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ii
FACULDADE BOA VIAGEM
Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração – CPPA
Mestrado em Administração
Sistema de Análise para Gerenciamento do Ciclo Financeiro: o Caso de um Grupo de
Empresas Comerciais da Bovespa
Gilberto Imbrosio Oliveira
Recife
2007
iii
Gilberto Imbrosio Oliveira
Sistema de Análise para Gerenciamento do Ciclo Financeiro: o Caso de um Grupo de
Empresas Comerciais da Bovespa
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado
em Administração do Centro de Pesquisa e
Pós-Graduação em Administração da
Faculdade Boa Viagem, como requisito
complementar para a obtenção do grau de
Mestre em Administração.
Orientador: Prof. José Raimundo de Oliveira
Vergolino, Ph.D.
Recife
2007
iv
Ficha Catalográfica
Oliveira, Gilberto Imbrosio
Sistema de Análise para Gerenciamento do Ciclo Financeiro: O Caso de um Grupo de Empresas Comerciais da BOVESPA / GILBERTO IMBROSIO OLIVEIRA. – Recife: O Autor, 2007.
153 folhas: il., tab., graf.
Dissertação (mestrado) – Faculdade Boa Viagem. Adminstração, 2007.
Inclui bibliografia, apêndice e anexos
1. Medida Sinal Vital 2. Gestão de Estoques 3. Ciclo Operacional 4. Ciclo Financeiro 5. Capital de Giro I. Título
CDU: 336
O48s
v
Agradecimentos
À razão de minha vida, minha família, constituída por Nilma, minha esposa, Bruno e
Thiago, meus filhos. Vale destacar o apoio imprescindível de minha família, em especial de
Bruno, que, para atender minhas demandas, precisou alterar bastante sua rotina diária;
Aos meus pais Waldir e Valdina pelo carinho e amor dispensados em favor da criação
e formação educacional de todos nós, seus seis filhos, bem como ao meu sogro Omar, minha
avó Hilda e aos meus queridos irmãos e amigos Toni, Sabrina, Roberto, Helio e Adalberto;
À Faculdade Metropolitana da Grande Recife (FMGR) pela bolsa parcial a mim
concedida, sem a qual não poderia ter assumido o compromisso financeiro com este curso;
Ao orientador de meu trabalho, Prof. José Raimundo Oliveira Vergolino, ao Prof.
Augusto César Santos de Oliveira, pelas sugestões de melhoria na organização desta pesquisa,
e à Prof. Sonia Calado, pelo incentivo na etapa conclusiva de meu trabalho;
À minha querida amiga Cacilda, pessoa de extrema boa vontade e generosidade, que
por inúmeras vezes se pôs, incansavelmente, a meu lado, discutindo aspectos técnicos e
metodológicos de meu trabalho. Pessoa cuja experiência e sabedoria profissionais me
ajudaram a manter a serenidade de que muito necessitei nos momentos difíceis da etapa
conclusiva de minha dissertação;
Aos meus queridos amigos Luciano Barbosa, Dieliton, Valéria, Claudinho, André,
Ana Lúcia, Alberto Brandão, Paulo Cavalcanti, Almir Menelau, Joaquim Bezerra, Betânia e
Arnaldo, pelas discussões bastantes representativas para o desenvolvimento desta minha
pesquisa;
vi
Ao meu amigo Miranda, a quem devo bastante, não somente pela co-orientação na
consecução desta dissertação, mas pela concessão de uma bolsa de estudo no curso de Pós-
graduação em Controladoria Empresarial da UFPE em 2001, período em que esteve à frente
da Coordenação deste Curso, o que muito provavelmente tenha feito a diferença para que eu
pudesse galgar esse degrau profissional em benefício de minha carreira; e
À secretária do MPGE, e amiga, Albina (Bina), pela atenção e carinho com que
sempre tratou a todos nós, alunos do Programa.
vii
Resumo
A falta de capital de giro, principal razão da descontinuidade de muitas empresas,
segundo boletim "Fatores Condicionantes e Taxa de Mortalidade de Empresas no Brasil",
Sebrae 2004, guarda estreita relação com a administração inadequada dos estoques.
Determinar os níveis ideais para este ativo, ou seja, gerenciá-lo adequadamente é talvez a
mais complexa atividade para uma empresa comercial, tendo em vista o montante de recursos
de que se necessita para aplicar em variadas mercadorias e quantidades, característica da
natureza das empresas posicionadas neste setor de atividade. Este trabalho classifica o
dinamismo financeiro das empresas comerciais listadas na Bolsa de Valores de São Paulo, no
período entre 1999 e 2006, por meio da Medida Sinal Vital. Esta medida se deriva da relação
entre o giro das mercadorias estocadas e o giro dos seus respectivos pagamentos. O controle
do descasamento entre a venda e o pagamento de mercadorias possibilita ao gestor, no
decorrer do período, ajustar programações de compras e/ou ações de estímulo às vendas de
mercadorias com baixa atividade de giro, contribuindo para reverter possíveis tendências
adversas ao desempenho dinâmico-financeiro da empresa. Enfim, ações desta ordem
corroboram para com a redução do Ciclo Operacional (CO), pelo encurtamento do Prazo
Médio de Rotação dos Estoques (PMRE), e do Ciclo Financeiro, melhorando a gestão do
Capital de Giro. A coleta de dados se deu no site da Bolsa de Valores de São Paulo
(BOVESPA), publicados de acordo com a Lei das Sociedades por Ações n0 6.404/76, Lei das
S.A. O setor do comércio foi definido para estudo porque a medida Sinal Vital (SV) se aplica
com mais propriedade às empresas deste setor.
Palavras-chave: Medida Sinal Vital; Gestão de Estoques; Ciclo Operacional; Ciclo
Financeiro; Capital de Giro.
viii
Abstract
The lack of operational capital, the main reason for the discontinuity of many
companies, as pointed out by the bulletin “Fatores condicionantes e Taxa de Mortadlidae de
Empresas no Brasil” (Conditioning Factors and Mortality Rate of Companies in Brazil),
SEBRAE 2004, has kept narrow relations with inadequate management of supplies.
Determining the ideal levels for this asset, or even managing it accordingly, is perhaps the
most complex activity for a commercial company when considered the amount of necessary
resources to be applied in a variety of goods and quantities. This is one of the characteristics
of companies belonging to this sector of activity. This work attempts to classify the financial
dynamism of commercial companies listed by the Stock Exchange of São Paulo, during the
period from 1999 to 2006, by means of Vital Sign Measure. This measure arises from the
relation between the turn of stocked goods and the turn of their related payment. Controlling
the disconnection between sale and payment of goods makes it possible for the manager to
adjust purchasing programs and/or stimulating actions of sales for goods with low turning
activity, contributing then to revert possible adverse tendencies to the dynamic-financial
performance of the company. Finally, such kind of action corroborate to the reduction of
Operational Cycle (CO), by the shortening of Medium Stated Period of Stock Rotation
(PMRE), and of the Financial Cycle, improving the Management of Operational Capital. Data
was collected from the site of Stock Exchange of São Paulo (BOVESPA), published in
accordance to the Lei das sociedades por Ações (Law of Shared Societies), number 6.404/76,
Law of Incorporated Company. The sector of commerce was object of study because Vital
Sign Measure can be applied more appropriately to the companies of this sector.
Key words: Vital Sign Measure; Management of Supplies; Operational Cycle;
Financial Cycle; Operational Capital.
ix
Lista de Gráficos, Figuras e Quadros
GRÁFICO 1 - EVOLUÇÃO DA MEDIDA SV DAS EMPRESAS COMERCIAIS ESTUDADAS NO
PERÍODO DE 1999 A 2006 - BRASIL....................................................................................................... 51
GRÁFICO 2 - CICLO FINANCEIRO (CF) MÉDIO DAS EMPRESAS GRAZZIOTIN, GUARARAPES,
HERING, SEMP, DROGASIL E DIMED –1999 A 2006........................................................................... 53
GRÁFICO 3 - CICLO FINANCEIRO (CF) MÉDIO DAS EMPRESAS RENNER, AMERICANAS E PONTO
FRIO- 1999 A 2006 ..................................................................................................................................... 55
GRÁFICO 4 – DESTAQUE DO ANO EM QUE A MEDIDA SV MAIS OSCILOU NO PERÍODO 1999 – 2006
- (HERING) ................................................................................................................................................. 67
GRÁFICO 5 - EVOLUÇÃO DO IPF DA HERING DOS ANOS DE 1999 PARA 2000..................................... 69
GRÁFICO 6- EVOLUÇÃO DO ÍNDICE DE REALIZAÇÃO DOS ESTOQUES DE MERCADORIAS DA
HERING DE 1999 PARA 2000................................................................................................................... 72
GRÁFICO 7 - EVOLUÇÃO DOS CICLOS OPERACIONAL (CO) E FINANCEIRO DA HERING,
ANUALMENTE, NO PERÍODO 1999 A 2006. ......................................................................................... 74
GRÁFICO 8 - EVOLUÇÃO DOS CO E DO PMPF NOS ANOS DE 1999 PARA 2000 DA HERING. ............ 75
GRÁFICO 9 - IMPACTO NO PRAZO MÉDIO DE RENOVAÇÃO DOS ESTOQUES (PMRE), PRODUZIDO
PELA RACIONALIZAÇÃO DAS COMPRAS DA HERING NO ANO DE 2000.................................... 78
GRÁFICO 10 - EFEITO PRODUZIDO NO PRAZO MÉDIO DE PAGAMENTO A FORNECEDORES
(PMPF), RESULTANTE DA RACIONALIZAÇÃO DAS COMPRAS DA HERING NO ANO DE 2000
..................................................................................................................................................................... 79
GRÁFICO 11 - EFEITO PRODUZIDO PELA RACIONALIZAÇÃO DAS COMPRAS NA MEDIDA SV DA
HERING NO ANO DE 2000....................................................................................................................... 80
GRÁFICO 12 - EFEITO PRODUZIDO PELA RACIONALIZAÇÃO DAS COMPRAS NOS CICLOS
OPERACIONAL (CO) E FINANCEIRO (CF) DA HERING NO ANO DE 2000. .................................... 81
GRÁFICO 13 - INTERVALO MAIS PROVÁVEL DE VARIAÇÃO DA MEDIDA SV, CONSIDERANDO A
AMOSTRA DE EMPRESAS DESTA PESQUISA .................................................................................... 83
GRÁFICO 14 - CORRELAÇÃO ENTRE A MEDIDA SINAL VITAL (SV) E O ÍNDICE DE
ENDIVIDAMENTO GERAL (EG), EXCLUÍDO FORNECEDORES, DAS EMPRESAS ESTUDADAS
NESTA PESQUISA..................................................................................................................................... 84
x
FIGURA 1 - RESUMO ESQUEMÁTICO DE UMA EMPRESA COMERCIAL DO SEGMENTO DE
VESTUÁRIO............................................................................................................................................... 17
FIGURA 2 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DOS CICLOS OPERACIONAL E FINANCEIRO DE
EMPRESAS COMERCIAIS, ILUSTRADA COM CICLO FINANCEIRO DESFAVORÁVEL .............. 25
FIGURA 3 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA COM CICLO FINANCEIRO FAVORÁVEL............................. 26
FIGURA 4 - SEQÜÊNCIA GRÁFICA ANUAL DO DESEMPENHO DINÂMICO-FINANCEIRO DAS
EMPRESAS ESTUDADAS NO PERÍODO DE 1999 A 2006. .................................................................. 57
FIGURA 5 - COMPARAÇÃO DOS CICLOS FINANCEIROS DA RENNER E SEMP .................................... 65
QUADRO 1 - EFEITO NO CAIXA PRODUZIDO POR MERCADORIAS ESTOCADAS COM BAIXA
ATIVIDADE DE GIRO, AO LONGO DE TRÊS MESES 47
xi
Lista de Tabelas
TABELA 1- EVOLUÇÃO DA MEDIDA SV DAS EMPRESAS COMERCIAIS LISTADAS PELA BOVESPA
NO PERÍODO DE 1999 A 2006 ................................................................................................................. 50
TABELA 2 - DEMONSTRATIVO DE GIRO DOS ESTOQUES DA GRAZZIOTIN EM 1999........................ 52
TABELA 3 - DEMONSTRATIVO DE GIRO DE PAGAMENTO A FORNECEDORES DA GRAZZIOTIN EM
1999 ............................................................................................................................................................. 52
TABELA 4 - DEMONSTRATIVO DA MEDIDA SV DA EMPRESA GRAZZIOTIN EM 1999 ...................... 53
TABELA 5 - CF MÉDIO DA EMPRESA DROGASIL NO PERÍODO DE 1999/2006...................................... 54
TABELA 6 - CF MÉDIO DA EMPRESA AMERICANAS NO PERÍODO DE 1999/2006................................ 55
TABELA 7 - HERING X SEMP - DEMONSTRATIVO DE GIRO DOS ESTOQUES EM 1999 ...................... 58
TABELA 8 - HERING X SEMP - DEMONSTRATIVO DE GIRO DE PAGAMENTO A FORNECEDORES
EM 1999 ...................................................................................................................................................... 58
TABELA 9 - GIRO DOS ESTOQUES(GE) DA RENNER E DA SEMP............................................................ 62
TABELA 10 - PRAZO MÉDIO DE ROTAÇÃO DOS ESTOQUES DE MERCADORIAS DA RENNER E DA
SEMP........................................................................................................................................................... 63
TABELA 11 - GIRO DE PAGAMENTO A FORNECEDORES (GPF) DA RENNER E DA SEMP ................. 64
TABELA 12 - PRAZO MÉDIO DE PAGAMENTO AOS FORNECEDORES DE MERCADORIAS DA
RENNER E DA SEMP................................................................................................................................ 64
TABELA 13 – EFEITOS DA GESTÃO DOS PRAZOS MÉDIOS NOS CICLOS FINANCEIROS DA
RENNER E DA SEMP EM 2002 ................................................................................................................ 64
TABELA 14 - DEMONSTRATIVO DO SV DA RENNER E DA SEMP........................................................... 66
TABELA 15 - ÍNDICE DE PAGAMENTO DE FORNECEDORES (IPF) DE MERCADORIAS DA HERING
DE 1999 E 2000........................................................................................................................................... 69
TABELA 16 - EVOLUÇÃO DO GIRO DE PAGAMENTO A FORNECEDORES (GPF) DE MERCADORIAS
DA HERING DE 1999 PARA 2000............................................................................................................ 70
TABELA 17 - EVOLUÇÃO DO PRAZO MÉDIO DE PAGAMENTO A FORNECEDORES (PMPF) DE
MERCADORIAS DA HERING DE 1999 PARA 2000.............................................................................. 70
TABELA 18 - ÍNDICE DE REALIZAÇÃO DOS ESTOQUES DE MERCADORIAS DA HERING DO ANO
DE 1999 E 2000........................................................................................................................................... 71
xii
TABELA 19 - EVOLUÇÃO DO GIRO DE ROTAÇÃO DOS ESTOQUES (GE) DE MERCADORIAS DA
HERING DE 1999 PARA 2000................................................................................................................... 72
TABELA 20 - EVOLUÇÃO DO PRAZO MÉDIO DE RENOVAÇÃO DOS ESTOQUES (PMRE) DE
MERCADORIAS DA HERING DE 1999 PARA 2000.............................................................................. 73
TABELA 21 - SÍNTESE DO EFEITO PRODUZIDO PELO CRESCIMENTO DO IPF E DO DECLÍNIO DO
IRE, NA MEDIDA SV. ............................................................................................................................... 73
TABELA 22 - PREMISSA PARA SIMULAR OS EFEITOS DA MELHORIA DA MEDIDA SV NOS CICLOS
OPERACIONAL E FINANCEIRO............................................................................................................. 76
TABELA 23 - DADOS ORIGINAIS DE CUSTO, ESTOQUE, FORNECEDOR E COMPRAS, EM MIL R$,
EXTRAÍDOS DOS RELATÓRIOS PATRIMONIAL E ECONÔMICO DA HERING, DO ANO DE 2000
. .................................................................................................................................................................... 77
TABELA 24 - DADOS DE CUSTO, ESTOQUE, FORNECEDOR E COMPRAS, EM MIL R$, EXTRAÍDOS
DOS RELATÓRIOS PATRIMONIAL E ECONÔMICO DA HERING, DO ANO DE 2000,
RESULTANTES DA APLICAÇÃO DA PREMISSA. ............................................................................... 77
TABELA 25 - CÁLCULO DO PRAZO MÉDIO DE RENOVAÇÃO DOS ESTOQUES (PMRE), ANTES E
RESULTANTE DA RACIONALIZAÇÃO NAS COMPRAS DA HERING NO ANO DE 2000. ............ 78
TABELA 26 - CÁLCULO DO PRAZO MÉDIO DE PAGAMENTO A FORNECEDORES (PMPF), ANTES E
RESULTANTE DA RACIONALIZAÇÃO DAS COMPRAS DA HERING NO ANO DE 2000. ............ 79
TABELA 27 - SÍNTESE DO EFEITO PRODUZIDO PELA RACIONALIZAÇÃO DAS COMPRAS NAS
MEDIDAS SV, CO E CF DA HERING, NO ANO DE 2000. .................................................................... 80
TABELA 28 - SÍNTESE DO EFEITO PRODUZIDO PELA MELHORIA DA GESTÃO DAS COMPRAS NAS
MEDIDAS SV, CO E CF DA RENNER, SEMP E HERING. .................................................................... 88
xiii
Lista de Siglas
PIB – Produto Interno Bruto
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
BOVESPA – Bolsa de Valores do Estado de São Paulo
BACEN – Banco Central
ACO – Ativo circulante operacional
PCO – Passivo circulante operacional
NCG- Necessidade de capital de giro
CG – Capital de giro
PMRE – Prazo médio de rotação dos estoques
PMRV – Prazo médio de recebimento das vendas
PMPC – Prazo médio de pagamento das compras
PRA – Posição relativa de atividade
SV – Sinal vital
CMV - Custo das mercadorias vendidas
EF -Estoque de final de período
GE -Giro do Estoque
Gpg - Giro de pagamento a Fornecedores
C – Compras
F - Fornecedores de final de período
IRV – Índice de realização das vendas
IPF – Índice de pagamento a fornecedores
xiv
Sumário
Agradecimentos ........................................................................................................................v
Resumo ...................................................................................................................................vii
Abstract..................................................................................................................................viii
Lista de Gráficos, Figuras e Quadros ......................................................................................ix
Lista de Tabelas .......................................................................................................................xi
Lista de Siglas........................................................................................................................xiii
Sumário..................................................................................................................................xiv
1. Introdução.....................................................................................................................15
1.1. Formulação do Problema ........................................................................................................................ 19
1.2. Objetivos gerais e específicos ................................................................................................................. 21
1.3. Delimitação do Estudo ............................................................................................................................ 29
2. Revisão da Literatura....................................................................................................31
2.1. Gestão Financeira de Curto Prazo no Comércio ..................................................................................... 31
2.2. Ciclo Operacional ................................................................................................................................... 34
2.3. Gestão dos Estoques................................................................................................................................ 35
3. Procedimentos Metodológicos .....................................................................................39
3.1 Medida Sinal Vital .................................................................................................................................. 39
3.2 O Método e as Técnicas Adotadas .......................................................................................................... 42
3.3 Coleta e estruturação dos dados .............................................................................................................. 42
3.4 Tratamento Estatístico dos dados............................................................................................................ 44
4. Apresentação e Discussão dos Resultados ...................................................................46
4.1 Simulação explicativa do impacto das operações com mercadorias no caixa ......................................... 46
4.2 Cálculo, discussão e análise da evolução da medida SV das empresas, tomadas em conjunto, no período
de 1999 a 2006. ..................................................................................................................................................... 50
4.3 Renner x Semp. Uma análise das variáveis componentes da medida SV que contribuíram para o ano de
destaque dinâmico-financeiro................................................................................................................................ 60
4.4 Análise comparativa do desempenho dinâmico-financeiro da Hering, empresa que experimentou maior
variação no índice SV, no intervalo de 1999 para 2000. ....................................................................................... 67
4.5 Simular a melhoria de uma variável componente da medida SV e avaliar a repercussão dos efeitos nos
Ciclos Operacional e Financeiro da Hering em 2000. ........................................................................................... 74
5. Conclusões e Recomendações ......................................................................................85
5.1 Conclusões .............................................................................................................................................. 85
5.2 Recomendações....................................................................................................................................... 88
Referências .............................................................................................................................89
APÊNDICES ..........................................................................................................................93
ANEXOS ..............................................................................................................................129
15
1. Introdução
Em Contabilidade e Finanças muitos dos estudos têm se preocupado com o lucro e a
rentabilidade das empresas. No entanto, deve-se observar que os problemas com esses ítens se
iniciam, em sua maioria, nas operações de aquisição e venda de mercadorias, principal fonte
de receitas. O fato é que a ausência de um indicador que avalie a qualidade das aquisições faz
com que o empresário desatento sofra os prejuízos de alta estocagem devido à falta de
sincronia entre os prazos de aquisição, pagamento, venda e recebimento. Desta forma, o
interesse pessoal no aprofundamento do conhecimento da área financeira do segmento
comercial das grandes empresas, especificamente relacionado aos aspectos internos no âmbito
empresarial (responsáveis pela sustentação da dinâmica das atividades operacionais e pela
saúde financeira de curto prazo), foi motivado pelos seguintes aspectos técnico-econômico-
sociais:
a) Segundo resultados de estudos elaborados pelo Serviço de Apoio às Micro e
Pequenas Empresas - SEBRAE (http://www.sebrae.com.br/), a necessidade de competência
gerencial constitui uma das principais causas da alta taxa de mortalidade das empresas de
pequeno porte no Brasil. Pressupõe-se que ausência de formação técnica na gestão das
empresas de pequeno porte seja extensiva à gestão de grandes empresas, foco deste trabalho;
b) A melhor aplicabilidade do resultado desta pesquisa no setor comercial e da sua
contribuição na formação do PIB Nacional (IBGE, 2003) que, para o economista Antonio
Carlos Borges, diretor-executivo da Fecomercio, representa 10,7% do PIB
(http://www.fecomercio.com.br);
16
c) A relevância social que o setor comercial assume, a considerar o baixo nível de
qualificação profissional da maioria de nossa população (IPEA, 2007. Pesquisa: "Demanda e
perfil dos trabalhadores formais do Brasil em 2007"), no que se refere à característica de ser
grande absorvedor de mão-de-obra de menor qualificação (BNDES, 1996).
Diante das considerações elencadas, procedeu-se a uma pesquisa nas finanças das
empresas do setor de comércio, a partir do estudo dos dados coletados de seus
Demonstrativos Financeiros (DF), disponibilizados no site da Bolsa de Valores do Estado de
São Paulo (BOVESPA) e publicados de acordo com a Lei das Sociedades por Ações n0
6.404/76 (Lei das S.A.).
Embasado na importância social do comércio, na contribuição do setor para a
formação do Produto Nacional Bruto do país e na melhor aplicabilidade da medida SV nas
empresas comerciais é possível então admitir que o estudo apresenta sua devida relevância.
A partir da leitura da figura 1, a seguir, é possível observar o organograma de
departamentalização, definido e utilizado nesta pesquisa, que procura mostrar o desempenho
de movimentação de mercadorias, as quais estão subdivididas por categorias e distribuídas
pelas várias seções de departamentos distintos por unidade empresarial, configurando
atividade bastante complexa para a gestão do giro das mercadorias de cada categoria, uma vez
que a natureza do negócio comercial demanda investimentos elevados em estoques
(SERASA: “Estudos Econômicos - Crédito Mercantil de Curto Prazo é maior que Crédito
Bancário”, 2004).
17
Figura 1 - Resumo esquemático de uma empresa comercial do segmento de vestuário Fonte: Elaborado pelo autor
A movimentação dessas mercadorias por categoria eleva o acúmulo de suas margens
de contribuição (valor resultante da diferença entre o preço de venda e todas as despesas
variáveis), refletindo na melhoria do resultado operacional da empresa. Nesse sentido, o
desempenho financeiro-econômico de uma unidade empresarial comercial recebe efeito direto
da performance da trajetória de giro das mercadorias. A elevação da movimentação da
mercadoria dentro de cada categoria amplifica o crescimento de seu giro médio no
departamento. Entende-se que esse dinamismo de comercialização resulta na redução do
Ciclo operacional em decorrência do encurtamento do Prazo Médio de Rotação dos Estoques
(PMRE). Uma baixa movimentação das mercadorias, ao contrário, alonga o prazo médio
LOJA
DEPARTAMENTO A
DEPARTAMENTO B
DEPARTAMENTO C
SEÇÃO A-A
SEÇÃO A-B
CATEGORIA A-A-A
CATEGORIA A-A-B
- Calças Jeans
- Camisa malha
18
citado, ampliando o Ciclo Operacional e a Necessidade de Capital de Giro (NCG), ou seja, a
diferença entre os Investimentos Operacionais e os Financiamentos espontâneos realizados.
O resultado do que a empresa vendeu, subtraído dos custos e despesas, produz o lucro
ou prejuízo, salientando-se que, no mesmo período, nem tudo que se vende é recebido, nem
todos os gastos são pagos e, muito menos, nem tudo que a empresa compra é vendido. Assim,
as empresas constantemente fazem investimentos nessas operações, por meio de vendas a
prazo ou da formação de estoques. Ao mesmo tempo elas obtêm financiamentos espontâneos
com os prazos de pagamento de suas compras, impostos, folha de pagamento. Itens que
influenciam a Necessidade de Capital de Giro (NCG) de um período para outro, conhecida
por Variação da NCG. Tal variação pode ser positiva quando se verifica que está havendo
geração de caixa, ou negativa quando está consumindo recursos de caixa
A NCG, segundo modelo Fleuriet (1980), deriva-se da diferença entre o Ativo
Circulante Operacional (ACO) e o Passivo Circulante Operacional (PCO). Os elementos que
constituem o ativo circulante operacional (ACO), em se tratando de empresas do setor
comercial, são representados por investimentos requeridos pelo exercício natural das
operações (estoques de mercadorias e financiamentos de clientes). Por sua vez, o passivo
circulante operacional (PCO) é representado pelos recursos dos financiadores que dão suporte
à sustentação da dinâmica das atividades demandadas pelas operações do negócio
(fornecedores de mercadorias, funcionários, serviços de terceiros contratados, impostos sobre
vendas e de funcionamento etc.). Diante disso, determina-se a igualdade que identifica a
variável Necessidade de Capital de Giro:
NCG = ACO – PCO (1)
Quando o montante dos recursos necessários ao financiamento das operações
circulantes do negócio é menor do que a necessidade de investimento que essas mesmas
19
operações exigem, caracteriza-se a Necessidade de Capital de Giro ou Financiamento não
Operacional em Giro (MATARAZZO, 1998).
Dentro do objeto a que este trabalho se propõe a examinar, o início das operações de
um comércio caracteriza-se por um intervalo temporal que se dá no momento da aquisição das
mercadorias encerrando-se na comercialização delas, representando, portanto, o tempo entre a
aquisição das mercadorias e das suas vendas.
Expostas as questões acima, este trabalho está estruturado em cinco capítulos,
distribuídos da seguinte forma:
O primeiro, engloba a introdução, a formulação do problema, os objetivos (geral e
específicos), a justificativa e a delimitação do estudo.
O segundo, além da abordagem da revisão da literatura, em que se procurou expor os
temas afins ao objeto desta pesquisa, contemplou os principais aspectos caracterizadores do
comércio e os esclarecimentos dos conceitos básicos (ciclo operacional, capital de giro e
gestão de estoques) relacionados ao contexto da pesquisa.
O terceiro, aborda os procedimentos metodológicos utilizados.
O quarto, desenvolve a análise e a discussão dos resultados obtidos pela pesquisa.
O quinto, contempla as principais conclusões e recomendações.
1.1 Formulação do Problema
Lakatos & Marconi (1991, p. 97) preconizam que “toda investigação nasce de algum
problema teórico/prático sentido. Este dirá o que é relevante observar, os dados que devem ser
selecionados”.
20
Alavancar receitas e lucros faz parte de um processo natural da existência das
empresas comerciais. Por isso, uma vez determinado e constituído o segmento de atuação
empresarial, a limitação de oferta se encarregava de conduzir o negócio ao crescimento,
independente de planejamento, controle ou qualquer outro atributo indispensável à boa gestão
(LEVITT, 1975).
Todavia, no mundo empresarial atual, a intensa competitividade converteu escassez de
oferta em excesso de opções, fazendo com que o diferencial para manter-se bem sucedido
migrasse da capacidade de ofertar para a de gerenciar. Nesse sentido, a manutenção da
prosperidade do negócio está fortemente relacionada ao nível de capacitação técnica do
gestor, assim como o tempo de vida da empresa.
Os casos de descontinuidade das empresas, em sua maior parte, estão relacionados à
falta de capital de giro (SEBRAE, 2004). Tal problema decorre do desequilíbrio entre as
entradas e as saídas de recursos financeiros. Em boa medida, o desacerto financeiro se deriva
da ausência de preparação técnica dos administradores quanto aos aspectos gerenciais
requeridos para a condução, a bom termo, da gestão do fluxo financeiro da empresa.
Administradores desavisados crêem que o conhecimento dos processos operacionais básicos
(comprar, vender, pagar e receber) lhes garante capacidade de gestão empresarial suficiente
para manter seus negócios em estado contínuo de prosperidade.
No curso da gestão, no entanto, à medida que o nível de atividade do negócio vai
crescendo e as relações com parceiros financiadores (internos e externos) e clientes vão se
intensificando, a carência de conhecimento técnico analítico, fundamental para orientar e
reorientar planos e decisões, vai minando as crenças iniciais do administrador, dando lugar ao
desânimo e à inconsistência de procedimentos.
Nesse sentido, caberia então perguntar:
21
- Será que a dinâmica financeira das empresas comerciais poderia ser classificada segundo
um sistema de análise, cuja Medida Sinal Vital (SV) seja principal parâmetro de aferição?
Trata-se, portanto, de um dos principais objetivos deste trabalho.
1.2 Objetivos gerais e específicos
A pesquisa tem por finalidade geral desenvolver um sistema de análise que permita,
por meio da Medida Sinal Vital (SV), classificar as empresas comerciais segundo sua
dinâmica financeira.
Num plano mais analítico, buscar-se-á atingir os seguintes objetivos específicos:
a) Calcular, discutir e analisar a evolução (maior e menor desempenho), da Medida
Sinal Vital (SV) das empresas, tomadas em conjunto, no período de 1999 a 2006, e estruturar,
graficamente, uma faixa de normalidade (constituída a partir da média anual da Medida Sinal
Vital (SV), média menos desvio e média mais desvio) por empresa, para utilizar como
parâmetro de suporte à classificação dinâmico-financeira das unidades produtivas;
b) Analisar e discutir as variáveis componentes da Medida Sinal Vital (SV) que mais
contribuíram para o maior e o menor desempenho dinâmico-financeiro dentre as empresas em
toda a extensão do período de 1999 a 2006, tomando-se como base o ano em que a medida
supra mencionada tenha apresentado mais destaque;
c) Avaliar, comparativamente, o comportamento das variáveis que mais afetou o
desempenho da Medida Sinal Vital (SV) e que apresentou maior oscilação no período de
estudo;
22
d) Simular a melhoria de uma variável componente da medida SV que mais contribuiu
para com a oscilação anteriormente objetivada, analisando o reflexo nos Ciclos Operacional e
Financeiro;
Acredita-se, assim, que, a partir das análises dos resultados encontrados das medidas
acima citadas, as informações comparativas de desempenho da dinâmica operacional das
empresas estudadas venham a contribuir para a melhoria da qualidade da gestão do Ciclo
Financeiro das empresas comerciais. Afora esse aspecto, há que se destacar:
Em primeiro lugar, o interesse pessoal no aprofundamento do tema relacionado à
aplicação da gestão financeira no segmento comercial;
Em segundo lugar, destaca-se a importância do comércio na economia do estado de
Pernambuco que, em 2003, segundo pesquisa do IBGE, representou 12,6% do PIB (IBGE,
2003).
Acrescenta-se às considerações anteriores o fato da complexidade gerencial da
administração dos estoques de mercadorias justificar a produção de ferramentas de fácil
compreensão de entendimento e que possam ter repercussão positiva no gerenciamento
financeiro dessas empresas.
A literatura que trata do estudo das empresas comerciais mostra que o investimento
em estoque é bastante representativo nesse tipo de empresa e que a necessidade de gerir uma
extensa variedade de mercadorias adquiridas em diferentes datas representa um dos fatores de
maior complexidade para a gestão financeira e econômica das empresas do setor comercial,
tendo em vista a dificuldade de avaliar a contribuição de cada mercadoria, adquirida e
vendida, para com a geração de caixa e o resultado das operações num determinado período.
Por essa razão, monitora-se o desempenho da mercadoria em função da média de tempo que
23
ela se renova dentro do estoque no período considerado. Esse contexto é válido para o
recebimento e pagamento dessas mercadorias, em virtude do descasamento nas datas de
recebimento de clientes e pagamento aos fornecedores. Assim, os Ciclos Operacional e
Financeiro são determinados com base nos Prazos Médios de Rotação dos Estoques (PMRE),
de Recebimento (PMRV) e de Pagamento a Fornecedores (PMPF). A extensão de tempo
compreendido entre o momento da aquisição da mercadoria até a venda, e desta até o
recebimento, tradicionalmente, compõe o tempo total de Ciclo de uma Operação (CO) da
empresa.
A primeira extensão do CO é representada pelo Prazo Médio de Renovação dos
estoques (PMRE), que compreende o tempo gasto pelos estoques de mercadorias para se
renovarem dentro de um determinado período. A segunda extensão deste Ciclo é representada
pelo Prazo Médio de Recebimento das Vendas (PMRV), que indica o tempo percorrido de
retorno ao caixa dos recursos aplicados no financiamento de clientes.
Para avaliar a Necessidade de Capital de Giro, ou de Financiamento Não-Operacional
em Giro de uma empresa comercial, há de se aliar às duas medidas que constituem o Ciclo
das Operações (PMRE e PMRV) uma terceira medida denominada Prazo Médio de
Pagamento a Fornecedores (PMPF), que corresponde ao tempo para pagar pelas aquisições
das mercadorias financiadas pelos fornecedores. Além disso, sabe-se que há outras atividades
operacionais cíclicas financiadas por parceiros diversos (não apenas pelos fornecedores de
mercadorias) que integram as operações de um negócio. Entre as operações habituais,
observam-se as seguintes: pagamentos com energia, água e telefonia consumidas; com
atividades laborais – salários de funcionários; com gastos fixos como aluguéis, condomínio;
as obrigações institucionais, como impostos etc.
24
Embora operacionais, a natureza da ocorrência do tipo de pagamento dessas atividades
difere daquela relacionada a das aquisições das mercadorias. Tal aspecto deve-se ao fato que
as caracteriza se relacionar à estrutura funcional do negócio, requerendo, portanto, controle de
pagamento cíclico mensal definido. Já a forma de pagamento aos fornecedores das
mercadorias não guarda relação de sincronismo com ciclos definidos e sim com fatores
subjetivos conjugados à política de prazo praticada pelo segmento em que atua o fornecedor e
ao volume de aquisições realizadas pela empresa cliente (MATARAZZO, 1998).
As atividades de compra, venda, pagamento e recebimento representam a dinâmica
das operações da empresa. A partir das informações dos registros de suas ocorrências podem-
se estruturar os PMRE, PMRV e PMPF, o que possibilita determinar a extensão do Ciclo
Operacional e Financeiro. A relação entre o Ciclo Operacional e o Prazo Médio de Pagamento
aos Fornecedores (PMPF) permite mensurar a Necessidade de Capital de Giro (NCG) em
termos relativos, denominada Posição Relativa de Atividade – PRA (MARION, 2002).
A extensão dos Ciclos Operacional e Financeiro configura fator de suma importância
para a avaliação da saúde financeira de curto prazo da empresa. A figura 2 a seguir permite
mensurar as extensões dos Ciclos Operacional e Financeiro. Tal indicativo permite quantificar
a dimensão temporal média da Folga ou Necessidade de Capital de Giro.
25
Aquisição Venda Pagamento Recebimento
t=0 t=20dias t=30dias t=35dias
PMRE – Tempo de Estocagem PMRV – Tempo de crédito concedido
Figura 2 - Representação Gráfica dos Ciclos Operacional e Financeiro de empresas comerciais, ilustrada com Ciclo Financeiro Desfavorável
Fonte: Elaborado pelo autor
A figura 2 acima, ilustra uma situação em que a empresa está operando com Ciclo
Financeiro desfavorável. Veja a seguinte situação:
Ciclo Operacional Prazo Médio de Renovação dos Estoques – PMRE (20 dias) + Prazo
Médio de Recebimento das Vendas – PMRV (15dias) = 35 dias
Ciclo Financeiro Ciclo Operacional (35dias) – Prazo Médio de Pagamento aos
Fornecedores - PMPF (30 dias) = 5 dias.
Evidencia-se, portanto, que a empresa está pagando suas aquisições de mercadorias,
em média, cinco dias antes do recebimento de suas vendas. A ilustração nos possibilita inferir
que quanto maior for a extensão temporal do Ciclo Operacional (CO), decorrente de
planejamento inadequado de aquisições de mercadorias e/ou de prazos de financiamentos
concedidos, mais desfavorável será o Ciclo Financeiro (CF).
À luz das informações apresentadas anteriormente, é possível expor que quanto
melhor trabalhado for o gerenciamento da etapa inicial do Ciclo Operacional – etapa cuja
CICLO FINANCEIRO
CICLO OPERACIONAL
CICLO DE ESTOCAGEM
26
melhoria depende exclusivamente da habilidade técnica do gestor, representada pelo Prazo
Médio de Renovação dos Estoques (PMRE) – menor será a extensão deste Ciclo Operacional.
Neste sentido, a melhoria contínua da gestão dos estoques provoca a redução do tempo
de permanência das mercadorias nas gôndolas da empresa e aumenta o número de rotação
delas no período, resultando na redução da extensão da primeira etapa do Ciclo Operacional
(Prazo Médio de Renovação dos Estoques – PMRE) e, por efeito, no encurtamento do Ciclo
Financeiro.
Observe-se:
Aquisição Venda Recebimento Pagamento
t=0 t=10dias t=25dias t=30dias
Figura 3 - Representação Gráfica com Ciclo Financeiro Favorável Fonte : Elaborado pelo autor
O exemplo apresentado na figura 3 acima ilustra uma situação em que a empresa está
operando com o Ciclo Financeiro favorável. Veja-se:
Ciclo Operacional Prazo Médio de Renovação dos Estoques – PMRE (10 dias) +
Prazo Médio de Recebimento das Vendas - PMRV(15dias) = 25 dias
Ciclo Financeiro Ciclo Operacional (25dias) – Prazo Médio de Pagamento aos
Fornecedores – PMPF (30 dias) = -5 dias
PMRE PMRV
CICLO OPERACIONAL
CICLO FINANCEIRO CICLO DE ESTOCAGEM
27
A posição das estruturas de Prazos Médios apresentado pela figura 3, evidencia o
oposto ao observado na figura 2, ambas demonstradas anteriormente. A partir daquela,
constata-se que a melhoria no giro dos estoques permitiu encurtar em 10(dez) dias o PMRE,
produzindo igual efeito no Ciclo Operacional e no Financeiro (pressupondo a manutenção das
políticas de crédito concedido ao cliente e obtido junto aos fornecedores de mercadorias).
Com isso, a empresa que antes pagava a seus fornecedores pelas aquisições de suas
mercadorias 10 (dez) dias antes de receber de seus clientes pelas vendas, passou a pagar por
suas aquisições de mercadorias, em média, cinco dias após o recebimento de suas vendas.
Atendo-se detidamente às figuras supracitadas, podemos constatar que quanto menor for a
extensão temporal do Ciclo Operacional, decorrente do planejamento adequado na aquisição
das mercadorias, mais favorável será o Ciclo Financeiro.
Em síntese, pode-se inferir que enquanto a primeira etapa do Ciclo Operacional,
representada pelo PMRE, tem sua extensão influenciada pelo nível dos estoques, a segunda,
representada pelo PMRV, é impactada pelo montante dos valores a receber oriundos das
vendas financiadas pela empresa a seus clientes. Ressalte-se que a determinação da política de
concessão de prazo de financiamento a clientes recebe forte influência do crédito concedido
pelos concorrentes da empresa. Dessa forma, o planejamento do montante de recursos para
financiar o Giro, tão-somente dos recebíveis, deve ter sua análise baseada no crédito praticado
pelo segmento em que o negócio se insere (MATARAZZO, 1998).
O grau de complexidade de administração dessas variáveis ocorre porque, de acordo
Brigham (1999, p. 575):
Enquanto os recebíveis se avolumam depois da realização das vendas, os estoques precisam ser adquiridos antes da realização delas. Esta é uma diferença crítica, e a necessidade de se prever as vendas antes de se estabelecer os níveis desejados de estoques torna a administração de estoques uma tarefa difícil. Além disso, como erros de fixação de níveis de
28
estoques rapidamente levam à perda de vendas ou a custos de estocagem excessivos, a administração de estoques é importante e difícil.
O Prazo Médio de Pagamento a Fornecedores (PMPF) é influenciado pela política de
cobrança estabelecida pelos concorrentes dos fornecedores, ponderada pela representatividade
da participação do cliente no faturamento do mesmo. Além disso, há evidências de que quanto
maior é o porte da empresa, maior tende a ser sua escala de aquisições e, portanto, maior é sua
capacidade de negociar preços e prazos vantajosos junto aos fornecedores de mercadorias.
Partindo-se da posição de extensão dos Ciclos das Figuras 2 e 3, expostas anteriormente,
constata-se que a migração do efeito desfavorável para o efeito favorável do Ciclo Financeiro
foi produzido, tão-somente, por força da melhoria da velocidade de giro das mercadorias
(redução do prazo médio de renovação dos estoques - PMRE).
É possível perceber, então, que a etapa do Ciclo Operacional (PMRE + PMRV), cuja
melhoria não é influenciada por forças externas1 ao negócio, se relaciona ao Prazo Médio de
Rotação dos estoques (PMRE). A melhoria desta etapa depende, exclusivamente, da
qualidade da formação técnica do gestor.
Em síntese, as forças externas (política de concorrentes, porte etc.) tenderão sempre a
restringir o desempenho da gestão do Prazo Médio de Recebimento das Vendas (PMRV) e do
Prazo Médio de Pagamento a Fornecedores (PMPF), destacando-se, então, que: (1) O prazo
de concessão de financiamento aos consumidores finais, Prazo Médio de Recebimento das
1 Escala de aquisições conforme o porte da empresa e políticas de prazos exercidas pelos concorrentes.
29
Vendas (PMRV), recebe interferência externa da política do segmento em que a empresa
concedente do crédito se posiciona; e (2) A concessão de prazo das empresas fornecedoras às
empresas clientes, Prazo Médio de Pagamento dos Fornecedores (PMPF), recebe interferência
tanto da política de concessão de prazo do segmento em que o fornecedor atua, quanto da
escala de compra das empresas clientes (MATARAZZO, 1998).
As evidências destacadas em páginas precedentes indicam, de forma clara, que a
melhoria contínua da gestão do capital de giro de um negócio comercial passa, antes de tudo,
pela competência do administrador em melhorar continuamente o gerenciamento dos
estoques. Sua melhoria contínua propicia o encurtamento da extensão do Ciclo Operacional,
pela redução do Prazo Médio de Renovação dos Estoques (PMRE), implicando redução na
extensão do Ciclo Financeiro.
Portanto o resultado deste trabalho pode vir a contribuir para a melhoria da gestão do
capital de giro das empresas do setor comercial, empregando-se o modelo proposto para
gerenciamento do monitoramento do equilíbrio entre o prazo médio de vendas e o de
pagamento das mercadorias, por meio da Medida Sinal Vital.
1.3 Delimitação do Estudo
Esta pesquisa se limita ao estudo da situação financeira das empresas comerciais de
grande porte no período de 1999 a 2006, cujos relatórios financeiros estão disponibilizados no
site da Bolsa de Valores de São Paulo – BOVESPA (http://www.bovespa.com.br).
O interesse da pesquisa pelas empresas de grande porte do setor comercial decorreu do
fato de que, em comparação com as empresas de pequeno porte, havia mais facilidade na
obtenção de dados. A idéia inicial era obter os dados primários das empresas de pequeno
porte de quatro subsegmentos do varejo de um Shopping Center. No entanto, diante da
30
dificuldade em obter dados quantitativos que deveriam ser fornecidos pelos gestores das
empresas, houve a necessidade de migrar do foco inicial da pesquisa – estudar a situação
financeira de pequenas empresas – para o foco atual - estudar a situação financeira de
empresas de grande porte, com relatórios publicados segundo a Lei 6404(lei das S.A.).
31
2. Revisão da Literatura
2.1 Gestão Financeira de Curto Prazo no Comércio
Essa pesquisa está ancorada na técnica de análise de medidas financeiras relacionadas
à avaliação da Necessidade de Capital de Giro (NCG). O modelo proposto no objetivo geral
deste trabalho foi construído a partir da teoria da análise dinâmico-financeira proposta por
Fleuriet, realizada na década de 70 em empresas brasileiras.
É importante salientar que, embora se encontre bastante material na literatura que
verse sobre temas relacionados à gestão financeira, onde se constata discussões exaustivas
sobre gestão de estoques, capital de giro e ciclos financeiro e operacional, este estudo se
propôs a classificar a dinâmica financeira das empresas, segundo a medida Sinal Vital (SV),
resultante da relação entre o giro dos estoques e dos pagamentos das mercadorias.
O termo capital de giro expressa característica de “curta duração e rápida conversão de
seus elementos em outros do mesmo grupo, e a conseqüente reconversão” (SILVA; ASSAF
NETO. 1997, p.18). Diante disso, manifesta-se a necessidade do gestor “imprimir alta rotação
(giro) ao circulante, tornando mais dinâmico seu fluxo de operações. Este incremento de
atividade no capital de giro proporciona, de forma favorável à empresa, menor necessidade de
imobilização de capital no ativo circulante e conseqüente incentivo ao aumento da
rentabilidade” (Idem, p. 19). A viabilidade para operacionalizar alta rotação no circulante tem
lastro no conhecimento de que “o funcionamento de uma empresa depende basicamente de
dois tipos de ativos: os de renovação lenta, como instalações, equipamentos e imóveis – ativo
32
permanente – e os de renovação rápida, como estoques – ativo circulante, denominados
capital de giro” (MACHADO, Márcio; MACHADO, Márcia; CALLADO, A.: 2006, p. 142).
Os bens e direitos convertidos em caixa num período de um ano são classificados de
ativo circulante, como é o caso do disponível representado pelo próprio caixa e por aplicações
financeiras de retirada imediata, estoques, duplicatas a receber e aplicações de recursos em
despesas do exercício seguinte, como as operações com seguro, por exemplo. Por outro lado,
as dívidas contraídas pela empresa com vencimento, também, no período de um ano são
classificadas de passivo circulante, como é o caso das obrigações junto aos fornecedores,
funcionários (salários à pagar), governo (impostos à pagar), aluguéis, etc.
A dificuldade em administrar as finanças de curto prazo manifesta-se exatamente
porque “os elementos do ativo e passivo circulantes não se comportam de maneira
sincronizada. (...) Devido às atividades de venda, pagamento e recebimento não serem
sincronizadas, torna-se necessário o profundo conhecimento delas para uma melhor
administração do capital de giro” (Idem, p. 139).
As dinâmicas do Ativo e Passivo Circulantes Operacionais não guardam
concomitância relacional. O período que se espera para vender uma mercadoria financiada
pelo fornecedor pode superar, em muitos casos, o prazo negociado na aquisição das
mercadorias. Exemplificando, suponhamos que um fornecedor conceda 15 (quinze) dias de
prazo, para o pagamento de R$ 10,00 (dez reais) por uma mercadoria adquirida e mantida por
20 (vinte) dias em estoque.
A falta de sincronismo entre o tempo que se recebe de prazo para pagar e o que a
mercadoria aguarda para ser comercializada, exemplificada de forma simples, não representa
nem de longe a dificuldade de obter, quando se trata de um leque amplo de mercadorias, uma
posição inversa à exemplificada, ou seja, obter uma velocidade média de venda superior a de
33
pagamento, o que em nosso exemplo, representaria vender a mercadoria num prazo inferior
aos 15(quinze) dias concedidos pelo fornecedor para pagamento das citadas mercadorias.
Ao vender a mercadoria, o gestor ainda precisa aguardar pelo recebimento do cliente,
considerando a hipótese de que o segmento em que a empresa atua, opere concedendo prazo
ao consumidor final, prática comum exercida por empresas comerciais. Ao término do
período, geralmente, mensal, outras dívidas de caráter cíclico são adicionadas (aluguéis,
salários de funcionários, impostos de funcionamento, energia etc.), tornando ainda mais
complexa a administração desses elementos patrimoniais que, analisados de forma integrada,
fornecem a posição operacional e financeira, necessidade ou folga de capital de giro da
empresa.
Machado e Silva (2005) retratam as políticas de administração do capital de giro,
abordando aspectos relativos à administração financeira de curto prazo. Os resultados mais
relevantes encontrados pelos autores identificaram uma política de administração financeira
de curto prazo defasada e métodos de controle de estoques inadequados. O estudo descreve,
ainda, a ineficiência da administração no tocante ao fluxo de caixa, decorrente da falta de
planejamento entre entrada e saída de recursos.
Ainda quanto à gestão financeira de curto prazo, Oliveira (2002),estudou os riscos e
retornos do investimento nos setores interligados à administração de capital de giro, como:
caixa, contas a receber, estoques, contas a pagar, além de suas características, a partir de um
estudo de caso na empresa Fogás Ltda. Como resultado do estudo, foi constatado pela autora
que a necessidade de investimentos para o capital de giro recebia prioridade de acordo com a
urgência de aquisição de material e/ou serviços, e que as principais fontes de recursos para
tais investimento tiveram sua origem no capital próprio.
34
Machline e Amaral (1998), abordaram o varejo farmacêutico, no período de 1994 a
1998, e confirmaram que este segmento vem se organizando em redes, melhorando seu
aspecto visual e operando 24 horas na gestão de estoques. Em sua pesquisa, os autores ainda
puderam constatar que o segmento vem operando com sistemas avançados (softwares), com
depósitos racionalizados capazes de processar e transmitir instantaneamente informações
relativas a entradas e saídas de mercadorias e utilização de controles de mercadorias baseados
em códigos de barras. Apesar de toda a tecnologia disponível, os pesquisadores afirmam que
muitas empresas do segmento enfrentam dificuldades de previsibilidade de demanda,
limitação no registro dos bancos de dados, precariedade de entrosamento entre os setores de
compra e venda, insuficiência de reposição e giro de vários medicamentos.
Diante das abordagens anteriores, pôde-se constatar a importância da gestão financeira
de curto prazo, uma vez que “O capital de giro tem participação relevante no desempenho
operacional das empresas, cobrindo geralmente mais da metade de seus ativos totais
investidos” (SILVA; ASSAF NETO: 1997, p. 13) e geralmente, nas empresas comerciais, é
comum esses valores ultrapassarem mais da metade dos ativos totais, face à grande parcela de
investimento concentrada nas mercadorias expostas para comercialização e nos estoques de
reposição.
2.2 Ciclo Operacional
O Ciclo Operacional, pela abordagem deste trabalho, é representado exclusivamente
pelo tempo médio aguardado pelo comerciante para vender a mercadoria adquirida (Prazo
Médio de Rotação dos Estoques – PMRE).
Silva (2007) descreve que as compras participam de toda a condição operacional dos
estoques, como: sua origem (de quem se compra e onde é realizada esta operação), de
qualidade (natureza e espécie do produto comprado), quantidade (número, medidas,
35
proporção), preço (valor adequado à quantidade e qualidade do produto), prazos (parcelados,
ou que ofereçam benefícios ao comprador) e, finalmente, do desempenho do giro, dos
volumes movimentados, dos lastros e reforços dos ciclos de estoques, correspondente a
rotação dos mesmos. Em sua pesquisa o autor concluiu que, embora os estoques contribuam
principalmente para a formação do custo das empresas comerciais, é o tratamento das
compras e sua análise que ajudam na constituição dos mesmos, contribuindo para o ciclo de
operação que será responsável por uma boa ou má atividade financeira da empresa. A compra
é responsável por manter o giro e, conseqüentemente, os ciclos operacionais da empresa.
O estudo realizado por Núbia e Lavor (2003), demonstra a importância dos indicadores
na gestão empresarial com base na análise de balanços. Verificou-se que para uma boa gestão
é essencial que se conheça os fatos relevantes que ocorrem em uma empresa, visando
aperfeiçoar as tomadas de decisões. Uma das ferramentas que auxiliam nestas decisões é a
análise de balanços, que avalia as mutações patrimoniais como um todo, verificando as suas
causas e conseqüências. Nesta pesquisa, concluíram os autores, que a análise de balanço
assume fundamental importância para uma correta tomada de decisão e uma visão global do
comportamento das vendas, compras, pagamentos e rendimentos, elementos constitutivos dos
Ciclos Operacional e Financeiro.
2.3 Gestão dos Estoques
As empresas do setor comercial, geralmente, concentram a maior parcela das
aplicações de seus recursos nos estoques. Determinar em que nível operar com este ativo é
tarefa bastante complexa, uma vez que é a partir da expectativa de realização das vendas que
se desencadeia todo o planejamento adiante de compras e estoque.
O investimento nos estoques representa “um dos fatores mais importantes para a
adequada gestão financeira. Esta relevância pode ser conseqüência tanto da participação deste
36
ativo no total de investimento, quanto da importância de gerir o ciclo operacional ou por
ambos os motivos” (SILVA 1997, p. 143).
Atamanczuk, Kovaleski e Francisco (2000) estudaram as atividades de controle e
manutenção das informações dos níveis de estoque da empresa, por meio de um estudo de
caso. Nessa pesquisa, os autores fizeram um levantamento sobre o processo de obtenção de
mercadorias e a influência do controle de estoques. Na conclusão de seu estudo os autores
enfatizaram a importância do controle e manutenção das informações relativas a estoques para
a centralização das compras.
Wanke (2005), em estudo de caso realizado junto a um fabricante de equipamentos e
implementos agrícolas, propõe uma nova metodologia para determinar modelos de gestão de
estoques mais precisos e quantificação das variações nos erros de previsão, tanto para os
níveis de serviços quanto para os de estoques, lastreados no consumo de peças de reposição e
na segmentação dos modelos. Os resultados da análise da variável “consumo médio”
combinada com a do “coeficiente de variação de consumo” permitiu a Winter concluir que
quanto maior for o consumo médio menor será o coeficiente de variação, e vice-versa.
Já Santos e Rodrigues (2005) buscaram relatar o desafio do administrador de estoque,
considerando que este gestor é o responsável pela reposição de cada material e pela
preservação do estoque de segurança. Os pesquisadores descreveram que a complexidade da
administração desse ativo, diante de nuanças relacionadas à quantidade de itens, diferentes
padrões de demanda e características específicas, impõe a seu gestor a necessidade de
controles diferenciados. Nesse sentido, concluem os autores, ser de fundamental importância
um método de classificação de materiais por famílias afins com a adoção de políticas distintas
de reposição e estoques de segurança.
37
Kahn & Rocha apud Eardem & Dulut (SSBIA, 1992), sugerem, especificamente aos
gerentes, aspectos importantes que uma empresa pode considerar em um sistema de gestão de
estoques. Em primeiro lugar, os autores propõem que as mercadorias devam ser conservadas
em estoque em função de suas margens de contribuição (diferença entre o preço da
mercadoria e os custos e impostos sobre as vendas); em segundo lugar, propõem os autores
que os gerentes devem procurar ativamente eliminar estoques; em terceiro lugar, sugerem a
redução da ênfase atribuída aos artigos menos rentáveis; e, por fim, os autores, preconizam a
necessidade de manter relacionamentos desejáveis entre os níveis de estoques dos vários
produtos.
Afora os aspectos destacados anteriormente, vários outros conduzem os gestores a
investirem em estoques. “Possuir estoques tem a importante função de tornar o fluxo
econômico contínuo”, conforme enfatizam Silva e Assaf Neto (1997, p. 143). A falta de
mercadoria, além de gerar perda de venda pode acarretar a migração dos clientes ao
concorrente. O excesso dela, contudo, além de poder resultar em perdas econômicas, face ao
ganho alternativo de investimento de que se abriu mão, pode provocar insuficiência de caixa,
resultando em dificuldades de disponibilidades para honrar os compromissos cíclicos
decorrentes de dívidas de funcionamento do negócio, tais como: salários de funcionários,
condomínio, energia, água, telefone etc.
Acredita-se que o administrador responsável pela gestão dos estoques é avaliado
negativamente em relação aos altos custos provocados pelo excesso de mercadorias. Comprar
bem é outro fator de peso que forma a medida de avaliação de um gestor responsável pela
área de compras.
Destacam-se a seguir alguns fatores que elevam substancialmente o custo das
mercadorias. Estes fatores, segundo Horngreen et. al (2000, p. 533), são representados por
38
cinco categorias: (1) custo de aquisição; (2) custo de pedido; (3) custo de estocagem; (4) custo
de falta de estoque; e (5) custo de qualidade.
A ineficiência na Gestão dos Estoques pode acarretar um déficit de capital de giro,
muitas vezes irreversível. Por isso, os gestores, sobretudo os que atuam nos segmentos de
distribuição e/ou varejo, precisam desenvolver habilidades que os permitam avaliar e analisar
o desempenho de giro das mercadorias em relação ao giro dos respectivos pagamentos das
mesmas.
39
3. Procedimentos Metodológicos
Esta etapa descreve o método e as técnicas empregados na pesquisa, os procedimentos
de cálculo da Medida Sinal Vital (SV), utilizada para avaliar a dinâmica das atividades
operacionais das empresas, a coleta e estruturação dos dados, bem como o tratamento
estatístico adotado.
3.1 Medida Sinal Vital
Esta medida foi empregada para estruturar as várias análises comparativas,
representativas da dinâmica das operações das empresas estudadas nesta pesquisa. A Medida
Sinal Vital (SV) é resultante da relação entre as variáveis (1) Giro dos Estoques e (2) Giro de
Pagamento a Fornecedores, assim discriminadas:
1. Giro dos Estoques (GE). Esta medida é produzida pela relação entre o Montante
dos Custos das Mercadorias Vendidas (CMV)2 e o Saldo Final do Estoque de Mercadoria
(EF)3, representada pela equação:
2 Custo da Mercadoria Vendida. Esta variável representa o montante em reais do custo das vendas das mercadorias, obtida no Relatório Econômico – Demonstração do Resultado do Exercício.
3 Estoque final. Esta variável representa o saldo em reais das mercadorias que, ao término do período, não foram comercializadas. Essa rubrica contábil é obtida no Relatório Patrimonial – Balanço Patrimonial.
40
GE = CMV / EF. ( 2)
2. Giro de Pagamentos a Fornecedores (GF). Esta medida é resultante da relação do
somatório do Saldo Inicial de Fornecedores (FI), adicionado ao Montante das aquisições de
mercadorias no período(C)4, com o Saldo Final de Fornecedores (F)5. Assim, podemos
representá-la pela equação:
GF = (FI + C) / F. (3)
Desta forma, a Medida Sinal Vital (SV) é assim definida:
Sinal Vital (SV) = Giro de Estoque (GE) / Giro de Pagamento a Fornecedor (GF) (4)
Outras medidas empregadas em conjunto com a resultante SV, se destacam, como, por
exemplo, as medidas de Prazos Médios de Renovação dos Estoques (PMRE), de Pagamento a
Fornecedores (PMPF), dos Ciclos Operacional (CO) e Financeiro (CF), dos Índices de
Realização dos Estoques (IRE) e o de Pagamento a Fornecedores (IPF).
A partir da derivação da equação do Custo das Mercadorias vendidas (CMV), deduz-
se o Índice de Realização dos Estoques (IRE), que tem como principal objetivo avaliar o
montante das mercadorias vendidas no período, dentre a totalidade das mercadorias que
4 Compras. Está variável representa o montante em reais das mercadorias adquiridas no período e é obtida a partir da seguinte equação: Compras = Custo das mercadorias vendidas + estoque final – estoque inicial
5 Fornecedores. Esta variável representa o saldo em reais, Inicial e final do período, da dívida da empresa junto aos fornecedores de mercadorias. Essa rubrica contábil pode ser obtida no relatório Patrimonial – Balanço Patrimonial.
41
estiveram disponíveis para comercialização. O resultado desse índice é obtido subtraindo-se
de 1 (um) o resultado da relação entre o saldo do estoque no final do período e a soma entre o
montante comprado no período e o saldo do estoque no início do período.
Derivando CMV:
CMV (representa o montante em reais das vendas das mercadorias, ao preço de custo) = EI
(representa o estoque final do exercício anterior, correspondente, no período atual, ao estoque
inicial) + C (representa o montante das mercadorias adquiridas no período) – EF (representa o
saldo das mercadorias que, ao término do período, não foram comercializadas)
EI+C= Mercadorias disponíveis para venda no período
Encontra-se:
IRE (Índice de Realização dos Estoques) = 1- [(EF/(C+EI)]. (5)
Da totalidade das dívidas com fornecedores em confronto com a totalidade das
aquisições de mercadorias do período deduz-se o Índice de Pagamento a Fornecedores (IPF),
que tem por finalidade avaliar o percentual da totalidade da dívida quitada no período pelas
empresas, junto a seus credores de mercadorias. O resultado desse índice é obtido subtraindo-
se de 1 (um) o resultado da relação entre a dívida junto a fornecedores no final do período e o
montante da dívida do período, representado pela soma entre o montante das aquisições de
mercadorias adquiridas no período com o saldo da dívida junto aos fornecedores no final do
período anterior, correspondente ao saldo da dívida no início do período. Assim, obtém-se:
IPF (Índice de Pagamento a Fornecedores) = 1- [FF/(C+FI)]. (6)
Onde FF representa =Saldo Final de Fornecedores;
42
C = Aquisições de mercadorias no período
FI = Saldo Inicial de Fornecedores.
3.2 O Método e as Técnicas Adotadas
O procedimento metodológico empregado na condução do desenvolvimento deste
trabalho valeu-se do método dedutivo em sua abordagem e da natureza comparativa
exploratória em seus procedimentos. Comparativa, porque a finalidade foi a de buscar
semelhanças e explicar as divergências; exploratória, porque sua estruturação foi constituída a
partir de pesquisa documental, principal recurso empregado na coleta dos dados que dão
suporte ao estudo da situação financeira, proposto pelo objetivo geral (ANDRADE, 1999).
Por sua vez, a técnica consubstanciou-se em pesquisas de livros, artigos, revistas e, sobretudo,
nos sites especializados em negócios, com fins de obtenção dos relatórios econômico-
financeiros das empresas definidas na tabela 1, publicados em conformidade com a lei N0
6.404 (Lei das SA).
3.3 Coleta e estruturação dos dados
A coleta dos dados se deu no site da Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA). A
definição da mesma para a obtenção dos dados levou em consideração o poder fiscal de auto-
regulação conferida pela lei e pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) à Instituição, o
que pressupõe garantia de transparência e fidedignidade dos dados publicados pelas empresas
listadas pela BOVESPA, que negociam suas ações em pregão.
O critério adotado para definir as empresas para estudo baseou-se no maior número de
anos comuns de relatórios financeiros publicados no site da BOVESPA, posterior a
estabilização econômica (Plano Real – 1994), com a finalidade de atribuir densidade à
amostra e consistência nos dados. Nesse sentido, examinando atentamente os anos de
43
publicação dos demonstrativos financeiros, pôde-se constatar o intervalo entre 1999 a 2006,
como período comum de maior concentração de relatórios publicados pelas empresas
comerciais. As empresas Grazziotin, Guararapes Confecções, Lojas Hering, Lojas Renner,
Lojas Americanas, Globex Utilidades, Semp Toshiba, Dragasil e Dimed atenderam aos
critérios anteriormente definidos.
As empresas comerciais definidas para estudo atendem a classificação cíclica e não
cíclica, atribuída pela BOVESPA em função dos tipos e usos de produtos e serviços
desenvolvidos pelas mesmas. As empresas Grazziotin, Guararapes Confecções, Lojas Hering,
Lojas Renner, Lojas Americanas são classificadas no segmento de tecido, vestuário e calçado
do setor cíclico, uma vez que os bens comercializados por elas possuem característica de
consumo sazonal ou não rotineiro.
Ainda dentro do mesmo setor cíclico, encontram-se classificadas a Globex Utilidades
e a Semp Toshiba, alterando-se, tão somente, a segmentação atribuída a elas pela BOVESPA.
Estas duas empresas integram o segmento de eletrodoméstico.
Já as empresas Drogasil e Dimed foram classificadas pela BOVESPA em segmento e
setor distintos aos das empresas anteriores. Estas duas receberam classificação no segmento
de medicamentos do setor não cíclico, uma vez que os bens por elas comercializados possuem
critério rotineiro ou recorrente.
Definidos o setor e o corte do período (1999 a 2006) para estudo, foi constituído um
banco de dados, inseridos no anexo e apêndice deste trabalho, que deram suporte aos
procedimentos de análise.
44
3.4 Tratamento Estatístico dos dados
Há muitas hipóteses que poderiam ser levantadas pelos analistas financeiros a fim de
tentar explicar ou não o relacionamento de uma variável com o aumento ou a redução do giro
das mercadorias, e também com a extensão ou a retração do prazo de pagamento das mesmas,
aos fornecedores.
A fim de procurar explicar as causas das diferenças apresentadas entre os resultados da
medida SV das empresas estudadas por esta pesquisa, buscou-se analisar, por meio de
medidas estatísticas e técnicas de análise contábil, as variáveis compras, fornecedores,
estoques e custos, que produzem efeito na medida SV.
Vale ressaltar que as medidas de caráter econômico (lucratividade, rentabilidade etc.)
foram desconsideradas, visando a manter a integridade do objetivo deste trabalho: buscar
classificar as empresas segundo sua dinâmica financeira.
Sabe-se que quanto maior a freqüência de giro da mercadoria dentro do período,
menor será o prazo médio de retorno dela ao estoque, maior será o volume de margens
acumulada por ela no período e maior será a representatividade da margem acumulada dessa
mercadoria no resultado financeiro e econômico da empresa. Pela ótica do pagamento aos
credores das mercadorias vendidas, sabe-se que quanto maior for a freqüência de giro de
pagamento da mercadoria dentro do período, menor será o prazo médio de seu pagamento,
ensejando o estreitamento do Ciclo Financeiro, período compreendido entre o pagamento aos
credores e as vendas das mercadorias, em consonância com as considerações estabelecidas
por esta pesquisa para definir os Ciclos Operacional e Financeiro.
Diante de tantas possibilidades, o interesse maior deste estudo visa desenvolver uma
análise comparativa da situação financeira das empresas, classificadas por meio da Medida
45
Sinal Vital (SV), a partir do emprego das seguintes ferramentas de cálculos e procedimentos
de análise:
Cálculos contábeis e estatísticos empregados como instrumento para determinar a
Medida SV anual das empresas no período de 1999 a 2006, com a finalidade de construir uma
faixa de normalidade gráfica a partir da média anual da medida SV das empresas, média mais
desvio e média menos desvio, que permita estabelecer um parâmetro de classificação da
dinâmica financeira das empresas.
Análise das causas que mais contribuíram para o ano em que a medida SV tenha
apresentado melhor e pior destaque em toda a extensão do período de 1999 a 2006;
Análise da causa que afetou a medida SV no ano em que ela tenha apresentado a maior
oscilação no período de estudo.
Simulação da melhoria da variável que causou a oscilação acentuada, anteriormente
destacada, e análise do reflexo dessa melhoria nos Ciclos Operacional e Financeiro.
46
4. Apresentação e Discussão dos Resultados
Este capítulo apresenta e discute os dados dos relatórios das empresas comerciais que
foram objeto desta pesquisa, em consonância com o objetivo inicialmente proposto, ou seja,
desenvolver um sistema de análise que permita, por meio da Medida Sinal Vital (SV),
classificar as empresas comerciais segundo sua dinâmica financeira.
4.1 Simulação explicativa do impacto das operações com mercadorias no caixa
A vasta literatura sobre o estudo das finanças empresariais, relata que muitos dos
problemas relacionados a essa área são reflexos do mal dimensionamento de mercado
(CAMPOS, 2003; FRIZZO, CYRNE, 2000). Com efeito, o excesso de recursos aplicados
inadequadamente para aquisições de fatores de demanda mal dimensionados pode acarretar
danos à saúde financeira das empresas. Diante da grande variedade de bens exigidos para que
uma empresa inicie e mantenha suas atividades operacionais, cumpre destacar o papel das
mercadorias, frente às aplicações vultosas de recursos neste ativo que as empresas comerciais,
objeto desta pesquisa, necessitam investir.
Além disso, sabe-se que o dano financeiro de curto prazo provocado pelo
dimensionamento inadequado de mercado, junto com a equivocada aquisição de mercadorias,
está relacionado à obrigatoriedade do pagamento das mercadorias, independente de suas
vendas. Ainda sobre a mesma problemática, o mesmo efeito produzido nas finanças pode
ocorrer a partir de aquisições antecipadas de mercadorias, as quais visam à obtenção de
vantagens diante de preços exíguos e/ou prazos de pagamentos facilitados pelos fornecedores.
47
Em ambas as situações, no entanto, o risco corrido pelo caixa da empresa é elevado,
sobretudo quando ela opera com baixa liquidez, como é exemplificado na quadro 1 a seguir.
0 1.410 2.9103.500 3.700 3.8003.500 5.110 6.710
M1 M2 M3
Fornecedores 2.090 2.200 2.255
Impostos 760 800 820
(-) Atividades operacionais Cíclicas (g) Desembolsos 1.500 1.500 1.500
1.410 2.910 4.455
(f)
(h)
BENS DISPONÍVEIS PARA VENDAS
(b)
(c)
(d)
(e)
-2020
ESTOQUE FINAL
1.040 -980
OP
ER
AÇ
ÕE
S D
O P
ER
ÍOD
O
(=) Caixa Gerado no período pelas operações cíclicas e não-cíclicas
SALDO ACUMULADO DE CAIXA (i)
Resultado Cx Período
5.000 3.040 1.040
3.800
950
3.040
EVOLUÇÃO -460 -500 -520
SALDO INICIAL DE CAIXA (a)
FORNECEDORES (pagamentos de mercadorias não-comercializadas)
1.410 1.500 1.545
Alimentação do Caixa 1000 1025
(=) RESULTADO DO CAOS FINANCEIRO GERADO PELAS MERCADORIAS NÃO-VENDIDA
CAOS FINANCEIRO GERADO PELAS MERCADORIAS COM BAIXA ATIVIDADE DE GIRO
ESTOQUE INICIALCOMPRAS
PERÍODOS
-1960 -2000
ingressos gerados pelas operações do período
(-) Desembolsos garantidos pelas mercadorias vendidas
(=) Margem Financeira gerada pelas mercadorias vendidas
(-) Aniquilação das margens das mercadorias vendidas pelas não-vendidas
Vendas de Mercadorias 4.000 4.100
Quadro 1 - Efeito no caixa produzido por mercadorias estocadas com baixa atividade de giro, ao longo de três meses Fonte: Elaborado pelo autor
O quadro 1 acima ilustra a simulação do efeito provocado pela aquisição de
mercadorias com base em demandas mal planejadas. A partir desta perspectiva, observa-se o
declínio do saldo inicial de caixa (a), à medida que as operações o vão consumindo mês a
mês. O detalhamento do fluxo financeiro demonstrado na tabela anterior evidencia que o
montante de margem financeira gerada pelas mercadorias vendidas(d) foi insuficiente para
48
pagar as mercadorias não comercializadas (e). Então, o déficit financeiro resultante dessa
situação(f), adicionado ao valor dos gastos operacionais cíclicos(g) que dão suporte às
atividades de compra e venda das mercadorias, reduzem consideravelmente o saldo inicial de
caixa (h). Em suma, o valor aplicado nas mercadorias não-vendidas, além da absorção de
parcela significativa da margem financeira gerada pelas mercadorias vendidas, contribuiu
significativamente para o consumo da totalidade do saldo inicial de caixa, destacado na linha
“I” da coluna “M3” do quadro que apresentou a simulação acima.
O efeito sucessivo do consumo do caixa inicial produz um déficit nas finanças da
empresa ao término do período, obrigando o gestor a alterar a formatação de financiamento da
Necessidade de Capital de Giro (NCG). Assim, considerando a simulação realizada, a
empresa não consegue manter suas atividades operacionais com os recursos próprios e passa a
depender de fontes externas para financiar essas atividades. Cumpre destacar que essa
situação deficitária foi acarretada, exclusivamente, pelas mercadorias adquiridas em excesso.
Os resultados da aplicação de recursos em aquisições excessivas de mercadorias
podem implicar duas situações: por um lado, podem trazer benefícios imediatos de redução do
preço médio por item estocado, face aos descontos negociados junto aos fornecedores; por
outro lado, porém, podem acarretar danos irreparáveis às finanças tanto do cliente, quanto do
fornecedor, ao se pôr em perspectiva os efeitos produzidos por essa vantagem econômica de
curto prazo auferida, em relação a um prazo mais elástico. Um exame mais detalhado dessa
decisão permite identificar vantagens e desvantagens para ambas as partes relacionadas.
A vantagem, do ponto de vista do cliente, é representada pelo desconto no preço
unitário de compra, produzindo aumento na margem unitária de contribuição da mercadoria
vendida (diferença entre o preço de venda e o preço de custo da mercadoria). Em outra
perspectiva, percebe-se desvantagem em virtude do comprometimento financeiro dos
49
períodos mais curtos, acarretado pelas aplicações excessivas de recursos em mercadorias que
produzirão maiores ganhos em períodos futuros, quando vendidas.
Do ponto de vista do fornecedor, observa-se como vantagem a intensificação no ritmo
de comercialização. Esse fato produz o rápido retorno ao caixa dos recursos aplicados na
mercadoria, adicionados da margem de lucro, beneficiando, então, a dinâmica financeira no
curto prazo. No longo prazo, no entanto, as aquisições excessivas do cliente, que favoreceram
o caixa do fornecedor no curto prazo, podem vir a acarretar danos à manutenção dos ganhos
econômicos das vendas para este, em virtude de uma possível dificuldade financeira que
aquele possa vir a ter, devido aos excessivos recursos aplicados por ele em aquisições de
mercadorias.
Em síntese, a expansão das aplicações de recursos em aquisições de mercadorias pode
provocar uma seqüência de fatos que produzem efeitos nocivos ao capital de giro da empresa.
Então, o crescimento anormal dos estoques no final do período gera a redução do giro médio
das mercadorias, que amplia a extensão do tempo médio de rotação dos estoques e do ciclo
operacional, acarretando dano ao Ciclo Financeiro.
Considerando os aspectos financeiros anteriormente relatados, resultantes de decisões
gerenciais de aquisições de mercadorias, esta pesquisa abordou as empresas comerciais
selecionadas, visando a classificar o dinamismo financeiro das mesmas, segundo sistema de
avaliação em que a resultante SV seja a principal medida de aferição, conforme é apresentado
em seguida.
50
4.2 Cálculo, discussão e análise da evolução da medida SV das empresas, tomadas em conjunto, no período de 1999 a 2006.
A tabela 1 abaixo apresenta a evolução da medida SV por empresa, entre os períodos
1999 a 2006, a fim de permitir contextualizar o desempenho dinâmico-financeiro das
empresas e analisar os anos recortados para exame, que foram definidos pelos objetivos
específicos.
Tabela 1- Evolução da Medida SV das Empresas Comerciais listadas pela BOVESPA no período de 1999 a 2006
EVOLUÇÃO MEDIDA SV DAS EMPRESAS COMERCIAIS LISTADAS BOVESPA/ PERÍODO DE 1999 A 2006
Períodos Grazziotin Guararapes Hering Renner Americanas Ponto Frio
Semp Drogasil Dimed
1999 0,56 0,77 1,77 1,42 0,82 1,63 0,16 0,76 0,65
2000 0,61 0,95 0,62 1,41 1,14 1,16 0,11 0,80 0,78
2001 0,54 1,01 0,97 1,53 1,26 0,99 0,07 0,64 0,74
2002 0,54 0,84 0,96 1,89 1,24 0,73 0,08 0,49 0,63
2003 0,49 0,97 0,85 1,88 1,15 0,98 0,11 0,64 0,68
2004 0,41 0,87 0,72 1,84 0,99 0,85 0,17 0,67 0,58
2005 0,63 1,04 0,31 1,84 1,05 1,21 0,17 0,74 0,72
2006 0,65 0,73 0,38 1,44 1,03 1,00 0,07 0,69 0,67
Média 0,6 0,9 0,8 1,7 1,1 1,1 0,1 0,7 0,7
Fonte: Bovespa
A partir dos dados da tabela 1 acima, resultantes de cálculos extraídos dos relatórios
das empresas estudadas (v. apêndice), foi possível estruturar o gráfico 3 a seguir,
representativo da evolução da Medida Sinal Vital de cada empresa, para todos os anos do
período.
51
0,000,200,40
0,600,801,001,201,40
1,601,802,00
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Períodos
SV
Grazziotin Guararapes HeringRenner Americanas Ponto FrioSemp Drogasil Dimed
Gráfico 1 - Evolução da Medida SV das empresas comerciais estudadas no período de 1999 a 2006 - Brasil.
Fonte: BOVESPA
De um modo geral, o gráfico 1 anterior nos possibilita visualizar a deficiência
dinâmico-financeira das empresas Grazziotin, Guararapes (exceto 2001 e 2005), Semp,
Drogasil, Dimed e Hering (exceto 1999), uma vez que, considerando as exceções registradas,
em todos os anos do período estudado a dinâmica de giro das vendas das mercadorias dessas
empresas para seus clientes foi inferior àquela do respectivo pagamento das mesmas aos seus
fornecedores, o que implica resultado inferior a 1 nas medidas SV’s desse universo de
empresas. Ressalte-se que Sinal Vital é resultante da razão entre o Giro dos Estoques de
mercadorias(GE) com o Giro de Pagamento aos Fornecedores (GPF).
A título de exemplificação, tomemos por base a medida SV = 0,56 da empresa
Grazziotin no ano de 1999. O resultado dessa medida advém da razão entre o Giro de Estoque
de mercadorias (GE) = 3,1 e o Giro de Pagamento aos Fornecedores das mercadorias
(GPF)=5,6.
Aprofundando a exemplificação anterior, o GE resulta da razão entre o Custo
Acumulado das Mercadorias Vendidas no ano (CMV) = R$ 60.527.000,00 e o Estoque de
52
Mercadorias registrado no Final do ano (EF) = 19.617.000,00, conforme é observado na
tabela 2 abaixo.
Tabela 2 - Demonstrativo de Giro dos Estoques da Grazziotin em 1999.
Medidas 1999
CMV 60.527
(:) EF 19.617
(=) GE 3,09
Fonte: Elaborado pelo autor
Em contraposição ao GE, o GPF resulta da razão entre o montante de dívida anual
junto aos fornecedores de mercadorias, que é representado pelo somatório da dívida inicial
(FI) junto aos fornecedores de mercadorias no início do ano com as compras acumuladas(C)
durante todo o ano (FI +C) = R$ 73.434,000,00, e a dívida junto aos fornecedores de
mercadorias no final do ano (FF) = R$ 13.217.000,00, conforme é observado na tabela 3
abaixo.
Tabela 3 - Demonstrativo de Giro de Pagamento a Fornecedores da Grazziotin em 1999
Medidas 1999
FI 11.814
(+) C 61.620
(=) Dívida c/Forneced. ano 73.434
(:) FF 13.217
(=) GPF 5,56
Fonte: Elaborado pelo autor
A partir dos resultados de Giros (GE e GPF), calculados e demonstrados nas tabelas
anteriores, dá-se início, então, ao cálculo da medida Sinal Vital (SV), demonstrado na tabela 4
a seguir.
53
Tabela 4 - Demonstrativo da medida SV da empresa Grazziotin em 1999
Medidas 1999
GE 3,09
(:) GPF 5,56
(=) SV 0,56
Fonte: Elaborado pelo autor
Em síntese a análise da estrutura dos dados da tabela acima nos revela que a empresa,
apenas para suprir a deficiência dos 80 % de superação do GPF (5,56) sobre o GE (3,09),
precisaria ter encerrado o ano, supondo constantes as demais variáveis, com estoque de R$
10.886,00 e não os R$ 19.617,00 apresentados. Além da análise da medida SV do ano de
1999 da empresa Grazziotin e dos anos representados pelas exceções anteriormente citados
(1999, para empresa Hering; e 2001 e 2005, para a empresa Guararapes), a deficiência no giro
das mercadorias destas seis empresas, objeto desta discussão inicial, provocou deficiência no
Ciclo Financeiro Médio das mesmas, conforme é ilustrado pelo gráfico 2 a seguir.
55
8
39
185
2919
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
GRAZZIOTIN
GUARARAPES
HERING
SEMP
DROGASIL
DIMED
Empresas
Dias
CF
Gráfico 2 - Ciclo Financeiro (CF) médio das empresas Grazziotin, Guararapes, Hering, Semp, Drogasil e Dimed –1999 a 2006
Fonte: BOVESPA
54
Com vistas a melhor elucidar a leitura do gráfico 2 anterior, tomemos o resultado
médio do Ciclo Financeiro (CF) de 29 dias da empresa Drogasil. Este CF é resultado da
diferença entre o Ciclo Operacional (CO), correspondente, aqui, ao Prazo Médio de Rotação
dos Estoques (PMRE), e o Prazo Médio de Pagamento aos Fornecedores de Mercadorias
(PMPF). Assim, partindo-se de um exame dos dados do relatório da Drogasil no período de
1999 a 2006, anexados a esta pesquisa, pôde-se coletar e estruturar a tabela 5 abaixo.
Tabela 5 - CF médio da empresa Drogasil no período de 1999/2006.
Medidas Em dias
PMRE 85
PMPF 56
CF 29
Fonte: Elaborado pelo autor
Observa-se que, em média, as mercadorias dessa empresa se renovaram a cada 85 dias
no período, correspondente a seu PMRE ou ciclo de estocagem, o que significa dizer que a
empresa atingiu a velocidade de 4,3 giros no ano (365 dias /85 dias). Atendo-se, ainda, ao
exame da mesma tabela acima, pode-se denotar que a cada 56 dias (PMPF - 56 dias) a
Drogasil pagou por suas mercadorias, o que implica dizer que as dívidas com fornecedores de
mercadorias alcançaram a velocidade de 6,5 giros (365 dias / 56 dias) no ano. Denota-se,
então, que a diferença entre os 85 dias do PMRE e dos 56 dias do PMPF resultam na extensão
dos 29 dias do CF da Drogasil, demonstrado no gráfico 4 anterior. Em suma, a consolidação
das leituras dos resultados demonstrados anteriormente nos permite inferir que, em média, a
Drogasil pagou por suas mercadorias a seus fornecedores 29 dias antes de vendê-las a seus
clientes.
Em contraposição às empresas do primeiro universo, destacadas anteriormente para
discussão, posicionam-se a Renner, Americanas e Ponto Frio, cujos CF médios anuais, no
55
período 1999 a 2006, evidenciam desempenho de gestão das finanças de curto prazo mais
eficaz, conforme é ilustrado pelo gráfico 3 abaixo.
-36
-6
0
-40
-35
-30
-25
-20
-15
-10
-5
0
5
RENNER AMERICANAS PONTO FRIO
Empresas
Dia
s
CF MÉDIO
Gráfico 3 - Ciclo Financeiro (CF) médio das empresas Renner, Americanas e
Ponto Frio- 1999 a 2006 Fonte: BOVESPA
Tomemos então o resultado médio do Ciclo Financeiro (CF) de – 6 dias da empresa
Americanas para elucidar o posicionamento inverso dos resultados dos Ciclos obtidos por
essas três empresas, em comparação à posição dos Ciclos das seis empresas tomadas em
conjunto para discussão, anteriormente. Partindo-se de uma pesquisa dos dados dos relatórios
da empresa Americanas foi possível estruturar a tabela 6 abaixo .
Tabela 6 - CF médio da empresa Americanas no período de 1999/2006
Medidas Em dias
PMRE 84
PMPF 90
CF -6
Fonte: Elaborado pelo autor
Os resultados das medidas apresentados na tabela 6 acima nos revelam que, em média,
as mercadorias comercializadas pela empresa Americanas se renovaram de 84 em 84 dias no
ano, resultando em 4,3 giros (365 dias /84 dias) do estoque das mercadorias no ano. No outro
56
oposto, o tempo médio alongado de 90 dias obtido junto aos fornecedores para pagar pelas
aquisições de mercadorias produziu um benefício de 6 (seis) dias de folga (84 dias – 90 dias)
de Capital de Giro Dinâmico (representado pela venda e pagamento das mercadorias). Com
efeito, a gestão mais eficiente na administração dos pagamentos aos fornecedores, na ordem
de 4 giros (365 dias/90 dias) pela empresa Americanas, em relação aos 4,3 giros(365 dias /84
dias) das vendas de mercadorias a seus clientes, reflete o resultado do CF da Americanas
ilustrado no gráfico 3. Em síntese, constata-se que a Americanas, em média, comercializa as
mercadorias a seus clientes 6(seis) dias antes de pagar por elas a seus fornecedores.
Assinaladas e discutidas as razões que explicam a segmentação das seis empresas com
dinamismo financeiro desfavorável em relação às outras três, com dinamismo favorável, deu-
se início à construção de um parâmetro, a partir da vasta extensão de dados, com a finalidade
de estruturar a figura 4, e, então visualizar a posição da medida SV das empresas por ano,
para todo o período de estudo. Diante dessa observação pôde-se classificar a dinâmica
financeira em função do critério de intensidade com que a medida SV das empresas se
posicionou, anualmente, em relação à faixa de normalidade, determinada pelo intervalo entre
a linha superior à média anual da medida SV das empresas e a linha inferior à média da
medida SV.
Definida a faixa de normalidade como parâmetro, o critério para definir as empresas
com dinamismo financeiro favorável e desfavorável, quanto ao aspecto dinâmico-financeiro,
consubstanciou-se na incidência com que as medidas SV’s das empresas se posicionaram fora
do parâmetro, entre o período de 1999 a 2006.
57
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
Empresas
SV
- 1
999 SV
média
média-desvio
média+desvio
0,0
0,5
1,0
1,5
Empresas
SV
- 2
000
SV
média
média-desvio
média+desvio
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
Empresas
SV
- 2
001 SV
média
média-desvio
média+desvio
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
Empresas
SV
- 2
002 SV
média
média-desvio
média+desvio
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
Empresas
SV
- 2
003 SV
média
média-desvio
média+desvio
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
Empresas
SV
média
média-desvio
média+desvio
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
Empresas
SV
- 2
005
SV
média
média-desvio
média+desvio
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
Empresas
SV
- 2
006
SV
média
média-desvio
média+desvio
Figura 4 - Seqüência gráfica anual do desempenho dinâmico-financeiro das empresas estudadas no período de 1999 a 2006.
Fonte: BOVESPA
Hering - Melhor dinâmica Semp - Pior dinâmica financeira
58
Visando melhor elucidar a leitura da figura 4 anterior, tomemos o gráfico do ano de
1999 como parâmetro para descrever o dinamismo financeiro das empresas em relação à
classificação atribuída pela medida SV. Nesse ano, e somente nele, podemos verificar que a
empresa Hering apresentou dinamismo favorável na gestão de suas finanças e a Semp,
desfavorável. Essa posição reflete o resultado alcançado pela razão entre o Giro de seus
estoques de mercadorias (GE) e o Giro de pagamento das mesmas a seus fornecedores (GPF).
O GE deriva da razão entre o Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) e o saldo do Estoque
de mercadorias no final do período (EF), cujos cálculos encontram-se demonstrados na tabela
7 abaixo.
Tabela 7 - Hering x Semp - Demonstrativo de Giro dos Estoques em 1999
1999 – em mil R$ Medidas
Hering Semp
CMV 345
9.007
(:) EF 75 5.451
(=)GE 4,6 1,5
Fonte: Elaborado pelo autor
Por sua vez, o GPF deriva da razão entre o somatório das compras do período com o
saldo da dívida junto aos fornecedores no início do período (c + FI) e o saldo da dívida com
os fornecedores no final do período (FF), demonstrados na tabela 8 abaixo.
Tabela 8 - Hering x Semp - Demonstrativo de Giro de Pagamento a Fornecedores em 1999
1999 – em mil R$ Medidas
Hering
Semp
FI 242
837
(+) C 293 8.580
(=) Dívida c/Forneced. ano 639 9.417
(:) FF 206 1.025
(=) GPF 2,6 9,1
Fonte: Elaborado pelo autor
59
Um exame mais detido nos resultados das medidas apresentadas na tabela 7 e 8
anteriores nos permite observar os motivos do posicionamento das medidas SV dessas
empresas no primeiro gráfico do ano de 1999.
Destacando a Hering em primeiro lugar, podemos observar que a superioridade de seu
desempenho financeiro pode ser atribuída à alta rotatividade das vendas de suas mercadorias
para seus clientes no ano (4,6 giros), conjugada à baixa rotatividade de pagamento dessas
mercadorias para seus fornecedores (2,6 giros). Constata-se, a partir desses resultados de giro,
que o Prazo Médio de Renovação dos Estoques (PMRE) de mercadorias da Hering atingiu a
marca de 79 dias (365 dias/4,6 giros), contra um Prazo Médio de Pagamento a Fornecedores
(PMPF) de 140 dias (365 dias / 2,6 giros). Em suma, esses resultados revelam que a Hering,
nesse ano, teve seu ciclo de estocagem financiado por seus fornecedores, ou seja,
comercializou suas mercadorias a seus clientes 61 dias antes de pagar por elas a seus
fornecedores (comprou em t=0, comercializou em t= 79dias e pagou em t=140 dias).
Examinando a Semp em segundo lugar, podemos inferir que a causa de sua medida
SV ter se posicionado na parte inferior, externa à faixa de normalidade, derivou-se da
combinação entre a baixa rotatividade das vendas de suas mercadorias no ano (1,5 giros) com
a alta rotatividade de giro de pagamento das mesmas a seus fornecedores (9,1 giros). Destaca-
se, então, o efeito dessa combinação danosa à saúde financeira de curto prazo da Semp,
constatado pelo vagaroso Prazo Médio de Renovação de Estoques (PMRE) de mercadorias de
243 dias (365 dias / 1,5 giros) e, em contraposição, do acelerado Prazo Médio de Pagamento a
seus Fornecedores (PMPF) de 40 dias (365 dias /9,1 giros). Em síntese, esses resultados nos
revelam que a Semp precisou pagar as mercadorias adquiridas de seus fornecedores, em
média, 203 dias antes de comercializá-las para seus clientes (comprou em t=0, comercializou
em t= 243 dias e pagou em t= 40 dias).
60
Do acima exposto, e considerando o exame mais detido dos gráficos de todos os anos
do período, fator que motivou a construção da figura 4, podemos destacar a Renner e a Semp
como as empresas que apresentaram dinâmica financeira mais favorável e desfavorável,
respectivamente, no período. Tal conclusão baseou-se na maior incidência de posicionamento
das medidas das SVs das empresas a cada ano, em todo o período. Atendo-se ainda à tipologia
da figura apresentada anteriormente, podemos constatar que, enquanto a medida SV da
Renner se posicionou com maior incidência no extremo superior à faixa de normalidade
(média mais desvio e média menos desvio) em quase todos os anos do período, a medida SV
da Semp, ao contrário, situou-se com maior incidência no extremo inferior à faixa de
normalidade. A análise das variáveis que contribuíram para os resultados alcançados por essas
empresas é discutida na seção seguinte.
4.3 Renner x Semp. Uma análise das variáveis componentes da medida SV que contribuíram para o ano de destaque dinâmico-financeiro.
A partir da definição da Renner e da Semp como empresas que mais se destacaram no
período, buscou-se recortar o ano em que a medida SV dessas empresas apresentou
posicionamento mais acentuado, com o objetivo de estudar as variáveis componentes da
medida SV que contribuíram para esse comportamento.
Inicialmente, contudo, vale ressaltar que os indicadores empregados aqui foram
estruturados a partir da relativização dos dados dos relatórios econômico-financeiros das
empresas estudadas, com a finalidade de buscar anular a influência advinda de fatores
macroeconômicos na resultante das medidas utilizadas nas análises realizadas.
Ainda que se entenda a baixa probabilidade de interferência de fatores externos, diante
das análises partirem de resultados relativizados, de um modo geral, as empresas comerciais
61
no ano de 2002 apresentaram grandes0 dificuldades provocadas pela instabilidade no mercado
internacional, devido a fortes pressões sofridas pelos Estados Unidos, oriundas de conflitos
políticos que atingiram o mercado nacional, por efeito, resultando na desvalorização de nossa
moeda. Como se não bastasse esse fato, as tarifas de água, energia, combustível, cobradas
pelo governo, sofreram aumentos significativos, resultando na queda na renda disponível para
consumo da população. Não obstante o fato de tais fatores haverem afetado o desempenho das
empresas comerciais, que apresentaram o crescimento ínfimo de 5,61% no Brasil, segundo
dados do relatório de Administração da Renner, disponível no site da BOVESPA, registre-se
aqui o destaque do crescimento de 24,1% alcançado por esta empresa, neste ano. Tal
desempenho se deu em função, principalmente, das melhorias implementadas no transcurso
do ano, que incluíram desde a montagem das coleções e novas tecnologias de comercialização
até os processos logísticos e de negociação, investindo na qualidade de formação de seu
quadro funcional e diminuindo despesas operacionais. Por outro lado, apesar da Semp ter
apresentando um crescimento de 15% em vendas, conforme constatado em seu relatório
financeiro anexo, o mesmo desempenho de crescimento não se confirmou em sua dinâmica
financeira, como será analisado no desenvolver deste tópico. Com isso, pode-se constatar que
o crescimento das vendas pode não garantir boa saúde financeira.
Registre-se, ainda, que o crescimento da Renner no ano de 2002 contribuiu para seu
destacado desempenho dinâmico-financeiro, refletido pelo posicionamento de seu indicador
SV, que, naquele ano, apresentou o maior resultado do período (SV=1,89), frente aos
resultados desse indicador obtidos pelas demais empresas comerciais estudadas.
O planejamento dos investimentos de uma empresa contempla a destinação de
recursos para as imobilizações (bens de capital) e para o capital de giro. Vale ressaltar que,
para uma empresa comercial, a gestão dos estoques de mercadorias representa uma das
principais preocupações dos gestores, por conta dos vultosos recursos aplicados neste ativo,
62
que consomem uma relevante fatia do montante necessário ao financiamento de capital de
giro.
Diante disso, e a partir do estudo da razão entre as variáveis Custos das Mercadorias
Vendidas (CMV) e Estoque Final (EF), podemos analisar os significados dos resultados da
dinâmica financeira das empresas, do pondo de vista do desempenho de giro de seus estoques
de mercadorias. Vale esclarecer, inicialmente, que o CMV representa o saldo acumulado das
vendas das mercadorias ao preço líquido de compra, registrado na ficha de controle de
estoque das mesmas. Em outras palavras, toda vez que uma mercadoria é vendida, o valor
líquido de aquisição dela vai se acumulando na conta CMV. Então, no final do período
analisado, espera-se que o saldo acumulado nesta conta de Custo incorpore muitas vezes o
saldo registrado na conta Estoque Final de mercadorias, por conta da eficiência das vendas,
cuja intensificação eleva o saldo na conta CMV e reduz o saldo da conta Estoque no final do
período.
Tabela 9 - Giro dos Estoques(GE) da Renner e da Semp
Fonte: BOVESPA
Os resultados de giro demonstrados pelos cálculos da tabela 9 acima evidenciam o
motivo da vantagem obtida pela Renner frente a Semp, no que tange à análise comparativa da
eficiência das vendas dos estoques de mercadorias entre ambas as empresas em 2002. Como
se observa, o elevado índice de rotação dos estoques da Renner, comparado ao giro dos
estoques da Semp, revela a vantagem, isolada, deste indicador, que deve ser confrontado com
o de Giro de Pagamento aos Fornecedores de mercadorias para se avaliar o desempenho entre
o dinamismo financeiro da primeira empresa em relação ao da segunda. No entanto, embora
ÍNDICES \ EMPRESAS – Ano 2002
SEMP
RENNER
CMV (custo da mercadoria vendida) 8.018 409.184
EF 6.624 52.106
GE 1,2 7,8
63
ainda não se possa inferir a respeito do resultado do dinamismo financeiro entre ambas as
empresas, pois ainda não se tem estruturado o Giro de Pagamento aos Fornecedores (GPF) de
mercadorias das mesmas, ao se migrar para a análise da extensão do Ciclo das Operações
(CO), cujo resultado repercute na extensão do Ciclo Financeiro (CF), a superioridade do
índice de eficiência de vendas (GE) da Renner sobre a Semp faz a diferença, conforme
demonstrado pelos cálculos da tabela 10 abaixo.
Tabela 10 - Prazo Médio de Rotação dos Estoques de Mercadorias da Renner e da Semp
Fonte: BOVESPA
De acordo com a tabela 10 acima, o resultado do PMRE da Semp aponta evidência
significativa da causa de sua deficiência dinâmco-financeira, atestada a partir das pesquisas e
cálculos abaixo, devido ao fato de suas mercadorias aguardarem, em média, 304 dias para se
renovarem no estoque, o que implica uma quantidade menor de Ciclo de Margens de
Contribuição (preço de venda menos o custo das mercadorias e impostos) retornando ao caixa
da empresa. Por outro lado, o PMRE da Renner evidencia a robustez de seu dinamismo
financeiro, uma vez que suas mercadorias, em média, são renovadas no estoque a cada 47
dias. Esse fato nos possibilita interpretar que a quantidade dos Ciclos de Margens de
Contribuição alcançada pela Renner supera em 5,5 vezes [(304dias /47dias)-1] a obtida pela
Semp, o que pode explicar a diferença entre o desempenho financeiro dinâmico entre ambas
as empresas, que depende, ainda, do exame mais detido da análise do Giro de Pagamento aos
Fornecedores (GPF) de mercadorias, cujos cálculos são apresentados abaixo pela tabela 11 a
seguir.
ÍNDICADORES \ EMPRESAS – Ano 2002
SEMP
RENNER
Período anual ( em dias) 365 365
GE 1,2 7,8
PMRE 304 dias 47 dias
64
Tabela 11 - Giro de Pagamento a Fornecedores (GPF) da Renner e da Semp
INDICADORES \ EMPRESAS – Ano 2002
SEMP
RENNER
Compras (C) 8.638 410.581
(+) FI (Fornecedor Inicial) 467 100.489
(=) Dívida total junto aos Fornecedores Mercadorias no ano 9.105 511.070
(:) FF (Fornecedor Final) 571 122.670
(=) GPF ( giro pagamento a fornecedores) 15,9 4,2
Fonte: BOVESPA
A partir do GPF da Semp e da Renner apresentados na tabela 11 acima, toma-se o
exame dos Prazos Médios de Pagamento aos Fornecedores (PMPF), apresentados na tabela 12
abaixo.
Tabela 12 - Prazo Médio de Pagamento aos Fornecedores de Mercadorias da Renner e da Semp
Fonte: BOVESPA
Conjugando, agora, a interpretação dos resultados do PMRE, apresentado na tabelas
10 anterior, com a do PMPF, e tabela 12 acima, pode-se concluir, com base nos indicadores
de análise das demonstrações financeiras, que a gestão da dinâmica financeira da Renner foi
muito superior a da Semp, conforme demonstrado pela tabela 13 abaixo.
Tabela 13 – Efeitos da Gestão dos Prazos Médios nos Ciclos Financeiros da Renner e da Semp em 2002
Fonte: BOVESPA
Um exame detido dos resultados de Prazos Médios (PMRE e PMPF) e do Ciclo
Financeiro (CF), demonstrados pela tabela acima, permite-nos constatar a vantagem
significativa alcançada pela Renner em sua dinâmica financeira, frente à obtida pela Semp,
conforme melhor elucidado pela figura 5 abaixo.
ÍNDICADORES \ EMPRESAS – Ano 2002
SEMP
RENNER
Período anual (em dias) 365 365
GPF 15,9 4,2
PMPF 23 dias 87 dias
ÍNDICADORES \ EMPRESAS – Ano 2002 SEMP RENNER
PMRE 304 dias 47 dias
(-) PMPF 23 dias 87 dias
(=) Ciclo Financeiro ( CF) 281 dias 40 dias
65
t = 0 t = 23d t = 304d
t = 0 t = 47d t = 87d
Figura 5 - Comparação dos Ciclos Financeiros da Renner e Semp Fonte: Elaborado pelo autor
A interpretação dos dados, com a observação da figura 5 acima, permite-nos constatar
os motivos que proporcionaram a Renner obter vantagem sobre a Semp, quanto ao aspecto
dinâmico-financeiro. Podemos observar que, enquanto a Semp paga a seus fornecedores a
cada 23 dias após aquisição das mercadorias, a Renner o faz a cada 87 dias. Na contraposição
ao pagamento dos Fornecedores de mercadorias, pode-se constatar que, enquanto as
mercadorias da Semp aguardam em média 304 dias para serem comercializadas, as da Renner
são vendidas aos clientes em 47 dias. Esses fatos esclarecem os motivos do posicionamento
das medidas SV dessas empresas, conforme podemos observar na tabela 14 a seguir.
Compra Venda Paga
Ciclo Financeiro = 281 d
Compra Paga Venda
CF = - 40 dias
Semp
Renner
66
Tabela 14 - Demonstrativo do SV da Renner e da Semp
Medidas / ano 2002 Renner Semp
CMV (Custo Vendas) 409.184 9.258
(:) EF (Estoque Final) 52.106 6.624
(=) GE 7,85 1,4
SV 1,89
0,08
(=) GPF 4,16 15,9
(:) FF (fornecedor Final) 122.670 571
(=) Dívida c/Fornec. Ano 511.070 9.105
(+) FI (Fornecedor Inicial) 100.489 467
C ( compras) 410.581 8.638
Fonte: Elaborado pelo autor
Legenda:
Sentido da Equação Giro dos Estoques (GE)
Medida Sinal Vital
Sentido da Equação Giro de Pagamento aos Fornecedores (GPF)
Vale, então, assinalarmos todos os procedimentos técnicos, fundamentados na análise
financeira, que resultaram na classificação dinâmico-financeira atribuída a Renner e a Semp
pela medida SV. Primeiramente, descreveram-se todas as medidas financeiras envolvidas na
análise. Em seguida estruturaram-se os cálculos das mesmas, que foram demonstrados nas
tabelas anteriores, estruturadas para melhor elucidar a compreensão dos fatos. Por fim, e a
partir dos resultados das medidas que integram o sistema proposto no objetivo deste trabalho,
foram realizadas as análises dos fatores que influenciaram o resultado da medida.
67
4.4 Análise comparativa do desempenho dinâmico-financeiro da Hering, empresa que experimentou maior variação no índice SV, no intervalo de 1999 para 2000.
Neste tópico são estudadas as causas que contribuíram para que a medida SV da
Hering tivesse sofrido a queda mais acentuada do período. O gráfico 4 abaixo nos permite
observar a evolução da Medida Sinal Vital da empresa em todo o período de 1999 a 2006.
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
1,8
2,0
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
período em anos
med
ida
SV
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
Gráfico 4 – Destaque do ano em que a medida SV mais oscilou no período 1999 – 2006 - (Hering)
Fonte: BOVESPA
A observação mais detida do gráfico nos leva destacar o ano de 2000 para estudo, com
a finalidade de analisar os componentes integrantes da medida SV que contribuíram com a
queda de desempenho dinâmico-financeiro da Hering naquele ano. Determinado o corte do
período, cabe assinalar que os procedimentos empregados para dar suporte à análise se
valeram dos Indicadores de Realização dos Estoques (IRE) e de Pagamento aos Fornecedores
(IPF), abaixo interpretados e definidos.
68
Os Indicadores de (1) Realização dos Estoques (IRE) e (2) Pagamentos aos
Financiadores de Mercadorias (IPF), anteriormente citados, podem ser interpretados e
definidos da seguinte forma:
(1) IRE - revela o percentual das mercadorias comercializadas dentro do período, em
relação à totalidade das mercadorias que, no período, estiveram disponíveis para vendas. A
estimativa do IRE é dada por:
IRE: 1 – [EF/ (EI + C)] onde:
EF – Estoque final; EI – Estoque Inicial; e C – Compras.
(2) IPF – indica o percentual da dívida paga aos financiadores de mercadorias, em
relação à totalidade da dívida registrada no período, junto a esses credores. A estimativa do
IPF é realizada a partir da expressão:
IPF: 1- [FF/ (FI + C)] onde:
FF – Fornecedor Final; FI – Fornecedor Inicial; e C – Compras.
Então, com base nos dados do relatório financeiro da Hering, foi possível estruturar a
tabela 15 a seguir, com a finalidade de calcular os IRE e IPF da Hering nos anos de 1999 e
2000.
69
Tabela 15 - Índice de Pagamento de Fornecedores (IPF) de Mercadorias da Hering de 1999 e 2000.
EMPRESA HERING – em mil R$ Ano 1999 Ano 2000
(a) Índice 1 1
(b) Fornecedor Final (FF) 206 97
(c) Fornecedor Inicial (FI) 242 206
(d) Compras (C) 293 227
(e) = (c + d) Total de Dívidas no Período 535 433
(f) = [a-(b/e)] Índice de Pagamento Fornecedor 61% 78%
Fonte: BOVESPA
Visando elucidar os resultados dos IPF obtidos na tabela 15 acima, tomou-se por
referência o IPF de 1999, para descrever que o IPF(f) foi alcançado pela diferença entre o
índice 1(a) do resultado da razão entre FF (b) com a totalidade da dívida junto aos credores de
mercadorias(e).
A evolução do IPF da Hering, entre 1999 e 2000, nos revela que a empresa passou a
desembolsar um volume maior de recursos em 2000 para honrar o pagamento aos seus
fornecedores de mercadorias (IPF), conforme ilustrado pelo gráfico 5 abaixo.
61%
78%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
1999 2000
IPFLinear (IPF)
Gráfico 5 - Evolução do IPF da Hering dos anos de 1999 para 2000. Fonte: BOVESPA
70
O crescimento de 17% do IPF da Hering, ilustrado no gráfico 5 anterior, produz
evidências que podem explicar a queda no desempenho dinâmico financeiro da empresa no
ano de 2000. Considerando-se tal possibilidade, pode-se detalhar os efeitos desse crescimento
de desembolso aos Fornecedores na medida SV e no Ciclo Financeiro (CF) da Hering.
A partir dos dados dos relatórios da Hering do ano de 2000, pôde-se estruturar a tabela
16 abaixo, com a finalidade de iniciar o processo de análise financeira que constate a
evidência apontada anteriormente, baseada no crescimento do IPF.
Tabela 16 - Evolução do Giro de Pagamento a Fornecedores (GPF) de Mercadorias da Hering de 1999 para 2000
Hering – em mil R$ Medidas
1999 2000
FI (Fornecedor Inicial) 242 206
(+) C (compras) 293 217
(=) Dívida anual Fornec. 639 423
(:) FF (Fornecedor Final) 206 97
(=) GPF 2,6 4,4
Fonte: Elaborado pelo autor
O crescimento de 69% do Giro de Pagamento a Fornecedores (2,6 para 4,4), primeira
etapa do processo da análise financeira, visto na tabela 16 acima, produziu a redução de 57
dias (140 para 83) no Prazo Médio de Pagamento aos Fornecedores (PMPF) da Hering,
segunda etapa de análise, conforme se observa na tabela 17 abaixo.
Tabela 17 - Evolução do Prazo Médio de Pagamento a Fornecedores (PMPF) de Mercadorias da Hering de 1999 para 2000
Fonte: BOVESPA
Em contraposição à análise do IPF, e dando seqüência à análise inicial que visa a
constatar as razões da acentuada queda na dinâmica financeira da Hering, dá-se início ao
Hering
ÍNDICADORES 1999 2000
Período anual (em dias) 365 365
GPF 2,6 4,4
PMPF 140 dias 83 dias
71
estudo do Índice de Realização das Mercadorias (IRE), cuja evolução é calculada e
demonstrada pela tabela 18 abaixo.
Tabela 18 - Índice de Realização dos Estoques de Mercadorias da Hering do ano de 1999 e 2000
EMPRESA HERING Ano 1999 Ano 2000
(a) Número de Índice 1 1
(b) Estoque Final (EF) 75 80
(c) Estoque Inicial (EI) 127 75
(d) Compras (C) 293 227
(e) = ( c+d) (Mercadorias Disponíveis no Período 420 302
(f) = [ a-(b/e)] Índice de Realização Estoques (IRE) 82% 74%
Fonte: BOVESPA
A partir dos resultados obtidos na tabela 18 acima, identifica-se o declínio de 8% do
IRE da Hering, ilustrado pelo gráfico 6 a seguir, que evidencia os motivos deste
comportamento, em sua dinâmica financeira no ano de 2000.
Nesse mesmo ano, conforme seu relatório da administração (BOVESPA, 2000), a
Hering sofreu a perda de mais da metade de seus colaboradores, e uma queda de 20,3% nas
vendas de suas mercadorias. Tal ocorrência ratifica a evidência apontada no parágrafo
anterior.
72
82%
74%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
1999 2000
IRELinear (IRE)
Gráfico 6- Evolução do Índice de Realização dos Estoques de Mercadorias da Hering de 1999 para 2000.
Fonte: base primária dos dados
A partir dos dados dos relatórios da Hering do ano de 2000, foi estruturada a tabela 19
abaixo, com a finalidade de buscar constatar a evidência apontada anteriormente, baseada no
declínio do IRE.
Tabela 19 - Evolução do Giro de Rotação dos Estoques (GE) de Mercadorias da Hering de 1999 para 2000.
Hering – em mil R$ Medidas
1999 2000
CMV (Custo Vendas) 345 222
(:) EF (Estoque Final) 75 80
(=) GE 4,6 2,8
Fonte: Elaborado pelo autor
A queda de 39% no Giro das mercadorias (4,6 para 2,8), visto na tabela 19 acima,
ampliou em 51 dias(130-79) o Prazo Médio de Renovação dos Estoques (PMRE) da Hering,
conforme se observa na tabela 20 seguinte.
73
Tabela 20 - Evolução do Prazo Médio de Renovação dos Estoques (PMRE) de Mercadorias da Hering de 1999 para 2000
Fonte: BOVESPA
A partir dos resultados das medidas empregadas nas análises anteriores pode-se
constatar, então, as evidências observadas, quanto aos motivos do acentuado declínio do
dinamismo financeiro da Hering, advindos da conjugação do crescimento dos desembolsos
aos Fornecedores, que provocou a redução do PMPF, e da queda na Rotação das vendas de
suas mercadorias, que acarretou no aumento da extensão do PMRE.
Vale assinalar, por fim, que o crescimento adverso do IPF e do GPF, conjugado ao
declínio do IRE e do GE, anteriormente demonstrados e interpretados, evidenciaram as causas
da abrupta queda de 64,5% da medida SV da empresa (1,77 em 1999 para 0,62 em 2000). A
tabela 21 abaixo retrata as medidas de GE e de GPF, cuja razão dá origem à medida SV e que
foram empregadas como apoio no desenvolvimento da análise, em relação às evidências
observadas a partir dos resultados dos IPF e IRE.
Tabela 21 - Síntese do efeito produzido pelo crescimento do IPF e do declínio do IRE, na medida SV.
Fonte: Elaborado pelo autor
Hering
ÍNDICADORES 1999 2000
Período anual (em dias) 365 365
GE 4,6 2,8
PMRE 79 dias 130 dias
Anos \ medidas Giro Estoque
(GE)
Giro Pagament. a Fornecedores.
(GPF)
SV
1999 4,6 2,6 1,77
2000 2,8 4,4 0,62
74
4.5 Simular a melhoria de uma variável componente da medida SV e avaliar a repercussão dos efeitos nos Ciclos Operacional e Financeiro da Hering em 2000.
Com base na estruturação dos dados obtidos nos relatórios da Hering, procedeu-se à
apresentação dos Ciclos Operacional e Financeiro a cada ano do período estudado, ilustrado
pelo gráfico 7 abaixo, com a finalidade de estudar o ano de 2000, quando se pôde constatar a
ocorrência de uma variação mais acentuada da medida SV em todo o período, apresentada no
gráfico 6 do tópico anterior.
79
132155
173
199
267
347
311
141
8296
-61
50
16 14
42
100
251
207
156159139
104
167
-100
-50
0
50
100
150
200
250
300
350
400
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Anos
Dia
s
CO
PMPF
CF
Gráfico 7 - Evolução dos Ciclos Operacional (CO) e Financeiro da Hering, anualmente, no período 1999 a 2006.
Fonte: BOVESPA
A observação do gráfico 7 acima nos permite identificar que 1999 foi o único ano do
período estudado, em que o Ciclo Financeiro da Hering alcançou desempenho favorável (– 61
dias). Essa vantagem é explicada a partir da análise do Ciclo Operacional e do Prazo Médio
de Pagamento a Fornecedores (PMPF). A primeira variável, o Ciclo Operacional (CO), que
corresponde ao Prazo Médio de Renovação dos Estoques (PMRE), apresentou um
75
alongamento de 79 dias. O PMPF, por sua vez, correspondeu a uma extensão de 141 dias.
Assim, podemos constatar que a Hering em 1999, e apenas neste ano, comercializou suas
mercadorias, em média, 61 dias antes de pagar por elas. Esse benefício resultou na folga de
capital de giro, proporcionada pelo financiamento espontâneo dos fornecedores, que
garantiram a cobertura de recursos por um prazo médio superior ao ciclo de estocagem da
empresa (período compreendido entre a aquisição da mercadoria e a venda da mesma). Vale
registrar que em todos os demais anos do período a Hering apresentou deficiência de capital
de giro.
Do período total analisado aqui, e ilustrado pelo gráfico 9 anterior, foram recortados
para estudo os anos de 1999 e 2000, período em que a Hering apresentou a queda mais
acentuada em sua dinâmica financeira, caracterizada pela migração da folga de capital de giro,
anteriormente explicada, para uma necessidade de 50 dias de cobertura de seu Ciclo
Financeiro, que é calculado pela diferença entre o CO e o PMPF. O gráfico 8 abaixo ilustra a
evolução dos Ciclos representativos dos intervalos recortados.
79
132
141
82
0
20
40
60
80
100
120
140
160
1999 2000
Dia
s COPMPF
Gráfico 8 - Evolução dos CO e do PMPF nos anos de 1999 para 2000 da Hering. Fonte: BOVESPA
76
Em 2000, a Hering apresentou forte declínio em seu posicionamento financeiro,
evidenciado pela combinação da ampliação de seu Ciclo Operacional, expandido em 53 dias
(79 dias em 1999 para 132 dias em 2000), juntamente com o estreitamento do Prazo Médio de
Pagamento aos seus credores de mercadorias, recuado em 59 dias (141dias em 1999 para 82
dias em 2000). O efeito dessa articulação desfavorável ensejou a necessidade de cobertura de
110 dias de Ciclo Financeiro (61 dias de folga financeira em 1999 para 49 dias de necessidade
financeira em 2000).
Posto isso, procedeu-se à investigação pormenorizada do comportamento das
variáveis, componentes da medida SV, que impactaram os Ciclos Operacional e Financeiro
em 2000, ano em que a Hering apresentou o declínio mais acentuado em sua dinâmica
financeira.
Com a finalidade de demonstrar a repercussão da melhoria da variável compras na
gestão da dinâmica financeira da Hering, promoveu-se a adequação da programação de
aquisições de mercadorias, reestruturando-se os dados de compras. Nesse sentido, descreve-se
na tabela 22 abaixo a premissa para desenvolver a simulação relatada.
Tabela 22 - Premissa para simular os efeitos da melhoria da medida SV nos Ciclos Operacional e Financeiro.
Fonte: Elaborado pelo autor
Diante da ausência de um parâmetro definido para estabelecer o percentual para a
premissa, recorreu-se, para fins específicos da análise proposta neste tópico, ao art. 247 da lei
nº 6.404/76 (Lei das S.A.) e ao art. 4° da Instrução nº 247 da Comissão de Valores
Mobiliários (CVM), que estabelecem 10% como percentual relevante para equiparar
investimentos entre empresas (equivalência patrimonial). Partindo-se, então, desta premissa,
Ação de melhoria Premissa Implicações
Adequar a programação das compras.
Redução de 10% das compras
Redução do Estoque Final (EF), sem reflexo, contudo, na variação do fluxo regular de vendas, o que implica manutenção da posição de Custos das vendas; mantida as variáveis relacionadas à dívida
junto a fornecedores.
77
foi iniciado o processo de análise com a finalidade de avaliar o efeito de sua aplicação (10%
de redução das compras) na medida SV e no Ciclo Financeiro das empresas comerciais.
A tabela 23 abaixo foi estruturada a partir dos dados que deram suporte ao
atendimento da premissa. A coluna “dados originais antes da simulação de melhoria”
apresenta os saldos originais das rubricas de Custo da Mercadoria Vendida (CMV), Estoque
Final (EF), Fornecedor Final (FF) e Compras, constantes dos relatórios patrimonial e
econômico da Hering do ano de 2000.
Tabela 23 - Dados originais de Custo, Estoque, fornecedor e compras, em mil R$, extraídos dos relatórios patrimonial e econômico da Hering, do ano de 2000 .
Fonte: BOVESPA
A tabela 24 abaixo apresenta os saldos da tabela 23 anterior, ajustados pela ação de
racionalização das compras proposta pela premissa. Nela podemos observar os efeitos
favoráveis que a redução das compras reflete no EF.
Tabela 24 - Dados de Custo, Estoque, fornecedor e compras, em mil R$, extraídos dos relatórios patrimonial e econômico da Hering, do ano de 2000, resultantes da aplicação da premissa.
Fonte: BOVESPA
De posse dos dados, foram desenvolvidos os cálculos para se determinar os Prazos
Médios de Renovação dos Estoques (PMRE) e o Prazo Médio de Pagamento a Fornecedores
(PMPF), antes e resultante da redução da variável compra, visando avaliar o efeito acarretado
na medida SV e nos Ciclos Operacional e Financeiro.
Dados originais das variáveis
(antes da simulação)
CMV EF FF COMPRAS
Empresa
Anos
EM MIL R$
1999 - 75 206 - Hering 2000 222 80 97 227
Dados resultantes da simulação de melhoria
CMV EF FF COMPRAS Empresa Anos
EM MIL R$
1999 - 75 206 - Hering
2000 222 57 97 204
78
A tabela 25 abaixo apresenta os cálculos elaborados para determinar o Prazo Médio de
Rotação dos Estoques (PMRE), antes e resultante da redução das compras da Hering para o
ano de 2000.
Tabela 25 - Cálculo do Prazo Médio de Renovação dos Estoques (PMRE), antes e resultante da racionalização nas compras da Hering no ano de 2000.
Fonte: BOVESPA
A partir da aplicação da premissa, pode-se observar que o Giro do Estoque, por efeito
da gestão racional das compras (redução de 10%), obteve um ganho aproximado de 40% em
velocidade de rotação (2,8 giros antes da redução; para 3,9 giros resultantes da redução),
provocando a diminuição de 38 dias no Prazo Médio de Renovação das Mercadorias (132 dias
antes; para 94 dias, resultante). Esta vantagem é ilustrada pelo gráfico 9 abaixo.
Gráfico 9 - Impacto no Prazo Médio de Renovação dos Estoques (PMRE), produzido pela racionalização das compras da Hering no ano de 2000.
Fonte: BOVESPA
PMRE
(em dias) Anos
(a)
ESTOQUE INICIAL
(b)
COMPRAS
(c)
EF
d =(a+b-c)
Custo das Vendas
e = (d / c)
GIRO ESTOQUE
(f)
PERÍODO
g =(f/e)
PMRE
PMRE
(antes) 2000 75 227 80 222 2,8 365 132
PMRE
(resultante) 2000 75 204 57 222 3,9 365 94
132
94
0
20
40
60
80
100
120
140
Antes Resultate
PMRE Linear (PMRE )
79
A tabela 26 abaixo apresenta os cálculos elaborados para determinar o Prazo Médio de
Pagamento a Fornecedores (PMPF), antes e resultante da redução das compras da Hering para
o ano de 2000.
Tabela 26 - Cálculo do Prazo Médio de Pagamento a Fornecedores (PMPF), antes e resultante da racionalização das compras da Hering no ano de 2000.
Fonte: elaborado pelo autor
Para este PMPF, a redução de 4,5 para 4,2 giros de pagamento aos fornecedores
(GPF), proporcionada pela aplicação da premissa, ampliou em 04 dias o Prazo Médio de
Pagamento de Fornecedores (PMPF) de mercadorias (82 dias para 86 dias), mantidas
constantes as demais variáveis. Esta vantagem é ilustrada pelo gráfico 10 abaixo.
8286
0
20
40
60
80
100
antes resultante
Dia
s PMPFLinear (PMPF)
Gráfico 10 - Efeito produzido no Prazo Médio de Pagamento a Fornecedores (PMPF), resultante da racionalização das compras da Hering no ano de 2000
Fonte: BOVESPA
PMPF
(em dias)
ANO
(a)
Fornecedor Inicial
(b)
Compras
(C)=(a+b)
Dívida Fornecedor
Total
(d)
Fornecedor
Final
(e)=(c/d)
Giro
Pagamento
(f)
Período
(g)=(f/e)
PMPF
PMPF
(antes)
2000 206 227 433 97 4,5 365 82
PMPF
(resultante)
2000 206 204 410 97 4,2 365 86
80
A tabela 27 abaixo, apresenta a síntese dos resultados produzidos pela melhoria da
gestão das compras nas diversas medidas influenciadas por esta variável no ano de 2000.
Tabela 27 - Síntese do Efeito produzido pela racionalização das Compras nas medidas SV, CO e CF da Hering, no ano de 2000.
Fonte: BOVESPA
O exame mais detido dos resultados das medidas apresentadas na tabela 27 acima nos
permite constatar que a racionalização das compras produziu 38 dias de redução do Prazo
Médio de Renovação dos Estoques da Hering em 2000 (132 dias antes da melhoria; 94 dias
resultante da melhoria) e de 4 dias no Prazo Médio de Pagamento a Fornecedores (82 dias
antes da melhoria; 86 dias resultante da melhoria), acarretando a recuperação da medida SV
no ano de 2000 (0,62 antes da melhoria; 0,92 resultante da melhoria), conforme ilustrado pelo
gráfico 11 abaixo.
Gráfico 11 - Efeito produzido pela racionalização das compras na medida SV da Hering no ano de 2000.
Fonte: BOVESPA
Resumo dos Resultados
(Antes e Pós-Melhorias)
PMRE (em dias)
PMPF (em dias)
Giro Estoque
Giro Pagamento
SV Ciclo
Operacional (em dias)
Ciclo Financeiro (em dias)
2000 (Antes) 132 82 2,8 4,5 0,62 132 50
2000(Resultante) 94 86 3,9 4,2 0,92 94 8
0,62
0,92
0,00
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
Antes Resultante
SVLinear (SV)
81
A melhoria no resultado da medida SV, proporcionada pela aplicação da premissa da
simulação, e ilustrada pelo gráfico 11 anterior, encadeou, por efeito, a melhoria no Prazo
Médio de Pagamento e nos Ciclos Operacional e Financeiro, como se pode observar no
gráfico 12 abaixo.
132
94
8286
50
8
0
20
40
60
80
100
120
140
Antes Resultante
Dia
s
COPMPFCF
Gráfico 12 - Efeito produzido pela racionalização das Compras nos Ciclos Operacional (CO) e Financeiro (CF) da Hering no ano de 2000.
Fonte: elaborado pelo autor
Embora o CF ainda se apresente deficiente, observa-se que a melhoria na gestão das
compras proporcionou a redução da necessidade de capital de giro (NCG) da empresa, que:
(a) antes da racionalização das compras, em média, pagava a seus fornecedores 50 dias antes
da concretização das vendas (pagamento em 132; vendas em 82 dias); e (b) pós-racionalizada,
a necessidade de capital de giro caiu de 50 para 8 dias( pagamento em 86 dias; vendas em 94
dias).
Diante de todas as medidas financeiras empregadas com a finalidade de embasar as
análises realizadas, vale assinalar que a medida SV é uma medida não negativa. A ocorrência
remota de valor 0 (zero) para a medida SV, definida pela razão entre o Giro dos estoques(GE)
e o Giro de Pagamento a fornecedores (GPF), se constituirá quando:
82
(1) Do ponto de vista do Giro dos Estoques (GE), que é definido pela razão entre o
Custo da Mercadoria Vendida (CMV) e Estoque Final (EF), SV será 0 (zero) nas ocasiões em
que a empresa, após aquisições das mercadorias em seus fornecedores, não conseguir
comercializar nenhuma unidade dentro do período. Nesse caso, no final do período será
constatado um saldo de estoque (EF) maior que zero e um saldo de Custo das Mercadorias
Vendidas (CMV) igual a 0(zero), implicando resultado igual a 0 (zero) para o Giro dos
Estoques(GE) e, por efeito, para SV, que é definida pela razão entre o Giro dos Estoques (GE)
e o Giro de Pagamento a Fornecedores (GPF). O oposto, e também pouco provável, ocorrerá
na hipótese da empresa comercializar todas as mercadorias de seus estoques e não as repor até
o encerramento do período, quando se poderá observar um saldo igual a 0 (zero) no EF e um
saldo maior que 0 (zero) na conta de CMV.
(2) Do ponto de vista do Giro de Pagamento a Fornecedores, que é definido pela
razão entre o saldo da dívida junto aos fornecedores no início do período (FI), adicionado das
compras (C) realizadas no período, com o saldo da dívida junto aos fornecedores de
mercadorias no final do período (FF), a ocorrência, também remota, de valor 0(zero), será
verificada quando a empresa chegar ao final do período tendo quitado todas as suas dívidas
junto aos fornecedores de mercadorias. Nesses casos teremos GPF igual a 0 (zero), pois FF
será igual a 0 (zero), implicando, portanto, em SV igual a 0(zero).
(3) Por outro lado não é razoável que a medida SV atinja um valor infinito, pois,
levando-se em conta as remotas possibilidades anteriormente explicadas, os recursos das
empresas são limitados. Assim, podemos concluir que a medida SV não pode ser negativa e é
limitada a algum valor finito.
Pelo exposto, torna-se importante assinalar que a faixa intermediária de
posicionamento da medida SV, considerando as observações da amostra desta pesquisa,
83
ocorreu no intervalo (0,39; 1,24), abrangendo 73% das observações, conforme é demonstrado
no gráfico 13 a seguir.
Gráfico 13 - Intervalo mais provável de variação da medida SV, considerando a amostra de empresas desta pesquisa
Fonte: BOVESPA
Além da demonstração do intervalo mais provável para variação da medida SV, foram
constatados indícios de correlação entre a medida SV e o Endividamento Geral (EG) das
empresas. O sinal negativo da correlação entre SV e EG evidência uma tendência esperada,
pois aumentos em SV implicam aumentos no montante das margens de lucro acumuladas no
caixa no final do período. Quando esse montante é suficientemente maior do que os gastos de
funcionamento da empresa, que se verifica também no final do período, observa-se a
possibilidade de autofinanciamento das operações da empresa com os recursos gerados a
partir das próprias atividades. Por isso, pode-se esperar sinal negativo para a correlação entre
SV e EG, pois presume-se que a necessidade de financiar as operações da empresa a partir da
tomada de recursos de terceiros, o que aumenta o endividamento, seja menor quanto maior
seja a capacidade da empresa de auto-financiar as próprias operações, o que é esperado quanto
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
1,20
1,40
1,60
1,80
2,00
SV média med-desv média+desv
1,24
0,39
84
maior seja SV, ou seja, correlação negativa. Da mesma forma, se partirmos de uma redução
da medida SV pode-se esperar aumento em EG, implicando, portanto, correlação negativa
com SV. Essa tendência é ilustrada pelo gráfico 14 a seguir para a correlação entre SV e EG.
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20 1,40 1,60 1,80 2,00
SV
Índ
ice
En
div
id. G
eral
Correl(SV,Endiv. Geral)
Gráfico 14 - Correlação entre a Medida Sinal Vital (SV) e o Índice de Endividamento Geral (EG), excluído fornecedores, das empresas estudadas nesta pesquisa.
Fonte: BOVESPA
85
5 Conclusões e Recomendações
5.1 Conclusões
A motivação deste trabalho se deu a partir do crescente interesse em compreender com
maior profundidade o comportamento da dinâmica financeira das empresas comerciais
devido à complexidade e aos riscos inerentes à gestão financeira de curto prazo.
Neste sentido, a partir do estudo dos dados contidos nos relatórios das empresas
analisadas, disponibilizados pela BOVESPA, foi possível o desenvolvimento de um sistema
de análise que permitiu, por meio da Medida Sinal Vital (SV), classificar as empresas
comerciais segundo sua dinâmica financeira. Este critério de classificação responde à
problemática do trabalho: será que a dinâmica financeira das empresas comerciais poderia ser
classificada segundo sistema de análise, cuja Medida Sinal Vital (SV) seja o principal
parâmetro de aferição?
O desenvolvimento do estudo permitiu responder à problemática levantada, por meio
da seguinte seqüência de procedimentos:
a) O cálculo da Medida Sinal Vital (SV) por empresa, no período de 1999 a 2006, que
resulta da razão entre as variáveis Giro de Estoque (GE) e Giro de Pagamento a Forncedores
(GPF), foi utilizado para estruturar as várias análises comparativas, representativas da
dinâmica das operações das empresas estudadas.
Tendo em vista o fato do Giro de Estoque (GE) ser formado a partir da razão entre o
Montante dos Custos das Mercadorias Vendidas (CMV) e o Saldo Final do Estoque de
86
Mercadoria (EF), e o Giro de Pagamento a Fornecedores (GPF) pela razão do somatório do
Saldo Inicial de Fornecedores (FI) com o Montante das aquisições de mercadorias no período
(C) e o Saldo Final de Fornecedores (FF), percebe-se que para se chegar à Medida Sinal Vital
leva-se em consideração que tais variáveis provocam impacto na saúde financeira de curto
prazo das empresas.
Para criar um parâmetro que buscasse determinar o posicionamento da medida SV foi
elaborado um gráfico com uma faixa de normalidade, formada a partir da média anual da
Medida Sinal Vital (SV), média menos desvio e média mais desvio, de cada empresa. Então,
para se determinar a classificação da dinâmica financeira das empresas, o critério utilizado
partiu da verificação da incidência das medidas SVs das empresas durante o período
analisado, posicionadas fora do parâmetro. Assim, quanto mais acima da faixa de
normalidade, a empresa foi classificada como melhor posicionamento em seu ciclo financeiro
e, consequentemente, quanto mais abaixo da faixa, classificou-se como ciclo financeiro
desfavorável.
b) A partir da fórmula que determina a medida Sinal Vital (SV) de uma empresa,
podem ser identificadas as causas que mais contribuíram para a classificação do desempenho
dinâmico-financeiro das empresas. Um exame mais detido dos gráficos apresentados no
desenvolvimento desta pesquisa, sobretudo o relativo à faixa de normalidade das empresas,
permitiu constatar que a Renner, no ano de 2002, revelou-se como a empresa com
desempenho dinâmico-financeiro mais favorável, a considerar o posicionamento de sua
medida SV em relação à faixa de normalidade, e em relação a Semp, que apresenta-se com
desempenho desfavorável. Tal constatação se baseia na análise dos dados refletidos pelo
resultado alcançado por essas empresas na gestão, a partir da razão entre o Giro de seus
estoques de mercadorias e o Giro de pagamento das mesmas a seus fornecedores. Diante da
análise dos dados apresentadas no capítulo anterior, chegou-se então à conclusão de que o
87
resultado alcançado naquele ano pela Renner foi obtido pela alta rotatividade das vendas de
suas mercadorias, conjugada com a baixa rotatividade de pagamento dessas mercadorias para
seus fornecedores.
c) A empresa que apresentou a maior variação desfavorável da Medida Sinal Vital foi
a Hering. Essa oscilação ocorreu no ano de 2000, comparado ao de 1999, e decorreu da queda
de 8% do montante das mercadorias vendidas (IRE), conjugada ao crescimento de 17% do
volume de recursos pagos aos fornecedores de mercadorias (IPF), o que corroborou com o
declínio de 64,5% de sua medida SV, justificando a classificação desfavorável atribuída a sua
dinâmica financeira.
d) A administração dos Ciclos Operacional (CO) e Financeiro (CF) representa uma das
atividades gerenciais mais importantes, devido à rápida repercussão negativa na saúde
financeira de curto prazo da empresa, que os efeitos de uma gestão ineficiente destes Ciclos
podem acarretar. O CO considerado por este trabalho se baseia no planejamento da aquisição
de mercadorias, influenciado, portanto, pelo Prazo Médio de Rotação dos Estoques (PMRE).
Este, por sua vez, recebe efeito do Estoque Final e do montante acumulado dos Custos das
Mercadorias Vendidas (CMV).
A partir da simulação de melhoria da Gestão das Compras da Hering (onde foi
simulada a redução de 10% desta rubrica) pôde se verificar a significativa redução de 38 dias
(132 dias para 94 dias, em conseqüência da redução do EF) no PMRE, correspondente ao
Prazo de um Ciclo Operacional, e de 4 dias (82 dias para 86 dias) no Prazo Médio de
Pagamento aos Fornecedores (PMPF). Em suma, a redução em 10% das compras repercutiu
na melhoria dos Giros dos Estoques (GE) e de Pagamento a Fornecedores (GPF), na redução
do PMRE e alongamento do PMPF e no encurtamento dos CO e CF, medidas que integraram
o sistema de análise que permitiu, por meio da Medida Sinal Vital (SV), classificar as
88
empresas comerciais segundo sua dinâmica financeira. Essas medidas se fizeram presentes no
auxílio às várias análises elaboradas da Renner, Semp e Hering, empresas que atenderam aos
critérios estabelecidos pelos objetivos desta pesquisa, e cujos resultados encontram-se
sintetizados na tabela 28 abaixo.
Tabela 28 - Síntese do Efeito produzido pela melhoria da Gestão das Compras nas medidas SV, CO e CF da Renner, Semp e Hering.
Fonte: Elaborado pelo autor
Portanto, a partir dos estudos gerenciais desenvolvidos ao longo desta dissertação,
fundamentada pela técnica de análise das demonstrações contábeis, constatou-se que o
sistema estruturado pela Medida Sinal Vital, desenvolvido com a finalidade de avaliar o
dinamismo financeiro das empresas do setor comercial, revelou-se satisfatório diante dos
resultados obtidos.
5.2 Recomendações
Diante dos resultados alcançados nesta pesquisa, sugere-se um aprofundamento na
combinação da análise da Medida Sinal Vital com outras, relacionadas à Lucratividade,
Rentabilidade etc. Pode-se ainda aplicar a Medida Sinal Vital em um estudo de caso. Nesses
termos, propõe-se que seja feito um estudo do comportamento médio de venda e pagamento
das mercadorias, por categoria, selecionadas a partir da representatividade das mesmas em
termos de investimento.
Resumo dos Resultados (Antes
e Resultante)
PMRE (em dias)
PMPF (em dias)
Giro Estoque
Giro Pagamento
SV
Ciclo Operacional
(em dias)
Ciclo Financeiro (em dias)
Hering -2000 - A 132 82 2,8 4,5 0,62 132 50
Hering – 2000- R 94 86 3,9 4,2 0,92 94 8
Semp - 2002 304 23 1,2 15,9 0,08 304 281
Renner – 2002 47 87 7,8 4,2 1,89 47 40
89
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SERASA. Pesquisa de Perspectiva Empresarial: Cresce o otimismo dos empresários brasileiros para a economia em 2007. Disponível em: http://www.maxpressnet.com.br/e/serasa_04-12-06.htm. Acesso em: 19 Out. 2007.
SILVA, Angelo Alves da. Gestão financeira: um estudo acerca da contribuição da contabilidade na gestão do capital de giro das médias e grandes indústrias de confecções do estado do Paraná. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12136/tde-29042003-094202/. Acesso em: 02 Out. 2007.
SILVA, César Augusto Tibúrcio, NETO, Alexandre Assaf. Administração de Capital de Giro. 2 ed. São Paulo: Atlas, 1997.
SILVA, José Pereira da. Análise financeira das Empresas. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2001.
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WANKE, Peter. Metodologia para Gestão de Estoques de Peças de Reposição. Revista Tecnologística. Dez/2005. Disponível em:
92
http://www.centrodelogistica.com.br/new/art_metodologia_gestao_estoques_pecas_reposicao.pdf. Acesso em: 03 Set. 2007.
93
APÊNDICES
94
Tabela 1 - Ciclo Financeiro (CF) da Empresa Grazziotin, segundo proposta medida SV (PMRE - PMPF)
1999-2006
Fonte: Base de dados Primários – Bovespa
Elaboração nossa
Em mil R$
Período PMRE(1) PMPF(2) (3)=(1-2)CF,
desprezado Recebíveis SV
360 117 65 52 0,56
360 111 68 43 0,61
360 116 62 54 0,54
360 122 65 57 0,54
360 131 64 68 0,49
360 138 56 82 0,41
360 125 79 46 0,63
360 118 76 42 0,65
95
Tabela 2 - Ciclo Financeiro (CF) da Empresa Guararapes, segundo proposta medida SV (PMRE - PMPF) 1999-2006
Fonte: Base de dados Primários – Bovespa
Elaboração nossa
Em mil R$
ANOS Período PMRE(1) PMPF(2) (3)=(1-2)CF, desprezado Recebíveis
SV
1999 360 92 71 21 0,77
2000 360 103 97 5 0,95
2001 360 79 80 -1 1,01
2002 360 100 83 16 0,84
2003 360 75 73 2 0,97
2004 360 92 80 12 0,87
2005 360 75 78 -3 1,04
2006 360 91 67 24 0,73
96
Tabela 3 - Ciclo Financeiro (CF) da Empresa Hering, segundo proposta medida SV (PMRE - PMPF) 1999-2006
Fonte: Base de dados Primários – Bovespa
Elaboração nossa
Em mil R$
ANOS Período PMRE(1) PMPF(2) (3)=(1-2)CF, desprezado Recebíveis
SV
1999 360 78 139 -60 0,62
2000 360 130 81 49 0,97
2001 360 141 137 4 0,96
2002 360 163 157 6 0,85
2003 360 182 154 28 0,72
2004 360 227 164 63 0,31
2005 360 302 95 207 0,38
2006 360 271 103 169 0,00
97
Tabela 4 - Ciclo Financeiro (CF) das Lojas Renner, segundo proposta medida SV (PMRE - PMPF) 1999-2006
Fonte: Base de dados Primários – Bovespa
Elaboração nossa
Em mil R$
ANOS Período PMRE(1) PMPF(2) (3)=(1-2)CF, desprezado Recebíveis
SV
1999 360 76 108 -32 1,42
2000 360 69 98 -29 1,41
2001 360 54 82 -28 1,53
2002 360 46 86 -40 1,89
2003 360 47 89 -42 1,88
2004 360 49 90 -41 1,84
2005 360 53 98 -45 1,84
2006 360 54 77 -24 1,44
98
Tabela 5 - Ciclo Financeiro (CF) das Lojas Americanas, segundo proposta medida SV (PMRE - PMPF) 1999-2006
Fonte: Base de dados Primários – Bovespa
Elaboração nossa
Em mil R$
ANOS Período PMRE(1) PMPF(2) (3)=(1-2)CF, desprezado Recebíveis
SV
1999 360 75 61 14 0,82
2000 360 57 65 -8 1,14
2001 360 67 85 -17 1,26
2002 360 66 81 -16 1,24
2003 360 84 96 -13 1,15
2004 360 100 99 1 0,99
2005 360 96 100 -4 1,05
2006 360 103 106 -3 1,03
99
Tabela 6 - Ciclo Financeiro (CF) da Empresa Ponto Frio, segundo proposta medida SV (PMRE - PMPF) 1999-2006
Fonte: Base de dados Primários – Bovespa
Elaboração nossa
Em mil R$
ANOS Período PMRE(1) PMPF(2) (3)=(1-2)CF, desprezado Recebíveis
SV
1999 360 39 63 -24 1,63
2000 360 43 50 -7 1,16
2001 360 45 45 0 0,99
2002 360 47 34 13 0,73
2003 360 50 49 1 0,98
2004 360 62 53 9 0,85
2005 360 56 68 -12 1,21
2006 360 70 70 0 1,00
100
Tabela 7 - Ciclo Financeiro (CF) da Empresa Semp, segundo proposta medida SV (PMRE - PMPF)
1999-2006
Fonte: Base de dados Primários – Bovespa
Elaboração nossa
Em mil R$
ANOS Período PMRE(1) PMPF(2) (3)=(1-2)CF, desprezado Recebíveis
SV
1999 360 218 36 182 0,16
2000 360 411 44 367 0,11
2001 360 328 23 306 0,07
2002 360 258 20 238 0,08
2003 360 211 24 187 0,11
2004 360 166 28 138 0,17
2005 360 181 30 151 0,17
2006 360 170 13 157 0,07
101
Tabela 8 - Ciclo Financeiro (CF) da Empresa Drogasil, segundo proposta medida SV (PMRE - PMPF) 1999-2006
Fonte: Base de dados Primários – Bovespa
Elaboração nossa
Em mil R$
ANOS Período PMRE(1) PMPF(2) (3)=(1-2)CF, desprezado Recebíveis
SV
1999 360 71 54 17 0,76
2000 360 68 54 13 0,80
2001 360 80 51 29 0,64
2002 360 90 44 46 0,49
2003 360 84 54 30 0,64
2004 360 96 64 32 0,67
2005 360 83 62 21 0,74
2006 360 92 63 29 0,69
102
Tabela 9 - Ciclo Financeiro (CF) da Empresa Dimed, segundo proposta medida SV (PMRE - PMPF) 1999-2006
Fonte: Base de dados Primários – Bovespa
Elaboração nossa
Em mil R$
ANOS Período PMRE(1) PMPF(2) (3)=(1-2)CF, desprezado Recebíveis
SV
1999 360 63 41 22 0,65
2000 360 53 41 12 0,78
2001 360 60 45 15 0,74
2002 360 50 31 18 0,63
2003 360 62 42 20 0,68
2004 360 66 38 28 0,58
2005 360 63 45 17 0,72
2006 360 62 41 20 0,67
103
Tabela 10 – Entrada de Dados para Obtenção da Tendência da Medida Sinal Vital (SV) da Empresa Grazziotin 1998-2006
Fonte: Base de dados Primários – Bovespa
Elaboração nossa
Em mil R$
PERÍODO CMV E GE SV Gpg FF C (EF98) FI
1998 18,524 11,814
1999 60,527 19,617 3,1 0,6 5,6 13,217 61,620 11,814
2000 68,904 21,207 3,2 0,6 5,3 15,712 70,494 13,217
2001 74,167 23,98 3,1 0,5 5,8 16,03 76,940 15,712
2002 67,543 22,866 3,0 0,5 5,5 14,937 66,429 16,030
2003 67,849 24,779 2,7 0,5 5,6 15,026 69,762 14,937
2004 68,882 26,318 2,6 0,4 6,4 13,269 70,421 15,026
2005 69,023 23,966 2,9 0,6 4,6 17,446 66,671 13,269
2006 78,964 25,795 3,1 0,6 4,7 20,759 80,793 17,446
104
Tabela 11 – Entrada de Dados para Obtenção da Tendência da Medida Sinal Vital (SV) da Empresa Guararapes 1998-2006
Fonte: Base de dados Primários – Bovespa
Elaboração nossa
Em R$
PERÍODO CMV E GE SV Gpg FF C (EF98) FI
1998 46,701 37,703
1999 276,38 70,676 3,9 0,8 5,1 66,696 300,355 37,703
2000 370,847 105,608 3,5 1,0 3,7 127,919 405,779 66,696
2001 423,204 92,941 4,6 1,0 4,5 119,811 410,537 127,919
2002 466,013 128,91 3,6 0,8 4,3 144,106 501,982 119,811
2003 528,52 109,906 4,8 1,0 4,9 132,433 509,516 144,106
2004 632,316 161,248 3,9 0,9 4,5 181,187 683,658 132,433
2005 829,502 173,223 4,8 1,0 4,6 221,046 841,477 181,187
2006 887,412 224,996 3,9 0,7 5,4 215,497 939,185 221,046
105
Tabela 12 – Entrada de Dados para Obtenção da Tendência da Medida Sinal Vital (SV) da Empresa Hering 1998-2006
Em mil R$
PERÍODO CMV E GE SV Gpg FF C (EF98) FI
1998 127 242
1999 345 75 4,6 1,8 2,6 206 293 242
2000 222 80 2,8 0,6 4,5 97 227 206
2001 192 75 2,6 1,0 2,6 108 187 97
2002 170 77 2,2 1,0 2,3 122 172 108
2003 172 87 2,0 0,8 2,3 130 182 122
2004 198 125 1,6 0,7 2,2 167 236 130
2005 175 147 1,2 0,3 3,8 96 197 167
2006 199 150 1,3 0,4 3,5 85 202 96
Fonte: Base de dados Primários – Bovespa
Elaboração nossa
106
Tabela 13 – Entrada de Dados para Obtenção da Tendência da Medida Sinal Vital (SV) das Lojas Renner 1998-2006
Em mil R$
PERÍODO CMV E GE SV Gpg FF C (EF98) FI
1998 15,530 44,110
1999 187,644 39,685 4,7 1,4 3,3 76,968 211,799 44,110
2000 302,832 58,068 5,2 1,4 3,7 107,930 321,215 76,968
2001 338,217 50,709 6,7 1,5 4,4 100,489 330,858 107,930
2002 411,978 52,106 7,9 1,9 4,2 122,670 413,375 100,489
2003 456,815 60,005 7,6 1,9 4,0 145,066 464,714 122,670
2004 517,791 70,349 7,4 1,8 4,0 167,923 528,135 145,066
2005 618,409 91,221 6,8 1,8 3,7 218,955 639,281 167,923
2006 780,789 116,552 6,7 1,4 4,7 220,272 806,120 218,955
Fonte: Base de dados Primários – Bovespa
Elaboração nossa
107
Tabela 14 – Entrada de Dados para Obtenção da Tendência da Medida Sinal Vital (SV) das Lojas Americanas 1998-2006
Em mil R$
PERÍODO CMV E G SV Gpg FF C (EF98) FI
1998 190,097 174,882
1999 928,070 193,913 4,79 0,8 5,9 189,069 931,886 174,882
2000 1.029,798 162,071 6,35 1,1 5,6 212,966 997,956 189,069
2001 1.037,769 193,974 5,35 1,3 4,3 301,494 1.069,672 212,966
2002 1.112,464 203,479 5,47 1,2 4,4 322,095 1.121,969 301,494
2003 1.352,994 313,866 4,31 1,2 3,7 477,036 1.463,381 322,095
2004 1.573,940 437,41 3,60 1,0 3,6 599,604 1.697,484 477,036
2005 1.927,342 511,632 3,77 1,0 3,6 721,906 2.001,564 599,604
2006 2.616,914 748,244 3,50 1,0 3,4 1.056,26 2.853,526 721,906
Fonte: Base de dados Primários – Bovespa
Elaboração nossa
108
Tabela 15 – Entrada de Dados para Obtenção da Tendência da Medida Sinal Vital (SV) da Empresa Ponto Frio 1998-2006
Em mil R$
PERÍODO CMV E G SV Gpg FF C (EF98) FI
1998 134,594 297,837
1999 1.297,052 138,887 9,3 1,6 5,7 279,110 1.301,345 297,837
2000 1.684,131 201,973 8,3 1,2 7,2 281,156 1.747,217 279,110
2001 1.703,706 214,502 7,9 1,0 8,0 250,000 1.716,235 281,156
2002 1.758,749 230,303 7,6 0,7 10,5 193,213 1.774,550 250,000
2003 1.579,256 218,922 7,2 1,0 7,4 238,235 1.567,875 193,213
2004 1.807,714 313,777 5,8 0,9 6,7 317,331 1.902,569 238,235
2005 2.167,790 337,607 6,4 1,2 5,3 471,414 2.191,620 317,331
2006 2.354,910 459,107 5,1 1,0 5,1 576,316 2.476,410 471,414
Fonte: Base de dados Primários – Bovespa
Elaboração nossa
109
Tabela 16 – Entrada de Dados para Obtenção da Tendência da Medida Sinal Vital (SV) da Empresa Semp 1998-2006
Em mil R$
PERÍODO CMV E G SV Gpg FF C (EF98) FI
1998 5.023 837
1999 9.007 5.451 1,65 0,2 10,0 1.025 9.435 837
2000 5.222 5.965 0,88 0,1 8,1 831 5.736 1.025
2001 6.586 6.004 1,10 0,1 16,0 467 6.625 831
2002 9.258 6.624 1,40 0,1 18,1 571 9.878 467
2003 12.612 7.389 1,71 0,1 15,1 924 13.377 571
2004 16.611 7.643 2,17 0,2 12,8 1.390 16.865 924
2005 18.198 9.126 1,99 0,2 12,1 1.745 19.681 1.390
2006 23.563 11.112 2,12 0,1 28,5 957 25.549 1.745
Fonte: Base de dados Primários – Bovespa
Elaboração nossa
110
Tabela 17 – Entrada de Dados para Obtenção da Tendência da Medida Sinal Vital (SV) da Empresa Drogasil 1998-2006
Fonte: Base de dados Primários – Bovespa
Elaboração nossa
Em mil R$
PERÍODO CMV E G SV Gpg FF C (EF98) FI
1998 24.737 21.451
1999 170.170 33.520 5,08 0,8 6,6 30.162 178.953 21.451
2000 184.992 34.814 5,31 0,8 6,6 32.618 186.286 30.162
2001 191.879 42.554 4,51 0,6 7,1 32.843 199.619 32.618
2002 209.473 52.527 3,99 0,5 8,1 31.124 219.446 32.843
2003 237.064 55.613 4,26 0,6 6,6 40.970 240.150 31.124
2004 305.943 81.463 3,76 0,7 5,6 66.580 331.793 40.970
2005 390.000 90.388 4,31 0,7 5,8 80.365 398.925 66.580
2006 489.909 125.674 3,90 0,7 5,7 106.784 525.195 80.365
111
Tabela 18 – Entrada de Dados para Obtenção da Tendência da Medida Sinal Vital (SV) da Empresa Dimed 1998-2006
Fonte: Base de dados Primários – Bovespa
Elaboração nossa
,
Em mil R$
PERÍODO CMV E G SV Gpg FF C (EF98) FI
1998 47.725 36.538
1999 350.877 61.511 5,70 0,6 8,8 45.413 364.663 36.538
2000 363.940 53.497 6,80 0,8 8,8 45.858 355.926 45.413
2001 361.803 60.502 5,98 0,7 8,0 51.649 368.808 45.858
2002 388.878 53.771 7,23 0,6 11,5 37.835 382.147 51.649
2003 420.006 72.572 5,79 0,7 8,5 55.842 438.807 37.835
2004 455.321 83.413 5,46 0,6 9,4 55.752 466.162 55.842
2005 518.896 90.332 5,74 0,7 7,9 73.202 525.815 55.752
2006 594.598 102.325 5,81 0,7 8,7 78.332 606.591 73.202
112
Tabela 19 - Estruturação da Faixa de Normalidade 1999 e 2000
LOJA PERÍODO SV média média-desvio média+desvio LOJAS Período SV média média-desvio média+desvio
Grazziotin 1999 0,6 0,9 0,4 1,5 Grazziotin 2000 0,6 0,8 0,5 1,2
Guararapes 1999 0,8 0,9 0,4 1,5 Guararapes 2000 1 0,8 0,5 1,2
Hering 1999 1,8 0,9 0,4 1,5 Hering 2000 0,6 0,8 0,5 1,2
Renner 1999 1,4 0,9 0,4 1,5 Renner 2000 1,4 0,8 0,5 1,2
Americanas 1999 0,8 0,9 0,4 1,5 Americanas 2000 1,1 0,8 0,5 1,2
Ponto Frio 1999 1,6 0,9 0,4 1,5 Ponto Frio 2000 1,2 0,8 0,5 1,2
Semp 1999 0,2 0,9 0,4 1,5 Semp 2000 0,1 0,8 0,5 1,2
Drogasil 1999 0,8 0,9 0,4 1,5 Drogasil 2000 0,8 0,8 0,5 1,2
Dimed 1999 0,6 0,9 0,4 1,5 Dimed 2000 0,8 0,8 0,5 1,2
Média 0,9 Média 0,8
Desvpad 0,5 Desvpad 0,4
Fonte: Base de dados Primários – Bovespa
Elaboração nossa
113
Tabela 20 - Estruturação da Faixa de Normalidade 2001 e 2002
LOJAS Período SV média média-desvio média+desvio LOJAS Período SV média média-desvio média+desvio
Grazziotin 2001 0,5 0,9 0,4 1,3 Grazziotin 2002 0,5 0,8 0,3 1,3
Guararapes 2001 1 0,9 0,4 1,3 Guararapes 2002 0,8 0,8 0,3 1,3
Hering 2001 1 0,9 0,4 1,3 Hering 2002 1 0,8 0,3 1,3
Renner 2001 1,5 0,9 0,4 1,3 Renner 2002 1,9 0,8 0,3 1,3
Americanas 2001 1,3 0,9 0,4 1,3 Americanas 2002 1,2 0,8 0,3 1,3
Ponto Frio 2001 1 0,9 0,4 1,3 Ponto Frio 2002 0,7 0,8 0,3 1,3
Semp 2001 0,1 0,9 0,4 1,3 Semp 2002 0,1 0,8 0,3 1,3
Drogasil 2001 0,6 0,9 0,4 1,3 Drogasil 2002 0,5 0,8 0,3 1,3
Dimed 2001 0,7 0,9 0,4 1,3 Dimed 2002 0,6 0,8 0,3 1,3
Média 0,9 Média 0,8
Desvpad 0,4 Desvpad 0,5
Fonte: Base de dados Primários – Bovespa
Elaboração nossa
114
Tabela 21 – Estruturação da Faixa de Normalidade 2003 e 2004
LOJAS Período SV média média-desvio média+desvio LOJAS Período SV média média-desvio média+desvio
Grazziotin 2003 0,5 0,9 0,4 1,4 Grazziotin 2004 0,4 0,8 0,3 1,3
Guararapes 2003 1 0,9 0,4 1,4 Guararapes 2004 0,9 0,8 0,3 1,3
Hering 2003 0,8 0,9 0,4 1,4 Hering 2004 0,7 0,8 0,3 1,3
Renner 2003 1,9 0,9 0,4 1,4 Renner 2004 1,8 0,8 0,3 1,3
Americanas 2003 1,2 0,9 0,4 1,4 Americanas 2004 1 0,8 0,3 1,3
Ponto Frio 2003 1 0,9 0,4 1,4 Ponto Frio 2004 0,9 0,8 0,3 1,3
Semp 2003 0,1 0,9 0,4 1,4 Semp 2004 0,2 0,8 0,3 1,3
Drogasil 2003 0,6 0,9 0,4 1,4 Drogasil 2004 0,7 0,8 0,3 1,3
Dimed 2003 0,7 0,9 0,4 1,4 Dimed 2004 0,6 0,8 0,3 1,3
Média 0,9 Média 0,8
Desvpad 0,5 Desvpad 0,5
Fonte: Base de dados Primários – Bovespa
Elaboração nossa
115
Tabela 22 – Estruturação da Faixa de Normalidade 2005 e 2006
LOJAS Período SV média média-desvio média+desvio LOJAS Período SV média média-desvio média+desvio
Grazziotin 2005 0,6 0,9 0,4 1,4 Grazziotin 2006 0,6 0,7 0,3 1,1
Guararapes 2005 1 0,9 0,4 1,4 Guararapes 2006 0,7 0,7 0,3 1,1
Hering 2005 0,3 0,9 0,4 1,4 Hering 2006 0,4 0,7 0,3 1,1
Renner 2005 1,8 0,9 0,4 1,4 Renner 2006 1,4 0,7 0,3 1,1
Americanas 2005 1 0,9 0,4 1,4 Americanas 2006 1 0,7 0,3 1,1
Ponto Frio 2005 1,2 0,9 0,4 1,4 Ponto Frio 2006 1 0,7 0,3 1,1
Semp 2005 0,2 0,9 0,4 1,4 Semp 2006 0,1 0,7 0,3 1,1
Drogasil 2005 0,7 0,9 0,4 1,4 Drogasil 2006 0,7 0,7 0,3 1,1
Dimed 2005 0,7 0,9 0,4 1,4 Dimed 2006 0,7 0,7 0,3 1,1
Média 0,9 Média 0,7
Desvpad 0,5 Desvpad 0,4
Fonte: Base de dados Primários – Bovespa
Elaboração nossa
116
Tabela 23 – Posição das Variáveis Compras e Estoques antes da Simulação de Melhoria da Hering para os anos de 2000 e 2005 (continua)
CMV E Anos
Em mil R$ GE SV Gpg
Fornecedor Final
Compras Fornecedor
Inicial
1998 0,0 127 0,0 0,0 0,0 242 0,0 0,0
1999 345 75 4,6 1,8 2,6 206 293 242
2000 222 80 2,8 0,6 4,5 97 227 206
2001 192 75 2,6 1,0 2,6 108 187 97
2002 170 77 2,2 1,0 2,3 122 172 108
2003 172 87 2,0 0,8 2,3 130 182 122
2004 198 125 1,6 0,7 2,2 167 236 130
2005 175 147 1,2 0,3 3,8 96 197 167
2006 199 150 1,3 0,4 3,5 85 202 96
Fonte: Base de dados Primários – Bovespa
Elaboração nossa
117
Tabela 23 – Posição das Variáveis Compras e Estoques antes da Simulação de Melhoria da Hering para os anos de 2000 e 2005 (continuação)
Estoque Inicial
Compras Estoque final Custo Vendas Empresa Anos
Em mil R$
Giro Médio Período PMRE
1998 0,0 0,0 127 0,0 0 0 0
1999 127 293 75 345 4,6 365 79
2000 75 227 80 222 2,8 365 132
2001 80 187 75 192 2,6 365 143
2002 75 172 77 170 2,2 365 165
2003 77 182 87 172 2,0 365 185
2004 87 236 125 198 1,6 365 230
2005 125 197 147 175 1,2 365 307
Her
ing
2006 147 202 150 199 1,3 365 275
Fonte: Base de dados Primários – Bovespa
Elaboração nossa
118
Tabela 23 – Posição das Variáveis Compras e Estoques antes da Simulação de Melhoria da Hering para os anos de 2000 e 2005 (continuação)
Recebíveis Inicial Vendas Pz Recebíveis Período Recebíveis final Empresa Anos
Em mil R$
Giro Médio Receb.
Período PMRV
1998 0,0 0,0 0,0 0,0 0 0 0
1999 0,0 1107 1107 0 0 365 0
2000 0,0 1083 1083 0 0 365 0
2001 0,0 1092 1130 38 30 365 12
2002 38 1174 1200 26 46 365 8
2003 26 1358 1412 54 26 365 14
2004 54 1476 1638 162 10 365 36
2005 162 1734 1951 217 9 365 41
Her
ing
2006 217 1667 1847 180 10 365 36
Fonte: Base de dados Primários – Bovespa
Elaboração nossa
119
Tabela 23 – Posição das Variáveis Compras e Estoques antes da Simulação de Melhoria da Hering para os anos de 2000 e 2005 (continuação)
Fornecedor Inic. Compras Dívidas Total Per. Fornecedor Final Empresa Anos
Em mil R$
Giro Médio Pagam.
Período PMPC
1998 0,0 0,0 0,0 242 0 0 0
1999 242 293 535 206 2,6 365 141
2000 206 227 433 97 4,5 365 82
2001 97 187 284 108 2,6 365 139
2002 108 172 280 122 2,3 365 159
2003 122 182 304 130 2,3 365 156
2004 130 236 366 167 2,2 365 167
2005 167 197 364 96 3,8 365 96
Her
ing
2006 96 202 298 85 3,5 365 104
Fonte: Base de dados Primários – Bovespa
Elaboração nossa
120
Tabela 23 – Posição das Variáveis Compras e Estoques antes da Simulação de Melhoria da Hering para os anos de 2000 e 2005 (continuação)
Fonte: Base de dados Primários – Bovespa
Elaboração nossa
Empresa Ano PMRE PMRV CO
1999 79 0 79
2000 132 0 132
2001 143 12 155
2002 165 8 173
2003 185 14 199
2004 230 36 267
2005 307 41 347
2006 275 36 311
Ano CO PMPF CF
1999 79 141 -61
2000 132 82 50
2001 155 139 16
2002 173 159 14
2003 199 156 42
2004 267 167 100
2005 347 96 251
Her
ing
2006 311 104 207
121
Tabela 23 – Posição das Variáveis Compras e Estoques antes da Simulação de Melhoria da Hering para os anos de 2000 e 2005 (conclusão)
Fonte: Base de dados Primários – Bovespa
Elaboração nossa
Empresa Ano CO CF
1999 79 -61
2000 132 50
2001 155 16
2002 173 14
2003 199 42
2004 267 100
2005 347 251
Her
ing
2006 311 207
122
Tabela 24 – Posição Resultante da Melhoria da Simulação da Redução das Compras ( - 10%), para os anos de 2000 e 2004 da Hering, e Avaliação do Efeito Produzido na Medida SV e no Ciclo Financeiro (continua)
CMV E
Empresa Anos Em mil R$
GE SV Gpg Fornecedor
Final Compras
Fornecedor Inicial
1998 0,0 127 0,0 0,0 0,0 242 0,0 0,0
1999 345 75 4,6 1,8 2,6 206 293 242
2000 222 80 2,8 0,6 4,5 97 227 206
2001 192 75 2,6 1,0 2,6 108 187 97
2002 170 77 2,2 1,0 2,3 122 172 108
2003 172 87 2,0 0,8 2,3 130 182 122
2004 198 125 1,6 0,7 2,2 167 236 130
2005 175 147 1,2 0,3 3,8 96 197 167
Her
ing
2006 199 150 1,3 0,4 3,5 85 202 96
Fonte: Base de dados Primários – Bovespa
Elaboração nossa
123
Tabela 24 – Posição Resultante da Melhoria da Simulação da Redução das Compras ( - 10%), para os anos de 2000 e 2004 da Hering, e Avaliação do Efeito Produzido na Medida SV e no Ciclo Financeiro (continuação)
Estoque Inicial Compras Estoque final Custo Vendas
Empresa Anos Em mil R$
Giro Médio
Período PMRE
1998 0,0 0,0 127 0,0 0 0 0
1999 127 293 75 345 4,6 365 79
2000 75 227 80 222 2,8 365 132
2001 80 187 75 192 2,6 365 143
2002 75 172 77 170 2,2 365 165
2003 77 182 87 172 2,0 365 185
2004 87 236 125 198 1,6 365 230
2005 125 197 147 175 1,2 365 307
Her
ing
2006 147 202 150 199 1,3 365 275
Fonte: Base de dados Primários – Bovespa
Elaboração nossa
124
Tabela 24 – Posição Resultante da Melhoria da Simulação da Redução das Compras ( - 10%), para os anos de 2000 e 2004 da Hering, e Avaliação do Efeito Produzido na Medida SV e no Ciclo Financeiro (continuação)
Fornecedor Inic. Compras Dívidas Total Per. Fornecedor
Fin.
Empresa
Anos
Em mil R$
Giro Médio Pagam.
Período PMPC
1998 0,0 0,0 0,0 242 0 0 0
1999 242 293 535 206 2,6 365 141
2000 206 227 433 97 4,5 365 82
2001 97 187 284 108 2,6 365 139
2002 108 172 280 122 2,3 365 159
2003 122 182 304 130 2,3 365 156
2004 130 236 366 167 2,2 365 167
2005 167 197 364 96 3,8 365 96
Her
ing
2006 96 202 298 85 3,5 365 104
Fonte: Base de dados Primários – Bovespa
Elaboração nossa
125
Tabela 24 – Posição Resultante da Melhoria da Simulação da Redução das Compras ( - 10%), para os anos de 2000 e 2004 da Hering, e Avaliação do Efeito Produzido na Medida SV e no Ciclo Financeiro (conclusão)
Fonte: Base de dados Primários – Bovespa
Elaboração nossa
Empresa Ano PMRE PMRV CO
1999 79 0 79
2000 132 0 132
2001 143 0 143
2002 165 0 165
2003 185 0 185 Empresa Ano CO CF
2004 230 0 230 1999 79 -61
2005 307 0 307 2000 132 50
Her
ing
2006 275 0 275 2001 143 4
2002 165 6
Empresa Ano CO PMPF CF 2003 185 29
1999 79 141 -61 2004 230 64
2000 132 82 50 2005 307 210
2001 143 139 4
Her
ing
2006 275 171
2002 165 159 6
2003 185 156 29
2004 230 167 64
2005 307 96 210
Her
ing
2006 275 104 171
126
Tabela 25 - Correlação entre a Medida Sinal Vital e o Endividamento Geral das Empresas, exceto Fornecedor de Mercadorias (Continua)
Fonte: BOVESPA
Elaboração nossa
(a) (b) (C)=(a+b) (d) (e)=(c-d) (f) (h)=(f-d) (i)=(e/h) EMP. Per.
PC PELP CT F CT-F PT PT - F CT-F/PT-F SV
2006 42.284 115 42.399 20.759 21.640 147.732 126.973 0,17 0,65
2005 36.341 52 36.393 17.446 18.947 132.711 115.265 0,16 0,63
2004 30.449 1.236 31.685 13.269 18.416 122.727 109.458 0,17 0,41
2003 26.390 5.039 31.429 15.026 16.403 109.175 94.149 0,17 0,49
2002 24.590 5.040 29.630 14.937 14.693 102.828 87.891 0,17 0,54
2001 27.514 4.826 32.340 16.030 16.310 103.013 86.983 0,19 0,54
2000 27.817 4.945 32.762 15.712 17.050 98.398 82.686 0,21 0,61
Gra
zzio
tin
1999 25.910 4.887 30.797 13.217 17.580 89.816 76.599 0,23 0,56
2006 461.718 151.499 613.217 215.497 397.720 1.673.231 1.457.734 0,27 0,73
2005 437.053 150.636 587.689 221.046 366.643 1.474.283 1.253.237 0,29 1,04
2004 339.540 74.629 414.169 181.187 232.982 1.220.351 1.039.164 0,22 0,87
2003 228.273 68.837 297.110 132.433 164.677 987.540 855.107 0,19 0,97
2002 230.170 56.794 286.964 144.106 142.858 929.734 785.628 0,18 0,84
2001 193.849 33.635 227.484 119.811 107.673 793.531 673.720 0,16 1,01
2000 200.666 34.018 234.684 127.919 106.765 752.859 624.940 0,17 0,95
Gu
arar
apes
1999 125.124 33.201 158.325 66.696 91.629 613.026 546.330 0,17 0,77
2006 474 18.501 18.975 85 18.890 8.291 8.206 2,30 0,38
2005 511 18.692 19.203 96 19.107 12.080 11.984 1,59 0,31
2004 660 18.286 18.946 167 18.779 12.341 12.174 1,54 0,72
2003 1.539 14.401 15.940 130 15.810 12.604 12.474 1,27 0,85
2002 1.947 13.917 15.864 122 15.742 13.094 12.972 1,21 0,96
2001 1.394 13.130 14.524 108 14.416 13.458 13.350 1,08 0,97
2000 1.437 12.105 13.542 97 13.445 13.661 13.564 0,99 0,62
Her
ing
1999 5.299 99 5.398 206 5.192 14.487 14.281 0,36 1,77
2006 627.633 28.797 656.430 220.272 436.158 1.200.396 980.124 0,45 1,44
2005 492.836 19.212 512.048 218.955 293.093 1.029.627 810.672 0,36 1,84
2004 374.682 0 374.682 167.923 206.759 742.334 574.411 0,36 1,84
2003 307.296 283.513 590.809 145.066 445.743 641.689 496.623 0,90 1,88
2002 274.929 283.254 558.183 122.670 435.513 597.532 474.862 0,92 1,89
2001 211.781 186.551 398.332 100.489 297.843 534.758 434.269 0,69 1,53
2000 183.325 157.598 340.923 107.930 232.993 505.580 397.650 0,59 1,41
Ren
ner
1999 135.487 143.229 278.716 76.968 201.748 455.105 378.137 0,53 1,42
127
Tabela 25 - Correlação entre a Medida Sinal Vital e o Endividamento Geral das Empresas, exceto Fornecedor de Mercadorias (Continuação)
(a) (b) (C)=(a+b) (d) (e)=(c-d) (f) (h)=(f-d) (i)=(e/h) EMP. Período
PC PELP CT F CT-F PT PT - F CT-F/PT-F SV
2006 2.639.017 1.164.080 3.803.097 1.056.261 2.746.836 4.309.006 3.252.745 0,84 1,03
2005 1.476.676 976.257 2.452.933 721.906 1.731.027 2.765.162 2.043.256 0,85 1,05
2004 1.182.547 682.315 1.864.862 599.604 1.265.258 2.062.895 1.463.291 0,86 0,99
2003 1.436.616 171.195 1.607.811 477.036 1.130.775 1.825.289 1.348.253 0,84 1,15
2002 610.521 651.282 1.261.803 322.095 939.708 1.490.914 1.168.819 0,80 1,24
2001 654.149 509.071 1.163.220 301.494 861.726 1.396.531 1.095.037 0,79 1,26
2000 429.939 437.105 867.044 212.966 654.078 1.045.918 832.952 0,79 1,14
Am
eric
anas
1999 387.994 403.377 791.371 189.069 602.302 1.009.719 820.650 0,73 0,82
2006 1.548.362 98.077 1.646.439 576.316 1.070.123 2.325.060 1.748.744 0,61 1,00
2005 1.087.165 76.992 1.164.157 471.414 692.743 1.793.321 1.321.907 0,52 1,21
2004 833.330 284.155 1.117.485 317.331 800.154 1.714.722 1.397.391 0,57 0,85
2003 820.269 113.492 933.761 238.235 695.526 1.495.916 1.257.681 0,55 0,98
2002 471.040 480.951 951.991 193.213 758.778 1.513.236 1.320.023 0,57 0,73
2001 478.360 288.401 766.761 250.000 516.761 1.313.978 1.063.978 0,49 0,99
2000 742.727 85.970 828.697 281.156 547.541 1.348.819 1.067.663 0,51 1,16
Po
nto
Fri
o
1999 441.534 224.149 665.683 279.110 386.573 1.145.359 866.249 0,45 1,63
2006 18.820 131.400 150.220 957 149.263 151.235 150.278 0,99 0,07
2005 12.163 122.906 135.069 1.745 133.324 136.609 134.864 0,99 0,17
2004 10.500 114.817 125.317 1.390 123.927 126.921 125.531 0,99 0,17
2003 9.901 96.147 106.048 924 105.124 115.352 114.428 0,92 0,11
2002 5.726 90.119 95.845 571 95.274 104.267 103.696 0,92 0,08
2001 5.523 92.089 97.612 467 97.145 100.530 100.063 0,97 0,07
2000 6.194 90.882 97.076 831 96.245 98.755 97.924 0,98 0,11
Sem
p
1999 7.300 87.170 94.470 1.025 93.445 94.742 93.717 1,00 0,16
2006 157.018 20.599 177.617 106.784 70.833 299.095 192.311 0,37 0,69
2005 115.650 2.555 118.205 80.365 37.840 225.422 145.057 0,26 0,74
2004 90.708 2.658 93.366 66.580 26.786 194.891 128.311 0,21 0,67
2003 66.296 3.089 69.385 40.970 28.415 166.252 125.282 0,23 0,64
2002 57.829 3.273 61.102 31.124 29.978 153.528 122.404 0,24 0,49
2001 46.951 3.526 50.477 32.843 17.634 137.557 104.714 0,17 0,64
2000 45.123 4.234 49.357 32.618 16.739 134.551 101.933 0,16 0,80
Dro
gasi
l
1999 39.593 8.172 47.765 30.162 17.603 132.898 102.736 0,17 0,76
Fonte: BOVESPA
Elaboração nossa
128
Tabela 25 - Correlação entre a Medida Sinal Vital e o Endividamento Geral das Empresas, exceto Fornecedor de Mercadorias (Conclusão)
(a) (b) (C)=(a+b) (d) (e)=(c-d) (f) (h)=(f-d) (i)=(e/h) EMP. Período
PC PELP CT F CT-F PT PT - F CT-F/PT-F SV
2006 105.657 10.894 116.551 78.332 38.219 234.294 155.962 0,25 0,67
2005 98.893 10.429 109.322 73.202 36.120 217.513 144.311 0,25 0,72
2004 78.133 2.255 80.388 55.752 24.636 180.584 124.832 0,20 0,58
2003 75.656 2.740 78.396 55.842 22.554 172.018 116.176 0,19 0,68
2002 53.967 2.805 56.772 37.835 18.937 145.207 107.372 0,18 0,63
2001 67.095 3.800 70.895 51.649 19.246 156.506 104.857 0,18 0,74
2000 61.538 4.310 65.848 45.858 19.990 147.793 101.935 0,20 0,78
Dim
ed
1999 60.794 6.764 67.558 45.413 22.145 148.210 102.797 0,22 0,65
Fonte: BOVESPA
Elaboração nossa
Legenda
(a) Dívidas da empresa com vencimento no curto prazo
(b) Dívidas da empresa com vencimento no Longo Prazo
(C)=(a+b) Dívida total da empresa com terceiros( no curto e longo prazo)
(d) Dívida da empresa somente com fornecedores de mercadorias
(e)=(c-d) Dívida total da empresa com terceiros
(f) Dívida total da empresa, incluindo as com os proprietários
(h)=(f-d) Dívida total da empresa com terceiros e proprietários
(i)=(e/h) Índice de Endividamento Geral
129
ANEXOS
130
Tabela 1 – Relatório Patrimonial da Empresa Grazziotin
Em mil R$
Descrição da Conta 2006 2005 2004 2003 2002 2001 2000 1999 1998
Ativo Total 147.732 132.711 122.727 109.175 102.828 103.013 98.398 89.816 80.387
Ativo Circulante 117.545 99.664 88.817 77.912 72.649 74.472 75.299 68.047 59.052
Disponibilidades 4.460 6.617 4.080 2.365 2.935 3.518 2.382 2.001 2.879
Créditos 85.173 68.953 58.299 50.632 46.712 46.903 51.609 44.739 35.988
Clientes 14.704 11.269 41.841 30.301 28.741 34.563 32.453 23.602 24.638
Estoques 25.794 23.966 26.317 24.779 22.861 23.980 21.206 21.161 19.936
Ativo Permanente 28.579 28.839 27.203 24.725 23.833 22.825 17.927 16.794 16.558
Imobilizado 28.264 26.423 26.632 23.816 22.478 21.075 17.309 16.105 15.753
Descrição da Conta 2006 2005 2004 2003 2002 2001 2000 1999 1998
Passivo Total 147.732 132.711 122.727 109.175 102.828 103.013 98.398 89.816 80.387
Passivo Circulante 42.284 36.341 30.449 26.390 24.590 27.514 27.817 25.910 22.724
Empréstimos E Financiamentos
424 105 483 531 218 269 258 354 150
Fornecedores 20.759 17.446 13.269 15.026 14.937 16.030 15.712 13.217 11.814
Passivo Exigível a LP 115 52 1.236 5.039 5.040 4.826 4.945 4.887 4.942
Patrimônio Líquido 105.332 91.502 86.227 77.746 73.197 70.672 65.636 59.018 52.720
Fonte : BOVESPA
131
Tabela 2 – Relatório Econômico da Empresa Grazziotin – Demonstração do Resultado do Exercício
Em mil R$
Descrição da Conta 2006 2005 2004 2003 2002 2001 2000 1999 1998
Receita Bruta de Vendas e/ou Serviços
208.356 178.409 189.798 164.314 157.057 170.660 156.598 136.684 140.308
Deduções da Receita Bruta (53.847) (46.146) (49.823) (35.902) (34.004) (36.810) (33.782) (29.260) (29.647)
Receita Líquida de Vendas e/ou Serviços
154.509 132.262 139.974 128.412 123.052 133.849 122.815 107.424 110.661
Custo de Bens e/ou Serviços Vendidos
(78.964) (69.022) (68.882) (67.849) (67.543) (74.167) (68.904) (60.526) (65.079)
Resultado Bruto 75.545 63.239 71.091 60.562 55.509 59.682 53.911 46.897 45.582
Despesas Operacionais com Vendas (46.645) (44.472) (38.708) (39.935) (38.125) (39.382) (34.335) (32.388) (33.267)
Desp. Oper. Gerais e Administrativas
(17.894) (12.413) (14.897) (10.460) (10.519) (9.673) (7.895) (6.879) (5.956)
Despesas ou ReceitasFinanceiras 1.952 2.263 1.345 6.248 2.161 3.239 2.920 3.929 2.329
Lucro/Prejuízo do Período 16.108 10.544 16.215 8.432 5.046 9.193 10.809 9.673 6.001
Fonte: BOVESPA
132
Tabela 3 – Relatório Patrimonial da Empresa Guararapes (Riachuelo)
Em mil R$
Descrição da Conta 2006 2005 2004 2003 2002 2001 2000 1999 1998
Ativo Total 1.673.231 1.474.283 1.220.351 987.540 929.734 793.531 752.859 613.026 515.668
Ativo Circulante 909.380 869.793 678.103 484.833 449.433 410.287 376.812 283.882 259.923
Disponibilidades 251.843 275.195 135.863 47.501 21.388 51.928 15.228 25.765 77.186
Créditos 372.937 391.952 354.011 313.627 288.963 252.266 242.988 167.317 122.090
Clientes 371.379 386.830 348.821 0 0 0 0 0 0
Estoques 224.996 173.223 161.248 109.906 128.910 92.941 105.608 70.676 46.701
Ativo Permanente 745.956 591.116 518.243 477.244 444.922 345.114 339.910 295.127 224.027
Imobilizado 721.835 423.586 471.819 430.557 408.022 314.532 306.471 276.788 214.740
Descrição da Conta 2006 2005 2004 2003 2002 2001 2000 1999 1998
Passivo Total 1.673.231 1.474.283 1.220.351 987.540 929.734 793.531 752.859 613.026 515.668
Passivo Circulante 461.718 437.053 339.540 228.273 230.170 193.849 200.666 125.124 82.438
Empréstimos e Financiamentos
116 98 60 190 157 466 803 599 1.695
Fornecedores 215.497 221.046 181.187 132.433 144.106 119.811 127.919 66.696 37.703
Passivo Exigível a LP 151.499 150.636 74.629 68.837 56.794 33.635 34.018 33.201 31.066
Patrimônio Líquido 1.060.014 886.594 806.182 690.430 642.770 566.047 516.672 453.467 400.873
Fonte: BOVESPA
133
Tabela 4 – Relatório Econômico da Empresa Guararapes (Riachuelo)– Demonstração do Resultado do Exercício
Em mil R$
Descrição da Conta 2006 2005 2004 2003 2002 2001 2000 1999 1998
Receita Bruta de Vendas e/ou Serviços
2.334.295 2.155.715 1.628.368 1.309.941 1.208.223 1.074.580 952.299 685.073 513.063
Deduções da Receita Bruta (698.215) (641.056) (474.850) (339.949) (307.353) (273.123) (240.868) (171.855) (122.308)
Receita Líquida de Vendas e/ou Serviços
1.636.080 1.514.659 1.153.518 969.992 900.870 801.457 711.431 513.218 390.755
Custo de Bens e/ou Serviços Vendidos
(887.412) (829.502) (632.316) (528.520) (466.013) (423.204) (370.847) (276.380) (210.364)
Resultado Bruto 748.668 685.157 521.202 441.472 434.857 378.253 340.584 236.838 180.391
Despesas Operacionais com Vendas
(567.253) (464.513) (336.271) (308.850) (270.197) (246.382) (189.287) (127.286) (105.256)
Desp. Oper. Gerais e Administrativas
(161.688) (222.771) (122.509) (133.311) (117.786) (112.962) (107.902) (82.122) (63.629)
Despesas ou ReceitasFinanceiras 274.462 156.601 107.311 57.250 62.584 55.068 42.290 46.331 40.632
Lucro/Prejuízo do Período 194.861 78.920 121.685 46.501 74.683 50.151 61.692 50.877 40.616
Fonte: BOVESPA
134
Tabela 5 – Relatório Patrimonial das Lojas Hering
Em mil R$
Descrição da Conta 2006 2005 2004 2003 2002 2001 2000 1999 1998
Ativo Total 8.291 12.080 12.341 12.604 13.094 13.458 13.661 14.487 12.019
Ativo Circulante 548 544 458 301 386 333 395 317 402
Disponibilidades 146 89 39 20 55 6 27 13 31
Créditos 180 217 162 121 183 145 177 128 168
Clientes 180 217 162 54 26 38 0 0 0
Estoques 150 147 125 87 77 75 80 75 127
Ativo Permanente 7.733 8.193 8.536 8.959 9.362 9.779 10.287 10.869 11528
Imobilizado 7.670 8.130 8.472 8.898 9.298 9.745 10.243 10.802 11432
Descrição da Conta 2006 2005 2004 2003 2002 2001 2000 1999 1998
Passivo Total 8.291 12.080 12.341 12.604 13.094 13.458 13.661 14.487 12.019
Passivo Circulante 474 511 660 1.539 1.947 1.394 1.437 5.299 4.670
Empréstimos E Financiamentos 0 0 0 2 8 81 121 224 302
Fornecedores 85 96 167 130 122 108 97 206 242
Passivo Exigível a LP 18.501 18.692 18.286 14.401 13.917 13.130 12.105 99 181
Patrimônio Líquido (10.684) (7.125) (6.605) (3.341) (2.786) (1.092) 72 9.007 7168
Fonte : BOVESPA
135
Tabela 6 – Relatório Econômico das Lojas Hering – Demonstração do Resultado do Exercício
Em mil R$
Descrição da Conta 2006 2005 2004 2003 2002 2001 2000 1999 1998
Receita Bruta de Vendas e/ou Serviços 1.667 1.734 1.476 1.358 1.174 1.092 1.083 1.107 1.040
Deduções da Receita Bruta (233) (223) (153) (126) (109) (109) (108) (125) (92)
Receita Líquida de Vendas e/ou Serviços
1.434 1.511 1.323 1.232 1.065 983 975 982 948
Custo de Bens e/ou Serviços Vendidos (199) (175) (198) (172) (170) (192) (222) (345) (301)
Resultado Bruto 1.235 1.336 1.125 1.060 895 791 753 637 647
Despesas Operacionais com Vendas (427) (412) (398) (323) (337) (295) (267) (327) (227)
Desp. Oper. Gerais e Administrativas (932) (830) (754) (777) (744) (805) (1.131) (1.140) (1.394)
Despesas ou ReceitasFinanceiras (598) (772) (996) (1.228) (1.212) (1.135) (444) (526) (569)
Lucro/Prejuízo do Período (3.559) (520) (891) (555) (1.418) (1.128) (8.935) (1.166) (1.542)
Fonte : BOVESPA
136
Tabela 7 – Relatório Patrimonial das Lojas Renner
Em mil R$
Descrição da Conta 2006 2005 2004 2003 2002 2001 2000 1999 1998
Ativo Total 1.200.396 1.029.627 742.334 641.689 597.532 534.758 505.580 455.105 168375
Ativo Circulante 883.158 800.727 545.545 440.365 392.864 314.624 285.099 268.276 129330
Disponibilidades 287.203 276.529 16.783 22.282 18.033 10.487 18.183 100.965 8127
Créditos 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Clientes 402.120 381.588 346.125 273.423 252.252 196.718 181.637 113.152 74359
Estoques 116.552 91.221 70.349 60.005 52.106 50.709 58.068 39.685 15530
Ativo Permanente 280.433 201.586 164.864 174.738 175.040 193.367 210.824 184.138 37682
Imobilizado 241.062 166.813 162.039 150.601 129.594 126.610 120.018 79.186 37512
Descrição da Conta 2006 2005 2004 2003 2002 2001 2000 1999 1998
Passivo Total 1.200.396 1.029.627 742.334 641.689 597.532 534.758 505.580 455.105 168375
Passivo Circulante 627.633 492.836 374.682 307.296 274.929 211.781 183.325 135.487 91595
Empréstimos e Financiamentos
93.365 63.181 58.293 51.439 46.686 36.126 8.193 2.522 6820
Fornecedores 220.272 218.955 167.923 145.066 122.670 100.489 107.930 76.968 44110
Passivo Exigível a LP 28.797 19.212 0 283.513 283.254 186.551 157.598 143.229 15.238
Patrimônio Líquido 543.966 517.579 148.334 95.880 39.349 136.426 164.657 176.389 61542
Fonte : BOVESPA
137
Tabela 8 – Relatório Econômico das Lojas Renner – Demonstração do Resultado do Exercício
Em mil R$
Descrição da Conta 2006 2005 2004 2003 2002 2001 2000 1999 1998
Receita Bruta de Vendas e/ou Serviços
1.942.945 1.537.873 1.289.255 1.053.525 930.572 749.655 676.358 406.369 305.766
Deduções da Receita Bruta (506.840) (401.439) (335.451) (229.601) (195.871) (158.917) (144.721) (82.681) (64.714)
Receita Líquida de Vendas e/ou Serviços
1.436.105 1.136.434 953.804 823.924 734.701 590.738 531.637 323.688 241.052
Custo de Bens e/ou Serviços Vendidos (780.789) (618.409) (517.791) (456.815) (411.978) (338.217) (302.832) (187.644) (141.764)
Resultado Bruto 655.316 518.025 436.013 367.109 322.723 252.521 228.805 136.044 99.288
Despesas Operacionais com Vendas (356.989) (282.877) (251.417) (213.504) (186.142) (175.898) (159.058) (90.048) (61.483)
Desp. Oper. Gerais e Administrativas (146.834) (101.682) (86.087) (72.734) (65.031) (50.755) (44.849) (26.189) (23.013)
Despesas ou ReceitasFinanceiras (6.906) 20.586 (1.295) 33.076 (115.888) (44.023) (26.156) (982) 11.044
Lucro/Prejuízo do Período 98.822 80.291 52.454 56.531 (97.077) (28.231) (11.459) 13.025 15.069
Fonte: BOVESPA
138
Tabela 9 – Relatório Patrimonial das Lojas Americanas Em mil R$
Descrição da Conta 2006 2005 2004 2003 2002 2001 2000 1999 1998
Ativo Total 4.309.006 2.765.162 2.062.895 1.825.289 1.490.914 1.396.531 1.045.918 1.009.719 1.209.780
Ativo Circulante 3.320.014 2.005.955 1.575.494 1.456.955 1.170.026 1.057.243 700.644 685.837 885700
Disponibilidades 1.228.655 766.493 636.292 850.924 810.527 645.446 347.116 294.807 547481
Créditos 1.173.656 632.532 358.484 149.226 96.953 150.592 144.591 128.398 74416
Clientes 1.173.656 632.532 358.484 149.226 96.953 150.592 144.591 128.398 74416
Estoques 748.244 511.632 437.410 313.866 203.479 193.974 162.071 193.913 190097
Ativo Permanente 724.715 482.224 286.546 220.535 179.992 156.240 157.874 137.603 242019
Imobilizado 257.273 210.117 157.963 108.074 91.176 84.795 90.660 84.654 205307
Descrição da Conta 2006 2005 2004 2003 2002 2001 2000 1999 1998
Passivo Total 4.309.006 2.765.162 2.062.895 1.825.289 1.490.914 1.396.531 1.045.918 1.009.719 1.209.780
Passivo Circulante 2.639.017 1.476.676 1.182.547 1.436.616 610.521 654.149 429.939 387.994 386606
Empréstimos e Financiamentos
768.003 491.795 161.206 797.285 152.844 187.158 108.310 96.971 109858
Fornecedores 1.056.261 721.906 599.604 477.036 322.095 301.494 212.966 189.069 174882
Passivo Exigível a LP 1164.080 976.257 682.315 171.195 651.282 509.071 437.105 403.377 247.671
Patrimônio Líquido 330.916 295.674 188.749 210.918 218.590 220.653 178.451 218.348 575503
Fonte : BOVESPA
139
Tabela 10 – Relatório Econômico das Lojas Americanas – Demonstração do Resultado do Exercício
em mil R$
Descrição da Conta 2006 2005 2004 2003 2002 2001 2000 1999 1998
Receita Bruta de Vendas e/ou Serviços
5.020.042 3.639.888 2.949.224 2.325.174 1.918.115 1.764.730 1.693.079 1.509.957 1.864.389
Deduções da Receita Bruta (1.235.949) (872.798) (671.095) (387.039) (340.876) (320.715) (316.129) (263.069) (329.682)
Receita Líquida de Vendas e/ou Serviços
3.784.093 2.767.090 2.278.129 1.938.135 1.577.239 1.444.015 1.376.950 1.246.888 1.534.707
Custo de Bens e/ou Serviços Vendidos
(2.616.914) (1.927.342) (1.573.940) (1.352.994) (1.112.464) (1.037.769) (1.029.798) (928.070) (1.171.735)
Resultado Bruto 1.167.179 839.748 704.189 585.141 464.775 406.246 347.152 318.818 362.972
Despesas Operacionais com Vendas
(635.635) (453.810) (374.732) (309.714) (277.395) (259.173) (295.351) (243.062) (278.478)
Desp. Oper. Gerais e Administrativas
(77.322) (55.370) (54.707) (58.224) (50.739) (64.274) (56.106) (46.996) (58.548)
Despesas ou ReceitasFinanceiras
(126.467) (170.512) (128.628) (49.324) (31.433) (26.903) (17.431) 70.256 18.666
Lucro/Prejuízo do Período 123.521 176.148 64.135 115.873 103.086 57.112 (19.919) 50.044 175.314
Fonte : BOVESPA
140
Tabela 11 – Relatório Patrimonial da Empresa Ponto Frio Em mil R$
Descrição da Conta 2006 2005 2004 2003 2002 2001 2000 1999 1998
Ativo Total 2.325.060 1.793.321 1.714.722 1.495.916 1.513.236 1.313.978 1.348.819 1.145.359 991.775
Ativo Circulante 1.979.154 1.465.465 1.231.256 1.211.612 895.242 1.124.243 1.118.015 996.080 839.793
Disponibilidades 612.172 322.211 240.094 578.331 258.683 433.889 138.055 213.146 208.118
Créditos 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Clientes 762.068 710.289 584.430 0 0 0 0 0 0
Estoques 460.212 338.246 313.777 218.922 230.303 214.502 225.643 138.887 134.594
Ativo Permanente 209.013 211.572 194.949 186.751 173.577 166.884 171.597 112.719 126.578
Imobilizado 208.166 210.691 194.068 185.842 172.512 165.040 167.006 104.667 115.781
Descrição da Conta 2006 2005 2004 2003 2002 2001 2000 1999 1998
Passivo Total 2.325.060 1.793.321 1.714.722 1.495.916 1.513.236 1.313.978 1.348.819 1.145.359 991.775
Passivo Circulante 1.548.362 1.087.165 833.330 820.269 471.040 478.360 742.727 441.534 382.063
Empréstimos e Financiamentos
778.635 398.197 290.806 455.923 138.658 114.045 331.226 65.672 19.990
Fornecedores 576.316 471.414 317.331 238.235 193.213 250.000 281.156 279.110 297.837
Passivo Exigível a LP 98.077 76.992 284.155 113.492 480.951 288.401 85.970 224.149 155.324
Patrimônio Líquido 678.621 629.164 597.237 562.155 561.245 547.217 520.122 479.676 454.388
Fonte : BOVESPA
141
Tabela 12 – Relatório Econômico da Empresa Ponto Frio – Demonstração do Resultado do Exercício
Em mil R$
Descrição da Conta 2006 2005 2004 2003 2002 2001 2000 1999 1998
Receita Bruta de Vendas e/ou Serviços
4.117.986 3.865.683 3.331.404 2.688.800 2.891.267 2.867.872 2.839.405 2.255.967 2.189.214
Deduções da Receita Bruta (928.968) (930.236) (788.871) (524.838) (542.181) (522.046) (509.183) (405.013) -370970
Receita Líquida de Vendas e/ou Serviços
3.189.018 2.935.447 2.542.533 2.163.962 2.349.086 2.345.826 2.330.222 1.850.954 1.818.244
Custo de Bens e/ou Serviços Vendidos
(2.354.910) (2.167.790) (1.807.714) (1.579.256) (1.758.749) (1.703.706) (1.684.131) (1.297.052) 1.272.961
Resultado Bruto 834.108 767.657 734.819 584.706 590.337 642.120 646.091 553.902 545283
Despesas Operacionais com Vendas
(464.662) (396.079) (381.533) (387.459) (350.428) (392.802) (324.030) (326.402) -359526
Desp. Oper. Gerais e Administrativas
(162.528) (132.791) (112.136) (109.946) (107.062) (110.188) (133.506) (72.913) -70353
Despesas ou ReceitasFinanceiras
(98.911) (152.404) (148.850) (52.092) (52.972) (125.889) (81.560) (80.404) -64274
Lucro/Prejuízo do Período 79.457 55.490 52.031 3.344 35.785 39.095 60.026 43.542 32382
Fonte : BOVESPA
142
Tabela 13 – Relatório Patrimonial da Empresa Semp
Em mil R$
Descrição da Conta 2006 2005 2004 2003 2002 2001 2000 1999 1998
Ativo Total 151.235 136.609 126.598 115.450 104.267 100.530 98.755 94.742 94490
Ativo Circulante 36.973 29.061 26.434 19.787 14.856 13.780 16.340 15.437 46471
Disponibilidades 265 256 588 488 151 324 1.943 2.234 136
Créditos 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Clientes 12.515 10.222 12.579 7.906 7.376 7.347 7.383 7.695 28441
Estoques 11.112 9.126 7.643 7.389 6.624 6.004 5.965 5.451 5.024
Ativo Permanente 7.147 4.602 2.258 2.341 2.057 2.112 2.463 2.630 2767
Imobilizado 6.997 4.452 1.999 2.119 1.861 1.921 2.278 2.459 2601
Descrição da Conta 2006 2005 2004 2003 2002 2001 2000 1999 1998
Passivo Total 151.235 136.609 126.921 115.352 104.267 100.530 98.755 94.742 94490
Passivo Circulante 18.820 12.163 10.500 9.901 5.726 5.523 6.194 7.300 5244
Empréstimos e Financiamentos
0 0 0 0 0 16 2 0 11
Fornecedores 957 1.745 1.390 924 571 467 831 1.025 837
Passivo Exigível a LP 131.400 122.906 114.817 96.147 90.119 92.089 90.882 87.170 87.829
Patrimônio Líquido (5.490) (4.965) (4.901) 2.249 366 (3.587) (4.826) (6.233) (5.088)
Fonte : BOVESPA
143
Tabela 14 – Relatório Econômico da Empresa Semp – Demonstração do Resultado do Exercício
Em mil R$
Descrição da Conta 2006 2005 2004 2003 2002 2001 2000 1999 1998
Receita Bruta de Vendas e/ou Serviços
32.610 24.822 21.150 14.654 8.308 6.503 4.778 6.984 50.281
Deduções da Receita Bruta (4.627) (2.340) (1.509) (1.299) (1.050) (1.254) (1.084) (1.782) (9.776)
Receita Líquida de Vendas e/ou Serviços
27.983 22.482 19.641 13.355 7.258 5.249 3.694 5.202 40.505
Custo de Bens e/ou Serviços Vendidos
(23.563) (18.198) (16.611) (12.612) (9.258) (6.586) (5.222) (9.007) (59.020)
Resultado Bruto 4.420 4.284 3.030 743 (2.000) (1.337) (1.528) (3.805) (18.515)
Despesas Operacionais com Vendas (6.768) (7.621) (11.107) (9.223) (9.763) (8.777) (7.031) (5.666) (8.682)
Desp. Oper. Gerais e Administrativas (19.741) (16.505) (16.482) (15.586) (12.219) (11.527) (7.031) (5.666) (8.216)
Despesas ou ReceitasFinanceiras 3.384 4.138 3.441 5.682 4.513 4.679 4.287 6.890 24170
Lucro/Prejuízo do Período (525) (64) (7.700) 3.157 4.102 1.654 1.186 1.145 (1.407)
Fonte : BOVESPA
144
Tabela 15 – Relatório Patrimonial da Empresa Drogasil
Em mil R$
Descrição da Conta 2006 2005 2004 2003 2002 2001 2000 1999 1998
Ativo Total 299.095 225.422 194.891 166.252 153.528 137.557 134.551 132.898 120.225
Ativo Circulante 228.402 160.688 134.825 104.647 91.266 70.737 61.814 58.612 46.678
Disponibilidades 47.051 27.728 19.720 22.976 15.783 10.087 9.144 11.446 12.087
Créditos 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Clientes 54.204 41.747 33.075 25.428 22.443 17.601 15.017 10.367 6.336
Estoques 125.674 90.388 81.463 55.613 52.527 42.554 34.814 33.520 24.737
Ativo Permanente 68.648 62.868 58.427 59.781 60.346 62.535 64.940 69.227 70.925
Imobilizado 51.255 49.704 45.353 47.507 47.194 48.368 49.509 53.813 55.566
Descrição da Conta 2006 2005 2004 2003 2002 2001 2000 1999 1998
Passivo Total 299.095 225.422 194.891 166.252 153.528 137.557 134.551 132.898 120.225
Passivo Circulante 157.018 115.650 90.708 66.296 57.829 46.951 45.123 39.593 30.187
Empréstimos e Financiamentos
23.723 18.289 8.812 12.002 15.174 3.751 738 1.099 1.033
Fornecedores 106.784 80.365 66.580 40.970 31.124 32.843 32.618 30.162 21.451
Passivo Exigível a LP 20.599 2.555 2.658 3.089 3.273 3.526 4.234 8.172 5.306
Patrimônio Líquido 121.478 107.217 101.525 96.867 92.426 87.080 85.194 85.133 84.732
Fonte : BOVESPA
145
Tabela 16 – Relatório Econômico da Empresa Drogasil – Demonstração do Resultado do Exercício
Em mil R$
Descrição da Conta 2006 2005 2004 2003 2002 2001 2000 1999 1998
Receita Bruta de Vendas e/ou Serviços
817.513 658.543 522.886 427.207 374.552 346.021 332.844 308.906 272.850
Deduções da Receita Bruta (143.088) (119.377) (95.968) (82.534) (71.858) (71.163) (72.140) (65.967) (56.727)
Receita Líquida de Vendas e/ou Serviços
674.425 539.166 426.918 344.673 302.694 274.858 260.704 242.939 216.123
Custo de Bens e/ou Serviços Vendidos
(489.909) (390.000) (305.943) (237.064) (209.473) (191.879) (184.992) (170.170) (154.543)
Resultado Bruto 184.516 149.166 120.975 107.609 93.221 82.979 75.712 72.769 61.580
Despesas Operacionais com Vendas (120.938) (106.849) (89.235) (71.144) (57.643) (54.601) (51.194) (45.296) 39.572
Desp. Oper. Gerais e Administrativas (38.433) (30.926) (25.816) (24.766) (22.542) (21.419) (21.881) (24.236) 17.255
Despesas ou ReceitasFinanceiras (26.110) (20.543) (16.187) (15.364) (13.564) (12.528) (13.220) (16.593) (1.148)
Lucro/Prejuízo do Período 20.795 9.725 7.951 6.959 8.022 5.040 1.931 2.866 2.344
Fonte : BOVESPA
146
Tabela 17 – Relatório Patrimonial da Empresa Dimed
Em mil R$
Descrição da Conta 2006 2005 2004 2003 2002 2001 2000 1999 1998
Ativo Total 234.294 217.513 180.584 172.018 145.207 156.506 147.793 148.210 138.190
Ativo Circulante 206.654 190.240 157.179 148.854 122.028 132.979 124.534 124.186 115.262
Disponibilidades 5.477 4.472 2.978 3.935 3.265 3.527 6.471 5.936 16.393
Créditos 96.860 94.584 69.648 70.265 63.264 66.643 61.575 51.731 47.400
Clientes 68.119 68.150 53.884 47.514 41.630 36.949 39.129 44.766 47.950
Estoques 102.325 90.332 83.413 72.572 53.771 60.502 53.497 61.511 47.725
Ativo Permanente 21.605 21.659 20.990 21.686 22.189 22.417 22.193 23.352 22.281
Imobilizado 19.740 20.018 19.724 20.745 21.322 21.318 21.315 21.618 19.717
Descrição da Conta 2006 2005 2004 2003 2002 2001 2000 1999 1998
Passivo Total 234.294 217.513 180.584 172.018 145.207 156.506 147.793 148.210 138.190
Passivo Circulante 105.657 98.893 78.133 75.656 53.967 67.095 61.538 60.794 53.875
Empréstimos e Financiamentos
192 91 1.351 1.587 867 658 1.033 1.073 2.232
Fornecedores 78.332 73.202 55.752 55.842 37.835 51.649 45.858 45.413 36.538
Passivo Exigível a LP 10.894 10.429 2.255 2.740 2.805 3.800 4.310 6.764 8.476
Patrimônio Líquido 117.743 108.191 100.196 93.622 88.435 85.611 81.945 80.652 75.838
Fonte : BOVESPA
147
Tabela 18 – Relatório Econômico da Empresa Dimed – Demonstração do Resultado do Exercício
Em mil R$
Descrição da Conta 2.006 2.005 2.004 2.003 2.002 2.001 2.000 1.999 1.998
Receita Bruta de Vendas e/ou Serviços
834.963 725.881 649.757 592.307 531.983 505.954 512.967 512.868 517.458
Deduções da Receita Bruta (101.437) (78.418) (70.168) (59.749) (52.174) (59.323) (71.558) (75.875) (68.731)
Receita Líquida de Vendas e/ou Serviços
733.526 647.463 579.589 532.558 479.809 446.631 441.409 436.993 448.727
Custo de Bens e/ou Serviços Vendidos
(594.598) (518.896) (455.321) (420.006) (388.878) (361.803) (363.940) (350.877) (66.472)
Resultado Bruto 138.928 128.567 124.268 112.552 90.931 84.828 77.469 86.116 82.255
Despesas Operacionais com Vendas (103.277) (105.090) (85.438) (77.579) (66.767) (62.386) (55.283) (56.562) (44.767)
Desp. Oper. Gerais e Administrativas (17.929) (16.384) (15.233) (15.193) (14.638) (14.080) (15.329) (16.742) (23.617)
Despesas ou ReceitasFinanceiras (1.749) 6.222 (11.096) (10.124) (6.049) (3.998) (4.956) (5.413) (6.333)
Lucro/Prejuízo do Período 14.402 12.767 11.497 10.026 6.177 6.957 2.955 7.442 8.166
Fonte : BOVESPA
148
Relatório 1 – Relatório da Administração da Empresa Hering em 2000
Prezados Acionistas:
Submetemos a V.Sas., para apreciação, as demonstrações contábeis e parecer dos auditores relativos ao exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2000.
No ano de 2000, ingressamos no Refis-Federal e Estadual-SC, alongando as dívidas de curto prazo relativas a impostos e permitindo assim, doravante uma ligeira melhora no fluxo financeiro da Companhia.
Reduzimos o quadro de colaboradores, da média de 38 pessoas no ano de 1999, para 17 pessoas, em 31 de dezembro de 2000.
Continuamos incentivando as locações dos imóveis da Companhia, cuja receita, cresceu 12,2% (de R$ 618.502 em 1999, para R$ 694.281 em 2000). As vendas de mercadorias, ao contrário, reduziram 20,3% (de R$ 488.210 em 1999, para R$ 388.874 em 2000).
Blumenau, 15 de março de 2001.
Conselho de Administração:
Guenther Achim Steinbach - Presidente
Rolf Ulrich Steinbach - Vice-Presidente
Denise Steinbach Zadrozny
Diretoria:
Guenther Achim Steinbach - Presidente
Cid Steinbach
Ademar Klemz
149
Relatório 2 – Relatório da Administração da Empresa Renner em 2002 (continua)
AMBIENTE MACROECONÔMICO
A economia brasileira continua mostrando sensibilidade aos aspectos macroeconômicos do
mundo globalizado. O ano de 2002, foi marcado por turbulências internas e externas. No cenário
político, houve um resultado diferente daquele previsto pela maioria dos agentes econômicos tanto no
Brasil como em outros países. A vitória da oposição ao antigo governo, aliados a pressão sobre novo
conflito envolvendo os Estados Unidos, trouxe uma instabilidade aos mercados internacionais e
também uma crise de confiança na economia brasileira. Esta crise de confiança no período que
antecedeu a posse do novo governo, causou uma forte desvalorização da moeda brasileira que chegou
a 68% em setembro, retrocedendo para 52% no final do ano. A política monetária do governo,
manteve os juros básicos da economia em patamares elevados, chegando ao final do ano com 25%,
que conjugados com outros fatores mencionados anteriormente, causaram uma forte pressão
inflacionaria (IPC da Fipe chegou a 9,92% no ano). Outro componente importante na economia
interna, foram os aumentos relevantes nas tarifas controladas pelo governo, como água, energia,
telefone e combustíveis, causando uma redução na renda disponível para o consumo. Este cenário
definitivamente não foi favorável ao varejo, como pode-se observar pelos resultados da Pesquisa
Mensal do Comércio, divulgada mensalmente pelo IBGE, onde o crescimento nominal do varejo de
vestuário no ano de 2002, foi de 5,61% no Brasil.
DESEMPENHO COMERCIAL
A receita operacional bruta, atingiu o montante de R$930,6 milhões, apresentando um
crescimento anual de 24,1%. Este desempenho acima da média do varejo brasileiro, conforme
pesquisa do IBGE informada acima, é resultado principalmente das melhorias implementadas no
decorrer do ano, tanto na montagem das coleções, como na tecnologia de comercialização de nossos
produtos. As melhorias nos processos de logística e negociação trouxeram resultados efetivos, com a
melhoria da margem bruta, que passou de 42,8% no ano anterior, para 43,9% em 2002.
150
Relatório 2 - Relatório da Administração da Empresa Renner em 2002 (continuação)
INVESTIMENTOS
Os investimentos fixos em instalações comerciais, tecnologia e logística montaram em R$23,8
milhões.
RECURSOS HUMANOS
Para manter e melhorar o nível dos serviços, que é o alicerce do relacionamento com os
clientes, a Companhia investiu aproximadamente 135 horas/ano de treinamento por colaborador. A
Companhia melhorou os benefícios de assistência médica visando aumentar o nível de satisfação e
motivação dos colaboradores. Demos início ao primeiro curso de MBA em Varejo, promovido pela
Universidade Corporativa da Companhia em convênio com a Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP),
visando a profissionalização e especialização de 30 jovens executivos, na gestão de varejo.
DESEMPENHO OPERACIONAL
Os processos comerciais, operacionais e administrativos são constantes focos para melhorias
na empresa. As despesas operacionais, com venda, gerais e administrativas, não obstante a pressão
inflacionaria, apresentaram melhorias, correspondendo a 37,5% da receita líquida, contra 38,1%
apresentado no ano anterior.
151
Relatório 2 - Relatório da Administração da Empresa Renner em 2002 (continuação)
RESULTADO FINAL
O resultado líquido do exercício, ficou negativo em R$97,1 milhões. Este resultado foi
fortemente influenciado pela atualização do financiamento de longo prazo para expansão, aquisições e
investimentos da Companhia, recursos estes tomados junto ao acionista controlador, e, portanto
sujeitos a variação cambial que totalizou R$97,5 milhões, a qual não representa desembolso de caixa,
quase que em sua totalidade, e também pela amortização de ágio decorrente de incorporação de
empresa do grupo resultante de reorganização societária realizada em 1999, que no ano totalizou
R$21,3 milhões.
INDICADORES DE DESEMPENHO 2002 2001 % variação
Receita Operacional Bruta (R$ milhões ) 930, 6 749,7 +24,1%
Número de lojas 54 54 -
Número de colaboradores 5.014 4.581 +9,5%
Lucro Operacional (R$ milhões) 43,2 25,4 +70,1%
Antes da amortização do ágio e despesas financeiras
ESTRUTURA DE CAPITAIS E GERAÇÃO DE CAIXA
O índice de liquidez corrente no final do exercício de 1,43 representa situação compatível
com o negócio da empresa, dado os indicadores de giro de estoques, prazos de realização dos
recebíveis e prazos para pagamentos. A geração bruta de caixa, o EBITDA atingiu o montante de
R$63,5 milhões, apresentando crescimento de 47,8% sobre o ano anterior.
152
Relatório 2 - Relatório da Administração da Empresa Renner em 2002 (conclusão)
EBITDA - R$ Milhões EBITDA Margem
5.3
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados operacionais, evidenciados pelo crescimento das vendas, margem, lucro
operacional, indicadores de desempenho e geração de caixa, mostram importantes melhorias no
desempenho do ano 2002. Estas melhorias refletem o comprometimento e os esforços de todos os
colaboradores, bem como o apoio e confiança recebidos de nossos clientes, fornecedores, prestadores
de serviços e acionistas. A todos nossos sinceros agradecimentos.
Relatório 3 - Relatório da Administração da Semp em 2002 (continua)
39,2 42,9
63,5
8,6%
7,3%7,4%
0
10
20
30
40
50
60
70
2000 2001 2002
1%
2%
3%
4%
5%
6%
7%
8%
9%
EBITDA R$ Milhôes EBITDA Margem
153
SEMP TOSHIBA S/A
CNPJ/MF Nr. 61.151.445/0001-67
SOCIEDADE DE CAPITAL ABERTO
RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO
Senhores Acionistas: Apresentamos o relatório da Administração e as Demonstrações Financeiras do exercício
social findo em 31 de dezembro de 2.002, acompanhados do parecer dos Auditores Independentes, de acordo com as determinações da C.V.M. Desempenho Operacional A receita operacional bruta, referente ao período de janeiro a dezembro de 2.002 foi de R$
8.207 mil. A revenda de mercadorias foi de R$ 4.132 mil, correspondente a 50,3% do total faturado, enquanto que a venda de componentes foi de R$ 1.422 mil correspondente a 17,3% do total faturado. Investimentos Sociedade Controlada A companhia detém 99,97 % das quotas da Controlada Semp Toshiba Armazéns Gerais Ltda. Imobilizado A companhia aplicou, neste exercício findo, R$ 433 mil na modernizacão e ampliação de
máquinas e equipamentos, móveis e instalações industriais. Recursos Humanos Com relação aos Recursos Humanos, tivemos a seguinte evolução: ANO JUNHO DEZEMBRO 2.001 275 245 2.002 266 268 Relatório 3 - Relatório da Administração da Semp em 2002 (conclusão)
154
O quadro de funcionários da companhia apresentou-se estável. Foi dada continuidade aos
programas de aumento de Produtividade e de Qualidade Total, destacando-se a certificação do Sistema da Qualidade que atende aos requisitos da Norma Internacional ISO-9001. Auditoria Independente Desde 1995 os serviços de auditoria independente estão a cargo da Ernst & Young
Auditores Independentes S/C, a qual presta também serviços de auditoria externa para controladora. Finalizando, desejamos agradecer a todos os colaboradores, acionistas, clientes e
fornecedores pela dedicação e apoio recebidos. São Paulo, 24 de Fevereiro de 2003
A ADMINISTRAÇÃO