” em debate

A Comissão Episcopal da Cultura, Bens

Culturais e Comunicações Sociais promo-

ve, através do Secretariado Nacional das Co-

municações Sociais, as Jornadas Nacionais

de Comunicação Social nos dias 3 e 4 de ou-

tubro. Estas são, anualmente, uma oportuni-

dade de encontro entre profissionais do setor

e responsáveis pela pastoral da comunicação

da Igreja Católica em Portugal. Na sequência

da mensagem para o Dia Mundial das Comu-

nicações Sociais deste ano, vai debater-se o

tema “Comunicar no ambiente digital”, ana-

lisando os desafios que este “ambiente” colo-

ca em dois contextos: o mediático e o pasto-

ral. De acordo com o programa, as Jornadas

vão oferecer no dia 3, quinta – feira, a opor-

tunidade de debate em torno de dois painéis.

A manhã do dia 4 de outubro será para ou-

vir e dialogar com o Padre Antonio Spada-

ro, diretor de La Civiltá Cattolica e Consultor

do Conselho Pontifício para as Comunicações

Sociais, sobre um tema que ele mesmo criou

e propõe para debate: “Ciberteologia: pen-

sar o cristianismo no tempo da rede”.Progra-

ma e inscrições em www.ecclesia.pt/jorna-

das2013

Dominicanos

Novo provincial aponta jovens como prioridade

O novo provincial dos Dominicanos,

eleito este mês para os próximos quatro anos,

quer criar “unidade” entre os membros e as

comunidades da Ordem dos Pregadores, tes-

temunhando por ações e não por palavras.

“As pessoas hoje acreditam mais naquilo

que vêm do que naquilo que ouvem e, parece-

me fundamental que haja nas comunidades e

na província, em geral, este espírito de unida-

de e comunhão fraterna”, afirmou o frei Pe-

dro da Cruz Fernandes

O novo provincial, eleito no Capítulo

que decorre desde o dia 2 de setembro, revela

que a Ordem dos Pregadores deseja investir

num trabalho junto da pastoral juvenil, em

concreto, nos meios universitários, e apos-

tando na “consciencialização e evangelização

nos dias de hoje”..

O novo provincial dá conta que a junção

das províncias portuguesa e espanhola não

vai acontecer, sendo possível um “noviciado

em conjunto, em Sevilha”.

Nos dias 11 e 12 os dominicanos da pro-

víncia portuguesa irão a Ávila para um en-

contro inter-definitório, com o objetivo de

“acordar diretrizes para os próximos anos”,

A Ordem dos Pregadores mantém três

comunidades, no Porto, em Lisboa e Fátima,

que, “sendo autónomas” exigem uma “coorde-

nação”.

Nossa Senhora da Penha, GuimarãesBênção papal e indulgência plenária

O Papa Francisco concedeu uma

bênção e indulgência plenária aos fiéis

que participaram na 120ª peregrinação

a Guimarães, que teve lugar no passado

domingo, dia 8 de setembro.

D. Manuel Monteiro de Castro, pe-

nitenciário-mor da Santa Sé, que presi-

diu à eucaristia campal no Santuário de

Nossa Senhora do Carmo da Penha, dis-

se que a bênção do Papa “é um marco his-

tórico e um marco de fé que perseguía-

mos há muitos anos.” A primeira grande

peregrinação aconteceu em 1894 e em

120 anos de história esta é a terceira bên-

ção papal à romaria da Nossa Senhora da

Penha, as duas anteriores foram dadas

por Pio IX e por Pio X. 

A indulgência é definida no Código

de Direito Canónico (cf. cân. 992) e no Ca-

tecismo da Igreja Católica (n. 1471) como

“a remissão, perante Deus, da pena tem-

poral devida aos pecados cuja culpa já foi

apagada; remissão que o fiel devidamen-

te disposto obtém em determinadas con-

dições pela ação da Igreja”. 

DR

12 de setembro de 2013 • 11

Page 12: 4146 P16 2013-09-10

MUNDO

Homenagem a Madre Teresa de Calcutá

ONU assinala primeiro Dia Mundial da CaridadeA Organização das Nações

Unidas (ONU) assinalou, a 5 de se-

tembro, o aniversário da morte da

Beata Madre Teresa de Calcutá

(1910-1997) instituindo o primeiro

Dia Mundial da Caridade.

“Reconhecendo o papel ca-

ritativo no alívio de crises huma-

nitárias e de sofrimento humano

entre as nações, assim como os es-

forços de organizações e indivíduos

na caridade, onde se inclui a Madre

Teresa, a Assembleia Geral das Na-

ções Unidas, na sua resolução A/

RES/67/105PDF, designa o dia 5 de

setembro”, aniversário da morte da

fundadora das Missionárias da Ca-

ridade, “o Dia Internacional da Ca-

ridade”.

Ao estabelecer este dia, a ONU

pede a todas as pessoas, “de todas as

idades”, que “ajam segundo um im-

pulso caritativo que reside em cada

ser humano” e a promoção da cari-

dade “através da educação e de ati-

vidades de consciencialização”.

Bucareste, Roménia

Vladimir Ghika beatificado pelo Papa FranciscoNo último dia de Agosto, Vla-

dimir Ghika foi beatificado em Bu-

careste, na Roménia. O Papa Fran-

cisco reconheceu o martírio deste

homem que nasceu príncipe, tor-

nou-se sacerdote e morreu ofere-

cendo-nos o seu exemplo de fideli-

dade a Deus.

Ghika, nasceu no dia de Natal

de 1873, em Constantinopla, hoje Is-

tambul, neto do último governador

da Moldávia e descendente do rei

de França, numa família ortodoxa,

profundamente crente. Formou-se

em direito e, mais tarde, resolve es-

tudar filosofia e teologia, em Roma,

convertendo-se, então, à fé católi-

ca. Nessa altura, tinha 32 anos, de-

cide tornar-se sacerdote ou monge,

mas o Papa de então, Pio X, conhe-

cendo as suas qualidades, incenti-

va-o a dedicar-se antes ao apostola-

do secular.

Regressado à Roménia, dedi-

ca-se de corpo e alma às obras de

caridade. Funda clínicas para os

pobres, hospitais, serviços de saú-

de. Ele próprio dá o exemplo e trata

os doentes de cólera, sem receio de

ser contagiado. Na I Guerra Mun-

dial, auxilia vítimas de um terra-

moto em Avezzano, Itália, cuida de

doentes de tuberculose em Roma e

ajuda os feridos de guerra. Em Ou-

tubro de 1923, decide que é chega-

do o tempo de abraçar o sacerdó-

cio, sendo ordenado pelo Cardeal

Dubois, Arcebispo de Paris, e rece-

bendo o raro privilégio de poder ce-

lebrar tanto no rito latino como no

bizantino. Oito anos mais tarde, o

Papa nomeia-o Protonotário Apos-

tólico. Então, Monsenhor Ghika

viaja pelo mundo inteiro, ganhan-

do do Papa Pio XI a alcunha de “va-

gabundo apostólico”.

A II Guerra Mundial vai en-

contrá-lo novamente na Roménia

onde se manteve fiel a Roma e ao

Papa, e foi preso a 18 de Novembro

de 1952, sob a acusação de “alta trai-

ção”. Condenado a 3 anos de prisão,

só resistiu dois. Ameaçado, espan-

cado e torturado, apesar da idade,

morreu a 16 de Maio de 1954. Tinha

80 anos. O Papa Francisco reconhe-

ceu agora o martírio de Vladimir

Ghika, beatificando-o. Fica o exem-

plo da sua vida.

São Paulo, BrasilFaleceu bispo natural da Diocese de Leiria- Fátima

Morreu aos 63 anos, o bispo

de Guarulhos (São Paulo, Brasil), D.

Joaquim Justino Carreira

Faleceu às 23h45 do domingo,

1º de setembro, o bispo da diocese

de Guarulhos (SP), D. Joaquim Jus-

tino Carreira.

Natural de Santa Catarina

da Serra, Leiria (Portugal), ingres-

sou jovem para o seminário, cur-

sando Filosofia na Faculdade An-

chieta (SP). Em Roma, prosseguiu

os estudos de Teologia na Pontifí-

cia Universidade Gregoriana. Foi

ordenado presbítero em 19 de mar-

ço de 1977, em Jundiaí (SP) e nomea-

do bispo em 21 de maio de 2005, es-

colhendo como lema “Pax Vobis” A

Paz esteja convosco (Jo. 20,21). Du-

rante sua trajetória episcopal, D.

Joaquim teve uma efetiva atuação

como diretor espiritual da Pastoral

da Mulher Marginalizada e de Mo-

radores de Rua e SOS. Foi vigário

das regiões pastorais VI, VII e VIII e

vigário geral da diocese de Jundiaí.

Também prestou uma importante

assessoria espiritual à Pastoral Fa-

miliar diocesana.

Considerada uma das mulheres mais influentes do século XX, Agnes Gonxha Bojaxhiu nasceu na actual Skopje, capital da Macedónia (à época Üsküb, integra-da no império Otomano), a 26 de Agosto de 1910. Che-gou a Calcutá no dia 6 de Janeiro de 1929, com 19 anos, assumiu o nome religioso de Teresa e em 1946, decidiu fundar a família dos Missionários da Caridade. Em 1979, Madre Teresa recebeu o Prémio Nobel da Paz, como re-conhecimento pelo seu trabalho. A 5 de Setembro de 1997, morreu na casa geral da congregação que fundou, em Calcutá, aos 87 anos de idade.

DR

Dia Mundial da AlfabetizaçãoUNICEF lança campanha na Somália

Entre os sinais de compromis-

so da comunidade internacional

para a reconstrução da devastada

Somália foi lançada uma campa-

nha pela Unicef para dar o acesso à

educação a um milhão de crianças.

O lançamento da campanha, pro-

clamada pela ONU, foi realizado

por ocasião do Dia mundial da Al-

fabetização, 8 de Setembro, simul-

taneamente na capital Mogadíscio

e nas capitais das duas principais

regiões da Somália.

O número das inscrições esco-

lares na Somália é um dos mais bai-

xos do mundo: de dez crianças só

quatro frequentam a escola básica.

Muitas começam tarde em compa-

ração com a idade escolar regular

prevista para a entrada na escola e

muitas outras abandonam os estu-

dos precocemente. As inscrições na

escola secundária são ainda menos.

Mas a situação das jovens é ainda

pior: só um terço das que vivem na

Somália central e meridional se ins-

crevem na escola e muitas abando-

nam antes de completar a sua edu-

cação básica.

A iniciativa prevê o ensino

básico para as crianças entre 6 e

13 anos, e também a formação al-

ternativa para as que estão fora do

circuito escolar normal, como por

exemplo os pastores, mas sobre-

tudo os deslocados internos, que

constituem ainda um terço da po-

pulação deste país. «A educação é

a chave para o futuro da Somália»,

afirmou Sikander Khan, represen-

tante da Unicef na Somália, ao lan-

çar a campanha.

12 de setembro de 201312 •

Page 13: 4146 P16 2013-09-10

A catequese

Olho para trás, para a minha vida, e vou-me dando conta de que aquilo que aprendi na catequese, em casa ou nos colégios cató-licos por onde andei, tinha muito mais a ver com o conhecimento das verdades da Fé e da Doutrina, do que com a vivência interior, intima, da fé que Deus me tinha concedido.

Certo que via nos meus pais uma pro-funda prática cristã, não só na oração, mas também nos gestos e nas atitudes, mas Deus estava longe, inacessível, e muitas ve-zes “envolvido” num sem número de práti-cas e obrigações, que não sendo explicadas no seu conteúdo, não eram vividas, e não sendo vividas eram, como hoje em dia se diz, «uma seca».

Não é portanto de admirar que assim que pude decidir por mim mesmo, (ou assim julgava), me tenha afasta-do da prática religiosa e, por esse afastamento da Igreja, me tenha também afastado de Deus.

Isso leva-me a pen-sar nesta verdade de que sem Deus não há Igre-ja, mas que sem Igreja também o caminho para Deus se perde, mas isso seria uma muito longa re-flexão.

Passados mais de 20 anos de afastamento, ( já por volta dos 44 anos), pela graça de Deus, sem dúvida, comecei a procu-rar novamente esse Deus que me tinha sido ensinado e do qual me ti-nha afastado.

E encontrei-O, ou melhor, deixei que Ele me encontrasse, mas agora, mercê de quem então me ajudou e sobretudo de uma pro-cura interior e íntima, encontrei-O próximo, tão próximo, que O sentia e sinto no dia-a-dia da minha vida.

De tal modo que o meu desejo e vonta-de não é que Ele faça parte da minha vida, mas que a minha vida seja Ele, no sentido de fazer sempre a sua vontade.

E esta vivência diária da Fé, fez-me en-contrar a comunhão da/na Igreja, a beleza dos Sacramentos, a força da oração, a paz da confiança, a serenidade da esperança.

E assim, a prática religiosa, deixou de ser “prática”, porque passou a ser vida, o que era “obrigatório”, passou a ser intimamente de-sejado, o que era impaciente e “aborrecido” passou a ser paz e alegria vivida em comu-nhão de irmãos com Deus.

E nos momentos menos bons, aconte-

ce sempre a certeza de que Ele está ali, ao meu lado, ou melhor, está em mim, e “le-va-me ao colo” para passar os “vales tene-brosos”.

Obviamente esta reflexão leva-me a pensar na catequese de hoje em dia, (sou catequista do 10º ano), e o modo como a mesma é dada e vivida.

Não tenho pretensões a dar soluções, mas apenas ajudar a reflectir no que será preciso fazer para que a maioria dos jovens não se afastem de Deus e da Igreja, a seguir ao Sacramento da Confirmação.

Parece não restar grandes dúvidas de que o modo como hoje em dia se conti-nua a dar catequese, leva uma grande parte dos jovens a entende-la como uma obriga-ção, (como ter que andar na escola), e que

tem um fim almejado, o Crisma, que é para eles, não um Sacramento de inicio de uma nova vida cristã, mas o fim de uma “aprendizagem” de uns “longos” dez anos, da qual ficam libertos para sempre.

E como catequese se relaciona com a Igre-ja e com Deus, a “liberta-ção” não acontece ape-nas com a catequese mas também com tudo o que lhe está associado, ou seja, Deus e a Igreja.

Sem vivência interior da fé, o “apenas” conhe-

cimento não se torna vida e se não se torna vida, é facilmente “descartável”.

Sem o encontro pessoal com Jesus Cris-to, o conhecimento é “apenas” saber, não se torna em ser e em viver.

O cristão é político

1.Todo o cidadão é político. Porque ser político decorre da própria cidadania. Ao vo-tar, ao candidatar-se, ao apoiar candidatu-ras, ao intervir em processos eleitorais. Mas também ao envolver-ser em procedimen-tos referendários. Ou ao aderir, militar ou ser elemento activo em associações políticas, sociais, económicas, sindicais, patronais, cul-turais, estudantis, recrea-tivas, desportivas.

Ou ao estar ligado ao Poder Local, a movi-mentos cívicos, a orga-nizações não governa-mentais. Ou ao servir em misericórdias, instituições particulares de solidarie-dade social, promover ou integrar estruturas de voluntariado.

Fazer política é contribuir para a reali-zação dos fins comunitários de segurança interna e externa, individual e colectiva, de justiça comutativa e redistributiva, de bem--estar económico, social e cultural. Fins que se entrelaçam na noção global de bem co-mum.

Esses objectivos estão presentes em toda a actividade de cada membro da co-munidade, nas vertentes de democracia re-presentativa, de democracia referendária, de democracia participativa, de cidadania so-cial, económica e cultural. Tal como perpas-sam toda a vivência de sociedades não de-mocráticas, injustas ou opressoras, e a luta quotidiana para mudar, pela reforma ou pela ruptura, essas sociedades.

Ser político é, pois, consabidamente, muito mais do que desempenhar cargos dos poderes clássicos ou assumir responsa-bilidades partidárias. E abarca todas as co-munidades em que se vive - da familiar à profissional ou escolar, da local à regional, à nacional, à continental, à universal.

2.O cristão é político, por maioria de ra-zão. Porque a sua Fé tem duas dimensões inseparáveis - a vertical e a horizontal. A que o relaciona com Deus e a que o aproxima dos seus irmãos, leia-se concidadãos nas mesmas comunidades que integram. Que chegam à comunidade universal. E esta pe-regrinação terrena para a vida eterna deve obedecer ao desígnio de lutar pelas Bem-A-venturanças, esses verdadeiros imperativos de acção e não de mera omissão, resultan-tes de um respeito efectivo pela dignidade da pessoa humana. Noutros termos, o cris-tão só se salva, no sentido de alcançar a vida eterna, com os outros e pelos outros. Nunca só, na pura contemplação, meditação, ora-

ção, adoração relacionada com Deus. Até o monge cenobita vive a sua aparente solidão em comunhão com os seus irmãos, por mui-to distantes que eles se encontrem. Logo, ser cristão é ser político por maioria de ra-zão. Por se ser cidadão e por se viver uma Fé que determina o ser político. Que responsa-biliza mais do que outros cidadãos que não

tenham como alfa e óme-ga uma Fé ou um ideário - mesmo não religioso – que não abstraia de im-perativos de serviço dos outros.

E falar em servir os outros é pensar na digni-dade de pessoas concre-tas, de carne e osso, e não

apenas da pessoa em abstracto. E servir os outros é fazer política, começando a cons-truir eternidade nesta peregrinação terre-na, buscando as Bem-Aventuranças vinte e quatro horas por dia, sabendo que por cada passo dado em frente há dois ou três pas-sos atrás, acertando muito menos do que se falha.

A política, para o cristão, é um imperati-vo de Fé, a somar ao e a sublimar o impera-tivo cívico.

Com uma dificuldade enorme ademais: a sua Fé é radical, porque a mensagem de Cristo é radical. Prefere os mais pobres, so-fredores, injustiçados, oprimidos, excluídos. Supõe um destino dos bens que faz de cada qual gestor do que é seu, mas nunca pro-prietário absoluto. Implica rupturas pes-soais, sociais, culturais incómodas, sacrifícios e despojamentos inesperados, disponibili-dades constantes.

O cristão sabe que este caminho é es-pinhoso. Porque mais recebeu - a graça da Fé -, mais lhe é exigido. Mas não tem como iludir o caminho ou fazer de conta de que não existe.

Ao escolher aceitar a sua Fé -e ninguém é obrigado a aceitá-la -,aceita as regras do jogo. E elas dizem que não há cristãos não políticos. Cada um tem o seu percurso, di-ferente de todos os demais. No pluralismo de se ser cristão e de se ser cristão na políti-ca. Mas dele não pode fugir. Melhor é mes-mo que o encare com a esperança de quem sabe que Deus lhe dá sempre tudo o que precisa para poder cumprir, com a atenção aos sinais dos tempos para perceber onde e como deve intervir, procurando discernir os talentos que deve fazer frutificar, não esque-cendo que os primeiros são os últimos e os últimos são os primeiros. Na política, que o mesmo é dizer na vida.

Marcelo Rebelo de SousaProfessor na Faculdade de Direito na Universidade de Lisboa

Joaquim Mexia AlvesParóquia da Marinha Grande

OPINIÃO

Sem o encontro pessoal com

Jesus Cristo, o conhecimento é

“apenas” saber, não se torna em ser e em

viver

esta peregrinação terrena deve

obedecer ao desígnio de lutar pelas Bem-

Aventuranças

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Nídia

Nair

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Adivinhas 1 - Porque é que não se podem contar anedotas a um balão? Resposta: porque pode rebentar de riso.

2 - Na frase: O ladrão foi preso ontem, onde se encontra o sujeito?Resposta: na prisão

3 - Quais são as duas letras, que se apli-cam a todos os jogadores de boxe depois do combate?Resposta: O “O” e o “K”, porque no fim do combate um fica KO e o outro OK!.4 - Porque é que a centopeia é sempre a última a chegar?Resposta: Porque demora muito tempo a calçar os sapatos

5 - Porque é que a centopeia é sempre o último animal a chegar?Resposta: porque tem de limpar os pés antes de entrar.

Crianças vão desenhar família para o PapaIniciativa está inserida no programa da pe-regrinação internacional das famílias a Roma, entre 26 e 27 de outubroUm concurso lançado pelo Conselho Pontifício para a Família (CPF) vai possibilitar a crian-ças de todo o mundo que apresentem a sua família ao Papa.De acordo com a página daquele organismo na internet, os mais novos só têm de “de-senhar as suas famílias e depois enviar os trabalhos a Francisco”.A iniciativa, para crianças dos 3 aos 11 anos, está relacionada com a peregrinação das Famílias a Roma que o CPF vai promover entre 26 e 27 de outubro.

O envio dos desenhos, digitalizados em ta-manho A4 com indicação do nome, da idade e lugar de proveniência, deve ser feito até dia 30 de setembro para ocorreio electrónico [email protected].“Os desenhos vencedores serão apresentados ao Papa durante a peregrinação”, que deverá contar este ano com a participação de mais de 150 mil pessoas.O Conselho Pontifício para a Família adianta ainda que os “retratos de família” mais bem conseguidos “também serão publicados em jornais locais como Il Giornalino e G-Beby e projetados no decurso das atividades” da romaria internacional de outubro.

EXPRESSÕES CURIOSAS USADAS NA LÍNGUA PORTUGUESAONDE JUDAS PERDEU AS BOTAS:Existe uma história não comprovada, de que após trair Jesus, Judas enforcou-se numa árvore sem nada nos pés, já que havia posto o dinheiro que ganhou por entregar Jesus dentro de suas bo-tas. Quando os soldados viram que Judas estava sem as botas, saíram em busca delas e do dinheiro da traição. Nunca ninguém ficou sabendo se acharam as botas de Judas. A partir daí surgiu a expressão, usada para designar um lugar distante, desconhecido e inacessível.

GUARDAR A SETE CHAVES:No século XIII, os reis de Portugal adoptavam um sistema de arquiva-mento de jóias e documentos impor-tantes da corte através de um baú que possuía quatro fechaduras, sendo

que cada chave era distribuída a um alto funcionário do reino. Portanto eram

apenas quatro chaves. O número sete pas-sou a ser utilizado devido ao valor místico atribuído a ele, desde a época das religiões primitivas. A partir daí começou-se a utili-

zar o termo "guardar a sete chaves" para designar algo muito bem guardado...

DAR COM OS BURROS NA ÁGUA:A expressão surgiu no pe-ríodo do Brasil colonial, onde os tropeiros que es-coavam a produção de ouro, cacau e café, pre-

cisavam ir da região Sul à Sudeste sobre burros e mulas.

O facto era que muitas vezes esses burros, devido à falta de estra-

das adequadas, passavam por caminhos mui-to difíceis e regiões alagadas, onde os burros morriam afogados. Daí em diante o termo passou a ser usado para se referir a alguém que faz um grande es-forço para conseguir alguma coisa e não a consegue.

PENSANDO NA MORTE DA BEZERRA:A história mais aceitável para explicar a origem do termo é proveniente das tradições hebraicas, onde os be-zerros eram sacrificados para Deus

como forma de redenção de pecados. Um fi-lho do rei Absalão tinha grande apego a uma bezerra que foi sacrificada. Assim, após o animal morrer, ele ficou muito triste porque não parava de pensar na sua bezerrinha. Esta expressão é utilizada quando alguém está distraído

ANDAR À TOA:Toa é a corda com que uma embarcação reboca a outra. Um navio que está à toa é o que não tem leme nem rumo, indo para onde o navio que o reboca determinar. Diz-se quando uma pessoa não sabe o que anda a fazer. QUEM NÃO TEM CÃO, CAÇA COM GATO:

Na verdade, a expressão, com o passar dos anos, alterou-se.

Inicialmente dizia-se quem não tem cão caça como gato, ou seja, esgueirando-se, astutamente, traiçoei-ramente, como fazem os gatos. Hoje em dia significa

que quando não se tem al-guma coisa de que precisamos

podemos substitui-la por outra, mesmo que não seja a mais indicada.

12 de setembro de 201314 •

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LITURGIA: 15 de setembro

Comentário

Alcancei misericórdia!

Todo o ser humano leva em si o desejo da perfeição. Todos aspiramos ao sucesso, à realização daquilo a que nos propomos. Se-jam quais forem os ideais de vida, as metas ou objetivos, desejamos que se cumpram e que, assim alcancemos o ambicionado êxito e o sucesso, tanto nas coisas grandes e sig-nificativas da vida, como naquelas mais co-muns e quotidianas.

No entanto, nem sempre assim aconte-ce. Diariamente, experimentamos a nossa fra-gilidade, as nossas falhas e fracassos. Apesar de confessarmos a nossa fé em Jesus Cristo e de desejarmos viver de acordo com a sua Boa Nova, a verdade é que, muitas vezes, nos afastamos d’Ele e do Seu caminho. A infide-lidade a Deus e à Sua Palavra acaba por ser quase uma constante na nossa vida.

Por vezes, não estamos conscientes dis-so e achamos que está tudo em ordem; habi-

tuamo-nos ao nosso modo de vida, sem nos apercebermos que nos fomos afastando de Deus, da amizade com Ele e do caminho que nos propõe. Daqui, passamos rapidamente a uma atitude de superioridade diante dos ou-tros e das suas fraquezas. Tornamo-nos so-berbos e endurecemos o nosso coração, como vemos nos fariseus e escribas de que nos fala o Evangelho. É, de facto, o pior que pode acontecer a um cristão!

Mas também pode suceder o oposto: diante das nossas fraquezas e pecados, po-demos desanimar, perder a coragem e, final-mente, desistir de caminhar. É o caso típico de falsa humildade.

O exemplo de São Paulo lança uma luz nova sobre a experiência de pecado, de infi-delidade, de falha e fracasso. Aquele que se tornou no grande apóstolo da cristandade, o grande anunciador do Evangelho, tem uma consciência clara da sua indignidade, da sua condição de pecador.

Mas alcançou misericórdia! São Paulo ex-perimentou a força do perdão de Deus que limpa, renova, salva... É graças a essa miseri-córdia, a esse perdão experimentado, que ele pode realizar a sua missão evangelizadora. A sua força não reside nas suas capacidades, ta-lentos, formação, etc., mas sim no facto de se

saber amado pelo Deus que o perdoa.Em São Paulo, vemos assim um exem-

plo claro daquilo que Jesus conta nas pará-bolas desta página do Evangelho de São Lu-cas: Diante daqueles fariseus e escribas que se apoiavam nas suas próprias forças e sabe-doria e que desprezavam os outros, Jesus re-vela o coração misericordioso de Deus, que se alegra pela conversão de um só pecador que seja. O Deus que Jesus revela é o Deus que vai à procura da ovelha perdida, da dra-cma desaparecida, do filho que foge para se-guir os seus próprios caminhos que acabam por o destruir... É o Deus, diante de quem po-demos e devemos reconhecer a nossa fra-queza, o nosso pecado, diante de quem po-demos pedir um perdão que sabemos que não merecemos, e de quem podemos ouvir as palavras tão simples e fortes, como as que são pronunciadas no sacramento da reconci-liação: Eu absolvo-te dos teus pecados!

Como tem repetido constantemente o Papa Francisco: ‘Deus perdoa sempre!’ E eu, deixo-me perdoar?

Tal como aconteceu com São Paulo, tam-bém nós só alcançaremos a paz interior, só teremos força para a missão que Ele confia a cada um em particular, se pudermos dizer: “Alcancei misericórdia!”.

Ano C • Tempo Comum • Domingo XXIVLeitura I Salmo Leitura II Aleluia Evangelho

Leitura do Livro do Êxodo

Naqueles dias, o Senhor falou a Moisés, di-

zendo: «Desce depressa, porque o teu povo,

que tiraste da terra do Egipto, corrompeu-

se. Não tardaram em desviar-se do caminho

que lhes tracei. Fizeram um bezerro de me-

tal fundido, prostraram-se diante dele, ofere-

ceram-lhe sacrifícios e disseram: ‘Este é o teu

Deus, Israel, que te fez sair da terra do Egip-

to’». O Senhor disse ainda a Moisés: «Tenho

observado este povo: é um povo de dura cer-

viz. Agora deixa que a minha indignação se

inflame contra eles e os destrua. De ti farei

uma grande nação». Então Moisés procurou

aplacar o Senhor seu Deus, dizendo: «Por que

razão, Senhor, se há-de inflamar a vossa in-

dignação contra o vosso povo, que libertas-

tes da terra do Egipto com tão grande força e

mão tão poderosa? Lembrai-Vos dos vossos

servos Abraão, Isaac e Israel, a quem juras-

tes pelo vosso nome, dizendo: ‘Farei a vossa

descendência tão numerosa como as estrelas

do céu e dar-lhe-ei para sempre em heran-

ça toda a terra que vos prometi’». Então o Se-

nhor desistiu do mal com que tinha ameaça-

do o seu povo.

Palavra do Senhor.

Ex 32, 7-11.13-14

Vou partir e vou ter com meu pai.

Compadecei-Vos de mim, ó Deus,

pela vossa bondade,

pela vossa grande misericórdia,

apagai os meus pecados.

Lavai-me de toda a iniquidade

e purificai-me de todas as faltas.

Criai em mim, ó Deus, um coração puro

e fazei nascer dentro de mim um espírito firme.

Não queirais repelir-me da vossa presença

e não retireis de mim o vosso espírito de santidade.

Abri, Senhor, os meus lábios

e a minha boca anunciará o vosso louvor.

Sacrifício agradável a Deus

é um espírito arrependido:

não desprezeis, Senhor,

um espírito humilhado e contrito.

Salmo 50 (51), 3-4.12-13.17.19 (R. Lc 15, 18)

Leitura da Primeira Epístola do apóstolo

São Paulo a Timóteo

Caríssimo: Dou graças Àquele que me deu

força, Jesus Cristo, Nosso Senhor, que me jul-

gou digno de confiança e me chamou ao seu

serviço, a mim que tinha sido blasfemo, per-

seguidor e violento. Mas alcancei misericór-

dia, porque agi por ignorância, quando ain-

da era descrente. A graça de Nosso Senhor

superabundou em mim, com a fé e a carida-

de que temos em Cristo Jesus. É digna de fé

esta palavra e merecedora de toda a aceita-

ção: Cristo Jesus veio ao mundo para salvar

os pecadores e eu sou o primeiro deles. Mas

alcancei misericórdia, para que, em mim pri-

meiramente, Jesus Cristo manifestasse toda

a sua magnanimidade, como exemplo para

os que hão-de acreditar n’Ele, para a vida

eterna. Ao Rei dos séculos, Deus imortal, in-

visível e único, honra e glória pelos séculos

dos séculos. Amen.

Palavra do Senhor.

1 Tim 1, 12-17

Refrão: Aleluia. Repete-se

Em Cristo, Deus reconcilia o mundo consigo

e confiou-nos a palavra da reconciliação..

2 Cor 5, 19

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo se-

gundo São Lucas

Naquele tempo, os publicanos e os pecado-

res aproximavam-se todos de Jesus, para O

ouvirem. Mas os fariseus e os escribas mur-

muravam entre si, dizendo: «Este homem

acolhe os pecadores e come com eles». Jesus

disse-lhes então a seguinte parábola: «Quem

de vós, que possua cem ovelhas e tenha per-

dido uma delas, não deixa as outras noven-

ta e nove no deserto, para ir à procura da que

anda perdida, até a encontrar? Quando a en-

contra, põe-na alegremente aos ombros e, ao

chegar a casa, chama os amigos e vizinhos e

diz-lhes: ‘Alegrai-vos comigo, porque encon-

trei a minha ovelha perdida’. Eu vos digo: As-

sim haverá mais alegria no Céu por um só

pecador que se arrependa, do que por noven-

ta e nove justos, que não precisam de arre-

pendimento. Ou então, qual é a mulher que,

possuindo dez dracmas e tendo perdido uma,

não acende uma lâmpada, varre a casa e pro-

cura cuidadosamente a moeda até a encon-

trar? Quando a encontra, chama as amigas e

vizinhas e diz-lhes: ‘Alegrai-vos comigo, por-

que encontrei a dracma perdida’. Eu vos digo:

Assim haverá alegria entre os Anjos de Deus

por um só pecador que se arrependa».

Palavra da salvação.

(Forma breve) Lc 15, 1-10

22 de setembro | Domingo XXV

Entrada Pelos caminhos da esperança J. P. Martins, 654Somos um Povo que caminha E. Vicente, 799Salmo Louvai o Senhor que levanta os fracos M. Luís, 482Apresentação dos dons Senhor Vós sois o caminho C. Silva, 1089Subam até Vós M. Luís, 802Comunhão Este é o administrador C. Silva, 353Eu sou o bom pastor C. Silva, 370Pós-comunhão Dá-nos um coração A. Espinosa, 259Escuta Israel C. Silva, 342Final Cristo é caminho Desconhecido, 247Todo o que luta Espiritual negro, 815

Correções, sugestões e observações à lista devem ser enviadas para [email protected]

Os números a seguir ao autor do cântico remetem para a coletânea Laudate

sugestão de cânticos

notas

Como o jornal Presente sai à quinta-feira, as leituras referem-se ao domingo imediatamente a seguir, para oferecer aos leitores a possibilidade de refletirem e se prepararem para a celebração que se aproxima, na atualidade do tema litúrgico da semana que se seguirá.

nota

Gonçalo DinizPároco de Leiria

12 de setembro de 2013 • 15

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DR

Emigração e ImigraçãoO silêncio que antecede a despe-

dida, o modo leve como a fazemos, dizendo que voltamos, e a dor da se-paração, são maiores do que qual-quer palavra. Quem parte leva sempre uma parte. No entanto, as partidas e as chegadas fazem parte do ADN dos portugueses, como o fazem dos cristãos em geral. Emigrar e imigrar constitui uma espécie de fado, de fa-talidade que atravessa todos os tem-pos da nossa era e, também, do que nos precedeu como Povo de Deus. Os relatos do antigo testamento falam-nos de constantes mudanças. A des-locação das pessoas de um país para o outro, ou de uma região para ou-tra, do campo para a cidade e vice-versa - motivada pelas perseguições,

pela guerra, pela fome, pelas ideias, pela religião - é constante na histó-ria dos filhos de Deus. Não quer dizer que o movimento de pessoas seja ne-cessariamente mau, como por vezes ouvimos, ou como muitos nos que-rem fazer crer. O emigrante, como o imigrante, cumpre um desígnio, não se resigna, não fica passivo perante a adversidade ou a ameaça, reage, re-começa num outro lugar, que espera sempre melhor. Quem os acolhe deve saudar esta luta contra a resignação e a passividade. Deve aproveitar o que estas pessoas trazem de novo e aco-lhê-las como irmãos, que o são em Cristo. Não julgar, nem condenar nin-guém. Ajudá-las a sentirem que Deus também habita nelas.

Para que serve fa-zer guerras, tantas guerras, se não se é

capaz de fazer essa guerra profunda contra o mal? Não serve para nada. Não está bem.

Papa Francisco

Carlos Magalhães de [email protected]

editorial

12 de setembro de 2013

O emigrante, como o imigrante, cumpre um

desígnio, não se resigna, não fica passivo perante

a adversidade ou a ameaça, reage, recomeça

num outro lugar

Escola Diocesana Razões da Esperança

D. António Marto na abertura do anoLuís Miguel Ferraz

O Bispo diocesano, D. António Marto,

irá presidir à celebração eucarística que mar-

ca o início do ano letivo da Escola Diocesana

Razões da Esperança (EDRE), no próximo dia

24 de setembro, terça-feira, às 21h00, na igre-

ja do Seminário de Leiria. A ocasião será ain-

da assinalada pela entrega de diplomas aos

alunos finalistas do ano passado.

Recorde-se que esta escola, coordena-

da pelo Centro de Formação e Cultura (CFC)

da Diocese, surgiu após o Sínodo Diocesano,

como forma de juntar os esforços de vários

serviços e movimentos na sua oferta forma-

tiva. Pretende ajudar os fiéis interessados em

conhecer mais aprofundadamente a fé cristã

e “as razões da sua esperança”, através de uma

“formação integral, adequada e permanente,

que ilumine e estimule à ação”, como se lê no

sítio em linha do CFC, recentemente remode-

lado, em www.cfcleiria.pt.

Na convicção de que “o Evangelho é fon-

te de esperança e de renovação para a socie-

dade” e para combater “os ventos de desâni-

mo que semeiam cansaço nos corações e nas

mentes”, a EDRE é, simultaneamente, um con-

vite ao empenhamento dos cristãos na trans-

formação do mundo, “chamados a unir o seu

talento pessoal e as suas competências ao tes-

temunho claro da sua fé em Jesus Cristo”.

1.º Semestre 2013/2014Como é já habitual, as aulas decorrerão

no Seminário de Leiria, às terças-feiras, a um

ritmo quinzenal.

Numa primeira hora (21h00-21h50),

será ministrada a disciplina “Ler o Antigo

Testamento hoje”, pelo padre Gonçalo Diniz,

incluída no Curso Básico de Iniciação à Re-

flexão Teológica e Pastoral da EDRE, previs-

to para três anos, num total de seis disciplinas

com 8 horas cada.

Também neste período, como opção de

formação complementar a quem já

fez a referida disciplina, é ofe-

recido o tema “A família na

Igreja e na sociedade - de-

safios”, por Jorge Coto-

vio, enquadrado no bié-

nio sobre a família que

se inicia este ano na Dio-

cese.

Num segundo tem-

po (22h00-23h00), decorre a

formação específica dos vários

serviços e movimentos, para cate-

quistas, cursistas, coristas, leitores, grupos de

jovens, animadores vocacionais, etc. Desta-

ca-se, como novidade neste semestre, os gru-

pos “Catequese do 3.º ano” e “Catequese do 7.º

ano”, pensados para os respetivos catequistas.

DestinatáriosComo se percebe, podem inscrever-se

na EDRE todos os interessados em aumentar

o seu conhecimento teológico-pastoral, sejam

leigos, religiosos ou padres. Tendo como idade

mínima os 16 anos, os participantes que fre-

quentarem, pelo menos, 75% das aulas dadas

podem receber um certificado de frequência,

bem como um certificado de aprovação em

cada disciplina a que tenham aproveitamen-

to positivo. Quem completar com

aproveitamento as 6 discipli-

nas do curso terá direito ao

diploma final da Escola.

As inscrições po-

derão fazer-se no pró-

prio dia da abertura,

ou no início do semes-

tre, podendo ser consul-

tadas mais informações

no sítio do CFC, pelo email

razoesdaesperanca@gmail.

com, ou pelos telefones 244103816

e 918022575.

www.cfcleiria.pt (Leia este código com a aplicação do seu telem

óvel!

)

DR

12 de setembro de 201316 •