1º trimestre - cartografia
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PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CAETANO DO SUL Estado de São Paulo
Secretaria Municipal de Educação ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO PROFESSORA ALCINA DANTAS FEIJÃO
PROFESSORA CATARINA TROIANO 2ª SÉRIE – ENSINO MÉDIO CONTEÚDO: CARTOGRAFIA
GEOGRAFIA 1º TRIMESTRE - 2013
Geografia 1º Trimestre – Cartografia
HABILIDADES E COMPETÊNCIAS
• Identificar e utilizar os principais elementos da linguagem cartográfica.
• Reconhecer as semelhanças e diferenças entre as diferentes linguagens cartográficas.
• Compreender o desenvolvimento da linguagem cartográfica em diversos períodos históricos.
• Compreender e utilizar novas ferramentas de orientação geográficas (GPS, sensoriamento remoto, imagens de satélite).
Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Conteúdo - 1º Trimestre
Introdução Cartografia: ciência ou arte? História da Cartografia: os mapas nas diferentes culturas A evolução das técnicas e a Cartografia Orientação Geo-Cartográfica Coordenadas Geográficas Fusos Horários Elementos de Cartografia Projeções Cartográficas Escalas Cartográficas Curvas de Nível Cartografia Temática Mapas, saber e poder
Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Geografia 1º Trimestre – Conceitos e Temas da Geografia
Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Introdução
Geografia 1º Trimestre – Cartografia
A vida de quase todos nós é exteriormente disciplinada pelas exigências da sociedade, pela família, por nosso próprio sofrimento, nossa própria experiência, pelo ajustamento a certos padrões ideológicos ou factuais, e essa forma de disciplina é a coisa mais maléfica que existe. A disciplina deve ser sem controle, sem repressão, sem nenhuma forma de medo.
Como pode nascer essa disciplina?
Não é primeiro disciplina, depois liberdade; a liberdade está bem no começo, e não no fim.
Para pensar...
Liberdade é disciplina
Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Compreender essa liberdade, que significa estar livre do ajustamento que a disciplina impõe, é disciplina. O próprio ato de aprender é disciplina (aliás, a própria raiz da palavra disciplina significa aprender), o próprio aprendizado transforma-se em clareza. A compreensão de toda a natureza e estrutura do controle, da repressão e da complacência, requer atenção.
Não é necessário impor disciplina para estudar, pois já o ato de estudar cria sua própria disciplina, sem repressão de espécie alguma (KRISHNAMURTI, 1969).
Fazer ciência fazer sentido
“Explicar não basta para compreender. Explicar é utilizar todos os meios objetivos de conhecimento, que são, porém, insuficientes para compreender o ser subjetivo. A compreensão humana nos chega quando sentimos e concebemos os humanos como sujeitos; ela nos torna abertos a seus sentimentos e suas alegrias. Permite reconhecer no outro os mecanismos egocêntricos [...] que estão em nós, bem como as retroações positivas, que fazem degenerar em conflitos inexplicáveis as menores querelas. É a partir da compreensão que se pode lutar contra o ódio e a exclusão” (MORIN, 2011, p. 51).
Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Por que estudar Geografia? ?
A Geografia é a ciência que estuda o mundo em que vivemos, e para a prática desta disciplina é necessário entender que o planeta está em constante movimento, seja ele físico-natural ou político-social. E também, que você é parte deste movimento e que ele está em você. As pessoas vem e vão, fixam-se nos lugares, criam laços entre si e a história vai acontecendo a cada dia. Formam-se povos, nações, estados, pessoas com diferentes culturas e práticas religiosas. Homens e mulheres habitam o planeta, o transformam e dão vida a partir das suas vontades, necessidades, ideias, sonhos e desejos.
Por isso, é importante:
Compreender e analisar a organização do território mundial e as novas territorialidades do espaço geográfico, enfocando as formas visíveis e concretas do espaço atual e do tempo histórico em um contexto político, econômico e cultural.
Reconhecer as várias formas de organização do espaço geográfico político e econômico com base na evolução da história social.
De posse desses conhecimentos, observa-se uma análise crítica das relações da sociedade e do uso do espaço. É possível fazer a diferença e dar sentido a evolução dos seres humanos.
Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Geografia 1º Trimestre – Conceitos e Temas da Geografia
O que é Geografia?
O que é Geografia?
Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Geografia e Cartografia
PONTO COMUM Espaço no centro das preocupações
Geografia: O ESPAÇO GEOGRÁFICO é o elemento central de análise associado ao
aspecto humano, e o seu mapeamento é parte do processo investigativo e discursivo; O mapa é parte do discurso geográfico.
Cartografia: O Espaço é fonte de informações para o desenvolvimento do
seu objetivo de estudo — o mapa é o fim, objeto da Cartografia.
Não é um espaço qualquer, banal, mas que se dá a partir das relações políticas,
econômicas e culturais da sociedade entre si e com o meio em que vivem.
Para a Geografia o mapa é um meio, processo, análise ideológico-espacial.
Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Cartografia: ciência ou arte?
Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Geografia 1º Trimestre – Cartografia
“Conjunto de estudos e operações científicas, artísticas e técnicas, baseado nos resultados de observações diretas ou de análise de documentação com vistas à elaboração e preparação de cartas, planos e outras formas de expressão, bem como sua utilização”. Fonte: Associação Internacional de Cartografia (ACI), 1964.
CARTOGRAFIA
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Desenvolvimento de conhecimentos específicos
Operações de campo e de laboratório
Planejamento das operações
Metodologia de trabalho
Conhecimentos e técnicas de outras ciências
CIÊNCIA
Documento de caráter altamente técnico
O jeito de ver, de fazer. É o olhar do pesquisador sobre o fenômeno.
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MÉTODO CIENTÍFICO
Expressar fatos e fenômenos observados na superfície terrestre
utilizando simbologia própria
Cêurio de Oliveira, 1988.
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Respeitar determinados aspectos estéticos: Agradável aos olhos Boa disposição de seus elementos – harmonia e clareza Simplicidade
ARTE
Documento esteticamente agradável
Por exemplo, na Cartografia, a arte manifesta na composição de um
documento cartográfico.
Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Especialização da Cartografia separação da Geografia
Geografia: O mapa é parte do discurso geográfico — o mapa é um meio.
Cartografia: O mapa é o fim, objeto da Cartografia.
Cartografia Disciplina que trata da concepção, produção, disseminação e estudo de mapas.
CIÊNCIA TÉCNICA ARTE + +
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AMPLO USO DOS PRODUTOS CARTOGRÁFICOS
Instrumentos de planejamento:
Fixar os limites de seu horizonte espacial, de seu território e de seus itinerários
Representar o seu meio de forma duradoura
Instrumentos de dominação:
Ideologia
AVANÇO CARTOGRÁFICO
Manifestação Cultural de cada povo, de cada época e de cada espaço geográfico
Omissões nos mapas (silêncios)
Presença de mitos, lendas, interesses estratégicos e ideológicos
Geografia 1º Trimestre – Cartografia
VELHOS MAPAS, NOVAS LEITURAS: REVISITANDO A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA Maria do Carmo Andrade Gomes GEOUSP - Espaço e Tempo, São Paulo, Nº 16, pp. 67 - 79, 2004.
Os novos estudos e pesquisas tratam os documentos cartográficos como objetos técnicos, produtos de construções sociais e culturais e meios de comunicação dotados de linguagem visual própria (GOMES, 2004).
O artigo abaixo traz os principais autores, eventos e ideias que promoveram uma nova história da cartografia, um movimento rico e
multifacetado ainda pouco conhecido no Brasil.
Para saber mais...
Geografia 1º Trimestre – Cartografia
História da Cartografia: Os mapas nas
diferentes culturas
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ORIGEM DOS MAPAS
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ORIGEM DOS MAPAS
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Ao lado, mapa da cidade de Bedolina, gravado nas rochas de Valcamonica, na Lombardia, Itália. Aproximadamente 2.400 A.C. Abaixo, figura geométrica do mapa.
Fonte: WALDMAN, 1999. Adaptado.
Gravação rupestre confeccionada durante o período neolítico europeu.
Foto de Luca Giarelli, 2008.
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Este é considerado um dos mapas mais antigos, foi encontrado na região da Mesopotâmia. Provavelmente representa o rio Eufrates e acidentes geográficos adjacentes. É uma pequena placa de barro cozido que cabe na palma da mão e que foi descoberta perto da cidade de Harran, no nordeste do Iraque atual. A gravura é uma reconstituição de seu traçado original.
MAPA DE GA-SUR (por volta de 3.800 a 2.500 A.C.)
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O Mundo Clássico
HERÓDOTO (484 A.C. - 425 A.C.)
ERATÓSTENES (276 A.C. - 194 A.C.)
ESTRABÃO (63 A.C. - 25 D.C)
PTOLOMEU (90 DC. - 168 D.C.)
INFLUÊNCIA GREGA
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Teoria Geocêntrica
A definição do modelo da Terra como um corpo que flutuava no centro do Cosmos onde todos os outros astros estariam ao seu redor. São leis que
tentaram explicar os movimentos dos corpos celestes de uma forma racional, girando com uma regularidade extrema em torno da Terra com posições fixas,
uns em relação aos outros.
Os Gregos pensavam que a Terra fosse plana e estática (parada), enquanto os astros giravam em seu entorno
Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Heródoto foi historiador, geógrafo, cartógrafo, grego, nascido em Halicarnasso (hoje Bodrum, Turquia).
Mundo de HERÓDOTO, 450 A.C.
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Eratóstenes foi matemático, geógrafo e astrônomo.
Mundo de ERATÓSTENES, 220 A.C. Reconstituição
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Comprovou, pela trigonometria, a esfericidade da Terra e mediu com
engenhosidade e relativa precisão o perímetro de sua circunferência.
Diagrama do experimento de Eratóstenes
Ao medir e comparar a sombra das colunas das cidades de Alexandria e Siena, ao meio dia, percebeu uma diferença entre elas e que, projetavam uma sombra perfeitamente mensurável. Conforme concluiu, este fato só poderia ser possível se a Terra fosse esférica.
Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Você sabia que...
O termo GEOGRAFIA foi utilizado pela
primeira vez pelo grego Estrabão, que escreveu a obra intitulada Geographia, dividida em 17 volumes. Compilando os conhecimentos científicos e geográficos
do período (ANDRADE, 2008).
Geographia foi, juntamente com a obra de Ptolomeu, a primeira desse gênero herdada da Antigüidade. História, religião, costumes locais e as instituições dos de diferentes povos estão misturados às descrições geográficas. ESTRABÃO
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Claudius Ptolemaeus ou Ptolomeu é o autor da obra Geografia, apresentada em oito volumes. Seu sistema cosmológico ensinava que a Terra estava no centro do Cosmos e os outros corpos descreviam círculos concêntricos ao seu redor
(Sistema Geocêntrico). Ptolomeu foi considerado o primeiro "cientista celeste".
PTOLOMEU
Astrônomo, matemático e geógrafo, viveu em Alexandria, na época em que era dominada pelo Império Romano. Considerado o autor do primeiro Atlas
Universal, disseminou o uso das coordenadas (latitude e longitude) e das projeções cônicas. Seu trabalho foi reproduzido muitas vezes durante a Idade Média, até que surgisse um mapa com maior precisão, o que só ocorreria 14
(quatorze) séculos depois, com Mercator
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Mundo de Ptolomeu, Século XV, da obra Geographia Projeção cônica
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Mundo de Ptolomeu, Século XV, da obra Geographia Projeção cônica
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INFLUÊNCIA ROMANA
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ORBIS TERRARUM, 20 A.C.
Marcus Vipsanius Agrippa
Para os romanos a principal utilização dos
mapas era de ordem prática, isto é, para fins
militares, administrativos e
comerciais, assim como recurso de localização,
para a expansão de fronteiras, rotas e
caminhos.
Visão romana do mundo
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TABULA ITINERARIA PEUTINGERIANA, Castorius, Século 1 D.C. Biblioteca Nacional de Viena.
Mapa viário da cidade de Roma
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TABULA PEUTINGERIANA, Castorius, Século 1 D.C. Reconstituição.
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MEDITERRÂNEO, séc. V A.C. Este mapa tem orientação Sul, pois este aparece na parte de “cima” da folha. Mostrando o contorno da Europa, norte da África e Ásia. Observe a configuração do oceano Índico, que é circundado pelo sul da África e parte da Índia.
AL-IDRISSI INFLUÊNCIA ÁRABE
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Na Idade Média, não só a produção cartográfica, mas como praticamente todo
o campo científico, as artes, e outras formas de expressão que se opunham ao
status quo, sofreram um período de estagnação, de repressão. Deste modo
todas as conquistas científicas realizadas anteriormente foram substituídas por uma
representação simbólica de caráter religioso.
A IDADE MÉDIA
Período que se estendeu da queda do Império Romano (476 D.C.) a tomada de Constantinopla (1453 D.C.).
Para saber mais sobre este período leia Os intelectuais na
Idade Média, de Jacques Le Goff.
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O modelo do primeiro mapa T-O (lê-se: “T” com “O”) encontra-se em um dos volumes da obra Etimologias do bispo Isidoro de Sevilha, impresso no ano de 1472 (ZAMORA, 1993).
Este mapa esquemático tinha o seguinte significado: o "T" representava os três cursos d'água que dividiam o ecúmeno, o Mediterrâneo, que separa a Europa da África; o Nilo, separando a África da Ásia; e o Don, entre a Ásia e a Europa. O ecúmeno teria sido dividido por Noé entre seus três filhos após o Dilúvio. Além disso, o "T" também simbolizava a cruz e na sua junção estaria localizada Jerusalém, centro do mundo. Esses mapas, em sua maioria, eram circulares e emoldurados por um grande oceano.
MAPA T-O
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Die Ganze Welt in EinemKleberbat. Heinrch Bunting, 1581
Tradução: O mundo Inteiro numa Folha de Trevo. Exemplo de mapa com simbolismo religioso, onde o mundo é representado por uma folha de trevo, que delimita os três continentes, destacando-se Jerusalém ao centro e a America à parte deste mundo.
Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Rosa dos Ventos. Reprodução de imagem do livro Cartografia da Conquista do Território das Minas.
A carta marítima ou portulana apresenta uma feição comum: a representação da rosa dos ventos, uma prova de que o emprego da bússola, na navegação, estava já generalizado. Outra propriedade verdadeiramente notável dos portulanos é que sua representação é já independente dos credos religiosos, podendo por tanto, considerar-se como cartografia iconoclasta, dado seu caráter de ruptura.
Cartas portulanas
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Para saber mais... GEOGRAFIA E CINEMA
1492, A CONQUISTA DO PARAÍSO é uma produção norte-americana que narra as motivações de Cristóvão Colombo e da Espanha nas navegações que chegaram à América em 1492. O questionamento da ciência vigente e o uso de cartas e mapas são fatores decisivos nesta aventura histórica.
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Disputa entre cosmógrafos (Alegoria ao Novo Mundo). José Antonio da Cunha Couto, 1892. Museu de Arte da Bahia.
A Ciência dos príncipes
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MERCATOR
Projeção de Mercator
A projeção cilíndrica de Mercator surgiu com o objetivo de facilitar a navegação, oferecendo uma representação do mundo, onde uma linha reta na carta correspondesse a uma reta de igual rumo no oceano. Tratava-se, por tanto, de uma carta orientada. Embora alcançasse seu objetivo inicial (a orientação marítima), a projeção de Mercator gerou uma grande distorção nas distâncias, sobretudo nas regiões polares da Terra.
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Orbis Terrae Compendiosa Descriptio, Mercator, 1587. Projeção cilíndrica.
Typus Orbis Terrarum. Ortelius, 1571. Tradução: Modelo Completo da Terra. Neste mapa pode-se observar a grande distorção nos territórios localizados próximos aos polos (altas latitudes).
Geografia História da Cartografia
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Idade Moderna
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Sextante – Jesse Ramsden
Cronômetro Marinho – John Harrison
Telescópio refletor John Hadley
Idade Moderna
Com a Revolução Industrial, que teve inicio na Inglaterra ao final do século XVIII, praticamente todas as áreas do conhecimento científico produzido na Europa foram impulsionadas por esse evento. A ciência agora estava a serviço do capital, e não mais em prol da Igreja. Fato este, que possibilitou o desenvolvimento de novas técnicas e equipamentos que auxiliaram na elaboração de cartas mais precisas. Como por exemplo, o telescópio, o cronômetro, o sextante, entre outros instrumentos para medição e observação do céu e da Terra.
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Idade Moderna
O microscópio de Robert Hooke
Um grande desafio que se colocava aos cientistas modernos era o cálculo das longitudes, fundamental para por fim aos incidentes ocorridos com embarcações.
Embora já se aceitasse a ideia de que a Terra não era uma esfera perfeita, ainda não se tinha como determinar com precisão sua forma e tamanho.
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The Royal Observatory Greenwich, Londres, 1676.
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Com o intuito de verificar se a Terra era mesmo achatada nos polos, como previra Isaac Newton (1643-1727), foram organizadas pelos franceses duas importantes expedições geodésicas: • A primeira, iniciada em 1735, em Quito, buscava medir um arco de meridiano em um ponto mais central na esfera terrestre. • A segunda, realizada em 1736, no Golfo de Bótnia, no Ártico, buscava efetuar medições na região polar.
Expedições Geodésicas
O objetivo de realizar duas expedições era comparar os resultados obtidos para se chegar a uma definição sobre a forma da Terra. Os ingleses, que também efetuavam várias medições, chegaram a valores divergentes daqueles obtidos pelos franceses. Para por fim a essas diferenças, foi realizado um novo levantamento trigonométrico, entre Londres (Observatório de Greenwich) e Dover (cidade portuária localizada a sudeste de Londres), alcançando-se finalmente um consenso.
História da Cartografia Planiglobium Terrestre - Weigel, 1730. Tradução: Planisfério Global. Exemplo da produção cartográfica do século XVIII.
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A evolução das técnicas e a Cartografia
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Tecnologia Manual Tecnologia manual pode ser entendida como a arte de construir algo manualmente com auxílio de equipamentos simples, manuseados pelo seu criador. No caso dos mapas usavam-se equipamentos manuais de desenho como, a pena molhada na tinta, para fazer mapas sobre pergaminhos, couro ou papel, a broca para marcar o metal, ou outros equipamentos de corte para esculpir na argila, madeira. A construção de um mapa era de forma artesanal exigindo conhecimentos específicos e artísticos.
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Por centenas de anos a bússola foi o principal meio de navegação e é obrigatório o seu uso até os dias atuais. O funcionamento da bússola chinesa se baseia na sua sensibilidade em captar o campo magnético terrestre e apontar sempre para o norte magnético.
Tecnologia Magnética É possível que a bússola magnética seja o mais antigo e seguro meio de navegação que se conhece. Inventada pelos chineses por volta do ano 1200 D.C., causou uma revolução tão grande nos sistemas de navegação na época equivalente ao impacto que tem causado o GPS nos dias atuais.
Bússola chinesa mais antiga do mundo.
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Tecnologia Mecânica A tecnologia mecânica é marcada pelo invento da imprensa, as máquinas movidas a vapor, por equipamentos que usam o princípio da mecânica. Esses equipamentos aproveitam o movimento e as condições de equilíbrio dos corpos, sejam eles sólidos, líquidos, ou gases. E também são dotados de certa precisão, o que facilitou o estudo cartográfico e sua disseminação.
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Tecnologia Óptica Ótica é parte da física que estuda o comportamento e as propriedades da luz e a sua interação com a matéria. A origem das tecnologias ópticas pode ser explicada a partir da existência de dois modelos complementares: a óptica clássica, com origens na Grécia antiga, com produtos como lentes, prismas, binóculos, óculos, microscópios, lunetas, câmera fotográfica; e a óptica moderna criada em 1920, derivando produtos como CDs, DVDs, LCDs, câmeras digitais, lasers, etc.
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Tecnologia Fotoquímica A tecnologia fotoquímica baseia-se nos efeitos provocados pela luz em determinada substância química, mediante procedimentos pertencentes a fenômenos físicos, como é o caso da fotografia. O ano que marca o surgimento da fotografia é 1939, quando Louis Jacques Mande Daguerre inventa um método de fixar as imagens em uma chapa fotográfica. Embora o princípio de captação da imagem por projeção já era conhecido desde o século XV.
Foto aérea da região central de Florianópolis, Santa Catarina.
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Tecnologia Digital Hoje após várias evoluções tecnológicas a cartografia é precisa e conta com a tecnologia digital através de inúmeros recursos como imagens orbitais, sistema de posicionamento por satélites, programas e computadores que facilitam as atividades cartográficas e também proporcionam uma rápida divulgação de informações e sua utilização.
Estamos na era da Informação, e a tecnologia na produção de mapas é a digital. A partir da década de 1960 o mapeamento por computador passa a ser operacional tanto na produção dos mapas de base (elaborados por fotogrametria) quanto dos mapas temáticos com a análise matemática e a estatística de massa de dados espacializados em programas computacionais denominados de Sistema de Informações Geográficas (SIG).
Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Atualmente, a Cartografia pode contar com valiosos recursos como,
aerofotos, imagens orbitais, sistemas de posicionamento por satélites,
programas e computadores, que além de facilitar as atividades cartográficas,
também possibilitam a rápida disponibilização das informações coletadas, assim como a sua mais
eficiente atualização.
Imagem extraída de uma Ortofoto da cidade do Rio de Janeiro, em destaque a
ponte Lúcio Costa na Barra da Tijuca.
Cartografia Contemporânea
Geografia 1º Trimestre – Cartografia
O ambiente precisa ser entendido e administrado como um sistema de processos inter-relacionados. A complexidade do mundo atual exige mapas especializados e rigorosos, pois a informação é uma ferramenta poderosa nas questões de inventário e manejo de nosso planeta.
A contaminação do meio ambiente, as espécies em extinção, sustentabilidade econômica, aquecimento global, entre outros
fatores, apontam o prevalecimento de sistemas globais de pensamento. Pense sobre isso...
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Orientação Geo-Cartográfica
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Mafalda e seus amigos discutem sobre a orientação que a humanidade deve seguir. Qual a direção correta? Por quê?
É fácil orientar outras pessoas? ? Para pensar...
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A ORIENTAÇÃO PELO SOL
Com base na observação dos astros, especialmente o Sol, os seres humanos
criaram pontos de orientação, como norte,
sul, leste e oeste.
Se estendermos o braço direito para o sentido que nasce o Sol, encontraremos o leste, o braço esquerdo estendido apontará o oeste. À frente, estará o norte, também chamado setentrional ou boreal, e às costas, o sul, também conhecido por meridional ou austral.
FORMAS DE ORIENTAÇÃO
Orientação pelo Sol. Fonte: PASSOS, 1988, p. 14.
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FORMAS DE ORIENTAÇÃO
A ORIENTAÇÃO PELAS ESTRELAS Durante a noite podemos nos orientar pelas estrelas Hemisfério Sul: O Cruzeiro do Sul é um conjunto de cinco estrelas em forma de cruz, cuja ponta inferior aponta para o Sul. Hemisfério Norte: Na constelação da Ursa Menor existe uma estrela que aponta a direção norte, é a Estrela Polar, a mais brilhante de todas.
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FORMAS DE ORIENTAÇÃO
Observar a natureza e as feições da Terra, as plantas, os animais, a forma dos relevos, o sentido dos ventos, entre outros fatores, também podem servir de referência direcional para nos localizarmos na superfície terrestre.
Musgo. Fonte: Google Imagens, 2012.
Um exemplo de outras técnicas de orientação, ainda que menos preciso, é a direção em que cresce o musgo, sempre voltada a parte norte dos
muros e árvores. Porque é a parte que nunca recebe sol diretamente,
tornando-se assim, mais úmida e propicia ao seu crescimento.
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A IMPORTÂNCIA DOS PONTOS DE REFERÊNCIA
Pontos Cardeais: são pontos principais utilizados como padrão de localização ou pontos de referência.
Através deles é possível localizar qualquer lugar sobre a superfície da Terra, são eles:
a) o Norte e o Sul que apontam na direção dos polos terrestres;
b) o Leste e o Oeste que apontam para o lado do nascer e do pôr do Sol, cruzando a linha Norte-Sul.
O PONTO DE REFERÊNCIA
NORTE
SUL
LESTE OESTE
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FRENTE, COSTAS... DE QUEM?
Os pontos de referência são relativos ao padrão de localização assumido.
Fonte: IBGE Teen, Adaptado.
OCEANO
ATLÂNTICO
Observe a imagem ao lado. No canto
inferior direito há a indicação do sentido
“Norte”.
NORTE
SUL
LESTE OESTE
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Fonte: IBGE Teen, Adaptado.
OCEANO
ATLÂNTICO
Neste exemplo, qual é o referencial assumido?
ENCIMA, EMBAIXO... DO QUE?
O Oceano Atlântico banha o Oeste do continente africano e o Leste do Brasil. O Brasil está a Oeste do Oceano Atlântico, enquanto que o continente africano está a Leste.
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O homem, para se deslocar sobre a superfície da terra, tomou por base o nascer e o pôr do sol, criando os pontos de orientação. O conceito de orientação está associado à determinação da posição do elemento no espaço geográfico e sua relação com os pontos cardeais, colaterais e subcolaterais. Veja o desenho da Rosa-dos-ventos a seguir.
ORIENTAÇÃO RUMO
DIREÇÃO
Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Os pontos de orientação norte (N), sul (S), leste (L) e oeste (O) são chamados de pontos cardeais.
Para facilitar a orientação sobre a superfície terrestre, foram
estabelecidos, entre os pontos cardeais, outros pontos de
orientação: os colaterais, os subcolaterias e os intermediários.
A junção de todos esses pontos dá origem a figura denominada rosa-dos-ventos.
Na figura acima os pontos intermediários estão representados
pelas setas azuis.
CARDEAL em latim significa PRINCIPAL
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Pontos colaterais:
• nordeste (NE), entre o norte e o leste;
• noroeste (NO), entre o norte e o oeste;
• sudeste (SE), entre o sul e o leste;
• sudoeste (SO), entre o sul e o oeste.
Pontos subcolaterais:
• nor-nordeste (NNE);
• és-nordeste (ENE);
• és-sudeste (ESE);
• su-sudeste (SSE);
• su-sudoeste (SSO);
• oés-sudoeste (OSO);
• oés-noroeste (ONO);
• nor-nordeste (NNO).
Pontos cardeais:
• norte (N)
• sul (S)
• leste (L)
• oeste (O)
Legenda
Pontos de orientação da Rosa-dos-ventos
Principais pontos de referência
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É construída a partir da identificação dos pontos cardeais.
Os pontos colaterais são identificados entre dois pontos cardeais.
Os pontos sub-colaterais são identificados entre um ponto cardeal e um ponto colateral.
A Rosa dos Ventos é a base de orientação de todos os instrumentos atuais de navegação e localização.
A Rosa dos Ventos é a representação gráfica dos principais pontos de
orientação. É assim chamada por indicar as diversas direções que o
vento pode tomar.
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EQUIPAMENTOS DE ORIENTAÇÃO
Entre os séculos XV e XVI, com a intensificação das viagens marítimas de longa distância, a exigência por equipamentos de navegação mais precisos foi se tornando cada vez maior.
A bússola, um dos instrumentos de orientação, foi inventada pelos chineses.
Ela é formada por uma agulha imantada que se apoia em um eixo vertical. Essa agulha gira sobre um fundo onde estão indicados os pontos de orientação. A ponta da agulha sempre indica, aproximadamente, a direção norte. Dizemos aproximadamente porque a orientação norte da agulha não corresponde exatamente ao polo Norte geográfico ou verdadeiro.
Geografia 1º Trimestre – Cartografia
A agulha da bússola é atraída para um ponto chamado polo Norte magnético, ou Norte
magnético, que está um pouco distante do polo
Norte verdadeiro ou geográfico.
Ilustração com cores fantasia, sem proporção de tamanho e de distância.
EQUIPAMENTOS DE ORIENTAÇÃO
Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Atualmente vem sendo usado um aparelho localizador digital chamado GPS, das iniciais em inglês de Global Positioning System, isto é, Sistema Global de Posicionamento, que permite a determinação exata da posição na superfície terrestre, informando a latitude e longitude, além de determinar a altitude. Esse aparelho informa também a direção que o usuário está seguindo e a sua velocidade.
Aparelho de GPS
GPS
Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Coordenadas Geográficas
Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Parte integrante da coleção Geografia homem & espaço, Editora Saraiva, 2010. Adaptado.
Observe a figura
Imagine que você precisasse ir até o
sítio das Flores e uma pessoa lhe informasse que
essa propriedade fica a leste do rio Preto e ao norte
do córrego da Velha.
As informações são suficientes para você chegar ao sítio das Flores? Por quê?
LOCALIZANDO-SE COM PRECISÃO
Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Para localizar com precisão um lugar de um determinado espaço geográfico, a informação
baseada apenas nos pontos de orientação não é suficiente, pois eles indicam somente a direção.
Em uma cidade é possível encontrar os lugares utilizando o endereço, que indica os nomes do bairro e da rua e o número da casa.
Para ir de uma cidade para outra, mesmo que elas estejam situadas a centenas de quilômetros de distância, os motoristas se orientam por placas nas estradas, consultam o guia rodoviário ou pedem informações às pessoas.
Então, como as pessoas que controlam navios e aviões podem obter sua localização de forma precisa e atingir com facilidade seus locais de destino?
E as pessoas que estão andando na floresta, no deserto ou em auto mar, como conseguem definir caminhos com direções corretas para atingir os locais aos quais desejam ir?
Geografia 1º Trimestre – Cartografia
A orientação das pessoas depende das características de cada espaço geográfico, da cultura de um povo e do tipo de meio de transporte utilizado.
Os pilotos de navios e aviões e as pessoas que caminham por florestas e desertos se orientam por meio de equipamentos que lhe fornecem a localização.
Para fornecer a localização, esses equipamentos precisam basear-se em um sistema de coordenadas, ou seja, linhas imaginárias que se cruzam sobre a esfera terrestre.
As linhas que vão de um polo a outro da Terra são chamadas de meridianos.
As linhas que dão uma volta completa ao redor da esfera terrestre no sentido leste-oeste são chamadas de paralelos.
Paralelos e Meridianos
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LOCALIZANDO-SE COM EXATIDÃO
Os elementos geográficos que nos dão condições para localizar qualquer
ponto sobre a superfície terrestre são as coordenadas geográficas.
Foram determinadas por meio de observações astronômicas e satélites
geodésicos. Suas informações são expressas em graus, minutos e segundos.
A coordenada geográfica é indicada através de duas variáveis:
a longitude (meridianos)
e a latitude (paralelos)
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PARALELOS
O Equador, é um circulo imaginário equidistante dos polos, que divide a Terra em hemisfério Norte e Sul.
Paralelamente ao Equador são traçados outros círculos menores chamados paralelos.
Além do Equador, quatro outros paralelos recebem nomes, por serem considerados mais importantes.
Hemisfério Norte: • Círculo polar Ártico • Trópico de Câncer
Hemisfério Sul: • Trópico de Capricórnio • Círculo polar Antártico
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Monumento que simboliza a linha imaginária do Equador que divide os hemisférios Norte e Sul. Está localizado na cidade de Macapá, Estado do Amapá, Brasil.
MARCO ZERO DO EQUADOR
Ao lado, foto noturna e abaixo vista aérea do monumento.
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MERIDIANOS
Os meridianos são linhas traçadas perpendicularmente ao Equador e
vão de um polo a outro. Cada meridiano equivale à metade de um círculo. Todos os meridianos
têm o mesmo tamanho, o que não acontece com os paralelos.
A cada meridiano corresponde outro oposto, chamado antimeridiano, com
o qual se completa uma circunferência em torno da Terra,
passando pelos polos.
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O meridiano de Greenwich e seu antimeridiano dividem a Terra em
hemisfério Ocidental (Oeste) e hemisfério Oriental (Leste).
Passa pelo Observatório Real de Londres, onde possui uma marcação física no solo (observe a foto).
Por convenção de um acordo internacional realizado em 1884, o meridiano é adotado como referência para as longitudes e fusos horários, sendo o “primeiro meridiano”.
Todos os meridianos e seus antimeridianos dividem a Terra em duas partes, mas ficou estabelecido que um deles seria usado como referência para essa divisão. Esse meridiano, que passa pela cidade de Londres, na Inglaterra, é chamado de Meridiano de Greenwich ou Principal.
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Podemos localizar com precisão qualquer lugar da superfície terrestre com base nas coordenadas geográficas determinadas pelos paralelos e meridianos. As medidas em graus das coordenadas geográficas de um lugar dão sua latitude e longitude.
LATITUDE E LONGITUDE
A latitude é a distância em graus de um lugar qualquer da superfície terrestre até o Equador.
Todos os lugares situados em um mesmo paralelo têm a mesma latitude.
A linha do Equador divide o planeta em
dois hemisférios: setentrional (Norte) e
meridional (Sul);
A latitude varia de 0° (na linha do Equador)
a 90° para norte e 90° para sul.
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A longitude de um lugar da superfície é a distância em graus desse lugar até o meridiano de Greenwich.
Todos os lugares situados em um mesmo meridiano têm a mesma longitude.
Como na esfera terrestre o meridiano de Greenwich é o meridiano de 0º, a longitude pode ser de leste (oriental)
ou oeste (ocidental), variando até 180º. Antimeridiano de Greenwich
Meridiano de Greenwich
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É possível localizar qualquer lugar da superfície terrestre determinando sua latitude e longitude, ou seja o paralelo e o meridiano que se cruzam naquele lugar.
Para localizar um ponto na superfície terrestre, identificamos primeiro suas coordenadas geográficas, isto é, a latitude e a longitude. É o cruzamento de um paralelo com um meridiano que nos dará sua posição exata.
Como proceder para determinar as coordenadas geográficas de um local?
Localizando os pontos
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LATITUDE
60º Latitude Norte
30º Latitude Norte
0º Latitude
15º Latitude Sul
45º Latitude Sul
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Longitude
120º Longitude Leste
45º Longitude Leste
130º Longitude Oeste
15º Longitude Oeste
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Localizando os pontos
A
B
C
D
A 40º Latitude Norte
60º Longitude Leste
B 20º Latitude Sul
20º Longitude Oeste
C 80º Latitude Norte
40º Longitude Oeste
EUROPA
Qual o continente que está localizado
a 60º Latitude Norte e 40º Longitude Leste?
0º Latitude - Equador
0º Longitude – Meridiano de Greenwich
D 20º Latitude Sul 140º Longitude
Leste
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OS FUSOS HORÁRIOS
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Você já reparou que o sol parece se movimentar durante o dia?
Foi a partir deste movimento aparente que os homens
começaram a estabelecer a contagem do tempo.
Na verdade quem se desloca é o planeta Terra em torno do Sol e a hora marcada em nossos relógios está relacionada à este movimento.
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Rotação: movimento que a Terra faz em torno de seu próprio eixo. Determina a duração dos dias e das noites.
MOVIMENTOS DA TERRA
O movimento de Rotação ocorre de Oeste para Leste e dura exatamente 23 horas, 56 minutos e 4 segundos, porém para facilitar, convencionou-se arredondar este valor para 24 horas. A terra gira sobre si mesma a uma velocidade de 32 km por minuto na linha do equador, logo, quem mora sobre a linha do Equador gira a 1.920 km por hora (SCHÄFFER, 2005).
Os movimentos da Terra - Atlas Geográfico Escolar - IBGE
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Translação: corresponde ao giro da Terra ao redor do sol. Determina as quatro estações do ano, além de influenciar na adoção do “horário de verão ” no Brasil e em outros países.
O movimento de translação se realiza em exatos 365 dias, 5 horas e 48 minutos.
MOVIMENTOS DA TERRA
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A OBSERVAÇÃO DOS MOVIMENTOS DA TERRA
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PARA ENTENDER OS FUSOS HORÁRIOS
O planeta Terra possui o formato aproximado ao de uma esfera (Geoide) que possui 360°. Dividiu-se este valor pelo número de horas que um dia possui (24 horas), resultando em 24 “faixas” de 15° cada.
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Cada fuso horário possui uma hora de diferença em relação ao fuso que se encontra ao seu lado. Os fusos situados a Leste de Greenwich, possuem uma hora a mais a cada 15º de longitude; já os fusos situados a Oeste do meridiano de Greenwich possuem uma hora a menos a cada 15º de longitude.
A determinação da hora parte do princípio de que a Terra é uma circunferência perfeita, medindo 360°, e de que a rotação terrestre dura 24 horas. É o tempo necessário para que todos os meridianos passem, num determinado momento, frente ao Sol. Dividindo-se os 360° da Terra pelas 24 horas de duração do movimento de rotação, resultam 15°. Portanto, a cada 15° que a Terra gira, passa-se uma hora.
Desta forma, teoricamente o sol ilumina uma parte da superfície terrestre a cada 15° de longitude, quando se passa a ter um fuso horário diferente.
Padronizou-se assim, as horas em qualquer lugar do mundo, facilitando principalmente, a vida de viajantes e das relações comerciais nacionais e internacionais.
Alguns globos trazem sobre o polo norte um disco plástico, dividido em 24 partes que correspondem às horas do dia, este é denominado “seletor de tempo” e permite calcular o horário de qualquer local do globo com relação ao meridiano de Greenwich.
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LESTE OESTE
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LESTE OESTE
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LESTE OESTE
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LESTE OESTE
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LESTE OESTE
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LESTE OESTE
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LESTE OESTE
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O Congresso de Washington (1884), convencionou que a Linha Internacional da Mudança da Data se situaria no espaço antimeridiano, ou seja, ao longo do meridiano de valor 180º, que se encontra sobre o oceano pacífico.
LINHA INTERNACIONAL DA MUDANÇA DA DATA (LID)
A Linha Internacional da Mudança da Data é conhecida também pelas siglas LID ou LIMD.
Somente quando é meia noite na Linha Internacional de Mudança de Data ocorre o mesmo dia no mundo todo; logo após há dois dias acontecendo no planeta Terra ao mesmo momento.
No planisfério destacam-se as 24 faixas de 15º cada que correspondem aos fusos horários; o horário universal de Greenwich; os países que possuem horário fracionado; e a Linha Internacional da Mudança de data (em vermelho).
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Inicialmente é bom ter em mente que o movimento aparente do sol é de Leste para Oeste, desta forma, a Leste é “mais cedo” que a Oeste onde é “mais tarde”; Atravessando a Linha Internacional de Mudança de Data do Leste para o Oeste, subtrai-se um dia à data; e ao contrário, se a travessia for de Oeste para Leste, acrescenta-se um dia.
Como funciona A LINHA DE MUDANÇA DE DATA?
O O L L LID
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FUSOS TEÓRICOS
LID GMT
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LID GMT
FUSOS PRÁTICOS
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BRASIL
FUSOS PRÁTICOS
FUSOS TEÓRICOS
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BRASIL
Em território nacional, uma sanção publicada no Diário Oficial da União, no dia 24 de Abril de 2008, aprovou uma lei que determinou que o Brasil passa a contar com três e não mais quatro fusos horários. Esta mudança atinge três estados da região Norte do país. O Acre e parte do Amazonas que possuíam duas horas de atraso em relação a Brasília, passam a ter apenas uma hora de diferença, e todo o estado do Pará passa a adotar horário igual ao da capital Federal (Brasília).
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O horário de verão consiste no adiantamento dos ponteiros do relógio em uma hora, o que cria uma defasagem em relação ao horário normal. Este ajuste permite um melhor aproveitamento da luz do sol nas regiões mais afastadas do Equador, onde em determinadas estações do ano, devido à inclinação da Terra, os dias são mais longos que as noites e o nascer do sol acontece muito cedo.
É interessante notar que em períodos de horário de verão, no Brasil, é possível haver dois horários diferentes dentro do mesmo fuso, citando como exemplo o horário dos estados da região Sul e Sudeste que diferem de algumas cidades do Nordeste, que estão no mesmo fuso. No início do horário de verão, os relógios são adiantados em uma hora, com o intuito de reduzir o consumo de energia, aproveitando desta forma, melhor a claridade solar.
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Para saber mais...
PARA SE LOCALIZAR: TABELA DE SINÔNIMOS
LESTE OESTE NORTE SUL
ORIENTE OCIDENTE SETENTRIONAL MERIDIONAL
ORIENTAL OCIDENTAL BOREAL AUSTRAL
NASCENTE POENTE ÁRTICO ANTÁRTICO
Fusos horários Entenda como se determina a hora em cada país Ângelo Tiago de Miranda – UOL Educação
Este pequeno artigo do professor e geógrafo Ângelo Tiago de Miranda explica de forma simplificada como funcionam os fusos horários e como entender a hora exata em cada país.
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Elementos de Cartografia
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SIMBOLOGIA E CONVENÇÕES
CARTOGRÁFICAS
Modo de expressão diz respeito a cada tipo específico de representação
cartográfica e está relacionado ao objetivo da construção e a escala.
Globo
Mapa
Carta
Planta
Cartograma
Anamorfose
Croqui
Maquete
Formas de representação
cartográfica
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GLOBO - representação cartográfica sobre uma superfície esférica, em escala pequena, dos aspectos naturais e artificiais de uma figura planetária, com finalidade cultural e ilustrativa (IBGE, 2012).
O globo terrestre é a melhor forma de se representar a Terra, e que mais se aproxima da realidade, apesar de não ser a mais utilizada. Suas vantagens são:
GLOBO
1) Sendo esférico, dá uma ideia bastante real;
2) Mostra todos os continentes, seus oceanos;
3) Permite a localização correta das principais linhas imaginárias;
4) Possibilita a simulação dos movimentos da Terra;
5) Apresenta as distâncias em latitudes e longitudes com exatidão;
6) As distâncias serão mais exatas, pois haverá mínima distorção das projeções.
SIMBOLOGIA E CONVENÇÕES
CARTOGRÁFICAS
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SIMBOLOGIA E CONVENÇÕES
CARTOGRÁFICAS
Mapa - documento mais simples, sem grande detalhamento, como por exemplo, os mapas políticos.
Brasil – Regiões Metropolitanas 2009 IBGE, Atlas escolar.
Características: Representação plana; geralmente em escala pequena; área delimitada por acidentes naturais, político-administrativos; destinação a fins temáticos, culturais ou ilustrativos.
“Mapa é a representação no plano, normalmente em escala pequena, dos aspectos geográficos, naturais, culturais e artificiais de uma área tomada na superfície de uma Figura planetária, delimitada por elementos físicos, político-administrativos, destinada aos mais variados usos, temáticos, culturais e ilustrativos” (IBGE, Noções de Cartografia).
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Carta - documento de finalidade especial, maior detalhamento, co-mo as cartas topográficas, náu-ticas e aeronáuticas.
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Características das Cartas:
Representação plana;
Escala média ou grande;
Desdobramento em folhas articuladas de maneira sistemática;
Limites das folhas constituídos por linhas convencionais, destinada à avaliação precisa de direções, distâncias e localização de pontos, áreas e detalhes.
“Carta é a representação no plano, em escala média ou grande, dos aspectos artificiais e naturais de uma área tomada de uma superfície planetária, subdividida em folhas delimitadas por linhas convencionais - paralelos e meridianos - com a finalidade de possibilitar a avaliação de pormenores, com grau de precisão compatível com a escala” (IBGE, Noções de Cartografia).
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Para saber mais...
MUSEU DE TOPOGRAFIA PROF. LAUREANO IBRAHIM CHAFFE – UFRGS Equipamentos de topografia
TOPOGRAFIA é a ciência que trata do estudo da representação detalhada de uma porção da superfície terrestre.
Desde os primórdios da civilização, ainda em seu estágio primitivo, o homem tratou de demarcar sua posição e seu domínio. Sem saber, ele já aplicava a Topografia.
Os babilônicos, os egípcios, os gregos, os chineses, os árabes e os romanos foram os povos que nos legaram instrumentos e processos que, embora rudimentares, serviram para descrever, delimitar e avaliar propriedades tanto urbanas como rurais, com finalidades cadastrais.
A palavra TOPOGRAFIA tem sua origem na escrita grega, onde TOPOS significa lugar e GRAPHEN significa descrição, escrita. Desta maneira pode-se dizer que a
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Planta – documento que exprime uma área restrita, como cidades, casas ou jardins. Zoneamento estratégico da cidade
de São Caetano do Sul, 2010.
PLANTA - a planta é um caso particular de carta. A representação se restringe a uma área muito limitada e a escala é grande, consequentemente o nº de detalhes é bem maior.
A anamorfose cartográfica ou geográfica é uma figura que expõe o contorno dos espaços representados de forma distorcida para realçar o tema. A área das unidades espaciais é alterada de forma proporcional ao respectivo valor, mantendo-se as relações topológicas entre unidades contíguas.
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Anamorfose
Cartograma ou mapa diagrama é uma das denominações que recebe um mapa que representa dados quantitativos em forma de gráfico sobre mapas de áreas extensas como estados, países, regiões.
Cartograma
Croqui do Pão de açúcar
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Trata-se de representação cartográfica elementar que pode representar paisagens
e/ou trajetos de uma localidade a outra.
Croqui corresponde a uma representação cartográfica aproximada, que permite ao leitor a orientação e localização de objetos de interesse.
CROQUI - é um esboço e não obedece a rotina técnica para a elaboração de mapas. Não tem como finalidade a divulgação para o público; contém informações sobre uma pequena área e supre a falta de uma representação cartográfica detalhada (IBGE, Noções de Cartografia).
CROQUI
SIMBOLOGIA E CONVENÇÕES
CARTOGRÁFICAS
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A maquete é um modelo concreto, reduzido e em três dimensões (3D), de setor da superfície terrestre, que representa os objetos e feições que se pretende estudar. As maquetes apresentam os objetos de forma reduzida, respeitando ou não uma relação precisa de escala no registro dos objetos que a compõem. Em muitos casos a maquete pode ser construída em escala, com algumas feições decorativas exageradas para que sejam visíveis. Sempre que possível deve representar a realidade com fidelidade, no que se refere à forma, tamanho e proporção de objetos.
Maquete do CT de atletismo em SCS/SP.
Transformação do centro esportivo São Jo-sé, em uma instalação esportiva de ponta e ecologicamente correta, com investimento de R$ 15 milhões. UOL Esporte, 20/10/2010.
MAQUETE
SIMBOLOGIA E CONVENÇÕES
CARTOGRÁFICAS
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SIMBOLOGIA E CONVENÇÕES
CARTOGRÁFICAS
Geografia 1º Trimestre – Cartografia
ELEMENTOS DO MAPA
MAPAS: TEXTOS CHEIOS DE ESTILOS
Os cinco elementos básicos dos mapas:
TÍTULO: informa o tema, o local e o tempo (data de ocorrência do fenômeno).
LEGENDA: detalha as informações do título em acordo com as representações utilizadas no mapa.
ESCALA: permite visualizar a proporção entre o real e o abstrato.
ORIENTAÇÃO: indica as referências internas de localização: Norte, Sul, Leste e/ou Oeste.
FONTE: credencia a informação do mapa, dá respaldo técnico e científico.
1º Trimestre – Cartografia
Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Título: Traz informações que identificam o mapa
1
ELEMENTOS DO MAPA
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DECIFRANDO OS MAPAS: A LEGENDA
Entendendo as legendas
São elementos informativos do mapa que traduzem as informações gerais do título.
Detalham a informação do mapa.
A legenda transforma seu ponto de referência abstrato em uma referência concreta.
2
A Legenda indica o significado dos símbolos e das cores utilizados no mapa.
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Escala: Indica quantas vezes o tamanho real foi reduzido para
ser representado no mapa.
Orientação: Indica a direção e o sentido do mapa. Geralmente
indica o Norte.
3 4
ELEMENTOS DO MAPA
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Fonte: Fornece a origem das informações apresentadas no mapa
5
ELEMENTOS DO MAPA
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PROJEÇÕES
CARTOGRÁFICAS
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O ESTUDO DAS PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS
Todo mapa é um processo de alteração da superfície terrestre. Esta
distorção será maior quanto maior for a área cartografada.
O problema das projeções cartográficas exige, portanto, uma grande dose de imaginação.
Ao tentarmos desenvolver uma esfera (ou parte de uma esfera) sobre um plano, observamos que os limites externos de sua superfície são os mais sacrificados, apresentando maiores alterações, enquanto que o centro da mesma não apresentará deformações. Portanto, o centro de uma projeção é a parte – que pode ser um ponto ou uma linha (um paralelo ou um meridiano) – em verdadeira grandeza, sem alterações de escala.
O DESENVOLVIMENTO DE UMA ESFERA
A maior dificuldade em cartografia é transferir o que existe numa superfície curva, que é a Terra, para uma superfície plana, que é o mapa. Só podemos conseguir essa transferência, essa passagem, de maneira imperfeita, infiel, com algumas alterações.
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Como a esfera não se desenvolve sobre o plano, utilizamos superfícies intermediárias que tenham a propriedade de se desenvolver. Temos, então, que procurar figuras semelhantes à esfera, que sejam passíveis de desenvolvimento. O cilindro, o cone e o azimute constituem esses tipos de figuras.
Cônicas
Azimutal (tangente ou polar)
Cilíndricas
As projeções cartográficas costumam ser reunidas em três tipos básicos:
CLASSIFICAÇÃO DAS PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS
CONFORME: São projeções que conservam os ângulos, ou seja, são mantidas as formas ou as fisionomia dos elementos cartografados. Ex: Projeção de Mercator
EQUIVALENTE: São as que conservam as áreas, mantendo a proporção do tamanho entre a superfície real e a representada no mapa. Ex: Projeção de Peters
EQUIDISTANTE: Os comprimentos são representados em escala constante, ou se ja, é mantida a relação de comprimento entre meridianos e paralelos. Ex: Projeção Azimutal
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PROJEÇÃO CÔNICA
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Na projeção cônica, a esfera projeta-se a partir do Equador, tangenciando de um dos paralelos. São observados as seguintes consequências:
• A única linha de verdadeira grandeza é o paralelo de tangência.
• O polo é projetado, graças à forma própria do cone.
• Os meridianos projetados se cruzam no polo, semelhantemente ao que acontece na esfera.
• As linhas traçadas na esfera são projetadas para a superfície cônica de desenvolvimento a partir de um certo ponto do interior da esfera.
Observe a projeção cônica: os países que apresentam maiores distorções são aqueles localizados próximos ao Equador.
Este tipo de projeção é ótima para representar mapas regionais, onde aparecem apenas pequenas partes da superfície terrestre.
PROJEÇÃO CÔNICA
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PROJEÇÃO AZIMUTAL OU POLAR
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PROJEÇÃO AZIMUTAL OU POLAR
Na projeção plano ou azimutal, as linhas traçadas na esfera são projetadas no plano, partidas de um certo ponto do interior da esfera, a partir do polo. São observados as seguintes consequências:
• Os meridianos, irradiando-se do polo, são projetados em linha reta.
• À medida que se afastam do ponto de tangência - o polo – o espaçamento e as dimensões dos paralelos e dos meridianos crescem rapidamente.
• O polo, ponto em que a esfera é tangente, é projetado no centro do plano.
• Os paralelos são arcos de círculos concêntricos, como na esfera terrestre.
A projeção azimutal destina-se a representar as regiões polares e suas proximidades.
Esquema utilizado para representar a superfície da Terra sobre um plano tangente a mesma. A tangência pode ser nos Polos, no Equador ou em qualquer ponto da superfície terrestre (horizontal), como mostra a figura acima.
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PROJEÇÃO AZIMUTAL OU POLAR
Símbolo da ONU Projeção Azimutal
Plana Horizontal
Plana Polar
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PROJEÇÃO CILINDRICA
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As linhas traçadas na esfera são transferidas para a superfície cilíndrica de desenvolvimento, através de projeções partidas do centro da esfera. A projeção cilíndrica, também conhecida como Projeção de Mercator, apresenta os paralelos e os meridianos cruzando-se em ângulos de 90º e é bastante utilizada na navegação e na confecção de mapas-múndi.
PROJEÇÃO CILINDRICA
Os países localizados nas mais altas latitudes apresentam-se bastante deformados, ao contrário daqueles situados ao longo ou próximo da linha do Equador, que apresentam pequenas alterações.
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PROJEÇÃO CILINDRICA
Projeção de cilíndrica de Mercator, século XVI
Projeção cilíndrica Conforme:
Prioriza os ângulos
PROJEÇÃO DE MERCATOR
Na projeção de Mercator há uma valorização do continente Europeu,
localizado ao centro superior do mapa. Nota-se uma
distorção acentuada dos países do hemisfério Norte
(em relação às suas medidas reais) em detrimento do
hemisfério Sul.
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PROJEÇÃO CILINDRICA
• Apenas o Equador tangencia a superfície. Por isso, é a única linha projetada de real grandeza (que conserva a dimensão original).
• As áreas próximas aos polos e mesmo os polos não têm possibilidade de serem projetadas na superfície cilíndrica ou são projetadas com grande distorção.
• Os demais paralelos projetados não conservam as medidas originais, guardando iguais comprimentos em relação ao Equador.
Em uma projeção cilíndrica, observam-se as seguintes conseqüências:
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Projeção de cilíndrica de Peters, século XX
Projeção cilíndrica Equivalente:
Prioriza as áreas
PROJEÇÃO DE PETERS
Na projeção de Peters, países e continentes do
hemisfério Sul (subdesenvolvidos)
ganham destaque em suas proporções e distorções em relação a projeção
elaborada por Mercator.
PROJEÇÃO CILINDRICA
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O Alemão Amo Peters (nascido em 1916) apresenta um mapa que valoriza o Terceiro Mundo. A principal qualidade deste planisfério é que cada cm² dentro do formato 113 x 72 cm representa exatamente 63.550 Km². Assim, as regiões temperadas do planeta não aparecem maiores do que as outras, como ocorre nos mapas tradicionais. Outra boa qualidade é que a linha do Equador está equidistante dos polos e todas as regiões terrestres aparecem representadas. Esta projeção também facilita uma compreensão mais real da relação entre os tamanhos dos países. A projeção de Peters não é uma projeção conforme. É uma projeção cilíndrica equidistante (de área igual). Isso significa que as áreas dos continentes e países aparecem em escala igual, conservando suas dimensões relativas.
PROJEÇÃO CILINDRICA
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PROJEÇÃO DE MOLLWEIDE
Apresenta formato elíptico,
com distorções das formas
menores que na projeção de
Peters.
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PROJEÇÃO DE GOODE
Também chamada de Projeção
interrompida, mostrando
equivalência entre as áreas oceânicas e
continentais.
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ESCALAS
CARTOGRÁFICAS
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Escala é a relação entre a medida de um objeto ou lugar representado no papel e sua medida real.
Noção de Escala – Relação entre a distância no mapa e a correspondente distância real.
Tipos de Escalas
Numéricas Gráficas
0 10 20 30 40m
0 5 10 15 20 Km
0 2 4 Km
1:100 000
1/ 25 000
1 5 000 000
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Conversão de Escalas Converter escalas numéricas em escalas gráficas
1: 100 000 = 1000 m = 1 km
centímetros 0 1 2 3 4 km
km hm dam m dm cm
Kilometro Hectometro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro
1 0 0 0 0 0
1 0 0 0
1
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Tipos de Escalas
Numéricas Gráficas
1: 250 000
1/10 000
1 7 000 000
0 100 200 m
0 2,5 5 km
0 70 140 210 280 km
0 50 100 150 200 Km 1: 5 000 000
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ESCALAS GRANDES E PEQUENAS
As representações cartográficas mudam de nome conforme a escala
Quanto ao tamanho
Quanto a representação
Escala Aplicações
Escala Grande Escala de Detalhe até 1:25.000 Plantas Cadastrais
Escala Média Escala de Semi-detalhe
de 1:25.000 até 1:250.000
Cartas topográficas
Escala Pequena Escala de Reconhecimento ou de síntese
de 1:250.000 e menores.
Cartas Topográficas e cartas gerais.
Você pode usar o seguinte raciocínio: 1 dividido por 5 mil é maior que 1 dividido por 30 milhões. Quanto maior a escala, maior o número de detalhes representados.
Ao contrário do que se pensa uma escala grande não é aquela que possui um número enorme. A escala 1:5.000 é
grande pois a representação da realidade foi diminuída apenas 5.000 vezes, enquanto na escala 1:30.000.000 a representação da realidade foi diminuída 30 milhões de
vezes, portanto a E=1:5.000 é maior que a E=1:30.000.000.
ESCALAS uma questão de
ponto de vista
QUANTO MAIOR A ESCALA,
MAIOR O NÍVEL DE DETALHAMENTO.
QUANTO MENOR A ESCALA,
MENOR O NÍVEL DE DETALHAMENTO.
Áreas da Europa vistas em diferentes escalas.
Escala Continental
Escala Local
Escala Regional
Escala Nacional
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ESCALAS uma questão de
ponto de vista
2000 km
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1000 km
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500 km
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200 km
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10 km
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5 km
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2 km
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1 km
Geografia 1º Trimestre – Cartografia
200 m
Geografia 1º Trimestre – Cartografia
100 m
Geografia 1º Trimestre – Cartografia
50 m
Geografia 1º Trimestre – Cartografia
20 m
Geografia 1º Trimestre – Cartografia
20 m
Geografia 1º Trimestre – Cartografia
PROBLEMAS COM ESCALAS
Relembrando: Escala Relação entre a distância no mapa e a correspondente distância real.
Os problemas de escala têm sempre três elementos:
E – Escala Numérica
D – Distância Real
d – Distância no mapa
Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Cálculo da Escala
Problema: Sabendo que a distância real (D) entre o Funchal (Madeira) e Lisboa é de 900 km, calcule a Escala do mapa onde a distância entre essas duas cidades é de 2 cm.
Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Problema: A distância medida no mapa entre Viseu e Beja é de 5 cm.
Sabendo que a Escala do mapa é de 1:7 000 000,
calcule a Distância Real (D).
Cálculo de Distâncias Reais
Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Problema: A distância real entre Lisboa e Madrid é de 600 Km. A que distância se
encontram separadas estas duas cidades num mapa de com Escala de 1/20 000 000?
Cálculo de Distâncias no Mapa
Geografia 1º Trimestre – Cartografia
CURVAS DE
NÍVEL
Geografia 1º Trimestre – Cartografia
SUPERFÍCIES TOPOGRÁFICAS
São superfícies terrestres que não podemos representar por meio de equações devido a sua forma geométricamente indeterminada.
LEVANTAMENTO ALTIMÉTRICO
É a projeção plana que contempla as informações
do relevo do terreno estudado.
Curva de nível é uma linha imaginária
marcada em planta ou mapa topográfico e que representam os pontos de mesma
altitude do terreno.
Geografia 1º Trimestre – Cartografia
É o método utilizado para representar o
relevo terrestre, que permite ao usuário,
ter um valor aproximado da
altitude em qualquer parte do mapa.
As curvas de nível tendem a ser quase que paralelas entre si.
Todos os pontos de uma curva de nível se encontram na mesma elevação.
Cada curva de nível fecha-se sempre sobre si mesma.
As curvas de nível nunca se cruzam, podendo se tocar em saltos d'água ou despenhadeiros.
Em regra geral, as curvas de nível cruzam os cursos d'água em forma de "V", com o vértice apontando para a nascente.
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Perfil topográfico de uma área da cidade do Rio de Janeiro
As linhas traçadas no mapa são chamadas isoípsas, sendo que quanto mais próximas estiverem, mais abrupto (inclinado) se apresenta o relevo. Observe que entre as duas elevações existentes na figura, na direção leste-oeste, encontra-se uma depressão relativa.
As curvas de nível permitem uma representação
cartográfica do relevo tridimensional de uma
superfície para visualização das formas do terreno numa
superfície plana (a carta).
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FINALIDADE E APLICAÇÃO
ÁREAS AMBIENTAIS
Definição e demarcação de áreas de preservação permanente; Projeto de matas ciliares; Demarcação e projeção de reserva permanente de áreas verdes.
ENGENHARIA
Importante recurso para aplicações em obras de engenharia como Terraplenagem; Estradas; Edificações; Obras sanitárias e hidráulicas e ambientais.
AGRICULTURA
É utilizada para Talhonamento; Sistematização do terreno; Terraços e camalhões; Arruamento de plantio em nível e desnível; Sistema de irrigação; Implantação de carreadores.
Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Para saber mais...
A NOÇÃO DE CURVA DE NÍVEL NO MODELO TRIDIMENSIONAL E O ENSINO-APRENDIZAGEM DO MAPA DE RELEVO Sérgio Luiz MIRANDA Rosângela Doin de ALMEIDA
O mapa é um instrumento fundamental para pensar, decidir, planejar e agir racionalmente sobre o espaço, sobretudo quando a escala ultrapassa a dimensão do lugar imediato, do lugar de vida do sujeito, quando, então, o mapa possibilita pensar o espaço ausente, distante, desconhecido empiricamente. A evolução tecnológica possibilitou o desenvolvimento de novas formas de se registrar informações espaciais, como as fotografias aéreas e as imagens de satélite. No entanto, essas novas técnicas, que têm suas vantagens e aplicações específicas de grande importância nos dias de hoje, não possuem a seletividade do mapa e, em vez de substituí-lo, contribuíram para seu aperfeiçoamento, possibilitando maior grau de precisão dos documentos cartográficos.
Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Cartografia Temática
Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Características da Cartografia Temática
Cartografia temática corresponde a todos os mapas que tratam de outro assunto além da simples representação do terreno (JOLY, 1990).
Mapas temáticos são aqueles que representam qualquer tema;
Atendem usuários específicos;
Geralmente os dados são superados com rapidez;
Requerem conhecimento específico para sua compreensão. Interpretação complexa;
Utilizam cores de acordo com as relações entre os dados que apresentam;
Uso de símbolos gráficos, especialmente planejados para facilitar a compreensão de diferenças quantitativas e qualitativas;
Raramente servem de base para outras representações. Fonte:SANCHEZ,1981 apud ARCHELA 2000, adaptado.
Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Instrumento de expressão dos re-
sultados adquiridos pela Geografia e pelas demais ciências que têm a
necessidade de se expressar na forma gráfica. Tem como preocupação
básica a elaboração e o uso dos mapeamentos temáticos, abrangendo
a coleta, análise, interpretação e a representação das informações
sobre uma carta base. Importa-se mais com o conteúdo que vai ser
representado no mapa do que com a precisão dos contornos ou da
rede de paralelos e meridianos (ARCHELA, 2000).
CARTOGRAFIA TEMÁTICA
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MÉTODOS DE REPRESENTAÇÃO GRÁFICA
PRINCÍPIOS DA SEMIOLOGIA GRÁFICA, por Jacques Bertin (1962)
• Normatização da representação gráfica: diagramas, redes e mapas;
• Linguagem gráfica monossêmica é diferente da linguagem polissêmica (pintura, fotografia, etc.);
• Monossemia é importante para que não haja dúvida sobre o que está representado (porém a interpretação não é única);
• Legenda é responsável pela padronização do significado de cada signo;
• A gráfica auxilia na comunicação e compreensão das informações, por exemplo: uma tabela demanda muito mais tempo para compreensão e leitura do que um gráfico.
Monossemia: um símbolo, um significado
Polissemia: um símbolo, muitos significados
SEMIOLOGIA
Estudo dos signos (símbolos, significados)
A semiologia gráfica se baseia na percepção lógica, ou seja, a representação gráfica deve ser feita de modo que em apenas um instante de percepção seja compreendida.
Variáveis visuais e níveis de
organização, propriedades de percepção
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VARIÁVEIS VISUAIS - tamanho, valor, granulação, cor, orientação e forma
IMPLANTAÇÃO - forma de implantar as variáveis visuais, podem ser pontos, linhas ou áreas (zona).
ELEMENTOS DA REPRESENTAÇÃO GRÁFICA
PROPRIEDADES PERCEPTIVAS
Classificação das variáveis
visuais segundo os quatro
níveis de organização
Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Nível qualitativo (ou nominal): objetos ou fenômenos que têm relação de
igualdade ou diferença mútua.
Questão “o quê?”. Ex: usina nuclear, mina de carvão, poço de petróleo; budista,
católico, muçulmano, hinduísta) – não são ordenadas.
Deve ser representada por uma variável visual seletiva (≠) ou associativa (≡).
Representação Qualitativa
SELETIVO (≠): permite isolar todas as correspondências da mesma categoria (a família dos signos vermelhos, a família dos signos verdes; a família dos signos escuros, a família dos signos claros).
ASSOCIATIVO (≡): permite o agrupamento imediato de todas as correspondências diferenciadas por esta variável (todas as variáveis visuais são associativas, porém em diferentes graus).
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Expressa a existência, localização e extensão de ocorrência dos fenômenos. Variável visual deve ser seletiva (≠) ou associativa (≡). Exemplo : Tipo de implantação: área Componente: qualitativo Variável visual: cor (≠ seletiva)
Mapa corocromático com informação seletiva no modo de implantação zonal
Representação Qualitativa
Fonte: ARCHELA e THÉRY, 2007.
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Representação Ordenada
Nível ordenado: elementos que tenham relação de grandeza ou hierarquia entre si.
Questão “em que ordem?”. Envolve conceitos que permitem um ordenamento dos
elementos de maneira universalmente conhecida (frio-quente-morno; preto-cinza-
branco; pequeno-médio-grande; bom-médio-ruim).
Deve ser representado por uma variável visual ordenada (O).
ORDENADO (O): permite a classificação visual de suas categorias (cinza é
intermediário dentre o preto e o branco (variável valor); o médio é
intermediário entre o pequeno e o grande (variável tamanho).
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Expressa fenômenos que apresen-tam ordem hierárquica entre os elementos.
Variável visual deve ser ordenada (o tamanho, embora seja ordena-do, deve ser reservado à propor-cionalidade). A cor pode ser explo-rada (clara e escura/fria e quente).
Exemplo: Tipo de implantação: área Componente: ordenado Variável visual: valor (ordenado)
Mapa coroplético com informação ordenada no modo de implantação zonal
Fonte: ARCHELA e THÉRY, 2007.
Representação Ordenada
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Representação Quantitativa
Nível quantitativo (métrico): usado quando fazemos uso de
unidades contáveis (número de habitantes, valor em dinheiro,
vezes).
Questão: “Quanto?”
Deve ser representado pelo tamanho, isto é, uma variável visual
quantitativa (Q).
QUANTITATIVO (Q): revela a relação de proporcionalidade entre
elementos (A é duas vezes maior do que B).
Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Expressa relação de proporcionalida-de entre os componentes. Variável visual deve ser quantitativa (somente o tamanho) Método dos círculos proporcionais; Exemplo: Tipo de implantação: ponto Componente: quantidade Variável visual: tamanho (quantida-de).
Mapa de círculos proporcionais com informação quantitativa no modo de implantação pontual
Fonte: ARCHELA e THÉRY, 2007.
Representação Quantitativa
A linguagem do mapa é a gráfica, através de linhas e cores passa suas mensagens sobre a representação do Mundo. A cartografia ocupa-se em analisar e desenhar os mapas e as cartas topográficas de maneira
mais adequada à sua comunicação e utilização.
Geografia 1º Trimestre – Cartografia
Leitura, análise e interpretação de mapas temáticos
Usando as normas e possibilidades da representação cartográfica apresentadas, o mapa deve ser pensado como um todo.
Todos os elementos citados devem ser levados em consideração no momento da concepção e estudo dos mapas.
Geografia 1º Trimestre – Cartografia
MAPA PARA VER Responde: o componente X, onde está? Fácil visualização
MAPA PARA LER
Responde: o lugar x, o que tem? Poderia ser representado por formas, cores, desenhos, por exemplo.
Geografia 1º Trimestre – Cartografia
A leitura do mapa pelo usuário
1º Momento: compreensão do título e verificação da escala. O que significa o título? A escala é grande ou pequena? A escala favorece ou dificulta a leitura?
2º Momento: Entendimento da Legenda Quais os símbolos que ela representa? É completa? É Clara?
3º momento: observação atenta do mapa a fim de criar uma setorização para a decodificação/descrição.
4º Momento: decodificação do mapa.
5º Momento: reconstrução mental do mapa.
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Mapas, saber e poder
MAPAS, SABER E PODER por Brian Harley
Introdução Perspectivas teóricas Os contextos políticos dos mapas
Mapas e Império Os mapas e o Estado-nação Mapas e direitos de propriedade
O conteúdo dos mapas no exercício do poder Distorções intencionais do conteúdo dos mapas Distorções “inconscientes” do conteúdo dos mapas Geometria subliminar
Os silêncios dos mapas A representação de hierarquias O simbolismo cartográfico do poder Os mapas na pintura
A ideologia da decoração cartográfica O “fato” cartográfico como símbolo Conclusão: discurso cartográfico e ideologia
Introdução
Dê-me um mapa; depois mostre-me Tudo o que me resta para conquistar o mundo... Christopher Marlowe, Tamburlaine, Segunda parte (VIII, p. 123).
O presente estudo convida a uma viagem ao universo ideológico dos mapas e da cartografia. Os mapas existem há muito tempo, porém, raramente são lidos como textos ou formas de saber socialmente construídas, dotados de ideologias, suas mensagens carregam interesses políticos, econômicos e culturais.
Resgatar a eloquência dos mapas. Sf. Arte de bem falar. Faculdade de dizer, de forma que se domine o ânimo de quem ouve.
MAPAS
• Ênfase na representação das características geográficas, científicas e técnicas.
• Em segundo plano, as impressões que as pessoas tem sobre essas características geográficas transmitidas pelos mapas e a investigação do saber que as constituíram.
“O que podemos fazer para que os mapas falem dos mundos sociais do passado?”
Perspectivas teóricas
“Pela seletividade de seu conteúdo e por seus símbolos e estilos de representação, os mapas são um meio de imaginar, articular e estruturar o mundo dos homens”.
Há três formas de ver os mapas que destacam seus contornos ideológicos:
1. Os mapas como uma forma de linguagem.
2. A representação iconológica do discurso dos mapas, isto é, perceber o que representam ideologicamente as imagens dos mapas (simbolismos das imagens).
3. Cartografia como forma de conhecimento e poder.
Linha de pesquisa: Iconológica
ICONOLOGIA – estudo da imagem ICONO - ícone, do Grego eikon, imagem LOGIA – do Grego logus, conhecimento, estudo
Os mapas são considerados:
• parte do conjunto das imagens carregadas de um juízo de valor (ideia, intenção);
• imagens que contribuem para o diálogo num mundo socialmente construído.
1. Os mapas como forma de linguagem
O autor crítica a Semiologia Gráfica desenvolvida por BERTIN (1967) e diz que a linguagem cartográfica vai muito mais além da melhor forma de representar graficamente as informações. Pois, consiste no universo ideológico que estas representam.
Considera não só a evolução técnica e científica dos mapas,
como também o contexto histórico-social e ideológico a que
pertencem. Além de observar também a evolução dos leitores e
usuários desses mapas.
LINGUAGEM CARTOGRÁFICA
Força política dos mapas na sociedade
Produto histórico, socialmente produzido, dotado de diferentes
visões de mundo.
“LITERATURA DOS MAPAS”
Perspectivas teóricas
“Um mapa pode carregar em sua imagem um simbolismo passível de ser associado à zona, à característica geográfica, à cidade ou ao lugar particular que ele representa. É neste nível simbólico em geral que o poder político dos mapas é mais eficazmente reproduzido, comunicado e percebido”.
2. A representação iconológica do discurso dos mapas
3. Cartografia como forma de conhecimento e poder
Os especialistas em medir e representar a Terra não reproduzem apenas as características geográficas, sejam elas, físicas, políticas, econômicas ou culturais, no sentido abstrato, mas também, todos os imperativos territoriais de um sistema político.
Todos os mapas, científicos ou não, estão envolvidos no processo do poder, e contribuem diretamente para a
formação dos territórios, no âmbito físico e ideológico.
Perspectivas teóricas
Erwin Panofsky Faz uma leitura Iconológica, a partir do ponto de vista que permite não só identificar um nível “superficial”, como também um nível “mais aprofundado” dos significados da imagem e suas conexões.
Conhecimento é poder
PODER E SABER
Anthony Giddens
“[...] Os mapas foram uma invenção similar no controle do espaço; eles facilitaram a expressão geográfica dos sistemas sociais e são um meio de consolidar o poder do Estado. Como instrumentos de vigilância, eles se prestam ao mesmo tempo à coleta de informações pertinentes para o controle dos cidadãos pelo Estado e à vigilância direta de sua conduta”.
Michel Foucault
Os mapas, também, se prestam a atos de vigilância dos governos:
• Guerra à propaganda política; • Delimitação de fronteiras; • Preservação da ordem pública.
Explica como os sistemas sociais se dão no tempo e no espaço, isto é, a questão das estruturas sociais nas quais se encontra o indivíduo, e como essas estruturas se mantêm e/ou se modificam.
O Estado exerce seu poder através do controle dos:
• Recursos materiais • Recursos de autoridade
Perspectivas teóricas
As imagens cartográficas sob o ângulo de sua influência política na sociedade
• A universalidade dos contextos políticos na história da cartografia;
• A maneira pela qual o exercício do poder estrutura o conteúdo dos mapas, e
• A maneira pela qual a comunicação cartográfica, num nível simbólico, pode reforçar este poder por intermédio do conhecimento cartográfico.
Compreendidos como saber assimilado a um poder, os mapas são explorados sob três ângulos:
Perspectivas teóricas
Os contextos políticos dos mapas
CONTEXTO = AUTOR + OBRA + SOCIEDADE
QUADROS FÍSICOS E SOCIAIS
Produtores e usuários dos mapas
no tempo e no espaço
CARTÓGRAFO Pessoas envolvidas na elaboração dos mapas, de forma
técnica ou política
MAPA Imagens que transmitem
informações, conhecimento,
ideias, impressões
“[...] as circunstâncias nas quais os mapas foram elaborados e utilizados”.
A história da cartografia revela a influência do poder político, religioso e social:
• Documentos utilizados em estratégias de inteligência: para defesa e para guerra; • Privilégio das elites - legitimadores do poder de poucos sobre muitos.
“As funções específicas dos mapas no exercício do poder confirmam também a onipresença desses contextos políticos por meio das escalas geográficas. Essas funções vão da construção de um Império mundial à manutenção do Estado-nação e à afirmação local dos direitos de propriedade individuais. Em cada um desses contextos, as dimensões do regime político e do território são compiladas em imagens que, assim como o ordenamento jurídico, fazem parte do arsenal intelectual do poder”.
Os contextos políticos dos mapas
Cartografia, a “Ciência dos Príncipes”
Ao observarmos as diversas culturas, do oriente ao ocidente, passando pelos chineses, árabes, europeus, e todos os outros povos, percebemos os mapas como objetos de controle e poder, sempre ligados às elites econômicas, políticas e intelectuais. Influenciam diretamente nos limites políticos e nas concepções de mundo de todas as pessoas ao longo da história da humanidade.
Cartografia, a “Ciência dos Príncipes”
Os contextos políticos dos mapas
Mapas e Império
“Os geômetras marchavam ao lado dos soldados, elaborando primeiro os mapas para as missões de reconhecimento, depois com informações gerais, antes de fazê-los instrumento de pacificação, civilização e de exploração dessas colônias”.
Com a dominação territorial, os mapas começaram a ter grande importância nas sociedades.
Os mapas anteciparam o Império e também foram uma de suas
principais armas.
Prestam-se a legitimar a realidade e contribuem em mitos.
Assim, como os discursos, os jornais,
as canções populares, os contos, eram uma forma de comunicação, os mapas também complementavam as
mensagens sobre o Império.
“Os mapas prestam-se a legitimar a realidade da conquista e do império”.
Mapa do Brasil de 1556 com orientação a Oeste (Poente). O ponto de vista do cartógrafo português é claramente expresso na orientação assumida, além de representar o modo de vida das povos indígenas e a gloriosa “descoberta”.
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Mapas e Império
“[...] os mapas apoiaram sistematicamente o exercício direto do poder territorial”.
A seguir, mapa do mundo representando a extensão do Império Britânico e suas rotas marítimas, ao final do século XIX. Projeção de Mercator (cilíndrica conforme), com decorações demonstrando a Grã-Bretanha, a “Rainha dos Mares”, sentada sobre o globo no centro, com a mensagem do “Novo imperialismo”, isto é, quem estava no comando do mundo (naquele momento histórico).
Sistema de coordenadas geográficas (Ptolomeu) Localização Projeção Cilíndrica (Mercator), facilita a navegação marítima Cartas orientadas
Roma – os agrimensores romanos desenharam todo controle territorial do Império
Estados Unidos – o traçado topográfico determinou ”a ordem sobre a terra”
Grã-Bretanha – a simples mudança de um traço no mapa influenciou diretamente na vida de milhões de pessoas, indianos, africanos, entre outros povos.
Impulsionaram, ao mesmo tempo, o desenvolvimento da Cartografia e o controle da expansão territorial dos Impérios
Figura 1: Extensão do Império Britânico em 1886. Reproduzido com a autorização da Coleção Mansell.
“Existem inúmeros contextos nos quais os mapas tornaram-se a moeda de ”negociações” políticas, de divisões, vendas e tratados feitos sobre os territórios coloniais, e nos quais, uma vez tornados permanentes pela imagem, estes mapas adquiriam frequentemente força de lei.”
Mapas e Império
• Os usuários imperiais encontravam nos mapas um poder sem limite, separado de responsabilidades sociais e suas consequências.
• A superfície terrestre poderia ser dividida sobre o papel.
• Não importavam as pessoas nem os lugares, apenas os interesses políticos e econômicos em jogo.
Podemos observar nos contornos e nas ”linhas” dos mapas manifestações do poder do processo imperialista, pois foram impostas nos continentes sem referências às populações e, até mesmo, sem referências aos próprios territórios.
Os mapas e o Estado-nação
Ao representar os conhecimentos sobre determinada área geográfica, os mapas, traziam consigo um valor simbólico, demonstrando o poder e o domínio de determinado grupo social.
HISTÓRIA DOS MAPAS Os mapas Europeus antigos destacavam os caminhos, vias, rotas e distâncias, mostravam também fronteiras políticas e os continentes. Esse conjunto de imagens (mapas) constituíram as dimensões político-econômicas e ideológicas da sociedade européia.
Afirmação do Estado-nação
“Os primeiros teóricos da política relacionavam os mapas aos homens de Estado, que foram os primeiros a colecioná-los sistematicamente”
Conhecimento Cartográfico
Privilégio
Os mapas eram produzidos e utilizados
como recurso geopolítico pela elite político-
econômica.
Controlado pelo Estado
Os mapas e o Estado-nação
Até os dias de hoje, o Estado é o maior detentor, organizador e legislador das operações cartográficas de um país.
“Segredo Cartográfico” Século XVI, Portugal e Espanha, os cartógrafos de cada coroa criavam chaves e códigos que apenas eles poderiam decifrar, evitando assim, que um tivesse acesso a informação do outro.
Monopólio do saber cartográfico
HISTÓRIA DA TECNOLOGIA MILITAR
Ligação entre os mapas e o regime político
Para o exército (órgão de segurança do Estado) os mapas eram uma importante fonte de conhecimento: instrumento fundamental para pensar, decidir, planejar e agir sobre o espaço, além de facilitar a condução técnica de guerras, amenizando o sentimento de culpa que estas produzem, pois “[...] as linhas silenciosas da paisagem de papel favorecem a ideia de um espaço socialmente vazio”.
Mas nem todos os mapas militares são silenciosos, alguns
proclamam alto e em bom som os lugares da glória nacional.
Mapas e direitos de propriedade
Métodos técnicos de divi-são de terras e instrumento
social para regulamentar legalmente as propriedades
e coletar impostos.
Desenhados para tornar permanente uma ordem
social, separando homens livres e escravos, funda-mentado na divisão do
território.
Servia ao processo de regulação de direitos, num contexto sócio-
jurídico e era um meio de controlar os conflitos sobre os direitos de
propriedade privados.
Documentos geográficos
assumem força de lei, conhecimento
é poder.
A nova lógica da economia mundial e sua divisão territorial
do trabalho
É um meio de explorar a terra de forma eficaz,
visando o aumento dos lucros, e de se fazer
cumprir e respeitar as regras e leis.
Propriedade privada Controle de pessoas
e lugares
Estado ou proprietários
privados MAPA
Passagem do feudalismo para o capitalismo
Mapas e direitos de propriedade
Os traçados feitos sobre os mapas excluíam ao mesmo tempo em que limitavam, pois determinavam hierarquias territoriais segundo o poder dos Estados e dos proprietários privados, influenciando diretamente na vida das pessoas, as quais, em sua maioria, não possuíam conhecimentos suficientes para contestá-los.
DISCIPLINA DO TEMPO
DISCIPLINA DO ESPAÇO
“Os mapas invadem de maneira invisível a vida cotidiana”.
Os mapas representavam o direito de propriedade privada, adquiriram a aura da ciência e, com isso, ética e virtude ligadas à definição cada vez mais precisa da superfície terrestre: do globo à habitação, nos aspectos físicos, políticos, econômicos e culturais.
“[...] Neste fragmento de mapa fundiário de Garnetts, em Essex (1622), atribuído a Samuel Walker, os detalhes das propriedades [...], sua delimitação fixa e sua medida precisa [...] transformam os direitos de propriedade em uma imagem tangível e legalmente constrangedora”.
Figura 2. Mapa fundiário em grande escala
Good Morning, Miss Dove (O acaso de uma alma), 1955.
“É o mesmo mapa?” Perguntou Jincey. Ela mostrou o grande mapa do mundo que pendia, enrolado para o verão, acima do quadro negro, atrás de Miss Dove. ”A China ainda é laranja?”.
“É um novo mapa”, disse Miss Dove. ”A China é púrpura”.
“Eu gostava do antigo mapa”, disse Jincey, “Eu amo o mundo antigo”.
“A cartografia é uma arte fluida”, respondeu Miss Dove.
Frances Patton, Good Moring, Miss Dove (New York: Dodd Mead, 1954).
O conteúdo dos mapas no exercício do poder
Os mapas produzem uma imagem ”cientificamente” correta, exata e inquestionável do mundo.
MITO CULTURAL
“Reconhecer que toda cartografia é uma ficção complexa, controlada, não nos impede de conservar uma distinção entre as apresentações do conteúdo dos mapas que são deliberadamente induzidos por um artifício cartográfico e aqueles em que o conteúdo estruturante da imagem não é examinado.”
HISTÓRIA FINS POLÍTICOS
ESTRATÉGIAS DE PROPAGANDA
“[...] Adaptando as projeções individuais, manipulando as escalas, aumentando excessivamente ou deslocando os sinais ou a topografia, utilizando cores com forte poder emotivo, os elaboradores de mapas de propaganda foram defensores de uma visão geopolítica de único sentido.”
RELAÇÕES DE PODER ARTISTA
TÉCNICO POLÍTICO
Mesmo simples mapas temáticos podem veicular sutis mensagens de propaganda. Figura 3.
CARTÓGRAFO
MAPAS
Os mapas podem ser usados como um veículo de comunicação ideológico, por exemplo, em propagandas políticas. Em 1968, auge da guerra no Vietnã e da Guerra Fria, ocorreu a elaboração e distribuição do mapa acima nos EUA.
Motivos de segurança nacional
Oponentes do Status quo territorial
Concorrência política ou de necessidade comercial
Justificativa de natureza militar
Século XIX
Esconde os locais de deposição de dejetos nucelares Estados Unidos
ESCONDER INFORMAÇÕES DAS SÉRIES DE MAPAS OFICIAIS
Instalações militares e certos lugares que não existem oficialmente e, por isso, não podem aparecer nos mapas.
Rússia Cidades foram intencionalmente localizadas em lugares errados no período da Guerra Fria.
ESTADO
CENSURA CARTOGRÁFICA
“Há muitas informações que mostram que as geografias da língua, da ”raça” e da religião foram representadas em conformidade com as crenças dominantes. Existem numerosos casos em que os nomes dos lugares indígenas de grupos minoritários são substituídos nos mapas topográficos por topônimos padrão do grupo que detém o poder”.
FRONTEIRAS
Meios de propaganda
política
Mapas Escolares
Selos de correio Objeto de distorções
geográficas
Utilizados por antecipação para projetar e legitimar
futuras ambições territoriais OS MAPAS
FALSIFICAÇÕES INTENCIONAIS
Tentativas de afirmação dos territórios nacionais
Questões políticas
Distorções “inconscientes” do conteúdo dos mapas
Apresentamos os três aspectos destas estruturas ocultas nos mapas:
• A geometria dos mapas
• Os silêncios nos conteúdos dos mapas
• As tendências à hierarquização na representação cartográfica
“Toda a história social dos mapas deve se interessar por essas regras ocultas do conjunto de imagens cartográficas e por suas consequências.”
Entender como os valores sociais influenciam diretamente no
conteúdo dos mapas PROCESSO SUTIL, QUASE IMPERCEPTÍVEL
Interessante ao estudo da iconologia cartográfica
Geometria subliminar
“Os mapas tendem a focalizar a atenção do observador sobre o centro e a promover assim o desenvolvimento de visões de mundo exclusivas [...]”.
SÍNDROME DO OMPHALO ”UMBIGO DO MUNDO”
Determina o lugar que está representado no
centro e o tipo de projeção utilizada
Amplifica o impacto político de uma imagem
ESTRUTURA GEOMÉTRICA DOS MAPAS
Projeções cartográficas oficiais da Europa durante a Renascença
Geometria subliminar
“[...] um mapa estrutura a geografia que ele representa segundo um conjunto de crenças
sobre o que deveria ser o mundo, a verdade.”
Mercator Será que teve consciência da influência de seu mapa sobre a visão hegemônica mundial dos Europeus?
”Estados colonialistas”
aparecem relativamente maiores sobre o mapa
VISÃO EUROCÊNTRICA
”Colônias” representadas ”muito
pequenas”
DIFERENTES VISÕES GEOPOLÍTICAS DO MUNDO
CLIQUE AQUI
Exclusão de pequenas propriedades rurais
Os silêncios dos mapas
“[...] assim como certos exemplos de escritas ou de falas, os mapas exercem uma influência social, tanto por suas omissões quanto pelos elementos que elas representam e valorizam.”
Mensagens políticas ocultas
O QUE O MAPA NÃO MOSTRA
Tensões religiosas e relações de classe no campo irlandês
ESCALA, FATORES TÉCNICOS E HISTÓRICOS
INGLATERRA
Século XVII
Os geômetras que trabalhavam para os proprietários ingleses excluíam as cabanas dos autóctones irlandeses
Geografia do poder
Século XVIII
América do Norte, século XVIII, acima carta da Virgínia, elaborada por Fry e Jefferson (1751), os povos e aldeias indígenas não aparecem na representação (silêncio!), passando a ideia de que os Europeus sempre ocuparam essas terras.
Os silêncios dos mapas
Os silêncios dos mapas
“Quando os distritos [...] tornaram-se cortiços, o cartógrafo produziu uma vista “idealizada” que acentua a ruralidade elegante dos principais lugares, mas omite a miséria sórdida da cidade.”
Parte da planta das cidades de Londres e de Westminster, de John Rocque (1755). Reproduzido com a autorização da Biblioteca Britânica.
Figura 4. Os silêncios dos mapas
O que é e o que não é (os silêncios) interessante de se representar em um mapa é um processo universal, isto é, ocorre em todos os povos, em todas as culturas e difere de acordo com os interesses dos indivíduos ou grupos que estão no poder: a elite econômica, política e intelectual.
Os silêncios dos mapas
“[...] Construindo uma maior massa de conhecimentos geográficos, os atlas europeus favoreceram, assim, uma visão eurocêntrica, imperialista, introduzindo um desvio sistemático em favor do espaço interior da Europa que reforçava a percepção da superioridade dos Europeus no sistema mundial. Os silêncios dos mapas, que frequentemente faziam parte de estereótipos culturais, vieram expressar as profecias sobre a geografia do poder.”
Orgulho cívico ou na celebração do sucesso comercial
Representações ideais dos proprietários clientes dos
cartógrafos
Sentido único dos confrontos étnicos
Mais forte sobre o mais fraco
Direito divino da Europa de se apropriar
dos territórios
MAPAS Escala cartográfica
Poder da imagem
A representação de hierarquias
Convenções Cartográficas
Definição dos signos (símbolos), sistemas de classificação e modos de representação
Cartógrafos
Hierarquia visual dos primeiros
mapas modernos jurídico, feudal e eclesiástico
Forma de organização
econômica e social com base na terra
Política, definição de
regras e normas de convívio em
sociedade
Igreja
Reflexo do pensamento
Hierarquia social
Fon
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Mapa de Portugal, detalhe da região de Lisboa. Atlas de Mercator, 1634. As cidades, vilas, eram representadas de acordo com sua importância político-religiosa e econômica e não em relação ao sua área real ou número de habitantes.
Hierarquia visual dos símbolos cartográficos
Cidades e vilas eram representadas nos mapas de acordo com sua influência política, econômica e religiosa.
DAINVILLE, François. Le langage des géographes. Termes, signes, couleurs des cartes anciennes 1500-1800. Paris, 1964. Biblioteca da École des Hautes Études en Sciences Sociales – Paris.
François de DAINVILLE. Le langage des géographes: termes, signes, couleurs des cartes anciennes 1500-1800. Ed. Picard: Paris, 1964. 386 p.
A linguagem dos geógrafos: palavras, símbolos e cores de mapas antigos
HIERARQUIA VISUAL
HIERARQUIA SOCIAL
Os mapas eram imagens que consistiam numa forma de
propaganda de Estado, militar e religiosa. Ao mesmo tempo, refletiam
e reafirmavam o status quo social.
A representação de hierarquias
O simbolismo cartográfico do poder
“Na imposição do poder, o nível simbólico revela uma importância cartográfica maior. É neste nível que os mapas são mais imagéticos e persuasivos. Pode-se tomar, por exemplo, os mapas simbólicos que se encontram nas pinturas; pode-se também apreciar o papel que desempenham os emblemas artísticos (que não têm necessariamente uma natureza cartográfica) enquanto signos nos mapas decorativos onde eles estão integrados ao discurso do mapa. Após estudar as ligações entre o significado destes emblemas e o território representado, se verá como os mapas não decorativos também podem simbolizar valores culturais e políticos.”
• Imagéticos, permitem imaginar
•Persuasivos, tem o poder do convencimento
Emblemas artísticos, brasões
Símbolos decorativos
Território representado
MAPAS Discurso do mapa,
mensagem Valores culturais
e políticos
O simbolismo cartográfico do poder
[...] In the 'Pool they told us the story How the English divided the land
Of the pain, the death and the glory And the poets of old Irieland
[...] Why the hell are the English there anyway?
As they kill with God on their side [...]
If you had the luck of the Irish You'd be sorry and wish you was dead
You should have the luck of the Irish And you'd wish you was English instead! Yes you'd wish you was English instead!
[...] Na piscina eles nos contam a história Sobre como os ingleses dividiram a terra Da dor, da morte e da gloria E dos poetas da velha Irlanda [...] Por que os ingleses estão em qualquer lugar? E assim, matam com Deus ao seu lado [...] Se você tivesse a sorte do irlandês Você se arrependeria e preferiria a morte Você deveria ter a sorte do irlandês Então, desejaria ser inglês em vez disso! Sim, desejaria ser inglês em vez disso!
The luck of the Irish, John Lennon
A terra é um lugar onde se encontra a Inglaterra, Vós a encontrareis qualquer que seja o sentido no qual vós girardes o globo, Pois suas possessões são vermelhas e o resto inteiramente cinza. Tal é o sentido do Dia do Império. Songs for Education: 11 Geography, The collected poems of G. K. Chesterton.
Os mapas na pintura
Pintura de Elizabeth I, Rainha da Inglaterra, século XVI.
Frota naval inglesa, destacando o poderio militar
A coroa a seu lado, dando ênfase ao poder econômico
Sua mão sobre o globo terrestre representa a soberania mundial da Inglaterra.
“Desde a idade clássica, os artistas utilizavam os globos e os mapas como emblemas de seu próprio simbolismo. Como signos políticos, o globo ou a esfera frequentemente simbolizaram a soberania sobre o mundo”.
Os mapas na pintura
Retrato da Imperatriz Anna Ioannovna, Czarina de 1730-1740.
Louis Caravaque, 1730.
Óleo sobre tela, 262 × 205 cm. Moscou, Musées du Kremlin,
2012.
A mão da Czarina Anna sobre o globo
com a cruz, demonstra a
soberania territorial do império russo e a aprovação da Igreja
Os mapas na pintura
Figura 6. O mapa como símbolo territorial “Retrato de Thomas, décimo quarto duque de Arundel, e de sua mulher Alethea (Van Dyke, aproximadamente 1639), o duque aponta a empresa colonial que ele incentivou na ilha de Madagascar.” Alethea segura em seu colo a esfera armilada e o compasso. Reproduzido com a autorização do Duque de Norfolk.
São um recurso gráfico utilizados na
pintura que exprimem o poder
social (político, econômico, religioso e intelectual) sobre
os territórios.
GLOBO TERRESTRE
MAPAS
Marten de Vos (1532–1603). Alegoria das Sete Artes Liberais, 1590. Óleo sobre madeira 1,47 × 2,00 m. Coleção privada.
A Geometria, vestida de vermelho, tem um
compasso na mão com que mede um globo terrestre e tem na
cabeça uma coroa em forma de muralha com
torres. No chão dois esquadros. Ao seu lado
a Aritmética escreve numa tábua e junto aos seus pés, um livro onde
se lê “Pitágoras”.
Detalhe da alegoria das “Sete artes liberais”
Pierre Mignard (1612-1695). As Musas Calíope, Urânia e Terpsícore. Óleo sobre tela 1.78 m x 1.33 m, Château Fontainebleau.
Deusas gregas representantes do saber
• Urânia (astronomia), no alto, com o Globo terrestre e o compasso
• Calíope (eloquência, retórica) apoiada sobre o livro
• Terpsícore (música, dança), segurando a harpa.
“Na pintura, os mapas serviram como símbolos territoriais. Por exemplo, pode-se interpretar os ciclos de mapas murais da Renascença italiana como uma Summa visual do saber, do poder e do prestígio religioso, em geral secular”.
“Nos jornais, nas telas de televisão e nos inúmeros desenhos de sátira política, os chefes militares são sempre representados em frente aos mapas, para confirmar ou reafirmar àqueles que os olham o direito imprescritível ao poder sobre o território”.
PINTURA, GRAVURA
FOTOGRAFIA, FILME
Ainda hoje, as decorações cartográficas permanecem aceitas como símbolos políticos de nossa sociedade.
Cena do filme O Grande Ditador, 1940. O ditador Adenoid Hynkel (em clara referência a Hitler) é interpretado por Charles Chaplin.
de Charles Chaplin, 1940. O filme se passa durante a Segunda Guerra Mundial, Chaplin assume o papel dos dois principais protagonistas da história real: o ditador alemão e o barbeiro judeu. Traz uma das melhores críticas anti guerra já transmitidas pelo cinema.
• Títulos • Letras • Molduras • Vinhetas • Dedicatórias • Rosas dos ventos • Bordados decorativos
A ideologia da decoração cartográfica
Reforça a significação política dos mapas
A DECORAÇÃO CARTOGRÁFICA
NÃO É UM EXERCÍCIO ESTÉTICO
MARGINAL
Os mapas e os emblemas decorativos
Por muito tempo foram negligenciados do
estudo cartográfico
Reafirma os objetivos da comunicação cartográfica
Detalhe da “TABVLA RVSSIAE“ (Tábula Russa), de Hessel Gerritz, 1630. Os três homens representam: o Czar (imperador), a Igreja e o exército.
A ideologia da decoração cartográfica
“Possuir o mapa era possuir a terra”.
• Os arcos monumentais são a expressão de um poder.
• O globo terrestre e a esfera armilada são associados ao poder sobre o mundo.
• A imagem integra os retratos dos reis e rainhas assim como as representações dos brasões reais, suas frotas militares e a igreja.
• Os emblemas reais, tais como a flor de lis ou a águia imperial, suscitam igualmente pensamentos políticos e geográficos mais concretos no espaço cartografado.
• As figuras sociais geralmente representadas são os nobres, os bispos, os ricos mercadores e os proprietários de terra, além das musas inspiradoras que simbolizam as Ciências.
Os atlas, títulos, molduras e outros emblemas nos mapas
Importância ideológica e a carga prática dos mapas
SIGNOS
A ideologia da decoração cartográfica
Figura 7. Página inicial de um atlas como afirmação geopolítica Reproduzido com a autorização da Coleção da Sociedade Geográfica Americana, Universidade de Wisconsin, Milwaukee.
Primeira página do Theatrum Orbis Terrarum de Abraham Ortelius, e-dição de 1573. A Europa, personi-ficada na figura feminina, está sen-tada ao alto, num trono sobre os outros três continentes: Ásia, Áfri-ca e América. Os globos terrestres ao seu lado reforçam a mensagem da Europa no comando do mundo.
O Infante D. Henrique , 1894. Uma das características dos selos
portugueses até ao final da monarquia foi a da representação do monarca
reinante. Com a mão direita apoiada na esfera armilar, a esquerda no globo
terrestre e aos pés um leão, símbolo do poderio dos portugueses.
Disputa entre cosmógrafos: alegoria ao Novo Mundo. José Antonio da Cunha Couto, 1892. Óleo sobre tela.
Museu de Arte da Bahia.
Figura 8. Um conflito territorial e religioso
“O conflito está resumido na moldura que acompanha o mapa do Danúbio [...]. O Santo Imperador Romano-Germânico (à esquerda), revestido de emblemas do poder e da fé cristã, enfrenta o Sultão infiel, inimigo da Cristandade e profanador da cruz”.
Reproduzido com a autorização da Coleção da Sociedade Geográfica Americana, Universidade de Wisconsin, Milwaukee.
Detalhe decorativo do Mapa da Virginia, elaborado em 1751 por Jefferson & Fry. Os senhores ingleses e seus escravos africanos a trabalhar. Mesmo nesta pequena
decoração não há qualquer referência aos povos nativos.
Reforço ideológico da mensagem através da
decoração
A ideologia da decoração
Decoração cartográfica
Estereótipos e preconceitos raciais
às regiões representadas
MENSAGEM: os sistema políticos europeus eram universais
Chefes africanos eram geralmente representados como ”reis”
Homens africanos desenhados com um físico ”ideal”, remetendo a personagens da Grécia clássica e Roma
ÁFRICA Do “racismo bizarro” à libertação divina proclamada e imposta pela igreja, nas molduras, emblemas e outros signos representados no conjunto das obras cartográficas os símbolos do poder dos grupos dominantes estão presentes ao longo da história de todos os povos.
MAPAS
O “fato” cartográfico como símbolo
A precisão dos mapas intensifica ainda mais sua
autoridade enquanto documento de controle
social e territorial.
O simbolismo político está presente
em toda produção cartográfica
fase ”decorativa”
fase “científica”
Mesmo com toda evolução, rigor técnico e científico pregados pela Ciência cartográfica e suporte das demais áreas do conhecimento, como a geometria, a matemática e às artes, “os mapas cadastrais [...] simbolizavam uma estrutura social fundada sobre a propriedade fundiária. Os mapas dos condados e das regiões [...] articulavam os valores e os direitos locais. Os mapas dos Estados-nações [...] veiculavam um simbolismo de um conjunto de idéias nacionalistas. Os mapas mundiais [...] não representavam menos as distorções extraordinárias na representação das colônias de ultramar.” Revelando a existência explicita da questão ideológica no universo dos mapas em todas suas fases de produção.
Os mapas são sempre um ato político ou uma declaração política
CONHECIMENTO E PODER
Conclusão: discurso cartográfico e ideologia
“Não é difícil proceder a generalizações sobre o papel mediado dos mapas no pensamento ou na ação política e de reter seus efeitos em termos de poder. Tanto por meio de seu conteúdo como de seus modos de representação, a confecção e utilização dos mapas foi invadida pela ideologia“.
O universo cartográfico é um meio de comunicação que transmite informações e
ideias dos povos e culturas através de imagens, ao longo da história.
“Nesta gravura [...] a divisão da Polônia está representada pelo rompimento do mapa. Os espectadores contemplam este ato com desespero, enquanto um anjo, representando a Igreja católica, dá as costas com horror e soa o alarme com um trompete”.
Reproduzido com a autorização da Coleção da Sociedade Geográfica Americana, Universidade de Wisconsin, Milwaukee.
Conclusão: discurso cartográfico e ideologia
Os mapas são uma forma de representação visual da realidade
concreta, de acordo com as particularidades do período
histórico e da cultura dos diversos grupos sociais que os
produziram.
Figura 9. Os mapas tornaram-se imagens que substituem o próprio Estado-nação
Conclusão: discurso cartográfico e ideologia
Ciência dos príncipes
Os mapas são essencialmente uma linguagem de poder e não de contestação.
Desenvolvimento tecnológico, informática
Maior precisão dos produtos cartográficos
As operações cartográficas de um país, qualquer que seja, sempre são exercidas pelo poder do Estado. Pois, trata-se de um ato de vigilância e controle dos grupos dominantes.
Manutenção do Status quo
Diferente de outras manifestações culturais como a literatura, a arte ou a música, ligadas aos modos de expressão populares, alternativos ou subversivos: de contra cultura ou de protesto e contestação.
A história social dos mapas favorece um discurso desigual A criação e
desenvolvimento dos sistemas de símbolos e convenções sempre
foram orientados pelas elites
CARTOGRAFIA E IDEOLOGIA
Conclusão: discurso cartográfico e ideologia
“A iconologia do mapa, no tratamento simbólico do poder, é um aspecto
negligenciado da história cartográfica”.
O autor valoriza uma história que estude o conjunto das imagens cartográficas num
contexto social, político, econômico, espacial e temporal.
A cena está representada sobre um mapa mudo da África meridional. A Grã-Bretanha, que mostra um mapa da Zambésia, incentiva os colonos a tirar partido da riqueza econômica do país enquanto a população nativa “africana” está excluída da cena.
Propaganda política Poder da imagem
Figura 10. Página inicial de Zambesia, England’s El Dorado in África (Londres, 1891).
“Resta explorar estas idéias nos contextos históricos específicos. Assim como os historiadores, o cartógrafo sempre desempenhou um papel retórico definindo as configurações do poder no seio da sociedade e registrando suas manifestações sobre a paisagem visível. Toda história cartográfica que ignora esta carga política da representação fica condenada a ser apenas uma história ‘histórica’”.
Conclusão: discurso cartográfico e ideologia
MAPAS
Carregam uma característica
impessoal, pois tendem a
“dessocializar” o território que representam
Reforçam a ideia do espaço
socialmente vazio
Qualidade abstrata
As consequências das mudanças de suas linhas e traçados, decorrente de conflitos sócio-espaciais, é amenizada anulando a ideia de que os seres humanos vivem nos lugares.
Anexos
ETNIA Tem haver com a cultura de um povo. Tratam-se de agrupamentos humanos que resultam da reunião de indivíduos que se encontram submissos, sob o efeito de acontecimentos históricos, a instituições, a uma organização política, a costumes ou ideias comuns, e, possuem a mesma língua, as mesmas características culturais. (PHOUTIGNAT & STREIFF-FENART, 1998).
VISÃO EUROCÊNTRICA
VISÃO ETNOCÊNTRICA
A EUROPA ESTÁ NO CENTRO
A ETNIA ESTÁ NO CENTRO
AS DIFERENTES CULTURAS DOS POVOS
As Sete Artes Liberais
O homem que dominasse as sete belas-artes, seria capaz
de produzir obras e idéias com poder de elevar o
espírito humano para um entendimento racional e
livre da verdade.
Astronomia Geometria Aritmética
Música
Gramática Retórica Dialética
If you had the luck of the Irish You'd be sorry and wish you were dead
You should have the luck of the Irish And you'd wish you was English instead! A thousand years of torture and hunger Drove the people away from their land
A land full of beauty and wonder Was raped by the British brigands!
Goddamn! Goddamn! If you could keep voices like flowers
There'd be shamrock all over the world If you could drink dreams like Irish streams
Then the world would be high as the mountain of morn In the 'Pool they told us the story How the English divided the land
Of the pain, the death and the glory And the poets of auld Eireland
If we could make chains with the morning dew The world would be like Galway Bay
Let's walk over rainbows like leprechauns The world would be one big Blarney stone
Why the hell are the English there anyway? As they kill with God on their side
Blame it all on the kids the IRA As the bastards commit genocide!
Genocide!
Se você tivesse a sorte do irlandês Teria pena de si mesmo e preferiria estar morto Você devia ter a sorte do irlandês E você preferiria ser inglês em vez disso Milhares de anos de tortura e fome Levou o povo para fora de suas terras Uma terra cheia de belezas e maravilhas Foi estuprada pelos bandidos britânicos! Miseráveis! Miseráveis! Se pudéssemos guardar vozes como flores Haveria trevos por todo o mundo Se pudéssemos beber sonhos como córregos irlandeses Então o mundo seria alto como a montanha da manhã Na piscina eles nos contaram a história Sobre como os ingleses dividiram a terra Da dor, da morte e da gloria E dos poetas da velha Irlanda Se nós pudéssemos fazer correntes com o orvalho da manhã O mundo seria como a Baía Glaway Vamos caminhar sobre o arco-íris como duendes O mundo seria uma grande pedra Blarney Por que os ingleses estão em qualquer lugar? E assim, matam com Deus ao seu lado Pondo toda culpa nos jovens e no IRA Enquanto os bastardos cometem genocídio. Genocídio!
The luck of the Irish, John Lennon
John Lennon & Plastic Ono Band. Some time in New York City, 1972.
Geografia 1º Trimestre – Cartografia
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Geografia 1º Trimestre – Cartografia
fim