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www.cpb.org.br Tudo sobre os jogos que reunirão os melhores atletas das Américas Circuito entra no terceiro ano com novo formato Março a Abril de 2007 n24 Patrocinador oficial do Comitê Paraolímpico Brasileiro Estréia da seção Paraolímpicos do Futuro

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Circuito entra no terceiro ano com novo formato Estréia da seção Paraolímpicos do Futuro Ma rço a A bri l de 2 0 07 w w w . c p b . o rg . b r Patrocinador oficial do Comitê Paraolímpico Brasileiro

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Tudo sobre os jogos que reunirão os melhores atletas das Américas

Circuito entra no terceiro ano com novo formato

Março a Abri l de 2007n24

Patrocinador oficial do Comitê ParaolímpicoBrasileiro

Estréia da seção Paraolímpicos do Futuro

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NO PÓDIO 02 Marlon Shirley 21 Eduardo Paes29 Ivanildo Vasconcelos35 Maria Luzineide

HUMOR05 Tirinha da Turma da Monica e caricaturas de Guto Alves

NOTÍCIAS06 Bolsa Atleta

COMPETIÇÕES08 Novidades do terceiro ano do Circuito Loterias CAIXA

CAPA11 Parapan

PARAOLÍMPICOS DO FUTURO26 Primeiros resultados do projeto

ADRENALINA32 Paraquedismo

BASTIDORES43 Curiosidades do movimento paraolímpico

CULTURA40 Grupo Artes Táteis

OPINIÃO46 Xavier González - Diretor Geral do IPC

Um ano histórico2007. Ano de Parapan-americano no

Brasil. No Rio de Janeiro. Pela primeira vez, um país assume a responsabilida-de de organizar o Pan e o Parapan na mesma cidade e com as mesmas ins-talações. O nível de organização da competição e o ineditismo sem dúvida farão dos Jogos Parapan-americanos um evento histórico, que mudará o cur-so do esporte paraolímpico em nosso país e na América. É muito bom que a iniciativa de organizar os jogos dessa maneira tenha sido do Brasil, através do Comitê Organizador (CO-Rio), o que evidencia uma evolução na sociedade no que diz respeito à forma de encarar o atleta paraolímpico.

Nesta edição, a revista Brasil Para-olímpico traz todos os detalhes sobre o Parapan: locais de competição, anda-mento das obras e preparação dos atle-tas pré-convocados (pág 11). E também traz a primeira de uma série de entre-vistas com atletas de fora do país que, como os nossos, vem treinando forte para o Parapan. O entrevistado é o ve-locista norte-americano Marlon Shirley (pág. 2). Outra seção nova mostrará, a cada edição, a evolução de um proje-to que muito orgulha o Comitê Parao-límpico Brasileiro, o “Paraolímpicos do Futuro”, que entra no segundo ano de

existência ampliando o alcance e atin-gindo 18 estados brasileiros com seus seminários de difusão de conhecimento para levar orientação e informação aos professores para lidar com alunos com defi ciência (pág 26).

Mais um motivo de comemoração é o já conhecido Circuito Loterias CAIXA Brasil Paraolímpico de Atletismo e Na-tação, que ao longo de dois anos, reve-lou grandes talentos do esporte para-olímpico brasileiro. Em 2007, terceiro ano da competição, novidades como a divisão em cinco etapas regionais – que vem acontecendo a todo vapor, com expressiva participação dos atle-tas e gratas surpresas – e duas nacio-nais, que reunirão a elite do esporte paraolímpico nacional.

Dessa forma, com muito trabalho e muitas alegrias, vamos em frente. Cer-tos de que as bases para a consolidação do desporto paraolímpico no país foram fi ncadas e já criam raízes fi rmes. Con-tinuamos o trabalho com tranqüilidade, cuidado e muita seriedade. Boa leitura!

Vital Severino NetoPresidente do Comitê

Paraolímpico Brasileiro

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UM TRUNFO NORTE-AMERICANO

Por: Luciana PereiraFotos: Arquivo pessoal

Ainda se recuperando do acidente ocorrido durante um salto, em março de 2006, que causou um rompimento dos ligamentos do joelho, o atleta nor-te-americano Marlon Shirley está apos-tando alto no Parapan-americano do Rio de Janeiro, que acontecerá entre os dias 12 e 19 de agosto no Brasil. Para Shirley, será o evento que o de-fi nirá como atleta. “Ainda não estou 100% recuperado do acidente e o Pa-rapan-americano vai me mostrar como estou e o que eu posso fazer. Além do mais, é sempre bom ir ao Brasil”, diz o atleta da classe T44 (amputação nos membros inferiores), que já esteve no Rio de Janeiro duas vezes.

Marlon Shirley tem 28 anos e há dez começou a praticar corrida e salto. No Parapan, deve competir nos 100m, nos revezamentos 4x100 e 4x400m e ainda no salto em distância. Para isso, se prepara dedicando sete horas de seu dia ao treinamento que inclui traba-lhos na pista e com saltos, fi siotera-pia, massagem e musculação. “Esse é o treinamento lá na pista. Mas, de verda-de, treino 24 horas por dia porque sou atleta o tempo todo, na alimentação, para dormir, sempre”, completa.

Além disso, também tira parte do tempo para trabalhos sociais e para seu hobby: pilotar. Voar é o passatem-po preferido deste norte-americano que sonhava ser piloto comercial. Agora, já pensa diferente e, quando se aposentar das pistas, pretende contribuir de al-guma forma com o desenvolvimento de aparelhos para defi cientes físicos. “Na

Aos 28 anos, Marlon Shirley é um dos destaques da delegação dos Estados Unidos e aposta tudo no Parapan Rio 2007

Aos 28 anos, Marlon Shirley é um dos destaques da delegação dos Estados Unidos e aposta tudo no Parapan Rio 2007no Parapan Rio 2007no Parapan Rio 2007no Parapan Rio 2007no Parapan Rio 2007no Parapan Rio 2007

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Aos 28 anos, Marlon Shirley é um dos destaques da delegação dos Estados Unidos e aposta tudo no Parapan Rio 2007

Aos 28 anos, Marlon Shirley é um dos destaques da delegação dos Estados Unidos e aposta tudo no Parapan Rio 2007

escola de grandes velocistas norte-americanos, Marlon Shirley é um dife-rencial. Além de ser um grande atleta, ele tem carisma e conquista a torcida nas competições. O Parapan vai ganhar muito com a presença dele aqui”, ava-lia o coordenador técnico de atletismo do Comitê Paraolímpico Brasileiro, Ciro Winckler.

O atleta, que também compete no esporte convencional, está ani-mado com a organização dos Jogos, que pela primeira vez acontecerão na mesma cidade do Pan-americano. Se-gundo ele, isso dará aos atletas muito mais estrutura em locais de competi-ção e acomodação. Treinando em San Diego com Brooks Johnson, Shirley também tem o apoio do atleta bra-sileiro Joaquim Cruz, atualmente mo-rando na mesma cidade. “Ele me fala muito sobre os atletas brasileiros, do treinamento feito no Brasil e de como está se desenvolvendo o esporte paraolímpico. Mas meu principal ad-versário no Parapan deve ser mesmo o Danny Andrews”, diz, referindo-se ao atleta norte-americano, T44, que esteve no Brasil em setembro do ano passado para a disputa do Superdesa-fi o Loterias Caixa, em Porto Alegre, vencido pelo brasileiro Antonio Delfi -no, da classe T46.

Marlon Shirley teve uma infância problemática, morando na rua e em or-fanatos. Foi em um deles que perdeu parte da perna esquerda em um aci-dente. Estava brincando com um corta-dor de grama ligado quando o aparelho veio em sua direção e decepou parte da perna. Marlon diz que só lembra de ter acordado - após um longo percurso de carro de uma cidade a outra - já com

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a perna amputada, na altura do joe-lho. Tempos depois, saiu do orfanato adotado pela família Shirley e passou a usar o nome dos pais adotivos.

“Claro que não dá para chegar a ponto de dizer que o acidente foi uma coisa boa na minha vida, mas sem dúvida me abriu oportunidades. No fi m das contas, não foi tão ruim assim”, avalia.

Sobre o movimento paraolímpico mundial, Shirley é enfático ao dizer que há um longo caminho a ser per-corrido e que os atletas em todo o mundo ainda precisam de muita es-trutura. Enquanto isso, luta – nas pistas e fora delas - para que os atle-tas paraolímpicos não sejam vistos como pessoas limitadas ou incapa-zes. E contesta o uso da palavra “de-fi ciente” para classifi cá-los.

“Eu não sou um atleta defi ciente, sou um atleta paraolímpico. É total-mente diferente. Defi ciente é uma palavra limitante e que classifi ca a pessoa. E, afi nal de contas, defi -ciências e limites todos nós temos, não?”.

Recordista mundial nos 100m, com 11s08, nos 200m, com 22s64, revezamento 4x100m e salto em dis-tância, com 6m78, Shirley ganhou sua primeira medalha de ouro em paraolimpíadas em 2000, em Sidney, nos 100m, quando quebrou o primei-ro recorde mundial. Em Atenas 2004, o atleta confi rmou o favoritismo na prova, conquistando outra medalha de ouro. Shirley também foi eleito, por dois anos seguidos, o melhor atleta paraolímpico no prêmio ESPY, oferecido pela ESPN Internacional.

“Eu não sou um atleta defi ciente, sou um atleta paraolímpico. É totalmente diferente. Defi ciente é uma palavra limitante e que classifi ca a pessoa. E, afi nal de contas, defi ciências e limites todos nós temos, não?”.

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Os quatro atletas da seção No Pódio desta edição estão pré-convocados

para os Jogos Parapan-americanos. O norte-americano Marlon Shirley (pág. 2),

Eduardo Paes (pág .21), Ivanildo Vasconcelos (pág. 29) e

Maria Luzineide (pág. 35).

Divirta-se!

Turma da Mônica

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Só em 2006, 800 pessoas foram benefi -ciadas pelo Bolsa-Atleta, programa criado pelo Ministério do Esporte. O objetivo é fomentar e manter o esporte olímpico e paraolímpico no Brasíl, oferecendo ajuda de custo para atletas que não recebem pa-trocínio. Um deles é o judoca paraolímpico Alexandre Magno (Sadef – RN), que recebe a bolsa desde o início do programa, em 2004.

“Hoje minha vida é só para o judô mes-mo. Para quem não tem patrocínio é uma ajuda boa que difi cilmente conseguiria de uma empresa, por exemplo. Graças à bol-sa eu tenho uma tranqüilidade maior para treinamento. Agradeço muito ao progra-ma”, avalia.

As bolsas são distribuídas em quatro categorias com critérios diferentes de se-leção: estudantil, nacional, internacional e olímpica ou paraolímpica (ver quadro). Os valores variam de R$ 300 a R$ 2,5 mil por mês com duração de um ano e possi-bilidade de renovação. As inscrições para os benefícios em 2007 encerraram no dia 31 de março.

Para o presidente do Comitê Paraolím-pico Brasileiro, Vital Severino Neto, o pro-grama é fundamental para preencher uma lacuna no esporte brasileiro. “Quando a bolsa foi sancionada e implementada ela veio trazer para um segmento de atletas uma segurança quanto a sua possibilida-de e capacidade de manutenção e treina-mento, de se dedicar ao esporte, e isso só tende a melhorar as condições desses atletas. E também fazer com que a prática do esporte por pessoas com defi ciência no Ince

ntiv

oO programa Bolsa-Atleta do Ministério do Esporte entra no terceiro ano com motivos para comemorar

para continuarPor: Fernanda Villas-Boas

Fotos: Arquivo pessoal e divulgação CPB

O judoca Alexandre Magno

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para continuar

SAIBA MAIS SOBRE O PROGRAMATIPO DE BOLSA ESTUDANTIL NACIONAL INTERNACIONAL OLÍMPICA E PARAOLÍMPICA

IDADE MINIMA 12 anos 14 anos 14 anos 14 anos

PRÉ-REQUISITOS

- Estar regularmente matriculado na escola;

- Estar classifi cado entre o 1º e 3º lugar nos jogos de esportes individuais organizados pelo Ministério do Esporte ou estar entre os 24 melhores selecionados em jogos de esportes coletivos.

- Estar fi liado à entidade de sua modalidade;

- Estar classifi cado entre o 1º e o 3º lugar nos eventos máximos nacionais incluindo todos os campeonatos brasileiros olímpicos ou paraolímpicos do ano;

- Estar vinculado a uma entidade de prática desportiva.

- Estar fi liado à entidade de sua modalidade;

- Estar classifi cado entre o 1º e o 3º lugar em campeonatos ou jogos Sul-americanos, Pan-americanos e Parapan-americanos ou campeonatos e jogos mundiais (olímpicos ou paraolímpicos).

- Estar fi liado à entidade de sua modalidade;

- Ter integrado, na qualidade de atleta, as delegações brasileiras ou participado da última edição dos Jogos Olímpicos ou Paraolímpicos.

VALOR R$ 300 R$ 750 R$ 1.500 R$ 2.500

nosso país possa crescer e evoluir”.

Em 2006, o Comitê Paraolímpico Bra-sileiro, em parceria com a CBDU e o Mi-nistério do Esporte, deu mais uma chance para que os atletas paraolímpicos e jovens talentos do esporte tivessem oportunida-de de pleitear a bolsa com a realização do Campeonato Escolar Paraolímpico Bra-sileiro, em setembro, em Fortaleza, e do Campeonato Universitário Paraolímpico Brasileiro, em novembro, em Uberlândia. A partir do ranking dessas competições, os atletas puderam se inscrever na categoria Estudantil (ver quadro).

A jovem nadadora Ana Clara Cruz (CPSP), de apenas 15 anos, é um exemplo dos novos talentos que estão pleiteando a bolsa. Já faz parte da seleção brasileira de natação paraolímpica, que vai estar no Parapan-americano, no Rio de Janeiro, e exibe, com orgulho, a medalha de bronze no revezamen-to 4x50m livre, no Mundial Paraolímpico de Natação, na África do Sul, em dezembro do ano passado. É por esta conquista que Ana Clara espera fazer parte do programa. “Eu já nado há seis anos. Com a medalha do Mun-dial, tenho a chance da bolsa internacional. É bom também porque incentiva o atleta a conseguir uma bolsa mais alta, isso faz o

esporte crescer”.

Para o mi-nistro do Esporte, Orlando Silva Jr., um atleta de alto nível preci-sa de recursos para manter seus treinamen-tos e, com isso, seus resultados. “Por isso, o Bolsa-Atleta, que benefi cia esportistas sem patrocínio, tem uma importância mui-to grande para o esporte brasileiro”, expli-ca. O ministro acredita que o apoio dado pelo programa terá refl exo direto nos Jogos Pan e Parapan-americanos. “A delegação brasileira, tanto no Pan como no Parapan, terá vários representantes que recebem os benefícios do Bolsa-Atleta. Vamos torcer, agora, para que eles consigam trazer os melhores resultados para Brasil”.

Com os diferentes tipos de bolsas con-cedidas aos atletas, o programa consegue impulsionar o esporte de base, através da Bolsa Estudantil, e manter condições

básicas também para o atleta de alta per-formance, com as Bolsas Internacionais e Paraolímpicas.

“Isso é muito importante para os no-vos atletas e para o esporte de base. Essa é a principal fi losofi a da bolsa, também alcançar onde o mercado não alcança e dar apoio aos atletas que ainda não têm possibilidade e visibilidade para ter um patrocínio de empresas”, analisa o presi-dente do CPB, Vital Severino Neto.

Ana Clara Cruz

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absoluto! Sucesso

Circuito Loterias CAIXA Brasil Paraolímpico é ampliado e ganha etapas regionais

Atletas paraolímpicos de todas as re-giões do País foram premiados este ano com a nova versão ampliada do Circuito Loterias CAIXA Brasil Paraolímpico de Atletismo e Natação. Em 2007 serão sete etapas: cinco regionais e duas nacionais. A primeira etapa regional (Centro-Oeste) aconteceu em Brasília. Logo após, o Cir-cuito seguiu para Uberlândia, na fase re-gional Sudeste. As competições também passam por Curitiba, Natal e Belém. Para o diretor técnico do Comitê Paraolímpico Brasileiro, Edilson Alves, o novo forma-to é fundamental para o surgimento de novos talentos do esporte. “Os circuitos regionais darão a oportunidade aos atle-tas iniciantes de participarem de uma competição de nível nacional uma vez que todos poderão disputar uma vaga nas próximas etapas”, apontou.

Estas são etapas abertas a todos os atletas de cada região sem limite de nú-mero para inscrições. Depois das fases re-gionais, será estabelecido um ranking de

acordo com os resultados em cada etapa. Este será o critério de participação nas duas grandes fases nacionais, que acon-tecerão em São Paulo e Porto Alegre. As premiações aos 20 melhores atletas de cada modalidade – atletismo e natação – serão realizadas após cada uma das duas etapas nacionais. No final do ano, mais uma premiação, dessa vez para os melhores do ranking nacional com os re-sultados de todas as competições.

Depois de tantas provas – e dos Jogos Parapan-americanos que acontecem em agosto, no Rio de Janeiro – 2007 terá um encerramento especial, com a realização do Meeting Internacional Paraolímpico Loterias CAIXA, também no Rio de Janei-ro, entre os dias 6 e 9 de dezembro.

Pelos resultados das primeiras eta-pas, tudo indica que a temporada 2007 do Circuito Loterias CAIXA de Atletismo e Natação será igual – ou ainda melhor – que 2006, quando foram quebrados 274 recordes brasileiros, 47 parapan-

Por: Carol Coelho Fotos: Christophe Scianni

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americanos e dois mundiais. Só na primeira etapa, em Brasília, foram 18 recordes brasileiros quebrados no atle-tismo e na natação, além do recorde parapan-americano de Daniel Dias, nos 200m livre, da classe S5, com um tempo de 2min52s18.

A etapa Sudeste, em Uberlândia, foi um exemplo claro de que as fases regio-nais são grandes chances de se revelarem

talentos. Nas pistas, a comprovação com o recorde mundial de Shirlene Santos, ain-da não homologado pelo Comitê Parao-límpico Internacional (IPC), pois a atleta não possui uma classificação internacio-nal. Ela quebrou a marca do lançamento de dardo para a classe F37 (paralisados cerebrais) após atingir 24m41, superando os 24m12 da irlandesa Lisa Callaghan. “Os treinos agora vão ficar ainda mais puxa-

dos e espero conseguir uma vaga para o Parapan”, disse a atleta da Cetefe.

Outros exemplos foram Raquel Cle-mente (CTLP), que em sua primeira com-petição, quebrou dois recordes brasilei-ros, nos 100m e 400m para a classe F37, e Joana Santos (Adeviudi), da classe T12, que estabeleceu novo recorde para-pan-americano no salto em distância ao atingir a marca de 4,86m.

Na cerimônia de abertura do Circuito: Maria Fernanda Ramos Coelho, presidente da CAIXA, Orlando Silva Jr, ministro do Esporte, e Vital Severino Neto, presidente do CPB

André Brasil e Ivanildo Vasconcelos em sessão de autógrafos na agência lotérica da CAIXA

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Ainda em Uberlândia, durante a etapa Sudeste, uma homenagem ao Comi-tê Paraolímpico Brasileiro pelo trabalho desenvolvido no esporte. A Câmara Muni-cipal de Uberlândia outor-gou Moção de Aplauso ao CPB em sessão solene com a presença dos atletas parao-límpicos Daniel Dias, Rosea-ne dos Santos, André Brasil,

Fabiana Sugimori e Odair Ferreira, que também fo-ram homenageados durante a solenidade. Participaram da cerimônia o presidente da Câmara, Hélio Ferraz, a superintendente da Caixa Econômica Federal, Berna-dete Cury, e o presidente da Federação Uberlandense de Turismo, Esporte e Lazer (Futel), Alberto Costa.

Comitê Paraolímpico recebe homenagens em

Uberlândia

A superintendente da CAIXA Bernardete Cury com as atletas Sirlene Guilhermino e Joana Santos

Atletas paraolímpicos ganham homenagem na Câmara Municipal

Tenório mostra porque é tricampeão paraolímpico na modalidade

Crianças vibram durante a demonstração de Antonio Tenório na clínica de judô

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Rio de Janeiro sediará os III Jogos Parapan-americanos da história

Dez modalidades. 26 países. Mil e trezentos atletas. Apenas os números já tornariam únicos os III Jogos Parapan-americanos, que serão realizados no Rio de Janeiro, em 2007. Mas tem mais: esta será a primeira vez que os Jogos serão realizados na mesma cidade do Pan-ame-ricano, seguindo uma fórmula de sucesso adotado pela primeira vez pelos comitês organizadores dos Jogos Olímpicos e Pa-raolímpicos em Roma, 1960.

“O modelo que se está criando no Rio vai ter impacto mundial. É um passo mui-to importante para o que todos nós que-remos: igualdade e inclusão dos atletas com defi ciência”, apontou o diretor-geral do Comitê Paraolímpico Internacional, Xavier Gonzalez em uma de suas visitas aos locais de competição.

O Parapan-americano acontecerá de 12 a 19 de agosto, nos mesmos locais de competição do Pan-americano, que sofre-rão algumas adaptações para receber os atletas paraolímpicos. A organização dos Jogos Parapan-americanos é do CO-Rio e o Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB) é responsável pela preparação e envio da

delegação brasileira.

“É formidável que a iniciativa de orga-nizar os Jogos dessa maneira tenha sido do Comitê Organizador Rio 2007, do nosso país. Isso mostra a evolução da sociedade no que diz respeito à forma de encarar o atleta paraolímpico, não focando a sua defi ciência, mas a sua efi ciência”, desta-ca o presidente do Comitê Paraolímpico Brasileiro, Vital Severino Neto. “Esse mo-delo pioneiro nos dá a garantia de que o atleta paraolímpico terá a sua disposição o mesmo nível de organização que o atle-ta olímpico, os mesmos serviços, instala-ções”, completa o presidente do Comitê Paraolímpico das Américas, Andrew Par-sons.

Diferentemente do Pan, quando serão disputadas 44 modalidades, no Parapan são dez: atletismo, basquetebol em ca-deira de rodas, futebol de 5 (para cegos), futebol de 7 (para paralisados cerebrais), halterofi lismo, judô, natação, tênis de mesa, tênis em cadeira de rodas, volei-bol sentado, todas ,classifi catórias para a Paraolimpíada de Pequim, em 2008. O Brasil terá representantes em todas elas,

com uma delegação de 330 pessoas, entre atletas e comissão técnica.

“O Brasil tem grandes chances de me-dalhas em todas as modalidades que dis-putará no Parapan e conseqüentemente, grandes chances de conseguir vagas para Pequim”, acredita o presidente do CPB, Vital Severino Neto.

As campanhas para a divulgação dos jogos, que visam a estimular os brasilei-ros a participarem da competição já es-tão no ar. Desde o fi nal de 2006, nos rá-dios, jornais e TVs estão sendo veiculados anúncios e fi lmes que dizem “Receba bem os atletas, participe você também! Faça parte dessa torcida!”. O tenista paraolím-pico Marcelo Pommê foi o escolhido para representar o Parapan na campanha. Ele está no anúncio que diz “O esporte não tem mesmo limites. Depois do Pan, co-meça tudo de novo. Não perca o Parapan” (veja na página 38 desta edição).

O anúncio tem razão. Começa tudo de novo. Novas medalhas, novos recordes. E, se depender do empenho dos atletas e técnicos, novas conquistas para o Brasil.

Por: Bruna Gosling e Luciana PereiraFotos: CO-Rio divulgação março 2007, Bruno Carvalho SEPAN-ME, CPB.

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“Sonho que se sonha junto é realidade”. As palavras do cantor Raul Seixas traduzem bem a emoção e a ousadia com que a co-munidade do movimento paraolímpico vive a expectativa para os Jogos Parapan-ame-ricanos Rio 2007. Quanto mais o evento se aproxima, mais olhos se voltam para o Brasil – e para o Rio de Janeiro - trazendo mais prestígio e, conseqüentemente, mais responsabilidades. Prova disso foram as vi-sitas que movimentaram a cidade do Rio de Janeiro desde janeiro deste ano.

A exatos seis meses do Parapan do Bra-sil, no dia 12 de fevereiro, a comissão de coordenação do Comitê Paraolímpico Inter-nacional (IPC) realizou uma das visitas de inspeção à organização do evento e o di-retor-geral do IPC, o espanhol Xavier Gon-zález, fez questão de observar cada deta-lhe da Vila Pan-americana, o local onde os atletas passarão a maior parte do tempo: “Estamos contentes e queremos que tudo esteja pronto quando os jogos começarem. Temos tempo para isso e me agrada a ati-tude da organização em achar soluções”, elogiou González, que já havia estado na cidade no ano passado.

Andrew Parsons, presidente do Comitê Paraolímpico das Américas (APC), entidade que chancela o Parapan, reforçou a necessi-dade da avaliação: “Como a gente tem o há-bito de lidar com público de cadeirantes e de cegos, pode apontar os caminhos a serem seguidos, evitar que erros sejam cometidos. A vila tem que ser totalmente acessível, não só os quartos. “Os caminhos estão perfeitos e os atletas vão ter segurança”.

Em março, Andrew Parsons voltou a se reunir com o diretor esportivo do Comitê Paraolímpico Internacional (IPC), David Grevemberg, para juntos receberem repre-sentantes de 14 países que vieram ao Bra-sil para o Seminário de Chefes de Missão

dos Jogos Parapan-americanos Rio 2007. Durante dois dias, os responsáveis pelas delegações de Argentina, Brasil, Canadá, Colômbia, Cuba, Estados Unidos, Haiti, Ja-maica, México, Panamá, Peru, Porto Rico, Uruguai e Venezuela tiveram informações sobre a Vila Pan-americana, credenciamen-to, alimentação, segurança, marketing, tecnologia, transporte e logística, além de visitarem o Estádio João Havelange, a Vila Pan-americana, a Cidade dos Esportes e o Riocentro.

Para Andrew Parsons, oferecer um Se-minário de Chefes de Missão dos Jogos Pa-rapan-americanos foi mais uma prova da seriedade com que o Co-Rio está conduzin-do a competição. Para ele, a melhor manei-ra de os países participantes retribuírem a este empenho, é trazerem suas forças máximas aos Jogos, sobretudo por serem classifi catórios para as Paraolimpíadas de Pequim, em 2008. O chefe de Missão cana-dense, Rob Needham, sabe disso: “É bom termos uma oportunidade de competição como esta nas Américas, é mais perto e não precisamos atravessar o oceano. Será uma grande preparação para os nossos esportes rumo aos Jogos Paraolímpicos”, afi rmou.

Rob Needham não foi o único cana-dense a presenciar o envolvimento do país com os Jogos. No dia 21 de março, a nadadora Stephanie Dixon, de 23 anos, uma das principais atletas paraolímpicas do Canadá e do mundo, detentora de 15 medalhas em Jogos Paraolímpicos, foi no-meada a primeira Embaixadora dos Jogos Parapan-americanos Rio 2007. O projeto “Embaixador dos Jogos Parapan-america-nos Rio 2007” visa a envolver a comunida-de esportiva de todos os países americanos e divulgar os Jogos para toda a população do Continente.

A cidade se prepara para os jogos

Secretário Geral do IPC Xávier González, presidente do APC Andrew Parsons e presidente do CPB Vital Severino Neto

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Seis dos 14 locais de competição do Pan servi-rão de palco para atletas que participam do Para-pan-americano. Todos fi cam em um raio de 25km e foram construídos – ou adaptados – pensando na acessibilidade para os atletas com defi ciência. O mesmo aconteceu com a Vila Pan-americana que irá abrigar os competidores de todas as delegações. Confi ra os detalhes de cada local de competição:

Os locais de competição

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Complexo Esportivo do Autódromo, “Cidade dos Esportes”

A área de 1.000.000m² do Autó-dromo Internacional foi transformada na Cidade dos Esportes que, durante o Parapan, vai receber as provas de na-tação, no Parque Aquático Maria Lenk, com capacidade para oito mil torcedo-res, e as disputas do basquetebol em cadeira de rodas, na Arena Poliesporti-va, com 45 metros de altura e capaci-dade para 15 mil pessoas. Os ambientes têm rampas suaves, em torno de 8.6%, e 32 espaços abrigarão cadeirantes na platéia. Os testes de infi ltração na piscina do Parque Aquático começaram no fi nal do mês de março. Além de ser parcialmente coberto, o parque dispõe de uma piscina olímpica, uma piscina de aquecimento e um tanque para sal-tos ornamentais. O local também será palco das cerimônias de Abertura e En-cerramento do Parapan.

Endereço: Avenida Embaixador Abelardo Bueno, s/nº, Barra da Tijuca.

Complexo Esportivo João Havelange

O Estádio João Havelange, apelida-do de “Engenhão”, é a principal obra do Rio para o Pan e o Parapan e vai abrigar as provas de atletismo. O Es-tádio tem capacidade para 45 mil es-pectadores e fi ca a 13km da Vila Pan-americana, com acesso rápido e fácil pela Linha Amarela, uma via expressa que liga o bairro do Engenho de Den-tro, onde se localiza o estádio, à Barra da Tijuca. De olho no Parapan, foram planejados 11 elevadores, quatro ram-pas de acesso e 288 lugares para ca-deirantes em plataformas espalhadas pelas arquibancadas. O gramado do campo começou a ser preparado no mês de abril e o material da pista de atletismo, com padrão ofi cial da IAAF, já chegou ao Brasil.

Endereço: Rua Arquias Cordeiro, s/nº, Engenho de Dentro.

Vila Pan-americanaA Vila Pan-americana fi ca na Barra

da Tijuca, em um terreno de 420.000m², próxima à maioria dos locais de com-petição. Dentro da Vila, todas as dis-tâncias poderão ser percorridas a pé, mas haverá opção de transporte in-terno. Os apartamentos terão de um até quatro quartos. Os apartamentos adaptados para o Parapan-americano têm, com dois quartos, portas de 80 cm, banheiro de 8 metros quadrados e com barras de apoio, visando a maior acessibilidade. Os 17 prédios da Vila estão prontos e no fi nal de março, começaram as obras de urbanização e jardinagem e, em seguida, os ambien-tes vão ser mobiliados.

Endereço: Avenida Ayrton Senna, 3.400, Barra da Tijuca.

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Complexo Esportivo Riocentro (IBC / MPC)

Inaugurado em 1977, o Riocentro é o maior centro de exposições e feiras da América Latina, composto por cin-co pavilhões interligados por corredo-res de 16 metros de largura, somando 100.029m² de área disponível para ex-posições e 22.500m² para eventos ao ar livre, além de estacionamento para cerca de cinco mil automóveis e 60 ônibus. No Parapan, será o local das competições de judô, tênis de mesa, voleibol sentado e halterofi lismo. O pavilhão 1 abrigará o Centro Interna-cional de Transmissões (International Broadcasting Center - IBC) e o Cen-tro de Imprensa Principal (Main Press Center - MPC) fi cará no pavilhão 5.

Endereço: Avenida Salvador Allen-de, 6555, Barra da Tijuca

Complexo Esportivo Deodoro

O Complexo Esportivo Deodoro, na Vila Militar, Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro, está situado a 26 minutos da Vila Pan-americana e, no Parapan, receberá as partidas do futebol de 7, para paralisados cerebrais, e do futebol de 5, para cegos. Os jogos do futebol de 7 serão realizados no mesmo campo que, durante o Pan, receberá o Hóquei sobre Grama, com capacidade para duas mil pessoas.

Endereço: Avenida Duque de Caxias, 1965 - Vila Militar

Marapendi Country Club

Local das disputas da Copa Davis no Brasil, o Marapendi tem excelentes instalações para tênis, em saibro, que serão ampliadas para a disputa do Rio 2007. O clube fi ca a apenas 5km da Vila Pan-Americana e terá capacidade para cinco mil espectadores na quadra principal.

Endereço: Avenida das Américas, 3969, Barra da Tijuca

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O Parapan começou cedo para os atle-tas brasileiros pré-convocados para os Jogos. Logo no primeiro mês do ano, as modalidades atletismo, natação e judô estiveram em São Paulo para uma semana de exames médicos e avaliações. O mes-mo aconteceu com as demais modalidades, em outros locais. O objetivo é verifi car o estado de saúde e físico dos atletas e, a partir daí, poder planejar um treinamento específi co para os Jogos Parapan-america-nos. “Queremos oferecer toda a preparação que eles precisam para o planejamento. O objetivo é chegar ao Parapan com pico de treinamento”, explica o diretor-técnico do CPB, Edilson Alves.

As avaliações incluem antropometria e composição corporal, nutrição, psicologia do esporte, fi siologia do exercício, biome-

cânica e avaliação médica. O resultado dos exames dá aos técnicos de base, aos técni-cos nacionais e aos atletas subsídios para que eles possam melhorar a performance. “Com essa base, os técnicos vão poder saber o que acrescentar no treinamento de cada atleta para o Parapan. Teremos todos os pa-râmetros para chegarmos aos Jogos muito bem”, explica o nadador Clodoaldo Silva.

Para outro veterano das piscinas, o potiguar Genezi Andrade, os novos atletas têm muito a ganhar com as avaliações, que irão engrandecer o esporte paraolímpico. “Eu largo tudo para participar dessas ava-liações e treinamentos. Já venho fazendo isso desde Atlanta, em 96, e sem dúvida, trará um resultado grande no Parapan e na Paraolimpíada”, acrescenta.

As avaliações, que têm como primeiro

objetivo o Parapan, também já servirão de base para os Jogos Paraolímpicos de Pe-quim 2008. “Estamos pensando esses dois anos, 2007 e 2008, como um processo contínuo. Vamos estar muito bem no Pa-rapan e excelentes em Pequim”, acredita o coordenador técnico do atletismo, Ciro Winckler.

Além das semanas de avaliação, os atletas também têm se encontrado para treinamento. Em março, a delegação bra-sileira de natação esteve em Brasília. Em abril, foi a vez do atletismo treinar em Uberlândia. Judô, futebol de cinco, fute-bol de sete, basquetebol em cadeira de ro-das também já se reuniram, com atividades coordenadas pelas entidades responsáveis pelas modalidades em parceria com o Co-mitê Paraolímpico Brasileiro.

Para os atletas, Parapan já começou

Atletas passam por avaliações físicas antes dos Jogos

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Desde janeiro deste ano, as entidades responsáveis por cada modalidade es-tão fazendo suas pré-convocações para os Jogos. As modalidades tênis de mesa e tênis em cadeira de rodas ainda não têm atletas pré-convocados. O Comitê Paraolímpico Brasileiro está realizando

seletivas das duas modalidades de onde sairão os nomes que representarão o país no Parapan. Para o halterofi lismo, estão marcadas duas seletivas: em abril, em Curitiba, e em maio, em Natal. Para o tênis de mesa, a seletiva será de 3 a 6 de maio, em São Paulo.

Confi ra abaixo a lista ofi cial dos pré-convocados até o fechamento desta edi-ção. Vale lembrar que esta é apenas uma pré-convocação e até o dia 1º de junho, quando a delegação brasileira estiver fe-chada e credenciada para os Jogos, ainda podem ocorrer mudanças.

Os pré-convocados

ATLETISMONOME ESTADO

Alex Cavalcante Mendonça SP

Anderson Luis Nascimento SP

André Luiz Garcia de Andrade RS

Antônio Delfi nio de Souza DF

Ariosvaldo Fernandes da Silva DF

Aurélio Guedes Santos SP

Carlos Jose Barto da Silva SP

Cristiano Henrique Parente Farias PA

Edson Cavalcante Pinheiro RO

Emicarlo Elias de Souza RN

Felipe de Souza Gomes RJ

Gilson José dos Anjos SC

Indayana Pedrina Moia Martins PR

Emerson Germano de Oliveira SP

José Ribeiro da Silva SP

Julio Cezar Petto de Souza SC

Leonardo Amâncio PE

Lucas Prado PR

Marlete Vicente SC

Maria José Ferreira Alves SC

Moisés Vicente Neto DF

Nelson Ned Trajano Pereira SP

Odair Ferrera dos DOS SANTOS SP

Ozivan Dos Santos Bonfi m SP

Pedro Cezar da Silva Moraes MT

Roseane Ferreira dos Santos PE

Rosinei Herrera MT

Sheila Finder SC

Sônia Maria Pereira de Gouveia AL

Suely Rodrigues Guimarães PE

Terezinha Aparecida Guilhermina PR

Tito Alves de Sena GO

Vanderson Alves da Silva RJ

Yohansson do Nascimento Ferreira AL

ATLETAS-GUIA ATLETA GUIADOJoseni da Silva Alex Cavalcante Mendonça

Jorge Luiz Silva de Souza Terezinha Guilhermino

Fábio Dias de Oliveira Felipe de Souza Gomes

Cássio Henrique Damião Carlos José Barto da Silva

Reginaldo Recofcka Silva Aurélio Guedes Santos

Paulo Venicius Palheta Cristiano Henrique P. Frias

Rircado de Oliveira Itaca-ramby

Pedro Cesar Silva Moraes

Gerson Knitell Maria José Ferreira Alves

Felipe Alixandre Corrêa Ca-bral

Emerson Germano de Oliveira

Leandro Zovico Chinelato Anderson Luis Nascimento

Justino Barbosa Lucas Prado

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FUTEBOL DE SETENOME ESTADO

Adriano Biggi da Costa RJ

Antonio Marcos Passos da Rocha RJ

José Carlos Monteiro Guimarães RJ

Leandro Silva de Laia RJ

Pedro João dos Santos Junior RJ

Flávio Dino Pereira MS

Luciano Gonçalves Rocha MS

Gilberto Ferreira de Moraes MS

Jean Carlo da Silva MS

Renato da Rocha Lima MS

Fabiano Rogério Bruzzi RJ

BASQUETEBOL MASCULINONome ESTADO

Heriberto Alves Roca SP

Moises Domingues Batista PR

Vitorio da Costa Araújo Filho GO

Thiago Fernando de Oliveira SP

José Ricardo Leal da Silva PB

Luis Paulo Salasário Pinto SC

Everaldo Caetano de Lima SP

Marcos Cândido Sanches da Silva SP

Erick Epaminondas da Silva SP

Sergio Estevão de Barros Alexandre PE

BASQUETEBOL FEMININONOME ESTADO

Jucilene da Paixão Moraes PA

Cintia Mariana Lopes de Carvalho PA

Debora Cristina Guimarães Costa PA

Vilma de Fatima Miranda SP

Monica Fernanda Andrade Santos SP

Lucicleia da Costa Costa PA

Cleonete de Nazare Santos Reis PA

Elizabeth Rodrigues Gomes SP

Rosalia Ramos da Silva RJ

Dilma Fernandes da Silva PE

Ozineide Lobato Pantoja PA

Maria das Graças Ramos Sá PA

Lia Maria Soares Martins PA

Nancy Yumi Real Hamada SP

Naides Jesus Mafra PA

Geisiani de Souza Maia ES

Helena Lucia Rodrigues Ferrão PA

Rosilene Cardoso Barreira PA

Moisés Tamiozzo da Silva RJ

Leandro Manso Marinho RJ

Marcos William Santos G. da Silva RJ

Peterson Alves Rosa RJ

José Augusto Siqueira RJ

Marcos dos Santos Ferreira MS

Irineu Nunes Ferreira MS

Fábio Ferreira MS

Jean Adriano Rodrigues MS

Fermiano de Queiroz Neto MS

Pedro Ramão Gonçalves MS

Mauricio Borges de Azevedo MS

Reginaldo Moreira dos Santos MS

Wandemberg Naijaim do Nascimento SP

Nilton Divino Alves Pessoa SP

José Soares da Silva PE

Glebe Cândido Alves da Silva PE

Anderson Carlos Silva Ferreira SP

José Marcos da Silva SP

Alex Gomes Alves SP

Augusto Henrique Santiago GO

Abraim Nunes Paixão DF

Irio Francisco Nunes PE

Leandro de Miranda SP

Natanael Alexandre da Silva PE

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HALTEROFILISMONOME ESTADO

Ailton Clemente da Silva RN

Josenildo Alexandre da Silva RN

Anderson Silva de Figueiredo MG

Luciano Antonio Alves RN

Celso Leandro RS

Alexandre Gouveia RJ

Raimundo Damasceno de Oliveira RN

José Ferreira Marques PE

Carlos Antonio T. Cassim MG

Damião Gomes da Silva RN

Alexander Whitaker SP

José Maria Santana da Silva AM

Jose Milson Gomes da Silva RN

Rodrigo Rosa de Carvalho Marques MG

Claudemar Santim SP

Walter Pinheiro de O. Filho RJ

João Euzébio Batista RN

Valmir Silvestre de Souza RJ

Alexandre Correia PR

Sandro Alves da Silva PB

Joseano dos Santos Felipe RN

Fernando da Silva Boetege RS

José Ricardo Costa da Silva AM

Emerson Júnior Barbosa SP

Marcelo Marques de Moura MG

Cristiano Pacheco SP

Mario Jose Santana SP

Marco Aurélio Lima Borges SP

Cleide Inês Campos MG

Maria Luzineide Santos RN

Teresinha Mulato Dos Santos RN

Josilene Alves Ferreira GO

Maria do Socorro dos Santos RN

Marcia Cristina de Menezes PR

Edilândia R. de Araújo MG

FUTEBOL DE CINCONOME ESTADO

Anderson Dias da Fonseca RJ

Andreonni Fabrizius Farias do Rego PB

Damião Robson de Souza Ramos PB

Emerson Carvalho PR

Fábio Ribeiro Vasconcelos PB

VOLEIBOLNOME ESTADO

Wellington Platinis Silva da Anunciação SP

Deivisson Ladeira dos Santos SP

Renato de Oliveira Leite SP

Guilherme Borrajo Faria Gomes RJ

José Mauro Vilarinho RJ

Diogo Rebouças RJ

Rodrigo Alves Melo SP

Augusto Santos da Silva SP

Jorge Luiz Gomes SP

Vagner Batista da Silva SP

Giovani Eustáquio de Freitas BH

Juan Ricardo Feindt SP

Thiago Santos Porfírio SP

Jamerson Oliveira Ramos DF

Claudio Irineu da Silva DF

Augusto Carvalho dos Santos SP

Gilberto Lourenço Da Silva SP

Wescley Conceição de Oliveira RJ

Daniel Jorge da Silva PR

Rogerio Silva Camargo dos Santos SP

Jefferson Gonçalves BA

João Batista da Silva MG

Marcos José Alves Felipe PB

Mizael Conrado de Oliveira SP

Ricardo Steinmetz Alves RS

Sandro Laina Soares RJ

Severino Gabriel da Silva PB

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JUDÔNOME ESTADO

Alessandro Fabiano de Oliveira SP

Alexandre Magno Fedderia da Silva RN

Antônio Tenório da Silva SP

Daniele Bernardes da Silva SP

Denis Aparecido Rosa SP

Divino Aurélio Dinato GO

Eduardo Paes Barreto Amaral RJ

Elmo Mamede Carvalho Vaz RJ

Halysson de Oliveira Boto RN

Helder Maciel Araújo SP

NATAÇÃONOME ESTADO

Adriano Galvão Pereira RN

Adriano Gomes de Lima RN

Ana Clara Carneiro Grillo Cruz SP

Ana Paula Batista de Oliveira SP

André Brasil Esteves SP

André Luiz Meneghetti SP

Anselmo Alves SC

Carlos Alonso Farrenberg SP

Caroline Fernandes Werneck SP

Claudia Celina da Silva PE

Clodoaldo Francisco da Silva RN

Daniel de Faria Dias SP

Danielson Pontes dos Santos RN

Danilo Binda Glasser SP

Edênia Nogueira Garcia RN

Fabiana Harumi Sugimori SP

Fabio Luiz Henz RN

Genezi Alves de Andrade RN

Gledson Soares RN

Ivanildo Alves de Vasconcelos PE

Joo Sok Seo SP

José Afonso de Medeiros PR

Jourdan Renne Lutkus SP

Leandro Santos Nogueira Mendes RJ

Leticia Lucas Ferreira DF

Lucas Emanuel Ito SP

Luis Antônio Correa da Silva PE

Marcelo Collet e Silva Mauro BA

Mauro Luiz Brasil da Silva RJ

Nélio Pereira de Almeida DF

Pollyane Rodrigues Miranda MG

Renato Nunes da Silva SP

Rildene Fonseca Firmino RN

Rodrigo Machado de Souza Ribeiro RJ

Ronaldo Souza Santos BA

Karla Ferreira Cardoso RJ

Leonel Cunha Moraes Filho GO

Lourdes Maria Silva de Souza RJ

Lucia Teixeira SP

Magno Marques Gomes SP

Michelle Aparecida Ferreira MS

Regina Dornelas da Costa MG

Renata Carvalho Quintão MG

Roberto Nunes da Paixão RJ

Rogério Campos Santos SP

Wanderson Mauricio Ferreira Porfírio SP

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O apelido de “Barata” veio do primei-ro mestre do judô, o professor Kawata, um rígido japonês. “Eu era muito agita-do. Subia por todos os lados, dava golpe e saia de bananeira, andava por baixo do tatame, só faltava subir na parede”, diverte-se o judoca Eduardo Paes Barre-to do Amaral (IBDD), hoje com 39 anos. Conhecedor do esporte desde os três e competidor desde jovem, Barata traçou uma longa e difícil carreira no judô con-vencional por sua defi ciência visual. Ele migrou para o esporte paraolímpico so-mente em 2002, após muita resistência quando já estava pensando até em se

aposentar.

“Eu tinha um pouco de preconceito e achava que já estava velho. Todo mundo percebia que eu tinha muita difi culdade pra enxergar, mas eu fugia. Por insis-tência de pessoas ligadas ao movimen-to paraolímpico, fi z alguns exames. Sei que resisti um pouco, mas hoje sou outra pessoa, aprendi muito”, avalia.

A aceitação da defi ciência foi um lon-go e resistente processo na vida de Edu-ardo, mas o atleta sempre enfrentou as difi culdades com muito bom humor. “Eu uso óculos desde criança. Lembro que fi cava de castigo por não copiar a ma-

Por: Fernanda Villas BôasFotos: Vitor Silva e Arquivo

O judoca Eduardo Paes venceu o próprio preconceito e hoje é uma das esperanças de medalha no judô para o Brasil no Parapan-americano

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NO TATAME‘BARATA’UMA

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téria, mas na verdade eu não enxergava o quadro! Na adolescência adorava ir ao Maracanã, mas também não enxergava os jogadores direito. Sem contar os inúme-ros tropeções que tomei na rua”, lembra. Mesmo com algumas “quedas” por cau-sa da visão, ele não desistiu. Trabalhou como segurança, foi técnico de judô e professor em colégios. Em 2006, decidiu se dedicar exclusivamente ao esporte. “Sinto falta das aulas, das crianças, mas hoje falta tempo”, justifi ca.

Tempo pode faltar, mas esforço ele tem se sobra. A rotina é puxada: Eduar-do treina em três lugares diferentes pois acredita que quanto mais diversifi cados os adversários, melhor a preparação. Também freqüenta a academia três vezes por semana onde faz musculação e nata-ção como complemento físico. Já chegou até a competir na natação – e faturar umas medalhas. Atualmente Eduardo compete na categoria leve (até 73kg), na classe B2. Ele tem aproximadamente 1% da visão no olho direito e entre 20% e 30% no esquerdo. Para auxiliar, usa uma espécie de binóculo, uma grande lente que acopla aos óculos. “As pessoas na rua estranham e me olham pois é dife-rente. Uma vez me perguntaram se eu mexia com diamantes”, diverte-se.

Mesmo deixando a aparência inco-mum, ele não abre mão dos “óculos di-ferentes”. “As lentes me ajudam muito.

São mais importantes que a minha iden-tidade. Tenho uma para usar na rua e ou-tra para casa. Consigo enxergar o ônibus que devo pegar, não tropeço mais, posso ver televisão com uma polegada menor e usar o computador”.

O atleta já coleciona importantes títu-los mesmo com uma carreira no desporto paraolímpico de apenas cinco anos. Ele foi vice-campeão paraolímpico, em 2004; campeão do Parapan-americano e dos Jo-gos Mundiais em 2005. Mesmo com tantos títulos e com uma pré-convocação para o Parapan-americano Rio 2007, Eduardo prefere não criar expectativas quando fala sobre a competição. “Dou um passo de cada vez e respeito cada momento. Eu quero muito estar no Parapan e estou batalhando pra isso, mas não desmereço meu adversário, pois sei que ele está lu-tando e quer a vaga tanto quanto eu”.

O carioca, fi lho de mineiros, conhe-ceu o judô por causa de seu irmão. “Eu tinha três anos e ia na carona do meu irmão porque ele era hiperativo, queria participar de tudo. No fi m, ele desistiu e eu continuei”, lembra. Mas o amor de Eduardo pelo judô vai além das compe-tições e títulos. Ele acredita na fi losofi a e na serenidade que a luta proporciona. “O que eu penso para o futuro é ter uma boa velhice, estar ao lado de quem eu amo, da minha família, e claro, sempre com o judô”.

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Antes de completar um ano de existência, o projeto ‘Paraolímpicos do Futuro’ já mostra os primeiros resultados

Por: Carol CoelhoFotos: Arquivo CPB26

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Em menos de um ano, o Paraolímpicos do Futuro, projeto de divulgação e promoção do esporte nas escolas públicas, já atingiu mais de mil profissionais de educação física nas cin-co regiões do país. O número mostra que as metas e a ousadia de um projeto do Comitê Paraolímpico Brasileiro estão sendo alcançadas com sucesso. Em 2006, foram cinco estados brasileiros - um por região. Em 2007, o núme-ro subiu para 18. Com a expansão gradativa do programa, já se pode colher os primeiros frutos dos seminários desenvolvidos pelo CPB e seus parceiros nos diversos estados do país, já nos primeiros meses de 2007.

“No Pará, a Secretaria de Educação reuniu os professores já capacitados para difundirem o projeto nos municípios que ainda não foram atin-gidos”, conta o professor Antônio Carlos, coorde-nador do núcleo de esportes de Belém, uma das cidades que receberam o seminário em 2006.

Quem acompanhou desde a sua origem – com o primeiro seminário em Mato Grosso, em setembro de 2006, fica impressionado com as dimensões tomadas pelo Paraolímpicos do Fu-turo. A classificadora funcional, Rita Montelli Rocha, que trabalha com deficientes há mais de 15 anos, conta que essa multiplicação da informação é fundamental. “Nas palestras, per-cebemos que a carência de informações sobre o tema é muito elevada. Os professores muitas vezes deixam de dar aulas de educação física para os deficientes nas escolas por não terem idéia de como fazer isso. Quando damos dicas criativas de aulas práticas, eles demonstram grande interesse. Querem realmente mudar essa realidade”, diz uma das palestrantes da equipe do Paraolímpicos do Futuro.

O coordenador geral de esporte escolar do CPB, Vanilton Senatore, responsável pelo pro-jeto, comemora os resultados do programa. “No Pará, por exemplo, na cidade de Marabá, já foi criado um núcleo de esportes voltado para deficientes visuais em idade escolar. O núcleo integra 60 crianças às atividades físicas. Os re-sultados práticos estão aparecendo muito rápi-do enquanto a primeira intenção do projeto era difundir a informação”, entusiasma-se.

Até 2008, todos os estados brasileiros re-ceberão as atividades do programa. Este ano, os seminários começaram por Florianópolis. Só nestes primeiros meses, mais de 500 professo-res já assistiram aos seminários, aulas práticas e receberam o material do projeto, em cidades como Fortaleza, Uberlândia, Marabá, Ilha de Marajó, Chapecó, Rio do Sul e Jaraguá do Sul.

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Em parceria com as secretarias estadu-ais e municipais de educação e esporte, o Paraolímpicos do Futuro leva informações aos professores de educação física para orientá-los sobre como lidar com alunos com defi ciência e incentivá-los na prática esportiva. As estatísticas mostram que 2% dos estudantes da rede pública no Brasil, o que representa cerca de 680 mil pes-soas, têm algum tipo de defi ciência. “Se considerarmos, por baixo, que 1% deles tenha vocação esportiva, estamos falan-do de aproximadamente sete mil atletas potenciais, que terão a oportunidade de desenvolver suas habilidades”, explica o coordenador geral de esporte escolar do CPB, Vanilton Senatore.

A meta do programa, que se estende até 2008, é atingir direta ou indiretamen-te professores de 210 mil escolas do país. As informações sobre as modalidades pa-raolímpicas são disponibilizadas também em forma de cartilhas e CDs para os 200 professores esperados em cada seminário realizado pelo Comitê Paraolímpico Bra-sileiro. Nos encontros, são apresentadas na teoria e na prática dez modalidades do sistema paraolímpico internacional: atle-tismo, basquetebol em cadeira de rodas, bocha, futebol de sete (para pessoas com paralisia cerebral), futebol de cinco (para cegos), goalball, judô, natação, tênis de mesa e tênis em cadeira de rodas. Prefessores recebem instruções da equipe

do projeto Paraolímpicos do Futuro

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Por: Julia CensiFotos: Divulgação CPB

Dizem que todo nordestino é arretado. Ca-bra teimoso e determinado. O nadador para-olímpico Ivanildo Vasconcelos (NIKITA/SESI Clube Português de Recife) não nega mesmo as origens e ainda faz questão de acrescentar que, às vezes, é “um pouco reclamão”. O per-nambucano começou a nadar em 1990 e dois anos depois já representava o Brasil nos Jo-gos Paraolímpicos de Barcelona. Mais do que

isso: trazia a primeira medalha paraolímpica para o seu estado. Essa é apenas uma das grandes alegrias que o esporte proporcionou a Ivanildo. São 17 anos de histórias, amiza-des e conquistas. “Acho que o esporte é o maior meio de inclusão social, tanto pra mim como para a grande maioria dos deficientes, pois independe de raça, religião, sexo e situ-ação social”, afirma.

Após quatro Paraolimpíadas, Ivanildo ainda tem fôlego e sonhos de sobra. Traçou como objetivo conquistar uma medalha de ouro nos 100m peito em Pequim, para só então parar de nadar. A natação é mesmo uma grande paixão, que só perde espaço quando o assunto é a família. E nesse que-sito, a filha Larissa reina absoluta. “Minha família sempre foi o maior motivo de que-

Após 17 anos de conquistas nas piscinas, Ivanildo Vasconcelos quer encerrar a carreira com uma medalha em Pequim

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rer vencer. Sou de uma família humilde e teimosa, mas muito batalhadora. Graças a Deus consegui vencer e eles também”.

E junto com tantos resultados e me-dalhas, vieram também grandes amigos. “Admiro meu amigo Luis Silva, pois ele re-agiu muito bem quando subiu de classe em Sydney e mesmo assim ganhou medalha de prata. Ele só confirmou o que esperava dele, muita raça”, lembra.

Aos 4 anos de idade, Ivanildo teve po-liomelite, doença que ainda hoje atinge

muitas crianças no país. Sempre muito ati-vo, encontrou um meio de canalizar tanta energia. “Eu também fui criança e consegui superar essa deficiência. Não é tão difícil assim, basta a gente querer e ter vontade. E claro, fazer sempre o que gosta. O esporte sempre fez parte da minha vida. Antes fazia atletismo, lançamento de dardo e corrida, além de basquete. Depois fiquei apenas na natação e basquete” conta o nadador, que hoje treina seis dias por semana.

Em dezembro do ano passado, o atleta

participou do Mundial de Natação, na África do Sul. Além da medalha de prata nos 100m peito, o pernambucano participou de um dos momentos mais emocionantes da competi-ção: o revezamento 4x50 medley ao lado de Luiz Silva, Daniel Dias e Clodoaldo Silva. “Foi marcante. Quebramos o recorde mundial que era da Espanha, estávamos engasgados com eles pelo protesto que haviam feito pedindo a reclassificação de Clodoaldo. O Brasil con-seguiu seu melhor desempenho em mundiais, muita gente boa foi revelada, eu consegui

Ivanildo Vasconcelos com a filha Larissa e com os companheiros de equipe no Mundial de Natação

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melhorar meus tempos quebrando meu pró-prio recorde Parapan-americano nos 100m peito. Ainda ajudei o revezamento do Brasil a quebrar o recorde mundial dos 4x50m med-ley. Gosto de dizer que sou pé quente: todas as vezes em que entrei nesse revezamento, no Parapan do México, em 1999, e na sele-tiva de Sydney, em 2000, o Brasil quebrou esse recorde. Enfim, pra mim não poderia ter sido melhor”.

Mas o título que Ivanildo faz questão de exibir não vem das piscinas não. “Ado-

ro futebol, principalmente quando o Sport Clube do Recife está jogando. Meu time é a maior torcida do Norte-Nordeste, são aproximadamente dois milhões de torcedo-res doentes de amor pelo Leão da Ilha do Retiro”. E completa: “Pelo Sport tudo!”.

Mas, em ano de Parapan-americano, a cabeça está voltada mesmo para compe-tições e o futebol fica para as horas va-gas. Com a experiência de muitos anos nas piscinas, Ivanildo se diz satisfeito com os rumos tomados pelo esporte paraolímpico

no país. Mas quer mais. “Sem dúvidas, o Brasil já é um país de primeiro mundo no esporte paraolímpico. O trabalho que o Comitê Paraolímpico Brasileiro tem feito nesses anos está sendo reconhecido nacio-nalmente e internacionalmente, mas ainda podemos melhorar bastante. Vamos ter o Parapan no Brasil e temos que realmente fazer o melhor. Eu treino bem e sei que estarei pronto na hora certa. Meu traba-lho pra Pequim já começou e essa é minha maior meta” finaliza.

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Adaptações no equipamento e muita coragem são os ingredientes do pára-quedismo para deficientes

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“Protege o rosto. O resto já está estra-gado mesmo”. Foi fazendo piada com o ins-trutor Paulo Assis que Roberto Gonçalves pulou de pára-quedas, de um avião a três mil metros de altura. Deficiente físico des-de os 11 meses de idade, devido a uma po-liomielite que deixou seqüelas nas pernas e em um braço, Beto, como é conhecido na cidade de Agudos, em São Paulo, foi o primeiro deficiente a saltar na América do Sul. O feito aconteceu em 1998. “O salto mudou minha vida, abriu outro campo de possibilidades e até me deu mais credibili-

dade com as pessoas. As pessoas deixaram de me ver como um coitadinho”, avalia Beto, que também é chamado na cidade de Ale. “De aleijado mesmo”, completa, sem-pre de bom-humor.

A idéia de realizar um salto duplo com um deficiente físico veio depois de um en-contro entre Paulo Assis e Beto, em Bauru. “Saltava no aeroporto da cidade e o Beto sempre ficava olhando. Um dia ele me falou que adoraria experimentar aquilo ali”, lem-bra Paulo, pára-quedista há 17 anos. A idéia tomou corpo e os dois começaram a pensar

nas adaptações necessárias ao equipamento para o salto. “Foram vários ajustes sempre pensando na segurança. Isso é fundamen-tal”, explica. Na época, além de Beto, ou-tros dois deficientes físicos fizeram o salto, ambos com amputações nas pernas.

Paulo também já saltou também com de-ficientes visuais. “O equipamento é o mes-mo, mas, neste caso, acho que precisa de mais coragem ainda porque tem que confiar inteiramente no instrutor. Além disso, temos que pensar em outra forma de comunicação lá no alto porque durante o salto convencio-

Por: Luciana Pereira Fotos: SkyRadical

A tres

de AlturA

milmetrosmetros

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nal, o instrutor fala com o aluno por meio de sinais”, diz o pára-quedista, que tam-bém salta com crianças e idosos. “Gosto de proporcionar este momento às pessoas que acham que são impossibilitadas de fazer isso. Nunca ninguém amarelou”, garante.

Pode não ter amarelado, mas que teve gente com medo, isso teve. O paulista Arleis Tessari, de 65 anos, que saltou há cinco, conhece bem a sensação de estar lá no alto. “Sabe quando você sonha que está caindo de um precipício? Então, é um pouco pior”, descreve Arleis, que per-deu a visão aos três anos de idade, quan-do teve sarampo. Ele chegou a perder o fôlego no começo da queda, mas diz que não se arrepende. “Foi um desafi o que meu fi lho, Hertz, me propôs. Ele ia saltar e queria me levar também. Uma experi-ência única, a gente consegue nadar no ar”, lembra. Se pudesse, o eletricista, que adora pedalar, voaria novamente, mas na bicicleta. Tal qual o personagem do fi lme ET, de Steven Spielberg. “Ainda vou arru-mar um jeito de colocar um par de asas na bicicleta”, brinca.

Paulo Assis, o responsável por propor-cionar momentos como esse a quem nun-ca se imaginaria em um pára-quedas, é um dos fundadores da escola de para-quedismo Skydive Radical Center, que oferece cursos e saltos para aqueles que aparentemente não poderiam saltar. “A maior adaptação que eu tive que fazer no pára-quedas foi para um salto com um amputado das duas pernas”, lembra. Isto porque o equipamento que liga o instrutor a quem está saltando junto com ele é preso nas pernas, na altura da virilha. “É uma superação para a equipe também, que cria novas percepções e precisa pensar em adaptações e isso desenvolve o nosso trabalho”, avalia o instrutor. Atualmente, existem no Brasil dezenas de federações e cursos credenciados pela Confederação Bra-sileira de Pára-quedismo. Para os interessa-dos – e corajosos - um salto duplo custa em média R$ 300 e pode ser feito por pessoas com qualquer tipo e grau de defi ciência.

São 45 segundos de queda livre a 200km/hora e depois mais cinco minutos em que é possível “dirigir” o pára-quedas. Mais do que um desafi o ao corpo, o salto de pára-quedas é um desafi o de persona-

lidade. “Acredito que o defi ciente físico é a pessoa mais credenciada a superar esse limite. Ele já supera limites a cada dia. Isso mostra que a nossa capacidade é infi nita”, argumenta Paulo Assis. O “aluno” Beto con-corda e não quer parar no salto: “Tudo que dizem que eu não posso fazer, eu quero. Agora, meu sonho é o wakeboard (esporte em que o atleta é puxado por uma lancha em uma prancha)”, planeja o paulista, que já mergulha, anda a cavalo e nada.

De 1998 para cá, Beto não voltou a saltar. Não por falta de vontade, mas de oportunidade. “Se quiserem me levar de novo, estou à disposição”, avisa o aven-tureiro de 44 anos que, de segunda a sexta, trabalha vendendo lanches com a irmã. “Minha mãe brinca dizendo que a pólio deve ter afetado meu cérebro, mas eu sou assim mesmo. Tenho consciência da minha defi ciência e sei que preciso de ajuda para muitas coisas. Não me escon-do e ser defi ciente nunca me incomodou. Mas também não acho que meu destino é fi car deitado em uma cama ou escondido dentro de casa, sendo um peso morto para quem está a minha volta”, dispara.

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superpoderosaPor: Natale Martins

Fotos: Arquivo pessoal

MENINAsuperpoderosa

Por: Natale MartinsFotos: Arquivo pessoal

superpoderosaMENINAMENINAsuperpoderosaMENINAsuperpoderosaMENINAMENINAsuperpoderosaMENINAsuperpoderosa

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Ela tem 40kg e levanta 82,5kg, duas ve-zes mais do que o peso do próprio corpo. A força da atleta do halterofi lismo Maria Luzi-neide combina com o apelido “Gigante Pa-raolímpica”, dado pela atleta Roseane dos Santos, a Rosinha. Mas é só acabar a com-petição que fi ca evidente a delicadeza dessa paraibana, a primeira mulher na modalidade a se classifi car para os Jogos Parapan-ame-ricanos. Com sorriso largo, sempre calma e falando baixinho, ela não descuida do vi-sual e leva na bolsa uma escova de cabelo, espelho e, claro, batom. Que retoca sempre que vai entrar na competição.

Desde 2004, Maria Luzineide é a primeira do Brasil na modalidade e atualmente recor-dista parapan-americana em sua categoria. Para isso é preciso muito treino e dedica-ção. “No halterofi lismo trabalhamos sempre em cima de peso e técnica. Minha categoria varia entre até 40kg e até 44kg. Sem dú-vida, quanto menor o meu peso estiver e mais peso eu conseguir levantar, melhor pra mim. No Brasil não faz muita diferença, já que sou a primeira, mas no ranking interna-cional o ideal é que eu consiga manter os 40kg”, pondera a atleta.

Maria Luzineide já acumula no currícu-lo seis medalhas de ouro em campeonatos estaduais e também no brasileiro, realiza-do em Uberlândia, no ano passado, quando conseguiu o índice para os Jogos Parapan-americanos. Ainda em 2006, Maria Luzinei-de fi cou com o sexto lugar no Mundial de Halterofi lismo, realizado na Coréia do Sul.

Mas nem sempre a vida dessa paraibana foi cheia de louros. Maria Luzineide con-traiu poliomielite quando tinha dois anos de idade e fi cou com os membros inferiores comprometidos. “Nada foi fácil pra mim. Mi-nha família não tinha recursos e minha mãe teve que me carregar nos braços até que eu conseguisse uma cadeira de rodas. Isso só aconteceu aos seis anos”, conta a atleta de 32 anos de idade.

Maria Luzineide fez cinco cirurgias para poder sair da cadeira de rodas e hoje anda com a ajuda de um aparelho e de muletas. Sua recuperação se deu com muita fi siote-rapia e natação, foi aí que ela se apaixonou pelo esporte. Chegou a competir pela nata-ção e ganhou quatro medalhas de ouro em campeonatos regionais no nordeste. Mas foi o halterofi lismo que chamou a atenção da moça. Competiu uma vez para ver como era e não parou mais.

Tudo aconteceu quando ela chegou a Natal no Rio Grande do Norte, onde mora atualmente. De passagem pela cidade, de-

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pois de ter fi cado viúva, percebeu que era ali que deveria estar. O amor ao esporte foi decisivo para a mudança. O único problema, conta, “é fi car longe da minha família que fi cou na Paraíba. Sinto muito a falta deles. Vou sempre que posso visitá-los, em média duas vezes no mês”, e garante que fi caria na categoria de até 30kg, caso não visitasse a família com freqüência: “Ia chorar tanto de saudade que ia defi nhar”, brinca.

A rotina na cidade adotada por Maria Lu-zineide é dedicada aos treinos e ao trabalho de atendente no Sesc/RN. “Sinto orgulho de trabalhar numa empresa que valoriza o es-porte. Eles me dão muita força. Sempre que eu preciso sou liberada para as competições. Posso ir tranqüila porque sei que o meu em-prego estará garantido”, conta a atleta da Sadef/RN - Sociedade de Amigos do Defi cien-te Físico do Rio Grande do Norte.

Maria Luzineide conta também com a ajuda do Bolsa-Atleta - programa de incen-tivo ao esporte do governo federal a atletas sem patrocínio. Atualmente, o programa custeia despesas em eventos nacionais e já neste ano a atleta vai passar a receber também ajuda de custo para as competições internacionais. “Este apoio será muito bem vindo”, vibra a atleta que sonha com a vaga nos Jogos Paraolímpicos de Pequim na Chi-na em 2008.

Sonhos, na verdade, não faltam na vida de Maria Luzineide. A paraibana sonha tam-bém em fazer faculdade de serviço social e ter fi lhos, mas por enquanto, não quer per-der o foco nos Jogos Parapanamericanos Rio 2007. “As expectativas para os jogos são muito boas. Treino de três a quatro horas por dia e estou bastante confi ante. Posso até não conseguir uma medalha, mas com certeza vou melhorar o meu ranking”, diz a atleta que foi pré-convocada para a com-petição na primeira seletiva realizada em Uberlândia – MG em novembro de 2006.

Como ela conseguiu a classifi cação de primeira?! Maria Luzineide responde: “Na vida de atleta a gente tem que buscar, bus-car e buscar e se superar sempre. Não de-sistir nunca. Vale a pena correr atrás dos seus sonhos e objetivos. Fico muito feliz de chegar onde cheguei e devo tudo a Jesus e a minha mãe, a Dona Marinês, porque se não fosse ela a buscar o tratamento corre-to pra mim eu não teria conseguido. Cada medalha que eu ganho dedico a ela”, diz emocionada. E completa: “A maior beleza é a beleza da vida e a maior força é a força de vontade”. E força de vontade essa gigante certamente tem de sobra.

Conquistas de Maria Luzineide. O próximo desafi o é o Parapan Rio 2007

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Quando procurou os defi cientes visuais no Centro de Ensino Especial para Defi cientes Vi-suais (CEEDV), em Brasília, em 2003, Josemei-re Coelho queria apenas voluntários para con-cluir seu projeto fi nal do curso de educação artística, que envolvia trabalhos em mosaico para cegos. Sem querer, acabou descobrindo e desenvolvendo artistas. Da monografi a de Josemeire surgiu o Grupo Artes Táteis, que reúne cinco escultores – quatro cegos e um com baixa visão. Com a técnica ensinada por ela, de modelagem em argila e mosaicos, os artistas produzem esculturas, principalmente de fi guras humanas – rostos e corpos.

“Quando penso na proporção que isso tomou, ainda fi co surpresa. Não tinha pre-tensão nenhuma e hoje já vejo o meu pro-jeto sendo utilizado em outros estados”, comemora a professora, que pretende lan-çar um livro com a metodologia utilizada pelo grupo para que ela possa ser repro-duzida, como já vem acontecendo em For-taleza, no Ceará, com um grupo de depen-dentes químicos em recuperação.

O primeiro aluno foi Flávio da Silva. Co-nheceu a argila como forma de desenvol-ver o tato, assim que fi cou cego, há nove anos, após levar uma pancada no rosto em um acidente. Até conhecer Josemeire, ape-

nas “brincava” com a argila, mas não tinha técnica. “Percebi que ele tinha talento, noções de proporção, mas não sabia como desenvolver. Então me ofereci para ensinar e o trabalho passou a ganhar forma e esté-tica. Virou arte”, lembra a professora.

Logo atraiu outros defi cientes visuais, todos alunos do CEEDV. Com o auxilio do FAC (Fundo da Arte e da Cultura), da Se-cretaria do Estado de Cultura do Distrito Federal, o trabalhou se desenvolveu na Ofi cina de Arte para Cegos, coordenada por Josemeire. O grupo formado pelos agora artistas plásticos Marcio Murakami, Paulo Sergio Coelho, Flávio da Silva, José Ferrei-ra e César Aschkar conseguiu comprar ma-terial e desenvolver uma série de escultu-ras – ao todo foram 58 - que já ganharam as galerias de arte e fi caram expostas em locais como a UnB, Espaço Cultural Renato Russo, no Salão Negro do Senado Federal e no Espaço Cultural Contemporâneo Ecco, local da última exposição.

“Eu nunca tinha entrado em uma gale-ria antes de perder a visão. E a primeira vez que entrei, foi para uma exposição minha”, orgulha-se Flávio que antes de fi car cego, nunca tinha tido contato com a arte e ago-ra quer fazer faculdade de Belas-Artes.

ARTE N O TATOARTE N O TATO

Por: Luciana PereiraFotos: Divulgação Grupo Artes Táteis

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ARTE N O TATO

Primeira formação do Grupo ARTES TÁTEIS: César, Márcio, Josemeire, Ferreira, Débora , Paulo e Flávio.

ATTATAATA OTOTARTE N O TATO

Iniciativa de professora de Brasília leva trabalho de escultores cegos às galerias de arte

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Diferente de César Achkar, o único do grupo que não é cego total. Coordenador do Artes Táteis e presidente da Associa-ção Brasiliense de Defi cientes Visuais, a ABDV, Cesar já era artista plástico antes de perder 95% da visão, aos 30 anos. “Acabei me afastando do trabalho que desenvolvia. O grupo me fez perceber que eu poderia continuar produzindo mesmo com a visão subnormal”, conta o artista, que já voltou para a faculdade para concluir o curso de Belas-Artes, interrompido quando começou a perder a visão.

A técnica ensinada por Joseimeire veio da Espanha, da artista plástica Mônica Xa-varria, com quem Josemeire teve aulas no Brasil. “Ainda tenho contato com ela e sem-pre mando as novidades sobre o grupo. Ela está espantada com tudo o que aconteceu”, diverte-se a professora, que é funcionária pública e desenvolve o trabalho com os de-fi cientes visuais no tempo livre. “Quando eu me aposentar vou fazer tudo que eu quero, são muitos projetos”, promete Josemeire, também idealizadora do grupo “Loucos de Pedra”, que promoveu intervenções artísti-cas com mosaicos nas paradas de ônibus da capital federal.

O primeiro deles é conseguir ampliar o grupo, oferecendo as aulas de escultura para um número cada vez maior de pesso-as, defi cientes visuais ou não. Para isso, precisa não só de um espaço apropriado, mas também arcar com a compra de mate-rial. “Estamos já com um novo projeto para a ampliação do grupo e atrás de novos par-ceiros”, adianta. O grupo também pretende acrescentar novas técnicas de escultura, com o uso do torno cerâmico e técnicas de esmaltação. O trabalho e a agenda de exposições do Grupo Artes Táteis estão disponíveis na página www. abdv.org.br.

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Brasília

Uberlândia

O ‘estilo’ dos nadadores Andre Brasil e Daniel Dias tentando outra modalidade: o salto ornamental

O nadador Adriano Lima se esconde do fotógrafo

Luiz Claudio Pereira, medalhista na Paraolimpíada de Seul, esteve na etapa Sudeste. Em 1988, Luiz Claudio quebrou três recordes mundiais no mesmo dia!

A nadadora Letícia Lucas caprichou no visual para receber o Circuito em sua cidade. Caprichou também no resultado, garantindo o ouro nos 100m e 200m livre.

Tarcio Luiz Dalvi, superintendente nacional de Canais Físicos, José Carlos Paiva, presidente da Associação dos Empresários Lotéricos de Taubaté e Região, Paulo Campos, superintendente nacional de Loterias e Jogos e Luís Carlos Peralta, presidente da Sincoesp, durante a cerimônia de abertura da temporada 2007 do Circuito Loterias CAIXA Brasil Paraolímpico

CIRCUITO LOTERIAS CAIXAFotos: Christophe Scianni

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Entre os dias 12 e 15 de abril, o Comitê Paraolímpico Brasileiro esteve na Reatech, maior feira de reabilitação e acessibilidade da América do Sul, dentro do estande da Corde, Coordenadoria Nacional para Inte-gração da Pessoa Portadora de Deficiência, órgão de Assessoria da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da Re-pública. Durante os quatro dias de feira, o Comitê Paraolímpico Brasileiro exibiu vídeos sobre as modalidades esportivas, distribuiu revistas Brasil Paraolímpico e ainda apre-sentou o projeto Paraolímpicos do Futuro, uma iniciativa que visa ao desenvolvimento do esporte em crianças e jovens com de-ficiência. Campeões paraolímpicos também participaram no estande. Os nadadores Fa-biana Sugimori, Daniel Dias, Andre Brasil e o judoca Antonio Tenório estiveram na feira para fotos, autógrafos e para falar sobre a experiência no esporte. A Confederação Bra-sileira de Desportos para Cegos (CBDC) tam-bém participou da Reatech, apresentando os III Jogos Mundiais de Cegos IBSA 2007.

COMITE PARAOLÍMPICO BRASILEIRO NA REATECH

ATLETAS PASSAM POR TREINAMENTO DE IMPRENSA

AURELIO GUEDES É VICE NO JAPÃO

O fundista Aurélio Gue-des, um dos pré-convoca-dos da delegação de atle-tismo para os Jogos Para-pan-americanos Rio 2007, ficou em segundo lugar na Maratona Internacional IBSA 2007, em Kasumigau-ra, no Japão, realizada no último dia 15 de abril. Esta é a sexta vez que o atleta é convidado para a pro-va, que reúne os melhores atletas deficientes visuais no mundo. Aurélio comple-tou os 42km da prova em 2h41m09s. O primeiro lugar foi do russo Ildar Pomyka-lov, com 2h39m52s.

Em ano de Parapan-americano, os atletas devem estar preparados para as entrevistas e para lidar com a mídia. Pensando nisso, o departamento de Comunicação do Comitê Paraolímpico Brasileiro vem realizando treinamento periódicos com as delegações pré-con-vocadas para os jogos. No treinamento, um panorama do funcionamento da im-prensa, dicas de como se comportar em entrevistas e como aproveitar melhor os espaços da mídia. Ainda visando a uma melhor cobertura de imprensa no Parapan, serão realizados workshops com os jornalistas interessados de todo o país para orientações sobre o esporte paraolímpico e suas peculiaridades.

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LEI DE INCENTIVO AO ESPORTE: SENADO APROVA MP

CADEIRAS NOVAS. MELHOR DESEMPENHO

CPB E UNIMED JUNTOS NOVAMENTE

Com apenas quatro meses com as novas cadeiras de corrida, doadas pelo Ministério do Esporte em par-ceria com o Comitê Paraolímpico Brasileiro, os atle-tas Wendel Soares e Ariosvaldo Fernandes já sentem a diferença nos treinamentos e competições e estão fazendo tempos que dariam aos atletas índice para campeonatos mundiais. “Metade do meu desempenho agora eu devo à cadeira. Claro que também contam os treinamentos e o meu esforço”, conta Ariosvaldo Fer-nandes, o único pré-convocado da sua classe, a F54, para o Parapan-americano Rio 2007. Segundo o atleta, nas provas de dez mil metros, ele já diminuiu cinco minutos o seu tempo. “Fazia 28min, agora chego a 23min”, comemora. Também pudera. Feita em alumínio com rodas de fibra de carbono, as novas cadeiras têm a metade do peso das utilizadas antes pelos atletas. “Nas provas de velocidade, principalmente, a diferença é muito grande. Estamos unindo um equipamento de qualidade, feito sob medida, a um treinamento mais rígido”, completa Wendel Soares.

Depois de uma parceria de sucesso em 2004, durante a Paraolimpíada de Atenas, a Unimed e o Comitê Paraolímpico Brasileiro se unem novamente e a empresa passa a ser o “plano de saúde oficial do CPB”. Com a parceria, a delegação brasileira que representará o país nos Jogos Parapan-ameri-canos, em agosto, no Rio de Janeiro, contará com a assis-tência médica da Unimed. “É com alegria que celebramos novamente esta parceria com a Unimed. A partir de agora, teremos um melhor acompanhamento dos atletas e isso irá colaborar para o desempenho do Brasil nos Jogos Parapan-americanos”, aponta o presidente do Comitê Paraolímpico Brasileiro, Vital Severino Neto.

Foi aprovada no dia 10 de abril, no Senado Federal a medida provisória que fixa em 1% do Imposto de Renda devido o limite de deduções de incentivos das empresas a atividades ligadas ao esporte olímpico e paraolímpico. A medida foi aprovada na forma de pro-jeto de conversão e agora segue para sanção do presi-dente da República. A lei original previa um limite de 4% para incentivos e englobava os esportes e também as áreas de projetos vinculados aos conselhos dos Di-reitos das Crianças e dos Adolescentes e ao Programa Nacional de Apoio à Cultura e atividades audiovisuais. A medida provisória veta os artigos da lei que trata-vam do incentivo de empresas ao esporte, fixando um novo limite, de 1%, para empresas que investirem no esporte. O limite de 6% para dedução de recursos do-ados por pessoas físicas não será alterado.

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*Xavier González éDiretor Geral do Comitê

Paraolímpico Internacional

Xavier González *

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O Comitê Paraolímpico Internacional (IPC) como organismo global de admi-nistração do Movimento Paraolímpico é uma organização internacional sem fi ns lucrativos, formada por 162 Comitês Pa-raolímpicos Nacionais, cinco regiões e quatro Federações Internacionais de Es-portes para grupos específi cos de defi ci-ências (IOSDs).

O Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB) é um dos referidos Comitês Pa-raolímpicos Nacionais. É a organização nacional no Brasil reconhecida pelo IPC como a única representante dos atletas participantes do esporte paraolímpico.

Fundado em 1995, o Comitê Parao-límpico Brasileiro (CPB) teve grande de-senvolvimento nos últimos anos. O maior objetivo desta instituição é consolidar o movimento paraolímpico no Brasil, alme-jando desenvolvimento integral e difu-são do esporte de alto-rendimento para pessoas com defi ciência. O desenvolvi-mento da instituição fez com que o CPB assinasse bons acordos de patrocínio e apoio, incluindo a Caixa Econômica Fe-deral, Olympikus e Unimed.

Nos últimos quarto anos, sob a li-derança do presidente Vital Severino Neto, o CPB profi ssionalizou sua es-trutura, seguindo o mesmo modelo de gerenciamento do Comitê Paraolímpi-co Internacional (IPC), atuando como organismo nacional responsável pelos esportes, enquanto as modalidades das Federações Internacionais são gerencia-das por suas respectivas organizações nacionais. Uma extensa rede de colabo-radores e profi ssionais ajuda o CPB a li-dar com todos os desafi os de um Comitê Paraolímpico Nacional. Além disso, dois brasileiros foram escolhidos para com-por diferentes comitês do IPC: Carlos Miguel Aidar, no Comitê Legal do IPC;

e Carlos Vieira, no Comitê Financeiro da entidade. Vale destacar também que o brasileiro Andrew Parsons foi eleito Presidente do Comitê Paraolímpico das Américas.

Os Jogos Parapan-americanos Rio 2007 serão o ápice, resultado máximo de trabalho árduo. O CO-Rio 2007 está orga-nizando tanto os Jogos Pan Americanos como os Jogos Parapan-americanos e o CPB está contribuindo bastante para o sucesso deste evento. Os Jogos Parapan-americanos Rio 2007 deixarão um legado permanente, não apenas para o Brasil e seus habitantes, mas também para toda a região das Américas.

Em 2004, nos Jogos Paraolímpicos de Atenas, o Brasil obteve a 14ª posição no ranking de medalhas, conquistando 33 medalhas: 14 de ouro, 12 de prata e sete de bronze. O objetivo do Brasil para Pequim 2008 é colocar-se entre os dez melhores do mundo e manter a terceira posição nas Américas.

A cobertura da mídia durante os Jo-gos Paraolímpicos de Atenas foi fabulosa e fez com que vários atletas paraolímpi-cos brasileiros se tornassem estrelas no Brasil. Um total de 168 horas de trans-missão dos Jogos Paraolímpicos de Ate-nas foi assistido por um número recorde de telespectadores brasileiros. Atenas criou uma demanda de informação sobre o esporte paraolímpico e levou à mídia o potencial dos atletas.

Por tudo isso, o Brasil hoje é clara-mente um dos países líderes do movi-mento paraolímpico e um grande exem-plo do desenvolvimento do esporte para pessoas com defi ciência. O IPC está con-fi ante que o CPB continuará a aumentar sua contribuição no desenvolvimento do Movimento Paraolímpico, principalmente na região das Américas.

O CRESCIMENTO DO COMITÊ PARAOLIMPICO BRASILEIRO

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Confi ra o calendário 2007

Cartas para esta seção no endereço eletrônico [email protected]. Os textos poderão ser editados em razão do tamanho ou para facilitar a compreensão.

MAIO

Evento Hessenpokal 2007 - Campeonato Aberto de Tiro Esportivo

Local Bad Orb/Alemanha

Data De 04 a 06 de maio de 2007

Evento Circuito Loterias Caixa Brasil Paraolímpico de Atletismo e Natação 2007 - Regional Nordeste

Local Natal - RN

Data De 10 a 13 de maio de 2007

Evento GP da França de Tiro Esportivo 2007

Local Dieuze/França

Data De 10 a 13 de maio de 2007

JUNHO

Evento Circuito Loterias Caixa Brasil Paraolímpico de Atletismo e Natação 2007 - Regional Norte

Local Belém - PA

Data De 31 de maio a 03 de junho de 2007

Evento Circuito Loterias Caixa Brasil Paraolímpico de Atletismo e Natação 2007 - 1ª Etapa Nacional

Local A defi nir

Data De 29 de junho a 01 de julho de 2007

AGOSTO

Evento 3º Jogos Parapan-americanos Rio 2007

Local Rio de Janeiro - RJ

Data De 12 a 19 de agosto de 2007

Saudações esportivasRenova-se sempre a satisfação em re-ceber “Brasil Paraolimpico”. Parabéns pela impressão, artigos e reportagens. Com os agradecimentos pela remessa, apresentamos as nossas mais cordiais saudações esportivas.

Milton MattaniPresidente da CBF7SOCIETY-SP

SiteGosto muito do site do CPB. Parabéns pelo trabalho.

Thiago AlvesMinas Gerais

Da redaçãoMeu nome é Renato Peters e sou repór-ter de esporte da TV Globo em São Pau-lo. Parabéns pela excelente publicação.

Renato PetersSão Paulo

AtletaQuero muito agradecer pela linda ma-téria que fi zeram comigo. Só tenho recebido elogios e estou muito emo-cionada por tal divulgação.

Jane Karla Rodriguesmesatenista paraolímpica-GO

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Publicação bimestral do CPB5.000 exemplares

PresidenteVital Severino Neto

Vice-presidente FinanceiroSérgio Ricardo Gatto

Vice-presidente AdministrativoFrancisco de Assis Avelino

Assessora Especial para Assuntos Institucionais

Ana Carla Thiago

Secretário GeralAndrew Parsons

Diretor FinanceiroCarlos José Vieira de Souza

Diretor AdministrativoFlavio Costa

Diretor TécnicoEdilson Alves

Coordenador Geral do Desporto UniversitárioRenausto Alves Amanajás

Coordenador Geral do Desporto Escolar

Vanilton Senatore

Editor ChefeAndrew Parsons

Jornalistas CPBCarol Coelho

Luciana Pereira

Jornalistas ColaboradorasBruna Gosling

Fernanda Villas-BôasJulia Censi

Natale Martins

Imagens CapaCO-Rio

EditoraçãoLer Comunicação

Execução Gráfi caGráfi ca Brasil

Site: www.grafi cabrasil.com.br

Endereço Sede CPBSBN Qd. 2 - Bl. F - Lt. 12

Ed. Via Capital - 14º andarBrasília/DF - CEP 70 040-020

Fone: 55 61 3031 3030Fax: 55 61 3031 3023

E-mail: [email protected]: www.cpb.org.br

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