17 o jovem [maio2009]

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Nº 17 | Ano XXIV | Maio de 2009 Juventude Popular da Maia jpmaia.org Renascer! Ao fim de dois anos sob a liderança de Pedro Moutinho, a Juventude Popular reúne o XVII Congresso Nacional em Guimarães. ENTREVISTA a Pedro Moutinho | p. 3 Beatriz Soares Carneiro é a nossa Convidada DE HONRA | p. 4 Textos de OPINIÃO de Eric Rodrigues, Manuel Oliveira| p. 9 CARLOS PINTO PEREIRA e Nuno Silva | p. 5

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O Jovem, jornal oficial da Juventude Popular da Maia. www.jpmaia.org

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Page 1: 17 O JOVEM [Maio2009]

Nº 17 | Ano XXIV | Maio de 2009

Juventude Popular da Maia jpmaia.org

Renascer! Ao fim de dois anos sob a liderança de Pedro Moutinho, a Juventude Popular reúne o XVII Congresso Nacional em Guimarães.

ENTREVISTA a Pedro Moutinho | p. 3

Beatriz Soares Carneiro é a nossa Convidada DE HONRA | p. 4

Textos de OPINIÃO de Eric Rodrigues, Manuel Oliveira| p. 9

CARLOS PINTO PEREIRA e Nuno Silva | p. 5

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Já dizia o poeta que “todo o mundo é composto de mudança”. Diz-se muito por aí que a única constante da vida é, precisamente, a mudança. No mundo de hoje, essa será porventura uma das palavras-chave. Este factor indispensável e indissociável da vida de cada um de nós, chegou à JP com surpresa e choque ainda há bem pouco tempo. O tempo de um homem corajoso, empreendedor e, acima de tudo, apaixonado pela JP, havia chegado à derradeira paragem. Fica para a história, como se mais elogios faltassem, apenas aquele que me parece ser o mais merecido num Portugal e num mundo pouco amigos de pessoas verdadeiramente livres: ter começado o

longo caminholiberdade.Mas se das vidas de cada um faz parte uma quantidade desconhecida e imprevisível de mudança, nãverdade será o facto de a evolução ter também umTambém a capacidade de a empreenderfortes e os mais capazes. Aqueles que saibam vislumbrar o momento, tomadrédeas da convicção na busca de mundos de soluções, travando batalhas contra mitos e preconceitos, empunhando a espadaAqueles que, por força da sua acção, saibam dar passos em frente, ainda que

No passado Sábado dia 8 de Maio, na Sede Concelhia do CDS-PP/JP Maia, ocorreram as eleições para os delegados ao XVII Congresso Nacional da Juventude Popular que terá lugar no fim-de-semana de 23 e 24 de Maio em Guimarães. Estatutariamente, devido ao número de militantes da concelhia, a JP Maia teve direito a eleger 8 delegados ao congresso nacional de Guimarães tendo sido eleitos Tiago Loureiro, Vânia Peres, Nuno Silva, Karla Ribeiro, André Ribeiro, Luís Ribeiro, Manuel Oliveira e Carlos Pinto. Os dois últimos, terão a oportunidade de defender as respectivas moções sectoriais apresentadas ao XVII Congresso. É de relembra que o Presidente da Concelhia, Eric Rodrigues não necessitou ser eleito pois possui inerência ao Congresso e também é membro da COC (Comissão Organizadora do Congresso). Também José Filipe Soares, militante da concelhia maiata, se fará representar no Congresso enquanto secretário da Mesa do Congresso, cargo para que foi eleito em 2007.

O Presidente da Concelhia da Juventude convidado a estar presente como orador num debate entre as juventudes partidárias da Maia, no auditório da Escola Secundária de Águas Santas, na passada terça feira, dia 12 de Maio. O debate teve como publico alvo alunos da Escola SecuSantas, freguesia da Maia, e era subordinado ao tema “O afastamento dos jovens da política”. As forças políticas presentes começaram por falar aos alunos sobre o que cada uma defendia passando depois a um debate sobre os valores de cada umaestratégias políticas e métodos utilizados para atrair os jovens para a actividade política, numa saudável troca de ideias com o público presente.No final, o resultado do debate foi bastante positivo para os alunos presentes perceberem algumas diferenças ideológicas entre as forças representadas tendo o debate decorrido de forma pacífica e amigável entre os representantes das juventudes.

Delegados eleitos Debate na Maia

Editorial longo caminho de luta por um futuro em liberdade. Mas se das vidas de cada um faz parte uma quantidade desconhecida e imprevisível de mudança, não menos verdade será o facto de a evolução ter também um lugar de grande destaque. Também a capacidade de a empreender acompanha os audazes, os fortes e os mais capazes. Aqueles que saibam vislumbrar o momento, tomam a decisão e, corajosamente, agarram as rédeas da convicção na busca de novos mundos de soluções, travando batalhas contra mitos e preconceitos, empunhando a espada da liberdade. Aqueles que, por força da sua acção, saibam dar passos em frente, ainda que

todos lhe estendam os pés para o derrubar. Aqueles que não tenham medo de navegar por mares pouco navegados, fugindo à tentação da terra que, embora parecendo firme,e insegura.É desta gente que a Juventude Popular precisa. Porque é desta gente que nos últimas tempos a Juventude Popular tem sido feita. Porque é a nossa imagem de marca.Num momento de mudança, em que a desejável evolução deve acontecer sem medos ou tibiezas em mais um passo corajoso em frente, Juventude Popular crescer nas suas mais puras ideias de direita, numa incessante busca de grandes ideais para Portugal.

primeiro plano

O Presidente da Concelhia da Juventude Popular da Maia foi convidado a estar presente como orador num debate entre as juventudes partidárias da Maia, no auditório da Escola Secundária de Águas Santas, na passada terça feira, dia 12 de Maio. O debate teve como publico alvo

alunos da Escola Secundária de Águas Santas, freguesia da Maia, e era subordinado ao tema “O afastamento dos jovens da política”. As forças políticas presentes começaram por falar aos alunos sobre o que cada uma defendia passando depois a um debate sobre os valores de cada uma, as estratégias políticas e métodos utilizados para atrair os jovens para a actividade política, numa saudável troca de ideias com o público presente. No final, o resultado do debate foi bastante positivo para os alunos presentes perceberem algumas diferenças ideológicas entre as forças representadas tendo o debate decorrido de forma pacífica e amigável entre os representantes das juventudes.

Nos dias 14,15 e 16 de Maio, o pelouro da Juventude da Câmara Municipal da Maia produziu a IV Feira das Oportunidades. O evento tem como objectivo dar a conhecer aos jovens da Maia as oportunidades de emprego, de estudo, de lazer, e participação cívica que existem na Maia e nos concelhos vizinhos. Entre outras, estiveram presentes Universidades como a Lusíada e a do Minho, a faculdade “da casa”, o ISMAI, instituições tão diversas desde a ANJE ao MaiaStars.Outro destaque da Feira foi a presença das forças de da Maia, nas quais se incluiu, com grande destaque, a JP. A Juventude Popular da Maia dedicou o seu tempo para promover alguns dos temas que nos são muito queridos, e pelos quais fizemos campanha recentemente, como a Educação, com deso papel do Chequecontra a Violência Doméstica, o 25 de Novembro. Para esta Feira dedicamos algum tempo a promoção do empreendedorismo como uma nova mensagem da JP no concelho da Maia.

Debate na Maia Feira das Oportunidades

Tiago Loureiro

todos lhe estendam os pés para o derrubar. Aqueles que não tenham medo de navegar por mares pouco navegados, fugindo à tentação da terra que, embora parecendo firme, é trémula e insegura. É desta gente que a Juventude Popular precisa. Porque é desta gente que nos últimas tempos a Juventude Popular tem sido feita. Porque é a nossa imagem de marca. Num momento de mudança, em que a desejável evolução deve acontecer sem

edos ou tibiezas em mais um passo corajoso em frente, é hora de deixar a Juventude Popular crescer nas suas mais puras ideias de direita, numa incessante busca de grandes ideais para Portugal.

s dias 14,15 e 16 de Maio, o pelouro da Juventude da Câmara Municipal da Maia produziu a IV Feira das Oportunidades. O evento tem como objectivo dar a conhecer aos jovens da Maia as oportunidades de emprego, de estudo, de lazer, e participação cívica

xistem na Maia e nos concelhos vizinhos. Entre outras, estiveram presentes Universidades como a Lusíada e a do Minho, a faculdade “da casa”, o ISMAI, instituições tão diversas desde a ANJE ao MaiaStars. Outro destaque da Feira foi a presença das forças de juventude do Concelho da Maia, nas quais se incluiu, com grande destaque, a JP. A Juventude Popular da Maia dedicou o seu tempo para promover alguns dos temas que nos são muito queridos, e pelos quais fizemos campanha recentemente, como a Educação, com destaque para o papel do Cheque-Ensino, a luta contra a Violência Doméstica, o 25 de Novembro. Para esta Feira dedicamos algum tempo a promoção do empreendedorismo como uma nova mensagem da JP no concelho da Maia.

Feira das Oportunidades

Tiago Loureiro Editor d’O Jovem

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” “Levarei sempre a JP no coração

Estes dois anos à frente da Juventude Popular valeram a pena? Valeram muito a pena. Diria que são um complemento, melhor, o culminar de um percurso de partilha de aprendizagem. Consegui implementar muitos projectos que considero úteis para Portugal, consegui chamar à JP os melhores actores da sociedade civil para que com eles pudéssemos apreender. No plano pessoal recebi testemunhos, partilhei entregas e vivências que nunca mais esquecerei. Na hora de te despedires da presidência, quais as mudanças mais significativas que deixas na JP? Não vejo a perspectiva de mudança, vejo mais o lado da adição. Creio que a minha presidência adicionou uma forma e um estilo de estar na política que me são próprios. Não é melhor nem pior que quais quer outros, é diferente. Quais as tuas expectativas para o futuro da JP? Tenho a esperança que no futuro a JP continue unida no supremo interesse, valor e motivação que temos que é Portugal. Espero que continue fiel ao seu património ideológico e que continuemos a poder afirmar que somos a única organização política portuguesa que sempre afirmou com orgulho que é de direita. Espero que continue a ser uma organização política cuja actuação se paute pela irreverência e responsabilidade, que dê bons governantes ao país que e mantenha a sua autonomia relativamente ao nosso partido. Espero que continue a sua expansão, em número de militantes e em número de concelhias. Por último que tenhamos um concelhia no distrito de Beja.

Agora que nos despedimos do “Pedro Moutinho presidente”, o que podemos esperar de ti num futuro próximo? Eu continuarei a ser aquilo que acho que sempre fui, um militante da JP, um militante de Portugal. Levarei com certeza a JP sempre no coração e onde quer que esteja no futuro, o que quer que seja no futuro, estarei sempre ao lado da JP. Estarei sempre consciente da sua imprescindibilidade para o futuro do nosso partido. Poderão contar sempre comigo, em qualquer circunstância. O próximo presidente da JP não terá um começo fácil com 3 eleições em pouco tempo. Que conselho lhe deixarias tendo em conta tão peculiar cenário? É fundamental que a JP esteja absolutamente unida e com força para enfrentar estas três eleições. Isso conquista-se com humildade, coragem e fazendo sentir aos milhares de militantes da JP que o

nosso projecto é um projecto de todos. Que todos contam e que todos devem estar empenhados nestes combates. Perante tamanha exigência eleitoral, o que deve o partido e o país esperar da JP? O partido deverá esperar da JP lealdade e bons dirigentes para que o partido os proponha como governantes. Deverá esperar igualmente mobilização máxima. Tendo em conta que as eleições europeias estão já aí à porta, e a aposta do CDS às Europeias foi aparentemente forte, que perspectivas tens? Acredito que o CDS está a demonstrar que as eleições europeias têm importância máxima para o país ao apresentar-se com aqueles que são os seus melhores dirigentes.

Há a consciência absolutamente correcta de que a política europeia tem um cada vez maior impacto na realidade nacional, por isso os melhores defenderão melhor Portugal na Europa. Acredito ainda que o bom resultado que iremos ter será um factor de motivação enormíssimo para as eleições legislativas. Que mensagem gostarias de deixar aos leitores d’O Jovem? Gostaria de deixar-lhes uma mensagem de esperança na sua geração para revolucionar Portugal. Gostaria de dizer-lhes também que por vezes o caminho certo poderá ser o mais doloroso mas que a vitória e a glória se conquistam com humidade, sensatez e tenacidade. Se em algum momento se sentirem assustados, não tenham medo, tenham coragem e acreditem em Portugal. Tudo por Portugal.

entrevista

Espero que a JP continue fiel ao seu património ideológico e que continuemos a poder afirmar que

somos a única organização política portuguesa que sempre afirmou com orgulho que é de direita.

pedro mout inho

Ao fim de dois anos de mandato como presidente, Pedro Moutinho fez o balanço, deixou conselhos e elogios, e reafirmou a sua profunda dedicação à Juventude Popular.

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Portugueses na Europa Para quem nasceu em Portugal em meados de 80, a Europa é uma realidade que nos foi entrando, todos os dias, pela porta e pelas janelas, à medida que crescíamos, invadindo a nossa vida, determinando os nossos comportamentos e moldando a nossa forma de encarar o projecto de construção europeia. Nós crescemos com a Europa e ao mesmo tempo que a União Europeia. Acompanhámos os vários alargamentos e fomos vendo as fronteiras da Europa estenderem-se, à medida que nós próprios crescíamos. Começámos por aprender que a Europa tinha 12 Estados-membros e 12 estrelas na sua bandeira azul, mas cedo vimos a Europa crescer para 15, depois para 25 e agora para 27 Estados. Ainda somos do tempo dos escudos, mas a nossa vida de adultos independentes é em euros. Os nossos primeiros ordenados foram pagos em euros, assim como foi em euros que comprámos o primeiro carro ou a primeira casa. Para nós, os “meninos” da década de 80, embora a “Europa” esteja em Bruxelas, o “longe” é hoje muito mais perto! Nós crescemos sem fronteiras, a viajar em perfeita liberdade dentro do Espaço Europeu, e somos, de facto, a “geração Erasmus”, que sabe que embora nascendo em Portugal pode circular livremente pela Europa, para passear, para estudar ou para trabalhar. Mas tudo isto é apenas uma pequena face da moeda. Porque embora as distâncias sejam hoje incrivelmente mais pequenas, a linguagem “eurocrática” e a incompreensibilidade das regras que nos regem são factor determinante para afastar os cidadãos da Europa. E é fundamental aproximá-los porque a Europa não é dos Estados e muito menos dos Governos! A Europa é dos e para os seus cidadãos! E é exactamente por isso que qualquer discussão sobre Europa, por mais que o Professor Vital Moreira nos queira convencer do contrário, é, antes de qualquer outra coisa, uma discussão sobre Portugal. Portugal na Europa.

Por mais que se possa achar estimulante a discussão teórica dos temas puramente europeus como seja a reforma institucional, a discussão da Europa é a discussão de tudo aquilo que influencia a vida dos cidadãos europeus. É por isso que discutir Europa é, aisegurança, falar de imigração, falar de política agrícola e de pescas, falar de educação, falar de apoio social, falar de economia. É por isso que nestas eleições Europeias, por mais que ao PS não convenha lembrar que exispapel e nosso dever mostrar que falar de Europa é falar de Portugal na Europa. De como o nosso sistema fiscal é avesso à criação de riqueza e penaliza as famílias; de como as nossas leis laborais prejudicam o investimento;

convidada de honra

“ Qualquer discussão sobre Europa, por mais que o Professor Vital Moreira nos queira convencer do contrário, é, antes de qualquer outra coisa, uma discussão sobre Portugal. Portugal que ao PS não convenha lembrar que existe Portugal, é nosso papel e nosso dever mostrar que falar de Europa é falar de Portugal na Europa.

Portugueses na Europa

Por mais que se possa achar estimulante a discussão teórica dos temas puramente europeus como seja a reforma institucional, a discussão da Europa é a discussão de tudo aquilo que influencia a vida dos cidadãos europeus. É por isso que discutir Europa é, ainda, falar de impostos, falar de segurança, falar de imigração, falar de política agrícola e de pescas, falar de educação, falar de apoio social, falar de economia. É por isso que nestas eleições Europeias, por mais que ao PS não convenha lembrar que existe Portugal, é nosso papel e nosso dever mostrar que falar de Europa é falar de Portugal na Europa. De como o nosso sistema fiscal é avesso à criação de riqueza e penaliza as famílias; de como as nossas leis laborais prejudicam o investimento;

de como a noé perfeitamente irrealista; de como o estado da educação põe em causa o futuro dos nossos jovens num mercado de trabalho cada vez mais competitivo e global; de como a omnipresença do Estado e o seu peso excessivo comprometem o desPortugal e nos impedem de competir com os restantes Estados europeus; de como o funcionamento da nossa justiça não dá garantias a ninguém de se obter uma decisão justa em útil; de como Portugal não cresce e se deixa ultrapassar, sistematicacontinuando tristemente na “cauda” da Europa!É por isso que embora todos sejamos, de facto, europeus, somos antes de mais Portugueses na Europa!

convidada de honra

BEATRIZ SOARES CARNEIRO

“ Qualquer discussão sobre Europa, por mais que o Professor Vital Moreira nos queira convencer do contrário, é, antes de qualquer outra coisa, uma discussão sobre Portugal. Portugal que ao PS não convenha lembrar que existe Portugal, é nosso papel e nosso dever mostrar que falar de Europa é falar de Portugal na Europa.

Vice-Presidente da Juventude PopularCandidata pelo CDS-PP ao Parlamento Europeu

de como a nossa política de imigração é perfeitamente irrealista; de como o estado da educação põe em causa o futuro dos nossos jovens num mercado de trabalho cada vez mais competitivo e global; de como a omnipresença do Estado e o seu peso excessivo comprometem o desenvolvimento de Portugal e nos impedem de competir com os restantes Estados europeus; de como o funcionamento da nossa justiça não dá garantias a ninguém de se obter uma decisão justa em útil; de como Portugal não cresce e se deixa ultrapassar, sistematicamente, continuando tristemente na “cauda” da Europa! É por isso que embora todos sejamos, de facto, europeus, somos antes de mais Portugueses na Europa!

BEATRIZ SOARES CARNEIRO

Qualquer discussão sobre Europa, por mais que o Professor Vital Moreira nos queira convencer do contrário, é, antes de qualquer outra coisa, uma discussão sobre Portugal. Portugal na Europa. Por mais que ao PS não convenha lembrar que existe Portugal, é nosso papel e nosso dever mostrar que falar de Europa é falar de Portugal na Europa.

Presidente da Juventude Popular PP ao Parlamento Europeu

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Um manifesto pela Liberdade

Liberdade. Uma palavra que é hoje tão utilizada e cujo desígnio tarda a ser cumprido. Vivemos hoje uma realidade que nos transite tudo menos confiança no futuro, e sendo nós, jovens, parte fundamental da sustentação desse futuro, somos cada vez mais o sector da sociedade que sairá obviamente mais afectado por esta infeliz conjuntura. A esquerda, paternalista como sempre, acha-se no direito de assumir a palavra liberdade como sua, assumindo a proa de uma demagogia paladina, alicerçada em falsas promessas e manobras de diversão que são cada vez mais frequentes. Portugal assiste, impávido e sereno, como alguém que já espera uma morte lenta e dolorosa. Os efeitos dessa estratégia implantada com sucesso em Portugal, são hoje mais do que nunca visíveis. A confiança dos jovens no futuro é tão remota que muitos já abdicaram do protesto e da acção. A Juventude Popular, puxando os

galões à sua história, deverá hoje assumir o compromisso de liderar a batalha pela liberdade, e a melhor maneira de o fazer é questionar a opinião pública sobre o conceito actual de liberdade que faz parte do senso comum de um jovem da nossa geração. Liberdade para escolher cons-cientemente e de acordo com o projecto de vida de cada um, os caminhos a seguir e as metas a atingir. Hoje assistimos a um Estado que absorve a genuinidade dessa liberdade individual, que de acordo com os seus próprios parâmetros gerais e platónicos de liberdade, vai gerindo e dirigindo a vida de cada um, conforme os seus próprios parâmetros e ideal de liberdade.

Creio, firmemente, que é da Juventude Popular a árdua tarefa de desmascarar o Socialismo e o Capitalismo de Estado, tarefa essa que poderá não ser tão árdua como parece se o esforço passar a ser canalizado para a desmistificação do conceito do que é

ser verdadeiramente um cidadão livre. Livre, para poder escolher o estabelecimento de ensino que de acordo com os seus próprios padrões se adequa ao seu projecto profissional e pessoal, sem que o Estado o impeça de o fazer. Livre, para poder escolher os alimentos e a forma como são confeccionados, sem que exista uma entidade paternal que o impeça de o fazer. Livre, para poder criar riqueza sem que o Estado o considere um abutre dos “mais fracos” por ter tido a iniciativa, a coragem e a dedicação para que um dia possa deixar aos seus filhos mais do que recebeu dos seus pais. A nossa geração só precisa do alerta. De um alerta que os mobilize e consciencialize da enorme factura que terão de pagar ao longo das suas vidas se as medidas não forem tomadas no imediato. Hoje, sinto-me orgulhoso de pertencer a uma geração que não vira as suas costas a Portugal e à geração a que pertencem. É isso o que me move e o que certamente moverá grande parte daqueles que caminham do nosso lado, dia-a-dia, com a plena consciência do dever inerente a cada jovem que sabe concretamente o que é ser livre e que distingue facilmente o que é liberdade efectiva de liberdade camuflada. É este o apelo que lanço à Juventude Popular no seu XVII Congresso Nacional… Tenhamos a coragem de querer ir mais longe e soltar as amarras que actualmente nos tentam prender. A individualidade assusta o socialismo, porque ele é por natureza contra tudo o que poderá ser consolidado e construído através de uma base de mérito e assim destacado de um rebanho fácil de controlar. Podem contar comigo para essa batalha. Nunca virei costas à palavra “impossível”, e não será certamente hoje que o irei fazer.

opinião

Eric rodrigues Presidente da Juventude Popular da Maia

«The greatest advances of civilization, whether in

architecture or painting, in science and literature, in

industry or agriculture, have never come from

centralized government.»

Milton Friedman

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Reafirmar ambições e crescer

A Juventude Popular parte para este XVI Congresso Nacional com altas expectativas. O surpreendente afastamento do Pedro Moutinho abre portas para uma nova liderança, uma nova cara. A fasquia está alta e perigosamente responsável. O Pedro ao longo dos últimos dois anos desenvolveu um trabalho a todos os níveis eficaz e competente. Ambicioso, penso ser o que melhor o define. A ambição do Pedro colocou a JP a um nível mais alto, a conquistar novas estruturas concelhias, a possibilitar o renascimento de distritais esquecidas, a semear nas bases para preparar militantes mais responsáveis e empenhados em honrar e dignificar a camisola JP. O Pedro teve a audácia e visão de colocar a JP no terreno, de acabar com uma JP de escritório, amorfa e esquecida. Com o Pedro a JP deixou cair a sua imagem elitista e inacessível para chegar aos jovens que “não gostam de política” e aos jovens que “acham os políticos corruptos” e venceu. Fruto de uma política dinâmica e responsável os jovens aderiram, esqueceram a “seca” que é a política, começaram a “gostar de política”, começaram a “fazer política”. A renovação começou (finalmente) na Covilhã… Apesar de termos hoje uma JP mais aguerrida e desejosa de reconhecimento, há obviamente ainda muitas metas para definir e alcançar. E isso é responsabilidade da nova liderança. A nova CPN da JP tem de sair de Guimarães com uma boa base de apoio, com uma JP unida e coesa e com vontade de reafirmar a ambição do Pedro. As concelhias devem ser munidas de altas doses de motivação e sentir sempre o apoio e disponibilidade dos órgãos superiores. As concelhias têm de olhar para as distritais e para a CPN como exemplos a seguir no verdadeiro espírito JP. O esforço dos últimos anos no reforço e implantação de raiz de estruturas concelhias não deve ser ignorado. Deve ser reafirmado. A JP não pode em caso algum descurar as concelhias e assim incorrer no mesmo erro que o CDS

comete há anos. A invisibilidade e inoperância das bases é como vemos a morte da estrutura macro. Compreenda-se as concelhias como o órgão mais próximo do nosso público-alvo e como aquelas que têm de recrutar jovens dos 16 aos 20 anos que é visivelmente a faixa etária mais fraca da JP – é o público mais difícil, mas é o necessário para uma nova geração de poder. As Comissões Políticas Distritais podem e devem ajudar neste trabalho. As CPD’s são neste momento os órgãos mais mal aproveitados na gestão da JP. Como chefias intermédias, as CPD’s devem ter o poder e a vontade para unir as suas concelhias em torno de projectos capazes e atraentes para os jovens. Devem passar a mensagem e as directrizes da CPN, devem incentivar à mobilização e à acção conjunta para que mostremos uma enorme força em momentos decisivos. Esses momentos serão aqueles delineados pela nova CPN como essenciais para a afirmação da JP. Um ano com três processos eleitorais é motivo mais do

que válido para estarmos todos na rua a passar a nossa mensagem. É exigido à próxima CPN um trabalho irrepreensível na preparação destes combates, no apoio ao CDS, nos resultados. Não há margem para erros, não há desculpas para estar parado. A JP tem de aproveitar esta oportunidade ao máximo, a próxima CPN tem de ser a mais dinâmica e audaz de sempre. Estou convicto que a JP sairá de Guimarães mais unida e mais esperançosa. Com orgulho na sua história, nas suas conquistas e na sua importância para os jovens de Portugal. Um retrocesso na evolução conseguida nestes últimos dois anos seria catastrófico. Abandonar o que foi ambicionado seria um risco enorme para a nossa sobrevivência. Teremos a consciência para continuar a fazer mais e melhor. Teremos a consciência que a JP é maior que todos nós e que vale muito mais que todos nós. A palavra de ordem é crescer. Crescer ainda mais!

opinião

Manuel Oliveira Militante da Juventude Popular da Maia ainda mais!

Estou convicto que a JP sairá de Guimarães mais unida e mais esperançosa. Com orgulho na sua história, nas suas conquistas e na sua importância para os jovens de Portugal. Um retrocesso na evolução conseguida nestes últimos dois anos seria catastrófico.

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A legitimidade da actual democracia

Em ano de uma intensa chamada às urnas dos eleitores portugueses, mais do que considerar o inimigo político como um ser que veste outra cor, mais importante resume-se ao combate à abstenção. Isto sob pena de pôr em causa a legitimidade de uma já débil democracia. Existem filosofias diversificadas para explicar as tendências aquando da chamada às urnas da nossa sociedade actual. O que é certo é que existem inúmeras razões que merecem responsabilização por parte dos políticos. Em primeiro lugar, claramente existe um desinteresse pela política. No seio da sociedade sente-se um

sentimento de decepção e descontentamento relativamente ao meio político. Cada vez mais, denotase uma população com poucos conhecimentos acerca do sistema político sendo que esta tendeentender o que está em jogo aquando dos actos eleitorais. Outro pensamento perfeitamente legítimo para a ausência da vida política da sociedade confinainsatisfação perante os candidatos a cargos políticos. De facto, a oferta política temdemasiadamente estreita e inconveniente. desvios políticos na ideologia dos

“ Os desvios políticos na ideologia dos partidos

contribuem inevitavelmente para a fuga das pessoas às urnas. Isto é, a indefinição actual dos limites entre o

que é a esquerda e a direita causada pelas políticas dos sucessivos governos resultaram num desgaste e

desinteresse da população. Não se julgue possível atrair militantes quando a ideologia que diferenciava

os partidos se estreita cada vez mais.

A legitimidade da actual democracia

sentimento de decepção e descontentamento relativamente ao meio político. Cada vez mais, denota-se uma população com poucos conhecimentos acerca do sistema político sendo que esta tende a não entender o que está em jogo aquando dos actos eleitorais. Outro pensamento perfeitamente legítimo para a ausência da vida política da sociedade confina-se na insatisfação perante os candidatos a cargos políticos. De facto, a oferta política tem-se verificado como demasiadamente estreita e inconveniente. Paralelamente, os desvios políticos na ideologia dos

partidos contribuem inevitavelmente para a fuga das pessoas às urnas. Isto é, a indefinição actual dos limites entre o que é a esquerda e a direitcausada pelas políticas dos sucessivos governos resultaram num desgaste e desinteresse da população. Aumentando o foco da análise, a abstenção representa um sinal de decepção perante a política em geral. Só com uma alteração no modo de fazer política éreaproximar a população da política. Não se queira é criar uma empatia e tentativa de aproximação quando a sociedade tem uma impressão negativa generalizada provocada por inúmeros escândalos e gestão danosa dos órgãos de gestão pública. Não pretenda aproximar os jovens da política quando estes sentem que cada vez menos têm margem para dar voz àquilo que pretendem para o País. Não se julgue possível atrair militantes quando a ideologia que diferenciava os partidos se estreita cada vez mais.As pessoas precisam que os discursos políticos para voltar a estreitar sentido, a ideia de democracia electrónica apresenta um carácter aliciante. De facto esta filosofia consegue compensar a falta de capacidade dos discursos políticos pela atracção da tecnologia. E apesar de se poder argumentar qudiversificar dasnão chegacapacidade cognitiva de cada um, não menos verdade será que apenas com este salto se poderá disfarçar a actual quase ilegitimidade dos políticos eleitos face à abstenção verificadaprecisamente porque os discursos utópicos dos humanos terão sido substituídos pela informação (mais perceptível e cativante) disponibilizada pela tecnologia.

opinião

Vogal da Juventude Popular da

Os desvios políticos na ideologia dos partidos contribuem inevitavelmente para a fuga das pessoas

às urnas. Isto é, a indefinição actual dos limites entre o que é a esquerda e a direita causada pelas políticas

resultaram num desgaste e desinteresse da população. Não se julgue possível

atrair militantes quando a ideologia que diferenciava os partidos se estreita cada vez mais.

partidos contribuem inevitavelmente para a fuga das pessoas às urnas. Isto é, a indefinição actual dos limites entre o que é a esquerda e a direita causada pelas políticas dos sucessivos governos resultaram num desgaste e desinteresse da população. Aumentando o foco da análise, a abstenção representa um sinal de decepção perante a política em geral. Só com uma alteração no modo de fazer política é que se poderá reaproximar a população da política. Não se queira é criar uma empatia e tentativa de aproximação quando a sociedade tem uma impressão negativa generalizada provocada por inúmeros escândalos e gestão danosa dos órgãos de gestão pública. Não se pretenda aproximar os jovens da política quando estes sentem que cada vez menos têm margem para dar voz àquilo que pretendem para o País. Não se julgue possível atrair militantes quando a ideologia que diferenciava os partidos se estreita cada vez mais. As pessoas precisam de algo mais do que os discursos políticos para voltar a estreitar laços com a política. Nesse sentido, a ideia de democracia electrónica apresenta um carácter aliciante. De facto esta filosofia consegue compensar a falta de capacidade dos discursos políticos pela atracção da tecnologia. E apesar de se poder argumentar que o simples diversificar das formas de informação não chega para aumentar a capacidade cognitiva de cada um, não menos verdade será que apenas com este salto se poderá disfarçar a actual quase ilegitimidade dos políticos eleitos face à abstenção verificada, precisamente porque os discursos utópicos dos humanos terão sido substituídos pela informação (mais perceptível e cativante) disponibilizada pela tecnologia.

Carlos pinto Vogal da Juventude Popular da Maia

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Turquia e a indefinição europeia

Desde 1963 que a Turquia sonha com a entrada na União Europeia. Exactamente 46 anos depois, essa entrada nunca se concretizou e nunca passou de discussão sem fundo nos Estados-membros e nas instituições da União. A pergunta que faço é: no dia em que eles cumprirem os critérios de Copenhaga, o que faremos? Esta é a discussão que todas as vezes que se fala de Europa surge e é aquela discussão que nunca teve um fim. Quarenta e seis anos depois, ainda se discute. Os Estados membros têm de decidir, ou corta-se as pernas já à Turquia ou então diz-se muito abertamente que quando cumprirem os critérios, cá estaremos para vos receber. É natural que existem muitos pontos contra a entrada a U.E., mas muitos deles morrem a partida. Ouço muitas vezes que a religião é um entrave, pois não provém da civilização judaico-cristã como nós. A ser assim, temos de barrar a entrada à Albânia que se prepara para se candidatar com a bênção do Conselho e da Comissão. São maioritariamente muçulmanos. Neste campo da religião, nem sequer me vou dignar a responder à questão muito em voga e muito mal fundada de que são todos terroristas. Existe o contra de passarem a ser o segundo maior país da EU, atrás da Alemanha, mas muito provavelmente o maior em poucos anos. Nesse caso, a Polónia (embora com menos população), também entrou directamente para o topo em número de votos no parlamento e representatividade e não foi por isso que não entrou na UE (e bem sabemos as dores de cabeça que costumam dar à Polónia em termos de negociação).

A meu ver, estes são os principais argumentos ao não à Turquia.Por outro lado, a população europeia está cada vez mais velha. A Europa precisa urgentemente de juventude. A Turquia tem muita para oferecer à UE. AléUnião, o problema da imigração de lá cai muito mais depressa. Claro que, da mesma maneira que tínhamos e temos noutros pontos, há que defender as fronteiras aos vizinhos da Turquia, um trabalho que já foi feito muitas vez,principalmente em contexto de Guerra Fria e mais tarde, com a onda de emigração de leste.A Turquia como membro da UE trará, com certeza, um dinamismo maior que a meu ver, só beneficiará a União.Esta situação de indefinição em que se

“ A Turquia como membro da UE trará, com certeza, um dinamismo maior que a meu ver, só beneficiará a União. Esta situação de indefinição em relação à Turquia, a continuar, só trará maus resultados à UE. Ao fim de quase cinquenta anos de indefinição, não podemos dizer que não.

Turquia e a indefinição europeia

A meu ver, estes são os principais argumentos ao não à Turquia. Por outro lado, a população europeia está cada vez mais velha. A Europa precisa urgentemente de juventude. A Turquia tem muita para oferecer à UE. Além disso, com os turcos membros da União, o problema da imigração de lá cai muito mais depressa. Claro que, da mesma maneira que tínhamos e temos noutros pontos, há que defender as fronteiras aos vizinhos da Turquia, um trabalho que já foi feito muitas vez, principalmente em contexto de Guerra Fria e mais tarde, com a onda de emigração de leste. A Turquia como membro da UE trará, com certeza, um dinamismo maior que a meu ver, só beneficiará a União. Esta situação de indefinição em que se

vive em relação à só trará maus resultados à UE. Reparemos que, a nível geoestratégico e a nível geopolítico, a Turquia é um bem precioso, tanto para a UE como também para a NATO, onde todos os países da UE se encontram. Claro que, uma amizade de tantoOcidente e uma das mais preciosas fontes de informação no mundo árabe tem de ser preservada sob pena de perdermos essa mesma amizade e essa mesma informação, tão preciosa para a nossa defesa.A estratégia deve passar por manter a Turquia compossível. Ao fim de quase cinquenta anos de indefinição, não podemos dizer que não.

opinião

Vice-Presidente da Juventude Popular da Maia

A Turquia como membro da UE trará, com certeza, um dinamismo maior que a meu ver, só beneficiará a União. Esta situação de indefinição em relação à Turquia, a continuar, só trará maus resultados à UE. Ao fim de quase cinquenta anos de indefinição, não podemos dizer que não.

vive em relação à Turquia, a continuar, só trará maus resultados à UE. Reparemos que, a nível geoestratégico e a nível geopolítico, a Turquia é um bem precioso, tanto para a UE como também para a NATO, onde todos os países da UE se encontram. Claro que, uma amizade de tanto tempo entre o Ocidente e uma das mais preciosas fontes de informação no mundo árabe tem de ser preservada sob pena de perdermos essa mesma amizade e essa mesma informação, tão preciosa para a nossa defesa. A estratégia deve passar por manter a Turquia como aliada e o mais próxima possível. Ao fim de quase cinquenta anos de indefinição, não podemos dizer que não.

Nuno Silva Presidente da Juventude Popular da Maia

A Turquia como membro da UE trará, com certeza, um dinamismo maior que a meu ver, só beneficiará a União. Esta situação de indefinição em que se vive em relação à Turquia, a continuar, só trará maus resultados à UE. Ao fim de quase cinquenta anos de indefinição,

mai o 2009 | o jovem | 8