1908 n 1 a escola pr hemeroteca bn br
TRANSCRIPT
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E S C O L A
Revista
do
Grêmio
dos
Professores
^ublicos
Director
:
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III
1908
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Instrucção
Publica
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y l nforma
da escripla,
Lourenço
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1
IJygiene
nas escolas,
Paulo
Tavares
4
Filologia
e
grammat icá ,
Conego
Braga
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A
locução
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logar*,
S .
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Educação
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D
ensino
nacional ,
Fazão *
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Souza
46,
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Diverses
modos
d e
ensino,
Esther
Souza
56
Cantos
infant is
Paraná)
8
Pedagogia ,
D r .
Ermelino
d e
Leão
2
Alravez
d e
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compêndio,
D v .
Claudino
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Santos 79
O
dever,
Alfredo
Mnhoz
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D r .
Sebastião
Paraná ,
Lourenço
d e
Souza 5
f í ib l iographia ,
Conego
Braga
J
Princípios
didacticos,
Esther
Souza 9
Compêndio
d e
Pedagogia ,
J.
B .
4
Cura
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O
Jiú-jitzú
e
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l iymnaslica
Brazileira.
L u i z
Murat
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Martmica
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pedagogia ,
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Amor
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questão
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grammat icá,
D r .
Euzebio
Moa
119
A
Escola
Moderna,
Vivaldo
Coaracy
4
5
Instituto
agronômico,
D r .
L .
Azambuja
437
A
Escola
Moderna
e
a
educação
agricola,
D a r i o
Vellozo..
439
Escola
Agricola
Luiz
d e
Queiroz,
C l i n t o n
D . Smtih 143
Sintaxi logia ,
Conego
Baga +6
Noicáro 7411
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Lourenço
d e
Souza . . . .
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¦
S E C Ç Ã O
PERMANENTE
Iiistrueçuo
Publica
do
Paru nu
Secre ta r io
do Interior:
Dr .
Bento
Lamenha.Lins.
Direc to r Geral:
Dr. Arthur
Pedre i r a
d e
C e r q u e i r a .
Inspector
d a
Capi ta l :
Dr .
Sebast ião
Paraná.
Secretario:
José
Conrado
de
Souza .
¦ ¦ _ _ _ _ _ ¦ _ ¦ _ _ _ .
Directria
do
Gremio
dos IMu>tíessores
Presidente
:
Júlio
Theodor ico Guimarães.
i . °
Secretario:
Veríss imo
de
S o u z a .
2 . 0
Secretar io
:
Lourenço
de
So uza .
Thesoure i ro
:
Brazil io
Cos ta .
x.
«A
Escola»
O
N oti c iá ri o— a .
cargo
d o Professor
Lourenço
d e
Souza .
O
Expediente
off ic ia l—a
cargo
d o
Prof.
Franc isco
Guimarães/
A
Exped ição
e Secretaria
—
a cargo
d o
Professor
Ver íss imo
d e
Souza —
A Escola
deixará
d e
publ icar
art igos
que
não
t ragam
a assi-
gnatura
d o
aue to r .
A
in te i ra
responsab i l idade
dos
art igos
fica aos
seos
signatários.
A
Redacção
não
é
solidaria
com
a s
ideas
dos
srs.
collaboradores.
Aos
Srs.
Col laboradores
pedimos
envia r
o s
t rabalhos,
até
1 5
de
cada
mez,
á
R e d a c ç ã o
: — R u a
Silva
Jardim,
177.
O
thesoureiro
d o
Gremio
acha-se á
disposição
dos
srs.
sócios
para
recebimento
d e suas
mensal idades,
nesta
Capita l ,
á rua
Miser i cor -
dia
n . °
5.
vx
n________a___
¦
O s membros
da
Di rec to r i a
offerecem
seos
serviços
aos srs.
so -
cios
para
o
fim
d e
r ecebe rem
seos
venc imen tos .
O s
srs.
sócios
que
qu izerem
uti l izar-se
desses
serviços
que i r am
env ia r-nos
procurações
dev idamente
legal izadas,
bem
como
instru-
cções
referentes
á remessa
d o
d inhe i ro .
Escolas
publicas
do
districto
da Capital,
professores
que
as
regem
e
logres onde
íuiiccionam
Cadeiras
para
o
s e x o
masculino
:
. a
Brazil io O v id io
da
C o s t a — R u a
Gar iba ld i .
2 . «
Veríss imo
d e
S o u z a — R u a
Coronel
Du lc id io .
3 . a
Lourenço
d e
S o u za — G ru p o
Xav i e r
da
S i l va .
4 . a
Júl io
Theodor ico
Guimarães— Es cola
Ol ive i r a
Bel lo .
5 « a
Lindo lpho
P . da
R o c h a
P o m b o— G ru p o
Xav ie r d a
S i l v a .
Cadeiras
para
o s e x o
feminino:
1 . *
Jul ia
Wander l ey
P e tr ic h — E s co la
Tiradentes.
2 . a Mar i a
da
Luz A sc en sã o— R u a
Marecha l
D e o d o r o .
3 . *
Esther
Pereira—Rua
Visconde
de
Guarapuava.
4 . a
I tace l ina
T e ix ei ra — A v e n id a
Luiz
Xavier.
5 . *
Alexandrina
Pereira—Rua
America.
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A
a
E S C O L A
Revista
do
Grêmio
dos
Professores
^ublicos
Director
:
P
y
R I O
VELLOZO
TOJVIO
I I I
lí>OJÍ
CORITIBA
Typ.
e L i t h .
a
vapor
« I m p .
Paranaense»
1908.
-
8/16/2019 1908 n 1 a ESCOLA PR Hemeroteca Bn Br
6/44
Anno
III
—
Corit iba,
Março
d e
1908
—
NUM.
1
Fl
E S C O L A
Revista
d o O r a m i o
d o s
Professores
Públicos
d o
Estido
d o
Paraná
—
¦*»
m m m m m m m m m m m m m m m m m m m t m m m i m m » m»ni iw
Escola
m ode r na
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I
«
Múlt ip losdesvolos
exige
o
problema
d a
e du caç ã o
popular,
m e-
l indroso
e
c o m p l e x o .
N ã o
basta
orientar
conscientemente
o ind iv íduo
peia
ins trucção
scienlif ica,
armando-o
contra
a ignorância
;
n ã o
basta
adaptar o
en -
sino
a o
habitai ,
a o
m e io ,— o
q u e
v a e
quasi
to ta lmente
olv idado na s
escolas
d o
Paiz,
d e
onde
a
inuti l idade
d e
espalhafatosos
cursos
es ta -
fantes,
copia
servil
d e
programmas
extrangeiros ,
como
s e
o
Brazi l
fosse
colônia
o u
possessão
europea.
com
a s
necessidades
e
vicios
d a s
metrópoles
d o
velho
mundo
;
n à o
basta
crear
escolas
d e
ensino
l he o-
rico
o u
pratico,
dir ig idas
p o r
professores
sem vocação
para
o m a g i s -
terio,
alheios
muitos
á
funeção
mental
q u e
d es empen h a m
;
é
preci -
s o
algo
mais
: — E '
preciso
conhecer
o
papel
social
e
econômico
d e
cada
u m
dos Estados,
e m face
d a Uepublica
;
a
missão,
grandiosa
e
civil izadora,
d o
Brazil,
e m face
d a America
e
d o
f u t u r o .
E '
preciso
sarer
p a r a
onde vamos
e
o
que
precizamos
ser
;
q u a e s
a s
nossas
forças
e
recursos,
a . s nossas
lacunas,
preconceitos
e
preju i -
zos,
o
modo
d e fortalecer
u n s
e
corrigir
outros,
sys te m at i cam e n te .
E '
preciso
formar
professores que
s a i b a m
qual
o
seo
após-
tolado e
conheçam
seos
deveres ;
que
disponham
d a
grande
f o rça
suggest iva ,
imprescindível
a o s
mestres
p a r a
tornar
o
estudo
at tra-
hente
e
prof ícuo .
E '
preciso
tornara
escola u r n todo
h o mo g ên eo ,
a s
artes,
a s
sei-
encias,as
industrias
reunidas
n u m
conjuncto
h a r m ô n ic o ,— e m
g r a d a -
tivo
d e s d o b r a m e n to ,— i nd i c a nd o
a o
alumno
numerosos
ramos
d e
ac t iv idade honesta,
fontes
d e
riqueza
particular
e
publ i ca .
A
especial ização
d o
ensino
deve
ser
feita
e m
escolas
technicas
e
superiores . D a s
escolas compíementares
e secundar ias ,
dos
g y m n a -
sios, das
escolas
normaes a
mocidade
deve
sahir
com
a
noção
exac ta
d e
que
h a
diversos
tramites
d e
vida,e
ainda
: — d e
que
o
concurso
e
o
conjuncto
dos ramos
d a
act ividade
humana
são
necessários
a o
pr o-
gresso.
Ninguém
s e
deve
desinteressar
pelo
desenvolv imento
daslettras,
das artes,
d a s
sciencias, d a
agricultura,
d a s
industrias,
d o
c o m m e r c i o ;
necessário
seguir-lhes
a trajectoria,
contribuir
para
que
f loresçam
e
s e
equ i l ibrem,
factores
d e civil ização,
d e
pr ospe r idade .
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A
E S C O L A
músculos t ã o
rijos, d e
alma t ã o
nobre,
d e coração
t ã o allecluoso, de
espirito
t ã o
v i v o como
o
brazi le iro.
Forçoso
que
s e
n ã o
percam
essas
vital idades,
nem
s e
m a l h a r a -
t e m
essas
riquezas;
forçoso
agir,
forçoso
educar,
abrir,
n u m
lumino-
s o sulco, a
direclriz
desta
Pátria,
a mais bella
d o
m u n d o .
E '
dever
q u o
s e
impõe
a
todos
o s
aptos, a
todos
o s
dignos, na
medida
d a s
próprias
forças.
E '
preciso
f a z e r
trabalhar
a s mãose
o cérebro
;
nem
I h e o H st a s
somente,
n e m
somente
rotineiros,
n ã o
esquecendo
q u o
o
B r a z i l
c o n -
quistará
a
hegemonia
americana
pela
supremacia
mental
d e seos
Íilhos.
Q u e
o s
braços
que
recebemos,
n ã o
n o s
suf foquem
Q u e o
trabalho d o s braços
esteja sempre
subordinado
á luc idez
d o
cérebro
O u
n o s
fazemos
mentores,
oudesappareceremos ,
tristes
p á r i a s ,
soterrados
n a s
avalanches humanas
q u e
s e
inclinam
p a r a
nossa
terra.
S ó
a
escola
resolve sat is fator iamente
o
prob lema.
Reformemos
a escola : fundemos
a
Escola M o d e r n a .
(I .« — X I I— 490 7 ).
II
Rebuscando
causas
d a
noloria
aptidão
d o s anglo-saxõos
para
ganhar
a
vida,
s e m
pavores,
s e m
desfallecimentos,
fortes
d e
corpo e
sadios d e espirito,
cheios
d e
confiança,
ouzadia
e
jo v ia li d a d e — e m
contraste
c o m
a
juventude
latina,
geralmente
irresoluta, inapta,
a es-
tarrecer,
apozexhaurentes e
alentados
cursos,
n a
espectativa
única,
o u
d a
carreira
militar,
o u
d a
universitária,
o u
d a
burocrática,
—
E d m o n d
Demolins,
o
eminente
sociólogo
q u e
s e
t e m
imposto,
e m
vinte
annos
d e
notáveis
estudos,
encontrou-as,
e m
grande
parle,
n a
criteriosa
o r-
ganizaçâo
d a s
escolas
inglezas.
Estudando-as ,
procurou
adaptal-as
á França,
c o m
l isongeiros re-
su l tados .
U m a
d a s accentuadas
vantagens
d a
Escola
Nova
é
n ã o
especia-
Usar, desde o
estudo
d e
humanidades ,
a
profissão
única
d e
cada
in -
div iduo;
- d an d o ,
a o contrario,
a c a d a
u m
d o s alumnos,
a m á x i m a
somma
d e
aptidões,
variados
ensinamentos
theorico-prát icos, q u e
constituem
múltiplos meios
d e
subsistência,
laboriosa
e
honesta .
Assim
a r m a d o
p a r a
a luc lapela
vida.o
joven
n ã o
desespera,
certo
d e obter
sempre
m e i o s d e
trabalhar
c o m
dignidade .
Pode
viver
d o
commercio ,
d a
agricultura,
d a s
industrias,
o u
d a s
lettras,
d a s
artes,
d a s sciencias,
conforme
a s contigencias
d o momento,
a s opportunida-
d e s
q u e
s e
l h e
depa ra m,— não
ficando
d e
braços
cruzados
(
á s
vezes
p o r
quantos
annos
) á
espera
d o momento
opportuno
(
que
pode
nã o
v i r
nunca
)
e m
q u e
encontra,
aííim,
a
occüpação
ú n i c a
d e
q u e e n l e n -
d e
a lguma
cousa...
Í N ã o
olvida
a
Escola
/Vouaa
educação
moral;
n e m
seria
E .
D e-
molins
optimo
representante
d a
civil ização
latina,
s e descurasse
d a
supremacia
affect ivae
mental
q u e
n o s
pertence.
Adaptando-a,
m e-
-
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A
S C O L A
lherou
Demouns
a
organização escolar,
c o m
o
maravilhoso espirito
do
synthese,
característico
d o s
continuadores
d a
Renaseonça
n a
terra da
Encyclopedia .
« A
Escola
-
-
d i z
o
illustre
director
d a
Sciencia
Social,
—
te m
p o r
f i r a
formar
homens, t a o
rápida
e
completamente
quanto
possivel,
n a o
s ó d o
ponto
d e
vista
moral,
como
d o intelleetual
o
d o
physico.
» >
E '
o
velho
aphorisma inolv idavel:—mcns
sana,
in
corporcsano ,
ampliado
pelas
exigências
d a
pedagogia
moderna :
t ã o
rápida
e
completamente
quanto
possivel....
— Time
i s money. . . .
E
Demolins
prosegue :
«Esforçamo-nos
c m desenvolver
o amor
p e l o
trabalho,
tornado
m a i s
lucrativo
c
attrahente
,
o
sentimento
d a
responsabilidade,
d o
res-
peito
e
d o
domínio
d e
s i
próprio,
o
habito
d a
energia
e
d a
resistência .
Oueremos
conforme
o expressar
d e
u m
d o
nossos
correspondentes ,
«crear
vontade,
força,
corpos
e
almas
d e homens .»
«Esta E s c o l a
é
instituição
d e
ensino clássico
e
moderno,
m a s de
aecordo
c o m
u m
programma
inteiramente
novo, melhor adaptado
à
natureza
d a creança
e
á s
necessidades
d o
ens ino.
« S e o
programma
permilte
a o s
alumnos
habil i tarem-se
a o s d ive r -
s o s
bacharelados
e
á s
grandes
Escolas,
o u
emprehender
directamentea agricultura,
a
colonização,
a
industria
o u
o
commercio .»
A vida
famil iar
n ã o
é
interrompida,
r igorosamente
adopladas
sabias
prescripções
hygienicas .
« A á s i m
a
Escola é ampliada
c o m
a
conslrucção d e casas
dist in-
ctas,
i rradiando
e m
torno
d o
Edifício
d a s
Aulas,
enão
p e l o
aceresci-
m o d e compartimento
á s
casas
existentes.
«Deste
modo,
qualquer
q u e
possa
ser,
n o
futuro, o
numero
de
alumnos, evitaremos
sempre
o s
perigos
d a
agglomeração,
p o i s
cada
l a r
possue
larga
autonomia.
Possue
cada
c a s a ,
á
frente,
u m
professor
e m
chefe,
auxiliado
d e u m a senhora
e
muitos
professores.
Ascrean -
ç a s
a h i
comem,
dormem
e
t ê m
a s
salas d e estudo.
E '
verdade i ra -
mente
c a s a
d e
familia,
enviando
o s
f i l h o s a
externato
próximo.
«Este
modelo
d e Escola
evita a u m
tempo
o s
inconvenientes
do
internato
e
d o
externa to .
«Evita a
agglomeração,
o
acasernamento
e a estreita
regra
d o
in-
ternato,
p o i s
a s
creanças habitam,
e m
numero
diminuto,
c o m
a
fa -
milia
d e
u m
professor.
«Evita
o
desleixo,
a s
perdas
d e
tempo, a s
caminhadas
atravez
d a s
ruas, o
v i v e r
insalubre
a
q u e
o
internato d a
cidade
obriga,
os
alumnos n e m
sahindo
d o
edifício
para
a s
aulas .»
Estas
vantagens
que,
d e
intuitivas,
dispensam
commentarios,
augmontam
c o m
a
intell igente
distribuição d o s
períodos
escolares,
tempos
d e
estudo
e
repouso.
« O
anno
escolar
é
dividido
e m
t r e z
períodos,
cada qual
compre-
hendendo
cerca
d e
trez
mezes Esta
divisão
e m
t r e z
períodos,
supprimidas
a s sahidas
hebdomadárias
e
mensaes,
aprezenta reaes
vanagens
-
8/16/2019 1908 n 1 a ESCOLA PR Hemeroteca Bn Br
10/44
A
E S C O L A
«Por
u m
l a d o ,
n â o
interrompe
t à o freqüentemente
a v i d a
escolars
p o r
outro,
o s
períodos
d e
ferias,
m a i s
prolongados,
separam
m e n o ,
completamente a
creança
d a
familia,
f i c a ,
d e
cada
v e z , m a i s
t empo ;
recebendo
l h e
o influxo.
Assim,
a v i d a
familiar
e
a eollegial f icam
associadas,
e t a n t o
m a i s
q u e
esse
lypo
d o
Escola
é ,
n a
verdade,
o r-
ganizado
pelo
d a famil ia .»
A '
primeira
vista,
parece
exagerado
o
preço
d a
matricula
:
3 . 0 0 0
francos
(cerca
d e
' i : O 0 O S O I ) O )
annuaes.
E m attendendo,
emtanto,
á
organização
d o
estabelecimento,
a o
modo
d e
v i d a
escolar, a o s
obje-
c t o s
que
fornece,
a o aproveitamento
moral
e mental
d o s
alumnos,
ás
installaçOes,
etc.
etc ,
a
pensão
s e
f a z
módica,
a o
estricto
r e duz ida .
« 0
systema
d a
grande
escola-cascrna,
é
mais
econômico
em
apparenc ia -conclue
Demolins;— mas,
a creança
é
sacri í icada.
« E '
preciso
n à o
esquecer
q u e
s ó devemos
a o s filhos
u m a
cous a ,
m a s
a
devemos
absolutamente
e
e m
consciência
:
a
melhor
e d u c a -
ç ã o
possivel,
amais
adaptável
á s
actuaes
necessidades
d a
v ida .
«Assim
agindo,
cumpre
u m
p a e
melhoro
seo
dever
q u e
d a n d o
a o
f i l h o
educação
que
o
deixa
desarmado
a n t e a s d i f í i c u l d a d e s d a v i d a ,
sangrando
s e
e m
todas
a s
veias
p a r a
dotal-o.
•
« O
melhor
dote
d e
u m
joven
é
u m a
educação viril».
O
ponderado
estudo
d e E d .
Demolins.
desenvolvido
e m
d u a s
obras
fortes
e
suggestivas
'.— A qu o i ti en l
I a
superiorité
d e s
A n g l o -
Saxons?e
U
FJducation
Nou velle ,— inspirou -m e
o
plano
e
progra-
m m a d a
Escola
Moderna,
estudadas
sensatamente
a s
m a i s
palpitantes
necessidades
d o
patrício
e d o
Est ado .
Qualquer
apoio
q u e
s e
l h e
preste,
redundará
e m
fartos
prove i-
t o s á
familia,
a o
Paraná,
á
T e r r a
Brazileira.
O
momento é
psychologico
:
indispensável
a g i r
sem
esmorec i -
me ntos .
(Retiro
Saudoso,
7
d e
Dezembro
d e
1907.,)
III
Quando,
e m
A b r i l
d o a n n o
vigente,
publiquei ,
e m opusculo,
o
Plano
e
Pro gra m m a
d e
estudos d a
Escola
M o d e r n a ,
disse,
á s
pri-
meiras
paginas
:
« O s
estudos d e
Sciencia
Social
d a
escola
d e
L e
Play,
principal-
mente
o s
luminosos
trabalhos
d e Demolins,
levaram-me"ao
conhec i-
mento
d e
lacunas
d o
ensino
nacional
e
á
necessária
fundação
d a
E s-
cola
Moderna.
S e r á
meio
d e
a g i r c o m
efficacia
e
vantagem
e m
prol
d o P a i z ,
fornecendo
á mocidade
elementos
d e
victoria
n a
lucta
pela
vida.
O s
resultados
s à o
seguros
e
posit ivos.
«Invest igadas
a s
causas
d a
quasi
inefficacia
d o s
resultados
util i-
tarios
d a
instrucção popular, inquiridas
a s
mais
urgentes
necess ida-
d e s
d o meio ,— p ara
logo
s e
n o s depara
o
improf icuo
d a
actual o r g a -
nização
d o
ensino
p a r a
d a r
á
juventude
aptidões
d e
b e m
ganhar
a
Subsistência.
«Actualmente,apoz
d e z
e
m a i s
annos
d e
iaborriosos
estudos
estafan-
-
8/16/2019 1908 n 1 a ESCOLA PR Hemeroteca Bn Br
11/44
A
S C O L A
l -^-^|0 l%^a t * -»* a >>P «'* l -^^
t e s
q u e
alienam
o
gosto
o
o
desejo
d o saber,
o
joven,
apoz
o s e s t u d o s
secundários,
s e
encontra
c o m
bagagem
m a i s o u
monos
equivoca
d e
noções
l lieorkas ,— incapaz
d e
ga nh a r
o
pão
;
o
nova
aprendizagem
da'vida
começa,
mais
árdua
e
penosa.
«Outros
que,
prematuramente,
abandonam
a
escola,
e m
busca
d e
meios
d e
subsistência,
e
s e
dedicam
a o
commercio ,
á s artes
e
o f -
ficios,
íicam,
acanhados
d e
espirito,
incapazes
d e
algo
acima
d a
ro -
tina,
inconscientes
o u
alheio*
á funeçáo
policica
d a
Republ ica .
« A Escola
M o d e r n a
preenche
t â o
grande
lacuna,
a
u m
tempo
m i-
nistrando
o
ensino
tlworico
e
pr at i co .
« A
escola
actual
encaminhaá
burocracia' ,
a
Escola
Moderna ,
dando
utilitários
ensinamentos,
indica
a o
alumno
a
agr icu l tura ,
o
commercio,
a s
artes
e
in d u s t r ia s .
« D a
Escola
Moderna
o
joven
s a e
a p t o
e
forte
p a r a
a
v ida .
«Aquel les
d o s
alumnos
que
desejarem
proseguir
o s
estudos
con-
sagrando-se
á s
profissões
liberaes,
poderão
concorrer
á
matricula
d o
4 o
anno
d o s
Gjjmnasios,
o u
cursar
a s
Escolas
Normaes.
O s
conhec i-
mentos
práticos
adquiridos
ser- lhes-hâo
sempre
úteis.
«Como
a agricu l tura
seja,
porem,
a base
d a
fortuna
n a c io n a l ,
terá
cu idadoso
desenvolv imento
n o s
diversos
grãos
d o
curso.
«Dispondo
d e
extensa
á r e a
d e
cultura,
laboratórios
d e
physica
e
chimica,
secções
d e
serralheria,
marcenaria,
typographia,
encader-
nação,
alfaiataria,
e t c .
;
dispondo
d e
parques
e
jardins,
tanques
d e
natação,
stadios
p a r a
jogos
o l tjm pico s :—
a
Escola
M o d e r n a
junta
a
educação
physica
ácultura
mental,
realizando
rigorosas
c o n d i ç õ e s
indispensáveis
d e
hygiene
e
sa lub r ida de .
« O
corpo
docente
é
composto
d e
professores
que
reúnem
a o
sa -
ber
o
caracter
,
« O s alumnos
terão
sempre
a s expl icações
solicitadas,
d e
rnoüo
a
completarem
a s l icçõesdo
curso
que
ficarão
sabidas,
o
que
n ã o
su -
ccede
n a s
casas
escolares
e m
q u e
mestres
e
alumnos
s ò
s e
encontram
n a s
a u l a s .
« A
v ida
d e
fami l i a
n ã o
é
rompida,
como
n o s
in lemalos
fre-
quenlemente
acontece.
A
espionagem,
o s
castigos
corporaes
—
q u e
tanto
degradam,
porque
abusos
d e
f orç a —
n ã o
ex i s t em .
« O s
alumnos,
e m
numero máximo
d e
sessenta,
dis tr ibuídos
pe-
l o s
diversos
cursos,
residem
c o m
a
famil ia
d o s
professores,
encon-
trando
n o lar
d o s
mestres
prolongamento
d o
lar
paterno.
C a d a
f am i -
l i a
reside
e m
edifício
á
parte .
« O
influxo
afíectuoso
e
benéfico
d a
mãe
d e
fami l i a ,
pedra
d e
toque
n a formação
d o
caracter,
n ã o
é
al ienado .
« O s
alumnos
d o
curso
especial
residem
c o m
o
director,
e com
o s
sub-directores
o s
d o s
cursos
primário^
e
secundário.
Ev i ta m-se
a s
accumulações ,
e m
único
e
s ó
edifício.
\;;,,í
« O s
alumnos estão
sempre
e m
convívio
c o m
o s
professores,
p á s - 1 1 '
sando
d a s
aulas
p a r a
a s
ofiicinas,
juntos
n a
lavoura,
nos
jogos,
nos
recreios,
passeios,
exc ursões,— a ssim
unificados
n o
trabalhp.
-
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A
ESCOLA 9
J%^-fU-Vj*a
-
8/16/2019 1908 n 1 a ESCOLA PR Hemeroteca Bn Br
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mente
e m
Der
io A
S C O L A
«̂ _̂̂ _̂ ^̂ »̂M̂ »̂*-̂ »»̂ -̂ ->->̂0M*M»>*_*_*-*MMM̂^
«MW
-
8/16/2019 1908 n 1 a ESCOLA PR Hemeroteca Bn Br
14/44
A
ESCOLA i
Desenho
e l em en t ar ;
Arithmetica
e
Álgebra;
Physica
\
Geologia
f
noções
;
Botânica
Pratico
:
»
Jardinagem
;
Collecções
d e
Historia
Natura l ;
A r t e s
e
o f í i c ios ;
Nataçã o— g y mnasli ca
;
Jogos
olympicos .
2.° A N N O
Tkeorico
:
Portuguez
(redacção
e estylo)
Francez
(i dem— th eori co
e
pratico)
;
Noções
deHis t .
d a
Civilização
e
Hist.
d o
B r a z i l
;
Desenho
d e
m a p p a s ;
Geometria
eTrigonometr ia
;
Chimica
j
Mineralogia í
noções
;
Zoologia
)
Pratico
:
Horticul tura e
pomocullura
;
Collecções
d e
Historia
Na tura l ;
A r t e s e
ofíicios;
N a t aç ã o — e sg r im a ;
Jogos
o l y m pi c os . —
A
primazia
a o
curso
agronômico
é
perfeitamente
c o m p r e h e n s i -
v e l
e m
regiões,
como
o
Paraná, essencialmente
agríco las .
E m
todas
a s
antigas
e
modernas
civilizações a agricultura
fo i
sempre primordial
factor
d e
estabil idade,
riqueza
e
progresso .
O
B r a z i l , e
e m
particular
c a d a u m
d o s
Estados,
s ó
resolverá
o
problema
econômico
quando
a
producção
avantajar-se,
e
d e
i m p o r t a -
dores
passarmos
a
expo r ta do res .
Sem
^ ma tér ia
prima,
f o n t e d o
commercio
e
d a s
industr ias ,—
s ó
leremos
industrias
d e
armação
( n a
phrase
feliz
d o
D r .
Murtinho),
o s
industriaes
n a
dependência
d o s mercados
extrange iros .
P a r a
que,
emtanlo,
a
producção
agrícola
augmente,
é
forçoso
en-
sinara
Agronomia
e m
escolas
theorico-praticas
que
façam
agr i çu l to -
r e s
aptos
e
conscientes
;
propagar-lhe
a s
vantagens,
d e m o n s t r a n d o -
l h e
r e su l tad os .
A
rotina
é avessa
a o
progresso.
-
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12
A
S C O L A
_̂̂̂
n nr»ii-J\n_ru-u-_.rtl-.^iir,V,-'ii iii ii ii i
* m __^__>^-»>-»-,»^_»N_^_»__^-_-*-«
[̂rf̂^̂ »̂___VV***< V_̂_»~»̂_ _ _»-*»_**»
-
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A ESCOLA 13
n̂WWV>r>
^t r_n r
^¦ry*y^*iij'*i^'' r*iri*y*ii^i
^1 1 * 1 1 ^1 ^
¦ * * f c m , ^ i i ^ f c B ^ * T r ^ * , i i r ^ i - d l W f c i ^ * ' t - < *
O
curso
agronômico , attendidas
a s
necessidades
d e
adap taçã o
a o habitai
e
a o meio, comprehenderia
dous
annos:
4.° A N N O
(3.°
D O
C U R S O G E R A L )
Theorico
:
Physica
agr íco la ;
Geologia
(terrenos,
ana lyses— appl icações);
Botânica
agrícola
;
Agr imensura ;
Cartographia— rnappas
meteorológicos
;
Pratico
:
Cereaes,
forragens,
etc,
etc.
Aries
e
ofTicios;
Nivelamentos,
construcção
d e
pontes,
es tradas ;
Esgrima
;
Jogos
o l y m p i c o s ;
2.°
A N N O
(4.°
D O
C U R S O
G E R A L )
Theorico
:
Chimica
agrícola
;
Min era log ia ;
Zootechnia
;
Agronomia
propriamente
d i t a ;
Plantas,
rnappas,
etc .
Pratico
:
Analyses
chjmicas ;
A r t e s
o
of f ic ios;
Campos
d e
exper iênc ia— estabelec im ento
d e
postos
a g r o n o m i -
cos;
construcções
r u r a e s ;
E sg rim a — e q u it aç ã o ;
Jogos
olympicos .
Q u e
deverei
esperar
d e t o d o
esse
labor
d e
quasi
u m
anno,
d e
acurados
estudos
complexos
e
exhaurentes ,
proseguidos
s e m
e s m o -
recimentos
?
—
A satisfação
d e
haver
cumprido
grato
dever
p a r a
c o m
o Esta-
d o ,
indicando-lhe
meio
positivo
e efficaz.
d e
d a r
á
agricultura e ao
ensino
rumo
seguro
e
expansão
necessária, a todos
vantajosa;
o
almejo
d e
dotar
o
Paraná c o m
estabelecimento
d e e nsin o ,— m o d e l o
d a
escola
m o d e rn a,— *
s e
impor,
inadiável,
a o s
paizes
neo-lat inos
d a America,
essencial
condição
d e
vida,
e m a concorrência
mais
e
mais intensa
que
n o s
fazem
o s
povos
an g l os axon i c os .
Coritiba,
1 2
d e
Fevereiro d e
4908.
v
-
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17/44
14
A
S C O L A
l^MMWMXWMWXMV
">^v * >/V ^'^'^»^>* ^V %^^v ^'
Dos
P os t os
Agronômicos
Desnecessário definir o
q u e
sejam
postos
agronômicos
e
labora-
lorios
agricolas:
dizem-no
c o m
eloqüência
o s
próprios
vocábulos.
B a s t a
explicar
o
f i m
a
que
s e destinam. E '
o
q u e
f a z
Larbalétr ier,
do
seguinte
modo:
,,Estes
estabelecimentos
t ê m
p o r
f i m
porá
disposição
d o s ag r i -
cultores u m laboratório,
para
verificação
d a
dosagem
d o s
adubos,
a-
nalyse
d a s
terras, d o s
produetos
agricolas,
etc;
a l e m disso,
o s
postos
agronômicos
estabelecem
campos
d e
experiências,
onde
s ã o
estuda-
d a s a acção
d o s adubos,
novas
variedades,
etc.,,
( I)
N o Paraná,
a acção
d o s
postos
agronômicos
poderia
s e r
m a i s
am-
p i a ,
annexa
a
cada
posto
e s c o l a
rural
primaria q u e
o ex-alumno
da
Escola Moderna
solicito
regeria,
ampliando
o s círculos
d e
propaganda
p e l a
agricultura,
fazendo
agricultores
aptos
e
laboriosos.
O s
planta-
dores receberiam
seguras
instrucções
agrárias,
percorridos
p e l o
agro-
nomo
o s
lotes
e
propriedades
d o
núcleo,
previnidos
d a s
in tempér ies ,
d o
rigor
d a s
estações,
d o
melhor
momento
d e
lançar
a s
sementes
e
fazer
a s
colheitas.
A s
observações
meteorológicas
diárias,
feitas
escrupulosamente
e m
todos
o s
postos,
disseminados
n o
Estado,
dariam
farta
messe de
indicações
preciosas
para
o conhecimento
d a s
temperaturas,
d o
cli-
m a , d a
relativa
humidade
d a
atmosphera
e d o
solo,
assim conhecido
o
estado hygromelrico d o
a r .
t ã o
necessário
á lavoura.
A
principio,
o
Governo
forneceria
apenas o s
instrumentos
mais
ndispensaveis
( u m
baromelro,
u r n
thermometrographo,
u m
pluv io-
imetro,
u m
anemometro);
a
mobília
escolar;
alem
d a
c a s a
escolar
e
d e residência, n u m
s ò
edifício.
U m a d a s maiores dificuldades
para
a creação d o s
postos
agrono-
micos:—a econômica,—
e m
v i s t a
d o
augmento d a despeza
e
conse-
quente
verba,
poderia
ser,
e m
parte,
remediada .
Entendo,
o Governo
deve
animar
e
auxiliar
a s b o a s
emprezas,
n ã o ,
porem,
c o m
subvenções
q u e
s e
eternizem.
O u
a empreza
prospe-
r a ,
e
deve, a o f i m d e
poucos
annos,
subsistir
por
s i
mesma; o u não
é
viável,
e
o
sacrifício
d o
Estado
inutiliza-se,
n ã o
devendo
perpetu-
ar-se.
Seria ideal
q u e
verbas orçamentarias,
estabelecidas
para
atten-
der
melhoramentos
d e
utilidade
publica
e b e m commum,
podes
sem
s e r
supprimidas e m
dado
momento,
s e m
q u e
a
communidade
ficasse
privada
d o benef ic io.
E '
o
c a s o d o s
postos
agronômicos,
assim
concebidos:
1.0
Governo
estabeleceria
o s
postos
agronômicos,
p o r
secções
d e
c i n c o
a
d e z ,
annualmente
e m
a
sede
d o s
núcleos
agricolas
mais
prósperos
e
populosos;
/
(1)
L/Agricul ture ,
pag
:
XIII.
-
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18/44
X x
ĴÔv̂aT
M̂ ^^^AŴ M̂ WMyMW^M*,
2 .
A o
agrônomo,
d e
profercncia
ex-a lumno
d a
Escola
M o d e r -
na,—e>
e m
constante
relação
c o m
a Escola
que
o
orientaria
se mpr e ,
fornecendo lhe
informações
o
inslrucções ,— seria
dado
pelo
E s t a d o ,
n a
sedo
d o
núcleo,
u m
l o t o
d e
vinte
o
cinco
a cincoenta hectares,
cujo
uso-fructo
teria,
emquanto
a
frente
d o
posto;
e m
cuja
posse
inal ie-
navel
ficaria,
depois
d o
vinte
annos
d e bons
serv iços ;
3 .
A o
installar
o
posto,
o
G o v er no ,— a le m
d a
casa,
d e
m a d e i r a ,
— fornoceria
o s
instrumentos
mais
necessários
a o
funcc ionamento
d o
m e s m o ;
4 .
O
agrônomo
teria
d e
subvenção,
n o
primeiro
e segundo
a n-
n o s ,
cento
e
cincoenta
m i l
r ó i s
( Í50$000
rs.) mensaes,
e
cem
m i l réis
(100500
r s . )
mensaes
n o
terceiro.
A o
f i m
desse tempo,
o
posto
f icaria
emancipado,
vivendo
o
agrônomo
a expensas
próprias,
d o
p r o d u e t o
d o
lote,
cul t ivado
e
prospero.
Nessa
occasião receberia
o s
instrumen-
t o s
complementares
a o
b o m
funccionamento
d o
posto
;
. 5 .
Comquanto
emancipado
o
posto,
subsistiriam
todas
a s obr i -
gações
e deveres
contrahidos,
conforme
o
Regulamento
par t i c u l ar
dosposlos
agronômicos
d o
Estado,
approvado
pelo
Governo
;
6 .
A o
f i m
d e vinte
o
cinco
annos
d e
bons
serviços,poderia
o agr o-
nomo
solicitar
d o
Governo
s u a
apozentadoria ,
cont inuando
n o
u s o
•
frueto
e
posse
(inalienável)
d o
l o t e ,
j a
então
d e
s u a
p r o p r i e d a d e , —
conforme
o f i n a l
d o
§
2.°;
7 . O
orgam
d a
Escola
Moderna
publicaria
o s
boletins
m e t e o r o -
lógicos
d o s
postos
agronômicos ,
e m a i s
informações
d o s mesmos
q u e
podessem
interessar
a agricultura
e
a s
sciencias .
Taes
a s
bases
p a r a
o
estabelecimento
d o s
postos
a g r o n ô m i c o s , d e
indiscutível
interesse
p a r a
o
Paraná,
d e
r e a l vantagem
p a r a
a
l avour a .
A
escola
ergueria
o
nivel
moral
d a s
populações,
dando,
pela
cu l -
t u r a
d a
intelligencia,
a
comprehensão
d o s
deveres
cívicos.
E ,
assim,
teríamos
o
ensino
uti l i tário ,
s e m
abdicar
d a
h e g e m o -
n i a
mental
que
n o s
cabe entre
o s
povos
d o
cont inente.
Coritiba,
1 3 d e Fevereiro
d e
1908 .
Dario
Ve l l o zo ,
-
8/16/2019 1908 n 1 a ESCOLA PR Hemeroteca Bn Br
19/44
16 A
b L o C v J L A .
VM^̂ VV^̂ *̂»̂ í̂'̂ V *̂\*V**VV/'VVV'i'»»»'**V''«
Instrucção
Publica
PROJECTO
Congresso
Legislativo
d o Estado
d o
Paraná.
Sessão
e m
1 7 d e
Fevereiro
d e
1907.
A commissão
d e
instrucção
publ ica .
Considerando
q u e
é
dever
imperioso
d o s
governos
livres
di f fun-
d i r
a
instrucção
e
a
educação
p o r
todas
a s
camadas
d a
s oc iedade ,
a f i m
d e
d a r
combate
franco
e
completo
a o
analphabetismo, e
q u e
s e m o
ensino
livre
e
instrucção
obrigatória
n â o
é
possivel
conseguir-
s e
esse
grandioso
des ideratam,
pois
q u e
h a
muitos
pães
q u e
vivendo
e m
criminosa
indifferença,
negligenciam
a
instrucção
e
a
e d u c a ç ã o
d e
seos
f i lhos;
Considerando
que
nós,
americanos
d o
S u l ,
devemos,
desde
já ,
iniciar
e m
nossa
Patria.a
organisaçâo
d a
riqueza
e conomico-soc ia l ,
fundando
escolas
prof iss ionaes-prat icas
d e
accordo
c o m
o
novo
regi -
men
escolar,
que,
n ã o
s ó
n a
Europa
toda
e
n o s
Estados
Unidos
d a
America
d o
Norte,
como
e m
algumas Republicas
d a
America
latina
e
n a
própria
Á s i a ,
está
insuflando
e
orientando
todos
o s
espíritos
q u e
s e
preoceupam
seriamente
c o m
o
grande
problema
d a
instrucção
e
educação
d o
p o v o ;
Considerando
que
a s
escolas
profissionaes
h ã o d e
resolver
a
gran-
d e
questão
social,
q u e
assoberba
presentemente
todas
a s
classes,
q u e
ainda
estão
s oba
influencia
nefasta
d a
defe i tuosiss ima
organisaçâo
escolar
a c t u a l ;
Considerando
que
o
f i m
d a
educação
moderna
e
preparar
o
homem
d o
futuro
para
a
v ida
i nd e p end e n te — p a r a
o
t rabalho,
en -
s inando-o
a
confiar
no
s e o
própr io
esforço
e
nas
suas
aptidões,
af im
d e
l iberlal-o
d e
ser
um
pens ion is ta
d o thesouro
e
da co nhgenc i a
de
pensar
que
s ó
pode
ler,
ama.nhã ,
como
meio
d e
vida,
um
emprego
publ ico ;
(i)
,
Considerando
que
a s
escolas
profissionaes,
organisadas
d e
con-
formidade
c o m
a s
lições
d a
experiência
d o
tempo
e
c o m
o s
princípios
d a
educação moderna, proporcionarão
á
mocidade
o s
meios
d e
h b er-
ta-rse
da
ro t ina
e
da
miséria,
apparelhando
gerações
para
enfrentar
e
superar
a
formidável
crise
econômica
d o
trabalho
e
d a s
industr ias ;
Considerando,
f inalmente,
que
h a
necessidade
inadiável
d e
m u -
d a r
radicalmente
a
direcção
d o
problema
d o
ensino;
está
nessa
a
educação ,
p o r
todos
reconhecida
improficua
e
quasi
inútil
p a r a
o
in-
dividuo,
q u e
deve
estar
preparado
p a r a
a s
luetas
pela
v i d a
e
para
resistir
a s
agruras
d a
natureza
e
d a
so r te — a
commissão
propõe
q u e
s e
adopte
o
seguinte projecto
d e
lei:
( i )
Ver
Escola
Mode rna —
opusculo)
N .
R .
-
8/16/2019 1908 n 1 a ESCOLA PR Hemeroteca Bn Br
20/44
P R O J E C T O
0
Congresso
Legislat ivo
d o Estado d o
Paraná,
Decrota
:
A r t .
1 . °
F i c a desde
j á ,
estabelecido
o
ensino
elementar
livre
e
a
instrucção
obr igatór ia
e m
todo
o
Estado
d o
Paraná.
§
l.°
O
governo
decretará
u m a
verba
especial
p a r a
fornec imen-
t o
d e
livros,
papeis,
t i n t a o
mais accessorios
indispensáveis
a o
ensi-
n o ,
b e m
como
roupa
a o s
alumnos
q u o
forem
provadamente pobres .
§
2 . "
Ficacreada
a
classe
d e
professores ilinerantes
o u
a m b u -
lanles, a í i m deleccionarem
n o s bairros
o u
povoados.cujas
populaçõ es
escolares
n a o
atlinjam
o
numero
exigido
p o r
l e i
p a r a
a
creação d e
escolas
effect ivas .
§
3 . °
O s
pães
o u
tutores
( o u
quem
suas
vezes
fizer)
que
de ixa r
d e
mandar
á escola seos
filhos
o u
tutelados, cujas
residências
não
s e
acharem
afastadas
m a i s
d e t r e s
kilometros
d o
local escolar,
f icam
sujeitosá multa
d e
50$()()0,
e
n a s
reincidências
d e
J O O S O O O
a
20ü$()()o,
e
d e
d e z m i l
reis,
p o r
faltas,
q u e
excederem a
mais
d e
ires
d i a s
por
semana,
salvo
motivo d e
f o r ç a
maior
verdadeiramente
reconhec ida .
§
4.°
O s
professores,
conjunctamenle
c o m
a s autoridades
m u -
nicipaes
e
policiaes,
promotores
públicos
e
inspectoresdistrictaes
ou
d e
quarteirões,
f i c a m incumbidos
d e f a z e r
annualmento
o
recensea-
mento d a
população
escolar
d a
respectiva
c ircumscr ipçâo
§
5 . ° Todas
a s
materiaes
d o ensino
n a s
escolas
d o
Estado
se-
r ã o
ministradas n a lingoa
nacional .
A r t .
2 . ° F i c a
o
poder
execut ivo
autorisado
a
crear,
annexas
ás
escolas
publicas,
(principalmente
n o s
centros
agrícolas
e
pastoris)
escolas
prof iss ionaes— prat icas— of f ic inas ,
campos
d e
cultura, dir ig i -
d o s
p o r
pessoal
d e
provada
competência,
onde s e
ministre
e d u c a ç ã o
agrícola,
industrial,
e
d e artes
e
officios
a
todas
a s
classes,de
accordo
c o m
o s
planos
d á s
escolas
profissionaes
d o s
paizes
d a Europa
o
d o s
Estados
Unidos d a
America
d o
Norte,
onde
o
grande
tentamen
está
e m
pratica,
8
que
comprehendem
a s
seguintes
secções:
—
cul turas
normaes,
officinas
d e
artes
e
officios,
fabricas, manufacturas
diver-
s a s ,
agrimensura,
mechanicaindustr ial ,
e t c ,
etc .
§
l.° O Governo,
p a r a
a
execução
desta L e i ,
mandará
confecc io -
n a r
o Regulamento
d a s
aulas,
disciplinas
o u
matérias,
officinas,
cu l -
turas,
e t c
,
etc , e tudo
quanto
tiver
relação immediata
c o m o ensino
livre
e
obrigatório, bem
como
c o m
a
organisação
d o
ensino
prat ico
profissional
-
moderno.
A r t .
3 . °
O
poder
executivo
deverá
commissionar
annual
o u
b i-
annualmente,
p o r
tempo
determinado,
a t é
3
professores
o u
profes-
soras
d e
instrucção
primaria,
d o s
m a i s
hábeis
e
aptos,
p a r a
es tuda -
r e m
a organisação,
disciplinas
e
methodos
adoptados
n o s Es tados ,
onde
a
educação
f ô r
m a i s
moderna
e
completa,
a f i m
d e
fazerem
nas
escolas d a s diversas
circuroscripções
escolares
d o
Estado
preleções,
-
8/16/2019 1908 n 1 a ESCOLA PR Hemeroteca Bn Br
21/44
i8 A
S C O L A
oraes
sobre
osm othodos
m a i s
preconisados
d e
ensino,
seguidos
nos
centros
mais
adiantados,
mostrando
a o
mesmo
tempo
como
d e v e m
s e r
ensinadas
pratica,
intuitiva
e
syntet icaimmto
todas
a s matér ias
o u
disciplinas
d o
ensino
elementar primário,
intermediário
e
c o m p l e -
mentar,
principalmente
q u a l
o
methodo
m a i s
f á c i l
e
racional
d e
en-
sinar
a l e r e escrever,
e
quaes
a s
vantagens
decorrentes
d a s
lições
d e
cousas,
base
fundamental
d e t o d a
a educação e
instrucção
elementar.
§
l.°
O s
professores
o u
professoras
commiss ionadadas
para
fazerem
o s referidos
estudos,
e
a s
prelecções
n a s escolas
perceberão
seos
vencimentos
p o r
inteiro e
m a i s
ajuda
d e custo .
§
2 . ° O s
professores
d e
q u e
t r a t a
o§
4 7
deste
artigo,
íicam
obri-
gados
a
apresentar
u m
relatório
sobre
a
marcha
d o
ensino
n a s
escolas
que
visitarem
e
sohre
o s
themas
d e
suas
disser tações .
A r t .
4 . ° O
governo
promoverá
annualmente,
n o s centros
princi-
pães
d o
Estado, conferências
pedagógicas,
exposições
escolares
d e
trabalhos
d o s
alumnos
d a s
escolas
publicas
e
particulares,
t a e s
c o m o :
mappas,
exercícios
d e
composição,
prendas
domesticas,
objectos
d e
industria e
d e
t u d o
quanto
tiver
relação
immediata
c o m
o ensino
proíis-
sional
e c o m
o s
progressos
d a
educação
popular .
A r t .
5.°
O
governo,
n o
propósito
d e
estimular
a
dedicação
pelo
ensino,
creará
vantagens
e
prêmios
e m
dinheiro
p a r a
o s
professores
públicos
e
particulares,
m a i s
esforçados
e
hábeis e
d e
vocação
reco-
nhecida e
aprovei tamento
n o
ensino,
o
m a i s o s
professores
públicos
e
particulares
d e instrucção
primaria
q u e
tiverem
publ icado
a t é
hoje ,
o u
publicarem
d e o r a
e m
diante,
Ásua
custa,
pelo
menos
tres
obr as
didacticas,
julgadas
boas .
§
único.
O
prêmio
e m
dinheiro
será
d e
t r e s
a cinco
contos
d e
reis.
A r t .
6 . °
O
governo
provera
ainstal lação
d e
muzeos
r u d i m e n t a -
r e s e bibliothecas
escolares
n a s
escolas
publicas,
n o s
logares
o n d e
s e
tornarem
mais
necessários,
e creará
n a
capital
d o
Estado,
uma
re-
vista
pedagógica ,
consagrada
exclusivamente
a o s
interesses
d a
e d u c a -
ç ã o
popular
e
d o
professorado.
A r t .
7 . °
F i c a
o
governo
autoriado
a
despender
a
verba
necessa-
r i a
p a r a
prover
a s
escolas
d e
todos
o s
mater iaes .
«Diário»-.
9-2—4908.
S e
alguns anthropologistas
admittem
q u e
o
homem
existe
h a
cerca
d e u m
milhão
d e
annos,
a
maior
p a r t e
calcula
a edade
d e
nossa
espécie
e m
meio
milhão
d e
annos,
e
ainda
menos.
Entretanto
está
ad -
mittido
d e
modo
m a i s
o u
menos
geral que,
pelo
menos,
cem
m i l
annos
s e escoaram
desde
o
apparecimento
d o
homem
n a
terra.
E s t e
periodo
é
muito
mais
longo
q u e
o
suppunham
ainda
a
meio d o
século
(XIX),
muito
mais
longo
principalmente
que
o
periodo
indicado
p o r
u m
en-
sinamento
a s s a z
defe i tuoso
que
v a e
impregnando
desgra ça da mente
o
cérebro
d a
mocidade d a s
escolas .
Ernest
Hceckel .
-
8/16/2019 1908 n 1 a ESCOLA PR Hemeroteca Bn Br
22/44
A
ESCOLA 9
.̂ .v»mvw*t
-
8/16/2019 1908 n 1 a ESCOLA PR Hemeroteca Bn Br
23/44
C À̂POT
A
^^^^^^A^^^A^^S^^^
î* *̂***,********** *̂** *̂*********
W^̂ ^̂ VWM^̂ WVWWVyMVM»̂ MÂ ^̂ M»M^̂ ¥W»«»i»->iVWWMMW»MMVWM««>̂
M e o
caro
ninho ,
Minha
alegr ia .
A h
l
s e
e o
fosse
u m
peix inho
Nadando
noite
e dia,
M e o
r ibe i r inho
N â o deixar ia .
S e
e o
f o s s o
uma
l eb r inha ,
Nare lva
noite
e dia
B e m
l ige i r inha
E u
pular ia .
M a s
e o
s o u
creanc inha
E
brinco,
noite
e dia
C o m mamãesinha
Q u e
m e
vig ia .
As
flores
c i a
primavera
Todas
a s
creanças
que
tomam
parte
n o
brinquedo,
cantam
a
primeira
quadra,
reunidas e m
u m
grande
circulo.
Finda
esta
quad ra
a
creança
que
r eprezen laa
primeira
flor,canta
sosinha.íTode s e fazer
i s t o
c o m uma
o u
mais
creanças,
que
v ã o
para
o
centro d o
circulo).
Segue-se
a segunda, a
terceira, e t c .
A
quadra
f i n a l
devo ser tambem
cantada
por
todas.
S ê
bemvinda
a
pr imavera ,
Q u e
v e m
despertar
a s flores
;
Estamos
á
tua
espera ,
V e m
dar
brilho
á s nossas
cores.
1
. a
Flor
E o s o u
a
agreste
bonina ,
A
fresca
relva
é
o
meo
leito
;
S o u
a
f i l h a
d a
campina ,
C o m
minhas
graças
a
enfei to .
2 . a
Flor
E o
m e
chamo
myosotis,
Tenho
a
c ô r
d o c e o
n a s
faces;
Falta-me
o
aroma, o s
meos
dotes
S ã o meos encantos
fugaces.
-
8/16/2019 1908 n 1 a ESCOLA PR Hemeroteca Bn Br
24/44
A *
ESCOLA
1
3 . »
Flor
E o
s o u
o
arbusto
d e
espinhos
C u i d o
e
cerco
a s
outras
flores;
N o s meos
galhos
fazem
n inhos
Sabiás
e
bei ja-f lores.
4 . *
Flor
E o
s o u
a
esplendida
rosa,
A
rainha
d o s
canteiros,
Todos
m e
chamam
formosa,
Respei tam-me
o s
ja rd ine i ros .
Amigas,
d a
pr imavera ,
O
doce
beijo
div ino,
Também n a
infância
acelera
A
florescência
d o
ens ino.
A
reforma
d a
escr ipta
(*)
A o
m e o
sublime
e
preexcelso
Amigo
e
Mestre
excm.
sr.
Revd .D r .
L i n o
d a Costa .
A
Academia Brazileira
d e Lettras
effectuou
recentemente
a
re -
forma
d a
graphica
d a
lingua
portugueza .
E m
nossa
obscura
e
m u i
despretenciosa
opinião, desmerece
ap-
provação
o
emprehendimento
d o s
immortaes
membros
daquella v e -
neravel
corporação
litteraria,
p e l a
ausência
d e
critério
scienlífico
que
o
presidio.
A alteração
d o
systema
orlhographico
portuguez,
por
dous
p o v o s
irmãos adoptado
quasi
s e m
discrepância,
é ,
por
força
da
maneira
c o m o s e
realizou
e d a s
bases
superficiaes
e
instáveis
sobre
q u e
s e
apoia, u m
verdadeiro
desastre
pára
a s nossas
lettras
nac io-
naes,
dignas
p o r
certo
d e
s e r
alteiadas
á s
culminancias
d e
uma
com-
pleta
e
b e m
definida
Lil teratura .
Pertencemos
a o
número
d o s
q u e
julgam
anarchizada
e
confusa a
situação
actual
d a nossa
escripta.
N ã o
s ã o
poucas
a s
inconsequen-
ciasgraphicas
q u e
s e
notam n o
m o d o
porque
tantissimos
escr iptores
cultivam
a
artificial
l inguagem d a escripta.
M u i t o s
delles,
o u
p o r
es-
pirito
d e
arbitrar iedade
e
innovação, o u
p o r
ignorância,
o u
p o r
imi-
laçâo
d e
guias
incompetentes,
v â o
graphandoexquis i t amente
certas
palavras,
e
p o i s
s e m
o
critério
solidamente
fundado
n a
sciencia
gram-
malical .
E'assim
q u e
vemos
freqüentemente
palavras
escriptas d e m a-
( * )
Este
artigo
f o i
revisado
p e l o
próprio
auctor .
-
8/16/2019 1908 n 1 a ESCOLA PR Hemeroteca Bn Br
25/44
22
A
S C O L A
^̂ WWWŜ AAiVyWMVyviWVlM
neira
Intensa
n a o s o
á s
l e i s d a loxigenia,
m a s ainda
lambem
á s
d a
orthophonia
o u
phonaçáo.
Kffeetivamente,
c o m
dil í iculdades
mult i -
plicesteem
d e
l u c t a r
osescriptores
q u e
apenas
manejam
a n o s s a
l in-
g u a
vernácula,
desconhecendo completamente
a
língua
d e
Virgílio,
q u e
l h e
d e o
o
ser.
S i
é
verdade
q u e
desconvem
remontarmos
exaggeradamente
á
lexigenia,
também
é
c e r t o
q u e c o m m e t t e m
erros
aquelles
q u o
gra-
p h a m
a s
palavras
empregando
symbolos
q u e
a
etymologia
n á o
justi-
fica.
E '
commum
lermos
diversas
palavras
a s s i m
erradamente
escrip-
t a s
;verbi
gralia
: —
explendor
( d o
l a t i m
splendor);
vella
( d o
la -
t i m
ve lum) ;
magestade
( d o
latim
majeslas)
;
geito
(do
latim
úmjactus)
;
urd i r
( d o
latim
ordi re ) ;
dopte ( d o
latim
dos,
dotis)
;
me sa { â o
l a t i m
mensa); e t c . e t c .
A l é m
desses
erros,
commel temos
também
incohorencias.como,
exempli
g r a t i a
: escrevendo
\-instruc-
ção,
disüncção,
districto,
caracter , inhosptto
;
e
' .— jun ta ,
ponto,
santo,
matar ,
aborrecer, etc .
•
S i
a
nossa
orthographia
s e
a c h a
e m
condições
anarchicas,
t a m -
b e m
n ã o
s á o
d e
t o d o satisfactorias
a s
d a
prosódia.
O
u s o
t e m
q u a s i
consagrado
a
pronúncia
errada
d e
diversas
pa-
lavras,
d e
s o r t e
q u e
muitas
pessoas,
a l i a s
illustradas,
f a z e m
s o a r
o
c
e m
•_intellectual,
aspecto ,perspect iva ,
espectador.
;
ambos
o s
cc
e m
:
—dteção
;
ambos o s
c c
e
o
p
e m
-.—accepção,
o
p
e m
:— e xee p -
cional,
egypcio
;ao
p a s s o
q u e
f a z e m
em m u d ec eroc
e m
-.-Jacto,
o
primeiro
c
e m
secção
;
tornam
esdrúxulos
o u
proparoxytonos
o s
vo-
cabulos:—
decano,
pegadas ,
e tc .
O u t r o
ponto
e m
q u e
o alvedrio
d e
diversos
escriptores
t e m
esta-
belecido
u m a
confusão
e
obscuridade
prejudiciaes
a o s
estudos
lin-
gutsticos,
é
o
injustificável emprego
d a s
notações
lexilogicas
e m
a l-
g u n s
vocábulos,
e
a
suppressão
d a s
mesmas
e m
outros .
C o m effeito,
e m
q u e
s e
apoiam
o s
q u e
accentuam
desnecessária-
mente,
e .
g .
a s
palavras
\ — gra mma ti c a,
José,
caje,
p e ,
cha,
I a ,
so ,
po,
Iguassu,
etc,
deixando
d e accentuar:
—
paramos ,
paramos,
par
amos,pára,
pâ r
a ,
cerca ,cerca ,
mares,
sábia,
sabia,
solícito,
so~
licito,
rota,
rota,
troco,
troco,história,
historia ,
etc.
etc?
Parece-nos
q u e
n o
tocante
á
accentuação,
a
r e g r a
a
seguir
deve
s e r
o emprego
d a s
notações
somente
n a s
palavras
homographas;
po -
r ê m
como
a
adopção
absoluta deste
systema
importaria
e m
i n ç a r
d e
accentos
a
escripta,
o
q u e
l h e
d a r i a
u m
aspecto
sombrio
e exquis i to ,
conviria
desonerar
d o s
accentos
o s
vocábulos
d e
t r e s e
o s
d e
menos
let-
t r á s ,
exceptas
a s
q u e
p o r
s u a
natureza
o u
p o r
c a u s a
d a
obscur id ad e
requerem
o s
signaesorthoepicos.
Accentuaremos,
p o r
exemplo,
o
verbo
—
é ,
enão aconjuncçãoapprox imat iva— e;
a
partícula
inter-
jectiva
-o,e
n ã o o
adjectivo
indicativo— o
;
o
pronome
o u
substanti-
yQ—nós,
e
n ã o
a
variante
pronominal
e
a
preposição
contracta— nos;
o
substant ivo— dó
e
o
verbo— dê ,
e
n à o
a s
partículas
preposicionaes
— - d o
e
d e
;
dá,
e
n ã o — d a
;
etc.
Relativamente
a o emprego
d a s
notações,
devemos
t e r e m vista
A
-
8/16/2019 1908 n 1 a ESCOLA PR Hemeroteca Bn Br
26/44
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28/44
A
ESCOLA J5
Admitt ido
o
principio
d o
ensino
d a
hygiene
n a s
escolas,
a
pri-
meira
questão
q u e
deve occupar
nossa
attenção
é
esta
:
«Quem
d e v e
ser
encarregado
desse
ensino
? >
Sem hesitação
responderão
t o d o s
que
p a r a
b e m
fazer
o
menos
è
preciso
saber
f a z o r
o
mais.
A
impor-
tancia
d a s
principaes
l e i s
que
regulam a hygiene
d a
alimentação,
por
exemplo, n ã o
s e
poderá
f a z e r
comprehender
pelos
jovens
a lumn os ,
s e
n ã o
lhes
dermos antes
noções
succintas,
m a s
muito exactas,
sobre
a anatomia d o
tubo
digest ivo
o
a
physiologia
d a
digestão.
A v e r d a d e i -
r o s
especialistas,
pois,
i s t o
é , a
médicos ,
deve
s e r
conf iado
o ensino
d a
hygiene
a o s
meninos
d a s
escolas.
Eisto
é t ã o
racional
como
fazer
ensinar
canto
p o r
cantores,
desenho
p o r
desenhistas,
etc .
S e
agora
perguntarem
q u a l
a categoria
d o s
médicos
q u e
dev em
s e r
encarregados
d o ensino d a
hygiene,
a
resposta
será
q u e
ninguém
melhor
d o
q u e
o
medico
d o
estabelec imento
deve estar
a o
corrente
d a s
questões
d e hygiene
geral
o u
particular,
q u e
possam
interessará
saúde
presente
e á
v i d a
d o s
jovens
que
elle
conhece
e
d e
que
eslá
encarregado.
Ninguém
melhor
d o
que
elle
poderá
adaptar seo ensino
á s necessidades
d o s
jovens
cérebros
q u e
elle
e s t u d o u .
A'ques tão
d o
ensino d a hygiene
liga-se
estreitamente
á
d a
ins-
pecção
medica
n a s
escolas.
N o
preâmbulo
d e
u m
relatório
apresentado á
commissão
perma-
nenlo
d e
preservação
contra
a
tuberculose,
pelos
Srs.Brcuardel
e
R a-
bier,
f o i
inscripta
e s t a
grave
declaração
d e
principio,
h o m o l o g a d a
pela
commissão:
«Recebendo
u m alumno, o
director
d o estabelec i -
mento
d e
instrucção,
s e j a
d o Estado,
seja
particular,
n ã o
s ó
s e obriga
a
educal-o,
como
proteger-lhe
a
v i d a
e a saúde.
«Tanto
quanto
a
ins-
trucção,
antes
mesmo d a instrucção,
deve-lhe
a
preservação
d a
sau-
d e » .
E '
noção
j á
acceita
p o r
muitos
paizes
cultos
q u e
a
preservação
d o meio
escolar
n ã o deve s e r
considerada,
somente
e m
s u a
general i -
dade,
m a s
ainda
e m
suas
unidades componentes.
A
salvaguarda
d e
conjuncto
e
p o r
assim
dizer
occasional
n ã o
basta,
reconhecem
t o d o s
oshygienistas.
A
responsabilidade
d o
educador
s e
precisa
e
s e
indiv i-
dual iza .
A intervenção
d o
medico
n ã o
poderia
rigorosamente
l imitar
se
á
prevenção
d o s
riscos
mórbidos
inherentes a o meio
escolar
;
ultra-
passa
a s
fronteiras administrativas
e
attinge
á
saúde
d o
collegial,
me s-
m o
alterada
n o l a r . U m
escolar
doente é
u m
perigo
para
o s
v iz inhos
e camaradas.
A
população
juvenil .pelo
f a c t o
d e
s e achar
a g g l o m e r a d a ,
t e m
direito
a u i n a
protecção
especial,
excepcional,
tanto
mais
forte
quanto
m a i s
jovens
forem, e
p o r
conseqüência
mais
a m e a ç a d o s .
N à o s e
t r a t a unicamente
d e sol ic i tude
e
cuidados
c o m
o col le-
g i a l
doente,
m a s
d e
previdência
e
precauções
a
favor
d o
alumno
ea-
dio.
E s s a dupla
precaução
é
essencialmente
moderna.
Considerava-
seoutrora
d izodr .
L e
Gendre,
a creança
como
u m
s e r
sadio
p o r
d e-
finiçào
:
« A
idéa,
d e
q u e
a s
moléstias
resultam
somente
d o s
progres-
s o s
d a
edade, d a s
paixões,
d o
m a o
emprego
d a
act ividade
h u m a n a ,
e r a
dominante
entre
o s
pães».
-
8/16/2019 1908 n 1 a ESCOLA PR Hemeroteca Bn Br
29/44
D o
século
passado
data,
propriamente
falando,
a
concepção
d e
uma
hygiene
preventiva
e
preservadora,
q u e
s e
exerce
desde
o
be r -
ç o
e
abrange
todo
o
poriodu
d a
primeira
edade,
d a infância
e
d a
a d o -
lescencia.
e
vimos
aidòa
nascer
e
engrandecer
s o b
a influencia d a
escola
pasteuriana,
á
medida
q u o
a
gênese
d a s
difíerentes
molést ias
transmissíveis
eevitaveis
f o i
melhor
conhecida,
a s u a
prophylaxia
m e-
nos
problemática
o
mais
garant ida .
A
principio
circumscripta
á s
manifestações
clássicas
d a s
af fec-
ções
contagiosas,
a
guarda
sanitária
d o s
escolares
foi-se
alargando
a t é
o s
extremos
confins
d a
pedagogia
physiologica.
O s
hygienistas
cs-
colarcs
n a Bélgica,
Allemanhae
França
t iveram
aclara
visão
d a
res-
ponsabi l idade
que l h e s
cabe
e
insistentemente
aconselham
o s
pe-
dagogos
d e
todos
o s
paizes
a
q u e
nisso
concorram
c o m
a
experiênc ia
a d q u i r i d a .
Iniciativas
como
a d o
professor
Grancher
e
seos
discipulos
d e-
monstram
a o s
m a i s
optimistas
a
angustiosa
necessidade
d e
u m a
ins-
pecção
minuciosa
e aprofundada
d o s
escolares
expostos
a
contrair ,na
ignorância
d o s
pães
e
mestres,
o s
germens
d a
terrível
tuberculose .
V a r i a s
considerações
motivam
a
altençâo
d o inspector
m e d i c o .
A
menor
perturbação
physica
repercute
sobre
o
desenvolvimento
in-
tellectual.
A s
anomalias
mentaes
devem
s e r
conhecidas
e
rastejadas.
H a
moléstias
propriamente
escolares
e
q u e
exigem
a
prompta
inter-
vençâo
d o
medico;
a
myopia
e
a
escoliose,
entre
outras,
devem
seo
desenvolv imento
á escola.
O
medo
d a tuberculose,
d e
que
s e
n ã o
deve
abusar,
será
talvez
para
o s
governos
negligentes
e
a s
famílias
descuidosas
o
começo
d a
vigi lância.
Forçoso
è
q u e
o s
alumnos,
logo
a o
entrarem
n a s
escolas,
sejam
examinados ,
pesados,
medidos,
auscultados,
e
q u e
o
resultado
des-
s a s
observações
iniciaes
seja
registrado
e m
u m a
caderneta
o u
em