187793366 apostila radiologia veterinaria
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8/10/2019 187793366 Apostila Radiologia Veterinaria
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Prof. Msc. ROBRIO MACDO DE OLIVEIRA
Radiologia Veterinria
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CONCEITOS BSICOS EM RADIOLOGIA
1 - HISTRICO
No dia 8 de novembro de 1895, no Instituto de Fsica da Universidade de
Wrzburg, na Baviera, WILHELM CONRAD ROENTGEN (1845-1923)
descobriu um novo tipo de radiao e a ela denominou de Radiao X ouRaio
X.
Roentgen estudava o comportamento dos raios catdicos trabalhando
com uma ampola desenvolvida por William Crookes. Nessa ampola, a qual era
de vidro e continha, no seu interior, gs, ao se gerar uma diferena de potencial
eltrico ocorria uma movimentao de eltrons, carga eltrica negativa, que se
encontravam no Ctodo, ou Catdio, em direo ao nodo, ou Andio, carga
eltrica positiva. Nesse deslocamento dos eltrons, Roentgen observou que
alguns se chocavam contra as paredes da ampola e que desse choque havia a
produo de um tipo de radiao que tornava fluorescente um carto pintado
com platinocianeto de brio usado nas pesquisas dos raios catdicos mesmo
quando a ampola estivesse envolta por um grosso papel negro. No laboratrio
haviam filmes fotogrficos e, sobre um deles, sua esposa, inadvertidamente,
colocou sua mo. O filme ao ser revelado mostrou nitidamente as estruturas
internas (ossos) da mo da esposa de Roentgen.
Fig. 1 - Representao esquemtica de uma
ampola de Crookes.
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Em 28 de dezembro de 1895 Roentgen submeteu sua descoberta
Sociedade de Fsica e Cincias Mdicas da Universidade de Wrzburg atravsde um paper (10 pginas) intitulado eber eine Neue Art von Strahlen (Uma
nova forma de radiao), tendo o mesmo sido aprovado e passado a fazer
parte dos Anais da Sociedade ainda no ano de 1895.
Em 1901, a Fundao Nobel reconhecendo a importncia dessa
descoberta para o avano e desenvolvimento das cincias mdicas criou o
Prmio Nobel de Fsica e Roentgen foi o primeiro fsico a receb-lo nesse
mesmo ano.
A primeira radiografia de um animal foi realizada em 1896 por Josef Eder,
em Viena. Richard Eberlein, mdico veterinrio ingls, publicou, em 1897, o
primeiro Atlas Radiogrfico canino.
2O QUE RADIOLOGIA
Radiologia o ramo das cincias mdicas que se utiliza das radiaes
descobertas por Roentgen para auxiliar no diagnstico e tratar diversas
enfermidades. Quando se restringe ao campo do diagnstico ela, juntamente
com outras especializaes mdicas (Ultrassonografia, Tomografia
Computadorizada, Ressonncia Magntica, Medicina Nuclear) forma o que se
convencionou denominar de Meios Auxiliares de Diagnstico por Imagem .
importante enfatizar que a Radiologia um Meio Auxiliar deDiagnstico e desta maneira suas informaes devem ser examinadas de
forma conjunta com a histria clnica do paciente, com os sinais clnicos, com o
exame fsico, com os exames laboratoriais e com outros exames possveis de
serem realizados. Por si s a Radiologia apenas contribui, muitas vezes de
maneira decisiva, para o diagnstico. No sua funo elaborar o diagnstico
e sim auxiliar no elaborao dele.
3 - OS RAIOS X
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Os Raios so radiaes eletromagnticas, as que no possuem massa, e
deste espectro tambm fazem parte as ondas do rdio, microondas, raios
infravermelhos, luz visvel, raios ultravioletas, raios gamas, entre outras. Elas
Tais radiaes diferem entre si pelo comprimento de onda (distncia entre
uma partcula numa determinada onda e a sua correspondente na onda
seguinte, representada pela letra grega lambda - ), pela freqncia (nmero
de ciclos por segundo de uma radiao eletromagntica) e pela energia
(capacidade da radiao de produzir trabalho).
O comprimento de onda das Radiaes X varia entre 100 e 0,01 ,
sendo que para o radiodiagnstico a variao est na faixa entre 0,5 - 0,4 dependendo da quilovoltagem (Kv) a ser empregada.
4 - A PRODUO DAS RADIAES X
Inicialmente, Roentgen produzia as Radiaes X em ampolas criadas porW. Crookes porm esse tipo de equipamento no permitia que houvesse um
controle efetivo sobre a quantidade e a intensidade das radiaes emitidas.
Em 1913, William Coolidge, fsico ingls, criou um novo tipo de ampola
que permitia controlar a quantidade e a qualidade dos Raios X e essa ampola,
com poucas alteraes, ainda o principal equipamento usado nos aparelhos
de Raios X.
A ampola de Coolidge, que apresenta vcuo total no seu interior, devidro e est envolvida por uma carapaa de metal, geralmente o chumbo, que
possui uma abertura por onde emana o feixe til de radiaes X.
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Fig. 2 - Representao esquemtica de uma
ampola de Coolidge.
Para a produo das radiaes X so necessrios trs elementos
bsicos: uma fonte de eltrons, um local de impacto e uma diferena de
potencial eltrico entre eles.
Em uma das extremidades da ampola localiza-se um filamento de
tungstnio em espiral que, quando aquecido atravs de uma corrente eltrica
de baixa voltagem, medida em miliamperes (mA), produz uma determinada
quantidade de eltrons (carga eltrica negativa) que daro origem as
Radiaes X. Esta extremidade, que possui carga eltrica negativa,
denominada de CATDIO ouCTODO.
Na extremidade oposta encontramos um bloco, geralmente de tungstnio,
denominada de ANDIOou NODO, que pode ser fixo ou giratrio, e possui
carga eltrica positiva. No ponto central deste banco encontramos uma rea
bastante resistente denominada de Ponto Focalou Alvo.
Ao se aplicar uma diferena de potencial eltrico entre as duas
extremidades, atravs de em circuito de alta voltagem, medido em
quilovoltagem (Kv), faz-se com que os eltrons se desloquem em alta
velocidade desde o catdio em direo ao andio, se chocando violentamente
contra o Ponto Focal. O impacto faz com que a energia dos eltrons se
transforme em Raios X ( 2%), calor ( 95%) e em outras formas de energia.
5 - MILIAMPERAGEM
O filamento de tungstnio que se encontra no catdio ao ser esquentado
cria ao seu redor uma quantidade de eltrons que ao serem deslocados pela
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diferena de potencial iro produzir uma quantidade proporcional de radiaes
X. Essa quantidade de eltrons criadas ao redor do catdio corresponde
medida eltrica denominada de MILIAMPERAGEM (mA).
A produo dessas radiaes X alm de estar relacionada com o
nmero de eltrons emitidos est, tambm, diretamente relacionada com o
tempo que estar ocorrendo a diferena de potencial. Esse tempo, geralmente,
um segundo.
Dessa forma, a quantidade de raios X requerida para a obteno de
uma radiografia indicada pelo produto da miliamperagem pelo tempo de
exposio e expressa em miliamperes/segundo (mAs)
Assim sendo, a miliamperagem corresponde a quantidade de radiaes
X obtidas num determinado espao de tempo.
6 -QUILOVOLTAGEM
A intensidade da diferena de potencial aplicada no interior da ampola vai
interferir diretamente na velocidade de deslocamento dos eltrons desde os
catdio at o andio e, portanto, na intensidade do choque e na energia
liberada por ele. Assim sendo, os raios X que se formaro tero comprimento
de onda varivel de acordo com a intensidade do impacto dos eltrons contra o
alvo. A diferena de potencial produzida por um circuito eltrico de alta
voltagem eltrica e expressa em QUILOVOLTSou QUILOVOLTAGEM (kv),
que tambm conhecida como a fora de penetrao dos raios X.
Como visto, a intensidade da diferena de potencial interfere no
comprimento de onda das radiaes X que se formaro. Quanto maior a
diferena de potencial aplicada menor ser o comprimento de onda e maior
ser o poder de penetrao.
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O poder de patogenicidade das radiaes X tambm est diretamente
relacionado com o seu comprimento de onda. Quanto maior o comprimento de
onda menorser o seu poder de penetrao nos tecidos orgnicos e, portanto,
maioro seu grau de patogenicidade.
Os raios X usados para fins de radiodiagnstico comumente possuem um
comprimento de onda que varia entre 80 a 100 kv (= 0,4 ) que um
comprimento de onda curto e no apresenta alto grau de patogenicidade. Estas
radiaes so chamadas de RADIAES DURAS.
As radiaes com comprimento de onda que variam entre 40 a 60 kv (=
0,5 )possuem um comprimento de onda longo, so altamente patognicas e
so chamadas de RADIAES MOLES.
Comprimentos de onda que variam entre 60 a 80 kv (= 0,45 ) do
origem as chamadas RADIAES INTERMEDIRIAS que tambm
apresentam um grau de patogenicidade menor que o das radiaes moles e
no devem ser usadas na prtica diria. Acima de 100 kv temos as
denominadas RADIAES ULTRA DURAS que so geralmente usadas naindstria.
7PROPRIEDADES DOS RAIOS X
Os raios X possuem inmeras propriedades, porm para fins de
radiodiagnstico so importantes as seguintes:
Propagam-se com a mesma velocidade da luz e sempre em linha reta;
Por no possurem carga eltrica no so desviados nem por campos
eltricos nem por campos magnticos;
Produzem ionizao (formao de ons) por onde passam;
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Por no possurem massa, so capazes de atravessar corpos
espessos;
Ao incidirem sobre substancias como platino cianeto de brio, sulfato
de zinco, tungstato de cdmio, tornam-nas fluorescentes;
So capazes de sensibilizar os filmes fotogrficos e os radiogrficos.
Uma das propriedades mais importante das radiaes X e que deve
sempre estar presente no cotidiano dos profissionais veterinrios a de que os
raios so capazes causar modificaes nas clulas vivas produzindo alteraes
somticas (interferindo no equilbrio qumico celular) e/ou genticas(interferindo diretamente na cadeia do DNA, rompendo-a).
8O FEIXE DE RAIOS X
Ao se chocarem contra o andio, os eltrons, alm de produzirem calor,do origem a infinidade de raios X que emergem da ampola sob a forma de um
feixe, cnico, denominado de FEIXE PRIMRIO. Os raios que compe este
Feixe possuem comprimento de onda varivel e se difundem de forma
divergente, sendo ento necessrio limitar o seu campo de ao atravs de
cones e/ou diafragmas. A este Feixe Primrio, para fins de proteo contra as
radiaes, somente deve ficar exposto o paciente e o pessoal tcnico que
esteja com equipamentos de proteo (luvas, avental, etc.). O ponto exato
onde ocorre o choque dos eltrons contra o andio denomina-se de Ponto
Focal.
Compondo o Feixe Primrio existe um nico raio X que ocupa exatamente
a posio central e que incide sobre a pelcula radiogrfica formando com ela
um ngulo de 90. A essa radiao se d a denominao de RAIO CENTRAL.
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Fig. 3Representao do Feixe Primrio de radiaes X
e do Raio Central (indicado pela seta).
O Raio Central entre todos os raios X do Feixe Primrio o nico que no
causa distoro na imagem registrada radiologicamente. Por esta razo o Raio
Central deve sempre incidir exatamente sobre a rea ou rgo de interesse
clnico. Exemplificando: em casos suspeitos de luxao de patela o Raio
Central deve incidir exatamente sobre essa estrutura ssea e no sobre a
regio epifisiria distal do fmur ou sobre a regio epifisiria proximal da tbia.Algumas radiaes X do Feixe Primrio quando interagem com objeto
sujeito ao exame radiogrfico transferem ao tomo do objeto toda a sua
energia e ocorre a produo de novas radiaes X. Essas novas radiaes X
so denominadas de RADIAES SECUNDRIAS ou DIFUSAS, que se
difundem em todas as direes e possuem comprimento de onda maior que as
originais, portanto, com menor poder de penetrao. Em razo de seu
comprimento de onda, as Radiaes Secundrias so altamente patognicas econtra elas devemos nos precaver.
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Fig. 4Representao esquemtica das Radiaes Secundrias
(linhas pontilhadas).
Outras radiaes X do Feixe Primrio ao incidirem na estrutura sujeita ao
exame apenas desviam de sua trajetria mantendo o seu comprimento de onda
original. So as denominadas
RADIAES DISPERSAS.
Alguns raios do Feixe Primrio ao incidirem sobre o objeto cedem apenas
uma parte de sua energia ao tomos do objeto e continuam sua trajetria com
um comprimento de onda maior. Esse fenmeno denominado de EFEITO
COMPTON.
O poder de definio das radiaes do feixe primrio desigual quando
emergem da ampola e essa variao definida pela angulao do alvo no
andio. O Raio Central possui um poder de resoluo de 100%. A medida que
os raios se afastam do Raio Central em direo ao andio o poder de
resoluo decresce imediatamente. O inverso se d nos raios que esto para o
lado do catdio, inicialmente h um acrscimo para depois haver a reduo do
poder de resoluo.
O fenmeno acima descrito denominado de EFEITO ANDICO e a
partir de sua utilizao podemos ter radiografias mais uniformes, ao
colocarmos a regio de maior espessura sempre para o lado do catdio.
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Fig. 5Representao esquemtica do Efeito Andico.
9A IMAGEM RADIOGRFICA
As chapas radiogrficas nada mais so que negativos fotogrficos de
estruturas orgnicas internas e, portanto, um dos principais objetivos dos
exames radiolgicos a obteno de imagens fieis da estrutura radiografada,
permitindo, assim, uma avaliao criteriosa e consistente do objeto sujeito ao
exame radiolgico.
9.1A FORMAO DA IMAGEM RADIOGRFICA
A imagem radiogrfica, o objetivo primordial da Radiologia, conseguida
atravs de, pelo menos, duas reaes: uma fsica e outra qumica.
A reao fsica determina a formao da imagem pela sensibilizao dos
cristais halides dos sais de prata, dissolvidos na gelatina que recobre ambas
faces dos filme radiogrficos, pelas Radiaes X. Esta sensibilizao
transforma estes cristais halgenos em prata metlica a imagem formada,
invisvel a olho nu, denominada de Imagem Latente.
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Ao se iniciar o processo da revelao do filme radiogrfico iniciam-se
diversas reaes qumicas que culminam na transformao dos gros de sais
de prata sensibilizados em prata metlica negra, que ao final do processo,
formar a denominada Imagem Visvel que ser avaliada para fins de
radiodiagnstico.
9.2ALGUNS FATORES QUE INTERFEREM NA FORMAO DA IMAGEM
Diversos so os fatores que podem interferir na formao de uma imagem
radiogrfica de qualidade. Neste trabalho, que no se dedica formao detcnicos em radiologia e, sim, capacitao para avaliao radiolgica,
daremos nfase a alguns destes fatores que se no lhes for dada toda a
ateno corremos o risco de termos exames radiolgicos sem nenhuma
validade a para interpretao das possveis alteraes orgnicas.
9.2.1 - DISTNCIA ENTRE O OBJETO E O FILME RADIOGRFICO
Para que tenhamos uma imagem que reproduza com exatido a estrutura
radiografada necessrio que esta esteja em ntimo contato como o filme
radiogrfico.
Em muitas ocasies fazer-se com que a estrutura radiografada fique junta
ao filme radiogrfico uma tarefa impossvel devido as trs dimenses dos
objetos de estudo em Medicina Veterinria. Assim sendo, para que a imagem
formada tenha dimenses o mais prximo possvel da estrutura radiografada
torna-se obrigatrio posicionar-se o animal de maneira que a estrutura a ser
radiografada esteja prxima ao chassi radiogrfico. Exemplificando, caso se
deseja radiografar o rim direito de um paciente este dever ser colocado em
dois posicionamentos para que se atinja o objetivo desejado: a) decbito lateral
direito e b) decbito dorsal.
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Fig. 6 - Representao esquemtica da distncia objetofilme.
A e B representam as imagens dos objetos A e B.
9.2.2DISTNCIA ENTRE O PONTO FOCAL E O FILME (DFF)
A distncia entre o Ponto Focal, localizado no interior da ampola geradora
de radiaes X, e o Filme radiogrfico outro fator que se no observado comrigor acarretar uma imagem no condizente com a realidade.A distncia
recomendada para a grande maioria das estruturas orgnicas de 100 cm
exceo feita s radiografias cardacas que, em razo do posicionamento
oblquo do rgo no interior da cavidade torcica, de 120-150 cm
dependendo do tipo de trax do paciente.
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Fig. 7Representao esquemtica do efeito da distncia
do Ponto FocalFilme. Observe o aumento da imagem
do objeto quando de uma DFF igual a 30 cm.
9.2.3PARALELISMO ENTRE O OBJETO E O FILME RADIOGRFICO
Para que tenhamos imagens o mais prximo possvel da realidade, no
que diz respeito a reproduo das dimenses do objeto, necessrio que ele
seja posicionado de forma paralela com o filme radiogrfico. Em algumas
ocasies isto no ser possvel devido a diversos fatores (posicionamento do
rgo no interior das cavidades, manipulao do paciente, graus de leso do
paciente, etc.) e providncias no posicionamento, na distncia entre o Ponto
Focal e o Filme, entre outras, devero ser tomadas.
Fig. 8Esquema representativo do efeito da falta de paralelismo entre o objeto
e o filme radiogrfico.
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Observe a diminuio da imagem na representao B.
9.2.4IMOBILIDADE DO OBJETO SUJEITO AO EXAME RADIOLGICO
A imobilidade do objeto sujeito ao exame radiogrfico um dos principais
fatores que interferem na qualidade das chapas radiogrficas, pois a
movimentao durante a tomada radiogrfica far que tenhamos uma imagem
com um detalhamento comprometido.
Na prtica veterinria tendo em vista que trabalhamos com seres
irracionais somos obrigados a lanar mo da conteno do paciente, quepoder ser medicamentosa (sedativos/ tranquilizantes/anestsicos) ou manual.
A conteno medicamentosa tem como vantagens, permitir a
manipulao do paciente de maneira mais fcil, rpida e prevenir contra
agresses, porm aumenta os custos do exame e pode causar transtornos
indesejveis (choque anestsico). Tendo em vista a segurana que os agentes
medicamentosos atualmente apresentam, a conteno medicamentosa
amplamente prefervel em relao a manual. Esta por sua vez mais difcil,
mais demorada e no restringe totalmente os movimentos dos pacientes.
Os movimentos involuntrios (cardio-respiratrios) so fatores que
interferem na obteno das radiografias e em Veterinria ainda no dispomos
de meios seguros para anul-los. Para minimiz-los, devemos sempre usar o
menor tempo de exposio que nos permita nossa aparelhagem.
10CARACTERSTICAS RADIOLGICAS DOS TECIDOS ORGNICOS
Para que seja possvel concretizar um radiodiagnstico necessrio que
a imagem seja uma reproduo fiel do objeto radiografado, isto possua um
excelente detalhamento, reproduza as densidades encontradas no objeto e
possua uma escala apropriada de contraste radiolgico.
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10.1DETALHE RADIOGRFICO
Detalhe radiogrfico o grau de definio com que as linhas estruturais
e de contorno do objeto se apresentam na imagem radiogrfica. Este
detalhamento de vital importncia na interpretao dos exames radiogrficos
pois diversas enfermidades apresentam como uma de suas caractersticas a
perda das linhas de contorno ou estruturais das estruturas orgnicas. Entre os
fatores que interferem na obteno de imagens com um detalhamentodesejado podemos citar: a imobilidade do paciente, a distncia entre o objeto e
o filme, a utilizao de ecrans e grades antidifusoras, correo dos fatores de
exposio radiolgica e o processo de revelao das pelculas radiogrficas.
10.2DENSIDADES RADIOLGICAS ou RADIODENSIDADES
Densidades radiolgicas ou Radiodensidades dizem respeito a
tonalidade com que as estruturas orgnicas se apresentam nas radiografias.
Est determinada pela quantidade de radiaes que o objeto impede de
progredir em direo ao filme radiogrfico e, por consequncia, com a
intensidade com que os gro de prata so sensibilizados pelas as radiaes X.
A densidade radiolgica varia de acordo com o tempo de exposio, a
miliamperagem, a quilovoltagem, a espessura do objeto radiografado, entre
outros fatores.
A tonalidade das estruturas radiografadas pode variar desde o branco
(transparente) at o negro, existindo neste intervalo diversas tonalidades de
cinza. Esta variao est ligada diretamente ao peso atmico das dos
elementos que constituem os objetos radiografados. Os objetos formados com
elementos de alto peso atmico, como por exemplo o chumbo cujo o nmero
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atmico 82 e usado como um meio de proteo contra as radiaes,
dificultam a passagem dos Raios X (absorvem as radiaes), no permitindo a
sensibilizao da prata e, logo, se apresentam com as tonalidades mais claras
nas radiografias. No outro extremo em relao ao chumbo est o ar ambiente
que no oferece nenhuma restrio a passagem das radiaes, permitindo a
sensibilizao dos sais de prata com toda a intensidade. Radiologicamente se
apresentam com as tonalidades escuras das chapas radiogrficas.
NMERO ATMICO DE ELEMENTOS DE INTERESSE RADIOLGICO
ESTRUTURAELEMENTO N ATMICO
TECIDOS MOLESHidrognio 01
Gs Carbnico 06
Nitrognio 07
Oxignio 08
Mdia Tecido Mole06
TECIDO SSEO Clcio
20
Fsforo15
Mdia Tecido sseo14
Emulso Fotogrfica Bromo35
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Prata47
Meios de Contraste Iodo53
Brio56
Alvo da Ampola Tungstnio74
Meios de Proteo Chumbo82
As densidades radiolgicas bsicas so: metlica, ssea, de tecido mole
ou de lquidos, de gordura e gasosa.
Metlic a ss ea Tec ido mole Gordura Gasosa
Fig. 9Esquema representativo das densidades radiolgicas.
As estruturas orgnicas quando radiografadas em razo de suas
densidades teciduais podem adquirir diversas tonalidades radiogrficas e
podem ser divididas em estruturas Radiopacas e estruturas Radiolucentes.
Estes conceitos de Radiopacidade e Radiolucncia sempre devem ser
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relacionados entre si e entre as imagens que se apresentam adjacentes entre
si, porm os OSSOS so as estruturas orgnicas RADIOPACAS por excelncia
e os PULMES, por conterem ar, so as estruturas orgnicas
RADIOLUCENTES por excelncia.
A disposio dos rgos no interior das cavidades corporais fazem que a
tonalidades radiogrficas se alterem pela sobreposio dos mesmos. Quando
temos a sobreposio de dois elementos da mesma densidade tecidual (ex.:
dois ossos sobrepostos) a alterao da tonalide se d pelo chamado Efeito de
Adio, acarretando aumento na densidade e no contraste radiolgico e
diminuio do detalhe. Quando a sobreposio ocorre entre duas estruturas dedensidades teciduais (ex.: sobreposio pulmonar com as costelas) diferentes
a alterao se d pelo Efeito de Subtrao, ocorrendo diminuio do
contraste e do detalhe e aumento da densidade radiolgico.
10.3CONTRASTE RADIOLGICO
Contraste radiolgico definido como a diferena numrica entre a
relao logartmica de duas densidades adjacentes. Em termos prticos, a
diferena entre as densidades radiolgicas das partes ou das estruturas
radiografadas. Pode-se afirmar que o Contraste a diferena entre o preto, as
diversas tonalidades de cinza e o branco.
Entre os fatores que interferem no Contraste a quilovoltagem (Kv) o
mais significante, variando de maneira inversamente proporcional a esta. As
radiaes secundrias e o processo de revelao tambm influem no Contrate
radiolgico.
11TCNICA RADIOGRFICA
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A obteno de boas radiografias pressupe o uso de regimes
radiolgicos apropriados, com a adequada penetrao das radiaes, para a
sensibilizao dos filmes radiogrficos.
Dois fatores so fundamentais para a definio do regime radiolgico: a
regio a ser radiografada e a sua espessura. A partir desses dois elementos,
podemos definir os fatores de exposio [quilovoltagem (Kv), miliamperagem
(mA) e o tempo de exposio(s)] a partir da seguinte frmula matemtica:
Kv = E x 2 + cf
onde:
Kv = quilovoltagem;
E = espessura da regio,
cf = constante do filme (sempre igual a 20).
Uma vez conhecida a Kv, podemos chegar a mA, pois:
para OSSOSa mA ser igual a Kv;
para VIAS AREASa mA ser 1/10 da Kv, e
para RGOS ABDOMINAISe CORAOa mA ser o dobro da Kv.
O tempo de exposio para essa frmula ser sempre de 1
SEGUNDO.
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Atravs dessa frmula conhecemos o regime radiolgico a ser
usado, porm o regime indicado poder no ser o correto sob o ponto de vista
de proteo tanto do operador como do paciente pois poderemos obter
radiaes moles (40 a 60 Kv) ou intermedirias (6080 Kv). Quando isso
ocorrer ser necessrio uma adaptao do regime para que se use as
radiaes duras (80100 Kv). A adaptao ser conseguida atravs do
seguinte artifcio: somando-se 10 a Kv e se dividindo a mA pela metade,
mantendo-se o tempo de 1 segundo.
Exemplificando:
Necessita-se radiografar um canino que sofreu atropelamento e h
suspeita de fratura do femur direito. Medindo-se a espessura da regio
encontrou-se, em razo do edema, a regio mede 10 cm.
Estrutura a ser radiografada: femur de um canino
Espessura da regio: 10 cm.
Ao aplicarmos a frmula, teremos:
Kv = E x 2 + cf
Kv = 10 x 2 + 20
Kv = 40
FEMUR osso longo, portanto: mA = Kv e o tempo de exposio igual a
1 segundo.
Assim teremos:
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Kv = 40
mA = 40
Tempo de exposio = 1 segundo.
O valor encontrado para a Kv corresponde a faixa de radiaes moles
(patognicas). Portanto deve-se buscar as radiaes duras. Como fazer ?
Aplicando o artifcio da soma e diviso.
KvmA
Tempo de Exposio
40 (radiao mole)40 1 segundo
50 (radiao mole)20 1 segundo
60 (radiao intermediria) 10 1 segundo
70 (radiao intermediria)5 1 segundo
80 (radiao dura)2,5 1 segundo
90 (radiao dura)1,25 1 segundo
Pelos clculos acima, o exame radiolgico poderia usar os regimes
apresentados em negrito. A qualidade radiogrfica de qualquer um dos regimes
obtidos ser a mesma, o que est preservado proteo contra as radiaes
do pessoal envolvido e do paciente.
Porm o tempo de exposio um tempo extremamente longo sob o
ponto de vista radiolgico em Med. Veterinria pois o paciente neste espao de
tempo pode movimentar-se e inutilizar o exame radiogrfico. Assim sendo,
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seremos, novamente, fazer uma adaptao do tempo para dcimos ou
centsimos de segundos.
Em alguns aparelhos geradores de radiaes X, mais sofisticados e
permitem que se reduza o tempo de exposio e se utilize miliamperagem e
quilovoltagem compatveis com a reduo, porm esses aparelhos so caros e
no muito utilizados pela maioria dos Mdicos Veterinrios que utilizam,
geralmente, os chamados aparelhos portteis. Nestes aparelhos a Kv e mA so
acopladas e h variao do tempo de exposio.
Com a finalidade didtica, exemplificaremos tomando por base o aparelho
FNX 85.
Este aparelho apresenta-se com os seguintes regimes:
Tempo de Exposio (em segundos):
0,1 0,15 0,25, - 0,4 0,6 0,8 1,0 1,5 2,0 3, 0 - 4,0 6,0
Com 25 mA temos acopladas as seguintes Kv, no tempo de 1 segundo:
40 - 50 - 55
Com 20 mA temos acopladas as seguintes Kv, no tempo de 1 segundo:
60 - 65 - 70
Com 15 mA temos acopladas as seguintes KV, no tempo de 1 segundo:
75 - 80 - 85
Para o exemplo dado anteriormente, radiografia do co com suspeita de
fratura do femur, os regime encontrado foi: 80 Kv, 2,5 mA com tempo de
exposio de 1 segundo.
Caso estivssemos trabalhando com um aparelho FNX 85 teramos que
80 Kv est acoplado com 15 mA em 1 segundo. No caso o regime estipulado
pelo aparelho ultrapassa a necessidade para uma radiografia de qualidade. O
regime necessrio alcanado pela aplicao de uma regra de tr6es simples.
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15 mA 1 seg
2,5 mA x segundos
Logo
x = 2,5 x 1
15
x = 0,16 segundos
Ento, no FNX 85, seria usado o seguinte regime:
Kv = 80
mA = 15
Tempo de exposio: 0,16 segundos
12PROJEES RADIOLGICAS
O registro radiolgico, a imagem, a representao bidimensional
(comprimento e largura) de uma estrutura tridimensional (comprimento, largura
e profundidade) e, em assim sendo, ele no condiz inteiramente com a
realidade. Para superar essa deficincia e para que se tenha um exame
radiolgico seguro obrigatrio a realizao de, pelo menos, duas projees
radiolgicas e que elas sejam perpendiculares entre si. A no observncia
desse princpio ocasiona graves erros de interpretao e, portanto, laudos
radiolgicos totalmente errneos.
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Fig. 10Esquema representativo da importncia da realizao dos
estudos radiogrficos com, no mnimo, duas projees radiolgicas
perpendiculares entre si.
Fig. 11 - Radiografia Lateral da regio torcica de um canino.
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Fig. 12Radiografia ventro dorsal (VD)
da regio torcica de um canino.
Como regra geral, devemos posicionar os pacientes de forma mais
anatmica possvel e quando a espessura no muito significativa, como por
exemplo nos exames patelares de caninos, podemos usar a projeo que d
mais conforto para o paciente.
So usados dois termos sendo que o primeiro indica qual a face pela qual
o feixe dos raios X penetram no corpo do paciente e o segundo aquela pelo
qual ele emerge, onde est colocado o filme radiolgico.
Apresentaremos inicialmente as projees radiolgicas para pequenos
animais e, posteriormente, as utilizadas em eqinos uma vez que nesta
espcie somos obrigados a realizar uma srie de projees para uma completa
explorao radiolgicas das articulaes dos membros, dividindo-as em
BSICASe ACESSRIAS.
PEQUENOS ANIMAIS - BSICAS
VENTRODORSAL (VD)os raios X penetram pelo ventre e emergem
pelo dorso do paciente. O paciente, na maioria das ocasies, est em
decbito dorsal.
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DORSOVENTRAL (DV)os raios X penetram pelo dorso e saem pelo
ventre do paciente. O decbito do paciente o ventral.
LATERAL DIREITA (Lat. D) as radiaes X incidem pela parede
lateral direita e emergem pela parede lateral esquerda. O decbito o
lateral esquerdo.
LATERAL ESQUERDA (Lat. E) - as radiaes X incidem pela parede
lateral esquerda e emergem pela parede lateral direita. O decbito o
lateral direito.
Alguns autores utilizam a nomenclatura para as projees Laterais a
terminao Ltero Lateral, especificando se Direita ou Esquerda. Tal fato
deve-se em razo de que podemos realizar projees Laterais com obliqidade
com o objetivo de tornar mais pronunciado uma determinada regio de um
rgo ou um acidente anatmico sseo. A obliqidade pode se dar no sentido
cranial ou no sentido caudal. Para que no haja confuso aconselhvel que
as projees Laterais Oblquas sejam consideradas projees diferenciadas
das Laterais, com abreviaes prprias, e que sejam usadas como projees
acessrias. Assim teremos: Lateral Oblqua Direita Anterior ou Cranial(Lat.
ODA ou LODCr) as radiaes X penetram pela parede lateral direita com
obliqidade no sentido crneo-caudal, Lateral Oblqua Direita Posterior ou
Caudal (Lat. ODP ou LODCa) as radiaes X penetram pela parede lateral
direita com obliqidade no sentido caudo-craneal, Lateral Oblqua Esquerda
Anterior ou Cranial (Lat. OEA ou LOECr) as radiaes X penetram pela
parede lateral esquerda com obliqidade no sentido crneo-caudal e Lateral
Oblqua Esquerda Posterior ou Caudal(Lat. OEP ou LOECa) as radiaes X
penetram pela parede lateral esquerda com obliqidade no sentido caudo-
craneal.
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ANTERO-POSTERIOR (AP) usada para designar as projees
radiolgicas utilizadas para os estudos dos membros dos animais. As
radiaes penetram pela face anterior e emergem pela face posterior
dos membros. Alguns autores utilizam esta nomenclatura para os
exames que se realizam da poro proximal at o carpo ou tarso,
utilizando a designao DORSO-PALMAR/PLANTAR (D-P) para os
exames radiolgicos das pores distais dos membros dos animais.
PSTERO-ANTERIOR (PA) - usada para designar as projees
radiolgicas utilizadas para os estudos dos membros dos animais. As
radiaes penetram pela face posterior e emergem pela face anterior
dos membros. Alguns autores utilizam esta nomenclatura para os
exames que se realizam da poro proximal at o carpo ou tarso,
utilizando a designao PALMO/PLANTAR-DORSAL (P-D) para os
exames radiolgicos das pores distais dos membros dos animais.
LTERO-MEDIAL (LM) usada para designar os estudos
radiogrficos realizados nos membros dos animais nos quais as
radiaes penetram pela face lateral (externa) e emergem na face
medial (interna) dos membros.
MDIO-LATERAL (ML) - usada para designar os estudos
radiogrficos realizados nos membros dos animais nos quais as
radiaes penetram pela face medial (interna) e emergem na face
lateral (externa) dos membros.
PEQUENOS ANIMAIS - ACESSRIAS
Em alguns exames radiolgicos somos obrigados a posicionar o paciente
de maneira especial pois estas projees ajudaro a interpretao radiolgica.
Tais projees so chamadas de ACESSRIAS e o seu uso no dispensa a
utilizao das projees bsicas. As projees oblquas, vistas anteriormente,
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so algumas das projees radiolgicas acessrias. As outras, de maior
importncia so:
LATERAL ou MEDIAL FLEXIONADA projeo prpria para o
estudo radiolgico das articulaes localizadas nos membros dos
pacientes. A flexo da articulao deve obedecer os seus limites
fisiolgicos, no podendo ocorrer uma hiper-flexo articular.
RADIOGRAFIA de STRESS so aquelas em que a articulao que
est sendo estudada est no mximo de um de seus movimentos
articulares. So cinco (5) as manobras bsicas para se provocar o
stress articular: trao, rotao, foras em sentido contrrio, com o
auxlio de um basto e hiperflexo/hiperextenso. Essas manobras
devem ser realizadas com o mximo cuidado para no agravar a leso
existente. Para estes exames recomendado que se realize a(s)
manobra(s) de stress a ser usada antes da tomada radiogrfica com a
finalidade de se verificar o grau de resistncia do paciente em relao
aos deslocamentos articulares. Quando o animal acusa resistncia a
aplicao mnima das foras, no se recomenda-se o uso destes
exames radiolgicos. Quando o animal permite a aplicao das foras
deve-se usar sedativos/tranqilizantes/anestsicos tendo em vista que
se trata de tcnica muito dolorosa.
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Fig. 13Foras para causar as manobras de stress articular, onde:
1Trao 2Rotao 3Foras em sentido contrrio
4Com auxlio de um basto 5Hiperflexo/Hiperextenso
FROG LEGtrata-se de um posicionamento acessrio que permite o
estudo da articulao coxo-femural dos animais de pequeno porte.
Atravs dessa projeo no aconselhvel o exame radiolgico da
articulao com a finalidade de interpretao para Displasia Coxo-
femural. Seu principal uso para as avaliaes de pequenos
deslocamentos da articulao. Para a sua realizao posiciona-se o
paciente, anestesiado, em decbito dorsal, portanto uma projeo VD,
incidindo o Raio Central exatamente num ponto intermedirio de uma
linha imaginria que liga as duas cabeas femurais deixando-se que
os membros, num movimento de abduo, se aproximem do filme
radiogrfico por ao da fora da gravidade.
RADIOGRAFIAS POSTURAIS so projees Laterais, VD e DV
nas quais o paciente est colocado em estao, no caso das Laterais,
ou ,ento, ereto pelos membros, no caso da VD e da DV. So
utilizadas para otimizar a interface entre lquidos/gases, podendo estes
estarem livres em alguma cavidade corprea (ex.: hidrotrax,
pneumotrax, ascite) ou confinados em algum rgo oco (ex. dilatao
gstrica aguda). Estes estudos radiogrficos tambm apresentam
grande utilidade para a interpretao exata das deformaes dos
membros pois os mesmos estaro suportando o peso do paciente.Nestes casos as projees devero ser AP, PA, Lat. e Medial.
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Fig. 14Representao da projeo postural lateral em estao.
Fig. 15Representao da projeo postural,
VD com o paciente ereto pelos membros torcicos.
EQINOS
A maioria dos exames radiolgicos em eqinos so realizados para
estudos de alteraes sseas que se localizam nos membros e no segmento
cervical da coluna vertebral. As demais regies devido a espessura exigem
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aparelhos potentes e de alto custo financeiro, o que inviabiliza a utilizao
deste meio auxiliar de diagnstico na rotina veterinria.
O estudo radiolgico dos membros dos eqinos exigem a realizao dediversas projees radiogrficas porm o princpio fundamental de se realizar
duas projees perpendiculares entre si est mantido. Uma vez realizadas e
avaliadas estas duas incidncias se que parte para a realizao das demais
projees, muitas delas obedecendo angulaes especficas para a incidncia
do Raio Central. A realizao de 5,6 ou mias projees so freqentes nos
exames radiogrficos de eqinos.
A terminologia das projees radiolgicas varivel, mudando de acordo
com o autor, de acordo com o pas do autor e, muitas vezes, dentro de um
mesmo pas podemos encontrar denominaes diferenciadas.
Para esta espcie no dividiremos as projees em bsicas e acessrias
e, sim , indicaremos as projees necessrias para o estudo dos diversos
ossos e articulaes dos membros torcicos e plvicos.
A Figura 13 mostra um eqino com os diversos termos utilizados para
denominar as projees radiogrficas.
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Fig. 16Esquema representativo dos diversos termos utilizados nas projees
radiolgicas, onde :
1Dorsal
2Ventral
3Rostral4Cranial/Anterior:
Desde a articulao escpulo-umeral (encontro)
at a articulao carpiana (joelho)
5Caudal/Posterior:
Desde o codilho (axila) at a articulao carpiana (joelho)
6Dorsal/Anterior:
Desde a articulao carpiana (joelho) at sola do p.7Palmar/Posterior:
Desde a articulao carpiana (joelho) at a 3 falange.
8Cranial/Anterior:
Desde a articulao femur-tibio-patelar (joelho anatmico)
at a articulao tarsiana (jarrete)
9Caudal/Posterior
Na face posterior do membro na altura da articulao do joelho anatmico
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at o jarrete.
10Dorsal/Anterior
Desde o jarrete at a sola do p, pela face anterior do membro.
11Plantar/Posterior
Desde o jarrete at a sola do p, pela face posterior do membro.
12Proximal
Desde a articulao carpiana (joelho) e da tarsiana (jarrete0 em direo ao
dorso do animal.
Usada para definir os ngulos a serem usados.
13 - Distal
Desde a articulao carpiana (joelho) e da tarsiana (jarrete) em direo ao
cho..
Usada para definir os ngulos a serem usados.
As diversas projees radiogrficas usadas para os exames de membros
de eqinos se encontram bem descritas na literatura, porm, para os
interessados nesta rea, recomendamos o livro A GUIDE TO EQUINE FIELD
RADIOGRAPHY escrito por Barbara J. Watrous e publicado pela Veterinary
Learning Systems Co., Inc., Trenton, NJ, EUA, por sua abrangncia,
profundidade e simplicidade.
13MATERIAIS e EQUIPAMENTOS RADIOGRFICOS
13.1FILME ou PELCULA RADIOGRFICA
O filme ou pelcula radiogrfica, semelhante ao filme fotogrfico,
composto de uma lmina de poliester recoberta em ambas as faces por umaemulso gelatinosa impregnada por cristais de prata finamente dispersos.
Esses cristais quando sensibilizados por uma energia radiante tornam-se
susceptveis s transformaes qumicas que iro ocorrer durante o processo
de revelao.
As dimenses das pelculas radiogrficas mais usadas em Medicina
veterinria so 13 x18 cm, 18 x 24 cm, 24 x 30 cm, 30 x 40 cm e 40 x 15 cm.
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Fig. 17Corte transversal de um filme radiogrfico.
13.2CHASSI ou CASSETE
Chassi, ou cassete, uma caixa de metal totalmente vedada e que em
uma de suas faces de alumnio (baixo nmero atmico) o que permite apassagem dos raios X. usada para abrigar no seu interior o filme radiogrfico
e os crans.
13.3CRANS ou TELAS INTENSIFICADORAS
A impregnao dos cristais de prata pelas radiaes X requer um tempo
relativamente longo e isso inconveniente pois permite a movimentao do
paciente, inviabilizando a imagem radiogrfica. Para diminuir o tempo deexposio e tornar a imagem qualitativamente melhor aconselhado o uso de
crans ou Telas Intensificadoras.
Os crans consistem de uma base de plstico impregnada por cristais de
tungstato de clcio que so colocados dentro do chassi, ficando em ntimo
contato com o filme radiogrfico em seus dois lados.
13.4 - GRADE ANTIDIFUSORA
Os raios X ao interagirem com a estrutura radiografada emitem novas
radiaes X, denominadas de radiaes secundrias, que diminuem o
Detalhe radiogrfico. Para superar essa deficincia so usadas as chamadas
grades antidifusoras.
As grades antidifusoras so finas placas (2-4 mm) constitudas de finas
lminas de chumbo intercaladas por um material radiolucente (plstico) que
atuam como um filtro absorvendo as radiaes secundrias. So colocadas
Emulso gelatinosa com cristais de prata dispersos
Base de poliester
Emulso gelatinosa com cristais de prata dispersos
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entre o objeto a ser radiografado e o filme radiogrfico (dentro ou fora do
chassi). Algumas so estacionrias e outras, por fazerem parte da mesa
radiogrfica, nesse caso podem ser denominadas de bucky ou potter bucky,
podem apresentar movimentos.
Fig. 18Esquema representativo da funo das grades antidifusoras.
13.5 - NEGATOSCPIO
o equipamento radiolgico usado para a avaliao das chapas
radiogrficas. Constitui-se de uma caixa de metal com um visor de acrlico
translcido e com iluminao fria em seu interior.
13.6 - CALHAS
Posicionar perfeitamente um paciente para o exame radiogrfico uma
das tarefas difcil, por isso que se aconselha a utilizao de calhas. Nos
exames radiogrficos para o estudo de Displasia Coxofemoral o uso desse
equipamento praticamente indispensvel.
As calhas podem ser de madeira, de plstico e, a melhor, de acrlico.
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13.7 - SACOS e BLOCOS DE POSICIONAMENTO
Para auxiliar no posicionamento dos pacientes podemos usar sacos com
areia no seu interior e, tambm, blocos de isopor cortados em diversasangulaes.
14 - PROCESSO DE REVELAO/FIXAO DOS FILMES
RADIOGRFICOS
O processo de revelao/fixao, um processo exclusivamente qumico,
das radiografias a ltima etapa do exame radiolgico antes da interpretao
das imagens obtidas. Esse processo pode ser manual ou mecnico. Na prtica
veterinria mais comum a revelao manual em razo do custo de uma
reveladora automtica bem como em razo do nmero de filmes que so
revelados diariamente que no muito grande que compense a relao custo-
benefcio.
O processo de revelao, tanto manual como mecnico, composto,
sequencialmente, por quatro estgios: a revelao, a lavagem, a fixao e a
secagem. Quando manual os trs primeiros estgios devem ser executados
dentro da cmara escuraque um ambiente totalmente vedado. No interior da
cmara escura tambm ocorre o carregamento e descarregamento dos
chassis.
Durante o estgio de revelao os cristais de prata sensibilizados pelos
raios X se transformam em cristais de prata metlica negra, cuja a intensidadede colorao depender da intensidade com que as radiaes X atingem o
filme radiogrfico. Durante o estgio de fixao as pores de prata no
sensibilizada sero retiradas da emulso gelatinosa e a sensibilizada ser
fixada nessa emulso.
15 - PROTEO RADIOLGICA e DOSIMETRIA
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Os Raios X desde sua descoberta vm sendo utilizados largamente na
rea mdica e ao longo destes anos ficaram bem definidos os efeitos deletrios
que eles podem causar as clulas de um organismo quando com elas
interagem. Estes efeitos se manifestam pelo acmulo de radiaes retidas no
organismo e, na maior parte das leses, so irreversveis. Tendo em vista tal
situao que existem leis que regem o uso dos Raios X e determinam uma
srie de medidas para a proteo tanto do pessoal operacional como dos
pacientes.
As radiaes X podem causar trs tipos de efeitos biolgicos, a saber:
a) EFEITO SOMTICO: leva a um processo inflamatrio, retarda
o crescimento celular e causa lise tecidual. Geralmente
superficial e pode ser tratado adequadamente.
b) EFEITO GENTICO: ao atuar diretamente na cadeia do DNA,
rompendo-a, cria novos cdigos genticos e aumenta o ndice
de mutaes genticas, podendo produzir anormalidades em
futuras geraes.c) EFEITO CARCINOGNICO: vem a ser uma conseqncia do
efeito gentico por exposies prolongadas temporalmente
aos Raios X.
Entre as alteraes mais comuns cauisadas pelas radiaes X, citamos
a) LESES SUPERFICIAIS
Radiodermatite
Epilao
b) LESES HEMATOPOITICAS
Linfopenia
Leucopenia
Anemia
Leucemia
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Reduo na taxa de anticorpos
c) LESES CARCINOGNCIAS
Carcinomas
Sarcomas
Osteossarcomas
d) LESES GENTICAS
Mutaes genticas
Aberraes cromossmicas
e) OUTRAS LESES
Catarata
Esterilizao, parcial ou total
Em Medicina Veterinria muito comum os profissionais negligenciarem o
uso de equipamentos que permitem uma efetiva proteo contra as radiaes
X. Em recentes pesquisas realizadas na Inglaterra ficou constatado que os
Veterinrios possuem um potencial de exposio as radiaes, portanto de
absoro de Raios X, muito maior que Mdicos e Dentistas em razo do tipo de
paciente com que tratamos. Desta forma, indispensvel que tenhamos
sempre presente a necessidade de utilizarmos todos os equipamentos e
prticas de proteo contra as radiaes X.
15.1EQUIPAMENTOS DE PROTEO
Os equipamentos indispensveis para qualquer servio radiolgicos so:
aventais, luvas, biombos, vidros, colares protetores da tireide que possuem
uma camada pumblfera. Tais equipamentos so encontrados comercialmente.
Nas salas onde se realizam os exames radiolgicos as paredes devem
ser recobertas at, pelo menos, 1 metro e meio com uma camada de chumbo
com espessura mnima de 0,5 cm.
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15.2PRTICAS DE PROTEO CONTRA AS RADIAES
Com o intuto de minimizar ao mximo o risco de exposio aos Raios X,
as seguintes precaues devem ser tomadas: Avaliar se o exame radiolgico realmente necessrio;
Decidir se a melhor conteno do paciente a medicamentosa ou a
manual. Neste particular no deve entrar em considerao os custos
de uma conteno medicamentosa;
Colimar o feixe de raios X atravs de cones e/ou diafragmas;
Dirigir, sempre que possvel, o feixe primrio das radiaes em direo
ao cho; Diminuir ao mximo o tempo de exposio;
Procurar usar a menor mA e a maior Kv possveis;
Quando da conteno manual, solicitar aos proprietrios que auxiliem;
Distanciar-se, no mnimo, 2 metros da fonte de radiao;
Os equipamentos de proteo no devem apresentar rachaduras por
onde as radiaes possam se infiltrar;
Nunca emitir radiaes de forma desnecessria;
NO PERMITIR A PRESENA DE GESTANTES E CRIANAS NO
LOCAL DURANTE A REALIZAO DOS EXAMES
RADIOLGICOS;
NO RADIOGRAFAR GESTANTES QUE NO TENHAM
ULTRAPASSADO O TERO INICIAL DO PERODO GESTACIONAL,
e
Usar sempre o dosmetro.
O controle do uso de radiaes, no Brasil, est sob a responsabilidade da
Comisso Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e qualquer servio de
Radiologia deve estar registrado neste rgo.
O controle da absoro das radiaes X feito atravs de um
equipamento denominado de dosmetro e este equipamento deve ser enviado
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mensalmente para o CNEN para a aferio da quantidade de radiaes
absorvidas no perodo.
A unidade usada para exprimir as doses biolgicas resultantes daexposio s radiaes ionizantes denominada de rem(roentgen-equivalent-
man) e existe uma Dose Mxima Permitida (DMP). Para o corpo, como um
todo, a DMP de 0,1 rem/semana ou 5 rem/ano. Quando h ultrapassagem da
DMP o pessoal que trabalha com radiaes X devem ser afastadas
imediatamente do servio por um considervel perodo de tempo (geralmente
no inferior a 6 meses).
RADIOLOGIA RENAL
ASPECTOS RADIOLGICOS NORMAIS
Os rins so rgos pares que tm como principais funes a secreo
da urina, a regulao da concentrao hdrica e salina do organismo e aremoo de substncias estranhas presentes na corrente sangnea.
Estruturalmente, os rins esto formados pela crtex, pela medula, pela pelve e
pelo hilo renal que, por possurem igual densidade radiolgica, no se
diferenciam entre si nos exames radiolgicos simples, entretanto sero
visualizadas quando do emprego de tcnicas radiogrficas contrastadas
atravs de meios de contraste radiopacos, tambm chamados de meios de
contraste positivos.
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Fig. 10 - Esquema representativo da estrutura renal.
Os rins se localizam um de cada lado da coluna vertebral,
retroperitonealmente, na regio sublombar, palpveis atravs da paredeabdominal, so relativamente grandes e esto protegidos pelas vrtebras,
costelas e msculos lombares.
O rim direito no est sujeito a variaes significativas em seu posicionamento
e, em caninos sadios, seu polo cranial est localizado ao nvel da ltima
vrtebra torcica (T13) ou da primeira lombar (L1), inserido na depresso
profunda do fgado, se relaciona, caudo dorsalmente, com os msculos
sublombares e, caudo ventralmente, com o ramo direito do pncreas e oduodeno.
O rim esquerdo, mais sujeito a variaes de posicionamento, em caninos
sadios tem o seu polo cranial localizado ao nvel da segunda ou terceira
vrtebras lombares ( L2 - 3). Cranialmente est em contato com o estmago e
com a extremidade esquerda do pncreas, caudal e ventralmente com o colo
descendente e dorsalmente com os msculos sublombares.
Em felinos o polo cranial do rim direito est situado ao nvel da primeira at a
quarta vrtebra lombar (L1 - 4) enquanto que o do rim esquerdo se situa ao nvel
da segunda at a quinta vrtebra lombar (L2 - 5). As relaes topogrficas dos
rins de felinos so praticamente as mesmas observadas nos caninos, porm
apresentam-se bem mais mveis do que nos ces.
Nos estudos radiolgicos Laterais do abdome de animais normais, tanto em
ces como em gatos, o polo cranial do rim esquerdo estar sobreposicionado
DIVERTCULO RENAL
CORTEX RENAL
MEDULA RENAL
CPSULA RENAL
GORDURA PERI RENAL
PELVE RENAL
ARTERIA RENAL
VEIA RENAL
URETER
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ao polo caudal do rim direito e nas projees VentroDorsal (VD), o rim
esquerdo encontra-se mais afastado da coluna vertebral que o rim direito.
Fig. 12 - Representao esquemtica da localizao dos rins numa projeo
VentroDorsal (VD)
Fig. 13 - Urografia Excretora demonstrando a localizao dos rins na projeo
VentroDorsal (VD).
Fig. 14 - Representao esquemtica da localizao renal, numa projeo
Lateral (Lat).
E
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Fig. 15 - Urografia Excretora demonstrando o posicionamento renal na projeo
ltero lateral (Lat).
RADIOLOGIA URETERAL
ASPECTOS RADIOLGICOS NORMAIS
Os ureteres so estruturas fibromusculares ocas que conectam os rins, a partir
da pelve, com a bexiga, onde se inserem no trgono vesical. Em animais
normais o seu dimetro distendido de 0,6 a 0,9 mm e, em ces de porte
mdio, seu comprimento varia entre 12 a 16 cm.
Ao exame radiolgico simples, os ureteres so imperceptveis e, para a sua
avaliao, necessrio o emprego de tcnicas radiolgicas contrastadas.
Quando da avaliao ureteral atravs da Urografia Excretora, tcnica
radiolgica contrastada, deve-se ter presente que os ureteres apresentamperistaltismo para a conduo da urina e, portanto, podem ser observadas
falhas no delineamento do rgo.
As projees bsicas para o estudo radiolgico dos ureteres so as Laterais -
esquerda ou direita - e a VentroDorsal. Como no caso do estudo renal, essas
projees tambm podem ser realizadas com obliqidade, aps a avaliao
atravs das projees bsicas.
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Fig. 40 - Urografia Excretora, projeo lateral (Lat).
Observar reas em que no h contraste devido ao peristaltismo.
Fig. 41 - Urografia Excretora, projeo VentroDorsal (VD).
Observar reas em que no h contraste devido ao peristaltismo.
RADIOLOGIA DA BEXIGA
ASPECTOS RADIOLGICOS NORMAIS
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A bexiga um rgo musculomembranoso, oco e distendvel localizado na
poro caudal do abdomem e que tem como funo primordial armazenar a
urina produzida pelos rins.
Normalmente, a bexiga possui a forma de uma pera invertida e podemos divid-
la em trs regies: vrtice, sua regio cranial, corpo, a intermediria e colo, a
caudal. A forma pode estar alterada em funo de processos, fisiolgicos ou
patolgicos, que se desenvolvem na prpria bexiga ou em rgos adjacentes e
que exercem presso sobre a mesma.
Fig. 48 - Esquema representativo da bexiga numa projeo Lateral, onde:
avrtice
bcorpo
ccolo
dprstata
ereto
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Seu tamanho tambm varivel e est na dependncia da quantidade de urina
armazenada. Segundo Miller; Christensen, Evans (1964), em um co normal,
com aproximadamente 12 quilos, a bexiga pode medir cerca de 17,5 cm de
dimetro e 18 cm de comprimento quando repleta e, quando contrada, 2 cm de
dimetro e 3,2 cm de comprimento, sendo capaz de capaz de armazenar cerca
de 100 a 120 ml sem haver uma distenso exagerada do rgo.
As projees radiolgicas de eleio para a avaliao da bexiga so as
Laterais - esquerda ou direita - e a VentroDorsal, sendo obrigatrio, como em
todos os exames radiolgicos, a realizao de, no mnimo, 2 projees
radiolgicas e que sejam perpendiculares entre si. D-se preferncia aprojeo VentroDorsal em relao a dorso ventral porque facilita a manipulao
do paciente e, tambm, a sua conteno mais eficaz. Em alguns casos,
principalmente quando o rgo se encontra repleto, ou suspeita de ruptura ou,
ainda, na presena de ascite, recomendvel a realizao do exame na
projeo lateral com o paciente em estao.
Radiologicamente, a bexiga quando vazia imperceptvel ao exame radiolgico
simples e, quando com contedo, apresenta-se com a densidade caracterstica
de lquidos.
O estudo radiolgico da bexiga inclui, alm dos exames simples, a realizao
de tcnicas radiolgicas contrastadas denominadas de Cistografia, na qual
utilizado meio de contraste radiopaco (positivo), Pneumocistografia, com meio
de contraste radiolucente (negativo)e Cistografia de Duplo Contraste, onde os
meios de contraste radiopaco e radiolucente so usados concomitantemente.
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Fig. 51 - Pneumocistografia.
Fig. 52 - Cistografia de duplo contraste.
RADIOLOGIA DO SISTEMA GENITAL MASCULINO
CONSIDERAES GERAIS
Os rgos genitais masculinos, e suas patologias, no apresentam
grande interesse sob o ponto de vista radiolgico uma vez que podem ser
avaliados com maior preciso atravs de outros meios auxiliares de
diagnstico, porm imagens fornecidas pelas alteraes da prstata, glndula
acessria do sistema genital masculino, fazem com que o exame radiolgico se
torne um dos principais meios auxiliares para o diagnstico das enfermidades
prostticas. A uretra, rgo do sistema urinrio que tambm desempenha
funes genitais nos machos, j teve suas alteraes estudadas quando dos
aspectos radiolgicos do sistema urinrio e o osso peniano ser tratado na
radiologia ssea.
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PRSTATA
A prstata uma glndula bilobulada, mpar e est localizada no limite da
cavidade abdominal e a plvica, entre a bexiga e a uretra, cicundando a juno
desses rgos. Sua funo a produo do lquido seminal que serve como
meio de transporte e suporte para os espermatozides durante a ejaculao.
O tamanho da prstata varivel com a raa, o tamanho e o peso
corporal do animal. Em animais saudveis, seu tamanho maior cerca de 1,5vezes o tamanho do corpo de uma vrtebra lombar e em condies de
normalidade no desloca nem o clon nem a bexiga de suas posies normais.
No homem e nos caninos, por ao da testosterona, h um crescimento
fisiolgico da prstata com o envelhecimento.
O estudo radiolgico da prstata realizado atravs das projees
Laterais e VentroDorsal da regio caudal abdominal. As sobreposies que
ocorrem nos exames radiolgicos ventro dorsais dificultam a visualizao
prosttica e, geralmente, nas projees Laterais obtemos informaes mais
consistentes, mas isso no dispensa a realizao do exame radiolgico nas
duas projees perpendiculares entre si. Radiografias em projees obliquas,
laterais e ventro dorsais, podem, muitas vezes, serem necessrias para um
radiodiagnstico mais acurado.
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Fig. 69 - Esquema representativo da imagem da Prstata numa radiografia
lateral.
RADIOLOGIA DO SISTEMA GENITAL FEMININO
INTRODU O
O maior interesse da Radiologia envolvendo o Sistema Genital Feminino
est ligado aos rgos com localizao abdominal e, entre esses, em especialo tero. Os rgos que permitem o seu acesso externo so avaliados de modo
mais eficaz por outros meios auxiliares de diagnstico.
Atualmente outros meios auxiliares de diagnstico, como por exemplo a
Ultra Sonografia, para muitas alteraes uterinas fornecem dados mais
conclusivos que o exame radiolgico. A Radiologia tem a sua maior
contribuio nos nas fases finais da gestao, no parto e suas complicaes e,
por esse motivo, que daremos nfase, nesse trabalho, a essas alteraes.
PROJEES RADIOLGICAS
Para o exame radiolgico dos rgos genitais necessrio a realizao
de, no mnimo, duas projees radiolgicas perpendiculares entre si. D-se
preferncia para as projees Laterais e VentroDorsal. Em muitas ocasies
ser necessrio a realizao dessas projees com obliqidade.
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Na maioria dos exames, as projees Laterais fornecem dados mais
conclusivos que a VentroDorsal pois nessa as sobreposies que ocorrem
normalmente entre os rgos abdominais dificultam a interpretao. Porm
isso no excluiu a necessidade da realizao das duas projees, pois ambas
se complementam entre si.
TERO
O tero o rgo genital feminino que apresenta maior interesse sob o
ponto de vista radiolgico. Est localizado na regio caudal do abdome e
consiste de 2 cornos, corpo e cervix. Em razo de seu tamanho e da sua
densidade radiolgica ele no visualizado nos estudos radiolgicos simples
de fmeas normais e que no estejam gestando. Seu tamanho e forma podem
variar consideravelmente em razo da idade, do porte, e do nmero de
gestaes ocorridas. Mesmo que esteja aumentado de volume, fisiolgica ou
patologicamente, sua deteco radiolgica ser dificultada quando a bexiga
estiver distendida ou houver contedo fecal nas alas intestinais.
As projees radiolgicas para o estudo do tero so as Laterais e a
VentroDorsal. As Laterais apresentam dados mais consistentes em razo de
haver menos sobreposies que na VentroDorsal, porm tem a grande
desvantagem de no informar o local exato da alterao. Como em qualquer
estudo radiolgico, o radiodiagnstico s ser confivel com a avaliao das
radiografias realizadas em ambas projees. Em algumas ocasies, para seobter informaes adicionais, ser necessrio a realizao dessas projees
com obliqidade.
Nas projees Laterais o tero aumentado de volume por razes no
fisiolgicas pode ser observado entre reto e a bexiga. Quando houver
gestao, geralmente, o tero se apresenta mais ventralmente e desloca alas
intestinais e a bexiga no sentido cranial.
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RADIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATRIO
INTRODUO
O estudo radiolgico dos rgos respiratrios tem grande importncia no
auxlio ao diagnstico na clnica mdica de pequenos animais e, quando
necessrio se lanar mo desse meio auxiliar de diagnstico, ele ocupa a 2
posio em quantidade de exames, logo aps os exames realizados para o
Sistema sseo/Articular.
Mesmo com o avano da tecnologia e a introduo de outros meios
auxiliares de diagnstico por imagem, a Radiologia ainda a que fornece
melhores resultados quando se leva em conta a relao custo-benefcio. A
utilizao de outros recursos por imagem deve ser considerada como
procedimentos complementares e utilizados quando necessrios.
O exame radiolgico dos rgos do Sistema Respiratrio, como de
qualquer outro Sistema, no deve ser considerado como substituto para
qualquer outro tipo de exame e a sua utilizao est recomendada quando h a
necessidade de informaes especficas ou o estabelecimento de diagnsticos
diferenciais.
Os rgos respiratrios so estruturas que tem por finalidade transportar
o ar desde o exterior at os alvolos, e vice versa, para que ocorra o processo
da respirao. Isso lhes confere a peculiaridade de serem, radiograficamente,estruturas radiolucentes. Se, por um lado, tal peculiaridade pode facilitar a
avaliao do Sistema Respiratrio, por outro torna-a, muitas vezes, mais
complexa. Pequenas variaes na densidade radiogrfica so sinais indicativos
de processos patolgicos instalados nesses rgos e isso obriga que a
interpretao radiolgica seja a mais acurada possvel. esse fator de
complexidade devemos somar ainda outros como a profundidade torcica, a
pouca colaborao dos pacientes para conteno e imobilizao, movimentos
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involuntrios cardacos e respiratrios e, muitas vezes, a pouca potencialidade
da aparelhagem radiogrfica usada em Medicina Veterinria.
POSICIONAMENTO DO PACIENTE E PROJEES RADIOGRFICASPARA O SISTEMA RESPIRATRIO
O estudo radiogrfico do Sistema Respiratrio em nada difere do estudo
de outros Sistemas no que diz respeito ao nmero mnimo de projees
radiogrficas.
Para o exame radiogrfico dos rgos respiratrios necessrio a realizao
de, pelo menos, duas projees radiolgicas perpendiculares entre si, podendo
em alguns casos ser necessrio a realizao de projees complementares
para que se tenha um exame minimamente confivel.
Para o estudo radiogrfico da Cavidade Nasal as projees radiogrficas
indicadas so as Laterais (Lat.), esquerda ou direita, e a Dorsoventral (DV) com
o chassi colocado intraoralmente ou a Ventrodorsal Oblqua com uma
angulao de 20 no sentido rostocaudal ou anteroposterior, com o paciente de
boca aberta.
Fig. 1 - Projeo Lateral para o exame radiolgico da cavidade nasal de
caninos.
Raio
Central
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Fig. 2 - Projeo Dorsoventral com o chassi colocado intraoralmente.
Fig. 3 - Projeo Ventrodorsal Oblqua com angulao de 20 no sentido
rostocaudal.
O estudo dos Seios Paranasais, principalmente dos Seios Frontais queso avaliados mais freqentemente, realizado pelas projees Laterais,
Ventrodorsal e Anteroposterior (rostocaudal) da cabea, sendo que na
projeo Ventrodorsal o estudo dificultado pelas sobreposies com a
mandbula.
Raio
Central
Raio
Central
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Fig. 4 - Projeo Anteroposterior para o estudo dos Seios Frontais.
A Faringe/Laringe melhor estudada nas projees Lateral (Lat.) e
Ventrodorsal (VD) que so as mesmas para as radiografias usadas para a
traquia no seu trajeto cervical mudando, apenas, a incidncia do Raio Central.
A Traquia, radiologicamente, estudada nas projees Lateral (Lat.) e
Ventrodorsal (VD) nos seus trajetos cervical e torcico. De forma
complementar, a projeo VD oblqua deve ser realizada quando houver
necessidade de avaliar a traquia no sobreposicionada coluna vertebral ou
ao esterno.
Fig. 5 - Projeo lateral para o estuda da traquia no seu trajeto cervical.
Raio
Central
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Fig. 6 - Projeo Ventrodorsal para o estudo da traquia
no seu trajeto cervical.
O posicionamento da cabea e do pescoo nas projees Lateral
interferem no trajeto da traquia. Quando a radiografia realizada com o
pescoo flexionado o trajeto traqueal estar anormal com deslocamento no
sentido dorsal. Tal posicionamento poder acarretar falsas interpretaes caso
no seja avaliado com toda a acuidade necessria.
Fig. 7 - Efeito do posicionamento da cabea e do pescoo no trajeto traqueal,
na projeo lateral.
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Fig. 8 - Radiografias laterais torcicas.
A - Cabea e pescoo flexionados levando ao desvio traqueal.
B - Cabea e pescoo em posio normal e traquia com trajeto normal.
Os Pulmes so avaliados radiograficamente pelas projees Laterais,
esquerda ou direita, e pelas projees Ventrodorsal (VD) ou Dorsoventral (DV).
Fig. 9 - Projeo Ventrodorsal para radiografias pulmonares.
Observar que os membros anteriores esto estendidos.
A B
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Fig. 10 - Projeo Dorsoventral para radiografias pulmonares.
Observar os membros anteriores e posteriores estendidos.
Fig. 11 - Projeo lateral para radiografias pulmonares.
Observar que os membros anteriores e
posteriores se encontram estendidos.
O Raio Central para o exame pulmonar deve incidir no 5 espao intercostal (aproximadamente na borda caudal da escpula) com o pescoo estendido
naturalmente.
Em toda a avaliao radiolgica do Sistema Respiratrio deve ser dada
importncia para o posicionamento dos membros anteriores que devero estar
paralelos e estendidos cranialmente. Os membros posteriores devem estar
estendidos caudalmente e, tambm, paralelos.
O fase respiratria importante para o estudo radiogrfico desse
Sistema e, como rotina, as radiografias devem ser obtidas no pice da
inspirao uma vez que favorecem o contraste entre as estruturas respiratrias
e as no respiratrias. A fase respiratria facilmente detectada pelo
posicionamento do diafragma.
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EXPIRAO
INSPIRAO
Fig. 12 - Posicionamento diafragmtico de acordo com a fase respiratria,
numa projeo lateral. Observar a diferena de radiolucncia entre a fase
inspiratria e a expiratria.
EXPIRAO
INSPIRAO
Fig. 13 - Posicionamento diafragmtico de acordo com a fase respiratria,
numa projeo ventrodorsal ou dorsoventral
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No posicionamento do paciente para o estudo radiogrfico nas projees
laterais indispensvel que a coluna vertebral e o esterno estejam paralelosentre si e eqidistantes do filme radiogrfico. Isso obtido com sacos de areia
ou cunhas de isopor apropriadas para auxiliar o posicionamento do animal.
SINAIS RADIOGRFICOS DE POSICIONAMENTO DEFICIENTE
Projeo Lateral (Lat.)
-Articulaes costocondrais no sobreposicionadas.
- Arcos dorsais das costelas em nveis diferenciados em cada hemi
torx.
- Corpos vertebrais no visualizados individualmente.
Projeo Ventrodorsal (VD) ou Dorsoventral (DV)
- Coluna vertebral e esterno no sobreposicionados.
- Assimetria das cartilagens costais.
- Tamanho das costelas de um hemi torx diferenciado das do colateral.
O fator mais comum de baixa qualidade em radiografias do sistema respiratrio
a mobilidade do paciente durante a exposio radiogrfica. Esses
movimentos podem ser voluntrios (resistncia conteno) ou involuntrios
(movimentos respiratrios e batimentos cardacos).
Para minimizar os efeitos adversos determinados pelos movimentos
cardio-respiratrios o melhor mtodo a utilizao de tempos de exposio
extremamente curtos, porm isso est condicionado as caractersticas tcnicas
da aparelhagem usada. Muitas vezes, em Medicina Veterinria, ao aparelhos
de Raio X so um fator restritivo para obteno de radiografias de boa
qualidade uma vez que no permitem a utilizao de curtssimos tempos de
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exposio (1/20 - 1/60 segundos).
O artifcio de suspender a respirao atravs do fechamento da boca e
das narinas pode permitir paradas respiratrias em torno de 1-2 segundos e usado rotineiramente no cotidiano clnico/radiolgico, porm tal procedimento
traz desconforto ao paciente que, ao procurar se livrar do incmodo, pode se
agitar ainda mais.
Caso o tempo de exposio tenha que ser longo (1 segundo) em razo
das caractersticas da aparelhagem (baixa mA), as exposies devem ser
realizadas nas pausas respiratrias verificadas ao final da expirao e da
inspirao, quando o movimento respiratrio mnimo. Mesmo que a pausa
respiratria da inspirao seja menor que a da expirao, ela a preferida
devido ao maior volume de ar no interior dos pulmes e as suas benficas
conseqncias radiogrficas.
Outro fator determinante da qualidade radiogrfica o processo de
revelao do filme radiogrfico. Substncias velhas, temperaturas acima ou
abaixo dos 18 C, tempo de revelao aqum ou alm do normal, falta de
remoo dos qumicos, entre outros fatores, interferem substancialmente na
qualidade radiogrfica.
A combinao cran/filme e o uso de grades antidifusoras sempre
devem ser levadas em considerao nas radiografias torcicas. Recomenda-se
o uso de crans e filmes de alta velocidade.
Radiografias do Sistema Respiratrio feitas com o paciente sob o efeito
de anestsicos podem se tornar um srio erro caso no haja uma adequada
ventilao pulmonar. Na maioria dos animais, o volume pulmonar diminui sob o
efeito dos anestsicos e disso resulta menor quantidade de ar no interior do
parnquima pulmonar o que torna o campo pulmonar mais denso com perda de
detalhe e contraste.
ASPECTOS NORMAIS
Os seios paranasais esto localizados nos ossos maxilar, etmide e
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frontal. Os dois primeiros no so de fcil visualizao radiolgica em razo de
suas diminutas dimenses. Os seios frontais, grandes, so facilmente
visualizados acima das rbitas nas projees laterais. Caracterizam-se por sua
radiolucncia.
Fig. 19 - Seios frontais normais, projeo lateral.
Fig. 20 - Seios frontais normais, projeo ventrodorsal.
Fig. 21 - Seios frontais normais, projeo anteroposterior
RADIOLOGIA DA LARINGE / FARINGE
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A Laringe, rgo musculocartilaginoso relativamente curto e largo, situa-
se, nas projees Laterais, ventralmente ao Atlas e ao xis e tem suas funesligadas aos processos respiratrios e de deglutio.
Seu exame radiolgico, cuja a imagem normal radiolucente devido ao
ar no seu interior e imagens radiopacas em razo dos ossos hiides e
cartilagens, melhor realizado pelas projees Laterais. Na projeo
Ventrodorsal ela estar sobreposta as vrtebras cervicais, o que dificulta a sua
avaliao. Radiografias Ventrodorsais oblquas devem ser realizadas quando
houver dvidas nas projees usadas na rotina inicial, porm necessrio ter
presente que estas projees complementares causam significativas
distores. Para a sua avaliao consistente obrigatrio a realizao das
projees radiolgicas perpendiculares entre si.
Fig. 25 - Esquema representativo das relaes da Laringe durante os
processos de respirao (A) e deglutio (B).
A maioria das anormalidades da Laringe so melhores diagnosticadas por
outros mtodos auxiliares ao diagnstico, na maioria dos casos. A
investigao para deteco de corpos estranhos a que apresenta maior
incidncia em pequenos animais, porm, muitas vezes, o radiodiagnstico
dificultado pela imagem dos ossos hiides e pelas cartilagens. No caso de
corpos estranhos radiolucentes o radiodiagnstico ainda mais difcil de ser
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definido.
Fig. 26 - Radiografia Lateral da Laringe que tem o seu trajeto delineado por
uma sonda endotraqueal.
RADIOLOGIA DA TRAQUIA
ASPECTOS NORMAISA Traquia um rgo tubular que se estende desde a Laringe at o 5
espao intercostal onde se bifurca para dar origem aos brnquios principais.
visvel radiologicamente em razo do ar que contem no seu interior.
As projees de rotina para a avaliao traqueal so as Laterais e as
Ventrodorsais (VD) ou as Dorsoventrais (DV).
Nas projees Laterais, a Traquia corre paralela s vrtebras cervicais
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e torcicas e na altura do 5 espao intercostal curva-se ventralmente,
bifurcando-se ao nvel da base do corao. A bifurcao traqueal, denominada
Carina Traqueal, manifesta-se como uma regio quase circular com marcada
radiolucncia.
Fig. 27 - Radiografia Lateral de um co normal demonstrando a imagem da
traquia.
rea demarcada: Carina Traqueal.
Nas projees VD ou DV, a Traquia ir se apresentar sobreposta as
vrtebras, cervicais e torcicas, e ao esterno o que dificulta a sua avaliao
radiolgica.
O dimetro da Traquia em animais normais relativamente uniforme
em todo o seu trajeto, ligeiramente menor que ao da Laringe. No so
observadas variaes significativas entre as fases respiratrias.
Em sua composio tecidual a Traquia apresenta anis cartilaginosos que em
animais jovens no so detectados radiologicamente. Com o avano da idade
esses anis vo mineralizando, tornando-se radiopacos, o que no caracteriza
um processo patolgico.
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Fig. 28 - Radiografia Lateral de um canino com 10 anos de idade.
Observar a radiopacidade dos anis traqueais.
RADIOLOGIA DA RVORE BRONQUIAL
A traquia ao se bifurcar d origem aos brnquios principais, direito e
esquerdo, que, por sua vez, se ramificam e originam os brnquios lobares.
Cada brnquio lobar origina brnquios que ventilam reas pulmonares
independentes, chamadas de segmentos broncopulmonares. A diviso
bronquial se continua at que o seu dimetro se reduz para 0,5 - 1,0 mm e,nesse nvel, as placas cartilaginosas desaparecem dando origem aos
bronquolo terminal que demarca o final da parte condutora gasosa da rvore
bronquial. Cada bronquolo terminal se divide em 2 bronquolos respiratrios
que se ramificam at emitirem os ductos alveolares dos quais surgem os sacos
alveolares e os alvolos, local onde ocorre as trocas gasosas do processo
respiratrio.
O exame radiolgico de rotina para o estudo da rvore bronquial
realizado pelas projees Laterais e Ventrodorsal ou Dorsoventral do trax. A
tcnica especial para a avaliao bronquial denomina-se de Broncografia e
realizada com meios de contraste positivos.
Os brnquios anatomicamente esto contornados por dois vasos
sangneos: uma artria e uma veia. Este conjunto, quando visualizado
radiologicamente, se mostra como uma linha radiolucente (brnquio) a qual
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corre paralelamente duas linhas radiopacas (os vasos sangneos). Quando o
raio central incide paralelamente ao trajeto do conjunto brnquio/vasos
teremos, radiologicamente, um crculo radiolucente rodeado de dois crculos
radiopacos.
Fig. 33 - Representao esquemtica da rvore bronquial.
Fig. 34 - Representao esquemtica do conjunto brnquio/vasos sangneos,
onde:
1Brnquio
2 - Vasos sangneos.
1
2
2
-
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Fig. 35 - Detalhe radiolgico ampliado mostrando o conjunto brnquio/vasos.
RADIOLOGIA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR
INTRODUO
Mesmo com os avanos tecnolgicos registrados nos ltimos anos na
rea dos meios auxiliares de diagnstico por imagem e com as restries
impostas pelos mais variados fatores, a Radiologia ainda desempenha papel
importante no estudo das alteraes que afetam o Sistema Cardiovascular dos
animais de pequeno porte.
Atravs dos exames radiolgicos podemos obter informaes concretas a
respeito da forma, da localizao, do tamanho da silhueta cardaca, bem
como de sua relao com estruturas orgnicas adjacentes.
Neste texto iremos abordar os aspectos radiolgicos concernentes ao
Sistema Cardiovascular que cotidianamente so objetos de estudo dos
profissionais em seus locais de trabalho e onde enfrentam as mais variadas
restries para obter imagens radiolgicas capazes de fornecer dados
substanciais para elucidar a suspeita clnica.
FATORES QUE LIMITAM O EXAME RADIOLGICO CARDIOVASCULAR EM
MEDICINA VETERINRIA
Uma aparelhagem radiolgica minimamente necessria para a obteno
de estudos radiolgicos com qualidade suficiente para a avaliao aprofundada
do Sistema Cardiovascular um dos principais fatores limitantes dasavaliaes cardiovasculares no cotidiano dos mdicos veterinrios que se
dedicam a clnica de animais de pequeno porte devido ao seu alto custo.
A aparelhagem radiolgica necessria para um exame de qualidade do
Sistema Cardiovascular deve atender aos seguintes requisitos:
a) fornecer, no mnimo, 100 Kv a 200-300 mA;
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b) tempo de exposio igual ou menor que 1/60 (0,016) segundos;
c) grade antidifusora de alta resoluo com um espaamento mnimo de
103 linhas por 2,5 cm;
d) tnel que permita a realizao de radiografias seqenciais (5-6
radiografias por segundo)
e) filmes e crans de alta resoluo e de alta velocidade, e
f) processamento acurados das chapas radiogrficas.
FATORES A SEREM OBSERVADOS QUANDO DO EXAME RADIOLGICO
CARDIOVASCULAR EM MEDICINA VETERINRIA
- DISTNCIA FOCO-FILME (DFF)
Para minimizar as distores causadas pelo posicionamento anatmico
do corao no interior da cavidade torcica necessrio que a DFF seja de 91
cm. Pesquisas realizadas por diversos autores comprovam que DFF igual a
100-120 cm resultam em um aumento aproximado de 6 mm na silhueta
cardaca e que DFF menor que a preconizada provoca aumentos ainda
maiores, induzindo o profissional a resultados falsos e comprometedores.
- POSICIONAMENTO DO PACIENTE
O posicionamento do paciente, para o qual os estudos iniciaram-se em
1904 com Moritz, seja qual for a projeo a ser usada, vital para o exame
radiolgico cardiovascular.
Para o posicionamento correto do paciente sempre necessrio que se
recorra ao uso de equipamentos auxiliares (sacos de areia, blocos de isopor,
etc.). Quando o seu estado fsico permitir, devemos trabalhar com o paciente
sob a ao de tranqilizantes, sedativos e, at mesmo, anestsicos gerais.
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Nos decbitos dorsal e esternal, para a obteno das projees
DorsoVentral (DV) e VentroDorsal (VD), o esterno e a coluna vertebral devero
estar perfeitamente sobrepostos. Desvios superiores a 5 graus inviabilizaro a
interpretao radiolgica pelas distores que causam na imagem da silhueta
cardaca. Nos decbitos laterais, indispensvel que a coluna vertebral e o
esterno estejam eqidistantes do filme radiogrfico.
Em todas as projees indicadas para o exame radiolgico cardiovascular
indispensvel que os membros anteriores estejam estendidos em direo
cranial para reduzir os efeitos da sobreposio da escpula e da musculatura
da regio sobre o campo pulmonar.
PROJEES RADIOGRFICAS
A rotina radiogrfica recomendada para a avaliao cardiovascular no que
diz respeito ao nmero de projees no foge a regra geral: deve ser realizada
por meio de, no mnimo, duas projees radiogrficas e estas necessariamente
perpendiculares entre si. Em alguns casos clnicos poderemos realizar, alm
das obrigatrias, projees oblquas com a finalidade de ressaltar detalhes
anatomo-radiolgicos, porm. Quando da interpretao destas radiografias,
devemos estar atentos s distores das imagens causadas pela obliqidade.
PROJEES LATERAIS
Segundo alguns autores, o uso da projeo Lateral Esquerda resulta em
menores distores para a avaliao do posicionamento cardaco e, de acordo
com outros, a projeo Lateral Direita superior a lateral Esquerda quando se
quer avaliar o tamanho cardaco.
As alteraes que ocorrem na imagem da silhueta cardaca pela utilizao
da projeo Lateral Direita (paciente em decbito lateral esquerdo) ou pelo uso
da projeo Lateral Esquerda (paciente em decbito lateral direito) so
mnimas e irrelevantes para a avaliao radiolgica da silhueta cardaca. Assim
sendo, podemos optar por qualquer uma delas para ser usada como rotina
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radiogrfica cardiovascular.
Para a obteno de uma radiografia correta nas projees Laterais o Raio
Central deve incidir a nvel do 4 ou 5 espao intercostal e num pontoaproximadamente eqidistante da coluna vertebral e do esterno.
Quando o posicionamento do paciente no for perfeito para estas
projees ocorrero considerveis distores na imagem radiolgica da carina
traqueal, dos grandes vasos intra torcicos e do contorno da silhueta cardaca.
Fig. 1 - Radiografia Lateral de um canino com trax profundo e estreito,
fase inspiratria, demonstrando um silhueta cardaca normal.
- PROJEES DORSOVENTRAL (DV) / VENTRODORSAL (VD)
A projeo DV (paciente em decbito esternal) a de eleio para o
estudo radiolgico cardaco. Na projeo VD (paciente em decbito dorsal) o
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pice cardaco, que se encontra livre no interior da cavidade torcica, tende a
sofrer um movimento de rotao por ao da fora da gravidade, acarretando
distores da silhueta cardaca e induzindo a falsos radiodiagnsticos.
Nos pacientes em que a correo do posicionamento no decbito esternal
seja difcil, pela conformao torcica do paciente, pela sua no colaborao
durante a manipulao ou por ser contra indicado o uso de
tranqilizantes/sedativos/anestsicos, o exame radiolgico deve ser realizado
na projeo VD, tomando-se as devidas precaues quando da interpretao
radiolgica .
Alguns quadros clnicos requerem a realizao de exames radiolgicos
continuados por algum perodo. Nestes casos necessrio que todos os
exames sejam realizados nas mesmas condies do exame inicial (projees,
regimes radiogrficos, etc.).
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Fig. 2 - Radiografia DV do mesmo animal da Fig. 1,
mesma fase respiratria, demonstrando uma silhueta cardaca normal.
VARIAES RACIAIS
Em razo dos trs tipos de conformao torcica a