23420087 nietzsche friedrich o anticristo

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7/24/2019 23420087 Nietzsche Friedrich o Anticristo http://slidepdf.com/reader/full/23420087-nietzsche-friedrich-o-anticristo 1/40 O A NTICRISTO

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O ANTICRISTO

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P REFÁC IO

E s te l i v r o p e r t ence ao s ho mens ma i s r a r o s . Ta l ve z nenhum d e l e s s eq ue r e s t e j a v i v o . É p o s s v e l

q ue s e enco n t r em en t r e aq ue l e s q ue co mp r eend em o meu !"a r a tu s t r a# $ co mo eu p o d e r i a m i s t u r a r % me

&q ue l e s a o s q ua i s s e p r e s t am o uv i d o s a t ua l men te ' % S o men te o s d i a s v i nd o u r o s me p e r t encem. A l ( un s

homens nascem p)s tumos .

A s co nd i *+ e s s o , a s q ua i s s o u co mp r eend id o - s o , a s q ua i s s o u nece s s a r i amen te co mp r eend id o

c o nh e* o %a s m u it o , e m. /a r a s up o rt a r m i nh a s e ri e da d e- m i nh a p a i0 1o - 2 n e ce s s3 r io p os su i r u m a

in te( r i d ade i n t e l e c tua l l e vad a ao s l im i t e s e 0 t r emo s . E s t a r a co s t umad o a v i v e r no c imo d a s mo n tanha s e

ve r a imund c i e p o l t i c a e o nac i o na l i smo a, a i 0 o d e s i . Te r s e t o r nad o i nd i 4 e r en te 5 nunca p e r ( un ta r s e a

verdade ser3 6t i l ou p rejud ic ia l . . . /o s su i r uma inc l ina*1o nasc ida da 4o r*a para ques t+es que n in(u2m

pos su i co ra(em de en4 rentar 5 ousad ia para o p ro i, ido 5 p redes t ina*1o para o l a, i r in to . 7ma e0per i8nc ia de

s e te s o l i d + e s . Ouv i d o s no vo s p a r a m6s i ca no va . O l ho s no vo s p a r a o ma i s d i s t an te . 7 ma co n s c i 8nc i a no va

p a r a ve r d ad e s q ue a t2 a ( o r a p e r manece r am mud a s . E um d e s e j o d e e co no mia em ( r and e e s t i l o a cumu l a r

sua 4o r*a - seu entus ia smo. . . Auto % rever8nc ia - amor %p r)pr io - a,so luta l i,erdade para cons i(o . . .

9 u it o , e m: A pe n as e ss e s s 1 o m e us l e it o re s- m e us v e rd a de i ro s l e it o re s- m e us l e it o re sp r ed e s t i nad o s $ q ue imp o r t ;nc i a t em o r e s t o ' O r e s t o 2 s o men te a human id ad e . É p r ec i s o t o r na r % s e

super io r & humanidade em poder - em ( randeza de a lma em desprezo . . .

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I

O l h e m o s % n o s 4 a c e a 4 a c e . S o m o s h i p e r , ) r e o s < = > s a , e m o s m u i t o , e m q u 1 o r e m o t a 2 n o s s a

mo r ad a . !Nem p o r t e r r a nem p o r ma r enco n t r a r 3 s o cam inho ao s h i p e r , ) r eo s # $ mes mo / nd a r o - em s eu s

d ias - s a, ia tanto so,re n) s . A l2m do Nor te- a l2m do (e lo - a l2m da mor te no s sa v ida - no s sa 4e l i c idade. . .

N)s desco,r imos es sa 4e l i c idade5 n) s conhecemos o caminho 5 ret i r amos es sa sa,edor ia do s mi lhares

d e ano s no l a, i r i n t o . ?uem ma i s a d e s co , r i u ' O ho mem mo d e r no ' ! E u n1o co nhe*o nem a s a d a nem a

entrada5 sou tudo aqu i l o que n1o sa,e nem sa i r nem entrar# a s s im susp i ra o homem moderno . . . E s se 2 o

t ipo de modern idade que nos adoeceu a paz indo lente- o compromis so covarde- toda a v i r tuo sa su j idade

d o m o de rn o S im   e Não . E s sa t o l er ; n ci a e l a r( e u r < @ > d e c o r a* 1 o q u e t u d o ! p e rd o a # p o r q ue t u d o

!compreende# 2 um s i roco < > para n) s . Antes v iver no meio do (e lo que ent re v i r tudes modernas e out ro s

ven to s d o s u l : . . . B o mo s , a s t an te co r a j o s o s5 n1o p o up amo s a n) s mes mo s nem o s o u t r o s 5 ma s l e vamo s um

l o n (o t e m po p a r a d e s co , ri r a o n de d i r ec i o n ar n o ss a c o r a( e m . To r n am o %n o s t r i st e s 5 c h a ma r a m% n o s d e

4 a t a l i s t a s . N o s s o d e s t i n o e l e e r a a p l e n i t u d e - a t e n s 1 o - o a c u m u l a r d e 4 o r * a s . T n h a m o s s e d e d e

r el ; mp a (o s e ( ra n de s 4 e it o s5 m a nt i ve m o% n os o m a is l o n( e p o ss v e l d a 4 el i ci d ad e d os 4 ra c os - d a

! r e s i ( na*1o # . . . No s s o a r e r a t emp es tuo s o 5 no s s a p r ) p r i a na tu r e za t o r no u % s e s o m, r i a p o i s a i nd a n1o

hav amo s enco n t r ado o cam inho . A 4 ) r mu l a d e no s s a 4 e l i c i d ad e $ um S im - u m Não - uma l i nha r e t a - umameta. . .

1 – O s G re g o s a c re d i ta vam q u e no e x t re mo No r te d a Te r ra v i v i a u m p o vo q u e g o zava d e f e l i c i d ad e

e te rna , o s h i p e r ! re o s , q u e nu nc a g u e r re avam, ad o e c i am o u e nve l h e c i am" S e m a a # u d a d o s $ e u s e s , s e u

terr i t! r io e ra ina lcan%&ve l " 'N" do T " (

) – Grandeza"

* – +ento as f ix iante , quente e empoe irado o r ig in&r io de deserto s " 'N" do T " (

I I

O que 2 ,om' Tudo que aumenta- no homem- a sensa*1o de poder - a vontade de poder - o p r)pr iopoder.

O que 2 mau' Tudo que se o r i( ina da 4 raquez a.

O que 2 4e l i c idade' A sensa*1o de que o poder aumenta de que u ma res i s t8nc ia 4o i s uperada.

N1o o co n ten tamen to - ma s ma i s p o d e r 5 n1o a p a z a q ua l q ue r cu s t o - ma s a ( ue r r a 5 n1o a v i r t ud e -

mas a e 4 ic i8nc ia v i r tude no sent ido da Renascen*a- v i r tu < = > - v i r tude desv incu lada de mora l i smos D .

O s 4 r a co s e o s ma l o ( r ad os d evem p e r ece r $ p r ime i r o p r i n c p i o d e no s s a ca r i d ad e . E r ea l men te d eve %

se a jud3% lo s n i s so .

O que 2 ma i s noc ivo que qua lquer v c io ' A compa i01o pos ta em pr3t ica em nome dos ma lo( rados e

dos 4 raco s o cr i s t ian i smo. . .

1 – + i r- , em lat im, s ign i f i ca varão-, homem-" Ou se #a , v i r tu-, ne s te sent ido da .enascen%a-,

d e s i g na q u a l i d ad es v i r i s c o mo fo r % a , ra vu ra , v i g o r, c o rag e m, e não h u mi l d ad e , c o mp a i x ão , e t c " ' N " d o

T"(

I I I

O p r o , l ema q ue aq u i ap r e s ento n1o co n s i s t e em r ed i s cu t i r o l u ( a r human id ad e na e s ca l a d o s s e r e s

v i ven te s o ho mem 2 um 4 im D $ ma s q ue t i p o d e ho mem d eve s e r c r i ad o - q ue t i p o d eve s e r p r e tend id o

como sendo o ma i s va l io so - o ma i s d i(no de v iver - a (arant ia ma i s se(ura do 4uturo .

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E s te t i p o ma i s v a l i o s o j 3 e 0 i s t i u , a s t an te s ve ze s no p a s s ad o $ ma s s emp r e co mo um a 4 o r t unad o

ac i d en te - co mo uma e0 ce*1o - nunca co mo a l ( o d e l i , e r ad amente d e s e j ad o . Co m mu i t a 4 r eq 8nc i a e s s e 4 o i

p r ec i s amen te o t i p o ma i s t em id o 5 a t 2 ao p r e s en te 4 o i co n s i d e r ad o p r a t i camen te o t e r r o r d o s t e r r o r e s5 e

dev ido a es se ter ro r - o t ipo cont r3r io 4o i desejado - cu l t i vado e a t in( ido $ o an imal dom2s t ico - o an imal de

re,anho - a doent ia ,es ta humana$ o cr i s t1o . . .

IV

/ e l o q ue aq u i s e en tend e co mo p r o ( r e s s o - a human id ad e ce r t amen te n1o r ep r e s en ta uma evo l u *1o

em d i r e *1o a a l ( o me l ho r- ma i s 4 o r t e o u ma i s e l e vad o . E s t e !p r o ( r e ss o # 2 ap ena s uma i d 2 i a mo d e r na - o u

s e j a - uma i d 2 i a 4 a l s a . O E u r o p eu d e ho j e - em s ua e s s 8nc i a - p o s s u i mu i t o meno s v a l o r q ue o E u r o p eu d a

Renascen*a5 o p roces so da evo lu*1o n1o s i(n i 4 i ca neces sar iamente e leva*1o - melho ra - 4 o r ta lec imento .

É ,em verdade que e la tem suces so em caso s i s o l ados e ind iv idua i s em v3r ia s par tes da Ter ra e so,

a s m a i s v a r i a da s c u l t ur a s- e n e s se s c a s os c e r ta m e nt e s e m a n i4 e st a u m t i p o s u p e ri o r 5 u m t i p o q u e -

co mp a r ad o ao r e s t o d a human id ad e - p a r ece uma e s p 2c i e d e F , e r mens ch . Ta i s ( o l p e s d e s o r t e s emp r e

4o ram pos s ve i s e - ta l vez- sempre ser1o . A t2 mesmo ra*as in te i ra s - t r i,o s e na*+es podem ocas iona lmenterepresentar ta i s d i to so s ac identes .

V

N1o d evemo s en 4 e i t a r nem em, e l e za r o c r i s t i a n i s mo $ e l e t r a vo u uma ( ue r r a d e mo r te c o n t r a e s t e

t i p o d e h o m em s u p er i o r- a n a te m a ti z o u t o do s o s i n s ti n t os m a i s p r o 4 u n do s d e ss e t i p o- d e st i l o u s e u s

co nce i t o s d e ma l e d e ma l d ad e p e r s o n i 4 i cad a a p a r t i r d e s s e s i n s t i n t o s o ho mem 4 o r t e co mo um r 2p r o , o-

c o m o ! d e ( r e d a d o e n t r e o s h o m e n s # . O c r i s t i a n i s m o t o m o u o p a r t i d o d e t u d o o q u e 2 4 r a c o - , a i 0 o e

4 r a ca s s ad o 5 4 o r j o u s eu i d ea l a p a r t i r d a o p o s i *1o a t o d o s o s i n s t i n t o s d e p r e s e r va*1o d a v i d a s aud 3ve l 5

co r r o mp eu a t2 mes mo a s 4 a cu l d ad e s d aq ue l a s na tu r e za s i n t e l e c tua l men te ma i s v i ( o r o s as - en s i nand o q ue

os va lo res in te lectua i s e levados s 1o apenas pecados - descaminhos - tenta*+es . O e0emplo ma i s l ament3ve l $o co r romp imento de /asca l - o qua l acred i tava que seu in te lecto hav ia s ido des t ru do pe lo pecado o r i( ina l -

quando na verdade t inha s ido des t ru do pe lo cr i s t ian i smo:

V I

7 m d o l o r o s o e t r 3 ( i co e s p e t3cu l o s u r ( e d i an te d e m im$ r e t i r e i a co r t i n a d a co r r up *1o d o ho mem.

E s s a p a l a v r a- em m inha , o ca - 2 i s en ta d e p e l o meno s uma s u s p e i t a $ a d e q ue envo l ve uma a cu s a*1o mo r a l

co n t r a a human id ad e . A en tend o e d e s e j o en 4 a t i z a r no vamen te l i v r e d e q ua l q ue r v a l o r mo r a l $ e i s s o 2

t 1o ve r d ad e q ue a co r r up *1o d e q ue 4 a l o 2 ma i s ap a r en te p a r a m im p r ec i s amen te o nd e e s t e ve - a t 2 a ( o r a -

a ma i o r p a r t e d a a s p i r a *1o & ! v i r t ud e# e & !d i v i nd ad e# . Co mo s e p r e s ume - en tend o e s s a co r r up *1o no

s en t i d o d e d ecad 8nc i a $ meu a r ( umen to 2 q ue t o d o s o s v a l o r e s no s q ua i s a human id ad e ap ) i a s eu s an s e i o s

mai s su, l imes s1o va lo res de decad8nc ia .

G eno mino co r r o mpid o um an ima l - uma e s p 2c i e - um i nd i v d uo - q uand o p e r d e s eu s i n s t i n t o s - q uand o

e s co l he - q uand o p r e 4 e r e o q ue l he 2 no c i v o . 7 ma h i s t ) r i a d o s ! s en t imen to s e l e vad o s # - d o s ! i d ea i s d a

human id ad e# e 2 p o s s v e l q ue t enha d e e s c r ev8 % l a p r a t i camen te e0 p l i ca r i a p o r q ue o ho mem 2 t 1o

d e( e ne ra d o. A p r) pr i a v i da a p re se n ta % se a m i m c o mo u m i n st i nt o p a ra o c r es c im e nt o - p ar a a

s o , r ev i v8nc i a - p a r a a a cumu l a *1o d e 4 o r *a s - p a r a o p o d e r $ s emp r e q ue 4 a l t a a v o n tad e d e p o d e r o co r r e o

d e s a s t r e . A 4 i r m o q u e t o d o s o s v a l o r e s m a i s e l e v a d o s d a h u m a n i d a d e c a r e c e m d e s s a v o n t a d e q u e o s

va lo res de decad8nc ia - de n i i l i smo- a(o ra p reva lecem so, o s ma i s s a( rados nomes .

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V I I

Chama% se cr i s t ian i smo a re l i ( i1o da compa i01o . A compa i01o es t3 em opos i*1o a todas a s pa i0+es

t H n i ca s q ue aumen tam a i n t en s i d ad e d o s en t imen to v i t a l $ t em a*1o d ep r e s s o r a . O ho mem p e r d e p o d e r

q u a nd o s e c o m pa d e c e. A t r a v 2 s d a p e r da d e 4 o r *a c a u sa d a p e l a c o m p a i0 1 o o s o 4r i m en t o a c a ,a p o r

mu l t i p l i c a r % s e . O s o 4 r imen to t o r na % s e co n ta( i o s o a t r a v2 s d a co mp a i 0 1o 5 s o , ce r t a s c i r cun s t anc i a s p o d elevar a um to ta l s acr i 4 c io da v ida e da ener( ia v i ta l uma perda to ta lmente desp roporc iona l & ma(n i tude

d a cau s a o ca s o d a mo r te d e Naza r eno % D . E s s a 2 uma p r ime i r a p e r s pec t i v a 5 h3 - en t r e t an to - o u t r a ma i s

i m p or t a nt e . 9 e d in d o o s e 4 e it o s d a c o m pa i 01 o a t ra v 2 s d a i n t en s i da d e d a s r e a * + e s q u e p r od u z - s u a

p e r i cu l o si d ad e & v i d a mo s t r a % s e s o , uma l u z mu i t o ma i s c l a r a . A co mp a i 01o co n t r a r i a i n t e i r amen te a l e i

d a e vo l u *1o - q ue 2 a l e i d a s e l e *1o na tu r a l . / r e s e r va t ud o q ue e s t 3 mad u r o p a r a p e r ece r 5 l u t a em p r o l

d o s d e s t e r r ad os e co nd enad os d a v i d a 5 e man tend o v i v o s ma l o ( r ado s d e t o d o s o s t i p o s - d 3 & p r ) p r i a v i d a

um a s p ec to s o m, r i o e d 6, i o . A human idad e o u s o u d eno mina r a co mp a i 0 1o uma v i r t ud e em t o d o s i s t ema

de mora l super io r e l a aparece como uma 4 raqueza D 5 indo ma i s ad iante- chamaram%na a v i r tude- a o r i(em

e 4 und amento d e t o d a s a s o u t r a s v i r t ud e s ma s s emp r e man tenhamo s em men te q ue e s s e e r a o p o n to d e

v i s t a d e uma 4 i l o s o 4 ia n i i l i s t a - em cu j o e s cud o h3 a i n s c r i *1o ne( a*1o d a v i d a . S cho p enhaue r e s t a va ce r t o

n i s t o $ a t r a v2 s a co mp a i 0 1o a v i d a 2 ne( ad a - e t o r nad a d i ( na d e ne( a*1o a co mp a i 0 1o 2 uma t 2cn i ca d e

n i i l i s mo . / e r mi t a % me r ep e t i % l o $ e s s e i n s t i n t o d ep r e s s o r e co n ta( i o s o o p + e % se a t o d o s o s i n s t i n t o s q ue s eemp enham na p r e s e r va*1o e ap e r 4 e i *o amen to d a v i d a $ no p ap e l d e d e 4 en s or d o s m i s e r 3 ve i s - 2 um a( en te

p r im3 r i o na p r o mo *1o d a d ecad 8nc i a co mp a i 0 1o p e r s uad e & e 0 t i n *1o . .. É c l a r o - n i n ( u2m d i z ! e0 t i n *1o # $

d i zem !o o u t r o mund o # - !G eu s # - ! a ve r d ad e i r a v i d a# - !N i r v ana#- ! s a l v a *1o# - !, em% aven tu r an*a# . .. E s s a

i no cen te r e t ) r i ca d o r e i no d a i d i o s s i n c r a s i a mo r a l % r e l i ( i o s a mo s t r a % s e mu i t o meno s i no cen te q uand o s e

p e r ce, e a t end 8nc i a q ue o cu l t a s o , p a l a v r a s s u, l ime s $ a t end 8nc i a & d e s t r u i *1o d a v i d a . S cho p enhaue r

e r a ho s t i l & v i d a $ e s s e 4 o i o p o r q u8 d a co mp a i 0 1o - p a r a e l e - s e r uma v i r t ud e . . . A r i s t ) te l e s - co mo t o d o s

sa,em- v ia na compa i01o um es tado menta l m)r, ido e per i(o so - cujo rem2d io era um pur(at ivo ocas iona l $

co n s i d e r ava a t r a ( 2d i a co mo s end o e s s e p u r ( a t i v o . O i n s t i n t o v i t a l d eve r i a no s i n c i t a r a , u s ca r me io s d e

a l 4 in e t ar q u a is q ue r a c 6 mu l o s p a t o l )( i c o s e p e ri ( o so s d e c o m pa i 0 1o - c o m o o s p r e se n t es n o c a so d e

S cho p enhaue r e t am, 2m- l amen tave l men te - em t o d a a no s s a d 2cad ence l i t e r 3 r i a - d e S t . / e te r s , u r ( o a

/ a r i s - d e To l s t o i a a( ne r D - p a r a q ue e l e e s t o u r e e s e d i s s i p e . . . Nad a 2 ma i s i n s a l u, r e - em t o d a no s s a

i n s al u , re m o d er n i da d e - q u e a c o m pa i 0 1o c r i st 1 . S e rm o s o s m 2 d ic o s a q ui - s e rm o s i m p ie d o so s a q u i-mane j a r mos a 4 a ca aq u i t ud o i s s o 2 o no s s o s e r v i *o - 2 o no s s o t i p o d e human id ad e - 2 i s s o q ue no s t o r na

4 i l ) so 4o s - n) s - h iper,) reos :

VI I I

É n e c e s s 3 r i o d i z e r q u e m c o n s i d e r a m o s n o s s o s a d v e r s 3 r i o s $ o s t e ) l o ( o s e t u d o q u e t e m s a n ( u e

teo l ) ( i co co r r endo em s ua s ve i a s e s s a 2 t o d a a no s s a 4 i l o s o 4 i a . . . É nece s s 3 r i o t e r v i s t o e s s a amea*a d e

p e r t o - me l ho r a i nd a - 2 p r ec i s o t 8 % l a v i v i d o e q ua s e s u cum, id o p o r e l a - p a r a co mp r eend e r q ue i s s o n1o 2

q ua l q ue r , r i n cad e i ra % o a l e ( ad o l i v r e % p en s amen to d e no s s o s na tu r a l i s t a s e 4 i s i o l o ( i s t a s me p a r ece uma

, r i n cad e i r a n 1o p o s s uem a p a i 0 1o ne s s a s co i s a s 5 n 1o s o 4 r e r am D . E s t e envenenamento v a i mu i t o ma i s

l o n ( e d o q u e a m a i o r i a i m a ( i n a $ e n c o n t r o o a r r o ( a n t e h 3 , i t o d e t e ) l o ( o e n t r e t o d o s a q u e l e s q u e s e

co n s i d e r am ! i d ea l i s t a s # - en t r e t o d o s q ue - em v i r t ud e uma o r i ( em s up e r i o r - r e i v i nd i cam o d i r e i t o d e s e

co l o ca r em ac ima d a r ea l i d ad e- e o l h3 % l a co m s u s p e i t a . . . O i d ea l i s t a- a s s im co mo o e c l e s i 3 s t i co - ca r r e( a

t o d o s o s ( r a n d e s c o n c e i t o s e m s u a m 1 o e n 1 o a p e n a s e m s u a m 1 o : D 5 o s l a n * a c o m u m , e n e v o l e n t e

d e s p r e zo co n t r a o !en tend imen to # - o s ! s en t i d o s # - a !ho n r a# - o !, em v i ve r # - a ! c i 8nc i a # 5 v 8 t a i s co i s a s

a,a i0o de s i - como 4o r*as pern ic io sas e seduto ras - s o, re as qua i s !o esp r i to# p lana como a co i sa pura em

s i co mo s e a humi l d ad e - a ca s t i d ad e - a p o , r eza - em uma p a l a v r a - a s an t i d ad e - n1o t i v e s s em cau s ad o

mu i t o ma i s d ano & v i d a q ue q ua i s q ue r o u t r o s ho r r o r e s e v c i o s . . . O p u r o e s p r i t o 2 a p u r a men t i r a . . .

E nq uan to o p ad r e - e s s e ne( ad o r - ca l un i ad o r e envenenad o r d a v i d a p o r p r o 4 i s s 1o 4 o r a ce i t o co mo uma

va r i ed ad e d e ho mem s up e r i o r- n 1o p o d e r 3 have r r e s p o s t a & p e r ( un ta $ ?ue 2 a ve r d ad e ' < = > A ve r d ad e j 3

4 o i p o s t a d e c a , e * a p a r a , a i 0 o q u a n d o o a d v o ( a d o d o n a d a 4 o i c o n 4 u n d i d o c o m o r e p r e s e n t a n t e d a

verdade.

1 – / l u s ão 0 p a s s a g e m l i c a ' No vo Te s tame nto , 2 vang e l h o s e g u nd o 3o ão 1 4 5 *4 ( na q u a l 6 i l a to s

 per gunta a 3e su s 5 7ue 8 a ve rdade 9 - " ' N" do T" (

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I J

É cont ra es te in s t in to teo l)( ico que (uer re io $ encontro ves t ( io s de le po r toda par te. Todo aque le

q ue p o s s u i s an( ue t eo l ) ( i co em s ua s ve i a s 2 c n i co e d e s o n r ad o em to d a s a s co i s a s . A o p a tho s < = > q ue s e

desenvo l ve des sa cond i*1o denomina% se 42 $ em outras pa lavras - 4echar o s o lho s ante s i mesmo de uma vez

p o r t o d a s p a r a e v i t a r o s o 4 r imen to cau s ad o p e l a v i s 1o d e uma 4 a l s i d ad e i n cu r 3 ve l . A s p e s s o a s co n s t r o emum co nce i t o d e mo r a l - d e v i r t ud e - d e s an t i d ad e a p a r t i r d e s s a 4 a l s a p e r s p ec t i v a d a s co i s a s 5 4 und amentam

a , o a co n s c i 8nc i a s o , r e uma v i s 1o 4 a l s ead a 5 ap ) s t e r em% na t o r nad o s a c r o s s an ta co m o s no mes !G eu s # -

! s a l v a *1o # e !e te r n i d ad e# n1o a ce i t am ma i s q ue q ua l q ue r o u t r o t i p o d e v i s 1o p o s s a t e r v a l o r. G e s cu, r o

e s te i n s t i n t o t eo l ) ( i co em t o d a s d i r e *+ e s $ 2 a ma i s d i s s em inad a e ma i s s u, te r r ;nea 4 o r ma d e 4 a l s i d ad e

que se pode encontrar na Ter ra . Tudo que um te) lo(o cons idera verdade i ro 2 neces sar iamente 4a l so $ aqu i

t emo s p r a t i camen te um c r i t 2 r i o d a ve r d ad e . S eu p r o 4 und o i n s t i n t o d e au to p r e s e r va*1o n1o l he p e r m i te

ho n r a r o u s eq ue r menc i o na r a ve r d ad e . Ond e q ue r q ue a i n 4 l u8nc i a d o s t e) l o ( o s s e j a s en t i d a - h3 uma

t r an s muta*1o d e v a l o r e s - o s co nce i t o s d e ! ve r d ad e i r o # e ! 4 a l s o # s 1o 4 o r *ad o s a i n ve r t e r s ua s p o s i *+ e s $

t ud o q ue 2 ma i s p r e j ud i c i al & v i d a 2 no mead o ! ve r d ad e i r o# - t ud o q ue a e 0 a l t a - a i n t en s i 4 i c a - a a 4 i r ma - a

j u s t i 4 i c a e a t o r na t r i un 4 an te 2 no mead o ! 4 a l s o # .. . ?uand o t e) l o ( o s - a t r a v2 s ! co n s c i 8nc i a # d o s p r n c i p e s

ou d o s p ov o s D- e st e nd em s ua s m 1o s a o p od er- n 1 o h 3 q u al qu e r d 6 vi d a q ua n to a e st e a sp e ct o

4undamenta l $ que o anse io pe lo 4 im- a vontade n i i l i s ta - a sp i ra ao poder . . .

1 – O te rmo phato s vem do g rego , s ign i f i cando sent imento-, emo%ão- pa ixão-" Op:e ; se a logo s ,

 pen samento ra c io na l , l !g i co " 'N " do T" (

X

Entre o s a lem1es sou imed iatamente compreend ido quando d i(o que o san(ue teo l)( ico 2 a ru na da

4 i l o s o 4i a . O p a s t o r p r o te s t ante 2 o a vH d a 4 i l o s o 4 i a a l em1 5 o p r o te s t an t i s mo em s i 2 o p ecca tum o r i ( i na l e

< = > . G e 4 i n i *1o d o p r o te s t an t i s mo $ p a r a l i s i a hemip l 2( i ca < @ > d o c r i s t i a n i s mo e d a r a z1o . . . / r ec i s a % s e

ap ena s p r o nunc i a r a s p a l a v r a s ! E s co l a d e T, i n( en# < > p a r a co mp r eend er o q ue 2 - no 4 und o - a 4 i l o s o 4i a

a l e m 1 u m a 4 o r m a m u i t o a s t u t a d e t e o l o ( i a . . . O s s u e v o s s 1 o o s m e l h o r e s m e n t i r o s o s d a A l e m a n h a 5m e n te m c o m i n o c 8 n c ia . .. ? u a l o p o r qu 8 d e t o d a a l e ( ri a q u e s e e s t en d e u p e l o u n i ve r s o e r u d it o d a

A l emanha q ue 2 4 o r mad o em t r 8 s q ua r t o s p o r 4 i l h o s d e p a s t o r e s e p r o 4 e s so r e s co m o ap a r ec imen to d e

K an t ' / o r q ue a i nd a e co a na co nv i c *1o a l em1 q ue co m K an t ho uve uma mud an*a p a r a me l ho r ' O i n s t i n t o

t e ol ) (i c o d o s e st u di o so s a l em 1 es o s 4 e z e n 0e r (a r n i ti d am e nt e o q u e t i nh a s e t o rn a do p o ss v e l

n o v am e n t e. . . A , r ia % s e u m c a m i nh o q u e c o n d u z i a d e v o l ta a o v e l ho i d e al 5 o s c o n ce i t os d e ! m u nd o

v e r d a d e i r o # e d e m o r a l c o m o e s s 8 n c i a d o m u n d o o s d o i s e r r o s m a i s v i c i o s o s q u e j 3 e 0 i s t i r a m : % D

e s t a v a m - u m a v e z m a i s - ( r a * a s a u m c e t i c i s m o s u t i l e a s t u c i o s o - s e n 1 o d e m o n s t r 3 v e i s - p e l o m e n o s

i rr e 4u t 3v e is .. . A r a z1 o- o d i re i to d a r a z1 o - n 1 o v a i t 1o l o n( e. .. A r ea l id a de 4 o i r el e (a d a a u m a

!ap a r 8nc i a# 5 um mund o a, s o l u t amente 4 a l s o o d a e s s 8nc i a 4 o i t r an s 4 o rmad o na r ea l i d ad e . . . O s u ce s s o

d e K a n t 4 o i u m s u c es s o m e r a m en t e t e o l ) (i c o 5 a s s i m c o m o L u t e r o o u L e i ,n i z - e l e n 1 o 4 o i s e n 1o u m

empeci l ho & j 3 pouco es t3ve l in te( r idade a lem1.

1 – 6ecado o r ig ina l "

) – <emip leg ia de s igna para l i s ia de um dos lados do co rpo "

* – / 2 s c o l a d e T= ing e n ' fu nd ad a e m 1>?? ( p o s s u i u ma famo s a f a c u l d ad e d e te o l o g i a , na q u a l

e s tudaram <ege l e 3ohanne s @ep le r " 'N" do T "(

XI

A ( o r a uma p a l a v r a co n t r a K an t co mo mo r a l i s t a . A v i r t ud e d eve s e r no s s a i n ven*1o 5 d eve s u r ( i r d e

no s s a nece s s i d ad e p e s s o a l e em no s s a d e 4 e s a . E m q ua l q ue r o u t r o ca s o 2 4 o n te d e p e r i ( o . Tud o q ue n1o

p e r tence & v i d a r ep r e s enta uma amea*a a e l a 5 uma v i r t ud e na s c i d a s imp l e s men te d o r e s p e i t o ao co nce i t o

d e ! v i r t ud e# - co mo K an t a d e s e j a va - 2 p e r n i c i o s a . A ! v i r t ud e# - o !d eve r # - o !, em em s i # - a , o nd ad e

4 und amentad a na imp e s s o a l i d ad e o u na no *1o d e v a l i d e z un i ve r s a l s 1 o t o d a s q u ime r a s - e ne l a s ap ena s

e n c o n t r a % s e a e 0 p r e s s 1 o d a d e c a d 8 n c i a - o 6 l t i m o c o l a p s o v i t a l - o e s p r i t o c h i n 8 s d e K o n i ( s , e r ( < = > .

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E 0 a tamen te o co n t r 3 r i o 2 e 0 i ( i d o p e l a s ma i s p r o 4 und a s l e i s d a au to p r e s e r va*1o e d o c r e s c imen to $ q ue

cad a ho mem c r i e s ua p r ) p r i a v i r t ud e- s eu p r ) p r i o imp e r a t iv o ca te( ) r i co < @ > . 7 ma na*1o s e r ed uz a r u na s

q uand o co n 4 und e s eu d eve r co m o co nce i t o un i ve r s a l d e d eve r . Nad a co nd uz a um d e s a s t r e ma i s ca, a l e

p u n ( e n t e q u e t o d o d e v e r ! i m p e s s o a l # - t o d o s a c r i 4 c i o a o 9 o l o c h < > d a a , s t r a * 1 o . E i m a ( i n a r q u e

n i n ( u 2 m p e n s o u n o i m p e r a t i v o c a t e ( ) r i c o d e K a n t c o m o a l ( o p e r i ( o s o & v i d a : . . . S o m e n t e o i n s t i n t o

teo l ) ( i co t o mo u % o s o , s ua p r o te*1o : 7 ma a *1o s u s c i t ad a p e l o i n s t i n t o v i t a l p r o va e s t a r co r r e t a p e l aq uan t i d ad e d e p r a ze r q ue ( e r a $ e a i nd a a s s im e s s e n i i l i s t a - co m s ua s v s ce r a s d e d o ( mat i s mo c r i s t 1o -

co n s i d e r a va o p r a ze r co mo uma o , j e*1o . . . O q ue d e s t r ) i um ho mem ma i s r ap i d amen te q ue t r a, a l ha r -

p en s a r e s en t i r s em uma nece s s i d ad e i n t e r na - s em um p r o 4 und o d e s e j o p e s s o a l - s em p r a ze r co mo um

mer o au tH mato d o d eve r ' E s s a 2 t an to uma r ece i t a p a r a a d 2cad ence < M > q uan to p a r a a i d i o t i ce . . . K an t

t o r no u % se um i d i o t a . E e l e e r a co n temp o r ;neo d e o e the : E s t e ca l am i t o s o 4 i a nd ei r o d e t e i a s d e a r anha

4 o i r ep u tad o o 4 i l ) s o 4 o a l em1o p a r e 0 ce l l ence < > e co n t i nua a s 8 % l o : . . . A , s t enho % me d e d i ze r o q ue

p en s o d o s a l em1e s . . . K an t n1o v i u na Revo l u *1o B r ance s a a t r an s 4 o r ma*1o d o e s t ad o d a 4 o r ma i no r ( ;n i ca

p a r a a o r ( ;n i ca ' N1o p e r ( un to u a s i me s mo s e hav i a a l ( um even to q ue n1o p o d e r i a s e r e 0 p l i cad o e0 ce to

a t r a v2 s d e uma d i s p o s i*1o mo r a l no ho mem- p a r a q ue - 4 und amentad a n i s s o - ! a t end 8nc i a d a human id ad e

ao , em# p ud e s s e s e r e 0 p l i cad a d e uma vez p o r t o d a s ' Re s p o s t a d e K an t $ ! I s s o 2 a r e vo l u *1o# . O i n s t i n t o

q ue en( ana s o , r e t o d a e q ua l q ue r co i s a - o i n s t i n t o co mo r e vo l t a co n t r a a na tu r e za - a d ecad 8nc i a a l em1

em 4o rma de 4 i l o so 4 ia i s s o 2 Kant :

1 – A i d ad e d a 6 rB s s i a o nd e @ an t na s c e u e p a s s o u to d a a s u a v i d a " 6o r i s s o , t am 8 m 8 c o nh e c id o

como f i l! so fo de @Cen izerg-" ' 6 ie tro nas se t i (

) – Ao nc e i to D an t i ano " Ao n s i d e ra ;s e imp e ra t i v o u ma p ro p o s i % ão q u e te nh a a f o rma d e c o mand o , d e

impos i%ão e , em part icu lar , de um comando ou o rdem que o e sp r i to d& a s i p r!pr io , @ant d i s t ingu ia duas

e sp 8c i es d e i m pe r at i vo s5 o h i po t 8t i co ' ou c on di c io n al (, q ua n do a o r de m o u d et e rm i na % ão e st &

s u o rd inad a c o mo me io p a ra a t i n g i r u m d e te rminad o f im ' e x " 5 s E # u s to , s e q u e re s s e r r e s p e i tad o ( F e o

c a t e g ! r i c o ' o u n ã o ; c o n d i c i o n a l ( , s e a o r d e m 8 i n c o n d i c i o n a l ' e x " s E # u s t o ( " 6 a r a @ a n t s ! e x i s t i a u m

i m p er a t i vo c a t eg ! r ic o f u n d a m en t a l ' e 8 a e s se q u e N i e t z sc h e s e r e f er e ( c u # a f ! r mu l a 8 5 / ge d e t a l

mane ira que o mot ivo que te levou a ag i r po s sa se r convert ido em le i un ive rsa l- " ' 6 ie tro nas se t i (

* – $ i v i nd ad e ad o rad a p e l o s amo n i ta s e mo a i ta s , 0 q u a l s a c r i f i c a vam c r i an % a s e m t ro c a d e o a s

co lhe i tas e v i t! r ia nas guerras " 'N" do T " (> – $ecadEnc ia "

– 6o r exce lEnc ia "

X I I

/ o nho & p a r t e un s p o uco s c2 t i co s - o s t i p o s d ecen te s na h i s t ) r i a d a 4 i l o s o 4 i a $ o r e s t o n1o p o s s u i a

meno r no *1o d e i n t e( r i d ad e i n t e l e c tua l . Co mp o r t am% s e co mo d o nze l a s - t o d o s e s s e s ( r and e s en tu s i a s t a s e

p rod ( io s cons ideram os !,e lo s sent imentos# como ar(umentos - o !pe i to es tu 4ado# como o sopro de uma

insp i ra*1o d iv ina - a conv ic*1o como um cr i t2r io da verdade. Ao 4 ina l - com !a lem1# inoc8nc ia - Kant tentou

d a r um ca r 3 te r c i en t 4 i co a e s s a 4 o r ma d e co r r up *1o - e s s a 4 a l t a d e co n s c i 8nc i a i n t e l e c tua l - chamand o % a

d e ! r a z1o p r 3 t i ca# . G e l i , e r ad amente i n ven to u uma va r i ed ad e d e r a z+ e s p a r a u s a r o ca s i o na l men te q uand o

4 o s s e d e s e j 3 vel n1o s e p r eo cup a r a r a z1o i s t o 2 - q uand o a mo r a l - q uand o o s u, l ime co mand o ! tu d eve s #

4 o s s e o uv i d o . L em, r and o d o 4 a t o q ue - en t r e t o d o s o s p o vo s - o 4 i l ) s o 4 o n1o r ep r e s en ta nad a ma i s q ue o

d e s envo l v imen to d o s ve l ho s s a ce r d o te s - e s s a he r an*a s a ce r d o ta l - e s s a 4 r aud e co n t r a s i me s mo d e i 0 a d e

ser a l (o surp reendente. ?uando um homem sente que pos su i uma mis s1o d iv ina - d i(amos - melho rar - s a l var

o u l i , e r t a r a human id ad e q uand o um ho mem s en te uma 4 a s ca d i v i na em s eu co r a *1o e a c r ed i t a s e r o

p o r t a % vo z d e imp e r a t i v o s s up r ana tu r a i s q uand o t a l m i s s 1o o i n 4 l ama - 2 s imp l e s men te na tu r a l q ue e l e

co l o q ue % se a c ima d o s n v e i s d e j u l ( amen to me r amen te r a c i o na i s . S en te a s i p r ) p r i o co mo s an t i 4 i c ad o p o r

e s s a m i s s 1o - s en te q ue 4 a z p a r t e d e uma o r d em s up e r i o r :. . . O q ue p ad r e s t 8m a ve r co m 4 i l o s o 4 i a : E s t 1o

m u i t o a c i m a d e l a : E a t 2 a ( o r a o s p a d r e s r e i n a r a m : G e t e r m i n a r a m o s i ( n i 4 i c a d o d o s c o n c e i t o s d e

!verdade i ro# e ! 4a l so# :

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XI I I

N1o s u, e s t imemo s e s t e 4 a t o $ q ue n) s mes mo s - n) s - e s p r i t o s l i v r e s - j 3 s o mo s a ! t r an s muta*1o d e

to d o s o s v a l o r e s # - uma man i 4 e s t a d ec l a r a *1o d e ( ue r r a e uma v i t ) r i a co n t r a t o d o s o s v e l ho s co nce i t o s d e

!verdade i ro# e ! 4a l so# . A s in tu i*+es ma i s va l io sas s 1o as ma i s ta rd iamente adqu i r idas 5 a s ma i s va l io sas de

t o da s s 1 o a q ue l a s q u e d e t er m i na m o s m 2 t od o s. To d os o s m 2 t od o s- t o d os o s p r i nc p io s d o e s p r i t oc i e n t 4 i c o d e h o j e 4 o r a m a l v o - p o r m i l h a r e s d e a n o s - d o m a i s p r o 4 u n d o d e s p r e z o 5 c a s o u m h o m e m s e

i n te r e s s as s e p o r e l e s e r a e 0 c l u d o d a s o c i ed ad e d a s p e s s o a s !d ecen te s# p a s s a va p o r ! i n im i ( o d e G eu s # -

p o r z o m ,a d o r d a v e r da d e - p o r ! p os s e ss o # . E n q u a nt o h o m em d a c i 8 n ci a - p e r te n c i a & C h a nd a l a < = > . . .

T i vemo s co n t ra n) s t o d a a p a t2 t i ca e s t up i d ez d a human id ad e t o d a a no *1o q ue t i nham d o q ue a ve r d ad e

d eve r i a s e r - d e q ua l d eve r i a s e r a 4 un*1o d a ve r d ad e t o d o o s eu ! tu d eve s # e r a a r r emes s ad o co n t r a

n)s . . . Nos so s o, jet ivo s - no s so s m2todos - no s sa ca lma- caute la - descon4 ian*a para e les tudo i s so parec ia

a l ( o a, s o l u t amen te i nd eco r o s o e d e s p r e z vel . O l hand o p a r a t r 3 s - a l ( u2m a t2 p o d e r i a p e r ( un ta r % s e - co m

al(uma raz1o - se n1o 4o i - na verdade- um senso es t2t ico que manteve o s homens ce(os po r tanto tempo$ o

q ue e0 i ( i am d a ve r d ad e e r a uma e 4 i c i 8nc i a p i t o r e s ca - e d aq ue l e em , u s ca d o co nhec imen to uma 4 o r t e

impres s1o so,re seus sent ido s . Bo i no s sa mod2s t ia que po r tanto tempo lhes desceu a cont ra(os to . . . ?u1o

,em o ad iv inharam- es ses pav+es da d iv indade:

1 – Ahanda la 8 a cas ta mais a ixa no s i s tema h indu " 'N" do T " (

X IV

N)s desaprendemos a l (o . To rnamos %nos ma i s modes to s em todos o s sent ido s . N1o der ivamos ma i s o

ho mem d o !e s p r i t o # - d o !d e s e j o d e G eu s # 5 r e, a i 0 amo s o ho mem a um mer o an ima l . O co n s i d e r amo s o

m a i s 4 o r t e e n t r e e l e s p o r qu e 2 o m a i s a s t u t o5 u m d o s r e s u l ta d os d i s so 2 s u a i n t e l ec t u a li d a de . E m

contrapar t ida - n) s no s p recavemos cont ra es te conce i to $ de que o homem 2 o ( rande o, jet ivo da evo lu*1o

o r ( ;n i ca . E m ve r d ad e - p o d e s e r q ua l q ue r co i s a - meno s a co r o a d a c r i a *1o $ a o l ad o d e l e e s t 1o mu i t o s

out ro s an ima i s - todos em s imi l a res es t3( io s de desenvo l v imento . . . E mesmo quando d izemos i s so - es tamos

e0 a( e r and o - p o i s o ho mem- r e l a t i v amen te 4 a l and o - 2 o ma i s co r r o mp id o e d o en t i o d e t o d o s o s an ima i s - oma i s p e r i ( o s amen te d e s v i ad o d e s eu s i n s t i n t o s ap e s a r d i s s o t ud o - co m ce r t e za - co n t i nua a s e r o ma i s

i n t e r e s s an te : No q ue co nce r ne ao s an ima i s i n 4 e r i o r e s - 4 o i G e s ca r t e s q uem p r ime i r o t e ve a ad mi r 3 ve l

o u sa d i a d e d e s cr e v 8% l os c o mo u m a m a c h i n a < = > 5 t o d a a n o s sa 4 i s io l o (i a 2 u m e s 4o r * o p a r a p r ov a r a

ve r a c i d ad e d e s s a d o u t r i na . E n t r e t an to - 2 i l ) ( i co co l o ca r o ho mem & p a r t e - co mo 4 e z G e s ca r t e s $ t o d o o

c o n h e c i m e n t o q u e t e m o s s o , r e o h o m e m a p o n t a p r e c i s a m e n t e a o q u e o c o n s i d e r a m o s $ u m a m 3 q u i n a .

A n t i ( amente - co nced amo s ao ho mem- co mo he r an*a d e a l ( um t i p o d e s e r s up e r i o r- o q ue s e d eno minava

! l i v r e % a r , t r i o # 5 a ( o r a l he r e t i r amo s a t2 e s s a v o n tad e - p o i s o t e r mo n1o d e s c r eve q ua l q ue r co i s a q ue

pos samos compreender . A ve lha pa lavra !vontade# a(o ra des i(na apenas um t ipo de resu l tado - uma rea*1o

i n d iv i d ua l - q u e s e s e ( ue i n e vi t a v el m e nt e d e u m a s 2 r ie d e e s t m u l os p a rc i a l me n t e d i s co r d an t e s e

p a r c i a l men te ha r mo n i o s o s a v o n tad e n1o ma i s ! a ( e# o u !mo v imen ta# . . . A n t i ( amen te p en s a va % s e q ue a

c o n sc i 8 n ci a h u m an a - s e u ! e s p r i to # - e r a u m a e v i d8 n c ia d e s u a o r i (e m s u p er i o r- d e s u a d i v in d a de .

Aconse lharam%no que- para que se to rnas se per 4e i to - a s s im como a ta r ta ru(a- reco lhes se seus sent ido s em

s i mesmo e n1o t i ves se ma i s contato com co i sas ter renas - para escapar de seu !envo l t) r io mor ta l# a s s im

ap ena s r e s t a r i a s ua p a r t e imp o r t an te - o !p u r o e s p r i t o # . A q u i t am, 2m p en s amo s me l ho r s o , r e o a s s un to $

p a ra n ) s a c o n sc i 8 nc i a - o u ! o e s p r i t o# - a p a re c e c o m o u m s i n to m a d e u m a r e l a t i va i m p er 4 e i* 1 o d o

o r ( an i s mo - co mo uma e0 p e r i 8nc i a - um t a tea r- um eq u vo co - co mo uma a 4 l i * 1o q ue co n s o me 4 o r *a ne r vo s a

d e s ne c e ss a ri a m e nt e n ) s n e ( am o s q u e q u a lq u e r c o i sa 4 e i ta c o n sc i e n te m e nt e p o ss a s e r 4 e i ta c o m

p e r 4 e i *1o . O !p u r o e s p r i t o # 2 uma p u r a e s t up i d ez $ r e t i r e o s i s t ema ne r vo s o e o s s en t i d o s - o chamad o

!envo l t) r io mor ta l# - e o res to 2 um er ro de c3 l cu lo i s s o 2 tudo : . . .

1 – H&qu ina"

XV

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No c r i s t i a n i s mo - nem a mo r a l nem a r e l i ( i 1 o t 8m q ua l q ue r p o n to d e co n tad o co m a r ea l i d ad e . S 1o

o 4erec idas causas puramente ima( in3r ia s !Geus# - !a lma#- !eu#- !esp r i to# - ! l i v re a r, t r io# ou mesmo o

!n1o % l i v re# D e e 4 e i t o s p u r amen te ima( i n3 r i o s !p ecad o # - ! s a l v a *1o # - ! ( r a *a# - !p un i *1o # - ! r em i s s 1o d o s

p ecad o s # D . 7 m i n te r cu r s o en t r e s e r e s ima( i n3 r i o s !G eu s # - ! e s p r i t o s # - ! a l ma s # D 5 uma h i s t ) r i a na tu r a l

i m a (i n 3 ri a a nt r o po c 8 nt r i c a5 u m a n e ( a* 1 o t o t al d o c o n ce i t o d e c a u sa s n a t ur a i sD 5 u m a p s ic o l o( i a

ima( i n3 r i a ma l % en tend ido s s o , r e s i - i n t e r p r e t a *+ e s eq u i vo cad a s d e s en t imen to s ( e r a i s a ( r ad 3ve i s o ud e s a( r ad 3ve i s - p o r e 0 emp l o - o s e s t ad o s d o ne r vu s s Pmp a th i cu s co m a a j ud a d a l i n ( ua( em s im, ) l i ca d a

i d i o s s i n c ra s i a mo r a l % r e l i ( i o s a ! a r r ep end imen to # - !p e s o na co n s c i 8nc i a # - ! t en ta *1o d o d emH n io # - ! a

p r e s en*a d e G eu s # D 5 uma t e l eo l o ( i a ima( i n3 r i a o ! r e i no d e G eu s # - ! o j u zo 4 i n a l # - a ! v i d a e te r na# D .

E s s e mund o p u r amen te 4 i c t c i o - co m mu i t a d e s van ta( em- s e d i s t i n ( ue d o mund o d o s s o nho s 5 o 6 l t imo ao

meno s r e 4 l e t e a r ea l i d ad e- enq uan to aq ue l e 4 a l s i 4 i c a - d e s va l or i z a e ne( a a r ea l i d ade . A p ) s o co nce i t o d e

!na tu r e za# t e r s i d o u s ad o co mo o p o s t o ao co nce i t o d e !G eu s # - a p a l a v r a !na tu r a l # 4 o r *o samen te t o mo u o

s i ( ni 4 i c ad o d e ! a ,o m i n3 v e l# t o do e s se m u n do 4 i c t c i o t e m s u a o r i ( e m n o ) d i o c o n t ra o n a t u ra l a

r ea l i d ad e : D - 2 e v i d 8nc i a d e um p r o 4 und o ma l % e s t a r co m a e 4 e t i v i d ad e . . . I s s o e 0 p l i ca t ud o . ?uem tem

mot ivo s para 4u( i r da rea l idade' ?uem so 4 re com e la . 9as so 4 rer com a rea l idade s i(n i 4 i ca uma e0 i s t8nc ia

ma l o ( r ad a . . . A p r ep o nd e r ;nc i a d o s o 4 r imen to s o , r e o p r a ze r 2 a cau s a d e s s a mo r a l e r e l i ( i 1 o 4 i c t c i a s $

mas ta l p reponder;nc ia - no entanto - tam,2m 4o rnece a 4) rmula para a d2cadence. . .

XV I

7 ma c r t i c a d a co ncep *1o c r i s t 1 d e G eu s co nd uz i nev i t a ve l men te & mes ma co nc l u s 1o . 7 ma na*1o

q ue a i nd a a c re d it a e m s i m e sm a p o ss ui s e u p r) p ri o G e us . N e le s 1o h o nr a da s a s c o nd i *+ e s q u e a

p o s s i , i l i t am s o , r ev i ve r - s ua s v i r t ud e s p r o j e t a o p r a ze r q ue p o s s u i em s i me s ma - s eu s en t imen to d e

p o d e r - em um s e r a o q ua l p o d e a ( r ad ece r p o r i s s o . ?uem 2 r i co l he p r o d i ( a l i z a s ua r i q ueza 5 uma na*1o

or(u lho sa p rec i sa de um Geus ao qua l pode o 4erecer s acr i 4 c io s . . . A re l i ( i1o - dent ro des ses l imi tes - 2 uma

4 o r ma d e ( r a t i d 1o . O ho mem 2 ( r a t o p o r e 0 i s t i r $ p a r a i s s o p r ec i s a d e um G eu s . T a l G eu s p r ec i s a s e r

t an to cap az d e , ene 4 i c i a r q uan to d e p r e j ud i ca r5 d eve s e r cap az d e r ep r e s en ta r um am i( o o u um i n im i ( o

2 a d m i r a d o t a n t o p e l o , e m q u a n t o p e l o m a l q u e c a u s a . C a s t r a r e s s e G e u s - c o n t r a t o d a a n a t u r e z a -

t r a ns 4 or m a nd o %o e m u m G e u s s o me n t e , o nd a d e- s e ri a c o n tr 3 ri o & i n c l in a * 1o h u m an a . A h u m an i d ad eneces s i ta i (ua lmente de um Geus mau e de um Geus ,om5 n1o deve a( radecer po r sua p r)pr ia e0 i s t8nc ia &

mer a t o l e r ;nc i a e & 4 i l a n t r o p i a . . . ?ua l s e r i a o v a l o r d e um G eu s q ue d e s co nhece s se o ) d i o - a v i n ( an*a - a

i n ve j a - o d e s p r e zo - a a s t 6 c i a - a v i o l 8nc i a ' ?ue t a l ve z nem s eq ue r t enha e0 p e r imen tad o o s a r r e, a tad o r es

a r d eu r s < = > d a v i t ) r i a e d a d e s t r u i *1o ' N i n ( u2m en tend e r i a t a l G eu s $ p o r q ue a l ( u2m o d e s e j a r i a ' S em

d 6 v i d a - q u a n d o u m a n a * 1 o e s t 3 e m d e c l n i o - q u a n d o s e n t e q u e a c r e n * a e m s e u p r ) p r i o 4 u t u r o - s u a

e s pe r a n* a d e l i , er d a de e s t 1o s e e s v ai n d o- q u a nd o c o m e* a a e n 0 er ( a r a s u ,m i s s1 o c o m o p r i m e i ra

nece s s i d ade e co mo med id a d e au to p r e se r va*1o - en t1o p r ec i s a t am, 2m mo d i 4 i ca r s eu G eu s . E l e en t1o s e

t o r na h i p )c r i t a- t m i do e r e c at a d o5 a c o ns e l ha a ! p a z n a a l m a# - a a u s 8n c i a d e ) d i o- a i n d ul ( 8 nc i a - o

!amo r # ao s am i ( o s e ao s i n im i ( o s . To r na % s e um mo r a l i z ad o r p o r e 0 ce l 8nc i a 5 i n 4 i l t r a % s e em t o d a v i r t ud e

p r i v ad a 5 t r an s 4 o r ma % s e no G eu s d e t o d o s o s ho mens 5 t o r na % s e um c i d ad 1o p r i v ad o - um co s mo p o l i t a . . .

No u t r o s t emp o s r ep r es en ta va um p o vo - a 4 o r *a d e um p o vo - t ud o q ue em s ua s a l ma s hav i a d e a ( r e s s i v o e

s eq u i o s o d e p o d e r 5 a ( o r a 2 s imp l e s men te o , o m G eu s . . . Na ve r d ad e n1o h3 o u t r a a l t e r na t i v a p a r a o s

G eu s e s $ o u s 1o a v o n tad e d e p o d e r no ca s o d e s e r em o s G eu s e s d e uma na*1o o u a i n ap t i d 1o p a r a o

poder e nes te caso p rec i sam ser ,ons .

1 – / rdore s "

XVI I

Ond e q ue r q ue - p o r q ua l q ue r 4 o r ma - a v o n tad e d e p o d e r co mece en 4 r aq uece r - ha ve r 3 s emp r e um

decl n io 4 i s io l )( ico concomitante- uma d2cadence. A d iv indade des sa d2cadence- desp ida de suas v i r tudes

e p a i 0+ e s m a s cu l i na s - 2 c o n ve r t id a 4 o r* o s am e n te e m u m G e u s d o s 4 i s io l o (i c a m en t e d e ( ra d a do s - d o s

4 r a co s . O, v i amen te - e l e s n1o s e d eno minam o s 4 r a co s 5 d eno minam% se !o s , o n s # . . . Nenhuma e0 p l i ca *1o 2

nece s s 3 r i a p a r a s e en tend e r em q ua i s mo mento s d a Q i s t ) r i a a 4 i c *1o d ua l i s t a d e um G eu s , o m e um G eu s

mau s e t o r no u p o s s v e l p e l a p r ime i r a ve z . O mes mo i n s t i n t o q ue l e va o s i n 4 e r i o r e s a r ed uz i r s eu p r ) p r i o

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G eu s & !, o nd ad e em s i # t am, 2m o s l e va a e l im ina r t o d a s a s q ua l i d ad e s d o G eu s d aq ue l e s q ue l he s s 1o

s up e r i o r e s 5 v i n ( am% s e d emo n i zand o o G eu s d e s eu s d o minad o r e s . O , o m G eu s - a s s im co mo o G i a, o

am,os s1o 4 ruto s da d2cadence. Como podemos ser t1o to lerantes com o s imp l i smo dos te) lo(os cr i s t1o s -

ace i tando sua doutr ina de que a evo lu*1o do conce i to de Geus a par t i r do !Geus de I s rae l# - o Geus de um

p o vo - ao G eu s c r i s t 1o - a e s s 8nc i a d e t o d a a , o nd ad e - s i ( n i 4 i c a um p r o ( r e s s o ' 9a s a t 2 Renan < = > o 4 e z .

Como se Renan t i ves se o d i re i to ao s imp l i smo: O cont r3r io - na rea l idade- 2 o que se 4 az ver . ?uando tudoq u e 2 n e c es s 3r i o & v i d a a s c e n d en t e 5 q u a n d o t u d o q u e 2 4 o rt e - c o r aj o so - i m p er i o so e o r (u l h os o 4 o i

amputado do conce i to de Geus 5 quando se de(enerou p ro( res s ivamente at2 to rnar % se uma ,en(a la para o s

c a ns ad o s- u m a t 3 , u a d e s al v a* 1 o a os q ue s e a 4o (a m 5 q ua n do v i ra o G eu s d os p o, r es - o G e us d o s

p ecad o r e s- o G eu s d o s i n cap aze s p a r e 0 ce l l ence - e o a t r i , u to d e ! s a l v ad or # o u ! r ed en to r# co n t i nua co mo

o a t r i , u to ma i s e s s enc i a l d a d i v i nd ad e q ua l 2 a s i ( n i 4 i c ;nc i a d e t a l me tamo r 4 o s e ' O q ue imp l i ca t a l

r ed u*1o d o d i v i no ' S em d 6v i d a - co m i s s o o ! r e i no d e G eu s # c r e s ceu . A n t i ( amen te - t i nha s o men te s eu

p o vo - s eu s !e s co l h i d o s # . 9a s d e s d e en t1o s a i u p e r am, u l and o- a s s im co mo s eu p r ) p r io p o vo - a t e r r i t ) r i o s

e s t r an( e i ro s 5 d e s i s t i u d e a co mo d a r %s e 5 e 4 i n a l men te p a s s o u a s en t i r % se em ca s a em q ua l q ue r l u ( a r- e s s e

( r and e co s mo p o li t a a t 2 a ( o r a p o s s u i a ! ( r and e ma io r i a # ao s eu l ad o - e me tad e d a Ter r a . 9a s e s s e G eu s

d a ! ( r a n d e m a i o r i a # - e s s e d e m o c r a t a e n t r e o s G e u s e s - n 1 o s e t o r n o u u m G e u s p a ( 1 o o r ( u l h o s o $ p e l o

co n t r 3 r i o- co n t i nua um j ud eu - co n t i nua um G eu s d a s e s q u i na s - um G eu s d e t o d o s o s r e can to s e ( r e t a s - d e

t o d o s l u ( a r e s i n s a l u , r e s d o m u n d o : . . . S e u r e i n o n a T e r r a - a ( o r a - a s s i m c o m o s e m p r e - 2 u m r e i n o d os u, mund o - um r e i no s u, te r r ;neo - um r e i no % ( ue to . . . E l e mes mo 2 t 1o p 3 l i d o - t 1o 4 r a co - t 1o d 2cad en t . . .

A t 2 o m a i s p 3 l i do e n t re o s p 3 l i d o s 2 c a p az d e d o m i n 3 %l o o s s e n h o re s m e t a 4 s ic o s - o s a l , in o s d o

i n te l ec t o. E ss e s t ec e ra m t e ia s a o s e u r ed o r p or t a nt o t e mp o q u e 4 i na l me n te o h i pn o ti z ar am - o

t rans 4o rmaram em aranha- em mais um meta4 s i co . E ent1o reto rnou ma i s uma vez ao seu ve lho serv i*o de

tecer o mundo a par t i r de sua natureza in ter io r su, spec ie Sp inozae < @ > 5 ap)s i s so se t rans 4o rmou em a l (o

cad a ve z ma i s t 8nue e p 3 l i d o t o r no u % s e o ! i d ea l # - o !p u r o e s p r i t o # - o ! a, s o lu t o # - a ! co i s a em s i # . . . O

co lapso de um Geus $ e le conver te% se na !co i sa em s i# .

1 – O f i l ! l o g o e h i s to r i ad o r 2 rne s t .e nan ' 1 4)* ; 14I) ( , q u e d e ra a u m d o s v o l u me s d e s u a o ra ;

m e st r a , J e s O r i gi n e s d u A h r is t i an i s me , p r e ci s a me n t e o t t u lo J K /t n 8 ch r i st " O v o l um e c o nt i n h a u m a

h is t! r ia das here s ia s " '.uens .odr igues Torre s L i lho (

) – L rase de sent ido dup lo 5 s egundo a !pt ica de 2 sp inoza e so a fo rma de aranha" Trata ; se de um #ogo de pa l av ra s a seado no p r!pr i o de 2 sp inoza – sp i nne s i gn i f i ca a ranha em a le mão" ' 6 ie tro Nas se t i (

XV I I I

A concep*1o cr i s t1 de Geus Geus o como p ro teto r do s doentes - o Geus que tece te ia s de a ranha- o

G e u s n a 4 o r m a d e e s p r i t o 2 u m a d a s c o n c e p * + e s m a i s c o r r u p t a s q u e j a m a i s a p a r e c e r a m n o m u n d o $

p r o vave l men te r ep r e s en ta o n v e l ma i s n 4 e r o d a d ec l i n an te e vo l u *1o d o t i p o d i v i no . 7 m G eu s q ue s e

d e ( e n e r o u e m u m a c o n t r a d i * 1 o d a v i d a . E m v e z d e s e r s u a p r ) p r i a ( l ) r i a e e t e r n a a 4 i r m a * 1 o : N e l e

d e c l a r a % s e ( u e r r a & v i d a - & n a t u r e z a - & v o n t a d e d e v i v e r : G e u s t r a n s 4 o r m a % s e n a 4 ) r m u l a p a r a t o d a s

ca l 6n i a s co n t r a o ! aq u i e a ( o r a# e p a r a cad a men t i r a s o , r e ! a l 2m# : Ne l e o nad a 2 d i v i n i z ad o e a v o n tad e

do nada se 4 az s a( rada: . . .

XIX

O 4 a t o d e a s r a * a s 4 o r t e s d o N o r t e d a E u r o p a n 1 o t e r e m r e p u d i a d o e s s e G e u s c r i s t 1 o n 1 o d 3

qua lquer cr2d i to ao s seus do tes re l i ( io so s para n1o menc ionar seus (o s to s . Gever iam ter s ido capazes de

so,repujar ta l mor i,undo e decr2p i to p roduto da d2cadence. 7ma mald i*1o pa i ra so,re e les po rque n1o o

repe l i r am5 a,so rveram em seus in s t in to s a en4ermidade- a sen i l idade e a cont rad i*1o e a par t i r de ent1o

n1o c r i a r am ma i s nenhum G eu s . G o i s m i l a no s s e p a s s a r am e nem um 6n i co G eu s no vo : E m vez d i s s o -

a i nd a e0 i s t e co mo q ue p o r a l ( um d i r e i t o i n t r n s eco co mo s e 4 o s s e um u l t ima tum < = > e ma0 imum < @ > d a

4o r*a cr iado ra de d iv indades - do creato r sp i r i tus < > da humanidade - e s se dep lo r3ve l Geus do mon)tono %

t e s mo c r i s t 1o : E s s a ima( em h , r i d a d a d ecad 8nc i a - d e s t i l a d a d o nad a - d a co n t r ad i *1o e d a ima( i na*1o

e s t2 r i l - n a q ua l t o d o s o s i n s t i n t o s d a d 2cad ence - t o d a s a s co va r d i a s e can s a*o s d a a l ma enco n t r am s uasan*1o :

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1 – M l t ima pa lavra "

) – H&x imo"

* – 2 sp r i to c r iador "

XX

E m m inha co nd ena*1o d o c r i s t i a n i s mo ce r t amen te e s p e r o n1o i n j u s t i *a r uma r e l i ( i 1 o an3 l o ( a q ue

p o s s u i um n6mer o a i nd a ma io r d e s e( u i d o r e s $ a l ud o ao , ud i s mo . A m,a s d evem s e r co n s i d e r ad a s r e l i ( i + e s

n i i l i s ta s s 1o re l i ( i+es da d2cadence mas d i s t in(uem%se de um modo ,as tante no t3ve l . /e lo s imp les 4 a to

de poder compar3% l a s - o cr t i co do Cr i s t ian i smo es t3 em d2, i to com os es tud io so s da nd ia . O ,ud i smo 2

c e m v e z e s m a i s r e a l i s t a q u e o c r i s t i a n i s m o 2 p a r t e d e s u a h e r a n * a d e v i d a s e r c a p a z d e e n c a r a r

p r o , l emas d e mo d o o , j e t i v o e imp a s s v e l 5 2 o p r o d u to d e l o n( o s s 2 cu l o s d e e s p ecu l a *1o 4 i l o s ) 4 i ca . O

co nce i t o !G eu s # j 3 ha v i a s e e s t a, e l e c i d o an te s d e l e s u r ( i r . O , ud i s mo 2 a 6n i ca r e l i ( i 1 o ( enu i namen te

p o s i t i v a q ue p o d e s e r enco n t r ad a na Q i s t ) r i a - e i s s o s e ap l i ca a t 2 mes mo & s ua ep i s t emo l o (i a q ue 2 um

4 eno mena l is mo e s t r i t o D e l e n1o 4 a l a s o , r e ! a l u t a co n t r a o p ecad o # - ma s - r end end o % se & r ea l i d ad e- d i z

!a l u t a co n t r a o s o 4 r imen to # . G i 4 e r enc i and o % s e n i t i d amen te d o c r i s t i a n i s mo - co l o ca a au to d ecep *1o q ue

e0 i s te no s conce i to s mora i s po r det r3s de s i 5 i s s o s i (n i 4 i ca - em minha l in(ua(em- a l2m do ,em e do mal . O s d o i s 4 a t os 4 i s io l )( i c o s n o s q u a i s s e a p ) i a e a o s q u a i s d i r e c i on a a m a i o r p a r t e d e s u a a t e n * 1 o s 1 o $

p ri m ei ro - u m a e 0 ce s si v a s e ns i, i li d ad e & s en s a* 1 o q u e s e m a ni 4 es t a a t ra v 2s d e u m a r e 4i n ad a

s u s ce t i , i li d ad e ao s o 4 r imento 5 s e ( und o - uma e0 t r ao r d i n3 r i a e s p i r i t ua l i d ad e- uma p r eo cup a*1o mu i t o

p r o l o n ( a d a c o m o s c o n c e i t o s e c o m o s p r o c e d i m e n t o s l ) ( i c o s - s o , a i n 4 l u 8 n c i a d a q u a l o i n s t i n t o d e

p e r s o nal i d ad e s u, mete % s e & no *1o d e ! imp e s s oa l i d ad e# am, o s e s s e s e s t ad o s s e r 1o 4 am i l i a r e s a a l ( un s

d e meu s l e i t o r e s - o s o , j e t i v i s t a s - p o r e 0 p e r i 8nc i a p r ) p r i a - a s s im co mo s 1o p a r a m imD . E s s e s e s t ad o s

4 i s io l ) (i c o s p r od u z em u m a d e pr e s s1 o - e u d a t e n to u c o m ,a t 8 %l a a t r av 2 s d e m e d id a s h i ( i 8n i c a s.

/ r e s c r eveu a v i d a ao a r l i v r e - a v i d a nH mad e 5 mo d e r a*1o na a l imen ta*1o e uma cu i d ad o s a s e l e *1o d o s

a l imentos 5 p rud8nc ia em re la*1o ao uso de in to0 icantes 5 i (ua l caute la em re la*1o a qua i squer pa i0+es que

i nd uzem co mp o r t amen to s , i l i o s o s e aq uec imen to d o s an( ue 5 4 i n a l men te - n1o s e p r eo cup a r nem co n s i ( o

nem co m o s o u t r o s . E nco r a ja i d 2 i a s q ue p r o d uzam s e r en i d ade o u a l e ( r i a e enco n t r a me io s d e co m, a te r

as id2 ias de out ro s t ipo s . Entende o ,em- o es tado de ,ondade- como a l (o que p romove a sa6de. A o ra*1on1o e s t 3 i n c l u s a - e nem o a s ce t i c i s mo . N1o h3 um imp e r a t i v o ca te( ) r i co o u q ua l q ue r d i s c i p l i n a - mes mo

d en t r o d o s mo na s t2 r i o s d o s q ua i s 2 s emp r e p e r m i t i d o s a i r D . To d a s e s s a s co i s a s s e r i am s imp l e s mente

me io s p a r a aumen ta r aq ue l a e 0 ce s s i v a s en s i , i l i d ad e s up r amenc i o nad a . / e l o mes mo mo t i v o n1o ad vo ( a

q ua l q ue r co n 4 l i t o co n t r a o s i n c r 2d u l o s 5 s eu s en s i namen to s n1o an ta( o n i zam nad a s en1o a v i n ( an*a - a

a ve r s 1o - o r e s s en t imen to ! i n im i zad e nunca p + e 4 im & i n im i zad e# $ o r e 4 r 1o q ue mo ve o , ud i s mo . . . D E

n i s so t u d o e s t a v a c o r re t o - p o i s s 1 o p r e ci s a me n t e e s sa s p a i 0+ e s q u e- n a p e r sp e c ti v a d e s e u p r i nc i p a l

o , j e t i v o r e ( imen ta l - s 1o i n s a l u, r e s . A 4 ad i ( a men ta l q ue ap r e s en ta- j 3 c l a r amen te e v i d enc i ad a p e l o

e 0 c es s o d e ! o ,j e t i vi d a de # i s t o 2 - a p e r da d o i n t e r e ss e e m s i m e s m o - a p e r da d o e q u i l ,r i o e d o

!e( o s mo #D - 2 co m, a t i d a p o r v i ( o r o s o s e s 4 o r *o s a 4 im d e l e va r o s i n t e r e s s e s e s p i r i t ua i s d e vo l t a ao e ( o .

No s en s i namen to s d e ud a o e ( o s mo 2 um d eve r. A !6n i ca co i s a nece s s 3 r i a# - a q ue s t 1o ! co mo p o s s o me

l i , e r t a r d o s o 4 r imen to # - 2 o q ue r e( e e d e te r m ina t o d a a d i e t a e s p i r i t ua l t a l v e z a l ( u2m l em, r a r % s e % 3

d aq ue l e a t en i en s e q ue t am, 2m d ec l a r o u ( ue r r a ao ! c i en t i 4 i c i s mo # p u r o - a s a, e r - S ) c r a te s - q ue t am, 2m

elevou o e(o smo & cond i*1o de p r inc p io mora l D .

XX I

A s nece s s i d ad e s d o , ud i s mo s 1o um c l ima e0 t r emamente ameno - mu i t a ( en t i l e za e l i , e r a l i d ad e no s

co s t umes - e nenhum m i l i t a r i s mo 5 ad ema i s - q ue s eu i n c i o p r o venha d a s c l a s s e s ma i s a l t a s e ed ucad a s .

A l e ( r i a - s e r en i d ad e e au s 8nc i a d e d e s e j o s 1o o s o , j e t i v o s p r i n c i p a i s - e e l e s s 1o a l can*ad o s . O , ud i s mo

n1o 2 uma re l i ( i1o na qua l a per 4e i*1o 2 meramente o, jeto de asp i ra*1o $ a per 4e i*1o 2 a l (o no rmal . No

c r i st i a n is m o o s i n s ti n t os d o s s u , j u (a d o s e d o s o p r i m id o s v 8 m e m p r i me i r o l u ( a r $ a p e n a s o s m a i s

r e , a i 0 a d o s , u s c a m a s a l v a * 1 o a t r a v 2 s d e l e . N e l e o p a s s a t e m p o p r e v a l e c e n t e - a c u r a 4 a v o r i t a p a r a o

en 4 ad o - 2 a d i s cu s s 1o s o , r e p ecad o s - a au to c r t i c a - a i nq u i s i *1o d a co n s c i 8nc i a 5 ne l e a emo *1o p r o d uz i d a

p e l o p o d e r chamad a d e !G eu s # D 2 i n s u 4 l ad a p e l a r e za D 5 ne l e o , em ma i s e l e vad o 2 co n s i d e r ad o a l ( o

i n a ti n ( v e l - u m a d 3 d iv a - u m a ! ( r a* a # . Ta m , 2m 4 a l ta t r a ns p a r8 n c i a$ o e n c o ,r i m en t o e o s l u ( ar e s

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o,scurec ido s s 1o cr i s t1o s . Ne le o co rpo 2 desp rezado e a h i( iene 2 acusada de l a s c v ia 5 a I ( re ja d i s tanc ia %

s e a t 2 d a l i m p e z a a p r i m e i r a p r o v i d 8 n c i a c r i s t 1 a p ) s a e 0 p u l s 1 o d o s m o u r o s 4 o i 4 e c h a r o s , a n h o s

p 6, l i co s- d o s q ua i s h a v i a @ U ap ena s em C) r d o , a D . Tam, 2m 2 c r i s t 1 uma ce r t a c r ue l d ad e p a r a co n s i ( o e

para com os out ro s 5 o )d io ao s incr2du lo s 5 o desejo de per se(u i r . I d2 ia s som,r ias e inqu ietantes ocupam o

p ri m ei ro p la n o5 o s e st a do s m e nt a is m a is e st i ma d os - p o rt a nd o o s n om e s m ai s r e sp e it 3 ve i s- s 1o

ep i l ep t i 4 o r mes 5 a d i e t a 2 d e te r m inad a co m o 4 im d e en( end r a r s i n t o mas m) r , i d o s e s up r a % e s t imu l a *1onervosa . Tam,2m 2 cr i s t1 toda a in imizade mor ta l ao s senhores da ter ra - ao s !ar i s tocratas# j untamente

com uma r iva l idade secreta cont ra e les res i(nam%se do !co rpo# querem apenas a !a lma#. . . D . É cr i s t1o

to d o o ) d i o co n t r a o i n t e l e c to - o o r ( u l ho- a co r a ( em- a l i , e r d ad e - a l i , e r t i n a( em i n te l e c tua l 5 o ) d i o ao s

sent ido s - & a le( r ia do s sent ido s - & a le( r ia em (era l - 2 cr i s t1o . . .

XXI I

?uand o o c r i s t i a n i s mo a, and o no u s ua t e r r a na t a l - aq ue l e s d a s c l a s s e s ma i s , a i 0 a s - o s u, mund o d a

A n t i ( i d ad e - e co me*o u a , u s ca r p o d e r en t r e o s p o vo s , 3 r , a r o s - n1o t i nha ma i s d e s e r e l a c i o na r co m

ho mens e 0 au r i d o s - ma s ho mens a i nd a i n t imamente s e l v a ( en s e cap aze s d e s a c r i 4 c i o s em s uma - ho mens

4 o r t e s - ma s a t r o 4 i ad o s . A q ui - d i s t i n t amen te d o ca s o d o s , ud i s t a s - a cau s a d o d e s co n tentamen to co n s i ( o -do so 4 r imento po r s i - n1o 2 meramente uma sens i, i l idade e0 t remada e uma suscet i, i l idade & do r - mas - ao

co n t r 3 r i o- uma e0 ce s s i v a ;n s i a p o r i n 4 l i ( i r s o 4 r imen to ao s o u t r o s - uma t end 8nc i a a o , te r uma s a t i s 4 a *1o

s u, j e t i v a em 4 e i t o s e i d 2 i a s ho s t i s . O c r i s t i a n i s mo t i nha d e ad o ta r co nce i t o s e v a l o r a *+ e s , 3 r , a r a s p a r a

o , te r d o mn i o s o , r e o s , 3 r , a r o s $ a s s im co mo - p o r e 0 emp l o - o s a c r i 4 c i o d o p r imo ( 8n i t o - a i n ( e s t 1o d e

san(ue como um sacramento - o desp rezo pe lo in te lecto e pe la cu l tura 5 a to r tura so, todas a s suas 4o rmas -

co r p o r a l e e s p i r i t ua l 5 t o d a a p o mp a d o cu l t o . O , ud i s mo 2 uma r e l i ( i 1 o p a r a p e s s o a s em um e s t 3 ( i o ma i s

ad iantado de desenvo l v imento - para ra*as que se to rnaram (ent i s - amenas e demas iado esp i r i tua l i zadas

a Europa a inda n1o es t3 madura para e le D $ 2 um conv i te de reto rno & paz e & 4e l i c idade- a um cu idadoso

r a c i o namen to d o e s p r i t o - a um ce r t o en r i j e c imen to d o co r p o . O c r i s t i a n i s mo v i s a d o mina r an ima i s d e

r ap i na 5 s ua e s t r a t2( i a co n s i s t e em t o r n3 % l o s d o en te s en 4 r aq uece r 2 a r e ce i t a c r i s t 1 p a r a d o mes t i ca r -

p a r a ! c i v i l i z a r # . O , u d i s m o 2 u m a r e l i ( i 1 o p a r a o 4 i n a l - p a r a o s d e r r a d e i r o s e s t 3 ( i o s d e c a n s a * o d a

c iv i l i za*1o . O cr i s t ian i smo sur(e antes da c iv i l i za*1o mal ter come*ado s o, cer tas c i r cuns t;nc ias cr ia a sp r)pr ia s 4unda*+es des ta .

XX I I I

O ud i s mo - eu r ep i t o - 2 uma cen tena d e ve ze s ma i s au s t e r o - ma i s ho ne s t o - ma i s o , j e t i v o . N1o

p r ec i s a ma i s j u s t i 4 i c a r s ua s a 4 l i *+ e s - s ua s u s ce t i , i l i d ad e ao s o 4 r imen to - i n t e r p r e t and o e s s a s co i s a s em

te r mo s d e p ecad o s imp l e s men te d i z o q ue s imp l e s men te p en s a $ ! eu s o 4 r o #. / a r a o , 3 r , a r o- en t r e t an to -

o s o 4 r imen to em s i 2 p o uco co mp r een s ve l $ o q ue nece s s i t a 2 - em p r ime i r o l u ( a r- uma e0 p l i ca *1o s o , r e o

p o r q u8 d e s eu s o 4 r imen to o s eu i n s t i n t o l e va % o a ne( a r co mp l e t amen te s eu s o 4 r imen to - o u a s up o r t 3 % l o

em s i l 8nc i o D . A q u i a p a l a v r a !G i a, o # e r a uma , 8n*1o $ o ho mem d ev i a p o s s u i r um i n im i ( o o n i p o ten te e

ter r ve l n1o hav ia mot ivo s para enver(onhar % se po r so 4 rer nas m1os de ta l in imi(o .

No seu n t imo o cr i s t ian i smo pos su i v3 r ia s sut i l ezas que per tencem ao Or iente. Em pr imei ro l u(ar -

s a, e q u e 2 d e p ou c a r e l ev ; nc i a s e u m a c o i sa 2 v e rd ad e ir a o u n 1o - d es de q u e s e a c re d it e q u e 2

ve r d ad e i r a . Ve r d ad e e 4 2 $ aq u i t emo s d o i s mund o s d e i d 2 i a s i n t e i r amen te d i s t i n t a s - p r a t i camen te d o i s

mundos d iametra lmente opos to s o s seus caminhos d i s tam mi lhas um do out ro . Entender es se 4a to a 4undo

i s so 2 quase o su 4 ic iente- no Or iente- para 4azer de a l (u2m um s3, io . Os , r;manes sa, iam d i s so - / l a t1o

s a, i a d i s s o - t o d o e s t ud an te d e e s o te r i s mo s a, e d i s s o . ?uand o - p o r e 0 emp l o - um ho mem s en te q ua l q ue r

p razer a t rav2s da id2 ia de que 4o i red imido do pecado - n1o 2 neces s3r io que se ja rea lmente pecador - mas

q ue s im p le sm e nt e s i nt a %s e p ec a do r. 9 as q u an d o a 4 2 2 e 0 al t ad a a c im a d e t u do - d is so s e( u e% se

neces sar iamente o descr2d i to & raz1o - ao conhec imento e & inves t i(a*1o met icu lo sa $ o caminho que l eva &

ve r d ad e t o r na % s e p r o i , i d o . A e s p e r an*a - em s ua s 4 o r ma s ma i s v i ( o r o s a s - 2 um e s t imu l an te mu i t o ma i s

p o d e r o s o & v i d a q ue q ua l q ue r e s p 2c i e d e 4 e l i c i d ad e e 4 e t i v a . / a r a o ho mem r e s i s t i r a o s o 4 r imen to d eve

p o s s u i r uma e s p e r an*a t 1o e l e vad a q ue nenhum co n 4 l i t o co m a r ea l i d ad e p o s s a d e s t r u % l a d e 4 a t o - t 1o

e l e va d a q u e n e n hu m a c o n qu i s ta p o s sa s a t is 4 az 8 % la $ u m a e s pe r a n* a q u e a l c an * a a l 2 m d e s t e m u n do

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7/24/2019 23420087 Nietzsche Friedrich o Anticristo

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p r ec i s amen te p o r cau s a d o p o d e r q ue a e s p e r an*a t em d e 4 a ze r o s s o 4 r ed o r e s p e r s i s t i r em- o s ( r e( o s a

co n s i d e r avam o ma l en t r e o s ma l e s - co mo o ma i s ma l i ( no d e t o d o s ma l e s 5 p e r maneceu no 4 und o d a 4 o n te

d e t o d o o m a l < = > D . / a r a q u e o a m o r s e j a p o s s v e l - G e u s d e v e t o r n a r % s e u m a p e s s o a 5 p a r a q u e o s

i n s t i n t o s ma i s , a i 0 o s t enham s eu e s p a*o - G eu s p r ec i s a s e r j o vem. / a r a s a t i s 4 a ze r o a r d o r d a s mu l he r e s -

um s an to 4 o r mo s o d eve ap a r ece r na cena 5 p a r a s a t i s 4 a ze r o d o s ho mens - d eve have r uma v i r ( em. Ta i s

co i sas s 1o neces s3r ia s se o cr i s t ian i smo qu i ser a s sumir cont ro le so,re um so lo no qua l o cu l to de A 4 rod i teou de AdHn i s j 3 tenha es ta,e lec ido a no*1o de como uma adora*1o deve ser . I n s i s t i r na cas t idade aumenta

( r and emente a veem8nc i a e a s u, j e t i v i d ad e d o i n s t i n t o r e l i ( i o s o t o r na o cu l t o ma i s 4 e r vo r o s o - ma i s

en tu s i 3 s t i co - ma i s e s p i r i t uo s o . O amo r 2 o e s t ad o no q ua l o ho mem v8 a s co i s a s q ua s e t o t a l men te co mo

n1o s 1o . A 4 o r *a d a i l u s 1o a l can*a s eu 3p i ce aq u i - a s s im co mo a cap ac i d ad e p a r a a s uav i za *1o e p a r a a

t r an s 4 i ( ur a *1o . ?uand o um ho mem e s t 3 ap a i 0 o nado s ua t o l e r ;nc i a a t i n ( e ao m30 imo 5 t o l e r a % s e q ua l q ue r

co i s a . O p r o , l ema co n s i s t i a em i n ven ta r uma r e l i ( i 1 o na q ua l s e p ud e s s e ama r $ a t r a v2 s d i s s o o p i o r q ue a

v i d a t em a o 4 e r ece r 2 s up e r ad o t a i s co i s a s s eq ue r s e r 1o no tad a s . Tud o i s s o s e a l can*a co m a s t r 8 s

v i r tudes cr i s t1 s $ 4 2 - esperan*a e car idade$ a s denomino as t r8s ha, i l idades cr i s t1 s . O ,ud i smo encontra %

s e em um e s t 3 ( i o d e d e s envo l v imen to d emas i ad o a van*ad o - d emas i ad o p o s i t i v i s t a p a r a t e r e s s e t i p o d e

as t6c ia .

1 – Ou se #a , na ca ixa de 6andora" '<" J " HencDen(

XXIV

A q ui a p e na s t o c o s u pe r 4 ic i a lm e n t e o p r o ,l e m a d a o r i (e m d o c r i st i a n is m o. A p r i me i r a c o i sa

nece s s 3 r i a p a r a r e s o l ve r o p r o , l ema 2 a s e ( u i n te $ q ue o c r i s t i a n i s mo d eve s e r co mp r eend id o ap ena s a

p a r t i r d a a n 3 l i s e d o s o l o e m q u e s e o r i ( i n o u n 1 o 2 u m a r e a * 1 o c o n t r a o s i n s t i n t o s j u d a i c o s 5 2 s u a

co n s eq 8nc i a i nev i t 3 ve l 5 2 s imp l e s men te ma i s um p a s s o d en t r o d a i n t im id an te l ) ( i ca d o s j ud eu s . Na s

p a l a v r a s d o S a l v ad o r $ ! a s a l v a *1o vem d o s j ud eu s # < = > . A s e ( und a co i s a a s e r l em, r ad a 2 e s t a $ q ue o

t i p o p s i c o l ) ( i c o d o a l i l e u < @ > a i n d a 2 r e c o n h e c v e l - m a s q u e a p e n a s e m s u a 4 o r m a m a i s d e ( e n e r a d a

mut i l ado e so,recar re(ado com caracter s t i cas es t ran(e i ras D pHde serv i r da mane i ra em que 4o i u t i l i zado $

como t ipo para Sa l vador da humanidade.

O s j ud eu s s 1o o p o vo ma i s no t 3 ve l d a Q i s t ) r i a - p o i s q uand o 4 o r am co n 4 r o n tado s co m o d i l ema d o

ser ou n1o ser - esco lheram- at rav2s de uma de l i,era*1o e0cepc iona lmente l 6c ida- o ser a qua lquer p re*o $

e s s e p r e * o e n v o l v i a u m a r a d i c a l 4 a l s i 4 i c a * 1 o d e t o d a a n a t u r e z a - d e t o d a a n a t u r a l i d a d e - d e t o d a a

rea l idade- de todo o mudo in ter io r e tam,2m o e0 ter io r . Co locaram% se cont ra todas aque las cond i*+es so,

a s q ua i s - a t 2 a ( o r a - o s p o vo s 4 o r am cap aze s d e v i v e r- o u a t2 mes mo t i v e r am o d i r e i t o d e v i v e r 5 a p a r t i r

d el e s s e d es e nv ol v eu u m a i d 2i a q u e s e e n co n tr a va e m d i re t a o po si * 1o & s c o nd i *+ e s n a tu r ai s

suces s ivamente d i s to rceram a re l i ( i1o - a c iv i l i za*1o - a mora l - a h i s t) r ia e a p s ico lo( ia a t2 as t rans 4o rmar

em uma co n t r ad i *1o d e s ua s i ( n i 4 i c a *1o na tu r a l . N) s enco n t r amo s o mes mo 4 enH meno ma i s ad i an te - em

u m a 4 o r m a i n c a l c u l a v e l m e n t e e 0 a ( e r a d a - m a s a p e n a s c o m o u m a c ) p i a $ a I ( r e j a c r i s t 1 - c o m p a r a d a a o

!p o vo e l e i t o # - e 0 i , e a, s o l u t a au s 8nc i a d e q ua l q ue r p r e ten s 1o & o r i ( i na l i d ad e . / r ec i s amen te p o r e s s e

m o t iv o o s j u d eu s s 1 o o p o v o m a i s 4 u n es t o d e t o d a a h i s t) r i a u n i v e rs a l $ s u a i n 4 lu 8 n ci a c a u so u t a l

4 a l s i 4 i c a *1o na r a c i o na l i d ad e d a human id ad e q ue ho j e um c r i s t 1o p o d e s en t i r % s e an t i % s em i t a s em s e d a r

conta de que e le p r)pr io n1o 2 sen1o a 6 l t ima conseq8nc ia do juda smo.

E m m i n ha ! e ne a l o( i a d a 9 o r al # a p re s e nt e i a p r i me i r a e 0 p li c a *1 o p s i co l )( i c a d o s c o n ce i t os

s u, j a cen tes a e s t a s co i s a s an t i t 2 t i ca s $ uma mo r a l no , r e e uma mo r a l d o r e s s en t imen to - a s e ( und a s end o

um mer o p r o d u to d a ne( a*1o d a p r ime i r a . O s i s t ema mo r a l j ud a i co % c r i s t 1o p e r t ence & s e ( und a d i v i s 1o - e

em todos o s sent ido s . /ara ser capaz de d izer Não   a tudo que representa uma evo lu*1o ascendente da v ida

i s to 2 - a o , e m %e s t ar- a o p o d er- & , e l ez a - & a u t o% a 4 ir m a *1 o o s i n s ti n t o s d o r e s se n t im e n to - a q u i

co mp l e t amen te t r an s 4 o r mad o s em ( 8n i o - t i v e r am d e i n ven ta r o u t r o mund o no q ua l a a 4 i r ma*1o d a v i d a

r e pr e s en t a ss e a s m a i o re s m a l i( n i da d e s e a , o mi n a *+ e s i m a (i n 3 ve i s . / s i co l o (i c a m en t e - o s j u d eu s s 1 o

p e s s o a s d o tada s d a ma i s 4 o r t e v i t a l i d ad e - t an to q ue - q uand o s e v i r am 4 r en te a co nd i *+ e s o nd e a v i d a e r a

impos s ve l - e s co lheram vo luntar iamente- e com um pro 4undo ta lento para a autopreserva*1o - tomar o l ado

d e t o d o s o s i n s t i n t o s q ue p r o d uzem a d ecad 8nc i a n 1o p o r e s t a r em d o minad o s p o r e l e s - ma s co mo q ue

ad i v i nhando ne l e s o p o d e r a t r a v2 s d o q ua l ! o mund o # p o d e r i a s e r d e s a 4 i ad o . O s j ud eu s s 1o e 0 a tamen te o

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o p o s t o d o s d ecad en te s $ s imp l e s men te 4 o r am 4 o r *ad o s s e mo s t r a r co m e s s e d i s 4 a r ce - e co m um ( r au d e

ha, i l i d ad e p r ) 0 imo ao no n p l u s u l t r a < > d o ( 8n i o h i s t r i H n i co co n s e( ui r am s e co l o ca r & 4 r en te d e t o d o s o 4

mo v imen to s d ecad en te s p o r e 0 emp l o - o c r i s t i a n i s mo d e / au l o D - e a s s im 4 a ze r em% s e a l ( o ma i s 4 o r t e

que qua lquer par t ido de a 4 i rma*1o da v ida . /ara o t ipo de homens que asp i ram ao poder no juda smo e no

cr i s t ian i smo em outras pa lavras - a c l a s se sacerdota l a decad8nc ia n1o 2 sen1o um meio . Qomens des se

t ipo t8m um interes se v i ta l em to rnar a humanidade en4erma- em con4und i r o s va lo res de !,om# e !mau#-!verdade i ro# e ! 4a l so# de uma mane i ra que n1o 2 apenas per i(o sa & v ida - mas que tam,2m a 4a l s i 4 i ca .

1 – 3oão > 5)) "

) – / p a l a v ra p o s s u i f o r te c o no ta % ão h i s t! r i c a , p o i s a s s im e ra ma i s f r e q = e n te me nte d e s i g nad o

Ar i s to no s8c +, na 8poca das g randes lu tas entre pagãos ou he lenos , l ide rados pe lo imperador 3u l iano , e

o s c r i s tão s a l cunhados deprec iat ivamente Ga l i leu s , fan&t ico s do Ga l i leu " ' 6 ie tro Nas se t i (

* – Não mais a l8m, i s to 8 , a lgo inexced ve l , que não se u l trapas sa "

XXV

A h i s t ) r i a d e I s r ae l 2 i ne s t im3ve l co mo uma t p i ca h i s t ) r i a d e uma t en ta t i v a d e d e tu r p a r t o d o s o sv a l or e s n a t u r a is $ e 0 p on h o t r 8 s 4 a t o s c o rr o ,o r a m i s s o . O r i (i n a l me n t e- e a c i m a d e t u d o n o t e m po d a

mo na r q u i a - I s r ae l man teve uma a t i t ud e j u s t a em r e l a *1o & s co i s a s - o u s e j a - uma a t i t ud e na tu r a l . O s eu

Iav2 < = > e ra a e0pres s1o da consc i8nc ia de seu p r)pr io poder - de sua a le( r ia cons i(o mesmo- da esperan*a

q ue t i nha em s i $ a t r a v2 s d e l e o s j ud eu s , u s cavam a v i t ) r i a e a s a l v a *1o - a t r a v2 s d e l e e s p e r a vam q ue a

na tu r e za l he s d e s s e t ud o q ue 4 o s s e nece s s 3 r i o p a r a s ua e 0 i s t 8nc i a a c ima d e t ud o - chuva . I a v2 2 o G eu s

d e I s r ae l e - co n s eq en temen te - o G eu s d a j u s t i *a $ e s s a 2 a l ) ( i ca d e t o d a r a *a q ue p o s s u i p o d e r em s ua s

m1os e que o ut i l i za com a consc i8nc ia t ranq i l a . Na cer imHn ia re l i ( io sa do s j udeus am,os aspecto s des sa

auto %a 4 i rma*1o 4 i cam mani 4es to s . A na*1o 2 ( rata pe lo ( rande des t ino que a po s s i, i l i tou o,ter domn io 5 2

( r at a p e l a , e n 2 4i c a r e (u l a ri d a de n a m u d an * a d a s e s t a* + e s e p o r t o d a a 4 o rt u n a q u e 4 a vo r e ce s e u s

re,anhos e co lhe i tas . E s sa v i s 1o das co i s as permaneceu idea l po r um lon(o per odo - mesmo ap)s ter s ido

d e s p o j ad a d e v a l i d ad e t r a ( i camen te $ d en t r o - a ana r q u i a - 4 o r a - o s a s s r i o s . 9a s o p o vo a i nd a co n s e r vo u -

co mo uma p r o j e*1o d e s ua ma i s a l t a a s p i r a *1o - a v i s 1o d e um r e i q ue e r a ao mes mo t emp o um ( a l an te( ue r r e i r o e um d eco r o s o j u i z 4 o i co n s e r vad a s o , r e tud o p o r aq ue l e p r o 4 e t a t p i co o u s e j a - c r t i co e

s a t r i co d o mo mento D - I s a a s . 9a s t o d a a e s p e r an*a 4 o i v 1 . O ve l ho G eu s n1o p o d i a ma i s 4 a ze r o q ue

4 i ze r a no u t r o s t emp o s . G eve r i a t e r s i d o a, and o nado . 9a s o q ue o co r r eu d e 4 a t o ' S imp l e s men te i s t o $ s ua

co ncep *1o 4 o i mud ad a s ua co ncep *1o 4 o i d e s na tu r a l i z ad a 5 e s s e 4 o i o p r e*o q ue t i v e r am d e p a( a r p a r a

mant8% l o . I av2- o Geus da ! jus t i*a# n1o es t3 ma i s de aco rdo com I s rae l - n1o representa ma i s o e(o smo

d a na*1o 5 a ( o r a 2 ap ena s um G eu s co nd i c i o nado . . . A no *1o p 6, l i ca d e s s e G eu s a ( o r a s e t o r na me r amen te

uma a r ma na s m1o s d e a ( i t ad o r e s c l e r i ca i s - q ue i n t e r p r e t am to d a 4 e l i c i d ad e co mo r eco mp en s a e t o d a

des( ra*a como pun i*1o em termos de o,ed i8nc ia ou deso,ed i8nc ia a Geus - em termos de !pecado#$ a ma i s

4 r aud u l en ta d a s i n t e r p r e t a*+ e s ima( i n3ve i s - a t r a v2 s d a q ua l a ! o r d em mo r a l d o mund o # 2 e s t a, e le c i d a e

o s co nce i t o s 4 und amenta i s - ! cau s a# e !e 4 e i t o # - s 1o co l o cad o s d e p o n ta ca, e*a . 7 ma vez q ue o co nce i t o

d e cau s a na tu r a l 2 v a r r i d o d o mund o p o r d o u t r i na s d e r e co mp en sa e p un i *1o - a l ( um t i p o d e cau s a l i d ade

i na tu r a l t o r na % s e nece s s 3 r i a $ s e ( uem% s e d i s s o t o d a s a s o u t r a s v a r i ed ad e s d e ne( a*1o d a na tu r e za . 7 m

G eu s q ue o r d ena no l u ( a r d e um G eu s q ue a j ud a - q ue d 3 co n s e l ho s - q ue no 4 und o 2 me r amen te um no me

para cada 4e l i z in sp i ra*1o de co ra(em e autocon4 ian*a. . .

A mora l j 3 n1o 2 ma i s um re4 le0o das cond i*+es que p romovem v ida s1 e o cresc imento de um povo 5

n 1 o 2 m a i s u m i n s t i n t o v i t a l p r i m 3 r i o 5 e m v e z d i s s o s e t o r n o u a l ( o a , s t r a t o e o p o s t o & v i d a u m a

p e rv e r s1 o d o s 4 u n d a m en t o s d a 4 a n ta s i a- u m ! o l ha r m a li ( n o# c o n t ra t o d as a s c o i sa s . ? u e 2 a m o r al

j ud a i ca ' ?ue 2 a mo r a l c r i s t 1 ' A s o r t e d e s p i da d e s ua i no c8nc i a 5 a i n 4 e l i c i d ad e co n tam inad a co m a i d 2 i a

d e !p ecad o # 5 o , em% e s t a r co n s i de r ad o co mo um p e r i ( o - co mo uma ! ten ta*1o # 5 um d e s a r r anj o 4 i s i o l ) ( i co

causado pe lo veneno do remor so . . .

1 – ma das de s igna%:es do $eus de s rae l u t i l i zadas no s J iv ro s Sagrados " ' 6 ie tro Nas se t i (

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O co nce i t o d e G eu s 4 a l s i 4 i c ad o 5 o co nce i t o d e mo r a l 4 a l s i 4 i c ad o 5 ma s mes mo aq u i o s 4 e i t o s d o s

p a d re s j u da i c o s n 1 o c e s sa r a m. To d a a h i s t) r i a d e I s r ae l n 1 o l h e s t i n h a q u a l q ue r v a lo r $ e n t 1 o a

d i s p en s ar am: Ta i s p ad r e s r ea l i z a r am e s s a p r o d i ( i os a 4 a l s i 4 i c a *1o d a q ua l ( r and e p a r t e d a , l i a 2 uma

ev i d 8nc i a d o cument3 r ia 5 co m um ( r au d e d e s p r e zo s em p a r a l e l o s- e em 4 a ce d e t o d a a t r ad i *1o e t o d a a

r ea l i d ad e h i s t ) r i ca- t r ad uz i r am o p a s s ad o d e s eu p o vo em te r mo s r e l i ( i o s os - o u s e j a - co nve r t e r am%no em

u m m e c a n i s m o i m , e c i l d e s a l v a * 1 o - a t r a v 2 s d o q u a l t o d a s o 4 e n s a s c o n t r a I a v 2 e r a m p u n i d a s e t o d adevo*1o recompensada. N)s cons iderar amos es se a to de 4a l s i 4 i ca*1o h i s t) r ica a l (o mui to ma i s ver(onhoso

s e a 4 am i l i a r i d ad e co m a i n t e r p r e t a *1o e c l e s i 3 s t i ca d a h i s t ) r i a p o r m i l ha r e s ano s n1o t i v e s s e em, o tad o

no s s a s i n c l i n a *+ e s & r e t i d 1o i n h i t o r i c i s < = > . E o s 4 i l ) s o 4 o s ap ) i am a I ( r e j a $ a men t i r a s o , r e a ! o r d em

mo r a l d o mund o # p e r me i a t o d a a 4 i l o s o 4 ia - me s mo a ma i s r e cen te . O q ue s i ( n i 4 i c a uma !o r d em mo r a l d o

mund o # ' S i ( n i 4 i c a q ue e0 i s t e uma co i s a chamad a vo n tad e d e G eu s - a q ua l d e te r m ina o q ue o ho mem d eve

o u n 1 o 4 a z e r 5 q u e a d i ( n i d a d e d e u m p o v o o u d e u m i n d i v d u o d e v e s e r m e d i d a p e l o s e u ( r a u d e

o , e d i 8 n c i a o u d e s o , e d i 8 n c i a & v o n t a d e d e G e u s 5 q u e o s d e s t i n o s d e u m p o v o o u d e u m i n d i v d u o s 1 o

c o nt ro l ad os p o r e s sa v on t ad e d e G e us - q u e r e co m pe n sa o u p u ne d e a c or do c o m a o , ed i 8n c ia o u

deso,ed i8nc ia man i 4es tadas . Em lu(ar des sa dep lo r3ve l ment i ra - a rea l idade ter ia i s to a d izer $ o padre-

es sa esp2c ie paras i t3 r ia que e0 i s te & s cus tas da toda v ida s1 - usa o nome de Geus em v1o $ chama o es tado

d a s o c i e d ad e h u m a n a n o q u a l e l e p r )p r i o d e t e rm i n a o v a l or d e t o d a s a s c o i sa s d e ! o r e i n o d e G e u s# 5

chama o s meio s a t rav2s do s qua i s es se es tado 2 a l can*ado de !vontade de Geus# 5 com um c in i smo ( lac ia l -a va l i a t o d o s p o vo s - t o d a s 2p o ca s e t o d o s i nd i v d uo s a t r a v2 s d e s eu ( r au d e s u, s e r vi 8nc i a o u o p o s i *1o d o

poder da o rdem sacerdota l . O,servemo% lo em serv i*o $ pe las m1os do sacerd)c io juda ico a ( rande 2poca de

I s r ae l t r an s 4 i ( u r o u % s e em uma 2p o ca d e d ec l n i o 5 a G i 3 s p o r a - co m s ua l o n( a s 2 r i e d e i n 4 o r t 6n i o s - 4 o i

t r a ns 4 or m a da e m u m a p u ni * 1 o p e l a ( r a nd e 2 p o ca n a q u a l o s p a d re s a i n da n 1 o s i ( n i 4 ic a v a m n a d a .

Trans 4o rmaram- de aco rdo com suas neces s idades - o s her) i s podero so s e a,so lutamente l i v res da h i s t) r ia

d e I s r ae l o u em 4 an3 t i co s m i s e r 3 ve i s e h i p ) c r i t a s- o u em ho mens t o t a l men te ! mp io s # . Red uz i r am t o d o s

( r an d e s a c o n t e c im e n to s & e s t 6p i d a 4 ) r m u la $ ! o ,e d i en t e s o u d e so , e di e n t es a G e u s# . E 4 o ra m m a i s

ad i an te $ a ! vo n tad e d e G eu s # em o u t r a s p a l a v r a s - a s co nd i *+ e s nece s s 3 r i a s p a r a a p r e s e r va*1o d o p o d e r

dos padres D t inha de ser determinada e para ta l 4 im neces s i tavam de uma !reve la*1o#. G izendo de modo

ma i s c l a r o - uma eno r me 4 r aud e l i t e r 3 r i a t e ve d e s e r p e r p e t r ad a - ! s a ( r ad a s e s c r i t u r a s # t i v e r am d e s e r

4o r jadas e ent1o - com ( rand io sa pompa h ier3t ica e d ia s pen i t8nc ia e mui ta l amenta*1o pe lo s l on(os d ia s

d e !p ecad o # a ( o r a t e r m inad o s - 4 o r am d ev i d amen te p u, l i cad a s . A ! vo n tad e d e G eu s # - a o q ue p a r ece - h3m u it o j 3 h a vi a s id o e st a ,e le c id a 5 o p ro , le m a 4 o i q u e a h u ma n id a de n e (l i (e n ci o u a s ! s a( ra d as

e s c r i t u r a s # . . . 9a s a ! vo n tad e d e G eu s # j 3 ha v i a s i d o r e ve l ad a a 9o i s 2 s . . . O q ue o co r r eu ' S imp l e s men te

i s to $ o s padres t inham 4o rmulado - de uma vez po r todas e com a ma i s es t r i ta met icu lo s idade- que t r i,uto s

d eve r i am s e r % l he p a( o s - d e s d e o ma i o r a t 2 o meno r n 1o s e e s q uecend o d o s ma i s ap e t i t o s o s co r t e s d e

carne- po i s o padre 2 um ( rande consumidor de , i 4es D 5 em suma- e le d i s se o que desejava ter - qua l e ra a

! vo n tad e d e G eu s # . . . G e s s e t emp o em d i an te a s co i s a s s e o r ( an i zam d e t a l mo d o q ue o p ad r e t o r no u % s e

i nd i s p en s3 ve l em t o d o s o s l u ( a r e s 5 em t o d o s o s imp o r t an te s e ven to s na tu r a i s d a v i d a - no na s c imen to - no

ca s amen to - na en 4 e r m id ad e - na mo r te - p a r a n1o 4 a l a r no ! s a c r i 4 c i o # o u s e j a - na ce i a D - o s a c r o % p a r a s i t a

se ap resenta para o s desnatura l i za r na sua l in(ua(em- para o s ! sant i 4 i ca r# . . . /o i s 2 neces s3r io s a l ientar

i s t o$ q u e t o do h 3 , it o n a t ur a l - t o d a i n s ti t u i *1 o n a t ur a l o E s ta d o - a a d mi n i st r a * 1o d a W u s ti * a - o

casamento - o s cu idados p res tados ao s doentes e po,res D - tudo que 2 e0 i( ido pe lo in s t in to v i ta l - em suma-

tud o q ue t em va l o r em s i me s mo 2 r ed uz i d o a a l ( o a, s o l u t amen te imp r e s t 3 ve l e a t 2 t r an s 4 o r mad o no

o p o s t o ao q ue 2 v a l o r o s o p e l o o p a r a s i t i s mo d o s p ad r e s o u - s e a l ( u2m p r e 4 e r i r - p e l a ! o r d em mo r a l d o

mund o # D . O 4 a t o p r ec i s a d e uma s an*1o um p o d e r p a r a c r i a r v a l o r e s 4 a z % s e nece s s 3 r i o - e t a l p o d e r s )

p o d e va l o r a r a t r a v2 s d a ne( a*1o d a na tu r e za . . . O p ad r e d ep r ec i a e p r o 4 ana a na tu r e za $ e s s e 2 o p r e*o

p a r a q ue p o s s a e 0 i s t i r. A d e s o , edi 8nc i a a G eu s - o u s e j a - a d e s o , edi 8nc i a ao p ad r e - & l e i - a ( o r a p o r t a o

nome de !pecado#5 o s meio s p rescr i to s para a ! reconc i l ia*1o com Geus# s1o - 2 c l a ro - p rec i samente o s que

i n d uz e m m a i s e 4 i ci e n te m e n te u m i n d iv d uo a s u je i t a r% s e a o p a dr e 5 a p e na s e l e ! s a lv a # . C o ns i d er a do s

p s i co l o (i camen te - o s !p ecad o s# s 1o i nd i s p en s 3 ve i s em t o d a s o c i ed ad e o r ( an i zad a s o , r e 4 und amento s

ec l e s i 3 s t i co s 5 s 1o o s 6n i co s i n s t r umen to s co n 4 i 3 ve i s d e p o d e r 5 o p ad r e v i v e d o p ecad o 5 t em nece s s i d ad e

de que e0 i s tam !pecadores# . . . A0 ioma Supremo$ !Geus perdoa a todo aque le que 4az pen i t8nc ia# ou- em

outras pa lavras - a todo aque le que se su,mete ao padre.

1 – Nas ques t:es h i s t! r icas "

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O cr i s t ian i smo se desenvo l veu a par t i r de um so lo t1o co r rupto que ne le todo o natura l - todo va lo r

na tu r a l - t o d a r ea l i d ad e s e o p unha ao s i n s t i n t o s ma i s p r o 4 und o s d a c l a s s e d o minan te s u r ( i u co mo uma

e s p 2c i e d e ( ue r r a d e mo r te co n t r a a r ea l i d ad e - e c o mo t a l nunca 4 o i s up e r ad a. O !p o vo e l e i t o # q ue p a r a

todas a s co i s as adotou va lo res s acerdota i s e nomes sacerdota i s - e que- com ater ro r i zante l )( ica - re je i tou

tud o q ue e r a t e r r e s t r e co mo !p r o 4 ano # - !mund ano #- !p ecamino s o # e s s e p o vo co l o co u s eu s i n s t i n t o s em

uma 4) rmula 4 ina l que era conseqente at2 o ponto da auto %an iqu i l a*1o $ como cr i s t ian i smo- de 4a to ne(oumes mo a 6 l t ima 4 o r ma d a r ea l i d ad e - o !p o vo s a ( r ad o # - o !p o vo e l e i t o # - a p r ) p r i a r ea l i d ad e j ud a i ca . O

4 enH meno t em imp o r t ;nc i a d e p r ime i r a o r d em$ o p eq ueno mo v imen to i n s u r r e c i o na l q ue l e vo u o no me d e

W e s u s d e N a z a r 2 2 s i m p l e s m e n t e o i n s t i n t o j u d a i c o r e d i v i v u s < = > e m o u t r a s p a l a v r a s - 2 o i n s t i n t o

sacerdota l que n1o conse(ue ma i s supor tar sua p r)pr ia rea l idade5 2 a desco,er ta de um es tado e0 i s tenc ia l

a i n d a m a i s a , s t r a t o - d e u m a v i s 1 o d a v i d a a i n d a m a i s i r r e a l q u e a n e c e s s 3 r i a p a r a u m a o r ( a n i z a * 1 o

ec les i3 s t ica . O cr i s t ian i smo de 4a to ne(a a i ( re ja . . .

N1o s o u cap az d e d e te r m ina r q ua l 4 o i o a l v o d a i n s u r r e i *1o d a q ua l We s u s 4 o i co n s i d e r ad o s e j a

i s s o ve r d ad e o u n1o o p r o mo to r - ca s o n1o s e j a a I ( r e j a j ud a i ca a p a l a v r a ! i ( r e j a# s end o u s ad a aq u i

e0 a tamen te no mes mo s en t i d o q ue p o s s u i ho j e . E r a uma i n s u r r e i *1o co n t r a ! o s , o n s e o s j u s t o s # - co n t r a

o s ! S an to s d e I s r ae l # - co n t r a t o d a a h i e r a r q u i a d a s o c i ed ad e n 1o co n t r a a co r r up *1o - ma s co n t r a a s

c a st a s- o p ri v il 2 (i o - a o rd e m- o 4 or m al i sm o . E r a u m a d es c re n *a n o ! h om em s up e ri o r# - u m N 1oa r r emes sad o co n t r a t ud o q ue p ad r e s e t e) l o ( o s d e 4 end i am. 9a s a h i e r a r q u i a q ue 4 o i p o s t a em cau s a p o r

es se mov imento - a inda que po r apenas um ins tante- e ra uma jan(ada que- ac ima de tudo - e ra neces s3r ia &

s e( u r an*a d o p o vo j ud a i co em me io & s ! 3( ua s # r ep r e s en ta va s ua 6 l t ima p o s s i , i li d ad e d e s o , r ev i v8nc i a 5

e r a o 6 l t imo r e s i d uum < @ > d e s ua e 0 i s t 8nc i a p o l t i c a i nd ep end en te 5 um a t aq ue co n t r a i s s o e r a um a taq ue

co n t r a o ma i s p r o 4 und o i n s t i n t o nac i o na l - co n t r a a ma i s t enaz vo n tad e d e v i v e r d e um p o vo q ue j ama i s

e0 i s t iu so, re a Ter ra . E s se santo anarqu i s ta inc i tou o povo de ,a i0eza a, i s sa l - o s r2p ro,os e !pecadores# -

o s chand a l a d o j ud a s mo a emer ( i r em em r evo l t a co n t r a a o r d em e s t a, e l e c i d a d a s co i s a s e co m uma

l i n ( ua( em q ue - s e o s E van( e l ho s me r ecem c r 2d i t o - ho j e o co nd uz i r i a & S i , 2 r i a - e s s e ho mem ce r t amen te

e ra u m c r im i no so p ol ti c o- a o m e no s t a nt o q ua n to e ra p os s v el o s er e m u m a c om u ni d ad e t 1o

a, s u r d amen te ap o l t i c a . B o i i s s o q ue o l e vo u & c r u z $ a p r o va co n s i s t e na i n s c r i *1o co l o cad a s o , r e e l a .

9 o r r e u p e l o s s e u s p e c a d o s n 1 o h 3 q u a l q u e r r a z 1 o p a r a s e a c r e d i t a r - n 1 o i m p o r t a q u a n t o i s s o s e j a

a4 i rmado- que tenha mor r ido pe lo pecado dos out ro s .

1 – 7ue re to rnou 0 v idaF re s su s c i tado "

) – .e s duo "

XXVI I I

S e e l e p r ) p r i o e r a co n s c i en te d e s s a co n t r ad i *1o o u s e - d e 4 a t o - e s s a e r a a 6n i ca d a q ua l t i nha

co nhec imen to e s s a 2 uma q ue s t 1o t o t a l men te d i s t i n t a . A q u i - p e l a p r ime i r a ve z - t o co o p r o , l ema d a

ps ico lo( ia do Sa l vador . /ara come*ar - con4es so que mui to s poucos l i v ro s - para mim- s1o ma i s d i 4 ce i s de

l e r q u e o s E v a n( e l ho s . 9 i n ha s d i 4 ic u l da d e s s 1 o , a s ta n t e d i 4 er e n te s d a q ue l a s q u e p o ss i , il i t a ra m &

c u r i o s i d a d e l e t r a d a d a m e n t e a l e m 1 p e r p e t r a r u m d e s e u s t r i u n 4 o s m a i s i n e s q u e c v e i s . B a z u m l o n ( o

temp o d e s d e q ue eu - co mo q ua l q ue r o u t r o j o vem e r ud i t o - d e s 4 r u t a va d a i n co mp a r 3ve l o , r a d e S t r au s s < = >

co m to d a a s ap i en te l a, o r i o s i d ad e d e um met i cu l o s o 4 i l ) l o ( o . Naq ue l e t emp o p o s s u a v i n t e ano s $ a ( o r a

s o u s 2 r i o d ema i s p a r a e s s e t i p o d e co i s a . ?ue me imp o r t am a s co n t r ad i *+ e s d a ! t r ad i *1o # ' Co mo a l ( u2m

p o de c h a ma r l e n da s d e s a nt o s d e ! t ra d i * 1o # ' A s h i s t) r i as d e s a nt o s s 1 o a m a i s d 6 , i a v a r i e d ad e d e

l i te ra t ur a e 0 is te n te 5 e 0a m in 3 %l as & l u z d o m 2 to d o c i en t 4 i co n a a u s8 n ci a t ot a l d e d oc u me n to s

co r r o , o r a t i v o s a m im p a r ece co nd ena r t o d a a i n ve s t i ( a *1o d e s d e s ua s o r i ( en s i s s o s e r i a s imp l e s men te

uma d iva(a*1o erud i ta . . .

1 – $av id Lr iedr ich S traus s ' 14P4;?>( , autor de $as Jeen 3e su- ' 14*;Q ( , uma ora mu ito famosa

em sua 8poca" N ie tzs che se re fe re a e la " '<" J " HencDen(

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XXIX

O q ue me imp o r t a 2 o t i p o p s i co l ) ( i co d o S a l v ad o r. E s s e t i p o t a l ve z s e j a d e s c r i t o no s e van( e l ho s -

ap e s a r d e q ue em uma 4 o r ma mut i l ad a e s a tu r ad a d e ca r a c te r e s e s t r an( e i r o s i s t o 2 - a d e s p e i t o d o s

E van( e l ho s 5 a s s im co mo a 4 i ( u r a d e B r anc i s co d e A s s i s s e ap r e s en ta em s ua s l end a s a d e s p e i t o d e s ua s

l end a s . A q ue s t 1o n1o 2 a ve r a c i d ad e d a s e v i d 8nc i a s s o , r e s eu s 4 e i t o s - s eu s d i t o s o u s o , r e co mo 4 o i s uamo r te 5 a q ue s t 1o 2 s e s eu t i p o a i nd a p o d e s e r co mp r eend id o - s e 4 o i co n s e r vad o . To da s a s t en ta t i v a s d e

q ue t enho co nhec imen to d e s e l e r a h i s t ) r i a d a ! a l ma# no s E van( e l ho s r e ve l am p a r a m im ap ena s uma

lament3ve l l ev iandade p s ico l)( ica . O Senhor Renan- es se a r r i v i s ta in p sPcho lo( ic i s < = > - cont r i,u iu & s duas

n o * + e s m a i s i n a d e q u a d a s c o n c e r n e n t e s & e 0 p l i c a * 1 o d o t i p o d e W e s u s $ a n o * 1 o d e ( 8 n i o e a d e h e r ) i

!he r o s # D . 9a s s e e 0 i s t e a l ( uma co i s a e s s enc i a l men te an t i e van( 2 l i ca - ce r t amen te 2 a no *1o d e he r ) i . O

q ue o s E van( e l ho s t o r nam i n s t i n t i v o 2 p r ec i s amente o o p o s t o d e t o d o o e s 4 o r *o he r ) i co - d e t o d o o ( o s t o

p e l o co n 4 l i t o $ a i n cap ac i d ad e d e r e s i s t 8nc i a co nve r t e % s e aq u i em a l ( o mo r a l $ ! n1o r e s i s t a s a o ma l # a

mai s p ro 4unda senten*a dos Evan(e lhos - ta l vez a verdade i ra chave para e les D a s a,er - na ,emaventuran*a

d a p a z - d a , o n da d e - n a i n c ap a c i da d e p a r a a i n i mi z a de . ? u a l o s i ( ni 4 i ca d o d a ! , o a% n o va # ' ? u e

ve r d ad e i ra v i d a - a v i d a e te r na 4 o i enco n t r ad a n 1o 4 o i me r amen te p r o met i d a - e s t 3 aq u i - e s t 3 em vo c8 5 2

a v i d a q ue s e enco n t r a no amo r l i v r e d e t o d o s o s r e t r a imen tos e e 0 c l u s + e s- l i v r e d e t o d a s a s d i s t ;nc i a s .

Todos s 1o 4 i l ho s Geus - Wesus n1o re iv ind ica nada apenas para s i 5 como 4 i l ho s de Geus - todos o s homens s1oi ( ua i s . . . I ma( i ne 4 a ze r d e We s u s um he r ) i : E q ue t r emend a i n co mp r een s 1o e s co r r e d a p a l a v r a ! ( 8n i o # :

Toda nos sa concep*1o do !esp i r i tua l# - toda concep*1o de nos sa c iv i l i za*1o n1o pos su i qua lquer sent ido no

m u n d o e m q u e W e s u s v i v e u . B a l a n d o c o m o r i ( o r d e u m 4 i s i o l o ( i s t a - u m a p a l a v r a , a s t a n t e d i 4 e r e n t e

dever ia ser usada aqu i . . . Todos s a,emos que h3 uma sens i, i l idade m)r, ida dos nervo s t3 te i s que 4az com

q ue o s s o 4 r ed o r e s e v i t em t o d o o t o ca r - s e r e t r a i am an te a nece s s i d ad e d e a ( a r r a r um o , j e to s ) l i d o .

In 4ere% se d i s so que- em 6 l t ima ins t;nc ia - ta l ha, i ta tus < @ > 4 i s io l )( ico t rans 4o rma% se em um )d io in s t in t ivo

co n t r a t o d a a r ea l i d ade - em uma 4 u( a ao ! i n t an( ve l # - a o ! i n co mp r een s ve l #5 uma r ep u( n;nc ia p o r t o d a

4 ) r mu l a - p o r t o d a s no *+ e s d e t emp o e e s p a*o - p o r t o d o o e s t a, e l e c i do co s t umes - i n s t i t u i *+ es - I ( r e j a 5

a s e n s a * 1 o d e e s t a r e m c a s a e m u m m u n d o s e m c o n t a d o c o m a r e a l i d a d e - u m m u n d o e 0 c l u s i v a m e n t e

! inter io r# - um mundo !verdade i ro# - um mundo !eterno#. . . !O re ino de Geus es t3 dentro de v) s# . . .

1 – 2m as sunto s p s ico l!g ico s ") – Aomportamento "

XXX

O ) d i o i n s t i n t i v o co n t r a a r ea l i d ad e $ a co n s eq 8nc i a d e uma e0 t r emad a s u s ce t i , i l i d ad e & d o r e

i r r i t a *1o t 1 o i n t en s a q ue me r amen te s e r ! t o cad o # t o r na % s e i n s up o r t 3ve l - p o i s cad a s en s a*1o man i 4 e s t a %

se mui to p ro 4undamente.

A e 0 c l u s 1o i n s ti n t i va d e t o d a a v e r s 1o - t o d a h o s t i li d a de - t o d as a s 4 r on t e ir a s e d i s t; n c ia s n o

s en t imen to $ a co n s eq 8nc i a d e uma e0 t r emad a s u s ce t i , i l i d ad e & d o r e i r r i t a *1o t 1 o ( r and e q ue s en te

to d a a r e s i s t 8nc i a - t o d a a co mp u l s 1o & r e s i s t 8nc i a co mo uma an( 6 s t i a i n s up o r t 3 ve l em o u t r o s t e r mo s -

co mo no c i vo - co mo p r o i , i d o p e l o i n s t i n t o d e au to p r e se r va*1o D - e co n s i d e r a a , em% aven tu ran*a a l e ( r i a D

co mo a l ( o p o s s v e l ap ena s ap ) s n1o s e r ma i s nece s s 3 r i o o 4 e r ece r r e s i s t 8nc i a a nad a nem a n i n ( u2m- nem

mesmo ao mal e ao per i(o so amor como 6n ica - como a 6 l t ima pos s i, i l idade de v ida . . .

E s s a s s 1o a s d ua s r ea l i d ad e s 4 i s i o l ) ( i ca s a p a r t i r d a s q ua i s e p o r cau s a d a s q ua i s a d o u t r i na d a

s a l v a *1o s e d e s envo l veu . G eno mino % a s um s u, l ime hed o n i s mo s up e r d e s envol v i d o a s s en tad o s o , r e um s o l o

co mp l e t amen te i n s a l u, r e . O q ue 4 i ca ma i s p r ) 0 imo d e l a s - ap e s a r d e m i s t u r ad o co m uma ( r and e d o s e d e

v i t a l i d ad e ( r e( a e 4 o r *a ne r vo s a - 2 o ep i cu r i s mo - a t eo r i a d a s a l v a *1o d o p a( an i s mo . E p i cu r o e r a um

t p i co d ecad en te $ 4 u i o p r ime i r o a r e co nhec8 % l o . O med o d a d o r- me s mo d a d o r i n 4 i n i t amen te p eq uena

o resu l tado d i s so n1o pode ser qua lquer co i s a e0ceto uma re l i ( i1o do amor . . .

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XXX I

A n tec i p adamente d e i m inha r e s p o st a ao p r o , l ema . S eu p r 2 % r equ i s i t o 2 a a s s un*1o d e q ue o t i p o d o

S a l v ad o r che( o u a t2 n) s co m s ua 4 o r ma a l t amen te d i s t o r c i d a . Ta l d i s t o r *1o 2 mu i t o p r o v3ve l $ h 3 mu i t o s

mo t i v o s p a r a q ue e s s e t i p o n1o d eva s e r t r an s m i t i d o em s ua 4 o r ma p u r a - co mp l e t a e l i v r e d e a c r 2 s c imo s .

O am, ien te no q ua l e s t a e s t r anha 4 i ( u r a s e mo v i a d eve t e r d e i 0 ad o ve s t (i o s ne l a - e a i nd a ma i s d eve t e rs i d o 4 e i t o p e l a h i s t ) r i a - p e l o d e s t i no d a s p r ime i r a s co mun id ad e s c r i s t 1 s 5 a 6 l t ima - d e 4 a t o - d eve t e r

em, e l e zad o o t i p o r e t r o s p ec t i v amen te co m ca r a c te r e s q ue ap ena s p o d em s e r co mp r eend id o s enq uan to

4 ina l idades de (uer ra e p ropa(anda. Aque le mundo es t ranho e doe nt io ao qua l o s Evan(e lhos no s conduzem

u m m u n d o a p a r e n t e m e n t e v i n d o d e u m a n o v e l a r u s s a - n o q u a l a e s c ) r i a d a s o c i e d a d e - a s m o l 2 s t i a s

n e r vo s as e a i d i ot i c e ! p u e r il # s e r e 6 ne m d e v e- d e q u a lq u e r m o d o - t e r t o rn a d o o t i p o ( r o s se i r o$ o s

p r ime i r o s d i s c p u l o s- em p a r t i cu l a r- d evem te r s i d o 4 o r *ad o s a t r ad uz i r- co m s ua c r ueza p r ) p r i a - um s e r

t o t a l men te 4 o r mad o p o r s m, o l o s e co i s a s i n i n t e l i ( v e i s p a r a p o d e r em co mp r eend e r a l ( uma co i s a n a

v i s 1 o d e l e s o t i p o a p e n a s e 0 i s t i u a p ) s t e r s i d o r e 4 o r m a d o e m m o l d e s m a i s 4 a m i l i a r e s . . . O p r o 4 e t a - o

mes s i a s - o 4 u t u r o j u i z - o p r o 4 e s so r d e mo r a l - o m i l a ( r e i r o- Wo 1o a t i s t a t o d a s s imp l e s mente chance s d e

d es 4i ( ur 3 %l o. .. B i na l me n te - n 1o s u, e st i me m os o p ro pr i um < => d e t o da s a s ( ra n de s v e ne r a* + es -

e s p ec i a l men te a s s e c t 3 r i a s $ t end em a ap a( a r d o s o , j e to s v ene r ad o s t o d a s a s ca r a c te r s t i ca s o r i ( i na i s e

i d i os s in c r as i a s- n 1 o r a ro d o l or o sa m e nt e e s t ra n h as n e m m e sm o o s v 8 . G e ve % s e l a m e n t ar m u i to q u enenhum G o s t o i e v s X i t enha v i v i d o na s v i z i nhan*a s d o ma i s i n t e r e s s an te d o s d 2cad en t s o u s e j a - a l ( u2m

q ue t e r i a s en t i d o o co mo ven te encan to d e t a l m i s t u r a d o s u, l ime - d o m) r , i d o e d o i n 4 an t i l . E m 6 l t ima

an3 l i s e - o t i p o - enq uan to t i p o d a d ecad 8nc i a - t a l v e z p o s s a r ea l men te t e r s i d o p ecu l i a r men te co mp l e0 o e

co n t r ad i t )r i o $ n1o s e d eve e0 c l u i r e s s a p o s s i , il i d ad e . Co n tud o - a s p r o , a, il i d ad e s p a r ecem e s t a r em s eu

des 4avo r - po i s nes te caso a t rad i*1o ter ia s ido par t icu la rmente p rec i sa e o, jet iva - enquanto temos raz+es

p a r a ad mi t i r o co n t r 3 r i o . E n t r e t an to - e 0 i s t e uma co n t r ad i *1o en t r e o p ac 4 i co p r e( ad o r d a s mo n tanha s -

d o s l a ( o s e d o s camp o s - q ue p a r ece co mo um no vo ud a em um s o l o mu i t o p o uco i nd i ano - e o 4 an3 t i co

a( res s ivo - o in imi(o mor ta l do s te) lo(os e do s ec les i3 s t ico s - que 2 ( lo r i 4 i cado pe la ma l c ia de Renan como

! l 8 ( r and ma i t r e em i r o n i e < @ > # . / e s s o a l men te n1o t enho q ua l q ue r d 6v i d a d e q ue a ma i o r p a r t e d e s s e

v e n e n o e n 1 o m e n o s d e e s p r i t < > D h a j a p e n e t r a d o n o t i p o d o 9 e s t r e a p e n a s c o m o u m r e s u l t a d o d a

a ( i ta d a n a t ur e z a d a p r o pa ( a nd a c r i st 1 $ t o do s c o n h ec e m os a i n e sc r u pu l o si d a de d o s s e c t3 r i os q u a nd o

d ec i d em 4 a ze r d e s eu l d e r uma ap o l o ( i a p a r a s i me s mo s . ?uand o o s p r ime i r o s c r i s t 1o s p r ec i s a r am d e umte) l o ( o h3, i l - co n tenc i o s o - p u( naz e ma l i c i o s amen te s u t i l p a r a en 4 r en ta r o u t r o s t e) l o ( o s - c r i a r am um

!Geus# para sa t i s 4 azer ta l neces s idade- e0atamente como tam,2m- sem hes i ta*1o - co locaram em sua ,oca

c e r t a s i d 2 i a s q u e e r a m n e c e s s 3 r i a s a e l e s - m a s t o t a l m e n t e d i v e r ( e n t e s d o s E v a n ( e l h o s ! a v o l t a d e

Cr i s to# - !o ju zo 4 ina l# - todos o s t ipo s de e0pectat ivas e p romes sas tempora i s .

1 – 6 ropr iedade , qua l idade "

) – O g rande mes tre em i ron ia "

* – 2 sp r i to , i ron ia "

XXX I I

Rep i t o q ue me o p o nho a t o d o s o s e s 4 o r *o s p a r a i n t r o d uz i r o 4 ana t i s mo na 4 i ( u r a d o S a l v ad o r $ ap r)pr ia pa lavra imper ieu0 < = > - u sada po r Renan- soz inha 2 su 4 ic iente para anu la r o t ipo . A !,oa%nova# nos

d i z s i m p l e sm e n te q u e n 1 o e 0 i st e m m a i s c o n tr a d i* + e s5 o r e i no d e G e u s p e r te n c e & s c r i a n* a s 5 a 4 2

anunc i ad a aq u i n1o 2 ma i s co nq u i s t ada p o r l u t a s e s t 3 ao a l cance d a s m1o s - e 0 i s t i u d e s d e o p r i n c p i o - 2

u m t i p o d e i n 4 an t i li d a de q u e s e r e 4u ( i ou n o e s pi r i t ua l . T a l p u , e r da d e r e t ar d ad a e i n c o mp l e ta d o s

o r ( an i s mo s 2 4 am i l i a r a o s 4 i s i o l o ( i s t a s co mo s i n t o ma d a d e( ene r a*1o . A 4 2 d e s s e t i p o n1o 2 4 u r i o s a - n1o

d enunc i a - n1o s e d e 4 end e $ n1o emp unha !e s p ad a# n 1o en tend e co mo p o d e r i a um d i a co l o ca r ho mem

co n t r a ho mem. N1o s e man i 4 e s t a a t r a v2 s d e m i l a ( r e s - r e co mp en s a s - p r o mes s a s o u !e s c r i t u r a s # $ 2 - d o

p r i n c i p i o ao 4 im - s eu p r ) p r i o m i l a ( r e - s ua p r ) p r i a r e co mp en s a- s ua p r ) p r i a p r o mes s a - s eu p r ) p r i o ! r e i no

de Geus# . E s sa 42 n1o se 4o rmula s imp lesmente v ive- e a s s im (uarda% se cont ra 4) rmulas . Com cer teza- a

ca s ua l i d ad e d o am, ien te - d a 4 o r ma*1o ed ucac i o na l d 3 p r o emin8nc i a ao s co nce i t o s d e ce r t a e s p 2c i e $ no

c r i s t i a n i s mo p r im i t i v o enco n t r amo s ap ena s no *+ e s d e ca r 3 te r j ud a i co % s em t i co a d e co mer e , e, e r em

co munh1o p e r t ence a e s t a ca te( o r i a uma i d 2 i a q ue - co mo t ud o q ue 2 j ud a i co - 4 o i s e ve r amen te 4 u s t i ( adap e l a I ( r e j a D . Cu i d emo % nos p a r a n1o ve r n i s s o t ud o ma i s q ue uma l i n ( ua( em s im, ) l i ca- uma s em;n t i ca < @ > -

uma o p o r tun i d ad e p a r a 4 a l a r em p a r 3, o l a s . A t eo r i a d e q ue nenhuma p a l a v r a d eve s e r t o mad a ao p 2 d a

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l e t ra era um pres supos to para que es te ant i % rea l i s ta pudes se d i s cur sar . Co locado ent re h indus ter ia usado

o s co nce i t o s d e S hanhPa < > - e en t r e ch i ne s e s o s d e L ao % T s 2 < M > e em am, o s o s ca s o s i s s o n1o 4 a r i a

qua lquer d i 4e ren*a a e le . Tomando uma pequena l i,erdade no uso das pa lavras - a l (u2m poder ia de 4a to

chamar We s u s d e !e s p r i t o l i v r e < > # n 1o l he imp o r t a o q ue e s t 3 e s t a, e l e c i d o $ a p a l a v r a ma ta < Y > - t ud o

aq u i l o q ue 2 e s t a, e l e c i do ma ta . A no *1o d e ! v i d a# co mo uma e0 p e r i 8nc i a - co mo ap ena s e l e a co nce, e - a

s eu ve r enco n t r a % s e em o p o s i *1o a t o d o t i p o d e p a l a v r a - 4 ) r mu l a - l e i - c r en*a e d o ( ma . B a l a ap ena s d eco i s a s i n t e r i o r e s $ ! v i d a# - o u ! ve r d ad e# - o u ! l u z# - s 1o s ua s p a l a v r a s p a r a o mund o i n t e r i o r a s eu ve r

t o d o o r e s t o - t o d a a r ea l i d ad e - t o d a na tu r e za - mes mo a l i n ( ua( em- t em va l o r ap ena s co mo um s i na l - uma

a l e( o r i a. A q u i 2 d e s up r ema imp o r t ;nc ia n1o s e d e i 0 a r co nd uz i r a o e r r o p e l a s t en ta *+ e s e 0 i s t en te s no s

p reconce i to s cr i s t1o s - ou melho r - ec les i3 s t ico s $ es te s im,o l i smo par e0ce l l ence encontra % se a lhe io a toda

r e l i ( i 1 o- t o d a s no *+ e s d e ad o r a *1o - t o d a h i s t ) r i a - t o d a c i 8nc i a na tu r a l - t o d a e0 p e r i 8nc i a mund ana - t o d o

co nhec imen to- t o d a p o l t i c a - t o d a p s i co l o ( i a- t o d o s l i v r o s - t o d a a r t e s ua ! s a, ed o r i a # 2 p r ec i s amen te a

i ( no r ;nc i a p u r a < > em r e l a *1o a t o d a s e s s a s co i s a s . Nunca o uv i u 4 a l a r d e cu l t u r a 5 n1o a co m, a te nem

mes mo a ne( a . . . O mes mo p o d e s e r d i t o d o E s t ad o - d e t o d a a o r d em s o c i a l , u r ( ue s a - d o t r a, a l ho - d a

( ue r r a n 1o t em mo t i v o s p a r a ne( a r o !mund o # - nem s eq ue r t em co nhec imen to d o co nce i t o e c l e s i 3 s t i co

d e ! m u n d o # . . . / r e c i s a m e n t e a n e ( a * 1 o l h e e r a i m p o s s v e l . G e m o d o i d 8 n t i c o c a r e c e d e c a p a c i d a d e

a r ( umen ta t i v a - n1o a c r ed i t a q ue um a r t i ( o d e 4 2 - q ue uma ! ve r d ad e# p o s s a s e r e s t a, e l e c i d a a t r a v2 s d e

p r o va s s ua s p r o va s s 1o ! i l um ina*+ e s # i n t e r i o r e s - s en s a *+ e s s u, j e t i v a s d e 4 e l i c i d ad e e au to % a 4 i r ma*1o -s imp les !p rovas de 4o r*a# D . Ta l dout r ina n1o pode cont rad izer $ n1o sa,e que out ras dout r inas e0 i s tem ou

p o d e m e 0 i s t i r - 2 i n t e i r a m e n t e i n c a p a z d e i m a ( i n a r u m j u z o o p o s t o . . . E s e - p o r v e n t u r a - o e n c o n t r a -

l amen ta p o r t a l ! ce( ue i r a# co m uma s i n ce r a co mp a i 0 1o p o i s s o men te e l a v8 a ! l u z# no en tan to n1o

4ar3 qua i squer o, je*+es . . .

1 – mper io so "

) – / p a l a v ra s e mi! t i c a e s t& no te x to , ma s 8 p ro v&ve l q u e s e mRnt i c a s e # a a p a l a v ra q u e N i e t z s c h e

t inha em mente " '<" J " HencDen(

* – m dos se i s g randes s i s temas da f i lo so f ia h indu " '<" J " HencDen(

> – Aons iderado o fundador do tao smo" '<" J " HencDen(

– O nome que N ie tzs che da ao s que ace i tam sua f i lo so f ia " '<" J " HencDen(

Q – s t o 8 , a r i g o r o s a p a l a v r a d a l e i – o o # e t i v o m a i s i m p o r t a n t e n a s p r i m e i r a s p r e g a % : e s d e 3e su s" '<" J " He ncDe n(

? – .e fe rEnc ia 0 ignorRnc ia pura- ' re ine Thorhe it ( do 6ars i fa l de . ichard agner" '<" J " HencDen(

XXXI I I

E m to d a a p s i co l o ( i a d o s E van( e l ho s o s co nce i t o s d e cu l p a e p un i *1o e s t 1o au s en te s - e o mes mo

va l e p a r a o d e r e co mp en s a . O !p ecad o # - q ue s i ( n i 4 i c a t ud o aq u i l o q ue d i s t anc i a o ho mem d e G eu s - 2

a, o l i d o e s s a 2 p r ec i s amen te a !, o a % no va# . A 4 e l i c i d ad e e te r na n1o e s t 3 me r amen te p r o met i d a - nem

vincu lada a cond i*+es $ 2 conce, ida como a 6n ica rea l idade todo o res tante n1o s1o ma i s que s ina i s 6 te i s

para 4a l a r de la .

O s r e s u l t a d o s d e t a l p o n t o d e v i s t a p r o j e t a m % s e e m u m n o v o e s t i l o d e v i d a - u m e s t i l o d e v i d a

e s p ec i a l men te e van( 2 l i co . N1o 2 a ! 4 2# q ue o d i s t i n ( ue d o c r i s t 1o 5 a d i s t i n *1o s e e s t a, e l e ce a t r a v2 s d a

mane i ra de a( i r 5 e le a(e d i 4e rentemente. N1o o 4erece res i s t8nc ia - nem em pa lavras - nem em seu co ra*1o -

&q ue l e s q ue l he s 1o o p o s i t o r e s . N1o v8 d i 4 e r en*a en t r e e s t r an( e i r o s e co n te r r ;neo s - j ud eu s e p a( 1o s

!p r ) 0imo # - 2 c l a r o - s i ( n i 4 i c a co r r e l i ( i o n3 ri o - j ud eu D . N1o s e i r r i t a co m n i n ( u2m- n1o d e s p r e za n i n ( u2m.

N1o ap e l a & s co r t e s d e j u s t i *a nem s e s u, mete & s s ua s d ec i s + e s !n1o p r e s t a r j u r amen to # < = > D . Nunca -

q ua i sq u er s ej a m a s c i rc u ns t ;n c ia s- s e d i vo rc i a d e s u a e sp o sa - m e sm o q ue p os su a p ro v as d e s ua

in 4 ide l idade. No 4undo - tudo i s so 2 um pr inc p io 5 tudo sur(e de um ins t in to .

A v i d a d o s a lv a d or 4 o i s i m p l es m e nt e p r o4 e s sa r e s sa p r 3 ti c a e t a m ,2 m e m s u a m o r t e .. . N 1 o

prec i sava ma i s de qua lquer 4o rmula ou r i tua l em suas re la*+es com Geus nem sequer da o ra*1o . Reje i tou

to d a a d o u t r i na j ud a i ca d o a r r ep end imen to e r e co mp en s a 5 s a, i a q ue ap ena s a t r a v2 s d a v i v 8nc i a - d e um

es t i l o de v ida a l (u2m poder ia se sent i r !d iv ino#- !,em%aventurado#- !evan(2 l ico#- ! 4 i l ho de Geus# . N1o 2

o ! a r r e p e n d i m e n t o # - n 1 o s 1 o a ! o r a * 1 o e o p e r d 1 o # o c a m i n h o p a r a G e u s $ a p e n a s o m o d o d e v i v e r

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evan( 2 l i co co nd uz a G eu s i s s o 2 j u s t amen te o p r ) p r i o o !G eu s # : O q ue o s E van( e l ho s a, o l i r am 4 o i o

j ud a s mo p r e s en te na s i d 2 i a s d e !p ecad o # - ! r em i s s 1o d o s p ecad o s # - ! s a l v a *1o a t r a v2 s d a 4 2# t o d a a

do(m3t ica ec les i3 s t ica do s j udeus 4o i ne(ada pe la !,oa%nova#.

O p r o 4 und o i n s t i n t o q ue l e va o c r i s t 1o a v i v e r d e mo d o q ue s e s i n t a !no c2u# e ! imo r t a l # - ap e s a r

das mui tas raz+es para sent i r que n1o es t3 !no c2u#$ es sa 2 a 6n ica rea l idade p s ico l)( ica na ! sa l va*1o#. 7ma nova v ida - n1o uma nova 42 .

1 – Hateus 5*> "

XXX IV

S e c o m pr e e nd o a l ( um a c o i sa s o ,r e e s s e ( r a n d e s i m ,o l i st a - 2 i s t o$ q u e c o n si d e ra v a a p e na s

r ea l i d ad e s s u, j e t i v a s co mo r ea i s - co mo ! ve r d ad e s # q ue v i u t o d o o r e s t o - t o d o o na tu r a l - t emp o r a l -

e s p ac i a l e h i s t ) r i co ap ena s co mo s m, o l os - co mo ma te r i a l p a r a p a r 3, o l as . O co nce i t o d e ! B i l ho d e G eu s #

n1o d e s i ( na uma p e s s o a co nc r e t a na h i s t ) r i a - um i nd i v d uo i s o l ad o e d e 4 i n i d o - ma s um 4 a t o !e te r no # - um

s m, o l o p s i co l )( i co d e s v i n cu l ad o d a no *1o d e t emp o . O mes mo 2 v 3 l i d o - no s en t i d o ma i s e l e vad o - p a r a oG eu s d e s s e t p i co s im, o l i s t a - p a r a o ! r e i no d e G eu s # e p a r a a ! 4 i l i a *1o d i v i na# . Nad a p o d e r i a s e r ma i s

a c r i s t 1o q ue a s c r ua s no *+ e s e c l e s i 3 s t ica s d e um G eu s co mo p e s s o a - d e um ! r e i no d e G eu s # v i nd o u r o - d e

u m ! r e i n o d o s c 2 u s # n o a l 2 m e d e u m ! 4 i l h o d e G e u s # c o m o s e ( u n d a p e s s o a d a T r i n d a d e . I s s o t u d o

p e r d o em%me a e 0 p r e s s1o 2 co mo s o co no o l ho e q ue o l ho : D d o E van( e l ho $ um d e s r e s p e i t o ao s s m, o l o s

e l e vad o a um c i n i s mo h i s t ) r i co % mund i a l . . . To d av i a 2 s u 4 i c i en temen te ) , v i o o s i ( n i 4 i c ad o d o s s m, o l o s

!/ a i # e ! B i l ho # n 1o p a r a t o d o s - 2 c l a r o $ a p a l a v r a ! B i l ho # e0 p r e s s a a en t r ad a em um s en t imen to d e

t r an s 4 o r ma*1o d e t o d a s a s co i s a s , ea t i t ud e D 5 !/ a i # e 0 p r e s s a e s s e p r ) p r i o s en t imen to a s en s a *1o d a

e te r n i d ad e e p e r 4 e i *1o . E nve r ( o nho % me d e l em, r a r o q ue a I ( r e j a 4 e z co m e s s e s im, o l i s mo $ e l a n1o

co l o co u uma h i s t ) r i a d e A n 4 i t r i 1 o < = > no l im i a r d a ! 4 2# c r i s t 1 ' E um d o ( ma d a ! imacu l ad a co nce i *1o #

a inda po r c ima' . . . Com i s so conse(u iu apenas macu la r a concep*1o . . .

O ! r e i n o d o s c 2 u s # 2 u m e s t a d o d e e s p r i t o n 1 o a l ( o q u e v i r 3 ! a l 2 m d o m u n d o # o u ! a p ) s amo r te# . To d a a i d 2 i a d e mo r te na tu r a l e s t 3 au s en te no s E van( e l ho s$ a mo r te n1o 2 uma p o n te - n1o 2 uma

p a s s a ( em5 e s t 3 au s en te p o r q ue p e r t ence a um mund o , a s t an te d i 4 e r en te - um mund o ap ena s ap a r en te -

ap ena s 6 t i l enq uan to s m, o l o . A !hor a d a mo r te# n1o 2 uma i d 2 i a c r i s t 1 ! ho r a s # - t emp o - a v i d a 4 s i c a e

suas cr i ses s 1o ine0 i s tentes para o mes t re da !,oa%nova#. . .

O ! re ino de Geus# n1o 2 uma co i sa pe la qua l o s homens a(uardam$ n1o teve um ontem nem ter3 um

amanh1 - n1o v i r 3 em um !mi l 8n i o # 2 uma e0 p e r i 8nc i a d o co r a *1o - e s t 3 em t o d a p a r t e e n1o e s t 3 em

par te a l (uma. . .

1 – H i to l o g i a g re g a " / n f i tr i ã o e ra o f i l h o d e / l c e u " / l c me na e ra s u a e s p o s a " $ u ran te s u a au s E nc i a

e la fo i v i s i tada por eus e <erac le s " '<" J " HencDen(

XXXV

O !p o r t ad o r d a , o a % no va# mo r r eu a s s im co mo v i veu e en s i no u n 1o p a r a ! s a l v a r a human id ad e# -

mas p a r a d emo ns t r a r % l he co mo v i ve r . S eu l e ( ad o ao ho mem 4 o i um e s t i l o d e v i d a $ s ua a t i t ud e an te o s

ju zes - ante o s o 4 ic ia i s - ante seus acusadores s ua a t i tude perante a cruz. N1o res i s te 5 n1o de4ende seus

d i r e i t o s 5 n 1o 4 a z q ua l q ue r e s 4 o r *o p a r a e v i t a r a ma i o r d a s p ena l i d ad e s a i nd a ma i s - a co nv i d a . .. E r o ( a -

so 4 re e ama com aque les - po r aque le s que o mal t ra ta m. N1o se de4ender - n1o se enco ler i za r - n1o cu lpar . . .

9as i (ua lmente n1o res i s t i r ao mal am3% lo . . .

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XXXV I

N)s - esp r i to s l i v res n) s somos o s p r imei ro s a po s su i r o s p r2% requ i s i to s para entender o que- po r

d ezeno ve s 2 cu l o s - p e r maneceu i n co mp r eend id o t emo s aq ue l e i n s t i n t o e p a i 0 1o p e l a i n t e( r i d ad e q ue

d ec l ar a u m a ( u er ra m u it o m a is 4 e rr e nh a c o nt ra a ! sa ( ra d a m en t ir a # q u e c o nt r a t od a s a s o ut r asmen t i r a s .. . A human id ad e e s t a va i nd i z i v e l men te d i s t an te d e no s s a , enevo l en te e cau te l o s a neu t r a l i d ad e-

de nos sa d i s c ip l ina de esp r i to que soz inha to rna pos s ve l s o luc ionar co i s as t1o es t ranhas e sut i s $ o que o s

ho mens s emp r e , u s ca r am- co m d e s ca r ad o e( o s mo - 4 o i s ua p r ) p r i a v an ta( em5 c r i a r am a I ( r e j a a p a r t i r d a

ne(a*1o dos Evan(e lhos . . .

To d o s q ue p r o cu r a s s em p o r s i n a i s d e uma d i v i nd ad e i r H n i ca q ue mane j a o s co r d 2 i s p o r d e t r 3 s d o

( r and e d r ama d a e0 i s t 8nc i a n1o enco n t r a r i am p eq uena e v i d 8nc i a ne s t e e s t up end o p o n to d e i n t e r r o ( a*1o

chamad o c r i s t i a n i s mo . A human id ad e a j o e l ha % s e e 0 a tamen te p e r an te a an t t e s e d o q ue e r a a o r i ( em- o

s i(n i 4 i cado e a l e i do s Evan(e lhos s ant i 4 i ca ram no conce i to de ! I ( re ja# jus tamente o que o !po r tador da

, o a % n o v a # c o n s i d e r a v a a , a i 0 o s i - a t r 3 s d e s i s e r i a v 1 o p r o c u r a r p o r u m m e l h o r e 0 e m p l o d e i r o n i a

h i s t) r ico %mund ia l

XXXV I I

Nos sa 2poca o r(u lha% se de seu senso h i s t) r ico $ como- ent1o - se permit iu acred i ta r que a ( ro s se i ra

4 3 , ul a d o 4 a z ed o r d e m i l a( r e s e S a l va d o r c o n s ti t u em a s o r i ( e n s d o c r i s t i a ni s m o e q u e t u d o n e l e d e

esp i r i tua l e s im,) l ico sur( iu apenas po s ter io rmente' 9u i to pe lo cont r3r io - toda a h i s t) r ia do cr i s t ian i smo

d a m o r t e n a c r u z e m d i a nt e 2 a h i s t) r i a d e u m a i n c o m pr e e ns 1 o p r o ( re s si v a me n t e ( r o s se i r a d e u m

s im, o l i smo o r i ( i na l . Co m to d a a d i 4 u s 1o d o c r i s t i a n i s mo en t r e ma s s a s ma i s v a s t a s e i n cu l t a s - a t 2 mes mo

incap aze s d e co mp r eend e r o s p r i n c p i o s d o s q ua i s n a s ceu - s u r ( i u a nece s s i d ad e d e t o r n3 % l o ma i s v u l ( a r e

, 3 r , a r o a, s o r veu o s en s i namen to s e r i t ua i s d e t o d o s cu l t o s s u, te r r ;neo s d o imp e r i um Ro manum e a s

a,surd idades en(endradas po r todo t ipo de rac ioc n io doent io . E ra o des t ino do cr i s t ian i smo que sua 42 se

t o r na s s e t 1o d o en t i a - , a i 0 a e vu l ( a r q uan to a s nece s s i d ad e s d o en t i a s - , a i 0 a s e vu l ( a r e s q ue t i nha d ead min i s t r ar. O , a r , a r i s mo m) r , i d o 4 i n a l men te a s cend e ao p o d e r co m a I ( r e j a a I ( r e j a - e s t a enca r na*1o

da hos t i l idade mor ta l cont ra toda a hones t idade- toda ( randeza de a lma- toda d i s c ip l ina do esp r i to - toda

human id ad e e s p o n t;nea e , o nd o s a . Va lo r e s c r i s t 1o s v a l o r e s no , r e s $ ap ena s n) s - e s p r i t o s l i v r e s -

res ta,e lecemos a ma io r das ant teses em mat2r ia de va lo res : . . .

XXXV I I I

N1o p o s s o - ne s t e mo mento - e v i t a r um s u s p i r o . Q3 d i a s em q ue s o u v i s i t ad o p o r um s en t imen to

mais ne( ro que a ma i s ne( ra melanco l ia o desp rezo pe lo s homens . ?ue n1o haja qua lquer d6v ida so,re o

que desp rezo - so, re quem desprezo $ 2 o homem de ho je- do qua l des( ra*adamente sou contempor;neo . O

ho mem d e ho j e s eu h3 l i t o p o d r e me a s 4 i 0 i a : . . . E m r e l a *1o ao p a s s ad o - co mo t o d o s e s t ud i o s o s - t enho

mu i t a t o l e r ;nc i a - o u s e j a - um ( ene r o s o au to co n t r o l e $ co m uma me l anc) l i ca p r ecau*1o a t r a ve s s o m i l 8n i o s

i n t ei r o s d e m u n do % m an i c Hm i o - c h a me m i s so d e ! c r i st i a n is m o #- ! 4 2 c r i st 1 # o u ! I ( re j a c r i st 1 # - c o m o

d e s e j a r am t o mo o cu i d ad o d e n1o r e s p o n s a, i l i z a r a human id ad e p o r s ua d em8nc i a . 9a s um s en t imen to

i r r e 4 r e3ve l i r r o mp e no mo mento em q ue en t r o no s t emp o s mo d e r no s - no s no s s o s t emp o s . No s s a 2p o ca 2

ma i s e s c l a r ec i d a .. . O q ue e r a an t i ( amen te ap ena s d o en t i o a ( o r a s e t o r no u i nd ecen te 2 uma i nd ec8nc i a

s e r c r i s t 1o ho j e em d i a . E aq u i co me*a m inha r ep u( n;nc i a . O l ho & m inha vo l t a $ n1o r e s t a s eq ue r uma

p a la v r a d o q u e o u t r o ra s e c h a ma v a ! v e r d a de # 5 j 3 n 1 o s u p o r ta m o s m a i s q u e u m p a d re p r on u n c ie t a l

p a l a v r a . 9e s mo um ho mem co m a s ma i s mo d e s t a s p r e ten s + e s & i n t e( r i d ad e p r ec i s a s a, e r q ue um te) l o ( o -

um p ad r e - um p ap a d e ho j e n1o ap ena s s e en( ana q uand o 4 a l a - ma s na ve r d ad e men te j 3 n1o s e i s en ta

d e s ua cu l p a a t r a v2 s d a ! i no c8nc i a# o u d a ! i ( no r ;nc i a # . O p ad r e s a, e - co mo t o d o s s a, em- q ue n1o h3

qua lquer !Geus# - nem !pecado#- nem !sa l vador# que o ! l i v re a r, t r io# e a !o rdem mora l do mundo# s1o

men t i r a s $ a r e 4 l e 0 1o s 2 r i a - a p r o 4 und a au to % s up e r a*1o e s p i r i t ual imp ed em q ue q ua i s q ue r ho mens 4 i n j am

n1o s a, e r d i s s o . . . To d a s i d 2 i a s d a I ( r e j a a ( o r a e s t 1o r e co nhec i d a s p e l o q ue s 1o a s p i o r e s 4 a l s i 4 i c a *+ e s

e 0 i s t e n t e s - i n v e n t a d a s p a r a d e p r e c i a r a n a t u r e z a e t o d o s o s v a l o r e s n a t u r a i s 5 o p a d r e 2 v i s t o c o m o

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r ea l men te 2 co mo a ma i s p e r i ( o s a 4 o r ma d e p a r a s i t a - co mo a p e*o nhen ta a r anha d a c r i a *1o . . . N) s

s a, emo s- no s s a co n s c i 8nc i a a ( o r a s a, e e 0 a t amen te q ua l e r a o ve r d ad e i ro v a l o r d e t o d a s e s s a s s i n i s t r a s

i n ven*+ e s d o p ad r e e d a I ( r e j a e p a r a q ue 4 i n s s e r v i r am- co m s ua d e s va l o r i z a *1o d a human id ad e ao n ve l

d a a u t o p o l u i * 1 o - c u j o a s p e c t o i n s p i r a n 3 u s e a o s c o n c e i t o s d e ! o u t r o m u n d o # - d e ! j u z o 4 i n a l # - d e

! i m or t a li d a de d a a l m a# - d a p r ) pr i a ! a l ma # $ n 1 o p a ss a m d e i n s tr u m en t o s d e t o rt u r a- s i s te m a s d e

c r ue l d ad e a t r a v2 s d o s q ua i s o p ad r e t o r na % s e mes t r e e man t2m% s e mes t r e . . . To d o s s a, em d i s s o - ma s -mes mo a s s im- nad a mud o u . / a r a o nd e 4 o i no s s o 6 l t imo r e s q u c i o d ec8nc i a - d e au to % r e s p e i t o s e no s s o s

ho mens d e E s t ad o - no ( e r a l uma c l a s s e d e ho mens n1o co nvenc i o na i s e p r o 4 und amente an t i c r i s t 1o s em

s e u s a t o s - a ( o r a s e d e n o m i n a m c r i s t 1 o s e v 1 o & m e s a d e c o m u n h 1 o ' . . . 7 m p r n c i p e & 4 r e n t e d e s e u s

r e ( i m e n t o s - m a ( n i 4 i c e n t e e n q u a n t o e 0 p r e s s 1 o d o e ( o s m o e a r r o ( ; n c i a d e s e u p o v o e m e s m o a s s i m

decla rando - sem qua lquer ver(onha- que 2 um cr i s t1o : . . . < = > ?uem- ent1o - o cr i s t ian i smo ne(a' O que e le

chama !o mund o # ' S e r s o l d ad o - s e r j u i z - s e r p a t r i o t a 5 d e 4 end e r % s e a s i me s mo 5 ze l a r p e l a s ua ho n r a 5

d e se j a r s u a p r )p r i a v a n ta ( e m5 s e r o r (u l h os o .. . To d a p r 3t i c a t r i vi a l - t o d o i n s ti n t o- t o d a v a l or a * 1o

co nve r t i d a em a to a ( o r a 2 an t i c r i s t 1 $ q ue mo n s t r o d e 4 a l s i d ad e o ho mem mo d e r no p r ec i s a s e r p a r a s e

denominar um cr i s t1o sem enver(onhar % se :

1 – N ie tzs che re fe re ; se ao @a i se r Gu i lherme , que su i ra ao trono da / lemanha em 1 de ar i l de

1444, c inco meses ante s da reda%ão de O /nt ic r i s to " ' 6 ie tro Nas se t i (

XXXIX

B a r e i u m a p e q u e n a r e ( r e s s 1 o p a r a e 0 p l i c a r a a u t 8 n t i c a h i s t ) r i a d o c r i s t i a n i s m o . A p r ) p r i a

p a l a v r a ! c r i s t i a n i s mo # 2 um ma l % en tend id o no 4 und o s ) e 0 i s t i u um c r i s t 1o - e e l e mo r r eu na c r u z . O

!Evan(e lho# mor reu na cruz. O que- des se momento em d iante- chamou% se de !Evan(e lho# era e0atamente

o o p o s t o d o q ue e l e v i v eu $ !m3s no va s # - um G P s an( e l i um < = > . É um e r r o e l e vad o & e s t up i d ez ve r na ! 4 2# -

e p a r t i cu l a r men te na 4 2 na s a l v a *1o a t r a v2 s d e C r i s t o - o s i n a l d i s t i n t i v o d o c r i s t 1o $ ap ena s a p r 3 t i ca

c r i s t 1 - a v i d a v i v i d a p o r aq ue l e q ue mo r r eu na c r u z - 2 c r i s t 1 . . . Qo j e t a l v i d a a i nd a 2 p o s s v e l - e p a r a

ce r t o s ho mens a t2 nece s s 3 r ia $ o c r i s t i a n i smo p r im i t i v o - ( enu no - co n t i nua r 3 s end o p o s s v e l em q ua i s q ue r

2p o ca s . . . N1o 4 2 - ma s a t o s 5 a c ima d e t ud o - um ev i t a r a t o s - um mo d o d i 4 e r en te d e s e r . . . O s e s t ad o s d ec o n s c i 8 n c i a - u m a 4 2 q u a l q u e r - p o r e 0 e m p l o - a a c e i t a * 1 o d e a l ( u m a c o i s a c o m o v e r d a d e c o m o t o d o

ps ic) lo(o sa,e- o va lo r des sas co i s as 2 per 4e i tamente ind i 4erente e de qu inta o rdem se comparado ao dos

i n s t i n t o s $ e s t r i t amen te 4 a l and o - t o d o o co nce i t o d e cau s a l i d ad e i n t e l e c tua l 2 4 a l s o . Red uz i r o a t o s e r

c r i st 1 o - o e s t ad o d e c r i st i a n is m o- a u m a a c e it a * 1o d a v e r da d e - a u m m e r o 4 e n H m en o d e c o n sc i 8 n ci a -

equ iva le a 4o rmular uma ne(a*1o do cr i s t ian i smo. Ge 4a to - n1o e0 i s tem cr i s t1o s . O !cr i s t1o# aque le que

p o r d o i s m i l a n o s p a s s o u % s e p o r c r i s t 1 o 2 s i m p l e s m e n t e u m a a u t o % i l u s 1 o p s i c o l ) ( i c a . E 0 a m i n a d o d e

p e r t o - p a r ece q ue - ap e s a r d e t o d a s ua ! 4 2# - 4 o i ap ena s ( o ve r nad o p o r s eu s i n s t i n t o s e q ue i n s t i n t o s :

E m t o d a s a s 2p o ca s p o r e 0 emp l o - no ca s o d e Lu te r o ! 4 2# nunca 4 o i ma i s q ue uma cap a - um p r e te0 to-

uma co r t i na p o r d e t r 3 s d a q ua l o s i n s t i n t o s 4 a z i am s eu j o ( o uma en( enho s a ce( ue i r a & d o mina*1o d e

ce r t o s i n s t i n t o s .. . E u j 3 d eno mine i a ! 4 2# uma ha, i l i d ade e s p ec i a l men te c r i s t 1 s emp r e s e 4 a l a d e ! 4 2#

mas s e a ( e d e a co r d o co m o s i n s t i n t o s . . . No mund o d e i d 2 i a s d o c r i s t 1o n1o h3 q ua l q ue r co i s a q ue s eq ue r

t o q ue a r e a li d a de $ a o c o n tr 3 ri o - r e c on h e ce % s e u m ) d i o i n s t i n ti v o c o n tr a a r e a li d a de c o m o 4 o r * a

mo t i v ad o r a - co mo 6n i co p o d e r d e mo t i v a *1o no 4 und o d o c r i s t i a n i s mo . ?ue s e s e ( ue d i s s o ' ?ue mes mo

aq u i - i n p s Pcho l o ( i c i s - h 3 um e r r o r ad i ca l - i s t o 2 - d e te r m inan te d a e s s 8nc i a - o u s e j a - d a s u, s t ;nc i a .

Re t i r e %s e uma i d 2 i a e co l o q ue % s e uma r ea l i d ad e ( enu na em s eu l u ( a r e t o d o o c r i s t i a n i s mo r ed uz % s e a

um nad a : V i s t o ca l mamente - e s t e 4 enH meno 2 d o s ma i s e s t r anho s - uma r e l i ( i 1 o n1o ap ena s d ep end en te

d e e r ro s - m a s i n v en t i v a e e n ( en h o sa a p e na s e m c r i ar e r r os n o c iv o s - v e n e n os o s & v i d a e a o c o r a * 1 o

cons t i tu i um verdade i ro espet3cu lo para o s Geuses para aque las d iv indades que tam,2m s1o 4 i l ) so 4as - a s

q u a is e n c on t r ei - p o r e 0 e m p lo - n o s c 2 l e , r es d i 3 lo ( o s d e N a 0 os . N o m o m en t o e m q u e a r e pu ( n ;n c i a a s

d e i 0 a r e t am, 2m a n) s : D 4 i c a r 1o a ( r ad ec i d a s p e l o e s p e t3cu l o p r o p o r c i onad o p e l o s c r i s t 1o s $ t a l v e z p o r

causa des ta cur io sa e0 i, i*1o somente o miser3ve l e min6scu lo p laneta chamado Ter ra mere*a o lhar d iv ino -

uma d emo ns t r a *1o d e i n t e r e s s e d i v i no . . . / o r t an to - n1o s u, e s t imemo s o s c r i s t 1o s $ o c r i s t 1o - 4 a l s o a t 2 a

i no c8nc i a - e s t 3 mu i t o a c ima d o macaco uma t eo r i a d a s o r i ( en s , a s t an te co nhec i d a < @ > - q uand o ap l i cad a

aos cr i s t1o s - to rna% se s imp lesmente uma de l icadeza. . .

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1 – m dos mu ito s neo log i smos de N ie tzs che " 2 le comp:e e s te voc&u lo ange l ium ' cu #a o r igem vem

d o g re g o e q u e s i g n i f i c a no va- , no t c i a - ( f a ze nd o o p o s i% ão c o m o s p re f i x o s d U s ' mau , i n fe l i z – no t c i a

m&-( e eu 'om, fe l i z – oa nova-, oa not c ia- ( " ' 6 ie tro Nas se t i (

) – .e fe rEnc ia 0 teor ia de Ahar le s $arVin sore as o r igens do homem" '6 ie tro Nas se t i (

XL

O d e s t i n o d o E v a n ( e l h o 4 o i d e c i d i d o n o m o m e n t o d e s u a m o r t e 4 o i p e n d u r a d o n a ! c r u z # . . .

S o men te a mo r te - e s s a i ne s p e r ad a e ve r ( o nho s a mo r te 5 s o men te a c r u z - a q ua l ( e r a l men te e r a r e s e r vad a

ap ena s & cana l ha s o men te e s t e a s s o m, r o so p a r ad o 0 o co l o co u o s d i s c p u l o s 4 a ce a 4 a ce co m o ve r d ad e i ro

en i ( ma $ !?uem e r a e s t e ' O q ue e r a e s t e ' # O s en t imen to d e d e s a l en to - d e p r o 4 und a a 4 r o n ta e i n j 6 r i a 5 a

s u s p e i t a d e q ue t a l mo r te p o d e r i a co n s t i t u i r uma r e 4 u t a *1o d e s ua cau s a 5 a t e r r v e l q ue s t 1o !/ o r q ue

aco n teceu a s s im' # e s s e e s t ad o men ta l 2 4 a c i l men te co mp r een s ve l . A q u i t ud o p r ec i s a s e r co n s i d e r ad o

co mo nece s s 3 r i o 5 t ud o p r ec i s a t e r um s i ( n i 4 i c ad o - uma r a z1o - uma e l e vad s s ima r a z1o 5 o amo r d e um

d i s c p u l o e 0 c l u i t o d o o a ca s o . A p ena s en t1o d a 4 end a d a d 6v i d a , o ce j o u $ !?uem o ma to u ' ?uem e r a s eu

i n im i ( o na tu r a l ' # e s s a p e r ( un ta r e l u z i u co mo um r e l ;mp a( o. Re s p o s t a $ o j ud a s mo d o minan te - a c l a s s e

d i r i(ente. A par t i r des se momento revo l ta ram% se cont ra a o rdem es ta,e lec ida- come*aram a compreenderW e s u s c o m o u m i n s u r r e c t o c o n t r a a o r d e m e s t a , e l e c i d a . A t 2 e n t 1 o e s t e e l e m e n t o m i l i t a n t e - n e ( a d o r

e s t a va au s en te em s ua ima( em5 a i nd a ma i s - i s s o r ep r e s en ta va s eu p r ) p r i o o p o s t o . G ece r t o a p eq uena

comunidade n1o hav ia compreend ido o que era p rec i samente o ma i s impor tante$ o e0emplo o 4erec ido pe la

s ua mo r te - a l i , e r d ade - a s up e r i o ri d ad e s o , r e t o d o o r e s s en t imen to uma p l ena i nd i ca *1o d e q u1o p o uco

4 o i c o m p r e e n d i d o : T u d o q u e W e s u s p o d e r i a d e s e j a r a t r a v 2 s d e s u a m o r t e - e m s i m e s m a - e r a o 4 e r e c e r

pu, l icamente a ma io r p rova pos s ve l - um e0emplo de seus ens inamentos . 9as o s d i s c pu lo s es tavam mui to

l o n( e d e p e r d o a r s ua mo r te ap e s a r d e q ue 4 a z8 % l o s e r i a co n s o an te ao e van( e l ho no ma i s a l t o ( r au 5 e

t am, 2m n1o e s t a vam p r ep a r ad o s p a r a s e o 4 e r ece r em- co m d o ce e s uave t r anq i l i d ade d e co r a *1o - a uma

mo r te s im i l a r. . . 9u i t o p e l o co n t r 3 r i o- 4 o i p r ec i s amente o meno s e van( 2 l i co d o s s en t imen to s - a v i n ( an*a -

q ue o s p o s s u i u . / a r ec i a % l he s imp o s s v e l q ue a cau s a d eve s s e p e r ece r co m s ua mo r te $ ! r eco mp en s a# e

! j u l( a m en t o # t o r na r a m% s e n e c es s 3r i o s e o q u e p o d er i a s e r m e n os e v a n( 2 l ic o q u e ! r e co m p en s a #-

! p u n i * 1 o # e ! j u l ( a m e n t o # : D . 7 m a v e z m a i s a c r e n * a p o p u l a r n a v i n d a d e u m m e s s i a s a p a r e c e u e mp r ime i r o p l ano 5 a a t en*1o 4 o i d i r e c i o nad a a um mo mento h i s t ) r i co $ o ! r e i no d e G eu s # v i r 3 p a r a j u l ( a r

s eu s i n im i ( o s . . . 9a s n i s s o t ud o h3 um ma l % en tend id o ( i ( an te s co $ co nce, e r o ! r e i no d e G eu s # co mo a to

4 i na l- c o mo u m a s im p le s p ro m es sa : O E va n (e l ho h a vi a s id o- d e 4 a to - a p r )p ri a e n ca rn a *1 o- o

cump r imen to- a r ea l i z a *1o d e s se ! r e i no d e G eu s # . B o i ap ena s en t1o q ue t o d o o d e s p r e zo e a c r i d ez co n t r a

4 a r i s eu s e t e) l o ( o s co me*a r am a ap a r ece r no t i p o d o 9e s t r e - q ue co m i s s o 4 o i t r an s 4 o r mad o - e l e p r ) p r i o -

em 4 a r i s eu e t e) l o ( o: / o r o u t r o l ad o - a s e l v a ( em vene r a*1o d e s s a s a l ma s co mp l e t amen te d e s eq u i l i , r ad a s

n1o pod ia ma i s supor tar a dout r ina do Evan(e lho - ens inada po r Wesus - s o, re o s d i re i to s i (ua i s ent re todos

o s h o m e n s & 4 i l i a * 1 o d i v i n a $ s u a v i n ( a n * a c o n s i s t i u e m e l e v a r W e s u s d e m o d o e 0 t r a v a ( a n t e - d e s t a r t e

s e pa r a nd o % o d e l e s $ e 0 a ta m e nt e c o m o- e m t e m po s a n t er i o re s - o s j u d eu s - p a ra v i n (a r e m% s e d e s e u s

i n im i ( o s - s e s ep a r a r am d e s eu G eu s e o e l e va r am & s a l t u r a s . E s t e G eu s 6n i co e e s t e 4 i l h o 6n i co d e G eu s $

am,os 4o ram produto s do res sent imento . . .

XL I

E a par t i r des se momento sur( iu um pro, lema a,surdo $ !Como pHde Geus permit i % l o '# /ara o qua l

a p e r t u r , ad a l ) ( i ca d a p eq uena co mun id ad e 4 o r mu l o u uma r e s p o s t a a s s u s t ad o r amen te a, s u r d a $ G eu s d eu

s e u 4 i l h o e m s a c ri 4 ci o p a r a a r e m is s 1 o d o s p e c a d os . G e u m a s ) v e z a c a , a ra m c o m o E v a n( e l ho : O

sacr i 4 c io pe lo s pecados - e em sua 4o rma mai s o,n)0 ia e ,3r,ara $ o s acr i 4 c io do inocente pe lo pecado dos

cu l p ad o s: ?ue p a( an i s mo ap avo r an te : O p r ) p r i o We s u s ha v i a s up r im ido o co nce i t o d e ! cu l p a# - ne( ava a

e0 i s t 8nc i a d e um a, i s mo en t r e G eu s e o ho mem5 e l e v i v eu e s s a un i d ad e en t r e G eu s e o ho mem- q ue e r a

p r ec i s amen te a s ua !, o a % no va# . . . E n1o co mo um p r i v i l 2 ( i o : G e s d e en t1o o t i p o d o S a l v ad o r 4 o i s end o

co r r o mp id o - p o uco a p o uco - p e l a d o u t r i na d o j u l ( amento e d a s e( und a v i nd a - a d o u t r i na d a mo r te co mo

s ac r i 4 c i o - a d o u t r i na d a r e s s u r r e i *1o - a t r a v2 s d a q ua l t o d a a no *1o d e !, em% aven tu r an*a# - a i n t e i r a e

6n i ca r ea l i d ad e d o s E van( e l ho s 2 e s camo teada em 4 a vo r d e um e s t ad o e0 i s t enc i a l p ) s % mo r te : . .. / au l o -

co m aq ue l a i n s o l 8nc i a r a, n i ca q ue p e r me i a t o d o s s eu s a t o s - d eu um ca r 3 te r l ) ( i co a e s s a co ncep *1o

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i n d ecen te d e s t e mo d o $ ! S e C r i s t o n1o r e s s u s c i t o u d e en t r e o s mo r to s - en t 1o 2 v 1 t o d a a no s s a 4 2# E d e

s6, i to conver teu% se o Evan(e lho na ma i s desp rez ve l e i r rea l i z3ve l das p romes sas - a petu lante doutr ina da

imor ta l idade do ind iv duo . . . E /au lo a p re(ava como uma recompensa: . . .

XL I I

A ( o r a s e c o m e * a a v e r j u s t a m e n t e o q u e t e r m i n a v a c o m a m o r t e n a c r u z $ u m e s 4 o r * o n o v o e

to ta lmente o r i( ina l para 4undar um mov imento de pac i 4 i smo ,ud s t i co - e a s s im es ta,e lecer a 4e l i c idade na

Ter ra rea l - n1o meramente p romet ida. /o i s es ta 2 como j3 demons t re i a d i 4e ren*a es senc ia l ent re as

d ua s r e l i ( i + e s d a d ecad 8nc i a $ o , ud i s mo n1o p r o mete - ma s d e 4 a t o cump r e 5 o c r i s t i a n i s mo p r o mete t ud o -

mas n1o cumpre nada. A !,oa nova# 4o i s e(u ida rente ao s ca l canhares pe la !p2s s ima nova#$ a de /au lo .

/ au lo enca r na e0 a tamen te o t i p o o p o s t o ao !p o r t ad o r d a , o a no va# 5 r ep r e s en ta o ( 8n i o d o ) d i o - a v i s 1o

d o ) d i o - a i ne0 o r 3 ve l l ) ( i ca d o ) d i o . O q ue e s s e d i s an( e l i s t a < = > n1o o 4 e r eceu em s a c r i 4 c i o a o ) d i o :

A c ima d e t ud o - o S a l v ad o r$ e l e p r e( o u % o em s ua p r ) p r i a c r u z . A v i d a - o e 0 emp l o - o en s i namen to - a mo r te

d e C r i s t o - o s i ( n i 4 i c ad o e a l e i d e t o d o o E van( e l ho n ad a d i s s o r e s t o u ap ) s e s s e 4 a l s 3 r i o - co m s eu ) d i o -

t e r r ed uz i d o t ud o ao q ue l he t i v e s s e u t i l i d ad e . Ce r t amen te n1o a r ea l i d ad e - ce r t amen te n1o a ve r d ad e

h i s t ) r i ca : . . . E uma vez ma i s o i n s t i n t o s a ce r d o ta l d o j ud eu p e r p e t r o u o mes mo ( r and e c r ime co n t r a aQ i s t ) r i a s imp l e s men te e0 t i r p o u o o n tem e o an teo n tem d o c r i s t i a n i s mo e i n ven to u s ua p r ) p r i a h i s t ) r i a

d a s o r i ( en s d o c r i s t i a n i s mo . A i nd a ma i s - 4 e z d a h i s t ) r i a d e I s r ae l o u t r a 4 a l s i 4 i c a *1o - p a r a q ue a s s im s e

t o r n a s s e u m a m e r a p r 2 % h i s t ) r i a d e s e u s 4 e i t o s $ t o d o s o s p r o 4 e t a s 4 a l a v a m d e s e u ! S a l v a d o r # . . . 9 a i s

a d i a n t e a I ( r e j a 4 a l s i 4 i c o u a t 2 a h i s t ) r i a d a h u m a n i d a d e p a r a t r a n s 4 o r m 3 % l a e m u m a p r 2 % h i s t ) r i a d o

c r i s t i a n i s mo . . . A 4 i ( u r a d o S a l v ad o r - s eu s en s i namen to s - s eu e s t i l o d e v i d a - s ua mo r te - o s i ( n i 4 i c ad o d e

s ua mo r te - mes mo a s co n s eq 8nc i a s d e s ua mo r te n ad a p e r maneceu i n t o cad o - nad a p e r maneceu s eq ue r

semelhante & rea l idade. /au lo s imp lesmente des locou o cent ro de ( rav idade daque la v ida in te i ra para um

l o ca l d e t r 3 s d e s t a e 0 i s t 8nc i a n a men t i r a d o We s u s ! r e s s u s c i t ad o# . No 4 und o - a v i d a d o s a l v ad o r n1o l he

t inha qua lquer ut i l idade o que neces s i tava era de uma mor te na cruz e de a l (o ma i s . Ver qua lquer co i s a

hones ta em /au lo - cuja casa es tava no cent ro da i l u s t ra*1o es t) ica - quando conver teu uma a luc ina*1o em

uma p r o va d a r e s s u r re i *1o d o S a l v ad o r- o u mes mo a c r ed i t a r na na r r a t i v a d e q ue e l e p r ) p r i o s o 4 r eu e s s a

a l u c i na*1o i s s o s e r i a uma ( enu na n i a i s e r i e < @ > d a p a r t e d e um p s i c) l o ( o . / au l o d e s e j a va o 4 im 5 l o ( o -t a m ,2 m d e s ej a v a o s m e i os . A q ui l o q u e e l e p r )p r i o n 1 o a c r ed i t av a 4 o i p r on t a me n t e e n ( ol i d o p o r

su4 ic ientes id io tas ent re o s qua i s d i s seminou seu ens inamento . Seu desejo era o poder 5 em /au lo o padre

novamente qu i s che(ar ao poder s ) pod ia serv i r % se de conce i to s - ens inamentos e s m,o lo s que t i r an izam

as mas sas e 4o rmam re,anhos . ?ua l par te do cr i s t ian i smo 9aom2 tomou empres tada ma i s ta rde' A inven*1o

d e /a u lo - s ua t 2c n ic a p ar a e s ta , el ec e r a t i ra n ia s ac e rd ot a l e o r( a ni z ar r e, a nh os $ a c r en * a n a

imor ta l idade da a lma i s to 2 - a dout r ina do ! ju l (amento#.

1 – 6ortador da m& not c ia-

) – 6arvo ce , to l i ce "

XL I I I

?uando cent ro de ( rav idade da v ida 2 co locado - n1o ne la mesma- mas no !a l2m# no nada - ent1o

s e r e t i r o u d a v i d a o s eu cen t r o d e ( r a v i d ad e . A ( r and e men t i r a d a imo r t a l i d ad e p e s s o a l d e s t r ) i t o d a

r a z1o - t o d o i n s t i n t o na tu r a l t ud o q ue h3 no s i n s t i n t o s q ue s e j a , en2 4 i co - v i v i 4 i c an te - q ue a s s e( u r e o

4 u t u r o - a ( o r a 2 c a u s a d e d e s c o n 4 i a n * a . V i v e r d e m o d o q u e a v i d a n 1 o t e n h a s e n t i d o $ a ( o r a e s s e 2 o

! s en t i d o # d a v i d a . . . / a r a q ue o e s p r i t o p 6, l i co ' / a r a q ue s e o r ( u l ha r p e l a o r i ( em e an tep a s s ad o s ' / a r a

q ue co o p e r a r- co n 4 i a r- p r eo cup a r % s e co m o , em% e s t a r ( e r a l e s e r v i r a e l e ' . . . Ou t r a s t an ta s ! t en ta *+ e s # -

o u t r o s t an to s d e s v i o s d o !, o m caminho # . ! S o men te uma co i s a 2 nece s s 3 r i a # . . . ?ue t o d o ho mem- p o r

pos su i r uma !a lma imor ta l# - tenha tanto va lo r quanto qua lquer out ro homem5 que na to ta l idade dos seres

a ! s a l v a *1o # d e t o d o i nd i v d uo um p o s s a r e i v i nd i ca r uma imp o r t ;nc i a e te r na 5 q ue , ea to s i n s i ( n i 4 i c an te s e

desequ i l i, rados po s sam ima( inar que as l e i s da natureza s1o cons tantemente t rans( red idas em seu 4avo r

n1o h3 co mo e0 p r e s s a r d e s p r e zo s u 4 i c i en te p o r t amanha i n t en s i 4 i c a *1o d e t o d a e s p 2c i e d e e( o s mo s ad

i n 4 i n i t um- a t2 a i n s o l 8nc i a. E - co n tud o - o c r i s t i a n i s mo d eve o s eu t r i un 4 o p r ec i s amen te a e s s a d ep l o r 3 ve l

,aju la*1o de va idade pes soa l 4 o i a s s im que seduz iu ao seu l ado todos o s ma lo( rados - o s in sat i s 4e i to s - o s

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venc i d o s - t o d o o r e 4 u( o e v H m i t o d a human id ad e . A ! s a l v a *1o d a a l ma# em o u t r a s p a l a v r a s $ ! o mund o

( i r a a o m e u r e d o r # .. . A v e n e no s a d o u t r i na d o s ! d i r e i to s i ( u ai s p a ra t o d os # 4 o i p r o p a (a d a c o m o u m

p r i n c p i o c r i s t 1o $ a p a r t i r d o s r e cH nd i t o s ma i s s e c r e to s d o s mau s i n s t i n t o s o c r i s t i a n i s mo t r a vo u uma

(uer ra de mor te cont ra todos o s sent imentos de rever8nc ia e d i s t;nc ia ent re o s homens - ou se ja - cont ra o

p r ime i r o p r 2 % r eq ui s i t o d e t o d a e vo l u *1o - d e t o d o d e s envo l v imen to d a c i v i l i z a *1o d o r e s s en t imen to d a s

mas s a s 4 o r j o u s ua p r i n c i p a l a r ma co n t r a n) s - co n t r a t ud o q ue 2 no , r e - a l e ( r e - ma( n;n imo s o , r e a t e r r a -cont ra no s sa 4e l i c idade na Ter ra . . . Conceder a ! imor ta l idad e# a qua lquer /edro e /au lo 4o i a ma io r e ma i s

v i c i o s a a 4 r o n t a & h u m a n i d a d e n o , r e j 3 p e r p e t r a d a . E n 1 o s u , e s t i m e m o s a 4 u n e s t a i n 4 l u 8 n c i a q u e o

c r i s t i a n i s mo e0 e r ceu mes mo na p o l t i c a : A tua l men te n i n ( u2m ma i s p o s s u i co r a ( em p a r a o s p r i v i l 2 ( i o s -

p a ra o d i r ei t o d e d o m in a r- p a ra o s s e n t i m en t o s d e v e n er a * 1o p o r s i e s e u s i ( u a is p a r a o p a t ho s d a

d i s t ;nc i a . . . No s s a p o l t i c a e s t 3 d e, i l i t ad a p o r e s s a 4 a l t a d e co r a ( em: O s s en t imen to s a r i s t o c r 3 t i co s

4 o r am s u, te r r aneamente ca r co mid o s p e l a men t i r a d a i ( ua l d ad e d a s a l ma s 5 e s e a c r en*a no s !p r i v i l 2 ( i o s

da ma io r ia# 4az e cont inuar3 a 4 azer revo lu*+es 2 o cr i s t ian i smo- n1o duv idemos d i s so - s 1o as va lo ra*+es

c r i s t 1 s q ue co nve r t em to d a r e vo l u *1o em um ca r nava l d e s an( ue e c r ime : O c r i s t i a n i s mo 2 uma r e vo l t a d e

todas a s cr ia turas ra s te jantes cont ra tudo que 2 e levado $ o Evan(e lho dos !,a i0o s# re,a i0a . . .

XL IV

O s E van( e l hos s 1o i ne s t im3ve i s co mo ev i d 8nc i a d a co r r up *1o j 3 a r r a i ( ad a d en t r o d a co mun id ade

cr i s t1 p r imi t iva . O que /au lo - com a c n ica l )( ica de um ra, ino - po s ter io rmente l evou a ca,o era no 4undo

apenas um proces so de de(rada*1o que se in ic iou com a mor te do Sa l vador . Nenhum esmero 2 demais na

l e i t u r a d o s E van( e l ho s 5 d i 4 i cu l d ad e s s e o cu l t am p o r d e t r 3 s d e cad a p a l a v r a . E u co n 4 e s s o e s p e r o q ue

n i n( u2m me l e ve a ma l q ue p r ec i s amen te p o r e s s a r a z1o o 4 e r ecem um d e l e i t e d e p r ime i r a o r d em a um

p s i c) l o ( o co mo o o p o s t o d e t o d a co r r up *1o i n ( 8nua - co mo um r e 4 i namen to p a r e 0 ce l l ence - co mo uma

a r te d a co r r up *1o p s i co l ) ( i ca . O s E van( e l ho s - d e 4 a t o - e s t 1o & p a r t e . A , l i a em ( e r a l n 1o d eve s e r

c o m p a r a d a a e l e s . E s t a m o s e n t r e j u d e u s $ e s s a 2 a p r i m e i r a c o i s a q u e d e v e m o s t e r e m m e n t e s e n 1 o

q u i s e r mo s p e r d e r o 4 i o d o a s s un to . A ( en i a l i d ad e emp r e( ad a p a r a c r i a r a i l u s 1o d e ! s an t i d ad e# p e s s o a l

p e r manece s em p a r a l e l o s - t an to no s l i v r o s q uan to no s ho mens 5 e s s a e l e va*1o d a 4 a l s i d ad e na p a l a v r a e

nos (es to s ao n ve l de a r te i s s o tudo n1o se deve ao acaso de um ta lento ind iv idua l - de a l (uma naturezae0 cep c i o na l . O nece s s 3 r i o aq u i 2 a r a *a . To d o o j ud a s mo man i 4 e s t a % s e no c r i s t i a n i s mo co mo a a r t e d e

4 o r j a r men t i r a s s a ( r ad a s- co mo a t 2 cn i ca j ud a i ca q ue ap ) s mu i t o s s 2 cu l o s d e ap r end i zad o e t r e i namen to

s2r io che(ou & sua ma i s a l ta maes t r ia . O cr i s t1o - es sa u l t ima rat io < = > da ment i ra - 2 o j udeu ma i s uma vez

2 t r i p l i cemen te j ud eu . . . A v o n tad e s u, j a cen te d e u t i l i z a r s o men te co nce i t o s - s m, o l o s e a t i t ud e s q ue

co nv2m & p r 3 0 i s s a ce r d o ta l - o r ep 6d i o i n s t i n t i v o a q ua l q ue r o u t r a p e r s p ec t i v a e a q ua l q ue r o u t r o m2 to d o

p a r a e s t i m a r v a l o r e u t i l i d a d e i s s o n 1 o 2 s o m e n t e u m a t r a d i * 1 o - 2 u m a h e r a n * a $ a p e n a s c o m o u m a

he r an*a 2 cap az d e o p e r a r co m 4 o r *a na tu r a l . To d a a human id ad e- mes mo a s ma i o r e s men te s d a s ma i o r e s

2pocas com uma e0ce*1o que- ta l vez- ma l 4 o s se humana D - de i0ou% se en(anar . O Evan(e lho 4o i l ido como

um l i v r o d a i no c8nc i a . . . ce r t amen te nenhuma mo d e s t a i nd i ca *1o d o a l t o ( r au d e p e r c i a co m q ue o t r uq ue

4 o i 4 e i t o . É c l a r o - s e p ud 2 s s emo s d e 4 a t o ve r e s s e s ca r o l a s e s an to s 4 a l s o s - me s mo q ue ap ena s p o r um

ins tante- a 4 a r sa ser ia po s ta a 4 im e p rec i samente po rque n1o cons i(o l e r suas pa lavras sem tam,2m ver

s eu s ( e s t o s q ue a ca, e i co m e l e s . . . S imp l e s men te n1o co n s i ( o s up o r t a r a mane i r a co m q ue l e van tam o s

o l ho s . / a r a a ma i o r i a - 4 e l i zmen te - l i v r o s n1o p a s s am d e l i t e r a tu r a . ?ue n1o no s d e i 0 emo s i nd uz i r em

er r o $ e l e s d i zem !n1o j u l ( ue i s # - ma s co nd enam ao i n 4 e r no t ud o q ue 4 i ca em s eu cam inho . A o d e i 0 a r em

Geus ju l (ar - s 1o e les p r)pr io s que ju l (am5 ao ( lo r i 4 i ca rem Geus - ( l o r i 4 i cam a s i mesmos 5 ao e0 i( i rem que

todos man i 4es tem as v i r tudes para as qua i s s 1o apto s ma i s a inda- das qua i s p rec i sam para permanecer no

to p o - a s s umem o a s p ec to d e ho mens em uma l u t a p e l a v i r t ud e - d e ho mens en( a j ad o s numa ( ue r r a p a r a

q ue a v i r t ud e p r eva l e *a . !N) s v i v emo s - mo r r emos - s a c r i 4 i c amo % nos p e l o , em# ! a ve r d ad e# - ! a l u z# - ! o

r e i no d e G eu s # D $ n a r ea l i d ad e - s imp l e s men te 4 a zem o q ue n1o p o d em d e i 0 a r d e 4 a ze r . B o r *ad o s - co mo

h ip ) c r i t a s - a s e r em 4 u r t i v o s - s e e s co nd e r em no s can to s - s e e s q u i v a r em p e l a s s o m, r a s - co nve r t em s ua

neces s idade em dever $ 2 como um dever que sur(e sua v ida humi lde- e ta l humi ldade conver te% se em mais

u m a p r ov a d e d e v o* 1 o .. . A h - e s sa h u m il d e - c a s t a e m i s er i c or d i os a 4 r a ud e : ! A p r )p r i a v i r t u d e d e v e

te s t emunha r em no s s o 4 a vo r # . . . L e i am% s e o s E van( e l ho s co mo l i v r o s d e s ed u*1o mo r a l $ e s s a ( en t i nha

i n s i ( n i 4 i c an te s e a t r e l a & mo r a l co nhecem p e r 4 e i t amen te s ua s u t i l i d ad e s : A mo r a l 2 o me l ho r me io p a r a

co nd uz i r a human id ad e p e l o na r i z : A ve r d ad e 2 q ue a ma i s co n s c i en te p r e s un*1o d o s e l e i t o s d i s 4 a r *a % se

d e mo d 2 s t i a $ d e s s e mo d o co l o ca r am a s i p r ) p r i o s - a ! co mun id ad e# - o s !, o n s e j u s t o s # - d e uma vez p o r

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t o d a s - d e u m l a d o - d o l a d o d a ! v e r d a d e # e o r e s t o d a h u m a n i d a d e - ! o m u n d o # - d o o u t r o . . . N i s t o

o,servamos a esp2c ie ma i s 4 a ta l de me(a lomania que a Ter ra j 3 tes temunhou$ pequenos a,o r to s de ,eato s

e men t i r o s o s co me*am a r e i v i nd i ca r d i r e i t o s e 0 c l u s i v o s s o , r e o s co nce i t o s d e !G eu s # - ! ve r d ad e# - ! l u z# -

! e sp r it o # - ! a m or # - ! s a ,e d o ri a # - ! v i da # - c o m o s e 4 o ss e m s i n Hn i m os d e l es p r )p r i os - e a t r av 2 s d i s so

, u s ca r am e s t a, e l e ce r o l im i t e en t r e s i e o !mund o # 5 p eq ueno s s up e r j ud eu s - mad u r o s p a r a t o d o t i p o d e

man i cH mio - v i r a r am o s v a l o r e s d e ca, e*a p a r a , a i 0 o p a r a s a t i s 4 a ze r em s ua s no *+ e s - co mo s e s o men te oc r i s t 1o 4 o s s e o s i ( n i 4 i c ad o - o s a l - a med id a e t am, 2m o j u zo 4 i n a l d e t o d o o r e s t o . . . To d o e s s e d e s a s t r e

s ) 4 o i p o s s v e l p o r q ue no mund o j 3 e 0 i s t i a uma me( a l o man i a s im i l a r- d e mes ma r a *a - a s a, e r- a j ud a i ca $

u m a v e z q u e s e a , r i u o a , i s m o e n t r e j u d e u s e j u d e u s % c r i s t 1 o s - a e s t e s j 3 n 1 o h a v i a e s c o l h a s e n 1 o

emp r e( a r o s mes mo s p r o ced imento s d e au to co n s e rva*1o q ue o i n s t i n t o j ud a i co l he s a co n s e l hava - mes mo

contra o s p r)pr io s j udeus - a inda que judeus somente o s t i ves sem empre(ado cont ra n1o % judeus . O cr i s t1o

2 s imp lesmente um judeu de con4 i s s 1o ! re4o rmada#.

  1 – M l t ima razão " / rgumento dec i s ivo "

XLV

O 4 e r e*o a l ( un s e 0 emp l o s d o t i p o d e co i s a q ue e s s a ( en te i n s i ( n i 4 i c an te t i nha d en t r o d e s ua s

ca,e*as do que co locaram na ,oca do 9es t re $ a c;nd ida cren*a de !,e las a lmas#.

E tanto s quanto s vo s n1o rece,erem- nem vos ouv i rem- sa indo da l i - s acud i o p) que es t iver de,a i0o

d o s v o s s o s p 2 s - em te s t emunho co n t r a e l e s . E m ve r d ad e vo s d i ( o q ue have r 3 ma i s t o l e r ;nc i a no d i a d o

ju zo para Sodoma e omor ra - do que para o s daque la c idade# 9arcos - Y $== D . ?u1o evan(2 l ico :

!E q ua l q ue r q ue e s cand a l i z a r um d e s te s p eq uen i no s q ue c r 8em em m im- me l ho r l he 4 o r a q ue l he

puses sem ao pesco*o uma m) de ata 4ona- e que 4o s se l an*ado no mar# 9arcos - Z $M@ D . ?u1o evan(2 l ico :

!E - se o teu o lho te escanda l i za r - l an*a%o 4o ra 5 melho r 2 para t i ent ra res no re ino de Geus com um

s) o lho do que- tendo do i s o lho s - seres l an*ado no 4o(o do in 4erno - onde o seu , icho n1o mor re- e o 4o(onunca se apa(a# 9arcos - Z $M %M[ D . N1o 2 e0atamente do o lho que se t ra ta . . .

!G i z i a % l he s t am, 2m$ E m ve r d ad e vo s d i ( o q ue - d o s q ue aq u i e s t 1o - a l ( un s h3 q ue n1o p r o va r 1o a

mor te sem que vejam che(ado o re ino de Geus com poder# 9arcos Z $= D . em ment ido - l e1o : . . . < = >

! S e a l ( u2m q u i s e r v i r ap ) s m im- ne( ue % s e a s i me s mo - e t o me a s ua c r u z - e s i ( a % me . / o r q ue . . . #

Nota de um ps ic) lo(o $ a mora l c r i s t1 2 re 4utada pe lo s seus po rqu8s $ suas raz+es a cont rar iam i s s o a 4 az

cr i s t1 D 9arcos - [ $M D .

!N1o j u l ( ue i s - p a r a q ue n1o s e j a i s j u l ( ad o s . . . co m a med id a co m q ue t i v e r d e s med id o vo s h1o d e

med i r a v) s# 9ateus $= %@ D . ?ue no*1o de jus t i*a - que ju iz ! jus to# : . . .

! / o i s - s e a m a r d e s o s q u e v o s a m a m - q u e ( a l a r d 1 o t e r e i s ' N 1 o 4 a z e m o s p u , l i c a n o s t a m , 2 m o

m e sm o ' E - s e s a u d a r de s u n i c am e n te o s v o s s o s i r m 1 o s- q u e 4 a z e i s d e m a i s' N 1 o 4 a z e m o s p u ,l i c an o s

tam,2m as s im'# 9ateus $MY %M D . / r inc p io do !amor cr i s t1o#$ no 4 im das contas quer ser ,em pa(o . . .

! S e - p o r 2m- n1o p e r d o a r d e s ao s ho mens a s s ua s o 4 en s a s - t am, 2m vo s s o / a i v o s n1o p e r d o a r 3 a s

vo s sas o 4ensas# 9ateus Y $= D . 9u i to comprometedor para o a s s im chamado !pa i# .

! 9a s- , u sc a i p ri m ei r o o r e in o d e G e us - e a s ua j us t i* a - e t od a s e s t as c o is as v os s e r1 o

ac r e s cen tad a s # 9a teu s Y $ D . To d a s e s t a s co i s a s $ i s t o 2 - a l imen to - v e s t u3 r i o - t o d a s nece s s i d ad e s d a

v ida. 7m er ro - para ser eu48mico . . . 7m pouco antes es se Geus apareceu como um a l 4a ia te- pe lo menos em

cer to s caso s .

! Bo l ( a i ne s s e d i a - e 0 u l t a i 5 p o r q ue e i s q ue 2 ( r and e o v o s s o ( a l a r d 1o no c2u - p o i s a s s im 4 a z i am o s

seus pa i s ao s p ro 4etas# Lucas Y $@ D . Cana lha indecente: W3 se compara ao s p ro 4etas . . .

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!N1o sa,e i s v) s que so i s o temp lo de Geus e que o E sp r i to de Geus ha, i t a em v)s ' Se a l (u2m v i o l a r

o t e m p l o d e G e u s - G e u s o d e s t r u i r 3 5 p o r q u e o t e m p l o d e G e u s - q u e s o i s v ) s - 2 s a n t o # I / a u l o a o s

co r nt io s - $=Y %= D . /ara co i sas a s s im n1o h3 desp rezo su 4 ic iente. . .

!N1o s a, e i s v ) s q ue o s s an to s h1o d e j u l ( a r o mund o ' O r a - s e o mund o d eve s e r j u l ( ad o p o r v ) s -

s o i s p o r ven tu r a i nd i ( no s d e j u l ( a r a s co i s a s m n ima s ' # I / au l o ao s co r n t i o s - Y $ @ D . I n 4 e l i zmen te - n1o 2a p e na s o d i s cu r s o d e u m l u n 3t i c o. . . E s s e e s p an t o so i m p os t o r a s s i m p r o ss e ( ue $ ! N 1 o s a , e i s v ) s q u e

havemos de ju l (ar o s anjo s ' ?uanto ma i s a s co i s as per tencentes a es ta v ida '# . . .

!/ o r ven tu r a n1o t o r no u G eu s l o uca a s a, ed o r i a d e s t e mund o ' V i s t o co mo na s a, ed o r i a d e G eu s o

m u n do n 1 o c o n h e c eu a G e u s p e l a s u a s a , e do r i a- a p r ou v e a G e u s s a l v ar o s c r e nt e s p e l a l o u cu r a d a

p r e( a*1o . . . N1o s 1o mu i t o s o s s 3, i o s s e ( und o a ca r ne - nem mu i t o s o s p o d e r o s o s - nem mu i t o s o s no , r e s

q u e s 1 o c h a ma d o s. 9 a s G e u s e s c ol h e u a s c o i sa s l o u ca s d e s te m u n do p a r a c o n 4 u nd i r a s s 3 , ia s 5 e G e u s

e s c o l h e u a s c o i s a s 4 r a c a s d e s t e m u n d o p a r a c o n 4 u n d i r a s 4 o r t e s 5 e G e u s e s c o l h e u a s c o i s a s v i s d e s t e

mundo- e a s desp rez ve i s - e a s que nada s1o - para an iqu i l a r a s que s1o 5 para que nenhuma carne se ( lo r ie

p e r an te e l e# I / au l o ao s co r n t i o s - = $ @ U e ad i an te < @ > D . / a r a co mp r eend e r e s t a p a s s a ( em- um e0 emp l o

d e p r ime i r a l i nha d a p s i co l o ( i a d a mo r a l d e chand a l a - d eve % s e l e r a p r ime i r a p a r t e d e m inha !enea l o (i a

d a 9 o r a l #$ n e l a- p e l a p r i m ei r a v e z - 4 o i e v i d e nc i a d o o a n t a( o n is m o e n t r e a m o ra l n o , re e a m o r al d ec h a nd a l a- n a s ci d a d o r e s se n t i me n t o e d a v i n (a n * a i m p o t e nt e . / au l o 4 o i o m a i or d o s a p ) s t ol o s d a

v in(an*a. . .

1 – 6 a r& f r a s e d e $ e m8 t r i o " We m ru g id o , l e ão X - , a to +, c e na d e S o nh o d e u ma No i te d e +e rão - ,

 por i l l i am S haDespeare " O leão , o v i amente , 8 o s mo lo c r i s t ão pa ra Ha r co s " '<" J " HencDe n(

) – )P , )1 , )Q , )? , )4 , )I "

XLVI

?ue se in 4ere d i s so ' ?ue conv2m ves t i r l uvas antes de l e r o Novo Tes tamento . A p resen*a de tanta

s u j e i r a 4 a z d i s s o a l ( o mu i t o a co n s e l h3ve l . T 1o p o uco e s co l he r amo s co mo co mp anhe i r o s o s !p r ime i r o sc r i s t 1o s # q uan to o s j ud eu s p o l o ne s e s $ n1o q ue t enhamo s a nece s s i d ad e d e l he s 4 a ze r o , j e*+ e s . . . A m, o s

che i ram mal . Em v1o p rocure i no Novo Tes tamento po r um 6n ico t ra*o de s impat ia 5 ne le n1o h3 nada que

s e j a l i v r e - , o nd o s o - s i n ce ro o u l e a l . Ne l e a human id ad e nem mes mo d 3 s eu p r ime i r o p a s s o a s cend en te o

i n s t i n t o d e l imp eza e s t 3 au s en te . .. A p ena s mau s i n s t i n t o s e s t 1o p r e s en te s - e t a i s i n s t i n t o s nem ao meno s

s 1o d o tad o s d e co r a ( em. Ne l e t ud o 2 co va r d i a 5 t ud o 2 um 4 echa r o s o l ho s - um au to % en( ano . A p ) s l e r o

No vo Te s t amen to q ua l q ue r o u t r o l i v r o p a r ece l imp o $ p o r e 0 emp l o - imed i a t amente ap ) s / au lo - l i c o m

a r r e, a tamen to o ma i s encan tad o r e i n s o l en te zo m, e te i r o - / e t r H n i o - d o q ua l p o d e r % s e % i a d i ze r o mes mo

q ue G o men i co o ccacc i o e s c r eveu s o , r e C2 s a r ) r ( i a ao G uq ue d e / a r ma $ !2 t u t t o 4 e s t o # imo r t a l men te

saud3ve l - imor ta lmente a le( re e s 1o . . . E s tes s antar r+es miser3ve i s e r ram no es senc ia l . A tacam- mas tudo

q ue a t a cam to r na % s e d i s t i n t o . ?uem 2 a t a cad o p o r um !p r ime i r o c r i s t 1o # ce r t amen te n1o 2 d ene( r i d o . . .

/ e l o c o n t r 3 r i o - 2 u m a h o n r a p o s s u i r u m ! p r i m e i r o c r i s t 1 o # c o m o o p o n e n t e . N 1 o s e p o d e l e r o N o v o

Te s t amen to s em ad q u i r i r uma p r ed i l e *1o p o r t ud o q ue ne l e 2 ma l t a t r ad o p a r a n1o 4 a l a r d a ! s a, ed o r i a

des te mundo#- que um inso lente 4an4ar r1o tenta reduz i r a nada com a ! loucura da p re(a*1o#. . . 9esmo o s

escr i,as e 4 a r i seus s 1o ,ene4 ic iados po r ta l opos i*1o $ cer tamente dev iam ter a l (um va lo r para merecerem

s e r o d i ad o s d e mane i r a t 1o i nd ecen te . Q i p o c r i s i a co mo s e e s s a 4 o s s e uma a cu s a*1o q ue o s !p r ime i r o s

c r i s t 1o s # o u s a s s em 4 a ze r : A 4 i n a l - e l e s e r am o s p r i v i l e ( i ad o s - e i s s o e r a s u 4 i c i en te $ o ) d i o d o s chand a l a

n1o p rec i sa de qua lquer out ro p rete0 to . O !pr imei ro cr i s t1o# e tam,2m- rece io - o !6 l t imo cr i s t1o#- que

eu ta l vez v iva tempo su4 ic iente para ver 2 um re,e lde po r p ro 4undo ins t in to cont ra tudo que 2 p r iv i l 2( io

v i v e e ( ue r r e i a s emp r e p e l a ! i ( ua l d ad e d e d i r e i t o s # . . . E s t r i t amen te 4 a l and o - e l e n1o t em e s co l ha .

?uand o a l ( u2m p r e tend e r ep r e s en ta r- e l e p r ) p r i o - ! i ( ua l d ad e d e d i r e i t o s # .. . E s t r i t amen te 4 a l and o - e l e

n1o t em e s co l ha . ?uand o a l ( u2m p r e tend e r ep r e s en ta r- e l e p r ) p r i o- o !e l e i t o d e G eu s # o u ! temp l o d e

Geus# - ou ! ju iz do s anjo s# - ent1o qua lquer out ro cr i t2 r io de e le i*1o - quer se ja ,aseado na hones t idade-

no i n t e l e c to - na v i r i l i d ad e e no o r ( u l ho - o u na , e l e za e l i , e r d ad e d e co r a *1o - t o r na % s e s imp l e s men te

!mund ano # o ma l em s i . . . 9o r a l $ t o d a p a l a v r a p r o nunc i ad a p o r um !p r ime i r o c r i s t 1o # 2 uma men t i r a -

t o d o s s eu s a t o s s 1o i n s t i n t i v amen te d e s o ne s t o s t o d o s s eu s v a l o r e s - t o d o s s eu s 4 i n s s 1o no c i v o s - ma s

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t o d o s q ue o d e i a - t ud o q ue o d e i a - t em va l o r v e r d ad e i r o. . . O c r i s t 1o - e p a r t i cu l a r men te o p ad r e c r i s t 1o - 2

um cr i t2r io de va lo res .

/ re c i so a c r es c e nt a r q u e- e m t o do o N o v o Te s t am e n to - n 1 o a p a r e c e s e n 1 o u m a 6 n i c a 4 i ( u r a

mer eced o ra d e ho n r a $ / i l a to s - o ( o ve r nad or r o mano . L eva r a s s un to s j ud a i co s a s 2 r i o e l e e s t a va mu i t o

ac ima d i s s o . 7 m j ud eu a ma i s o u a meno s q ue i s s o imp o r t a '. . . A no , r e i r o n i a d o r o mano an te o q ua l ap a l a v r a ! ve r d ad e# 4 o i c i n i camen te a, u s ad a en r i q ueceu o No vo Te s t amen to co m a 6n i ca p a s s a ( em q ue t em

qua lquer va lo r que 2 sua cr t i ca e sua des t ru i*1o $ !?ue 2 a verdade'# . . .

XLVI I

O q u e n o s d i s t i n ( u e n 1 o 2 n o s s a i n c a p a c i d a d e d e e n c o n t r a r G e u s - n e m n a h i s t ) r i a - n e m n a

natureza- nem por det r3s da natureza mas que cons ideramos tudo que 4o i honrado como sendo Geus - n1o

co mo a l ( o !d i v i no # - ma s l a s t im3ve l - a, s u r d o - no c i v o 5 n1o co mo um s imp l e s e r r o - ma s co mo um c r ime

c o n tr a a v i d a. . . N e ( a m os q u e e s s e G e u s s e j a G e u s .. . E s e a l ( u 2 m n o s m o s tr a ss e e s se G e u s c r i s t1 o -

4 i ca r amos a inda menos inc l inamos a crer ne le . Numa 4) rmula $ Geus - qua lem /au lus creav i t - Ge i ne(at io .

< = > 7ma re l i ( i1o como o cr i s t ian i smo- que n1o pos su i um 6n ico ponto de contato com a rea l idade- que see s 4 a ce l a no mo mento em q ue a r ea l i d ad e imp + e s eu s d i r e i t o s - i nev i t a ve l men te s e r 3 a i n im i ( a mo r t a l d a

! s a, ed o ri a d e s t e mund o # - o u s e j a - d a c i 8nc i a no mea r 3 , o m tud o q ue s e r ve p a r a envenena r- ca l un i a r e

d ep r ec i a r t o d a d i s c i p l i n a i n t e l e c tua l - t o d a l u c i d ez e r e t i d 1o em mat2 r i a d e co n s c i 8nc i a i n t e l e c tua l - t o d a

4 r i e za no , r e e l i , e r d ad e d e e s p r i t o. A ! 4 2# - co mo um imp e r a t i v o - v e t a a c i 8nc i a i n p r a 0 i < @ > - men t i r a

todo cus to . . . /au lo compreendeu mui to ,em que a ment i ra que a ! 42# e ra neces s3r ia 5 e po s ter io rmente

a I ( r e j a co mp r eend eu / au l o . O G eu s q ue / au l o i n ven to u - um G eu s q ue ! r ed uz ao a, s u r d o # a ! s a, ed o ri a

d e s te mund o # e s p ec i a l men te a s d ua s ( r and e s i n im i ( a s d a s up e r s t i *1o - a 4 i l o l o ( i a e a med i c i na D - 2 em

v e r da d e u m a i n d ic a * 1 o d a 4 i r me d e t er m i na * 1 o d e / au l o p a r a r e a l i z a r i s t o $ d a r o n o m e d e G e u s & s u a

p r ) p r i a v o n tad e - t ho r a < > i s s o 2 e s s enc i a l men te j ud a i co . / au l o q ue r d e s va l o r i z a r a ! s a, ed o r i a d e s t e

mund o # $ s eu s i n im i ( o s s 1o o s , o n s 4 i l ) l o ( o s e m2d i co s d a e s co l a a l e 0 and r i na a ( ue r r a 2 4 e i t a co n t r a

e l e s . G e 4 a t o - nenhum ho mem p o d e s e r 4 i l ) l o ( o e m2d i co s em ao mes mo t emp o s e r an t i c r i s t o . O 4 i l ) l o ( o

v8 p o r d e t r 3 s d o s ! l i v r o s s a ( r ado s # - o m2d i co v8 p o r d e t r 3 s d a d e( ene r a*1o 4 i s i o l ) ( i ca d o c r i s t 1o t p i co .O m2d ico d iz ! incur3ve l# 5 o 4 i l ) l o(o d iz ! 4 raude#. . .

1 – $eus , ta l como 6au lo o c r iou , 8 a nega%ão de $eus "

) – Na p r&t ica "

* – Je i "

XLVI I I

S e r 3 q u e a l ( u 2 m j 3 c o m p r e e n d e u c l a r a m e n t e a c 2 l e , r e h i s t ) r i a q u e s e e n c o n t r a n o i n c i o d a

, l ia a do pavo r mor ta l de Geus ante a c i8nc ia ' N in(u2m- de 4a to - a compreendeu. E s te l i v ro de padres

p a r e 0 ce l l ence - co me*a co mo co nv2m- co m a ( r and e d i 4 i cu l d ad e i n t e r i o r d o p ad r e $ e l e en 4 r en ta um 6n i co

( rande per i(o - e r(o - !Geus# en4 renta um 6n ico ( rande per i(o .

O ve l ho G eu s - t o d o !e s p r i t o # - t o d o ( r 1o % p ad r e - t o d o p e r 4 e i *1o - p a s s e i a p e l o s eu j a r d im$ e s t 3

ented iado e tentando matar tempo. Contra o en4ado at2 o s Geuses l u tam em v1o < = > . O que e le 4 az' C r ia o

ho mem o ho mem 2 d i ve r t i d o . . . 9a s en t1o p e r ce, e q ue o ho mem tam, 2m e s t 3 en ted i ad o . A p i ed ad e d e

G eu s p a r a a 6n i ca 4 o r ma d a a 4 l i * 1o p r e s en te em t o d o s o s p a r a s o s d e s co nhece l im i t e s $ en t 1o em s e( u i d a

c r i o u o u t r o s an ima i s . / r ime i r o e r r o d e G eu s $ p a r a o ho mem e s s e s an ima i s n1o r ep r e s en ta vam d i ve r s 1o

e l e , u s cava d o min3 % l o s 5 n 1o q ue r i a s e r um !an ima l # . E n t 1o G eu s c r i o u a mu l he r . Co m i s s o e r r ad i co u

en4ado e mui tas out ras co i s as tam,2m: A mulher 4o i o se(undo er ro de Geus . !A mulher - po r natureza-

2 uma s e r p en te $ E va# t o d o p ad r e s a, e d i s s o 5 !d a mu l he r vem to d o o ma l d o mund o # t o d o p ad r e s a, e

d i ss o t a m , 2 m . L o ( o - i ( u a l me n t e c a , e a e l a a c u l pa p e l a c i 8 n c ia . . . B o i d e v i d o & m u l he r q u e o h o m em

p r o vo u d a 3 r vo r e d o co nhec imen to . ?ue s u ced eu ' O ve l ho G eu s 4 o i a co met i d o p o r um p avo r mo r t a l . O

pr)pr io homem hav ia s ido seu ma io r e r ro 5 cr iou para s i um r iva l 5 a c i8nc ia to rna o s homens d iv ino s tudo

se a r ru na para padres e deuses quando o homem to rna% se c ient 4 i co : 9ora l $ a c i8nc ia 2 p ro i, ida per se 5

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s o m e n t e e l a 2 p r o i , i d a . A c i 8 n c i a 2 o p r i m e i r o d o s p e c a d o s - o ( e r m e d e t o d o s o s p e c a d o s - o p e c a d o

o r i ( i na l . To d a a mo r a l 2 ap ena s i s t o $ !Tu n1o co nhece r 3 s # o r e s t o d ed uz % s e d i s s o . O p avo r d e G eu s -

en t r e t an to - n1o o imp ed iu d e s e r a s t u to . Co mo s e p r o te( e r co n t r a a c i 8nc i a ' / o r l o n( o t emp o e s s e 4 o i o

p ro, lema cap i ta l . Respos ta $ e0pu l sando o homem do para so : A 4e l i c idade e a oc io s idade evocam o pensar

e t o d o s p en s amen to s s 1o mau s p en s amen to s : O ho mem n1o d eve p en s a r . E n t 1o o !p ad r e# i n ven ta a

an( 6 s t i a - a mo r te - o s p e r i ( o s mo r t a i s d o p a r t o - t o d a a e s p 2c i e d e m i s 2 r i a s - a d ec r ep i t ud e e - a c ima d et u d o- a e n 4 er m i da d e n a d a s e n 1 o a r m a s p a r a a l i me n t ar a ( u e rr a c o n tr a a c i 8 nc i a : O s p r o ,l e m as n 1 o

p e r m i t e m q u e o h o m e m p e n s e . . . A p e s a r d i s s o q u e t e r r v e l : o e d i 4 c i o d o c o n h e c i m e n t o c o m e * a a

e levar % se - invad indo o s c2us - o,scurecendo o s Geuses que 4azer ' O ve lho Geus inventa a (uer ra 5 separa

os povos 5 4 az com que se des t ruam uns ao s out ro s o s padres sempre neces s i ta ram de (uer ras . . . D . uer ra

en t r e o u t r a s co i s a s - um ( r and e e s t o r vo & c i 8nc i a : I n a c r ed i t 3 ve l : O co nhec imen to - a emanc i p a*1o d o

d o mn i o s a ce r d o ta l p r o s p e r am ap e s a r d a ( ue r r a : E n t 1o o ve l ho G eu s che( a & s ua r e s o l u *1o 4 i n a l $ !O

homem to rnou% se c ient 4 i co n1o e0 i s te out ra so lu*1o $ e le p rec i sa ser a 4o(ado#. . .

1 – 6ar&frase de S ch i l le r , Aontra a e s tup idez at8 o s $euse s lu tam em vão-" '<" J " HencDen(

XL IX

B u i co mp r eend id o . No i n c i o d a , l i a e s t 3 t o d a a p s i co l o ( ia d o p ad r e . O p ad r e co nhece ap ena s

u m ( r an d e p e r i( o $ a c i 8n c ia o c on c ei t o s a di o d e c a us a e e 4 ei t o. 9 a s a c i 8n c ia a pe n as 4 lo r es c e

t o t al m e nt e s o , c o n d i * +e s 4 a v or 3 ve i s u m h o m em p r e ci s a d e t e m po - p r ec i s a p o ss u i r u m i n t e le c t o

t r an s , o rd an te p a r a p o d e r ! co nhece r # .. . ! Lo ( o - 2 p r ec i s o t o r na r o ho mem i n 4 e l i z # e s s a 4 o i - em t o d a s a s

2p o ca s - a l ) ( i ca d o p ad r e . É 4 3 c i l v e r o q ue - a p a r t i r d e s s a l ) ( i ca - s u r ( i u no mund o $ o !p ecad o # .. . O

conce i to de cu lpa e pun i*1o - toda a !o rdem mora l do mundo# 4o ram d i rec ionados cont ra a c i8nc ia cont ra

a emanc i p a*1o d o ho mem d o j u ( o s a ce r d o ta l . . . O ho mem n1o d eve o l ha r p a r a s eu e0 te r i o r 5 d eve o l ha r

apenas para o in ter io r . N1o deve o lhar a s co i s as com acu idade e p rud8nc ia - n1o deve aprender so,re e la s 5

n 1 o d e v e o l h a r p a r a n a d a 5 d e v e a p e n a s s o 4 r e r . . . E s o 4 r e r t a n t o q u e s e m p r e e s t e j a p r e c i s a n d o d e u m

p a d re . B o r a o s m 2 d i c o s: O n e c es s 3r i o 2 u m S a l v a d or. O c o n c ei t o d e c u l pa e p u n i* 1 o - i n c l ui n d o a s

d o u t r i na s d a ! ( r a *a# - d a ! s a l v a *1o# - d o !p e r d 1o# men t i r a s s em q ua l q ue r r ea l i d ad e p s i co l ) ( i ca 4 o r aminven tad a s p a r a d e s t r u i r o s en s o d e cau s a l i d ad e d o ho mem$ s 1o um a taq ue co n t r a o co nce i t o d e cau s a e

e 4 e i t o : E n1o um a taq ue co m p unho - co m 4 a ca - co m ho ne s t i d ad e no amo r e no ) d i o : L o n( e d i s s o - 4 o i

i n s p i r ado p e l o ma i s co va r d e - ma i s v e l haco - ma i s i ( n) , i l d o s i n s t i n t o s : 7 m a taq ue d e p ad r e s : 7 m a taq ue

d e p a r a s i t a s : O v amp i r i s mo d e s an( ue s s u( a s p 3 l i d a s e s u, te r r ;nea s : . . . ?uand o a s co n s eq 8nc i as na tu r a i s

d e u m a t o j 3 n 1 o s 1 o m a i s ! n a t u r a i s # - m a s v i s t a s c o m o o , r a s d e 4 a n t a s m a s d a s u p e r s t i * 1 o ! G e u s # -

!esp r i to s# - !a lmas# - como conseq8nc ias !mora i s# - recompensas - pun i*+es - s ina i s - l i *+es - ent1o to rna%

s e e s t 2 r i l t o d o o s o l o p a r a o c o n h e c i m e n t o e c o m i s s o p e r p e t r o u % s e o m a i o r d o s c r i m e s c o n t r a a

h u m an i d ad e . R e pi t o q u e o p e c ad o - e s sa a u t op r o4 a n a* 1 o p a r e 0 c el l e nc e - 4 o i i n v en t a do p a ra t o r na r

imp o s s v el a o ho mem a c i 8nc i a - a cu l t u r a - t o d a a e l e va*1o e t o d o o eno , r ec imento 5 o p ad r e r e i na ( r a *a s

& inven*1o do pecado .

L

N1o p o s s o - aq u i - p r e s c i nd i r d e uma p s i co l o ( ia d a ! 4 2# - d o ! c r en te# - em p r o ve i t o- co mo 2 j u s t o -

dos p r)pr io s !crentes# . Se ho je h3 a l (uns que a inda n1o sa,em qu1o indecente 2 ser !crente# ou quanto

i s s o i nd i ca d ecad 8nc i a - 4 a l t a d e vo n tad e d e v i v e r - amanh1 e l e s o s a, e r 1o . 9 i nha vo z a l can*a a t2 o s

s u r d o s . / a r ece % me q ue en t r e c r i s t 1o s - s e n1o co mp r eend i ma l - p r e va l e ce uma e s p 2c i e d e c r i t 2 r i o d a

v e r da d e c h a ma d o ! p ro v a d e 4 o r* a # . A 4 2 , e a ti 4 i ca $ l o (o - 2 v e r da d e ir a # . / od e r ia % se o , je t a r q u e a

, e a ti t u de n 1 o 2 d e m on s t ra d a - m a s a p e na s p r o me t i da $ s u st e n ta % s e n a ! 4 2 # e n q u a n to c o n di * 1 o s e r 3

, ea t i 4 i c ad o p o r q ue c r 8 . . . 9a s e aq u i l o q ue o p ad r e p r o mete ao c r en te - aq ue l e ! a l 2m# t r an s cend en ta l

co mo i s s o p o d e s e r d emo ns t r ad o ' A !p r o va d e 4 o r *a# - no 4 und o - n1o p a s s a d a c r en*a d e q ue o s e 4 e i t o s

p r o met i d os p e l a 4 2 s e r ea l i z a r 1o . Numa 4 ) r mu l a $ !C r e i o q ue a 4 2 , ea t i 4 i c a l o ( o - e l a 2 ve r d ad e i ra# . . .

9as n1o podemos i r a l2m d i s so . E s se ! lo(o# j 3 2 o p r)pr io a,surdum t rans 4o rmado em cr i t2r io da verdade.

C o n t u d o - p o r c o r t e s i a - a d m i t a m o s q u e a , e a t i 4 i c a * 1 o a t r a v 2 s d a 4 2 t e n h a s i d o d e m o n s t r a d a n 1 o

meramente desejada- n1o meramente p romet ida pe la suspe i ta ,oca de um padreD $ mesmo as s im- poder ia a

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, e a t i t u d e d i t o e m 4 o r m a t 2 c n i c a - o p r a z e r s e r u m a p r o v a d a v e r d a d e ' G i s t a t a n t o d e s 8 % l o q u e a

i n 4 l u8nc i a d a s s en s a *+ e s d e p r a ze r s o , r e a r e s p o s t a & q ue s t 1o !?ue 2 a ve r d ad e ' # p r a t i camen te co n s t i t u i

uma o , j e*1o & ve r d ad e - o u - em t o d o ca s o - 2 s u 4 i c i en te p a r a t o r n3 % l a a l t amen te s u s p e i t a . A p r o va d o

!p r a ze r # p r o va o !p r a ze r # n ad a ma i s 5 p o r q ue s e d eve r i a ad mi t i r q ue j u zo s v e r d ad e i r o s ( e r am ma i s

p r az e r q u e o s 4 a ls o s e q u e - e m c o n 4o r m id a d e a a l ( um a h a r mo n i a p r e es t a ,e l e ci d a - n e c es s ar i a me n t e

t rar iam cons i(o sensa*+es de p razer ' A e0per i8nc ia de todas a s mentes p ro 4undas e d i s c ip l inadas ens inao co n t r 3 r i o . O ho mem teve d e l u t a r , r a vamen te p o r cad a m i ( a l ha d a ve r d ad e 5 t e ve d e s a c r i 4 i c a r q ua s e

tudo aqu i l o em que se a(ar ra o co ra*1o humano- o amor humano- a con4 ian*a humana na v ida . /ara i s so 2

nece s s 3 r i o p o s su i r ( r and eza d e a l ma $ o s e r v i *o d a ve r d ad e 2 o ma i s d u r o d o s s e r v i *o s . O q ue s i ( n i 4 i c a -

e n t 1o - a i n t e (r i d ad e i n t el e c tu a l ' S i (n i 4 ic a s e r s e v er o c o m s e u p r )p r io c o r a* 1 o - d e sp r e za r o s ! , e lo s

s en t imen to s# e 4 a ze r d e cad a S im e d e cad a N1o uma q ue s t 1o d e co n s c i 8nc i a : A 4 2 , ea t i 4 i c a $ l o ( o - e l a

mente. . .

L I

?ue em ce r t a s c i r cun s t ;nc i a s a 4 2 p r o mo ve a , em% aven tu r an*a - q ue a , em% aven tu r an*a n1o 4 a z d e

uma i d ee 4 i 0 e < = > uma i d 2 i a ve r d ad e i r a - q ue a 4 2 na r ea l i d ad e n1o mo ve mo n tanha s - ma s a s co n s t r ) i o nd ean te s n1o e0 i s t i am$ t ud o i s s o 4 i c a , a s t an te e v i d en te ap ) s uma , r eve v i s i t a a um ho s p c i o . 9a s n1o - 2

c l a r o - p a r a um p ad r e $ p o i s s eu s i n s t i n t o s o i nd uzem a d i ze r q ue a d o en*a n1o 2 d o en*a e q ue ho s p c i o s

n1o s 1o ho s p c i o s . O c r i s t i a n i s mo nece s s i t a d a d o en*a - a s s im co mo o e s p r i t o ( r e( o nece s s i t a va d e uma

sa6de supera,undante o verdade i ro o, jet ivo de todo o s i s tema de sa l va*1o da I ( re ja 2 to rnar a s pes soas

en 4 e r ma s . E a p r ) p r i a I ( r e j a n 1o co n s i d e r a e l a um man i cH m io ca t) l i co co mo o i d ea l 6 l t imo ' To d a a

Te r r a - um man i cH m io ' O t i p o d e ho mem r e l i ( i o s o q ue a I ( r e j a d e s e j a 2 o t p i co d ecad en te 5 a 2p o ca em

q ue uma c r i s e r e l i ( i o s a s e ap o d e r a d e um p o vo 2 s emp r e ma r cad a p o r ep i d emia s d e d e s o r d em ne r vo s a 5 o

! m un d o i n te ri o r# d e u m h o me m r el i (i o so a ss em e lh a %s e t a nt o a o ! m un do i n te r io r # d e u m h o me m

s o ,r e e 0c i t a do e e 0 a us t o q u e 2 d i 4 c i l d i s t i n (u i r e n t r e o s d o i s5 o s e s t ad o s m a i s ! e le v a do s # - q u e o

c r i st i a n is m o c o l oc o u s o , re a h u m an i d ad e c o m o v a l o r e s s u p r e mo s - s 1 o 4 o rm a s e p i le p t )i d e s a I ( r ej a

concedeu nomes sa( rados apenas para l un3t ico s ou ( randes impos to res in majo rem Ge i honorem <@ > . . . 7ma

vez me a ven tu r e i a co n s i d e r a r t o d o o s i s t ema c r i s t 1o d e t r a i n i n ( em p en i t 8nc i a e s a l v a *1o a t ua l men teme l ho r e s t ud ad o na I n ( l a t e r r a D co mo um m2to d o p a r a p r o d uz i r uma 4 o l i e c i r cu l a i r e < > s o , r e um s o l o j 3

p re pa r ad o- o u s ej a - u m s ol o a ,s ol u ta m en t e i n sa lu , re . N e m t od o s p o de m s e r c r is t1 o s$ n 1 o s e 2

! co nve r t i d o # ao c r i s t i a n i s mo a n te s 2 nece s s 3 r i o e s t a r s u 4 i c i en temen te d o en te . . . N) s o u t r o s - n) s q ue

temo s co r a ( em p a r a a s a6d e e p a r a o d e s p r e zo t emo s o d i r e i t o d e d e s p r e za r uma r e l i ( i 1 o q ue p r e( a a

incompreens1o do co rpo : ?ue se recusa a d i spensar a super s t i*1o da a lma: ?ue da in su4 ic i8nc ia a l imentar

4 a z ! v i r t ud e# : ?ue co m, a te a s a6d e co mo a l ( uma e s p 2c i e d e i n im i ( o - d e d emH n io - d e t en ta *1o : ?ue s e

c o n v e n c e u d e q u e 2 p o s s v e l t r a z e r u m a ! a l m a p e r 4 e i t a # e m u m c o r p o c a d a v 2 r i c o - e q u e - p a r a i s s o -

i n v en t o u u m n o v o c o n c e i t o d e ! p e r4 e i *1 o # - u m e s t ad o e 0 i st e n c ia l p 3 l id o - d o e n t i o- 4 a n 3t i c o a t 2 a

e s t up i d ez - a chamad a ! s an t i d ade# uma s an t i d ad e q ue n1o p a s s a d e uma s 2 r i e d e s i n t o mas d e um co r p o

e m p o, r e ci d o- e n e rv a d o e i n c u ra v e lm e n te c o r ro m p id o :. . . O m o v im e n t o c r i st 1 o - e n q ua n t o m o v im e n t o

E u r o p eu - d e s d e o co me*o n1o 4 o i ma i s q ue uma s u, l e va*1o d e t o d a e s p 2c i e d e e l emen to s d e s t e r r ad o s e

re4u(ados que a(o ra - so, a m3scara d o cr i s t ian i smo- a sp i ram ao poder D . N1o representa a de (enera*1o

d e uma r a *a 5 r ep r e s en ta - p e l o co n t r 3 r i o - uma co n( l o mer a*1o d e p r o d u tos d a d ecad 8nc i a v i nd o s d e t o d a s

a s d i r e* + e s- a m o nt o a nd o % se e , u s ca n d o% s e r e c ip r oc a m en t e . N 1 o 4 o i- c o m o s e p e ns a - a c o r ru p * 1 o d a

Ant i( idade- da Ant i( idade no,re- que to rnou o cr i s t ian i smo pos s ve l 5 nunca ser3 po s s ve l com,ater com

v i o l 8 n c i a s u 4 i c i e n t e a i m , e c i l i d a d e e r u d i t a q u e a t u a l m e n t e s u s t 2 m t a l t e o r i a . ? u a n d o a s e n 4 e r m a s e

p o d r e s c l a s s e s chand a l a d e t o d o o imp e r i um 4 o r am c r i s t i a n i zada s - o t i p o o p o s t o - a no , r eza - a l can*o u s eu

e s t 3 ( i o d e d e s envo l v imen to ma i s , e l o e amad u r ec i do . A ma i o r i a s u, i u ao p o d e r 5 a d emo c r ac i a - co m s eu s

i n s t i n t o s c r i s t 1o s - t r i un 4 o u. . . O c r i s t i a n i s mo n1o e r a !nac i o na l # - n1o e s t a va , a s ead o em r a *a ap e l o u a

t o d a s a s v a r i ed ad e s d e ho mens d e s e r d ad os p e l a v i d a - t i nha a l i ad o s em t o d a p a r t e . O c r i s t i a n i s mo p o s s u i

e m s e u ; m a ( o o r a n c o r d o s d o e n t e s o i n s t i n t o c o n t r a o s s 1 o s - c o n t r a a s a 6 d e . T u d o q u e 2 , e m %

cons t i tu do - o r(u lho so - (a lante e - ac ima de tudo - ,e lo 2 uma o 4ensa ao s seus o lho s e ouv ido s . Novamente

r eco r d o a s i ne s t im3ve i s p a l a v r a s d e / au l o $ !G eu s e s co l heu a s co i s a s 4 r a ca s d e s t e mund o - a s co i s a s l o uca s

d e s te mund o - a s co i s a s i ( n) , e i s e a s d e s p r e zad a s # < M > $ e s s a e r a a 4 ) r mu l a 5 i n ho c s i ( no < > a d 2cad ence

t r i un 4 o u. G e u s n a c r u z o h o m em n u n ca c o m pr e e nd e r 3 o a s s us t a do r s i ( n i 4 i ca d o q u e e s s e s m , o lo

ence r r a ' Tud o q ue s o 4 r e - t ud o q ue e s t 3 c r uc i 4 i c ad o 2 d i v i no . . . N) s t o d o s e s t amo s s u s p en s o s na c r u z -

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co n s eq en temen te s o mo s d i v i no s . . . A p ena s n) s s o mo s d i v i no s : . . . Ne s te s en t i d o o c r i s t i a n i s mo 4 o i uma

v i t) r ia $ uma menta l idade ma i s no,re pereceu po r e le o cr i s t ian i smo cont inua sendo a ma io r des( ra*a da

humanidade.

1 – d8 ia f ixa "

) – 6ara maio r honra de $eus "* – Joucura c i rcu la r"

> – Aor nt io s 1 5)? ;)4 "

– Aom es te s ina l "

L I I

O c r i s t i a n i s mo t am, 2m s e enco n t r a em o p o s i *1o a t o d a , o a co n s t i t u i *1o i n t e l e c tua l s o men te a

raz1o en4erma pode ser usada como raz1o cr i s t1 5 toma o par t ido de tudo que 2 id io ta 5 l an*a sua mald i*1o

co n t r a o ! i n t e l e c to # - co n t r a a s o , e r ,a d o i n t e l e c to s 1o . V i s t o q ue a d o en*a 2 i ne r en te ao c r i s t i a n i s mo -

s e( ue % s e d i s s o q ue o e s t ad o t p i co d o c r i s t 1o - ! a 4 2# - t am, 2m 2 nece s s a r i amen te uma 4 o r ma d e d o en*a 5

t o do s o s c a m i nh o s r e t os - l e ( t i m os e c i e n t 4 i co s d e v em s e r , a n id o s p e l a I ( r e j a c o m o s e n do c a m in h o sp r oi , i do s . A p r )p r i a d 6 v i d a 2 u m p e c ad o .. . A c o m pl e t a a u s 8 n c i a d e l i m pe z a p s i co l ) (i c a n o p a dr e

i d en t i 4 i c ad a p o r um s imp l e s o l ha r 2 um 4 enH meno r e s u l t an te d a d ecad 8nc i a o , s e r vand o % s e mu l he r e s

h i s t 2 r i ca s e c r i a n*a s r aq u t i ca s no t a r % s e % 3 r e ( u l a r men te q ue a 4 a l s i 4 i c a *1o d o s i n s t i n t o s - o p r a ze r d e

m e n ti r p o r m e n t i r e a i n c ap a c id a d e d e o l h ar e c a m in h a r d i r e i to s 1 o s i n t o ma s d a d e c ad 8 n ci a . ! B 2 #

s i(n i 4 i ca n1o querer s a,er o que 2 a verdade. O padre- o devoto de am,os o s se0os - 2 uma 4 raude po rque

2 d o en te $ s eu s i n s t i n t o s e 0 i ( em q ue a ve r d ad e j ama i s t enha d i r e i t o em q ua l q ue r p o n to . !Tud o q ue t o r na

doente 2 ,om5 tudo que sur(e da p len i tude- da supera,und;nc ia - do poder - 2 mau#$ a s s im pensa o crente.

7 m a c o m p u l s1 o p a r a m e n t i r 2 a t ra v 2 s d i s s o q u e r e c on h e *o t o do t e ) lo ( o p r e d e st i n a do . O u t ra

caracter s t i ca do te) lo(o 2 sua incapac idade 4 i l o l )( ica . O que quero d izer com 4 i l o l o( ia 2 - de modo (era l -

a a r t e d e l e r , em a cap ac i d ad e d e a, s o r ve r 4 a t o s s em i n te r p r e t 3 % l o s 4 a l s amen te- s em p e r d e r- na ;n s i a

d e co mp r eend 8 % l o s - a cau te l a - a p ac i 8nc i a e a s u t i l e za . B i l o l o ( i a co mo ep he0 i s < = > na i n t e r p r e t a *1o $

t r a te % s e d e l i v r o s - d e no t c i a s d e j o r na l - d o s ma i s 4 une s t o s e ven to s o u d e e s t a t s t i ca s me teo r o l ) ( i ca s para n1o menc ionar a ! sa l va*1o da a lma#. . . A mane i ra como um te) lo(o - se ja de er l im ou Roma- e0p l ica -

d i(amos - uma !pas sa(em , , l i ca# - ou um acontec imento - po r e0emplo - a v i t) r ia do e02rc i to nac iona l - s o,

a s u, l ime l u z d o s S a l mo s d e G av i - 2 s emp r e t 1o o u s ad a q ue 4 a z um 4 i l ) l o ( o s u, i r p e l a s p a r ed e s . E o q ue

d i ze r q uand o d evo to s e o u t r a s v a ca s d a S u3, i a < @ > u s am o !d ed o d e G eu s # p a r a co nve r t e r s ua m i s e r 3 ve l

e0 i s t 8nc i a co t i d i ana e s ed en t3 r i a em um m i l a ( r e d a ! ( r a *a# - d a !p r o v i d 8nc i a# - em uma !e0 p e r i 8nc i a

d i v in a # ' O m a i s m o d e st o e 0 e r c c io d e i n t el e c to - p a r a n 1 o d i z e r d e d e c 8n c i a - d e v e ri a d e c e r t o s e r

s u 4i c i e nt e p a r a c o n ve n c er e s s es i n t 2r p re t e s d a p e r 4e i t a i n 4 a n t i li d a de e i n d i( n i da d e d e t a l a , u so d a

des t reza d i( i ta l de Geus . Apesar de sermos poucos compas s ivo s - caso encontr3s semos um Geus que curas se

o p o r tunamen te um co n s t i p ado - o u q ue no s co l o ca s s e em uma ca r r ua( em no i n s t an te em q ue co me*a s s e a

cho ve r - e l e no s p a r ece r i a um G eu s t 1o a, s u r d o q ue - mes mo e0 i s t i nd o - t e r amo s d e a, o l i % l o . G eu s co mo

emp r e( ad o d o m2s t i co - co mo ca r t e i r o - co mo men s a( e i r o no 4 und o - G eu s 2 s imp l e s men te um no me d ad o

p a r a a ma i s im, ec i l e s p 2c i e d e a ca s o . . . A !G i v i na / ro v i d 8nc i a# - na q ua l t e r *a p a r t e d a !A l emanha cu l t a #

a inda acred i ta - 2 um ar(umento t1o 4o r te cont ra Geus que em v1o se p rocurar ia po r um melho r . E em todo

caso 2 um ar(umento cont ra o s a lem1es : . . .

1 – Aet ic i smo"

) – ma re fe rE nci a 0 n i ve r s i d ad e d e T= ing e n e s u a f amo s a e s c o l a d e c r t i c a W l i c a " O l d e r d a

e s c o l a e ra L " A " Wau r , e u m d o s h o me ns q u e e l e ma i s f o r te me nte i n f l u e nc i o u e ra u ma a o mina % ão d e

Nie tzs che , $av id L " S traus s , e le p r!pr io , um su& io " '<" J " HencDen(

L I I I

É t 1o p o uco ve r d ad e i r o q ue m3 r t i r e s o 4 e r ecem q ua l q ue r ve r o s s im i l han*a a uma cau s a q ue me

s i n t o i n c l i n ad o a ne( a r q ue q ua l q ue r m3 r t i r j 3 t e ve a l ( uma co i s a a ve r co m a ve r d ad e . No t o m co m q ue

um m3 r t i r l a n*a s ua co nv i c *1o & ca r a d o mund o r e ve l a % s e um ( r au t 1o , a i 0 o d e p r o , i d ad e i n t e l e c tua l -

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tamanha insens i, i l idade ao p ro, lema da !verdade#- que nunca che(a a ser neces s3r io re 4ut3 % l o . A verdade

n1o 2 a l ( o q ue a l ( un s ho mens t 8m e o u t r o s n1o $ na me l ho r d a s h i p ) te s e s- s ) h3 camp o ne s e s e ap ) s t o l o s

d e camp o ne s e s - d a c l a s s e d e Lu te r o - q ue p o s s am p en s a r a s s im d a ve r d ad e . / o d e % s e t e r ce r t e za d e q ue -

q uan to ma i o r 4 o r o ( r au d e co n s c i 8nc i a i n t e l e c tua l d e um ho mem- ma io r s e r 3 s ua mo d 2 s t i a - s ua d i s c r i *1o

nes te ponto . Ser competente em c inco ou se i s co i s as e se recusar - com de l icadeza- a s a,er a l (o ma i s . . . O

en tend imen to q ue t o d o s p r o 4 e t a s - s e c t 3 r i o s - l i v r e s % p en s ad o r e s - s o c i a l i s t a s e ho mens d e i ( r e j a t 8m d ap a la v r a ! v e r d ad e # 2 s i m pl e s me n t e u m a p r o va c a , al d e q u e n e m s e q u e r 4 o i d a do o p r i me i r o p a s s o e m

d i r e*1o & d i s c i p l i n a i n t e l e c tua l e ao au to co n t r o l e nece s s 3 r i o s & d e s co , e r t a d a meno r d a s ve r d ad e s . O s

m3 r t i r e s - d i ( a % s e d e p a s s a ( em- 4 o r am uma ( r and e d e s ( r a *a na h i s t ) r i a $ s ed uz i r am. . . A co nc l u s 1o a q ue

to d o s i d i o t a s - mu l he re s e p l e, eu s che( am 2 q ue d eve have r a l ( um va l o r em uma cau s a p e l a q ua l a l ( u2m

a 4 r o n ta a mo r te o u q ue - co mo o c r i s t i a n i s mo p r im i t i v o - en( end r a uma ep i d emia d e ( en te & p r o cu r a d a

mor teD e s sa conc lus1o impede o e0ame o s 4 a to s - to lhe po r in te i ro o esp r i to inves t i(at ivo e c i r cunspeto .

Os m3r t i res dan i 4 i ca ram a verdade. . . 9esmo ho je- ,as ta uma cer ta do se de crue ldade na per se(u i*1o para

p r o p o rc i o na r uma ho n r 3 ve l r ep u ta*1o ao ma i s v a z i o t i p o d e s e c t a r i s mo . Co mo ' O va l o r d e uma cau s a 2

a l t e r ad o p e l o 4 a t o a l ( u2m te r s e s a c r i 4 i c ad o p o r e l a ' 7 m e r r o q ue s e t o r na ho n r o s o 2 s imp l e s men te um

er r o q ue p o s s u i um encan to s ed u to r $ j u l ( a i s - s enho r e s t e) l o ( o s - q ue vo s d a r emo s a chance d e s e r d e s

ma r t i r i z ad os p o r v o s s a s men t i r a s ' 9e l ho r s e r e 4 u t a uma cau s a co l o cand o % a - r e s p e i t os amen te - no ( e l o

e s s e t am, 2m 2 o me l ho r me io p a r a r e 4 u t a r o s t e) l o ( o s . . . B o i p r ec i s amen te e s t a a e s t up i d ez h i s t ) r i co %mund i a l d e t o d o s o s p e r s e( u i d o r e s $ d e r am uma ap a r 8nc i a ho n r o s a & cau s a a q ue s e o p u s e r am d e r am% l he

d e p r e s en te a 4 a s c i na*1o d o ma r t r i o . . . 9u l he r e s a i nd a s e a j o e l ham an te um e r r o p o r q ue l he s d i s s e r am

q ue um i nd i v d uo mo r r eu na c r u z p o r e l e . A c r u z - en t 1o - 2 um a r ( umen to ' 9a s s o , r e t o d a s e s s a s co i s a s

um- e somente um- d i s se aqu i l o de que h3 mi lhares de anos se t inha neces s idade "aratus t ra $

Tra*aram s ina i s de san(ue pe lo caminho que perco r reram- e sua l oucura ens inava que a verdade se

prova at rav2s do san(ue.

9as o s an(ue 2 - de todas - a p io r tes temunha da verdade5 s an(ue envenena at2 a dout r ina ma i s pura

e a conver te em ins;n ia e )d io do co ra*1o .

E quando a l (u2m at raves sa o 4o(o po r sua doutr ina que i s so p rova' 9a i s va le - em verdade- que donos so p r)pr io inc8nd io venha a no s sa doutr ina : < = >

1 – /s s im fa lou aratus tra- , parte , $os Sacerdote s- "

L IV

N1o no s en( anemo s $ ( r and e s i n t e l e c to s s 1o c2 t i co s . "a r a tu s t r a 2 um c2 t i co . A 4 o r *a e a l i , e r d ad e

q ue s u r ( em d o v i ( o r e d a p l en i t ud e i n t e l e c tua l s e man i 4 e s t am a t r a v2 s d o ce t i c i s mo . Qo mens d e co nv i c *1o

es t3t ica n1o s1o l evados em cons idera*1o quando se p retende determinar o que 2 4undamenta l em mat2r ia

d e v a l o r e d e s va l o r. Qo mens d e co nv i c *1o s 1o p r i s i o ne i r o s . N1o v8em l o n( e o , a s t an te - n1o v8em a, a i 0 o

de s i $ para um homem poder 4 a l a r de va lo r e desva lo r 2 neces s3r io que veja qu inhentas conv ic*+es a,a i0o

d e s i a t r 3 s d e s i . . . 7 ma men te q ue a s p i r a a a l ( o ( r and e - e q ue t am, 2m d e s e j a o s me io s p a r a i s s o - 2

n e c es s a ri a m en t e c 2 t i ca . A l i , er d a de d e q u a lq u e r t i p o d e c o n vi c * 1o c o n st i t u i p a r t e d a 4 o r* a - d a

cap ac i d ad e d e p o s s u i r um p o n to d e v i s t a i nd ep end en te . . . A ( r and e p a i 0 1o d o c2 t i co - o 4 und amento e a

p o t8nc i a d o s eu s e r- 2 ma i s e s c l a r ec i d a e ma i s d e s p ) t i ca q ue e l e p r ) p r i o - co l o ca t o d a s ua i n t e l i ( 8nc i a a

s eu s e r v i *o 5 t o r na % l he i ne s c r up u l o s o5 co nced e % l he a co r a ( em p a r a emp r e( a r a t 2 me io s mp i o s 5 s o , ce r t a s

c i r cun s t ;nc i a s- p e r m i te % l he co nv i c *+ e s . A co nv i c *1o enq uan to um me io $ mu i t o s ) p o d e s e r a l can*ad o p o r

me io d e uma co nv i c*1o . A ( rand e p a i 0 1o u s a - co n s o me co nv i c*+ e s - ma s n1o s e s u, mete a e l a s s a, e % s e a

s o ,e r a na . / el o c o n t r 3 ri o - a n e c es s i da d e d e 4 2 - d e u m a c o i s a n 1 o s u ,o r d in a d a a o s i m e n 1 o - d e

car l P l i smo- se me permitem a e0pres s1o - 2 a neces s idade da 4 raqueza. O homem de 42 - o !crente# de toda

esp2c ie - 2 neces sar iamente dependente ta l homem 2 incapaz de co locar % se a s i mesmo como o, jet ivo - e

t amp o uco 2 cap az d e te r m ina r e l e p r ) p r i o s eu s o , j e t i v o s . O ! c r en te# n1o s e p e r t ence 5 ap ena s p o d e s e r o

me io p a r a um 4 im5 p r ec i s a s e r co n s umid o 5 p r ec i s a d e a l ( u2m q ue o co n s uma . S eu s i n s t i n t o s a t r i , uem

s up r ema ho n r a & mo r a l d a d e s p e r s o na l i z a *1o 5 t ud o o p e r s uad e a a, r a *a r e s s a mo r a l $ s ua p r ud 8nc i a - s ua

e0 p e r i 8nc i a - s ua v a i d ad e . To d o t i p o d e 4 2 2 em s i me s ma a e 0 p r e s s 1o d e uma d e s p e r s o na l i z a *1o - d e um

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a lheamento de s i . . . Ap)s se ponderar so, re qu1o neces s3r io s & ma io r ia s 1o o s re(u lamentos res t r in(entes 5

s o , r e q u1o nece s s 3 r i a 2 a o p r e s s 1o - o u - em um s en t i d o ma i s e l e vad o - a e s c r a v i d 1o - p a r a p o s s i , i l i t a r o

, em% e s t a r a o ho mem d e vo n tad e 4 r a ca - e e s p ec i a l men te & mu l he r - en t 1o 4 i n a l men te s e co mp r eend e o

s i(n i 4 i cado da conv ic*1o e da ! 42#. /ara o homem de conv ic*1o a 42 representa sua esp inha do r sa l . Ge i0ar

d e ve r mu i t a s co i s a s - n 1o p o s s u i r imp a r c i a l i d ad e a l ( uma - s e r s emp r e d e um p a r t i d o - e s t ima r t o d o s o s

va l o r e s co m uma ) t i ca s e ve r a e i n 4 a l v e l e s s a s s 1o a s co nd i *+ e s nece s s 3 r i a s & e 0 i s t 8nc i a d e s s e t i p o d eh o m em . 9 a s i s s o 4 a z d e l e s a n t a ( on i s ta s d o h o m em v e r az d a v e r d a de . . . O c r e nt e n 1 o 2 l i v re p r a

responder & ques t1o do !verdade i ro# e do ! 4a l so# 5 se(undo o s d i tames de sua consc i8nc ia $ a in te( r idade-

n e s t e p o n t o - s e r i a s u a p r ) p r i a r u n a . A l i m i t a * 1 o p a t o l ) ( i c a d e s u a ) t i c a 4 a z d o h o m e m c o n v i c t o u m

4 a n 3t i c o S a vo n a ro l a - L u t e r o - R ou s s ea u - R o, e s pi e r re - S a i nt % S im o n o t i p o d e s se s e n c o nt r a %s e e m

o p o s i *1o ao e s p r i t o 4 o r t e - emanc i p ad o . 9a s a s ( r and i o s a s a t i t ud e s d e s s e s i n t e l e c to s d o en te s - d e s s e s

e p i l 2 t i c o s d a s i d 2 i a s - e 0 e r c e m i n 4 l u 8 n c i a s o , r e a s ( r a n d e s m a s s a s o s 4 a n 3 t i c o s s 1 o p i t o r e s c o s - e a

humanidade p re4ere o,servar po ses a ouv i r r az+es . . .

LV

7 m p a s s o ad i an te na p s i co l o ( i a d a co nv i c *1o - d a ! 4 2# . A ( o r a j 3 4 a z , a s t an te t emp o d e s d e q uep r op u s a q u e st 1 o d e t a l ve z a s c o n vi c * +e s s e re m i n i m i( a s m a i s p e ri ( o sa s & v e r da d e q u e a s m e n ti r a s

!Qumano - G emas i ado Qumano # - A 4 o r i s mo M[ < = > D . G e s t a ve z p r e tend o co l o ca r a q ue s t 1o d e 4 i n i t i v a $

e0 i s te - de modo (era l - a l (uma d i 4eren*a ent re uma ment i ra e uma conv ic*1o ' Todo o mundo acred i ta que

s im5 mas no que es se mundo n1o acred i ta : Toda conv ic*1o tem sua h i s t) r ia - suas 4o rmas p r imi t ivas - seus

es t3( io s de tentat iva e er ro $ s omente se t rans 4o rma em conv ic*1o ap)s n1o ter s ido - po r um lon(o tempo-

u m a c o n vi c * 1 o- e - d e p oi s d i s so - p o r u m t e m po a i n da m a i s l o n ( o - s o 4 r i ve l m en t e u m a c o n vi c * 1o . N 1 o

p o de r i a t a m , 2 m h a v e r a 4 a l si d a de n e s sa s 4 o r ma s e m , ri o n 3r i a s d e c o n vi c * 1 o' \ s v e z e s a p e na s 2

nece s s 3 r i a uma mud an*a d e p e s s o a s $ o q ue e r a uma men t i r a p a r a o p a i t o r na % s e uma co nv i c*1o p a r a o

4 i l h o . Chamo d e men t i r a o r e cu s a r % se a ve r uma co i s a q ue s e v8 - r e cu s a r % s e a ve r a l ( o co mo d e 4 a t o 2 $

se a ment i ra 4o i p ro 4er ida perante tes temunhas ou n1o - i s so n1o pos su i re lev;nc ia . A esp2c ie ma i s comum

d e men t i r a 2 aq ue l a co m a q ua l no s en( anamo s a n) s mes mo s $ men t i r a o s o u t r o s 2 a l ( o r e l a t i v amen te

r a r o . A ( o r a - e s t e n 1 o q u e r e r v e r o q u e s e v 8 - e s t e n 1 o q u e r e r v e r c o m o d e 4 a t o 2 - p r a t i c a m e n t econs t i tu i o p r imei ro requ i s i to para todos que per tencem a a l (uma esp2c ie de par t ido $ o homem de par t ido

i nev i t a ve l men te t o r na % s e um men t i r o s o . / o r e 0 emp l o - o s h i s t o r i ad o r e s a l em1e s e s t 1o co nv i c t o s d e q ue

Roma era s inHn imo de despot i smo e que o s povos (erm;n ico s t rou0eram o esp r i to da l i,erdade ao mundo$

q u a l a d i 4 er e n *a e n t re e s sa c o n vi c * 1o e u m a m e n t i r a' / od e a l ( u 2 m a i n d a s e a d m ir a r d e q u e t o d o s o s

p a r t i d o s - i n c l u i nd o o s h i s t o r i ad o r e s a l em1e s - i n s t i n t i v amen te s e s i r v am d e 4 r a s e s mo r a i s q ue a mo r a l

q u a s e d e v a s u a s o , r e v i v 8 n c i a a o 4 a t o d e t o d a e s p 2 c i e d e h o m e m d e p a r t i d o n e c e s s i t a r d e l a a c a d a

i n s t an te ' ! E s t a 2 no s s a co nv i c *1o $ p r o c l amamo% l a p e r an te t o d o o mund o 5 v i v emo s e mo r r emo s p o r e l a

q ue s e j am r e s p e i t ad o s t o d o s aq ue l e s q ue p o s s uem co nv i c*+ e s : # G e 4 a t o - o uv i i s s o d a , o ca d o s an t i %

s e mi t a s. / el o c o n tr 3 r io - s e n ho r e s: 9 e n ti r p o r p r i nc p i o c e r ta m e nt e n 1 o t o rn a u m a n t i% s e mi t a m a i s

respe i t3ve l . . . Os padres - que pos suem mais sut i l eza em ta i s ques t+es - e que compreendem ,em a o, je*1o

e0 i s t en te co n t r a a i d 2 i a d e co nv i c *1o - o u s e j a - d e uma men t i r a q ue s e t r an s 4 o r ma em p r i n c p i o p o r q ue

s e r ve a um p r o p ) s i t o - t o ma r am emp r e s t ad o d o s j ud eu s o a r t i 4 c i o d e i n t r o d uz i r ne s s e s ca s o s o s co nce i t o s

!Geus# - !vontade de Geus# e ! reve la*1o G iv ina#. Kant - com seu imperat ivo cate() r ico - tam,2m es tava no

m e sm o c a m in h o $ i s s o e r a s u a r a z 1 o p r 3 t i c a < @ > . Q 3 q u es t + es r e l at i v as & v e r da d e e & i n v er d a de q u e o

ho mem n1o p o d e d ec i d i r 5 t o d a s a s q ue s t + e s cap i t a i s - t o d o s p r o , l emas cap i t a i s d e v a l o r a *1o e s t 1o a c ima

da raz1o humana. . . Conhecer o s l imi tes da raz1o s omente i s so 2 4 i l o so 4 ia (enu na. ?ue 4 ina l idade teve a

reve la*1o d iv ina ao homem' Geus 4 a r ia a l (o sup2r 4 l uo ' O homem n1o pode desco,r i r po r s i mesmo o que 2

, o m e o 2 r u im- en t1o G eu s l he en s i no u s ua vo n tad e . . . 9o r a l $ o p ad r e n1o men te n 1o e0 i s t e a q ue s t 1o

da !verdade# ou da ! inverdade# ent re as co i s as de que 4a l am o s padres . É impos s ve l ment i r a respe i to de

ta i s co i s as - po i s para ment i r p r imei ramente ser ia neces s3r io s a,er o que 2 verdade. 9as i s so es t3 a l2m do

q ue o ho mem p o d e s a, e r 5 l o ( o - o p ad r e 2 s imp l e s men te um p o r t a % vo z d e G eu s . T a l s i l o ( i s mo d e p ad r e

n1o 2 d e mo d o a l ( um s o men te j ud a i co e c r i s t 1o 5 o d i r e i t o & men t i r a e & a s t u c i o s a e va s i v a d a ! r eve l a *1o #

p e r t e n c e a o t i p o d o p a d r e e m ( e r a l t a n t o a o s p a d r e s d a d e c a d 8 n c i a q u a n t o a o s p a d r e s d o s t e m p o s

p a ( 1 o s p a ( 1 o s s 1 o t o d o s a q u e l e s q u e d i z e m s i m & v i d a - e p a r a o s q u a i s ! G e u s # 2 u m a p a l a v r a q u e

s i(n i 4 i ca um s im a todas a s co i s as D . A ! le i# - a !vontade de Geus# - o ! l i v ro s a( rado#- a ! insp i ra*1o# s 1o

t o da s p a l a v r as q u e d e s i ( na m a s c o n d i * +e s s o , a s q u a i s o p a d re a d q ui r e e m a n t2 m o p o de r e s se s

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co nce i t o s s e enco n t r am no 4 und o d e t o d a s o r ( an i za *+ es s a ce r d o ta i s - d e t o d o s ( o ve r no s e c l e s i 3 s t i co s o u

4 i l o s ) 4 i co % ec l e s i 3 s t i co s . A ! s an ta men t i r a # co mum a Co n 4 6c i o - a o c) d i ( o d e 9anu - a 9ao m2 e & I ( r e j a

c r i s t 1 n 1o 4 a l t a em / l a t 1o . !A ve r d ad e e s t 3 aq u i # $ e s s a s p a l a v r a s s i ( n i 4 i c am- o nd e q ue r q ue s e j am

pronunc iadas - o padre mente. . .

1 – n imigos da ve rdade " – Aonv ic %:es s ão in imigos da ve rdade mais per igo so s que as ment i ras "-) – m a r e f e r E nc i a , 8 c l a ro , 0 @ r it i D d e r p r aD t i s ch e n + e r nu n f t- d e @ a n t ' A r t ic a d a . a z ão

6r&t ica ( " '< " J " HencDen(

LV I

E m 6 l t ima an3 l i s e - che( a % se a i s t o $ q ua l a 4 i n a l i d ad e d a men t i r a ' O 4 a t o d e q ue - no c r i s t i a n i s mo -

o s 4 i ns ! s a( ra do s # n 1 o s 1o v i s v ei s 2 m i nh a o ,j e *1 o a os s eu s m e io s. S ) e 0i s te m m a us 4 i ns $ o

envenenamento - a ca l 6n i a - a ne( a*1o d a v i d a - o d e s p r e zo p e l o co r p o - a d e( r ad a*1o e env i l e c imen to d o

ho mem a t r a v2 s d o co nce i t o d e p ecad o l o ( o - s eu s me io s t am, 2m s 1o mau s . Tenho o s en t imen to o p o s t o

q uand o l e i o o c) d i ( o d e 9anu - uma o , r a i n co mp a r ave l men te ma i s i n t e l e c tua l e s up e r i o r5 s e r i a um p ecad o

c o n t r a a i n t e l i ( 8 n c i a s i m p l e s m e n t e n o m e 3 % l o j u n t a m e n t e c o m a , l i a . É 4 3 c i l v e r o p o r q u 8 $ h 3 u m a4 i l o s o 4i a ( enu na p o r d e t r 3 s d e l e - ne l e p r ) p r i o - e n1o ap ena s uma m i 0 ) r d i a 4 2 t i d a d e r a, i n i s mo j ud a i co e

super s t i*1o o 4erece- mesmo aos p s ic) lo(os ma i s de l i cados - a l (o sa,oro so . E n1o nos esque*amos do ma i s

impor tante- e le d i 4e re 4undamenta lmente de toda esp2c ie de , l ia $ a t rav2s de le o s no,res - o s 4 i l ) so 4o s e

( ue r r e i r os p r e s e r vam o d o mn i o s o , r e a ma i o r i a 5 e s t 3 che i o d e v a l o r e s no , r e s - d eno ta um s en t imen to d e

p e r 4 e i *1o - d e a ce i t a *1o d a v i d a - um a r t r i un 4 an te em r e l a *1o a s i e & v i d a o s o l , r i l h a s o , r e o l i v r o

t o do . To d a s a s c o i sa s s o ,r e a s q u a is o c r i st i a ni s m o d e s c a r re ( a s u a i n e 0a u r v e l v u l (a r i da d e p o r

e0 emp l o - a p r o c r i a *1o - a s mu l he r e s e o ca s amen to ne l e s 1o t r a t ad a s s e r i amen te - co m r e s p e i t o - amo r e

con4 ian*a. Como a l (u2m pode co locar nas m1os de cr ian*as e mulheres um l i v ro contento r de pa lavras t1o

a, j e t a s $ !/a r a e v i t a r a imp ud i c c i a - q ue cad a ho mem tenha s ua p r ) p r ia e s p o s a e q ue cad a mu l he r t enha

s e u p r ) p r i o m a r i d o5 . . .p o i s 2 m e l ho r c a s ar % se q u e q u e im a r %s e < = > #' E s e r3 p o ss v el s e r u m c r i st 1 o

e n q ua n t o a o r i (e m d o h o m em e s t iv e r c r i s t i a ni z a da - i s t o 2 - m a c ul a d a p e l a d o ut r i na d a i m m ac u l at a

co ncep t i o ' . . . N1o co nhe*o q ua l q ue r o u t r o l i v r o em q ue s e j am d i t a s t an t a s co i s a s , o a s e t e r na s s o , r e amu l he r q uan to no c) d i ( o d e 9anu 5 aq ue l e s v e l ho s e s an to s p o s s u am um mo d o t 1o am3ve l d e s e r co m a s

mu l he r e s q ue t a l ve z s e j a imp o s s v e l s up e r 3 % lo s . !A , o ca d e uma mu l he r # - d i z um t r e cho - ! o s e i o d e uma

donze la - a o ra*1o de uma cr ian*a e a 4uma*a de um sacr i 4 c io s 1o sempre puro s# . Noutro t recho $ !N1o h3

n a d a m a i s p u r o q u e a l u z d o s o l - a s o m , r a d e u m a v a c a - o a r - a 3 ( u a - o 4 o ( o e a r e s p i r a * 1 o d e u m a

d o nze l a# . B i na l men te - e s t a 6 l t ima p a s s a ( em q ue t a l ve z t am, 2m s e j a uma men t i r a s a ( r ad a $ ! t o d o s

o r i 4 c i o s d o co r p o a c ima d o um, i ( o s 1o p u r o s - t o d o s o s a, a i 0 o s 1o imp u r o s . A p ena s na d o nze l a o co r p o

todo 2 puro#.

1 – Aor nt io s ? 5) e ? 5I "

LVI I

S e p e (a a i r re l i( i os id a de d os m e io s c r is t 1o s i n 4 l a( ra n ti s i mp l es m en t e c o lo c an do o s 4 in s

tenc ionados pe lo cr i s t ian i smo ao l ado dos tenc ionados pe lo c)d i(o de 9anu pondo es sas duas 4 ina l idades

mo n s t r uos amen te an t i t 2 t i ca s s o , uma 4 o r t e l u z . O c r t i co d o c r i s t i a n i s mo n1o p o d e e v i t a r a nece s s i d ade

d e t o r n3 % l o d e s p r e z vel . O c) d i ( o d e 9anu t em a mes ma o r i ( em q ue t o d o , o m l i v r o d e l e i s $ s uma r i za a

p r 3 t i ca - a s a ( ac i d ad e e a e 0 p e r imenta*1o 2 t i ca d e l o n( o s s 2 cu l o s 5 che( a & s s ua s co nc l u s + e s- e en t1o n1o

c r i a ma i s nad a . O p r 2 % r eq u i s i t o p a r a uma co d i 4 i ca *1o d e s s a e s p 2c i e 2 r e co nhece r q ue o s me io s u s ad o s

p a r a e s t a, e l e ce r a au to r i d ad e d e uma ve r d ad e ad q u i r i d a d u r a e l en t amen te d i 4 e r em 4 und amenta l men te

d o s q u e s e ri a m u t i l iz a do s p a ra d e m on s t r3 % l a. 7 m l i v ro d e l e i s n u n c a r e l at a a u t i l id a de - a s r a z +e s - a

c a s u s t i c a d e s u a s l e i s $ c o m i s s o p e r d e r i a o t o m i m p e r a t i v o - o ! t u d e v e s # - n o q u a l a o , e d i 8 n c i a s e

4 und amenta. O p r o , l ema enco n t r a %s e e 0 a tamen te aq u i . E m um ce r t o p o n to d a e vo l u *1o d e um p o vo - s ua

c l a s s e m a i s j u d i c i o s a - o u s e j a - c o m m e l h o r p e r c e p * 1 o d o p a s s a d o e d o 4 u t u r o - d e c l a r a q u e a s s 2 r i e s

e 0 pe r i 8 nc i a s u s a d a s p a r a d e t e r m in a r c o m o t o d os d e v em v i v er o u p o de m v i v er c h e (a r a m a o 4 i m . O

o , je t i vo a ( o ra 2 c o l he r o s 4 r u to s m a i s r i c o s p o ss v ei s d e ss e s d i a s d e e 0 p er i m en t a * 1o e e 0 p er i 8 nc i a s

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d i 4 ce i s . E m co n s eq 8nc i a- o q ue s e d eve e v i t a r a c ima d e t ud o 2 o p r o l o n( amen to d a e0 p e r imen ta*1o a

c o n ti n u a* 1 o d o e s t ad o n o q u a l o s v a l or e s s 1 o v o l 6 v e is - s e nd o t e s ta d o s- e s co l h id o s e c r i ti c a do s a d

i n 4 i n i t um. Co n t r a i s s o s e l e van tam d ua s p a r ed e s $ d e um l ad o - a r e ve l a *1o - i s t o 2 - a a s s un*1o d e q ue a s

r a z+ e s s u, j a cen te s & s l e i s n 1o p o s s uem o r i ( em humana - q ue n1o 4 o r am , u s cad a s e enco n t r ad a s p o r um

l e n to p r oc e s so e a p ) s m u i t o s e r r o s - m a s q u e p o ss u e m u m a o r i (e m d i v in a - 4 o r a m 4 e i ta s c o m pl e t as -

p e r 4 e i t a s - s e m u m a h i s t ) r i a - c o m o u m p r e s e n t e - u m m i l a ( r e . . . 5 d o o u t r o l a d o - a t r a d i * 1 o - i s t o 2 - aa 4 i rma*1o de que as l e i s permaneceram ina l teradas desde tempos imemor ia i s - e que ser ia um cr ime cont ra

o s antepas sados co loc3% l a s em d6v ida. A auto r idade da l e i a s senta % se so,re es tas duas teses $ Geus a deu e

o s a n t e pa s s ad o s a v i v er a m . A r a z 1o s u pe r i or d e s se p r oc e d im e n to e s t 3 n a i n t en * 1 o d e d i st r a ir a

co n s c i 8nc i a - p a s s o a p a s s o - d e s ua s p r eo cup a*+ e s s o , r e o s mo d o s co r r e to s d e v i v e r i s t o 2 - aq ue l e s q ue

4 o r am p r o vad o s p o r uma va s t a e m inuc i o s amen te co n s i d e r ad a e0 p e r i 8nc i a D- p a r a q ue o i n s t i n t o a t i n j a um

au to mat i s mo p e r 4 e i t o um p r e s s up o s t o e s s enc i a l a t o d a e s p 2c i e d e mes t r i a - t o d a p e r 4 e i *1o na a r t e d a

v i d a . Co n 4 ecc i o na r um c) d i ( o co mo o d e 9anu s i ( n i 4 i c a o 4 e r ece r a um p o vo a chance d e s e r mes t r e - d e

c h e( ar & p er 4 ei * 1o d e a sp i ra r a o m a is s u ,l i me n a a r te d a v i da . /a r a t a l 4 im d ev e %s e t o rn 3 %l o

inconsc iente$ es se 2 o o, jet ivo de toda ment i ra s a( rada. A o rdem das cas tas - a l e i s uma e dominante- 2

mer amen te uma r a t i 4 i c a *1o d e uma o r d em na tu r a l - d e uma l e i n a tu r a l d e p r ime i r a o r d em- s o , r e a q ua l

nenhum a r , t r i o - nenhuma ! i d 2 i a mo d e r na# e0 e r ce q ua l q ue r i n 4 l u8nc i a . E m t o d a s o c i ed ad e s aud 3ve l h3

t r 8 s t i p o s 4 i s i o l ) ( i co s q ue ( r a v i t am & d i 4 e r enc i a*1o - ma s q ue s e co nd i c i o nam mutuamente5 cad a q ua l t emsua p r)pr ia h i( iene- sua p r)pr ia es 4era de t ra,a lho - seu p r)pr io sent imento de per 4e i*1o e maes t r ia . N1o

2 manu - ma s a na tu r e za q ue s ep a r a em uma c l a s s e aq ue l e s q ue p r ep o nd e r am i n te l e c tua lmen te - em o u t r a

a q u e l e s q u e s 1 o n o t 3 v e i s p e l a 4 o r * a m u s c u l a r e t e m p e r a m e n t o - e n u m a t e r c e i r a a q u e l e s q u e n 1 o s e

d i s t i n ( uem- q ue s o men te d emo ns t r am med io c r i d ad e e s t a 6 l t ima r ep r e s en ta a ( r and e ma io r i a - a s d ua s

p r ime i r a s s 1o a e l i t e . A ca s t a s up e r i o r q ue d eno mino a d o s p o uq u s s imo s t em- s end o a ma i s p e r 4 e i t a -

p r i v i l 2 ( i o s co r r e s p o nd en te s $ r ep r e s en ta a 4 e l i c i d ad e - a , e l e za e t ud o d e , o m s o , r e a Te r r a . A p ena s o s

h o m e n s m a i s i n t e l e c t u a i s t 8 m d i r e i t o & , e l e z a - a o , e l o 5 a p e n a s e n t r e e l e s a , o n d a d e n 1 o s i ( n i 4 i c a

4 r aq ueza . / u l ch r um e s t p auco r um ho minum < = > $ s e r , o m 2 p r i v i l 2 ( i o . Nad a l he s 2 ma i s imp r ) p r i o q ue a

rudeza- o o lhar pes s imis ta - o s o lho s a 4 inados com a 4ea ldade ou a ind i(na*1o po r causa do aspecto (era l

d a s co i s a s . A i nd i ( na*1o 2 um p r i v i l 2 ( i o d o s chand a l a 5 a s s im co mo o p e s s im i s mo. !O mund o 2 p e r 4 e i t o#

a s s im 4 a l a o i n s t i n t o d o s ma i s i n t e l e c tua i s - o i n s t i n t o d o ho mem q ue d i z s im & v i d a . !A imp e r 4 e i *1o- t ud o

que 2 in 4er io r a n) s - a d i s t;nc ia - o pathos da d i s t;nc ia - o s p r)pr io s chanda la - s 1o par te des sa per 4e i*1o#.O s ho mens ma i s i n t e l i ( en te s - s end o o s ma i s 4 o r t e s - enco n t r am s ua 4 e l i c i d ad e o nd e o u t r o s enco n t r a r i am

ap ena s d e s a s t r e$ no l a, i r i n t o - na d u r e za p a r a co n s i ( o e p a r a co m o s o u t r o s - no e s 4 o r *o 5 s eu p r a ze r e s t 3

na au to % s up e r a*1o 5 ne l e s o a s ce t i s mo t o r na % s e uma s e( und a na tu r e za - uma nece s s i d ad e - um i n s t i n t o .

Co n s i d e r am t a r e 4 a s d i 4 ce i s co mo um p r i v i l 2 ( i o 5 p a r a e l e s 2 um en t r e ten imen to l i d a r co m 4 a r d o s q ue

e s ma ( a ri a m t o d os o s o u t ro s . .. C o n he c i m en t o u m a 4 o rm a d e a s c et i s mo . R e pr e s en t a m o t i p o m a i s

honro so de homens $ mas i s so n1o impede que tam,2m sejam os ma i s am3ve i s e ma i s a le( res . Gominam n1o

p o r q ue q ue r em- ma s p o r q ue s 1o 5 n1o p o s s uem a l i , e r d ade d e s e r o s s e ( und o s . A s e ( und a ca s t a $ a e s t a

p e r t encem o s ( ua r d i + e s d a l e i - o s man tened o r e s d a o r d em e d a s e( u r an*a - o s ( ue r r e i r o s ma i s no , r e s e -

a c i m a d e t u d o - o r e i - c o m o a m a i s e l e v a d a 4 o r m a d e ( u e r r e i r o - j u i z e d e 4 e n s o r d a l e i . O s s e ( u n d o s

cons t i tuem o e lemento e0ecut ivo do s in te lectua i s 5 s 1o aque les que l hes es t1o ma i s p r)0 imos - o s a l i v iando

d e t ud o q ue h3 d e ( r o s s e i r o no t r a, a l ho d e l i d e r a r s 1 o s eu s 2q i t o - s ua m1o d i r e i t a - o s s eu s me l ho r e s

d i s c p u l o s. N i s s o t ud o - r ep i t o - nad a 2 a r , i t r 3 r i o - nad a 2 ! a r t i 4 i c i a l # 5 ap ena s o co n t r 3 r i o 2 a r t i 4 i c i a l e l e

des t r) i a natureza. . . A o rdem das cas tas - a h ie rarqu ia s imp lesmente 4o rmula a l e i s up rema p r)pr ia v ida 5 a

separa*1o dos t r8s t ipo s 2 neces s3r ia para conservar a soc iedade- para po s s i, i l i ta r o sur( imento dos t ipo s

ma i s e l e vad o s - ma i s s u, l ime s a d e s i ( ua l d ad e d e d i r e i t o s 2 co nd i *1o p r imo r d i a l p a r a a e 0 i s t 8nc i a d e

q ua i s q ue r d i r e i t o s. 7 m d i r e i t o 2 um p r i v i l 2 ( i o . Cad a q ua l t em s eu s p r i v i l 2 ( i o s d e a co r d o co m s eu mo d o

d e s e r. N1o s u, e s t imemo s o s p r i v i l 2 ( i o s d o s med o c r e s . ?uan to ma i s e l e vad a - ma i s d u r a t o r na % s e a v i d a

o 4 r i o aumen ta - a r e s p o n sa, i l i d ad e aumen ta . 7 ma c i v i l i z a *1o e l e vad a 2 uma p i r ;m id e $ s o men te s u, s i s t e

c o m u m a , a s e l a r ( a 5 s e u p r 2 r e q u i s i t o 2 u m a m e d i o c r i d a d e s 1 e 4 o r t e m e n t e c o n s o l i d a d a . O o 4 c i o - o

c o m2 rc i o- a a ( ri c ul t ur a - a c i 8n c ia - ( r an d e p a rt e d a a rt e - e m s u ma - t o da a ( am a d e a t iv i da de s

ocupac iona i s - s 1o apenas compat ve i s com a med iocr idade no poder e no querer 5 ta i s co i s as es ta r iam 4o ra

de seu l u(ar ent re homens e0cepc iona i s 5 o in s t in to neces s3r io encontrar % se % ia em contrad i*1o tanto com a

a r i s t o c r a c i a co mo co m o ana r q u i s mo . O 4 a t o d e o ho mem s e r p u, l i camen te 6 t i l - uma en( r ena( em- uma

4 un*1o - 2 e v i d 8nc i a d e uma p r ed i s p os i *1o na tu r a l 5 n 1o 2 a s o c i ed ad e- ma s o 6n i co t i p o d e 4 e l i c i d ad e d e

q ue s 1o cap aze s - q ue 4 a z d e l e s m3q u i na s i n t e l i ( en te s . / a ra o s med o c r e s a 4 e l i c i d ad e 2 a med i o c r i d ad e 5

p o s s uem um i n s t i n t o na tu r a l p a r a d o mina r ap ena s uma co i s a - p a r a a e s p ec i a l i z a *1o . S e r i a p r o 4 und amente

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i n d i ( no d a p a r t e d e um i n te l e c to p r o 4 und o ve r a l ( o d e co nd en3ve l na med i o c r i d ad e em s i . E l a 2 - d e 4 a t o -

o p r im e i ro p r 2 %r e q ui s i to a o s u r (i m e n to d a s e 0 c e* + e s$ 2 u m a c o n di * 1 o n e c e ss 3 r ia a t o da c i v i li z a *1 o

e l e vad a . ?uand o o ho mem e0 cep c i o na l t r a t a o ho mem med o c r e co m ma i s d e l i cad eza q ue s i p r ) p r i o o u

s eu s i ( ua i s - i s s o n1o s e t r a t a d e uma ( en t i l e za 2 s imp l e s men te s eu d eve r. . . A q uem o d e i o ma i s en t r e a

ra l2 de ho je' A escumalha soc ia l i s ta - ao s ap)s to lo s de chanda la que minam o ins t in to do t ra,a lhador - seu

p r a ze r- s eu s en t imen to d e co n ten tamen to co m uma e0 i s t 8nc i a p eq uena q ue o t o r nam i n ve j o s o - q ue l hee n s i n a m a v i n ( a n * a . . . A i n j u s t i * a n u n c a e s t 3 d e s i ( u a l d a d e d e d i r e i t o s - m a s n a e 0 i ( 8 n c i a d e d i r e i t o s

! i ( ua i s # . .. O q ue 2 mau ' 9a s e s s a q ue s t 1o 4 o i r e s p o nd id a $ t ud o q ue s e o r i ( i na d a 4 r aq ueza - d a i n ve j a - d a

v in(an*a. O anarqu i s ta e o cr i s t1o t8m a mesma o r i(em. . .

1 – / e leza 8 para poucos "

LVI I I

E m ve r d ad e - o 4 im p e l o q ua l s e men te 4 a z uma ( r and e d i 4 e r en*a $ s e co m i s s o p r e s e r va o u d e s t r ) i .

Q3 uma per 4e i ta conson;nc ia ent re o cr i s t1o e o anarqu i s ta $ seus o, jet ivo s - seus in s t in to s - d i rec ionam%se

s o m e n t e & d e s t r u i * 1 o . a s t a v o l t a r m o % n o s & h i s t ) r i a p a r a e n c o n t r a r a p r o v a d i s s o $ e l a a p a r e c e c o mp r ec i s 1o e s p an to s a . W3 e s t ud amo s um c) d i ( o r e l i ( i o s o cu j o o , j e t i v o e r a co nve r t e r a s co nd i *+ e s s o , a s

q u a i s a v i d a p r o s p e r a n u m a o r ( a n i z a * 1 o s o c i a l ! e t e r n a # a m i s s 1 o q u e o c r i s t i a n i s m o e n c o n t r o u 4 o i

j u s t amen te d e s t r u i r t a l o r ( an i za *1o - p o r q ue co m e l a a v i d a p r o s p e ra . Naq ue l e - o s , ene 4 c i o s q ue a r a z1o

p r od u z iu d u r an t e l o n (o s p e r o d o s d e e 0 p er i m en t a * 1o e i n c er t e za 4 o r am a p l ic a d os n o s a s pe c t o s m a i s

r emo to s - 4 a z i a % s e o t o d o e s 4 o r *o p o s s v e l p a r a co l he r o s ma i o r e s - ma i s r i co s e ma i s co mp l e to s 4 r u t o s 5

aq u i - p e l o co n t r 3 r i o - o s 4 r u t o s s 1o envenenad o s d u r an te a no i t e . . . A q u i l o q ue s e e r i ( i a ae r e p e r enn i u s

< = >- o i m p er i u m R o m a n um - a m a i s m a ( n i 4 ic e n t e 4 o r m a d e o r (a n i za * 1 o s o , c o n di * + e s a d v e r sa s j a ma i s

a l can*ad a - em co mp a r a*1o co m a q ua l t o d o o an te r i o r e o p o s t e r i o r a s s eme l ham% s e a uma ( r o s s e r ia - uma

imp e r 4 e i *1o - um d i l e t an t i s mo e s s e s ana r q u i s t a s s an to s 4 i z e r am d a d e s t r u i *1o d o !mund o # - o u s e j a - d o

imper ium Romanum- uma ques t1o de !devo*1o#- a t2 que n1o res tas se pedra so,re pedra a t2 ao ponto em

q ue o s ( e r mano s e o u t r o s r 6 s t i co s 4 o r am cap aze s d e d o min3 % l o . . . O c r i s t 1o e o ana r q u i s t a $ am, o s s 1o

d ecad en te s5 am, o s s 1o i n cap aze s d e q ua l q ue r a t o q ue n1o s e j a d i s s o l ven te - v eneno s o - d e( ene r a t i v o -hemat) 4 a(o 5 am, o s t 8m p o r i n s t i n t o um ) d i o mo r t a l co n t r a t ud o q ue e s t a em p 2 - t ud o q ue 2 ( r and e - t ud o

q ue 2 d u r 3 ve l - t ud o q ue p r o mete 4 u tu r o & v i d a . . . O c r i s t i a n i s mo 4 o i o v amp i r o d o imp e r i um Ro manum

d e s t r u i u d o d i a p a r a a no i t e a v a s t a o , r a d o s r o mano s $ a co nq u i s t a d o s o l o p a r a uma ( r and e cu l t u r a q ue

p o d e r i a a ( ua r d a r p o r s ua ho r a . S e r 3 p o s s v e l q ue i s s o a i nd a n1o 4 o i co mp r eend id o ' O imp e r i um Ro manum

q u e c o n h e c em o s - e q u e a h i s t) r i a d a p r o v n c i a r o m a na n o s e n s i n a a c o n he c e r c a d a v e z m e l ho r e s s a

ad mi r 3 ve l o , r a d e a r t e em ( r and e e s t i l o - e r a ap ena s um co me*o - s ua co n s t r u *1o e s t a va ca l cu l ad a p a r a

p r o va r s eu v a l o r p o r m i l ha r e s d e ano s . A t2 ho j e nad a em e s ca l a s eme l han te s u, s p ec i e ae te r n i < @ > 4 o i

cons t ru do - ou sequer sonhado : E s sa o r(an iza*1o era 4o r te o su 4 ic iente para res i s t i r a maus imperadores $

o a ca s o d a p e r s o na l i d ad e n1o p o d e 4 a ze r nad a em t a i s co i s a s p r ime i r o p r i n c p i o d e t o d a a r q u i t e tu r a

(enu inamente ( rande. 9as n1o era 4o r te o su 4 ic iente para res i s t i r cont ra a ma i s co r rupta das co r rup*+es

cont ra cr i s t1o s . . . E s ses vermes 4ur t i vo s que- so, a p ro te*1o da no i te - da n2voa e da dup l ic idade ras te jam

s o ,r e t o do i n d iv d uo - s u (a n d o% l h e t o d o o i n t er e ss e s 2 ri o p e l as c o i sa s r e a is - t o do o i n s ti n t o p a r a a

r e a li d a de e s sa t u r ,a c o v ar d e - e 4 e m i na d a e m e l 4 l u a ( r a du a lm e n t e a l i e n o u t o d a s a s ! a l ma s # d e ss e

ed i 4 c i o co l o s s a l a q ue l a s na tu r e za s p r ec i o s a s - v i r i l men te no , r e s - q ue hav i am enco n t r ad o em Ro ma s ua

p r ) p r i a cau s a - s ua p r ) p r i a s e r i ed ad e - s eu p r ) p r i o o r ( u l ho . A d i s s imu l a *1o d o s h i p ) c r i t a s - o m i s t 2 r i o d o s

convent cu lo s - conce i to s t1o som,r io s quanto o in 4erno - como o sacr i 4 c io do inocente- a un io mPs t ica < >

no , e, e r s an( ue - e a c ima d e t ud o o 4 o ( o l en t amen te r eav i v ad o d a v i n ( an*a - d a v i n ( an*a d e chand a l a

i s s o d o mino u Ro ma $ o mes mo t i p o d e r e l i ( i 1 o q ue - numa 4 o r ma p r ee0 i s t en te - E p i cu r o co m, a teu . L e i a % s e

L uc r 2c i o p ar a e nt e nd e r c o nt r a o q u e E pi c ur o 4 ez ( u er r a n 1 o c on t ra o p a( an i sm o - m a s c on t ra o

! c r i s t i a n i s mo # - i s t o 2 - a co r r up *1o d a s a l ma s a t r a v2 s d o s co nce i t o s d e cu l p a - p un i *1o e imo r t a l i d ad e .

Com,ateu o s cu l to s su,ter r;neos - todo o cr i s t ian i smo l a tente naque le tempo ne(ar a imor ta l idade j 3 era

uma ve r d ad e i r a s a l v a *1o . E E p i cu r o hav i a t r i un 4 ad o - t o d o i n t e l e c to r e s p e i t 3 ve l em Ro ma e r a ep i c6 r eo

4 o i q uand o / au l o ap a r eceu . . . / au l o - o ) d i o d e chand a l a enca r nad o - i n s p i r ad o p e l o ( 8n i o - co n t r a Ro ma -

co n t r a ! o mund o # o j ud eu - o j ud eu e te r no p a r e 0 ce l l ence . . . O q ue e l e p e r ce, eu 4 o i co mo - co m a a j ud a

de um pequeno mov imento sect3r io cr i s t1o - & par te do juda smo- uma !con4 l a( ra*1o mund ia l# poder ia ser

a ce s a 5 p e r ce, eu co mo - co m o s m, o l o d o !G eu s na c r u z# - p o d e r i a co nd en s a r t o d a s a s s ed i *+ e s s e c r e t a s -

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todos o s 4 ruto s das in t r i(as an3rqu icas - em um imenso poder . !A sa l va*1o vem dos judeus# c r i s t ian i smo 2

a 4 ) r mu l a p a r a s o , r ep o r e a ( r e( a r o s cu l t o s s u, te r r ;neo s d e t o d a s v a r i ed ad e s- p o r e 0 emp l o - o d e O s r i s -

d a r and e 91e - d e 9 i t r a $ e r a n i s s o q ue co n s i s t i a o ( 8n i o d e / au l o . S eu i n s t i n t o e s t a va t 1o s e( u r o d i s s o

q ue - co m o u s ad a v i o l 8nc i a co n t r a a ve r d ad e - co l o co u a s i d 2 i a s q ue 4 a s c i na vam to d a e s p 2c i e d e chand a l a

na , o ca d e s ua i n ven*1o - d o ! s a l v ad o r # - e n1o ap ena s na , o ca 4 e z d e l e a l ( o q ue a t2 o s s a ce r d o te s d e

9 i t r a p o d i am en tend e r . . . B o i e s t a s ua r e ve l a *1o em G amas co $ co mp r eend eu q ue p r ec i s a va d a c r en*a naimo r t a l i dad e p a r a d e s p o j a r o v a l o r d o !mund o # - q ue a i d 2 i a d e ! i n 4 e r no# d o mina r i a Ro ma q ue a no *1o

d e u m ! a l 2 m # s i ( n i 4 i c a a m o r t e d a v i d a . N i i l i s t a e c r i s t 1 o $ s 1 o c o i s a s q u e r i m a m < M > - e n 1 o s o m e n t e

r imam. . .

1 – Ha i s duradouro que o ronze "

) – So o a spec to do e te rno "

* – n ião sagrada ou ms t i ca "

> – . imam em a lemão5 N ih i l i s t und Ahr i s t- " 'N" do T " (

L IX

To d o o e s 4 o r *o d o mund o an t i ( o em v1o $ n1o t enho p a l a v r a s p a r a d e s c r eve r meu s en t imen to an te

t a l mo n s t r uo s i d ade . E - co n s i d e r and o o 4 a t o d e q ue e s s e e r a um t r a, a l ho me r amen te p r ep a r a t) r i o - q ue

c o m ( r a n t i c a a u t o c o n s c i 8 n c i a l a n * o u o s 4 u n d a m e n t o s p a r a u m t r a , a l h o d e m i l h a r e s d e a n o s - t o d o o

s i ( n i 4 i c ado d a an t i ( u i d ad e d e s ap a rece : . . . / a r a q ue s e r v i r am o s ( r e( o s ' / a r a q ue s e r v i r am o s r o mano s '

To d o s o s p r 2 % r eq u i s i t o s p a r a uma cu l t u r a s 3, i a - t o d o s o s m2 to d o s c i en t 4 i co s j 3 e 0 i s t i am5 o ho mem j 3

h a v i a a p e r 4 e i * o a d o a ( r a n d e e i n c o m p a r 3 v e l a r t e d e l e r , e m e s s a 2 a p r i m e i r a n e c e s s i d a d e p a r a a

t r a di * 1 o d a c u l tu r a - p a r a a u n i da d e d a s c i 8 nc i a s 5 a s c i 8 nc i a s n a t u r a is - a l i ad a s & s m a t em 3 t i ca s e &

m e c ; n i c a - p a l m i l h a v a m o c a m i n h o c e r t o o s e n t i d o d o s 4 a t o s - o 6 l t i m o e m a i s p r e c i o s o d e t o d o s o s

s e n ti d os - t i n h a s u a s e s c ol a s - e s u a s t r a di * + es p o ss u am s 2 c ul o s : C o mp r e en d e %s e i s so ' Tu d o q u e e r a

e s s enc i a l a o co me*o d o t r a, a l ho e s t a va p r o n to 5 e o ma i s e s s enc i a l - nunca s e r 3 d ema i s r ep e t i % l o - s 1o o s

m2to d o s- q ue t am, 2m s 1o o ma i s d i 4 c i l d e d e s envo l ve r e o q ue h3 ma i s t emp o t 8m co n t r a s i o s co s t umes

e a i nd o l 8nc i a . O q ue ho j e r e co nq u i s t amo s co m uma i ne0 p r im ve l v i t ) r i a s o , r e n) s mes mo s p o i s ce r t o s

mau s i n s t i n t o s - ce r t o s i n s t i n t o s c r i s t 1o s a i nd a ha, i t am no s s o s co r p o s - o u s e j a - o o l ha r a 4 i ad o an te ar e a li d a de - a m 1 o p r u d e nt e - a p a c i 8n c i a e a s e r ie d a de n a s m e n o r e s c o i s a s- t o d a a i n t e (r i d ad e n o

c o n h e c i m e n t o t u d o i s s o j 3 e 0 i s t i a h 3 m a i s d e d o i s m i l a n o s : E m a i s - h a v i a t a m , 2 m , o m ( o s t o - u m

e0 ce l en te e r e 4 i n ad o t a t o : N1o co mo um ad e s t r amen to d e c2 r e, r o s : N1o co mo a cu l t u r a ! a l em1# - co m

seus modos ( ro s se i ro s : 9as como co rpo - como (es to - como ins t in to em suma- como rea l idade. . . Tudo em

v1o : G o d i a p a r a a no i t e t o r no u % se mem) r i a : O s ( r e( o s : O s r o mano s : A no , r eza d o i n s t i n t o - o ( o s t o - a

i n v e s t i ( a * 1 o m e t ) d i c a - o ( 8 n i o p a r a a o r ( a n i z a * 1 o e a d m i n i s t r a * 1 o - a 4 2 e a v o n t a d e p a r a a s s e ( u r a r

4 u t u r o d o h o m e m - u m ( r a n d i o s o s i m a t o d a s a s c o i s a s - v i s v e l s o , a 4 o r m a d e i m p e r i u m r o m a n u m e

p a l p3 v e l a t o do s o s s e nt i d os - u m ( r a nd e e s t il o q u e n 1 o e r a s i m p l es m en t e a r t e- m a s q u e h a v ia s e

t r a n s 4 o r m a d o e m r e a l i d a d e - v e r d a d e - v i d a . . . T u d o d e s t r u d o d e u m d i a p a r a o u t r o - e n 1 o p o r u m a

c o n v u l s 1 o d a n a t u r e z a : N 1 o p i s o t e a d o a t 2 a m o r t e p o r t e u t H n i c o s e o u t r o s , 6 4 a l o s : 9 a s v e n c i d o p o r

vamp i r o s v e l haco s - 4 u r t i v o s - i n v i s v e i s e an8mico s : N1o co nq u i s t ad o ap ena s co n s umid o : . . . A v i n ( an*a

o cu l t a - a i n ve j a mes q u i nha - a ( o r a d o minam: Tudo q ue 2 m i s e r 3 ve l- i n t r i n s ecamen te d o en te - t o mad o p o rm a u s s e n t i me n t os - t o d o o m u n do d e ( u e to d a a l ma e s t av a s u , it a m e nt e n o t o p o: L e i a% s e q u a l q u er

a( i tador cr i s t1o - po r e0emplo - Santo A(os t inho - para entender - para sent i r o che i ro daque la (ente imunda

q ue s u, i u ao p o d e r. S e r i a um e r r o - en t r e t an to - p r e s um i r q ue hav i a 4 a l t a d e co mp r een s 1o p o r p a r t e d o s

l d e r e s d o mo v imen to c r i s t 1o $ a h - e l e s e r am e s p e r t o s - e s p e r t o s a t 2 & s an t i d ad e - e s s e s p a i s d a I ( r e j a : O

q ue l he s 4 a l t a va e r a a l ( o , a s t an te d i 4 e r en te . A na tu r e za d e i 0 o u t a l v e z e s q ueceu % s e d e d o t3 % l o s - a o

meno s mo d e s t amen te - d e i n s t i n t o s r e s p e i t 3 ve i s - n t e( r o s - l imp o s . . . G i t o en t r e n) s - e l e s n1o s 1o s eq ue r

ho mens . . . S e o i s l am i s mo d e s p r e za o c r i s t i a n i s mo - t em m i l r a z+ e s p a r a 4 a z8 % l o $ o i s l am i s mo p r e s s up + e

homens . . .

LX

O c r i s t i a n i s mo no s 4 e z p e r d e r t o d o s o s 4 r u t o s d a c i v i l i z a *1o an t i ( a - e ma i s t a r d e no s 4 e z p e r d e r o s

4 r u t o s d a c i v i l i z a *1o i s l ;m i ca . A ma r av i l ho s a cu l t u r a d o s mo u r o s na E s p anha- q ue e r a 4 und amenta l men te

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ma i s p r ) 0 ima ao s no s s o s s en t i d o s e ( o s t o s q ue Ro ma e r 2c i a - 4 o i p i s o tead a n 1o d i ( o p o r q ue t i p o d e

p 2 s D . / o r q u8 ' / o r q ue d ev i a s ua o r i ( em ao s i n s t i n t o s no , r e s e v i r i s p o r q ue d i z i a s im & v i d a - e a co m a

r a r a e r e 4 i n ad a l u 0 uo s i d ad e d a v i d a mo u r i s ca : . . . 9a i s t a r d e o s c r u zad o s co m, a te r am a l ( o an te o q ua l

ser ia ma i s ap ropr iado que ras te jas sem uma c iv i l i za*1o que 4a r ia mesmo o no s so s2cu lo J IJ parecer mui to

p o , r e e ! a t r a s ad o # . O q ue q ue r i am- o , v i amen te - e r a s aq uea r $ o O r i en te e r a r i co . . . Co l o q uemo s & p a r t e

o s p r eco nce i t o s : A s c r u zad a s $ p i r a t a r i a em ( r and e e s ca l a - nad a ma i s : A no , r eza a l em1 - q ue no 4 und o 2uma no,reza de v iX in( - es tava em seu e lemento com as cruzadas $ a I ( re ja sa, ia mui to ,em como (anhar a

no , r eza a l em1 . . . . A no ,r eza a l em1 - s emp r e a ! ( ua r d a s u *a# d a I ( r e j a - e s t a va ao s e r v i *o d e t o d o s mau s

ins t in to s da I ( re ja mas ,em pa(a. . . Bo i p rec i samente a a juda das espadas - do san(ue e do va lo r a lem1es

que permit iu & I ( re ja 4 azer sua (uer ra de mor te cont ra tudo que 2 no,re so,re a Ter ra : Aqu i poder iam ser

4 e i ta s p e r( u n ta s , a s ta n t e d o l or o sa s . A n o ,r e z a a l em 1 e n c on t r a% s e 4 o ra d a h i s t) r i a d a s c i v i li z a *+ e s

e l e vad a s $ a r a z1o 2 ) , v i a . . . C r i s t i a n i s mo - 3 l co o l o s d o i s ( r and e s me io s d e co r r up *1o . . . E m s uma - n1o

hav i a ma i s e s co l ha en t r e o i s l am i s mo e o c r i s t i a n i s mo q ue h3 en t r e um 3 r a, e e um j ud eu . A dec i s 1o j 3 4 o i

t o mad a 5 n1o h3 ma i s l i , e r d ad e d e e s co l ha aq u i . Ou , em s e 2 chand a l a o u , em s e n1o 2 . . . !ue r r a d e

mor te a Roma: /az e amizade com o i s l amismo:# $ es se 4o i o sent imento - es sa 4o i a a*1o do ( rande esp r i to

l i v re - do (8n io ent re o s imperadores a lem1es - B reder ico I I . Como' Ser3 p rec i so que um a lem1o se ja (8n io -

esp r i to l i v re - para po s su i r s ent imentos decentes ' N1o cons i(o ima( inar como um a lem1o poder ia sent i r % se

cr i s t1o . . .

LXI

N e s te m o m en t o 4 a z% s e m i s te r e v o c ar u m a m e m )r i a c e m v e z e s m a i s d o lo r o sa a o s a l e m 1 e s. O s

a l em1e s imp ed i r am a E u r o p a d e co l he r o s 6 l t imo s ( r and e s 4 r u t o s d e cu l t u r a a Rena s cen*a . Co mp r eend e %

s e 4 i n a l m e n t e - s e r 3 q u e p o r 4 i m c o m p r e e n d e % s e o q u e e r a a R e n a s c e n * a ' A t r a n s m u t a * 1 o d o s v a l o r e s

c r i s t 1o s uma t en ta t i v a co m to d o s o s me io s - t o d o s o s i n s t i n t o s e t o d o s o s r e cu r s o s d o ( 8n i o p a r a 4 a ze r

t r i un 4 a r em o s v a l o r e s o p o s t os - o s v a l o r e s ma i s no , r e s . .. A t2 ao p r e s en te e s s a 4 o i a 6n i ca ( r and e ( ue r r a 5

nunca ho uve uma q ue s t 1o ma i s c r t i c a q ue a d a Rena s cen*a q ue 2 m inha q ue s t 1o t am, 2m 5 nunca ho uve

uma 4 o r ma d e a t aq ue ma i s 4 und amenta l - ma i s d i r e t a - ma i s v i o l en tamen te d e s 4 e r i d a p o r t o d a uma 4 r en te

contra o cent ro do in imi(o : A tacar no l u(ar dec i s i vo - no p r)pr io a s sento do cr i s t ian i smo- e l 3 ent ronar o sva lo res no,res i s to 2 - in t roduz i % l o s no s in s t in to s - nas neces s idades e desejo s ma i s 4undamenta i s do s que

o cup avam o p o d e r. . . Ve j o d i an te d e m im a p o s s i , i l id ad e d e um encan tamen to s up r a te r r eno $ p a r ece % me

q ue c i n t i l a co m to d a s v i , r a *+ e s d e uma , e l e za s u t i l e r e 4 i n ad a - d en t r o d a q ua l h3 uma a r t e t 1o d i v i na -

t 1o d i a, o l i camen te d i v i na - q ue em v1o s e p r o cu r a r i a a t r a v2 s d o s m i l 8n i o s p o r s eme l han te p o s s i , i l i d ad e 5

ve j o um e s p e t3cu l o t 1o r i co em s i ( n i 4 i c ;nc i a e ao mes mo t emp o t 1o ma r av i l ho s amen te p a r ad o 0 a l q ue

d a r i a a t o d a s a s d i v i nd ad e s d o O l imp o o en s e j o d e i r r o mp e r numa imo r t a l ( a r ( a l had a C2 s a r ) r ( i a co mo

/apa: . . . Compreendem%me' . . . /o i s ,em- es sa ter ia o s ido a esp2c ie de v i t) r ia que ho je somente eu desejo

$ co m e l a o c r i s t i a n i s mo t e r i a s i d o a, o l i d o : ?ue s u ced eu ' 7 m mo n( e a l em1o - Lu te r o - che( o u a Ro ma .

E s s e mo n( e - co m to d o s o s i n s t i n t o s v i n ( a t i v o s d e um p ad r e ma l o ( r ad o no co r p o - l e van to u uma r e, e l i 1 o

co n t r a a Rena s cen*a em Ro ma . . . E m vez d e co mp r eend e r - co m p r o 4 und o r e co nhec imen to - o m i l a ( r e q ue

hav i a o co r r i d o $ a co nq u i s t a d o c r i s t i a n i s mo em s ua s ed e u s o u o e s p e t3cu l o ap ena s p a r a a l imen ta r s eu

p r ) p r i o ) d i o . O ho mem r e l i ( i o s o p en s a ap ena s em s i me s mo . L u te r o v i u ap ena s a co r r up *1o d o p ap ad o -

enq uan to e 0 a tamen te o o p o s t o e s t a va t o r nand o % s e v i s v e l $ a v e l ha co r r up *1o - o p ecca tum o r i ( i na l e - o

c r i s t i a n i s mo j 3 n1o o cup ava ma i s o t r o no p ap a l : E m s eu l u ( a r ha v i a v i d a : Qav i a o t r i un 4 o d a v i d a : Qav i a

u m ( r a n d e s i m a t u d o q u e 2 ( r a n d e - , e l o e a u d a z : . . . E L u t e r o r e s t a , e l e c e u a I ( r e j a $ a a t a c o u . . . A

Renascen*a um evento sem sent ido - uma ( rande 4ut i l idade: Ah- es ses a lem1es - quanto j 3 no s cus taram:

Tornar todas a s co i s as v1s s empre 4o i e s se o t ra,a lho dos a lem1es . A Re4o rma5 Le i,n iz 5 Kant e a a s s im

chamada 4 i l o so 4 ia a lem15 as (uer ras de ! independ8nc ia# 5 o Imp2r io s empre um su,s t i tuto 46t i l para a l (o

q ue e0 i s t i a - p a r a a l ( o i r r e cup e r 3 ve l . . . E s t e s a l em1e s - eu co n 4 e s s o - s 1o meu s i n im i ( o s $ d e s p r e zo ne l e s

t o d a a s u j i d ad e no s v a l o r e s e no s co nce i t o s - a co va r d i a p e r an te t o d o s im e n1o s i n ce r o s . Q3 q ua s e m i l

ano s em, a r a*am e co n 4 und em tud o q ue s eu s d ed o s t o cam5 t 8m s o , r e s ua s co n s c i 8nc i a s t o d a s a s co i s a s

4 e i t a s p e l a me tad e - 4 e i t a s na s s ua s t r 8 s o i t a va s p a r t e s - d e q ue a E u r o p a e s t 3 d o en te e t am, 2m p e s a

s o, re s ua s c on sc i8 nc ia s a m ai s i mu nd a- i nc ur 3v el e i nd es tr ut v el e sp 2c ie d e c ri st ia ni sm o

p r ot e s ta n t i sm o . .. S e a h u m an i d ad e n u n ca c o n se ( u ir l i v ra r % se d o c r i st i a n is m o- o s c u l pa d o s s e r1 o o s

a lem1es . . .

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7/24/2019 23420087 Nietzsche Friedrich o Anticristo

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LXI I

Co m i s t o co nc l uo e p r o nunc i o meu j u l ( amen to $ eu co nd eno o c r i s t i a n i s mo 5 l a n*o co n t r a a I ( r e j a

c r i s t 1 a ma i s t e r r v e l a cu s a *1o q ue um acu s ad o r j 3 t e ve em s ua , o ca . / a r a m im e l a 2 a ma i o r co r r up *1o

i m a (i n 3 ve l 5 , u s c a p e rp e t ra r a 6 l t im a - a p i or e s p 2c i e d e c o r ru p * 1o . A I ( re j a c r i st 1 n 1 o d e i 0 o u n a d a

i n t o cad o p e l a s ua d ep r a va*1o 5 t r an s 4 o r mo u t o d o v a l o r em i nd i ( n i d ad e - t o d a ve r d ad e em men t i r a e t o d ai n te( r i d ad e em , a i 0 e za d e a l ma . ?ue s e a t r e vam a me 4 a l a r s o , r e s eu s , ene 4 c i o s ! human i t 3 r i o s # : S ua s

neces s idades ma i s p ro 4undas a impedem de supr imi r qua lquer mis2r ia 5 e l a v ive da mis2r ia 5 c r iou a mis2r ia

p a r a 4 a ze r % s e imo r t a l . .. / o r e 0 emp l o - o ve r me d o p ecad o $ 4 o i a I ( r e j a q ue en r i q ueceu a human id ad e co m

es ta des( ra*a: A ! i(ua ldade das a lmas peran te Geus# e s sa 4 raude- es se p rete0 to para o ran co r de todos

esp r i to s ,a i0o s e s sa id2 ia e0p lo s iva terminou po r conver ter % se em revo lu*1o - id2 ia moderna e p r inc p io

d e d ec a d8 n ci a d e t o da o rd e m s oc i al i s so 2 d i na m it e c r is t 1. . . O s ! h um a ni t 3r i os # , en e 4 c io s d o

c r i s t i a n i s m o : B a z e r d a h u m a n i t a s < = > u m a a u t o c o n t r a d i * 1 o - u m a a r t e d a a u t o p o l u i * 1 o - u m d e s e j o d e

men t i r a t o d o cu s t o - uma a ve r s 1o e d e s p r e zo p o r t o d o s i n s t i n t o s , o n s e ho ne s t o s : / a r a m im s 1o e s s e s o s

!, ene 4 c i o s# d o c r i s t i a n i smo : O p a r a s i t i smo co mo 6n i ca p r 3 t i ca d a I ( r e j a 5 co m s eu s i d ea i s ! s a ( r ad o s# e

a n 8 m i c o s - s u ( a n d o d a v i d a t o d o o s a n ( u e - t o d o o a m o r - t o d a a e s p e r a n * a 5 o a l 2 m c o m o v o n t a d e d e

ne( a*1o d e t o d a a r ea l i d ad e 5 a c r u z co mo s m, o l o r ep r e s en tan te d a co n s p i r a *1o ma i s s u, te r r ;nea q ue

jamais e0 i s t iu cont ra a s a6de- a ,e leza- o ,em%es tar - o in te lecto - a ,ondade da a lma cont ra a p r)pr iav ida. . .

E s c r eve r e i e s t a a cu s a*1o e te r na co n t r a o c r i s t i a n i s mo em to d a s a s p a r ed e s - em t o d a p a r t e o nd e

houver paredes tenho l e t ras que at2 o s ce(os poder1o l e r . . . Genomino o cr i s t ian i smo a ( rande mald i*1o -

a ( r and e co r r up *1o i n t e r i o r- o ( r and e i n s t i n t o d e v i n ( an*a - p a r a o q ua l nenhum me io 2 s u 4 i c i en temen te

venenoso - secreto - su,ter r;neo ou ,a i0o chamo% lhe a imor ta l ver(onha da humanidade. . .

E co n ta % s e o t emp o a p a r t i r d o d i e s ne 4 a s t u s < @ > em q ue e s s a 4 a t a l i d ad e co me*o u o p r ime i r o d i a

d o c r i s t i a n i s mo : / o r q ue n1o co n t3 % l o a p a r t i r d o s eu 6 l t imo d i a ' A p a r t i r d e ho j e ' Tr an s muta*1o d e

todos o s va lo res : . . .

1 – Aar&ter humano, sent imento humano") – $ ia ne fas to "

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L E I  CONTRA  O   CR I S T I AN I SMO

G a t a d a d o d i a d a S a l v a * 1 o $ p r i m e i r o d i a d o a n o 7 m e m U d e S e t e m , r o d e = [ [ [ - p e l o 4 a l s o

ca lend3r io D .

uer ra de mor te cont ra o v c io $ o v c io 2 o cr i s t ian i smo

A r t i ( o / r i m e i r o ? u a l q u e r e s p 2 c i e d e a n t i n a t u r e z a 2 v c i o . O t i p o d e h o m e m m a i s v i c i o s o 2 o

padre$ e le ens ina a ant inatureza. Contra o padre n1o h3 raz+es $ h3 cade ia .

A r t i ( o S e( und o ?ua l q ue r t i p o d e co l a, o r a *1o a um o 4 c i o d i v i no 2 um a ten tad o co n t r a a mo r a l

p 6, l i ca . S e r emo s ma i s r s p i d o s co m p r o te s t an te s q ue co m ca t) l i co s- e ma i s r s p i d o s co m o s p r o te s t ante s

l i , e r a i s q ue co m o s o r t o d o 0 o s . ?uan to ma i s p r ) 0 imo s e e s t 3 d a c i 8nc i a - ma i o r o c r ime d e s e r c r i s t 1o .

Conseqentemente- o ma io r do s cr iminoso s 2 4 i l ) so 4o .

A r t i ( o Te r ce i r o O l o ca l ama l d i *o ad o o nd e o c r i s t i a n i s mo cho co u s eu s o vo s d e , a s i l i s co d eve s e r

d emo l i d o e t r an s 4 o r mad o no l u ( a r ma i s i n 4 ame d a Te r ra - co n s t i t u i r 3 mo t i v o d e p avo r p a r a a p o s t e r i d ade .

L3 devem ser cr iadas co,ras venenosas .

A r t i ( o ?ua r t o / r e( a r a ca s t i d ad e 2 uma i n c i t a *1o p 6, l i ca & an t i na tu r e za . ?ua l q ue r d e s p r e zo &

v i d a s e 0 ua l - q ua l q ue r t en ta t i v a d e macu l 3 % l a a t r a v2 s d o co nce i t o d e ! imp u r eza# 2 o ma i o r p ecad o co n t r a

o E sp r i to Santo da V ida.

A r t i ( o ?u i n to Co mer na mes ma mes a q ue um p ad r e 2 p r o i , i d o$ q uem o 4 i z e r s e r 3 e 0 co mun( ad o d a

soc iedade hones ta . O padre 2 o no s so chanda la e le ser3 p ro scr i to - l he de i0aremos mor rer de 4ome- j o(3%

l o %emos em qua lquer esp2c ie de deser to .

A r t i ( o S e 0 t o A h i s t ) r i a ! s a ( r a d a # s e r 3 c h a m a d a p e l o n o m e q u e m e r e c e $ h i s t ) r i a m a l d i t a 5 a s

p a la v r as ! G e us # - ! s al v a do r # - ! r e de n t or # - ! s a nt o # s e r 1o u s a da s c o m o i n s ul t o s- c o m o a l c un h a s p a r a

cr iminoso s .

A r t i(o S2t imo O res to nasce a par t i r daqu i .