#12 chegaremos até o fim?

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DEZEMBRO DE 2011 – ANO 1 – N O 12 PREçO: R$ 11,90 CHEGAREMOS ATé O FIM? CARREIRA RETROSPECTIVA INFOGRÁFICO SETH GODIN Profecias apocalípticas, crise econômica de proporção mundial e muitas especulações em várias áreas. Está na hora de você saber o que nos espera para o próximo ano. Até que ponto a beleza pode influenciar no trabalho Os principais acontecimentos que marcaram o ano As estratégias de Mintzberg em The Walking Dead A referência do marketing atual estreia coluna na Administradores

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Profecias apocalípticas, crise econômica de proporção mundial e muitas especulações em várias áreas. Está na hora de você saber o que nos espera para o próximo ano.

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chegaremos até o fim?

Carreira reTroSPeCTiVa infoGrÁfiCo

SeTH Godin

Profecias apocalípticas, crise econômica de proporção mundial e muitas especulações em várias áreas. está na hora de você

saber o que nos espera para o próximo ano.

até que ponto a beleza pode influenciar no trabalho

os principais acontecimentos que marcaram o ano

as estratégias de mintzberg em the Walking Dead

A referência do marketing atual estreia coluna na

Administradores

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3administradores.com.brDezembro 2011

eDItorIaL

Dezembro, naturalmente, é um mês especial para a maioria das pessoas. É o momento em que muitos reencontram parentes que não viam há algum tempo, a melhor data para pensar nas férias, período de dar e receber presentes, de fazer aquele planejamento para o próximo ano, enfim... pergunte a você mesmo: “quais são os meses que mais gosto do ano?”. Arrisco afirmar que dezembro estará presente na escolha da maioria. No meu caso, esse mês se torna ainda mais especial por completarmos, exato, um ano de revista Administradores.

É difícil imaginar que em plena era digi-tal, alguém poderia começar algo impresso. Mas nós apostamos, nos empenhamos e, assim como você que está lendo essas linhas, acredi-tamos que ia dar certo. Claro que não foi uma trajetória fácil. Vivemos um ano de muitas des-cobertas, tentando a cada edição nos superar, mas sim! Chegamos ao fim do ano com a certe-za do dever cumprido.

Buscamos fazer uma publicação que se afas-te da rigidez tradicional de outras em circula-ção. Por isso, posso afirmar: a Administradores não é simplesmente uma revista de negócios, ou de carreira, nem é um periódico acadêmi-co ou algum manual para o administrador se-guir. Somos uma revista “fora do quadrado”. E fazemos esse trabalho com duas peculiari-dades específicas: contribuir continuamen-te com o avanço da Administração em nos-so país e fornecer novas visões para você ampliar o seu conhecimento.

Certamente este fim de ano será o começo de mais trabalho e de novos desafios. Pode es-perar, estamos preparando muitas surpresas, novidades e seções para a versão 2012. Falando do próximo ano, iremos adotar a linha do mer-cado editorial de outros países e, por isso, da-remos uma pequena parada no mês de janeiro, mas voltando com tudo em fevereiro.

Aproveito para agradecer pelo apoio mani-festado e enviado pelas mais diferentes formas no decorrer desse ano. O seu interesse é a nossa motivação. E para não fugir do mais simples e esperado, Feliz Natal e Próspero Ano Novo.

Fábio Bandeira de MelloEditor@fabiobandeira_

o fim é o começo

14cArreirA

- A real influência da beleza no trabalho- Os dilemas dos profissionais de alto potencial

19estrAtégiA

Os conselhos de Ram Charan para uma gestão eficaz

36MArKetiNg Segredos de marketing para gerar tráfego na web

38Artigo- A recessão eterna (e a revolução futura) Por Seth Godin- Novas estratégias para novos comportamentos Por Sueli Brusco- A caspa e o poder da amostra grátis Por Leandro Vieira

12AcAdêMico

As consequências da competitividade dentro da sala de aula

20NegÓcios

Mercado de aplicativos consolida tendência e abre oportunidade para startups

22retrosPectiVA

Os principais acontecimentos que marcaram o ano

26iNFogrÁFico

The Walking Dead e os 5 Ps para a estratégia de Mintzberg

41AdMiNistrAdores NA HistÓriAMary Parker Follet: a profetisa da Administração

43AdMiNistrAdor do FUtUroO jovem Jonathan Gottfridsson e seus passos largos na profissão

50PoNto FiNAlStephen Kanitz explica a Nova Teoria Administrativa

42PAPo coM YodAAs dúvidas dos leitores tiradas pelo mestre jedi

44ForA do QUAdrAdo

46eNtreteNiMeNto- Curiosidades e humor- Ações para um mundo melhor- Leitura: Os 8 Ps do marketing digital - Cinema: Pronto para recomeçar

18 Pei, BUF!

Como divulgar seu negócio no Facebook

28cAPA

As projeções, perspectivas e profecias para 2012

06AMBieNte exterNo

07oNliNe

35QUiZVocê reage bem diante das promoções e liquidações?

05AgeNdA

08eNtreVistA

Gerald Zaltman desvenda detalhes da mente do consumidor

Page 4: #12 Chegaremos até o fim?

4 administradores.com.br Dezembro 2011

@AmorimrochaDesempacotando a revista @admnews. Edição especialmente elegante e com artigos que muito interessam um jovem que está abrindo um negócio.

@paulapeixoto_al “Devorando” a revista Administradores! Muito bom encontrá-la me “esperando” em casa após um dia extenuante no trabalho! @admnews

@JorgeWanderley Toda vez que pego a revista da @admnews me empolgo ainda mais com a Administração. O difícil é conseguir não parar de estudar pra ler.

faCebook

erraTa

e-maiLS

TWiTTer

VANessA leMosRecebi minha primeira revista ontem e estou devorando! Amei. Acho que foi o meu melhor presente de aniversário.

eliZA VArgAs Cada capa melhor que a outra. Chega de coisas tradicionais, é preciso ousar como vocês estão fazendo.

siMoNe KossMANNAs ideias da matéria “Ideias Malucas” realmente são fora dos padrões que estamos acostumados a vivenciar, por isso, faz com que pensamos em revolucionar nossos pensa-mentos. Parabéns pela edição.

lorrAN soUZAVocês realmente capricharam nesta edição, a entrevista com Howard Gardner é fantástica e a matéria de capa merece um Lexotan.

MAristelA FreitAsGostei das cores, o design, muito criativo e também sugestivo. Parabéns!

geAN reZeNdeA capa de mês ficou “Maluco Beleza”.

Na edição de novembro, o livro Gratidão (p.48) é da editora Lua de Papel e Charles Chaplin (p.41) assinou contrato com os Estú-dios Keystone em setembro de 1913.

MoNogrAFiAsRecebi a revista edição 11 e está simplesmente fantástica. Quase todas as matérias têm a ver com títulos de monografias da minha turma, inclusive a minha que é sobre Gestão de Reclamação e Marketing de Relacionamento. Parabéns a todos!patrícia tavares

ideNtiFicAÇÃoParabéns pela revista, a cada edição vocês me surpreendem. Gostei da matéria do mês de outubro e que falava “Meu colega é gay. E daí?”. Sou homossexual assumido e a empresa que atualmente trabalho nunca me tratou com preconceito, pelo contrário, acolheu-me de uma forma ines-perada. Lá não importa minha vida pessoal e sim profissional. Parabéns, continuem assim.robson santos

iNVestiMeNto de 2011Como tão próximo a ser recém-formado administrador, posso confirmar sem hesitação que assinar a Administradores foi o investimento que trouxe melhor custo-benefício em todo 2011, retornado em novos e úteis conhecimentos, aprendizado de competências, atualização profissional, valorização da carreira e muitas e muitas outras coisas. Desde a Revista zero, me sinto conectado. Chega a ser até curioso... acabo de assistir o filme A grande virada, vocês falam na penúltima revista, assisto O Poderoso Chefão e duas semanas depois chega a revista em minha casa falando do filme, sem contar que sou fã de “Star Wars” e poder receber os conselhos do mais sábio Jedi de todos os tempos (Mestre Yoda), é imperdível!thiago fernandes

PreFeridAAs abordagens feitas nas matérias acabam se tornando cases de estudo. Sou estudante de gestão financeira, e vejo que administração vai além da vida profissional, ela acaba fazendo parte de tudo a sua volta inclusive da vida pessoal. Esse mês não tem uma matéria preferida. A revista inteira está show. Já li e vou ler outra vez. Essa entrou na lista das preferidas...alisson alcântara

MANde tAMBéM o seU recAdo PArA A AdMiNistrAdores AtrAVés do [email protected]

ConTaToS

o PaPeL uLtILIzaDo nessa revIsta PossuI certIfIcaDo Interna-cIonaL fsc - nossa Prova De resPonsabILIDaDe ambIentaL

PubLiSHer Leandro vieira

[email protected]

redação

ediTor fábio bandeira de mello

[email protected]

rePórTereS Deborah rosa, eber

freitas eberfreitas@administradores.

com.br, fábio bandeira de mello,

Luciana mello, mayara emmily

[email protected] e

simão mairins simao@administra-

dores.com.br

reViSão allana Dilene

CoLaboradoreS

fernando castor, Jean-Louis

barsoux, Julián villanueva galobart,

Luis ferrándiz, mestre Yoda,

Preston bottger, rosa fernández,

seth godin, silvio tanabe, stephen

Kanitz e sueli brusco.

arTe

direção João faissal joaofaissal@

administradores.com.br

deSiGn e iLuSTração thiago castor

[email protected]

ComerCiaL

direTor ComerCiaL

Diogo Lins diogo@administradores.

com.br

aTendimenTo ao LeiTor

anna valéria vita annavaleria@

administradores.com.br

imPreSSão GrÁfiCa moura ramos

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aSSinaTuraSwww.administradores.com.br/[email protected]+55 (83) 3247 8441 CorreSPondênCiaav. nossa senhora dos navegantes, 415 / 304 - tambaú - João Pessoa - ParaíbaceP 58039-110redação [email protected]

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Page 5: #12 Chegaremos até o fim?

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rio ConTenT markeTResponsável: ABPI-TVLocal: Rio de Janeiro – RJInfo: adm.to/riomarket12

ComPLianCe SoCioambienTaL e LiCenCiamenTo de emPreendimenToSResponsável: B2 GroupLocal: São Paulo – SPInfo: adm.to/sustentavel_dez

iNício:

06dez2011

iNício:

27mar2012

iNício:

29feV2012

iNício:

12dez2011

9º ConTeCSiResponsável: USPLocal: São Paulo – SPInfo: adm.to/contecsi

CurSo de formação e CerTifiCação inTerna-CionaL em CoaCHinGResponsável: IBCLocal: Brasília – DFInfo: adm.to/coaching_df

formação de ConSuLToreSResponsável: CegenteLocal: São Paulo – SPInfo: adm.to/formacao_consultores

iNício:

30mai2012

iNício:

15dez2011

iNício:

11feV2012

famiLy buSineSS 2012Responsável: HSMLocal: São Paulo – SPInfo: adm.to/business_12

ConGreSSo naCionaL Sobre GeSTão de PeSSoaSResponsável: ABRH NacionalLocal: São Paulo - SPInfo: adm.to/conarh12

CurSo de PeríCiaS judiCiaiSResponsável: CRA/SPLocal: Campinas – SPInfo: adm.to/pericia_judicial

iNício:

17abr2012

iNício:

16aGo2012

iNício:

06dez2011

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6 administradores.com.br Dezembro 2011

meC Caça inSTiTuiçõeS ruinS O Ministério da Educação pretende suspender 50 mil vagas em cursos superiores nas áreas de saúde, Administração e Ciências Contábeis que tiveram notas abaixo de 3 no Índice Geral de Cursos (IGC). De 1.828 instituições de ensino superior que foram avaliadas, 683, ou 37,3%, ficaram abaixo da média no IGC. O Ministério já anunciou medidas cautelares contra 70 dessas instituições que tiveram desempenho ruim. Foram incluídas universidades, faculdades, institutos e centros universitários que receberam pelo menos dois resultados insatisfatórios nos últimos três anos.

ex-PreSidenTe LuLa ConTra o CânCer Desde que descobriu ter câncer na laringe, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem realizando tratamento com sessões de quimioterapia e respondendo bem. O ex-sindicalista e co-fundador do Partido dos Trabalhadores, que vinha sentindo dores na garganta, teve o diagnóstico feito pelo Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, no dia 29 de outubro. Segundo os médicos, o tumor de Lula é um carcinoma médio, tem cerca de 3cm e é curável, podendo ser tratado sem cirurgia.

a roCinHa é do PoVo E chega ao fim o domínio do poder paralelo, que durou décadas, na maior favela da América Latina. A Rocinha - assim como o Vidigal e a Chácara do Céu -, na Zona Sul do Rio de Janeiro, recebeu, no último dia 13, uma megaoperação policial que reuniu três mil homens com o objetivo de acabar com o domínio dos traficantes nas comunidades. O próximo passo, após o sucesso da operação, na qual nenhum tiro foi disparado, será a implementação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) nas localidades.

VazamenTo de óLeo afeTa baCia de CamPoSDessa vez foi o Rio de Janeiro o palco de mais um grande vazamento de óleo. A empresa petrolífera Chevron será a responsabilizada pelo volume de, pelo menos, 2,4 mil barris de petróleo vazado no Campo de Frade, na Bacia de Campos. A empresa já foi multada em R$ 50 milhões pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) que, em conjunto com a Marinha, está monitorando a extensão da mancha de óleo. Parte do valor cobrado pelo Instituto será destinad2 à reestruturação dos três parques mais afetados pelo vazamento: Jurubatiba, Cista do Sul e Lagoa do Açu. Até o fechamento desta edição, a empresa não tinha sofrido novas multas.

ambIente externo | RáPIdAS

foto

rog

ério

san

tana

/gov

erno

do

rio

se você é um menino e está querendo matar um gigante, tem que

começar por baixo. se você tentar encarar de frente (o gigante),

vai apanharClayton Christensen, professor da Harvard, sobre como as empresas podem derrotar os

mais poderos concorrentes.

os cuidados de uma mulher brasileira

equivalem ao de duas americanas, dez russas

e vinte chinesasTarek Farahat, presidente da P&G no Brasil, que descreveu o país como o mercado mais vantajoso para o setor de higiene e beleza.

palavra de governador do estado Já é, por si

sÓ, uma provaAgnelo Queiroz, governador do Distrito

Federal, invocando a própria palavra para rebater indícios de corrupção.

nÃo mentem todo dia aÍ? tanto governador,

executivo… nÃo mentem todo dia? e ele vai ser cassado porque

mentiu?Manoel dias, secretário-geral do PDT, sobre o

ministro Carlos Lupi.

Page 7: #12 Chegaremos até o fim?

7administradores.com.brDezembro 2011

onLIne | www.AdMInISTRAdoRES.CoM.BR

FACEBookadm.to/facebookadm

LInkEdInadm.to/linkedinadm

TwITTER @admnews

oRkuT adm.to/orkutadm

QuaiS São SeuS PLanoS Para 2012?

FOI DESTAQUE NA WEB

INFORMAçÃO

ARTIGOS

ENQUETE #FICADICA APP

Participe dos fóruns de discussão e leia as entrevistas feitas com os executivos.

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10 erroS Que Podem deTonar o Seu neGóCio

anTeS meSmo de eLe naSCerPular o mais básico dos pré-requisitos, o plano de negócio, pode comprometer todo o esforço

para tornar um empreendimento viável. adm.to/dezerros

Quer Ser maiS ProduTiVo em 2012? enTão, PLaneje-SeChristian Barbosa lista alguns tópicos que as pessoas devem levar em conta para realizarem seus objetivos no próximo ano. adm.to/planejar_2012

o miTo do emPreendedor-Herói O professor Marcos Morita analisa a criação por livros, palestras e especialistas do ‘empreendedor-herói’, o suposto salvador da economia e gerador de novos empregos.adm.to/empreendedor_heroi

doCu-menTS To Go

LoGmein

a Cidade do fuTuro é SuSTenTÁVeL, afirma jaime

LernerEx-prefeito de Curitiba, urbanista lembra que a qualidade nos serviços de mobilidade é um dos pilares para a sustentabilidade urbana e

enfatiza que o planejamento é a grande chave.adm.to/cidade_do_futuro

o manuaL de Guy kaWaSaki Para Ser um emPreendedor

bem SuCedidoO empresário que ajudou a revolucionar o

Vale do Silício revela os dez segredos para as empresas se transformarem referências em

suas áreas.adm.to/manualdoguy

Através dele você pode ler e também editar os arquivos do pacote Office. Também permite a leitura de arquivos em PDF.

Precisa buscar um arquivo em seu desktop? Através do programa você pode acessar o seu compu-tador remotamente, pelo tablet.

Comunidade e-LídereSO que mais incomoda no mundo corporativo?adm.to/incomoda

enTreViSTaGisele Franco, diretora de desenvolvimento da consultoria Eagle’s Flight, explica como as pessoas podem desenvolver sua carreira profissional. adm.to/entrev_carreira

Rafael Vaz, ex-coordenador de mídias sociais da campanha de Marina Silva, fala sobre as perspectivas para as eleições 2012 nas redes sociais. adm.to/entrev_midiassociais

Aperfeiçoar minhaformação acadêmica

Procurar um novoemprego

30.47%

Abrir um negócio16.77%

Nada, o mundo vaiacabar mesmo

6.75%

Trabalhar menos2.86%

Page 8: #12 Chegaremos até o fim?

8 administradores.com.br Dezembro 2011

GeraLd zaLTman

entrevIsta | GERALd ZALTMAn

desVeNdANdo A MeNte do coNsUMidor

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Page 9: #12 Chegaremos até o fim?

9administradores.com.brDezembro 2011

por deborah rosa

Pesquisas que analisam a mente humana estão revolucionando a maneira de se fazer marketing. Estudos

científicos na área estão revelando a chave para o entendimento da lógica de consumo, e um dos responsáveis

por agitar novas descobertas nessa área é o professor Zaltman.

sonho de todo profissio-nal da área de marketing é descobrir tudo o que se passa na cabeça do consumidor: suas neces-sidades, preferências,

opiniões... Só que isso pode ser impossível até para o próprio consumidor. Isso mes-mo! Uma vez que 95% de todos os nossos pensamentos e emoções ocorrem no in-

consciente, às vezes nem nós sabemos conscientemente a razão pela qual esco-lhemos algum produto. Isso levou o pro-fessor Gerald Zaltman a criar seu próprio método de pesquisa em marketing, o ZMET (Zaltman Metaphor Elicitation Technique), técnica focada nas metáforas e nas formas não-verbais de comunicação.

Professor da Harvard Business School, sócio da firma de consultoria Olson Zalt-

man Associates e autor de 14 livros, ele é hoje considerado um dos maiores espe-cialistas em comportamento do consumi-dor e uma das cinco personalidades mais relevantes do marketing.

Em entrevista à Administradores, Zaltman comenta a relação atual entre os consumidores e os profissionais de marke-ting e explica como as metáforas profundas estão presentes no mercado.

o

Sempre foi assim. Eu acho que, na verdade, até hoje em dia, os profissionais de marketing pensam nos consumidores como uma audiência passiva, então, tentam manipulá-los ou introdu-zir ideias neles. Já em relação aos consumido-res, eu tenho a impressão de que eles pensam que os profissionais não refletem muito sobre eles, sobre o que querem e precisam.

É evidente que pensamos naturalmente através das metáforas. Inclusive, alguns filósofos de-fendem que você só está ciente de algo de uma maneira real se conseguir explicá-lo usando uma metáfora. Então, o jeito que a nossa mente é estruturada para trabalhar é fazendo utiliza-ção de metáforas e analogias de forma mais ampla. Portanto, é muito importante usar metá-foras como um meio para tentar entender o que as pessoas estão realmente pensando e porque elas têm certas atitudes.

Existe uma tendência do ser humano de apenas prestar atenção ao que acontece do seu próprio lado, sem tentar interpretar a outra parte que influencia. Então, os profissionais de marketing dão uma atenção desproporcional ao que eles acham que conhecem sobre o mercado e a men-te do consumidor, e não dão atenção suficiente ao que os consumidores realmente pensam de seus produtos.

Na minha opinião, é um erro achar que um está contra o outro. Por exemplo, o que os consumi-dores pensam e como eles se comportam vai influenciar nas atitudes dos profissionais de marketing. E, ao mesmo tempo, aquilo que os profissionais dizem e fazem também influen-cia os consumidores. Então eu tento olhar para a ideia de um mercado, no caso o marketing, como um resultado conjunto da interação dos dois lados. Eles interagem de forma direta ou indireta, mas, independentemente disso, têm de estar sempre relacionados um com o outro.

Eu estava lendo um artigo interessante da uni-versidade de Chicago que debatia o quão pro-fundo é o impacto da internet, embora existam pessoas da opinão de que seja uma reação exa-gerada. No entanto, é de conhecimento geral que ela é muito importante. Nela as pessoas po-dem comprar mais facilmente, podem ter mais escolhas, se estiverem dispostas a investir mais tempo na busca, e, obviamente, acabam tendo a oportunidade de trocar informações com ou-tros usuários e sobre avaliação de produtos.

Quando o assunto é marketing, quem

manda mais: o consumidor ou os

publicitários?

e com a web? Na medida em que

mais pessoas se conectam à inter-net todos os dias, não há dúvida de

que o mundo está mudando. como

você analisa o comportamento do consumidor nessa

era digital?

Mas sempre foi assim?

em relação ao con-ceito das metáforas

profundas que você traz no livro

Metaphoria marke-ting, poderia nos

explicar exatamen-te como a metáfora

é trabalhada na mente dos consu-

midores?e por que você acha que isso acontece?

Page 10: #12 Chegaremos até o fim?

10 administradores.com.br Dezembro 2011

OS pROFISSIONAIS DE MARkETING pENSAM NOS CONSUMIDORES

COMO UMA AUDIêNCIA pASSIvA, ENTÃO, TENTAM

MANIpUlá-lOS OU TENTAM INTRODUzIR

IDEIAS NElES

Sim. Elas são representações que contêm signi-ficados além da cor literal. Nós podemos dizer que existem diversos significados presentes no design de um produto, no seu formato, na sua embalagem...

Bom, eu acho que o conselho em geral seria fazer mais uso dos desenvolvimentos recentes ocorridos na ciência do comportamento. Nos últimos dez ou vinte anos, diversas áreas vêm desenvolvendo uma quantidade enorme de es-tudos sobre o comportamento humano, como, por exemplo, a neurociência, psicologia, socio-logia e a antropologia. Eu não sei no Brasil, mas nos países que eu tenho maior familiaridade, a maioria das práticas de marketing é baseada na ciência do comportamento humano dos anos 1960 e 1970. Algumas delas estão certas, outras erradas, mas, a certeza é de que são incomple-tas. Eu acho que as estratégias de marketing – ou, como eu venho chamando, a nova ciência do marketing – e suas práticas, devem ser base-adas no conhecimento atual sobre o comporta-mento humano.

Como a mente trabalha através de metáforas, nós pedimos que as pessoas encontrem fotos, objetos, e até mesmo sons que representam seus pensamentos e sentimentos sobre uma marca, produto ou serviço. Uma instituição bancária, por exemplo. Então, pedimos que elas façam isso três ou quatro dias antes da en-trevista, para que suas mentes tenham a opor-tunidade de processar inconscientemente as ideias na imagem e, com isso, trazer à tona seus pensamentos e sentimentos acerca da institui-ção em questão. Depois, é feita uma entrevista individual de duas horas, com uma variedade de técnicas de projeção, para descobrir senti-mentos que estariam sendo “escondidos” pelos entrevistados, pois, inconscientemente eles sa-bem que existem essas ideias, mas consciente-mente não percebem que sabem.

O que quer que as pessoas achem que sabem sobre essas marcas é apenas a ponta do iceberg. Elas sabem muito mais e têm muito mais pensa-mentos e sentimentos sobre esses produtos do que têm consciência. Então, simplesmente per-guntar diretamente para alguém o que ele acha sobre uma bebida ou restaurante não irá dar muita informação em relação ao que realmente se passa em sua cabeça.

então, nós pode-mos dizer que a

publicidade, a cor, o formato e todos os elementos que

um produto contém são metáforas?

Para encerrarmos, qual dica você daria para os brasileiros

que querem usar estratégias de

marketing mais eficientes em seus

negócios?

Você conseguiu de-senvolver uma boa base de seu estudo através do Zaltman

Metaphor elicita-tion technique, ou ZMet. como esse método funciona?

e como funciona com as marcas

bem conheci-das? coca-cola,

Mcdonald’s e Apple, por exem-

plo, têm mais efici-ência na percepção

e na memória inconsciente do

consumidor?

Quando falamos das metáforas no marketing, podemos dizer que todas as publicidades são uma metáfora, uma representação do produto, esteja ele simulado ou não. Além disso, as me-táforas são usadas para construir ideias sobre um serviço ou produto e, às vezes, são tão ób-vias que nós não as percebemos. Mesmo não tendo consciência de sua presença, elas estão lá. E quando nós não as notamos, é que elas se tornam mais poderosas. Um produto ou um serviço é uma metáfora para representar de uma forma diferente aquilo que os consumi-dores precisam, pois são metáforas para o que os consumidores procuram para resolver seus problemas.

como aplicar essas metáforas

nas estratégias de marketing?

entrevIsta | GERALd ZALTMAn

Page 11: #12 Chegaremos até o fim?

11administradores.com.brDezembro 2011

QUIZVoCê reaGe bem dianTe

Teste elaborado pelo portal Finanças Práticas, que faz parte da estratégia de responsabilidade social corporativa da Visa International - www.financaspraticas.com.br

final do ano chegou e nesse período é normal que as pessoas estejam mais propensas a gastar. a entrada

do 13º salário, as promoções e as facilidades de dividir o valor de um produto colaboram para que os consumi-

Quando começa a temporada de promoções de shoppings e lojas de rua, você compra tudo o que vê, mesmo sem precisar?

até 14 pontos - impulsivo: Quando você escuta a pa-lavra promoção, não pensa duas vezes antes de ir às compras, muitas vezes de forma impulsiva. cui-dado! Mesmo que os preços de alguns itens estejam realmente menores, sem planejamento, essas aqui-sições podem causar um rombo no seu orçamento. Nessa hora, é necessário verificar primeiro a real necessidade da compra, para que aquela "blusinha" que parecia linda no provador não fique depois en-costada no canto do armário.

15 a 17 pontos - moderado: Você até se planeja, mas não resiste a uma vitrine onde despontam, em letras garrafais, as palavras ProMoÇÃo ou liQUi-dAÇÃo! é importante, antes de decidir sair com a loja inteira na sacola, pesquisar preços e avaliar se realmente precisa daqueles itens ou se não está se deixando levar pelo momento. Não tenha pressa na hora de comprar. Avalie bem e escolha com cuidado os produtos, evitando se deixar levar pelo impulso de consumir.

18 a 20 pontos – Controlado: Parabéns! Você sabe aproveitar essas temporadas e não deixa a impul-sividade falar mais alto. Mostra a paciência para sondar vários estabelecimentos e comparar os valores cobrados em cada um deles. com plane-jamento, calma e segurança sobre o que quer, dá para “sobreviver” a essas épocas sem estourar o orçamento.

reSuLTadoS

o

daS PromoçõeS e LiQuidaçõeS?

mesmo em época de liquidações, eu faço pesquisas de preços, pois eles podem variar de uma loja para outra?

em tempos de promoção, é importante planejar as compras, para não gastar mais do que pode?

Se a loja oferece um brinde ou algo do tipo “pague dois e leve três”, sempre vale a pena aproveitar?

antes de ir às compras, separo os folhetos e ofertas e escolho previamente o produto, para evitar comprar mais do que realmente preciso.

Para aproveitar temporadas de promoções e liquidações, o importante é comprar rápido, sem pensar muito, para evitar que outra pes-soa pegue o item que você escolheu?

é importante avaliar as condições de troca de mercadoria, ao comprar presentes durante uma promoção?

a liquidação da sua loja favorita, com preços pela metade, é um excelente motivo para usar a sua reserva de emergência?

ao receber seu décimo terceiro salário, gasta tudo nas promoções de fim de ano?

“sIm”, some 1 Ponto; “não”, some 2 Pontos ( )

1

72“sIm”, some 2 Pontos; “não”, some 1 Ponto ( )

3“sIm”, some 2 Pontos; “não”, some 1 Ponto ( )

4“sIm”, some 1 Ponto; “não”, some 2 Pontos ( )

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Sempre fico atento ao estado das mercado-rias colocadas em promoção, principalmente aquelas em exposição? 5

“sIm”, some 2 Pontos; “não”, some 1 Ponto ( )

9“sIm”, some 1 Ponto; “não”, some 2 Pontos ( )

dores comprem mais por impulso. mas e você? como é o seu comportamento diante de uma oferta tentadora? faça o teste e veja se possui o perfil controlado, mode-rado ou impulsivo.

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acaDÊmIco | ConCoRRÊnCIA

Alunos que querem atropelar colegas a qualquer custo com o objetivo de se destacarem podem se dar mal; competitividade é necessária, mas de uma maneira que a pessoa

possa entender os próprios limites, lembra psicólogo.por eber freitas

comPetItIvIDaDe carIcata começa nos banCoS daS

uniVerSidadeS

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13administradores.com.brDezembro 2011

QUANTO MAIS SE COMpETE, MENOS

lIMITE SE TEM

aula, pois muitas pessoas não sabem lidar com isso e deixam que as relações interpes-soais acabem sendo prejudicadas. Creio que haja outras formas mais estimulantes para que as pessoas busquem ser ‘os melhores’. Ao meu ver, a universidade é um lugar para que conhecimentos e experiências sejam trocados”, explica.

Já a professora de Administração Ayesha Schwartez lembra que a maior competição nem sempre é contra os outros, mas contra si mesmo. Apesar de se dizer adepta da competitividade e do seu estí-mulo em sala de aula, ela afirma que esta é apenas uma das ferramentas de apoio pedagógico. “A visão do ensino superior hoje continua muito secundarista, e preci-samos agir para que os alunos sejam mais produtivos”, destaca.

MEu CoLEGA QuER ME dERRuBAR. E AGoRA?A melhor maneira de lidar com colegas de classe que tentam se sobressair a todo custo é tentar equilibrar essa balança. Fer-nando Elias lembra que “em primeiro lugar

é o outro que está em excesso, por isso, é preciso equilibrar, é preciso combater isso. Lute contra, essa é a grande dica. Não adianta ficar atraindo des-vantagens para si, achando que é menos capaz ou que não con-segue”. Claro, sempre tendo em mente que você deve agir como gostaria que os outros agissem com você, conforme os preceitos básicos da ética aristotélica.

Pensando bem, por que uti-lizar a experiência universitária como campo de disputa? Não é necessário ser especialista

para saber que a vivência acadêmica, dentro e fora da sala de aula, é um momento único na vida, não só pelo contato com o conhe-cimento científico e profissional, mas pelas experiências diversas adquiridas junto aos colegas e professores. Bem que isso poderia ser uma fonte valiosa de contatos para o futu-ro profissional, um networking aprofundado e baseado em experiências pessoais que não pode ser substituído. Então, para que estra-gar tudo isso deliberadamente em nome de um pragmatismo de utilidade duvidosa?

migos até que a compe-titividade exagerada os separe. Após seis perí-odos, a encarregada de compras e recém-for-mada em Administração

Paola Marceli notou que alguns colegas, que estavam com ela na jornada desde o início do curso, não hesitaram em abrir mão do companheirismo para tentar se destacar mais em um projeto na sala de aula que vi-sava estimular a competitividade. “Quando percebi que meus colegas interpretaram isso de forma errada, fiquei frustrada, pois muitas pessoas por quem eu sentia admira-ção se mostraram imaturas e despreparadas para o mercado de trabalho”, lamenta Paola.

Uma situação semelhante aconteceu com o graduando Jefferson Campos, que cursa o último período de Administração. Para ele, a ausência de objetivos comuns, em um ambiente onde todos querem puxar a brasa para a própria sardinha e esquecem a organização, gera um prejuízo para todos. “Esse tipo de atitude só gera mal desempe-nho, refletido diretamente nos atrasos dos trabalhos e nas resoluções de problemas em grupo, onde deve prevalecer o bom senso e a democra-cia”, acredita Jefferson.

Casos assim não são isolados nem restritos a determinadas regiões. Acontecem em todos os lugares, cursos ou univer-sidades. Para o psicólogo Fernando Elias José, as pessoas estão, na verdade, desrespeitando mais umas às outras em nome de um mercado agressivo, sem compreender os próprios limites e sem circunscrever a competitivi-dade aos parâmetros éticos. “Às vezes essa característica é estimulada, e quanto mais se compete, menos limite se tem, e isso aca-ba sendo prejudicial. O mercado hoje, por mais que disponha de vários profissionais, está carente de pessoas comprometidas”, afirma o psicólogo.

CooPERATIVIdAdE: PoR QuE não?Para quem entende as organizações como organismos vivos, aqui vai uma dica: a so-

lidariedade é uma das principais caracte-rísticas que diferem os seres humanos dos demais animais. A conclusão é do livro-estudo intitulado Why we cooperate (Por que nós cooperamos?, sem versão em portu-guês), conduzido pelo biólogo Michael To-masello, diretor do Instituto Max Planck de Antropologia Evolucionária em Leipzig, na Alemanha. Ao comparar o desenvolvimen-to de bebês humanos e jovens chimpanzés, foi constatado que tarefas simples – como apanhar um objeto que outra pessoa deixou cair no chão –, realizadas sem nenhum estí-mulo, foram cumpridas com excelência pe-los nossos congêneres. Com o tempo, esse comportamento pode se sedimentar como norma social.

No entanto, diversas situações, até mes-mo relacionadas à carreira ou à formação acadêmica, acabam conduzindo as pessoas a serem mais seletivas em suas ajudas, a fa-mosa perda da ingenuidade infantil. E isso nos leva a ser mais competitivos em nome da nossa própria sobrevivência – ou induz as pessoas a utilizarem esse argumento para justificar o vale-tudo em espaços competi-

tivos, incluindo-se aí as salas de aula. “A gente não tem como dizer que a competição não pode fazer parte da vida, mas às vezes a competitividade passa dos limites quando as pessoas tendem a passar por cima das outras, extrapolando sua relação com as de-mais”, afirma Fernando Elias.

O estudante Eduardo Augusto Hamilton defende outras formas de estímulo ao de-senvolvimento acadêmico e profissional que não sejam apenas baseadas em parâmetros competitivos. “Não acho que a competitivi-dade em si seja uma boa dentro da sala de

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carreIra | BELo E FEIo

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Objeto de reflexão dos filósofos e de desejo dos humanos comuns, a noção de belo tem gerado discussões importantes também quando o assunto é carreira profissional, onde nunca se conseguiu chegar a um consenso sobre a real relevância do quesito aparência.

beLeza, Para Que Te Quero?

por luciana mello e simão mairins

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ocê pode até não co-nhecer o poema “Re-ceita de Mulher”, de Vinícius de Moraes. Mas, provavelmente, já ouviu alguém citan-do seus dois primeiros

versos: “as muito feias que me perdoem, mas beleza é fundamental”. Talvez, se ti-vesse dito isso hoje – era do politicamente correto – o célebre poeta fosse o Rafinha Bastos da vez. Atualmente, poucas coisas soam tão preconceituosas quanto a utiliza-ção do subjetivo atributo físico como cri-tério de seleção em algo que não seja um concurso de miss, uma seleção de modelos ou coisa do tipo.

O problema é que, na prática, a aparên-cia tem um peso considerável no mercado profissional, mesmo que não digam nada na entrevista de emprego ou estabeleçam um ponto no regulamento. E, segundo um es-tudo norte-americano, ser bonito ou bonita faz diferença.

Na pesquisa conduzida pelo economista Daniel Hamermesh, autor do livro Beauty pays (A beleza paga, em português), um grupo de avaliadores classificou a beleza do rosto de 2.774 profissionais e concluiu que os trabalhadores americanos coloca-dos entre os 7% mais “feios” ganham até 17% menos do que os 33% considerados mais “bonitos”. Considerando apenas a amostragem do público feminino, os nú-meros mostram que nos Estados Unidos as “belas” ganham 6,5% mais, enquanto as “feias” perdem 4,3%.

FEIo PARA VoCÊ, BonITo PARA MIMDefinir quem é “bonito” ou “feio” não é uma tarefa difícil para você, nem para o recrutador que prefere os de “melhor apa-rência”. Mas nada garante que sua percep-ção de beleza seja a mesma dele, muito menos a do candidato na hora da seleção. Afinal, o que é belo?

Na concepção platônica, a beleza nada mais é do que a pura ideia, a compreensão particular que cada indivíduo é capaz de formular sobre o conceito. Mas na própria Grécia de Platão, onde a noção de belo foi exaustivamente estudada, conceituada e venerada, chegou-se a formular matema-ticamente uma definição que, através de escalas e algoritmos, determinaria o que é feio e o que é bonito.

Hoje ninguém vai medir o rosto de uma pessoa para ver se suas proporções se encaixam nos modelos determinados pelos números gregos. No entanto, a bele-za ganhou padrões, que podem mudar um pouco de região a região e de época em época, mas sempre tendem a reproduzir as características de grupos dominantes: os deuses gregos no mundo antigo, as mo-ças brancas da Europa feudal, os ídolos teen norte-americanos.

Mas, pense bem: será que, independente de ser apenas uma noção individual ou um padrão predeterminado, a beleza faz mes-mo diferença na vida profissional?

ATITudES QuE VALEM MAISUm sorriso colocado na hora certa, ves-tuário adequado, cabelos e unhas em dia ajudam em uma boa impressão, mas, de acordo com muitos especialistas em re-cursos humanos, é preciso ir além dis-so. Para a gerente da Cia. de Talentos e Carreira, Bruna Dias, é importante se vestir e se comportar de acordo com o perfil da empresa, mas antes dos atributos físicos vem a capacidade de desempenhar seu pa-pel. “O que tem que estar em evidência na hora da entrevista não é a beleza. É a sua competência”, destaca Bruna.

Entretanto, Bruna acredita que, embora a aparência não seja um elemento que se sobrepõe às exigências mais importantes do mercado, ela pode ter relevância no pri-meiro contato com um recrutador, um novo chefe ou uma nova equipe.

Para Rudney Pereira Junior – gerente de projetos do Grupo Foco, empresa especiali-zada em gestão de pessoas – a forma como o profissional se apresenta em um primeiro contato também é importante. “Através do currículo puro, o recrutador não conhece a pessoa, o contato pessoal é muito impor-tante e é essencial que o candidato saiba se apresentar e passar confiança”, afirma. Rudney explica, no entanto, que isso não quer dizer que as pessoas precisam seguir sempre um padrão de como se vestir ou se portar. É difícil, por exemplo, encontrar pessoas com tatuagens pelo corpo atuando no ramo da medicina. Mas no meio da co-municação é comum.

Bruna destaca a mesma coisa: “de maneira geral, alguns cuidados são sem-pre importantes. Mas o mais principal é o candidato estar de acordo com o perfil da empresa. Normalmente, não é legal ir tra-

balhar de minissaia. Mas se for uma loja de surf, qual é problema?”.

No caso dos profissionais mais jovens, inclusive, é sempre importante inspirar confiança nos primeiros contatos, destaca Bruna. E, nesse sentido, a aparência tem um papel importante. “Normalmente se costu-ma dizer que há preconceito com os profis-sionais mais velhos. Mas também há com os jovens demais. Por isso, é fundamental transmitir credibilidade”, destaca. A geren-te da Cia. de Talentos indica que é preciso ficar à vontade. Segundo ela, é importante tomar cuidado para não acabar se sentindo “desconfortável, porque isso pode piorar qualquer situação”.

Enfim, independente de serem eleitos como feios ou bonitos, bons profissionais sabem que assumir a postura certa diante de cada situação é o que faz a diferença. E, mais que tudo, estar munido de algo que não é necessário nenhum estudo para compro-var sua importância: competência.

VbeLeza e auToConfiançaoutra pesquisa feita nos estados unidos que avaliou a beleza na entrevista de emprego foi a publicação Why beauty matters (Porque beleza importa, em português). De acordo com os pesquisadores de harvard e da Wesleyam university, markus m. mobius e tanya s. ro-senblat, a beleza traz autoconfiança.

sobre a pesquisa, rosenblat contou à Administradores que foi avaliado apenas o atrativo físico dos participantes, através de fotos do rosto. “no nosso estudo, avaliamos os candidatos a uma vaga de informática, onde a beleza não influenciaria na produtivi-dade, e mesmo assim, os mais belos levaram vantagem”, explicou a economista. Para ela, isso acontece porque os bonitos conseguem transmitir, geralmente, mais segurança. “normalmente, quanto mais bonita, mais autoconfiante a pessoa é e consegue passar mais credibilidade. está tudo relacionado. em uma entrevista, a pessoa mais confiante vence seu concorrente”, explicou.

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carreIra | ALTo CARGo

O que todo trainee ou funcionário de alto potencial precisa saber para aproveitar ao máximo o desenvolvimento acelerado.

por preston bottger e jean-louis barsoux*

SOBREvIvENDO AO TUFÃO DO aLTo PoTenCiaL

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17administradores.com.brDezembro 2011

arabéns, você acaba de en-trar no programa de desen-volvimento acelerado de sua empresa. Ótimo, não? Agora que é oficialmen-te um funcionário de alto

potencial (AP), possivelmente um trainee, você passará por uma série de avaliações que irão prepará-lo para ocupar uma posição da alta administração.

Mas antes de começar a planejar como sua vida será nos andares de cima, cuidado: o caminho mais rápido vem com armadilhas que podem atrapalhar uma carreira promis-sora; e as empresas podem rapidamente abandonar esses funcionários que se com-plicam. Então, seguem quatro armadilhas a serem evitadas:

o RóTuLo APNão espere muito louvor quando iniciar uma nova empreitada. Enquanto o RH e a direto-ria lhe atribuem papéis que oferecem opor-tunidades de desenvolvimento, seu novo chefe imediato não estará preocupado com seu potencial e não terá muitos motivos para investir no seu desenvolvimento.

Ele/ela apenas estará interessado(a) na sua capacidade de entregar bons resulta-dos. Isto significa que a primeira coisa que você precisa desenvolver é a habilidade de descobrir o que seu novo chefe quer e como cultivar uma relação de trabalho produtiva. Quanto mais rápido fizer isso, maior a sua chance de ser bem-sucedido. Questões para perguntar a si mesmo:

• Em qual estágio da carreira seu chefe se encontra?

• Com que ele se importa?• Como você pode ajudá-lo?• Quais as pressões enfrentadas por ele?• Seu chefe tem ressalvas quanto a você?

Se sim, como amenizar isso?• Qual o modo de trabalhar de seu chefe,

e como melhor se adaptar ao seu estilo?

Você também trabalhará com novos subordinados. Eles sabem que você está lá temporariamente; então muitos irão sim-plesmente lhe ignorar e esperar você seguir seu caminho - é comum pensarem que APs acrescentam pouco e eles podem, na verda-de, atrapalhar. Você terá de trabalhar bas-tante para estabelecer a boa vontade antes de tentar imprimir sua marca na área.

SíndRoME dE MERECIMEnToÉ fácil desenvolver um sentimento de direito ou mesmo de merecimento quando está sen-do treinado para ser líder - principalmente se sua organização trata os funcionários promissores como estrelas. Aqueles que sofrem dessa síndrome tendem a se tornar tão cheios de si que não enxergam suas pró-prias limitações e ficam nervosos quando não recebem a promoção ou tarefa de que se sentem merecedores.

Efetivamente, isso significa que veem a liderança como uma oportunidade de au-mentar seu próprio status e não como con-tribuição para o negócio e desenvolvimento de outras áreas. Essa atitude não lhe deixará mais querido. Então, lembre-se: ser um fun-cionário de alto potencial ou trainee não lhe dá direito a nada. Na verdade, significa que você deve continuar a provar-se digno de receber responsabilidades.

oS RISCoS dAS ETAPAS BREVESEm muitas empresas, os funcionários de alto potencial passam por inúmeras áreas sem nunca permanecer tempo suficiente para vivenciar um ciclo de negócios por inteiro. Dessa maneira, não chegam a compreen-der os pormenores ou a visão geral e, pior ainda, não assimilam as consequências das decisões do setor. Assim, a experiência de aprendizagem pode não ser tão completa quanto o AP ou a empresa imagina.

Para neutralizar essas consequências negativas, algumas empresas oferecem aos APs análises sistemáticas pós-empreitada, embora não seja uma prática muito comum. Portanto, é responsabilidade do funcionário de alto potencial tomar a iniciativa: peça ajuda ao seu chefe para analisar as escolhas feitas e o proveito tirado disso. A vantagem de se fazer isso é que demonstrará compro-misso com seu desenvolvimento pessoal e, mais importante, dará a você uma perspec-tiva externa crítica de suas habilidades. É muito fácil se iludir com seus pontos fortes e fracos, mas se realmente deseja fazer parte da diretoria, é preciso ter uma visão clara de tudo que precisa fazer para se aperfeiçoar.

o ‘SIM’ A MAISQuando você é um funcionário de alto po-tencial, não terá como negar ou negociar tarefas. No início, é ótimo - você estará ope-

rando dentro de uma estrutura corporativa, então a sua aceitação das tarefas lhe dará crédito.

Mas, com o tempo, quando fizer parte do corpo administrativo, haverá momentos em que o próximo passo a tomar será muito me-nos estruturado. Você encontrará diversos desafios fora de seu escopo (seja funcional, comercial ou geográfico), afinal, é você que está no comando agora - e o primeiro da fila quando houver problemas.

Não deixe que a empolgação de en-frentar um desafio afete sua percepção: a pior coisa a fazer é assumir uma “missão impossível”. Em especial, não aceite metas específicas em ambientes voláteis, onde você não tem controle sobre os recursos necessários. Quando surgir uma oportu-nidade como essa, é preciso avaliar as características da situação:

• É um desafio de uma startup, recupera-ção ou fortalecimento?

• Há muita incerteza na economia/mer-cado externo?

• O projeto está fora do core business da empresa?

Se a resposta for ‘sim’ a quaisquer des-

tas perguntas, você terá de negociar com seu chefe para poder contar com as pes-soas, tempo, financiamento e outros recur-sos necessários para realizar um trabalho bem feito. Mas atenção: esta negociação terá de ser contínua para que você pos-sa se adaptar à medida que as condições se tornam mais claras.

Receber a atenção e o apoio devidos não é fácil, mas é fundamental para seu desen-volvimento. Enquanto você sobe a escada da hierarquia, aprende a lidar com pessoas de alto calibre - que são difíceis, geniosas e sabem como conseguir o que bem desejam. Tornar-se líder não se trata simplesmente de ter know-how comercial e capacidade técnica, é também ter a fome de brigar e li-dar com sua jornada até o topo.

*Preston bottger é professor de Leadership no ImD, onde leciona nos programas executive Developlment e orchestrating Winning Performance.

*jean-Louis barsoux é pesquisador no ImD; seus interesses incluem a administração da liderança e mudança.

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PeI, buf! | FACEBook

lguns apontavam ape-nas como uma “moda de momento”, outros diziam que ele não ia fazer suces-so aqui no Brasil e teve até aqueles que cravaram

sua extinção em dois anos. Não, não estamos falando de uma nova banda internacional, uma série de TV estilo sitcom ou a saga de bruxos e vampiros estrelados em Hollywood. Trata--se do Facebook que, certamente, já calou os pessimistas (eles também abriram uma conta)

e vem reunindo pessoas de todas as gerações que estão curtindo, compartilhando e trocando contatos o tempo todo.

Aliás, o Facebook é, no momento, o que-ridinho entre os brasileiros. A rede social de Mark Zuckerberg tem 30,9 milhões de usuários no país (e, pasmem, 800 milhões no mundo). É tanta gente conectada que as oportunidades de divulgar uma marca, estar em contato com os clientes e potencializar os negócios de uma empresa são enormes. E o melhor, o Facebook é preparado e disponibiliza centenas de possi-

bilidades para isso.Separamos algumas dicas para aqueles

que desejam se aventurar por essas terras. Mas, lembre-se, as redes sociais são “facas de dois gumes”: da mesma forma que é possível poten-cializar os negócios de uma empresa, é possível também manchar a reputação dela. Ter uma conta simplesmente para dizer que possui não vale a pena. Publicar só besteiras, apenas se você for um humorista. E, definitivamente, não faça spam.

A

como DIvuLgar seu negócIo no faCebook?

Crie uma fan PaGeno facebook, existem páginas específicas para as empresas e marcas interagirem com seus fãs – as fan Pages. elas são gratuitas e permitem compartilhar conteúdos através do mural, grupos de discussão, tabs de informação, fotografias, vídeos, além de aplica-tivos específicos. Duas de suas virtudes são que não há limite de fãs por página e elas podem ser gerenciadas por diversos administradores que já possuem conta na rede. além disso, é possível integrar as informações postadas em um blog, twitter e LinkedIn com a página da empresa no facebook, permitindo que os fãs recebam todas as atualizações publicadas diretamente nessa rede social.

anunCie Para o PúbLiCo CerToo facebook facilita também a criação de publicidades com um grau de personalização fora de série. é possível definir o segmento do anúncio com base no sexo, local, faixa etária, estado civil e até gostos. Quer atingir um público de mulheres, entre 25 e 40 anos, casadas, que morem no rio de Janeiro e gostem de cozinhar? ah, não esqueça que esse serviço é pago, porém se você tiver poucos recur-sos para investir não tem problema. no facebook você publica a quantidade de anúncios que o seu dinheiro permitir.

Seja inTereSSanTe e dediQue-Seatualizar a página apenas quando dá não basta. Para a empresa ter sucesso no facebook, é preciso dedicação. é importante ouvir o que seus clientes têm a dizer, valorizar a interação e postar notícias, fotos e vídeos interessantes. ser divertido nos posts pode ser também um bom caminho, afinal, ainda se trata de uma rede social. e por favor, não vai ficar contando detalhes que ninguém quer saber sobre seu produto ou ser-viço. seja original, pense na parte interessante do seu produto e conte para seus fãs de uma forma diferente.

Venda ProduToSvocê já reparou que aconteceu uma mudança no local de algumas lojas durante as últimas décadas? antes se vendia apenas em lojas físicas, depois algumas se transformaram em sites na internet e agora surge a tendência do comércio dentro do facebook. Po-rém, é bom saber alguns detalhes antecipada-mente: assegure-se de que sua loja no facebook é fácil e intuitiva para navegar - os usuários não devem gastar mais de três cliques para localizar um produto. crie também mecanismos que incen-tivem a divulgação “boca a boca” na rede social. as lojas que oferecem ex-periências diferentes de compra, listas de desejo e estimulam a colaboração irão, provavelmente, ter um aumento no tráfego e nas vendas.

faça aPLiCaTiVoS LeGaiSum dos grandes atrativos dessa rede social são os aplicativos. eles funcio-nam como uma ótima maneira de interação en-tre os clientes e as mar-cas. hoje, são mais de 500 mil aplicativos na rede, e quase 70% dos usuários “curtem” mensalmente algum em seus perfis. existem aplicativos de jogos, de notícias, de ser-viço, de vídeo, previsão do tempo etc. como eles são, geralmente, interativos incentivam o usuário, os amigos do usuário e os amigos dos amigos do usuário a compartilhá-lo. ou seja, mais pessoas ficam ligadas e interes-sadas nas empresas que possuem aplicativos legais.

por fábio bandeira de mello

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19administradores.com.brDezembro 2011

estratégIa | RESuLTAdoS EFICIEnTES

Fomos atrás de quem realmente entende sobre o assunto e

ouvimos seis recomendações para conseguir, de fato, esses

resultados.

por fábio bandeira de mello

os conseLhos De ram CHaran Para uma gestão efIcaz

eus livros, quase todos best-sellers, mostram o lado prático dos negócios. Atuou nos bastidores de grandes corporações, como DuPont, General Eletric, Novartis, Home Depot, 3M, Ford, Duke Energy e Verizon. Aconselhou homens poderosos do mundo dos negócios (incluindo Jack Welch) e

foi apontado pela revista Business Week como um dos “10 melhores consultores para cursos in-company”.

O invejável currículo pertence ao professor indiano Ram Charan, um dos mais admirados conselheiros em gestão do mundo. Em passagem pelo Brasil, o coach esteve com empreendedores e executivos de todo o país e, para nossa felicidade, listou alguns prin-cípios que podem fazer a diferença para o sucesso das empresas.

1 - oLHe Para o HorizonTe e idenTifiQue TendênCiaSA execução das tarefas na empresa é importante, mas é preciso es-tudar o ambiente externo para ir além dos limites da organização. É necessário ficar de olho no horizonte e detectar as tendências ao re-

dor. Para identificar movimentos, converse com pessoas diferentes de você. “Não é lendo livros, mas olhando pela perspectiva dos ou-tros que detectamos as tendências”, afirma Charan. E para o coach, esse é um dos segredos das companhias mais bem-sucedidas. “Seja qual for o seu modelo de negócio, descobrir tendências e olhar para fora sempre pode trazer bons resultados. A internet hoje facilita as coisas. Por isso, seja global”.

2 - defina PrioridadeS dominanTeSÉ preciso definir três ou quatro prioridades que ajudem atingir sua visão e sua estratégia. Se você conseguir detectar quais são elas, com certeza vai conseguir reverter isso em resultados. “As pesso-as que são excepcionais na execução não se distraem fazendo mil coisas ao mesmo tempo”, esclarece Charan. O consultor destaca que Bill Gates, por exemplo, quando começou, colocou apenas uma prioridade: um computador por pessoa. “A partir daí, as coisas co-meçaram a funcionar com eficiência”, destaca.

3 - aS PeSSoaS CerTaS, naS funçõeS CerTaSOs profissionais não precisam ser perfeitos, mas precisam estar fe-lizes e satisfeitos. Eles precisam estar à vontade no trabalho que estão realizando. “O seu maior multiplicador é ter a pessoa certa no lugar certo”, afirma Charan. No entanto, ele lembra que é funda-mental, independente do talento de cada líder ou funcionário, saber trabalhar em conjunto. “Para convocar um jogador é preciso que ele seja muito bom, mas também é preciso que ele saiba jogar em equipe”, indica.

4 - LiGue aS PeSSoaS, aS eSTraTéGiaS e o orçamenToPara que a ligação entre essas três vertentes seja realizada, é funda-mental a reflexão sobre as competências necessárias para o negócio dar certo e as competências que não possuem tanta importância. Essa reflexão, alinhada com o orçamento disponível, trará a defini-ção das melhores estratégias para serem colocadas em prática. Ram Charan sugere duas perguntas que todo CEO deve fazer:- Quais competências não temos e quais precisamos ter para nossa estratégia decolar?- Como mudar o orçamento para o ano seguinte?

5 - aVaLie o deSemPenHo de oLHo naS CauSaS“Ache as causas de por que o desempenho é bom e por que o de-sempenho não é bom”, ensina Charan. O coach explica que não é bom tirar conclusões precipitadas. Às vezes, inclusive, a meta não foi alcançada, no entanto, se o mercado diminuiu e a empresa foi melhor que os concorrentes, essa performance deve ser premiada por ter minimizado os efeitos negativos. Ele explica que é importan-te avaliar o desempenho de tempos em tempos e recompensar os bons trabalhadores. 6 - Treine, Treine e TreineA execução não é uma disciplina dificílima, mas necessita de muito treino para atingir a prática. Para Charan, existem empresas que fazem muito bem isso, como: Apple, Amazon e até as brasileiras Vale, Natura e Ambev. Por isso, ele assegura: “quando você treina, desenvolve hábitos que se tornam instintivos”.

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negócIos | STARTuPS

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ense rápido: qual o bem de consumo que você mais deseja adquirir nos próximos dois anos? Se a resposta for um smartphone ou um tablet, você é mais um dentre milhões de brasileiros que não irão dispensar um desses dispositivos como item essencial. Essa tendência não carece de funda-

mentos, já que, de acordo com a Anatel, devem estar circulando no país nada menos do que 227 milhões de aparelhos celulares, número

que excede em quase 40 milhões o número de habitantes. E, assim como você, seus conterrâneos querem algo bem mais valioso do que a capacidade de ligar e receber ligações: desejamos informação, interatividade e poder de expressão.

“Cada vez mais a proliferação desses dispositivos móveis nas mãos de classes baixas como C e D tende a trazer mais usu-ários, mais adeptos dessa mobilidade”, acredita Bruno Badini, CEO da Vertigo Tecnologia. Ele explica que a entrada de mode-

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a exPLosão De oPortunIDaDes no

merCado de aPLiCaTiVoSAscendência do mercado de apps mobile consolida tendência do uso de smartphones e tablets. Startups já

enxergam boas oportunidades no segmento, que deve obter um crescimento mundial de 183% só em 2011.

por eber freitas

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21administradores.com.brDezembro 2011

los baratos de smartphones no mercado brasileiro e a obsolescência de disposi-tivos que fizeram sucesso – o primeiro iPad já é um item jurássico – favorecem a disseminação dessas tecnologias.

Um dos efeitos virtuosos gerados pelo crescimento dessa demanda interna é o sur-gimento de novas oportunidades de negó-cios, sobretudo na cadeia de produção dos aplicativos – pequenos programas criados para prestar serviços específicos aos usuá-rios. Essa cadeia inclui desde o desenvolvi-mento, passando pela captação de investi-mentos, até a disponibilização nos canais de distribuição ou venda.

Uma estimativa divulgada pelo instituto de pesquisas Gartner revela que, em com-paração a 2010, a indústria de aplicativos triplicará até o final de 2011, gerando uma receita para as lojas de aplicativos (app sto-res) de até US$ 15,1 bilhões. Já a consultoria IDC prevê a profissionalização do setor, com um aumento na produção mundial de aplica-tivos na ordem de 183%, ou 6,5 apps por empresa de-senvolvedora. An-dré Martins, pre-sidente do JLIDE (Grupo de Jovens Líderes Empresa-riais), acredita que em cinco anos os aplicativos estarão em evidência mui-to maior no mercado. “Em pouco tempo nós vamos ver a morte dos endereços na web. Ela vai ser apenas o processador do negó-cio, tudo vai rodar em aplicativos. Você não vai mais ao navegador fazer os acessos. Dentro desse cenário, aqueles que focarem em desenvolver aplicativos vão ser a grande coqueluche do negócio”, acredita.

oPoRTunIdAdES E MAIS oPoRTunIdAdESTodas essas novas possibilidades de merca-do estão sendo rapidamente permeadas por profissionais empreendedores e suas empre-sas inovadoras, as startups. A UPPNA é um exemplo claro dessa tendência. Focada no desenvolvimento de sites e aplicativos para dispositivos móveis, a empresa conseguiu recentemente captar investimentos da or-dem de R$ 1 milhão para o desenvolvimento do Mallguide.me - um guia para os usuários, contendo produtos, preços e promoções das lojas. “A gente era muito focado apenas na

tecnologia; mas, com a vinda das primeiras pesquisas e impressões, tivemos que come-çar a focar no usuário, saber o que o cliente espera em termos de usabilidade, funcionali-dade e design, e não apenas encher o aplica-tivo de recursos que nunca serão utilizados”, explicou o administrador Deivide Oliveira, idealizador da startup.

Aliás, a captação de investimentos é um verdadeiro dilema para as startups no Brasil. Apesar de contarmos com iniciativas de redução e simplificação da carga tributá-ria para micro e pequenas empresas – como o Simples Nacional – os empresários que aderem a essas modalidades estão sujeitos a diversas regras, e uma delas prevê a im-possibilidade de receber recursos de inves-tidores. Ou seja, são pequenos empreendi-mentos que terão de arcar com as mesmas responsabilidades financeiras e tributárias do Facebook e do Google, caso sejam des-vinculados de tais programas.

E nesse dilema residem problemas que

atingem diretamente pelo menos dois lados da coisa toda: os investidores, que se sentem desestimulados a investir nas startups; e os empreendedores, que vão ter menos recur-sos disponíveis – muitas vezes oriundos do próprio salário. E consequentemente o de-senvolvimento de aplicativos de qualidade se torna um sonho distante.

O empresário André Martins defende alterações na legislação para que essas em-presas sejam desenquadradas pelo mérito das próprias conquistas, e não por receber investimentos. “Esse é um assunto que a gente vai demandar: criar uma instrução para que as empresas do Simples Nacional possam receber investimentos sem que elas sejam desenquadradas”, destaca.

AMBIEnTE EMPREEndEdoRO Vale do Silício, localizado na Califórnia e onde estão sediadas as maiores empresas de tecnologia do mundo, tem muita história para contar. O local é conhecido no mundo

inteiro como um celeiro frondoso onde os investimentos em startups podem render os melhores resultados. Para André Martins, existem pelo menos quatro particularidades que fazem a fama do lugar. “O Vale do Si-lício é um contexto único, que envolve am-bientes inovadores, faculdades de primeira linha, capital para investimento fácil e muita disposição”, afirmou o empresário.

À primeira vista, o que pode ser deduzi-do é que, entre esses elementos, o único de que o Brasil dispõe em abundância é o últi-mo. De acordo com a última edição da pes-quisa anual Global Enterpreneurship Moni-tor (GEM), divulgada no Brasil pelo Sebrae, 21,1 milhões de brasileiros desempenharam alguma atividade empreendedora em 2010, o equivalente a 17,5% da população adulta. Essa é a maior taxa de empreendedorismo entre os países membros do G20, que abran-ge as maiores economias do mundo.

O empreendedor e consultor de marke-ting digital Eric Santos ratifica essa visão,

afirmando que o talento não falta, mas o país ainda carece de outros elementos, como diversos cases de sucesso, investi-dores de risco de fato, empreende-dores experien-tes, conhecimen-to disseminado,

entre outros fatores. “Acredito que estamos avançando rápido. Nosso ecossistema hoje é incomparavelmente melhor com o que era doze anos atrás, quando comecei nessa área. Creio que temos que achar uma maneira tu-piniquim de criar empresas inovadoras, con-siderando as limitações e algumas oportuni-dades diferenciadas que temos”, disse.

Mas, para que as startups que desenvol-vem aplicativos naveguem em oceano azul, é preciso mudar também alguns comporta-mentos culturais que ainda persistem na ca-beça dos brasileiros. Um desses comporta-mentos é o medo e o repúdio ao erro: “tanto o empreendedor quanto o investidor precisam aceitar a falha, não podem se prender por achar que não vai dar certo. Não é a pessoa que não dá certo, é o negócio. Temos que ter um pouco mais de ousadia”, disse Martins, lembrando que a cultura empreendedora do Vale do Silício conta com aberturas e falên-cias cotidianas. “Montar um negócio que não dá certo é rotina pra eles”, afirma.

NOvAS pOSSIBIlIDADES DE MERCADO ESTÃO SENDO RApIDAMENTE pERMEADAS pOR pROFISSIONAIS EMpREENDEDORES

E SUAS EMpRESAS INOvADORAS, AS STARTUpS

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janeiro feVereiro

retrosPectIva

2011Fim de ano. E o que você encontra nos noticiários de todo o mundo? Pois é, a retrospectiva. Nas páginas a seguir você verá a nossa, com um panorama dos acontecimentos que marcaram o Brasil, o mundo, a tecnologia e até aqueles que bombaram na internet ao longo do ano.

por fábio bandeira de mello

braSiLo brasil tem, pela primeira vez, uma mulher na presidência. Dilma rousseff recebeu, no dia 1º, a faixa presidencial e a responsabilidade de conduzir o país durante os próximos quatro anos. no mesmo mês, o país se mobiliza para ajudar as vítimas da maior tra-gédia climática da nossa história, com mais de 900 mortos na região serrana do rio de Janeiro.

braSiLcomeça a valer em 1º de fevereiro o astronômico salário dos parlamen-tares. na prática, os reajustes salariais foram de 61,8% para deputados, 133,9% para a presidente e 148,6% aos ministros. todos passaram a receber r$ 26,7 mil. a aprovação foi votada em dezembro de 2010, em menos de duas horas, nas duas casas legislativas.

mundouma série de protestos e atos de desobediência civil ocorre no egito e na tunísia. o principal objetivo dos protestos é derrubar o regime do presidente egípcio hosni mubarak, que estava no poder há quase 30 anos e do bem ali, que governava a tunísia desde 1987. os governos dos dois ditado-res caíram.

mundoo discurso do rei ganha o oscar como melhor filme. nesse mês, vários países islâmicos, a exemplo do egito, saem às ruas para exigir a abertura política e a implementação de um regime democrático. os protestos se iniciam através de mobilizações nas redes sociais, sendo rapidamente bloqueadas pelos governos.

TeCnoLoGia750 milhões de fotos são postadas no facebook no primeiro final de semana do ano. empresas agitam o mês com o lançamento de gadgets nas duas prin-cipais feiras de tecnologia do mundo - ces e campus Party. Destaque para o tablet motorola xoom, o smartphone atrix e a nova loja de aplicativos da apple - mac app store.

ViraLa propaganda das sandá-lias havaianas com a atriz fernanda vasconcellos dá o que falar no twitter e Youtube. a atriz apareceu de biquíni e não era possível ver seu umbigo. Logo surgiram rumores de que o desaparecimento seria consequência dos retoques para apagar imperfeições de sua barriga. o vídeo teve mais de um milhão de views em poucos dias. relembre em adm.to/jan_2011.

motorola xoom

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março

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maio

braSiLo prefeito de são Paulo gilberto Kassab e políticos reincidentes de vários partidos anunciam a criação do Partido social Democrático (PsD). no fi-nal do mês, morre, aos 79 anos, o ex-vice-presidente José alencar, que enfren-tou uma batalha contra o câncer durante 13 anos.

braSiLna manhã do dia 7, Wellington menezes entra numa escola em realengo, zona oeste do rio, mata 11 alunos e se suicida. o crime causou comoção no país e teve ampla repercussão inter-nacional.

braSiLo supremo tribunal federal aprova o reconhe-cimento da união estável entre pessoas do mesmo sexo. com isso, casais gays têm direitos como pensão e herança. na câmara dos Deputados, decreto legislativo auto-riza a realização de um plebiscito para a criação do estado de carajás, que seria uma divisão do estado do Pará.

mundoforte terremoto de 8,9 graus na escala richter, seguido de tsunami, devastou várias regiões costeiras do Japão. o nú-mero de mortos superou 10 mil e houve vazamento radioativo na usina de fukushima. o medo de contaminação alertou grandes potências para a revisão de seus progra-mas de energia nuclear.

mundosob os olhos do mundo, o príncipe William e catherine middleton fa-zem o primeiro casamento high-tech da realeza britânica. as imagens da união foram transmitidas e comentadas ao vivo pela internet e vistas por quase dois bilhões de pessoas.

mundoeua anuncia a morte de osama bin Laden durante operação da cIa, em uma região montanhosa do Paquistão. Líder do grupo extremista islâmico al-Qaeda era um dos homens mais procurados pelo fbI.

TeCnoLoGiaa news corp lança o primeiro jornal criado especialmente para tablets, the Daily, que custa us$ 0,14 por dia e só roda no iPad. Líderes de tecnologia norte-america-nos, como apple, google e facebook, encontram-se com o presidente barack obama para discutir sobre as estratégias para fortalecer a economia dos eua.

TeCnoLoGiaa apple lança o iPad 2 para delírio de seus fãs. na guerra dos navegado-res, a microsoft inaugura o Internet explorer +, o mozilla traz a versão do firefox 4 e a google dispo-nibiliza para teste a versão beta do chrome 11.

TeCnoLoGiaa rede on-line de video-game da sony é invadida por crackers que roubam dados de 77 milhões de contas de usuários, numa das maiores violações de segurança da internet. ainda em abril, Larry Page assume a diretoria da google e o Youtube lança um canal de vídeos ao vivo, o Youtube Live.

TeCnoLoGiaa microsoft compra por us$ 8,5 bilhões o skype - programa de voz e vídeo mais popular da internet. em maio também é anun-ciado o balanço trimestral do the Daily, jornal exclu-sivo para iPad lançado em fevereiro: prejuízo de u$ 10 milhões.

ViraLem uma reportagem no museu de zoologia da usP, ao se deparar com uma fila de crianças, o repórter márcio canuto, da tv globo, recebe uma res-posta para lá de inusitada de uma das crianças que não compreendeu muito bem sua pergunta. o vídeo no Youtube ultrapassou rapidamente os dois milhões de acesso em adm.to/fev_2011.

ViraLcasey heynes se trans-forma no símbolo da luta contra o bullying após reagir a um “valentão” que o agrediu em uma escola australiana. em questão de horas, a gravação de apenas 45 segundos foi assistida por milhões de internautas. o vídeo está em adm.to/mar_2011.

ViraLo vídeo da música friday, da celebridade instantâ-nea teen rebecca black, atinge a marca de 100 milhões de visualizações no Youtube em apenas 63 dias... ai se fosse aquela campanha de marketing da empresa. adm.to/abr_2011.

ViraLo discurso de amanda gurgel, professora de português da rede pública do rio grande do norte, sobre a difícil realidade do professor brasileiro virou hit na web. a declaração emocionante na assem-bleia Legislativa do seu estado pode ser vista em adm.to/maio_2011.

José alencar

iPad 2

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junHo

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aGoSTo

Pôneis malditos

Yingluck shinawatra

braSiLo ministro antonio Palocci pede afastamento do cargo um mês após o jornal folha de s.Paulo divulgar o aumento de seu patrimônio em 20 vezes entre 2006 e 2010. Palocci foi o primeiro dos seis ministros que caíram em 11 meses de governo Dilma.

braSiLmorre o senador e ex-presidente da república Itamar franco, de aciden-te vascular cerebral (avc). ele estava sendo tratado de uma pneumonia de-corrente de uma leucemia aguda. nesse mês, o dólar caiu ao menor nível desde 1999, em relação ao real. a moeda fechou a r$ 1,544 para venda.

braSiLo ministro da Defesa, nelson Jobim, vive momentos tensos no governo. após afirmar ter votado no candidato serra em 2010, disse que a ministra Ideli salvatti era “muito fraquinha” e que gleisi hoffmann “sequer conhece brasília”. o resultado foi sua saída do ministério. Já na bolsa de valores, a bovespa, no dia 8, fecha com queda de 8,08%, menor patamar desde 30 de abril de 2009.

mundovulcão Puyehue entra em erupção no chile. cerca de 600 moradores são retirados e vários voos foram cancelados em seis países. Já obama anuncia a saída de 33 mil soldados do afeganistão até 2012 e confirma a retirada total para 2014.

mundoo militante de extrema direita anders breivik faz ataques em oslo e na Ilha de utoya, na noruega, que deixam 77 mortos no total. ele foi preso e será julga-do no primeiro semestre de 2012. Já a cantora inglesa amy Winehouse é encontrada morta em sua casa, em Londres. ela tinha 27 anos e um histórico de envolvimento com álcool e drogas.

mundoo acesso à internet é rees-tabelecido na Líbia, após seis meses de bloqueio, quando rebeldes tinham invadido a capital tripoli. na tailândia, é eleita a pri-meira premiê mulher do país. Yingluck shinawatra venceu votação parla-mentar 11 semanas após iniciar carreira política.

TeCnoLoGiagoogle lança rede social google +, onde os usuários promovem a interação em pequenos grupos (os círculos). Intensificam-se também ataques para acessar informações con-fidenciais de sites, bancos e órgãos governamentais pelos grupos crackers Lulzsec e anonymous.

TeCnoLoGiano dia 27, o sistema operacional ms-Dos completou 30 anos de existência. ele foi comprado pela microsoft por us$ 50 mil e se transformou nos pilares do início da computação. o mês contou também com o lançamento do adobe flash Player 11 beta, novo aperfeiçoamento do plugin mais utilizado no mundo.

TeCnoLoGiaem 9 de agosto, a apple fecha o dia financeiro como a empresa mais valiosa do mundo. valendo us$ 337 bilhões, a empresa ultrapassou a petroleira exxon mobil. no mesmo mês, steve Jobs deixa o cargo de ceo da empresa por motivos de saúde.

ViraLa deputada estadual do rio de Janeiro myrian rios - que já foi atriz, modelo e namorada do cantor roberto carlos - fez pronunciamento polêmico que repercutiu em debates calorosos nas redes sociais. myrian de-fendeu seu direito de não empregar homossexuais, fazendo relação de gays com a pedofilia. adm.to/jun_2011

ViraLvencedor de 10 prêmios expressivos em publicida-de, eleito o trending topic do ano e alvo de processo do conar, a campanha “Pôneis malditos”, da nissan, fez sucesso e foi um dos vídeos com maior repercussão da internet brasileira em 2011.adm.to/jul_2011

ViraLa marca espanhola zara se envolve em denúncia de trabalho escravo, quando sua fornecedora é acusada por manter 16 trabalhadores sul-ame-ricanos em condições ir-regulares. o caso ganhou grande repercussão nas redes sociais durante o mês com manifestações e reações de repúdio pelos internautas.

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noVembro

SeTembro

ouTubro

silvio berlusconi

braSiLforças policiais fazem a ocupação das favelas da rocinha, vidigal e chácara do céu, no rio de Janeiro, após décadas de domínio do poder paralelo na região. chamada de operação choque de Paz, o objetivo agora é instalar unidades de Polícia Pa-cificadora (uPPs) nessas comunidades.

braSiLacontece a quarta edição do rock in rio no brasil com grandes nomes da música mundial e atra-ções de interatividade e marketing que surpreen-deram os 100 mil especta-dores diários em sete dias de festividade. no dia 14, funcionários dos correios entraram em greve por melhores salários e benefícios; a paralisação durou 28 dias.

braSiLbrasil tem a 2ª melhor colocação na história dos jogos Pan-americanos em guadalajara, no méxico. ao todo foram 141 meda-lhas, sendo 48 de ouro. também em outubro, bancários de todo o brasil fazem greve que dura 21 dias e entra em vigor o horário de verão em três regiões do país, tendo como novidade a inclusão do estado da bahia.

mundoapós fortes pressões políticas, silvio berlusconi deixa o cargo de primeiro--ministro da Itália depois de 17 anos no poder e george Papandreou re-nuncia ao cargo de premiê na grécia. além disso, pesquisa da onu anuncia que o número de pessoas com hIv passou para 34 milhões no mundo.

mundoDilma se torna a 1ª mulher a abrir a assembleia geral na onu. ela defendeu a formalização do estado Palestino e o combate à crise econômica de forma coesa. no mesmo mês, uma série de manifesta-ções contra a exclusão social e crise econômica iniciam um movimento intitulado ocupy Wall street.

mundomorre aos 56 anos steve Jobs, fundador e ex-presidente da apple. o executivo sofria de câncer e estava afastado do comando da empresa. segundo a família, ele teve uma morte tranquila. no mesmo mês, mas com uma morte violenta, o ex-ditador líbio muammar Kadhafi é alvejado com vários tiros pouco após sua captura.

TeCnoLoGiacientistas apresentam o metal mais leve do mundo. o novo material é 100 vezes mais leve do que o isopor e tem em sua combinação apenas 0,01% de material sólido com 99,99% de ar na formula-ção da estrutura. além de leve, o novo metal possui forte resistência.

TeCnoLoGiafacebook passa orkut em número de visualizações no brasil, segundo Ibope. a rede de mark zuckerberg atinge 30,9 milhões de visualizações contra 29 milhões do orkut.

TeCnoLoGiaamazon anuncia seu novo tablet, o Kindle fire, que chega ao mercado norte-americano por us$ 199. nos estados unidos, tes-tes feitos na universidade de Pittsburgh possibilitam um tetraplégico comandar um braço artificial usando um chip implantado no seu cérebro. a tecnologia é o primeiro passo para repor o movimento de milhares de pessoas no com alguma impossibili-dade física.

ViraLo dia 11/11 não passou em branco para muitos e uma enxurrada de previsões apocalípticas e motivos de piada aconteceu na web pela coincidência dos números. o mês contou também com uma perseguição digna dos filmes de hollywood, na qual a Polícia federal bateu na asa de um avião em movimento com contrabandistas. veja em adm.to/nov_2011

ViraLa campanha da fabricante de roupas íntimas hope, estrelada pela modelo gisele bündchen, gera polêmica e vira alvo da se-cretaria de Políticas para as mulheres e do conar. nela, a modelo estimula as mulheres brasileiras a fazerem uso de seu “charme” para amenizar possíveis reações de seus companheiros. nas redes sociais, as opiniões fica-ram divididas. veja o vídeo em adm.to/set_2011.

ViraLPoucos dias após a a des-coberta do câncer no Luiz Inácio Lula da silva, dois homens invadem o link ao vivo do Jornal hoje, da tv globo. eles empurraram a repórter monalisa Perro-ne, que fazia a cobertura sobre o estado de saúde do ex-presidente, em são Paulo. adm.to/out_2011.

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Texto | fábio bandeira de mello arte | Jb neto

em 1991, o teórico canadense henry mintzberg propôs a inexistência de um conceito único para definir o que seja estratégia. Para o pesquisador, existem cinco Ps que esclarecem melhor o conceito desse termo. es-sas definições fizeram com que a estratégia ganhasse um status muito além do que o simples planejamento de ações nas empresas. ela pode ser utilizada para definir a nossa carreira, nossos estudos, conquistar o amor da nossa vida e, claro, sobreviver a um ataque zumbi após uma epidemia viral. os 5Ps:

PLano (PLan)essa estratégia constitui um conjunto de ações, algo intencional e planeja-do, que objetiva a obter um resultado positivo para a organização.

arTimanHa (PLoy) é uma manobra da empresa que tem a finalidade de confundir, iludir ou co-municar uma mensagem falsa aos concorrentes.

Padrão (PaTTern) essa estratégia mostra que, quando um curso de ação traz resultados positivos, a tendência natural é defini-la como padrão. ford, por exemplo, adotou a venda de carros apenas na cor preta.

PoSição (PoSiTion)Define a posição de uma empresa perante seus concorrentes e consu-midores. ela busca um posiciona-mento que lhe permita se estabele-cer dentro de um segmento.

PerSPeCTiVa (PerSPeCTiVe)é a forma de se olhar o mundo e a es-colha de como competir no mercado. essa estratégia surge da visão sobre o futuro, o que muitas organizações denominam como “a nossa maneira de atuar”.

PLanoo grupo sempre planeja seus próximos passos antes de tomar qualquer atitude. seja quando vão à cidade atrás de mantimentos e combustível, quando entram na floresta para caçar e até na decisão de mudar de acampamento pelo medo de uma invasão zumbi.

PoSiçãog, comandando um grupo de mexi-canos, faz tudo para proteger uma comunidade hospitalar de aposentados na 1ª temporada. o grupo toma um posicionamento de aparentar serem desprezíveis e maus, no entanto, o objetivo é nobre: defender os idosos.

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e oS 5 PS Para a eSTraTéGia de minTzberG

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a Sériethe Walking Dead é uma das séries de tv a cabo mais assistidas do momento. ela foca em um grupo de pessoas ten-tando sobreviver no mundo após uma infestação de zumbis. um dos pontos fortes do seriado é ir além da pura e simples carnificina, explorando os con-flitos internos, as disputas de poder, os dilemas éticos e, até mesmo, a utiliza-ção dos cinco modelos de estratégias para escapar dos perigos frequentes.

arTimanHao policial rick e o entregador de pizza glenn tentam confundir os zumbis ao esfregarem as entranhas de um anda-rilho morto em suas roupas. como os zumbis localizam os seres humanos pelo cheiro, os dois se “fantasiam” de zumbi para passarem despercebidos por uma multidão até a caminhonete mais próxima.

PerSPeCTiVaesse modelo de estratégia, talvez, seja o mais importante em the Walking Dead. o grupo de sobreviventes lide-rado por rick agarra-se à esperança de encontrar uma solução que altere a atual circunstância – e esse é o grande motivador que faz com que todos conti-nuem lutando pela sua vida.

Padrãoao descobrir que um golpe certeiro na cabeça era suficiente para eliminar os mortos-vivos, essa atitude tornou-se o padrão de defesa de todos os sobre-viventes.

27administradores.com.brDezembro 2011

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Profecias apocalípticas, crise econômica de proporção mundial e muitas especulações em várias áreas. Está na hora de você saber o que nos espera para o próximo ano.

por simão mairins e mayara emmily

inais de décadas, séculos ou milênios quase sempre são povoados pelas mais variadas especulações em torno do fim do mundo. Do final dos anos 1990 até

hoje, muitas pessoas já devem ter ido dormir com medo de não acordar no dia seguinte pelo menos umas duas vezes. Em 1999, por exemplo, tinha gente que não podia ou-

vir falar em Nostradamus que sentia logo aquele calafrio.

O réveillon daquele ano, inclusive, foi um dos mais tensos que o mundo já passou. Embora a profecia de Nostradamus não ti-vesse se concretizado (segundo ele, o fim do mundo deveria ter ocorrido em outubro), restava aquela pontinha de medo de que a grande catástrofe ainda acontecesse até 31 de dezembro. Além disso, um monte de

gente contou apreensivamente os últimos segundos de 1999 antes de abrir o cham-panhe. Aquele 1º de janeiro que se aproxi-mava, para muitos, poderia ser o início de uma grande dor de cabeça. O tão temido e (felizmente) não concretizado bug do milênio, que faria a maior bagunça em sis-temas informáticos de todo o mundo, che-gou a ser mais assustador que o próprio fim dos tempos.

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caPa | 2012

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E essas histórias duraram pelo menos até 2001, quando as inseguranças se dissi-param um pouco. Mas o sossego não durou 10 anos. Foi só perceberem que uma nova passagem de década se aproximava para começarem a procurar novas previsões apocalípticas. E aí apareceram com essa da profecia maia, uma interpretação da chama-da Contagem Longa utilizada pelos povos mesoamericanos para mensurar o tempo. Segundo as leituras mais dramáticas, esse calendário simplesmente acaba no dia 21 de dezembro de 2012, quando ocorrerão vá-rios fenômenos cataclísmicos que varrerão tudo sobre a superfície da Terra. Há, ainda, correntes científicas que acreditam que vai

acontecer a colisão de asteróides em nos-so planeta, e outros religiosos, que indicam mudanças drásticas na vida humana - tudo em dezembro.

O negócio é que, mesmo que essas pre-visões sejam verdadeiras, temos aí pelo menos um ano pela frente, com muitas coi-sas por fazer e muita história para ser cons-truída, por gente que não está nem aí para o fim do mundo.

É verdade, entraremos em 2012 com várias incertezas, principalmente acerca dos rumos da economia mundial, que con-tinua em uma crise aguda que perdura des-de 2008, não dá sinais de recuperação no curto prazo e não deixa pistas muito claras

de como o Brasil será impactado por ela. Mas é justamente por isso que precisamos pôr os planos no papel e trabalhar para colocá-los em prática.

Nesse sentido, deixamos de lado a pauta tradicional dos finais de ano e resolvemos olhar para a frente. Fomos ouvir diversos profissionais e estudiosos sobre as princi-pais perspectivas para o ano que vem nas áreas de Política, Economia, Negócios, Car-reira, Tecnologia, entre outras, e reunimos suas análises em um grande especial que você pode conferir nas próximas páginas. E aí, se o mundo for mesmo pelos ares antes de 2012 acabar, já teremos feito a nossa re-trospectiva com um ano de antecedência.

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o mundo em CHamaSeConomia & PoLíTiCa

caPa | 2012

Pelo visto, 2012 começará com o mundo em plena ebulição. Mas, calma, ainda não é o fogo do apocalipse (pelo menos esperamos que não seja!). É que, com Estados Unidos e Europa em crise econômica e o mundo árabe numa fase aguda de confusões em sua sempre conturbada política, uma su-cessão de eventos atípicos vem acontecen-do e eles devem continuar pelo menos nos próximos meses.

Nos EUA, o movimento Occupy Wall Street, que reuniu diversas pessoas no maior centro financeiro do mundo para protestar contra o capitalismo, acabou se espalhando para outras cidades. Desde então, o clima divisionista que toma o país tem se acirrado cada vez mais e posto em xeque a reeleição do presidente democrata Barack Obama, que vem enfrentando uma ferrenha opo-sição dos republicanos (e até de aliados) no Congresso.

“Os EUA são um país sólido, mas vivem uma divisão grave entre republicanos e de-mocratas que no longo prazo pode ser mui-to prejudicial”, afirma o ex-presidente do Banco Central do Brasil Armínio Fraga.

Já a Europa chega ao final de 2011 com seus governantes (os que ainda se man-têm no cargo e os que assumiram agora) com muitos pedidos para fazer a Iemanjá na virada do ano. O problema é que ape-nas pular sete ondas na beira-mar não deve resolver os problemas.

Dois primeiros-ministros europeus já ca-íram por pressão das circunstâncias (Sílvio Berlusconi, na Itália, e George Papandreou, na Grécia). Outros oito governos foram der-rotados nas urnas, em eleições com baixís-sima participação e muito protesto nas ruas, com destaque para a Espanha, onde as ma-nifestações populares foram mais intensas.

Para Armínio Fraga, uma das principais questões é a dificuldade dos líderes na con-dução da crise. “Eu vejo com muita apreen-são a falta de liderança das autoridades glo-bais para dar uma solução definitiva a essa questão”, disse o economista.

Já Nouriel Roubini, economista turco conhecido por prever a bolha imobiliária norte-americana, acredita que a chave para as dificuldades econômicas está na resolu-ção dos problemas sociais. “A desigualdade

social traz efeitos negativos ao desenvolvi-mento econômico”, afirma Roubini.

E ele chama atenção para o caso do Brasil, que tem mantido seu ritmo de cres-cimento, mas ainda amarga uma severa desigualdade social. “É importante ter um sistema de bem estar social que distribua riqueza, mas, mais ainda, que dê educação e saúde aos menos privilegiados. Se isso for assegurado, o futuro do Brasil e da região (América Latina) deve ser muito positivo”, destacou o economista.

O quesito educação, inclusive, está di-retamente relacionado com o desempenho das empresas brasileiras nos próximos anos. Com uma taxa empreendedora de dar orgulho, o país empreende muito, porém mal. E um dos maiores gargalos é a ino-vação. “Muitos países desenvolvidos têm baixas taxas de empreendedorismo, mas o grau de inovação das suas empresas é muito maior. No Brasil, é insignificante. No GEM (Global Entrepreneurship Monitor) sequer é contabilizado um valor para o país nes-se ponto”, destaca Rosângela Angonese, do Sebrae/PR.

Algumas áreas, entretanto, são bastante promissoras e já registram avanços impor-tantes no país. “A economia brasileira vive um momento muito positivo, pois experi-menta um ciclo virtuoso de crescimento, diferentemente de países da Europa e dos Estados Unidos. O crescimento brasileiro focado no mercado interno, que registrou a inclusão de 40 milhões de novos consu-midores, vem impulsionando a demanda por produtos e serviços, o que leva à maior atividade produtiva, gerando emprego e renda”, afirma Carlos Alberto dos Santos, do Sebrae nacional.

E se a economia vai bem, muito dificil-mente a estrutura política sofrerá grandes abalos. O governo Dilma, inevitavelmente, entrará em 2012 com o peso de ter precisa-do trocar seis ministros (até o fechamento desta edição, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, era mais um forte candidato à queda) apenas no seu primeiro ano. Mesmo assim, a presidente encerra 2011 sem grandes es-tragos na sua imagem pública e bons índices de aprovação.

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31administradores.com.brDezembro 2011

fuja do TSunami (do ComodiSmo)

e onde Vão Parar oS adminiSTradoreS?

Carreira

Se o mundo acabar em 2012, supostamente nossos dias estão contados, mas não é por isso que vamos afundar no ócio e na medio-cridade. Até porque ninguém quer ficar para trás se “escaparmos dessa”. Então, quando o assunto é trabalho, devemos arregaçar as mangas para nos atualizarmos, aproveitan-do ao máximo as oportunidades que surgi-rem no próximo ano e buscando o aprimora-mento na carreira.

E vagas não faltarão para diversos seto-res, com destaque para a construção civil, turismo, TIC, agronegócio, têxtil e confec-ção, comércio varejista e serviços. O funcio-nalismo público ainda continua sendo uma opção, já que é a área que mais vai criar oportunidades, em especial as instâncias do governo e os três poderes. “Estes seto-res estão entre os maiores empregadores nos próximos anos, sobretudo porque serão obrigados a fazer concursos para substituir funcionários que irão se aposentar”, diz José Pio Martins, economista e reitor da Univer-sidade Positivo.

Porém, para garantir uma vaga no cada vez mais exigente mercado de traba-lho, é preciso estar preparado e, mais do que nunca, acompanhar as tendências. As mais importantes, de acordo com especia-listas em recrutamento, são as que dizem respeito às funções e prerrogativas da carreira em si, conhecimento de ferramen-tas digitais e da internet, além de fluência em novas línguas estrangeiras. “É preci-so se qualificar por meio de cursos téc-nicos e de especialização”, complementa Carlos Alberto dos Santos.

O administrador também não pode se esqui-var da prerrogativa de ser um profissional multifacetado, que lida bem com pessoas, curioso e realmente com fome de conheci-mento e atualização contínua. É mais fácil para um indivíduo tentar fugir das profeti-zadas catástrofes do fim dos tempos do que conseguir se manter na carreira sem ser, no mínimo, um profissional excelente.

Para esse tipo de administrador, o mer-cado está de portas abertas, em especial nos setores de gestão de projetos, de resultados e financeira, pois, de acordo com Carlos Alberto, “a sociedade brasileira exige cada vez mais transparência na aplicação de re-cursos públicos”.

Apesar de ser uma profissão que tem uma gama de perspectivas de continuar a ser uma das mais procuradas, é essencial que os administradores não parem na gra-duação e continuem buscando se atualizar e se especializar. “Por isso, a recomenda-ção é fazer cursos, participar de seminá-rios, palestras e estudos em sua área de atuação e temas de seu trabalho”, explicou José Pio Martins.

Além disso, analisar o mercado e as empresas, a fim de encontrar as oportuni-dades que melhor se adéquem ao seu perfil, é uma boa maneira de esses profissionais diminuírem incompatibilidades que podem acarretar frustração. Com isso, a dica para os administradores é “entender as suas for-ças, fraquezas e valores para poderem se adaptar e ser o melhor profissional possível no decorrer dos próximos anos e décadas”, conclui a coach Susana Azevedo.

Mas não devemos esquecer de que não é só de habilidades práticas que se faz um bom profissional. Ousadia, boas ideias e muita criatividade são desde já exigências das empresas e continuarão sendo funda-mentais em 2012. Aliás, o pensamento cria-tivo é a característica mais desejada em um profissional, mais até que o conhecimento tecnológico, de acordo com o consultor Roberto Menna Barreto. “A grande possibi-lidade surge quando o indivíduo possui uma mente aberta e capaz de gerar soluções iné-ditas”, afirma Roberto.

Além da criatividade, Carlos Alberto Santos também aponta outras habilidades subjetivas que fazem a diferença entre ser apenas mais um no mercado com uma visão estreita e imediatista, ou ser o profissional visionário que, provavelmente, terá seu ros-to estampado nas plaquinhas de Funcionário Modelo 2012. “É importante ser proativo, mais assertivo e preventivo; ter bom senso e percepção ampliada, tendo em vista o mer-cado global para atuar localmente”, destaca Carlos Alberto.

Da mesma opinião é Susana Azeve-do, especialista em coaching e diretora da empresa ns2a Desenvolvimento Humano, que ressalta o bom entrosamento em gru-po como uma característica tão importante quanto o conhecimento prático. “As empre-sas procuram profissionais que, para além do conhecimento técnico e experiência, sejam focados em resultados, mas com ha-bilidades de influência para liderar e traba-lhar em equipes cada vez mais multidisci-plinares e nem sempre juntas fisicamente”, explica Susana.

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caPa | 2012

o furaCão TeCHTeCnoLoGia, CiênCia, Saúde, GadGeTS

O dinamismo continuará sendo a marca do desenvolvimento tecnológico e dos avanços científicos que, talvez, possam até evitar a catástrofe anunciada (e não comprovada pela ciência) em 21 de dezembro do próxi-mo ano. Mas, pondo de lado as suposições místicas, já podemos visualizar um campo de tendências na tecnologia para o ano de 2012, ainda que não se saiba ao certo quais serão as grandes descobertas.

A inovadora cloud computing (computa-ção em nuvem), as redes sociais corporati-vas, a nanotecnologia, as fontes de energia sustentáveis e uma medicina mais rápida no diagnóstico de doenças são algumas áreas que têm possibilidade de se expandirem a passos largos no próximo ano.

É, se alguém estava esperando carros voadores, máquina que teletransportam, refeições completas através de uma pílu-la, terá que aguardar mais um pouco ou se contentar com os lançamentos de filmes no cinema. Alguns estudiosos acreditam que dificilmente 2012 terá algum avanço real-mente expressivo, apesar de progressos em diversos estudos e investigações.

Um dos que defende essa tese é o ge-neticista italiano Edoardo Boncinelli, que realiza pesquisas na área da genética há 20 anos. Ele afirma que andaremos alguns pas-sos na evolução da medicina no tratamento do câncer, no entanto, o grande diferencial seria a preocupação antecipada das pes-soas com sua saúde. “Muitos tumores são diagnosticados cada vez mais rapidamente e as terapias são cada vez mais eficazes. Para mim o objetivo final deveria ser o diagnóstico antecipado, porque se desco-berto muito antes, nenhum tumor é muito perigoso” afirma.

Outros desafios para o futuro na saúde, além do combate ao câncer, são as lutas contra males que podem vir com o envelhe-cimento e a possibilidade de dar movimen-tos a tetraplégicos. Testes feitos no centro médico da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos, já indicaram avanços significativos. Em outubro, por exemplo, o norte-americano Tim Hemmes, apesar de sofrer de paralisia há sete anos após um

acidente de moto, conseguiu comandar um braço artificial usando um chip implantado no seu cérebro.

Além da medicina, outras áreas como educação, energia e tecnologia da infor-mação terão destaque em 2012, inclusive no contexto brasileiro, que se expande-se e está em um ritmo de desenvolvimento promissor para o próximo ano, já visando a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016. “Temos grandes possibilidades na área das comunicações e principalmente na saúde do esporte. Enfatizo esta última, pois vamos entrar numa sequência de eventos esporti-vos e isso vai expor as pessoas ao assunto e às tecnologias referentes a ele”, afirma o coordenador de inovação da Universidade de São Paulo (USP), Vanderlei Bagnato.

No caso específico da Tecnologia da In-formação, o instituto de pesquisas Nucleus Research prevê a expansão, principalmente, da cloud computing, modelo em que os ele-mentos da computação, como um software, são armazenados na rede e recebem aces-so remoto via internet. O instituto também constatou que a utilização das redes sociais nas corporações terá crescimento, por au-xiliarem no aumento da produtividade nas empresas já que, de acordo com o estudo, o acesso às redes por meio dos dispositivos móveis vai incentivar os empregados a tam-bém trabalharem fora do escritório.

Para os alucinados em novos gadgets, a briga entre os gigantes da área promete ser boa. A Apple deve apostar na terceira versão do iPad, a Amazon pode trazer me-lhorias no seu já novo Kindle Fire e os no-vos smartphones da Nokia, Samsung, Sony Ericsson e Motorola prometem novas fun-cionalidades com mais personalizações.

No entanto, os avanços tecnológicos e científicos não se concentrarão apenas em produtos que agilizem a execução de tare-fas, ou em equipamentos e tratamentos que ajudem no combate às doenças. Há uma preocupação cada vez maior com a preser-vação do planeta e uma consequente melho-ria na qualidade de vida das próximas gera-ções, e o mercado não deixou de perceber essa tendência e de se render a ela.

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Ser SuSTenTÁVeL é SobreViVerSeu Ferreira separa todos os dias o lixo or-gânico de outros materiais. Bem cedo, ele pega também as garrafas plásticas e metais, as coloca em uma grande sacola e entrega numa oficina de reciclagem localizada pró-xima ao seu bairro. E ele sabe: “minha pe-quena ação está ajudando o meio ambiente”.

Se há algumas décadas, a conscientiza-ção ambiental de seu Ferreira era conside-rada rara, agora, não é difícil perceber uma ampla mobilização da sociedade em achar soluções que melhorem a relação do ser humano com o meio ambiente. Ela pode ser percebida em nossa vida familiar e no tra-balho quando, por exemplo, economizamos água, evitamos a impressão de uma quanti-dade absurda de papel e até na escolha de alguns produtos que consumimos.

O próprio planeta ajudou a despertar esse cuidado maior da população, com uma série de catástrofes, mudanças climáticas, o risco da escassez de recursos naturais, en-tre outros problemas causados com o pro-pósito de um benefício imediato, sem a re-flexão acerca dos consequentes malefícios que podem ocorrer.

A partir dessa crescente conscientiza-ção, as empresas também buscam agre-gar soluções para satisfazer o anseio dos

consumidores em transformar o planeta. Ini-cialmente encarada apenas como uma joga-da de marketing– de transmitir a imagem de “politicamente correto” -, hoje, as ações de sustentabilidade das organizações estão sendo realizadas mais a sério.

E 2012 promete uma continuidade des-sa mobilização. De acordo com o renomado professor de Marketing Philip Kotler, esse movimento não é à toa: “as pessoas estão buscando empresas que atendam suas mais profundas necessidades sociais e ambien-tais em missão, visão e valores”, revelou em palestra a executivos brasileiros.

Um exemplo de produção com a utiliza-ção de novos materiais é o da Coca-Cola, que vai lançar em janeiro um novo tipo de garrafa PET, fabricada a partir da cana de açúcar. Outras empresas como Natura e Te-tra Pak já iniciaram a incorporação do cha-mado “plástico verde” em seus produtos.

No setor público, a Caixa Econômica tem linhas de crédito específicas para o fi-nanciamento de ações empresariais que di-minuam impactos ambientais e disponibiliza até 2% do seu lucro para projetos voltados à sustentabilidade.

Empresas da área supermercadista tam-bém investem em alternativas sustentáveis,

como a Walmart, através de suas lojas eco-eficientes. Há também iniciativas para a intensificação do uso de fontes renováveis. A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) prevê a instalação na cidade de Sete Lagoas uma usina de energia solar com capacidade de 3MW em meados do próximo ano.

Mas ainda existem dados alarmantes. O meio ambiente, apesar de ter no desen-volvimento sustentável um aliado que vem ganhando terreno, continua sendo víti-ma da irresponsabilidade e de atitudes de descaso ambiental.

Exemplos não faltam, como o recente caso do vazamento de óleo na Bacia de Cam-pos, no Rio de Janeiro, além da fragilidade de coordenação das instâncias públicas, que permitiu dissimular falhas operacionais e acarretou no vazamento radioativo na usina nuclear de Fukushima, no Japão. Ou mesmo em menor escala, quando vemos alguém jogar lixo no chão ou em rios. É, ainda te-mos muito o que mudar e é necessária uma mudança veloz pois, se não formos respon-sáveis, nossas próprias atitudes podem ser a causa do nosso fim, mesmo que ele não ocorra em 2012.

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e Se reaLmenTe 2012 foSSe o úLTimo ano de noSSaS VidaS?Quase todo mundo já deve ter demorado para fazer alguma coisa, acreditando ter tempo de sobra depois, ou mesmo priorizado um as-pecto da vida, como o trabalho, em detrimento da família. Mas, e se tivéssemos um futuro com dias contados, será que continuaríamos

relegando para segundo plano diversas tarefas. Para responder a essa pergunta, entrevistamos executivos, profissionais e estudantes de Administração que revelaram o que eles não deixariam de fazer no próximo ano se a profecia Maia se cumprisse.

caPa | 2012

“CarreGo uma mÁxima ComiGo, um VerSo de uma múSiCa ConHeCida: ‘eu Só Quero Saber do Que Poder dar CerTo, não TenHo TemPo a Perder!’. aPrendi a foCar naQuiLo Que reaL-menTe imPorTa, Que Traz oS reSuL-TadoS de Que neCeSSiTo. enTão, eu Conduziria minHa Vida do meSmo jeiTinHo Que faço Hoje”Sérgio mena barreto, executivo e escritor

“Se eu TiVeSSe CerTeza, or-Ganizaria uma PaSSeaTa na aV. PauLiSTa Para ProTeSTar. TanTo eSforço, um mundo QuaSe ConSTruído, e aGora iSSo. não é juSTo...”juarez alvarenga, diretor na thoth

“CurTiria Cada momenTo Com minHa famíLia e amiGoS. na Verdade, a PerGunTa noS faz refLeTir Sobre Tudo o Que é imPorTanTe em noSSaS VidaS e Tem SiGnifiCado Verdadei-ro. PorTanTo, Se 2012 foSSe noSSo úLTimo ano, aCrediTo Que Viria à Tona uma QueSTão muiTo PonTuaL: a neCeSSidade do eQuiLíbrio enTre Vida PeSSoaL e ProfiSSionaL” Gisele friso, advogada e consultora jurídica na g.friso consultoria Jurídica

“Se, de faTo, o mundo aCabaSSe no finaL de 2012, não deixaria de LeVar meuS fiLHoS Para diSney, Com PaS-SaGem Só de ida”Cristiano Vargas, diretor da vault

“TemoS Que Saber Que o mundo aCa-ba TodoS oS diaS Para muiToS. o meu Pode aCabar a QuaLQuer momenTo... meu deuS, o Que eu faço?”isael borges, analista financeiro

“jÁ ouVi faLar em VÁriaS daTaS diferenTeS e ainda eSTamoS aQui. Se eSTe fim em 2012 foSSe Verdade, ViVeria meuS diaS Como ViVo aTuaL-menTe, SemPre em buSCa de Sorrir maiS. o mundo aCaba Para aQueLeS Que morrem. aS PeSSoaS deVeriam Ser fraTernaS umaS Com aS ouTraS Sem Ter em menTe Que o mundo Vai aCabar. Por Que SermoS PeSSo-aS meLHoreS e Pedir Perdão Por noSSaS faLHaS em Cima da Hora? deVemoS fazer iSSo SemPre”Lorena rayssa, estudante de administração da ufcg

“aProVeiTaria Cada SeGundo... maS, Para Que eSPerar Saber Que Vai aCabar? é beSTeira iSSo... o mundo aCaba Quando morremoS. mor-remoS Quando não ViVemoS. não ViVemoS Quando deixamoS de Lado aS CoiSaS SimPLeS e boaS da Vida”Wesley Pereira, comunicólogo

“TenHo muiTo o Que fazer ainda, amo minHa famí-Lia, adoro meuS neToS, maS, Se TiVer Que aCabar, aCaba e PronTo. reCo-meça-Se, ouTra Hora, em ouTro LuGar, SimPLeS aSSim”norma Veras

“SimiLar ao LiVro aH, Se eu SoubeS-Se, eu não deixaria de PaSSar a menSaGem Para Que oS exeCuTiVoS eSTiVeSSem maiS PróximoS aoS SeuS famiLiareS e amiGoS. o eQuiLíbrio em Tudo o Que fazemoS na Vida é imPor-TanTe, e Saber doSar é o SeGredo Para não Criar a exPeCTaTiVa de Que TrabaLHando em exCeSSo, TerÁ reSuLTadoS em exCeSSo”reinaldo nogueira, presidente executivo do instituto oraug-br

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marKetIng | InTERnET

Hoje, ficar fora da internet ou ter um site simplesmente para dizer que possui se transformam em sinônimos de perder bons negócios. Está na hora de você potencializar sua marca e empresa na rede

mundial de computadores.

por julián villanueva galobart*

SeGredoS de markeTinG Para gerar tráfego na Web

internet mudou a maneira pela qual os encarregados do marketing interagem com seus clientes. Por isso, é vital entender como ela funciona, para obter o

máximo das vantagens oferecidas pela rede mundial. É necessário criar um bom plano de marketing digital, adaptado às necessi-dades de sua empresa. Nesse sentido, dar atenção especial a determinados fatores é particularmente importante para o sucesso das ações on-line. Entre os elementos que se destacam estão:

Fazer análises interna e externa da situação Identifique seus pontos fortes e fracos bem como as ameaças e oportunidades que tem diante de si.

objetivos de marketing Além de aumentar as vendas e obter lucros mais altos, existem objetivos secundários mais específicos e mensuráveis, como o lançamento de uma loja on-line para dimi-nuir os estoques fora da estação, o caso de uma empresa que vende produtos de couro, por exemplo.

Estratégia Para atingir esses objetivos, você deve estabelecer estratégias concretas com relação ao produto, preço, canais de distribuição e propaganda.

Plano de ação Especifique claramente suas estratégias

digitais, com tarefas específicas, prazos, pessoas encarregadas e suas posições na hierarquia, para determinar se os objetivos preestabelecidos foram alcançados.

Plano de viabilidade Para garantir a lucratividade de sua estra-tégia digital, é necessária uma ideia cla-ra de onde virá sua receita e para onde vão suas despesas, além dos investimento a serem feitos.

Gerenciamento e acompanhamento Crie indicadores para julgar se está atingin-do os objetivos do negócio, ou seja, seus Indicadores Chave de Desempenho (ICD). Pergunte a si mesmo: por quais canais os visitantes estão chegando ao nosso site? Quantos usuários acabam por realmente comprar alguma coisa? Quais são as páginas mais visitadas?

QuAnTo MAIS TRáFEGo, MELhoRAs técnicas de otimização de dispositivo de busca (Search engine optimization - SEO) irão auxiliá-lo a posicionar melhor o seu site na lista de resultados obtidos quando al-guém faz uma busca. E isso você pode notar no seu próprio dia a dia.

É muito mais provável você acessar um site que está na primeira página da lista do que escondido em algum lugar da terceira, ou mesmo da trigésima terceira página.

Mas é bom ficar atento para não con-fundir. Existem dois tipos de otimização, a SEO dentro do site e a SEO fora do site. A primeira é composta de técnicas para a oti-

mização interna do site, como a oferta de um mapa que permite ao usuário encontrar to-das as informações nele contidas. A segun-da se refere a técnicas externas, como a or-ganização de links qualificados para seu site a partir de outros sites. O tráfego recebido por esses métodos não envolve pagamentos. O interesse do usuário fica claro a partir da busca que está realizando.

Existe também o marketing de disposi-tivo de busca (Search engine marketing - SEM) que, no entanto, envolve custos. Ele inclui, por exemplo, os links patrocinados incluídos pela maioria dos dispositivos de busca quando o usuário faz uma pesquisa sobre determinado assunto. O tráfego SEM tem diversas vantagens e oferece uma maior flexibilidade para dar visibilidade à empre-sa. Podemos dizer que o SEO e o SEM se complementam. O último é mais usado quan-do uma empresa tenta posicionar-se no cur-to prazo, enquanto a primeira oferece resul-tados melhores no médio e no longo prazo.

Outras técnicas para a geração de trá-fego entram na categoria do marketing de mídias sociais, que consiste na promoção de seu produto ou serviço por meio de blogs ou agregadores de vídeos como o Youtube e as redes sociais. Não se deve menospre-zar, ainda, a otimização das mídias sociais (social media optimization), que envolve a promoção do seu site por meio de ferra-mentas que permitem ao usuário enviar seu conteúdo para outros sites. Isso ocorre, por exemplo, quando colocamos no Facebook um artigo noticioso do qual gostamos. Aliás, a utilização desse artifício está se tornando uma ferramenta cada vez mais comum e va-

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É MUITO MAIS pROvávEl vOCê ACESSAR UM SITE QUE ESTá NA pRIMEIRA páGINA DA lISTA DO QUE ESCONDIDO EM AlGUM lUGAR DA TERCEIRA, OU MESMO DA TRIGÉSIMA TERCEIRA páGINA

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liosa na hora de gerar tráfego na internet pelas empresas. Os fãs, seguidores e curtidores de várias marcas que possuem perfil nas redes sociais costumam ser um elo fortíssimo para atrair novos fãs, novos seguidores e novos curtidores.

A ESCoLhA do CAMInho CoRREToExistem outros recursos para a promoção do seu site. Por exem-plo, é possível basear campanhas de apresentação ou de marca na inserção de propaganda em suas próprias páginas na internet. No entanto, elas costumam ficar mais ligadas a objetivos de geração de marca do que à geração direta de receita.

Outra estratégia de marketing é a da afiliação, que consiste na distribuição de propaganda on-line por meio de diversos sites agrupados em torno da plataforma de uma empresa. Existem três modelos de pagamento: custo por clique, custo por indicação ou custo por acesso. Já a relação pública digital, enquanto isso, pode promover seu produto por meio de influenciadores cuja função é a de persuadir pessoas e/ou organizações influentes em seu setor

a recomendar sua marca ou produto em seus próprios sites.

Outras estratégias digitais incluem o e-mail marketing – enviar e-mails a um gru-po escolhido de pessoas para atrair clien-tes novos ou manter os já existentes – e o marketing móvel, que, apesar de não ser ainda muito usado pelas empresas, mostra imensas promessas como um meio que vai crescer em um futuro não tão distante.

Naturalmente, não devem ser esqueci-das as mídias tradicionais, como a televisão, o rádios e o rádio, capazes de aumentar a eficiência de qualquer campanha digital. Afinal, uma boa estratégia fora da internet sempre aumenta a eficiência de qualquer es-tratégia on-line – e vice versa.

*julián Villanueva Galobart é professor associado de marketing da escola de negócios Iese business school, eleita uma entre as dez melhores escolas de negócios do mundo.www.ieseinsight.com

colaboraram com a matéria rosa fernández-velilla e Luis ferrándiz.

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38 administradores.com.br Dezembro 2011

n

*Seth Godin escreveu treze livros que foram traduzidos

em mais de trinta línguas. cada um tem sido um best-

seller. ele escreve sobre a revolução pós-industrial, a

forma como difundir ideias, marketing, parar de fumar, liderança e, acima de tudo,

como mudar tudo.

a verdade existem duas recessões: a primeira é cícli-ca, aquela que inevitavelmente chega e inevitavel-mente vai embora. Foi provado que uma intervenção adequada pode encurtá-la, mas também há indícios que uma resposta exagerada pode resultar em des-perdício ou até agravar a situação. A outra recessão,

porém, a que provoca a perda de todos os “bons trabalhos de fábrica” e desemprego sistemático – essa eu temo que tenha vindo para ficar.

A internet espremeu as ineficiências de vários sistemas, e a habili-dade de coordenar atividades e digitalizar dados se combinam para eliminar um vasto número de cargos que a era industrial criou. Por que acreditamos que irão retornar aqueles empregos onde somos muito bem pagos para fazer um trabalho que pode ser sistematizado?

As fábricas foram o centro da era industrial. Prédios onde os traba-lhadores se juntavam para construir carros, utensílios, fazer apólices de seguros e transplantes de órgãos - essas são atividades centradas no tra-balho, onde ineficiências locais são superadas pelos lucros da produção em massa. Se o trabalho local custa mais ao empresário, ele tem que pa-gar, afinal, que escolha ele tem?

Não mais. Se pode ser sistematizado, ele será. Se o intermediário pode encontrar uma fonte mais barata, ele irá. Se o consumidor não--afiliado pode poupar um centavo clicando aqui ou ali, isso irá acontecer. A ineficiência causada pela geografia era o que permitia a trabalhadores locais receberem um salário melhor, e era a ineficiência de uma comuni-cação imperfeita que permitia às companhias cobrarem preços maiores.

A era industrial, que começou com a revolução industrial, está dei-xando o palco. Ela não é mais a força motriz da economia e é absurdo pensar que altos salários por um trabalho facilmente substituível vão retornar. Isso representa uma grande descontinuidade, uma decepção forte para pessoas trabalhadoras que procuram estabilidade, mas prova-velmente não a conseguirão. É uma recessão, a recessão de cem anos de crescimento do complexo industrial.

Eu não sou um pessimista, pois a nova revolução - a revolução da conectividade - cria modos novos de produtividade e oportunidades. Po-rém, não para o trabalho repetitivo de fábrica nem para os índices de empregabilidade. A maior parte da riqueza gerada por essa revolução não toma a forma de um trabalho integral.

Quando todo mundo tem um laptop e uma conexão com o mundo, então todos possuem uma fábrica. Ao invés de nos juntarmos fisicamen-te, nós temos a capacidade de nos aproximarmos virtualmente, angariar atenção, conectando trabalho e recursos, e criando valor.

É desgastante? Claro que sim. Ninguém é treinado para isso, em iniciar, visualizar, resol-ver problemas interessantes e então entregar. Alguns veem esse novo trabalho como uma colcha de retalhos de pequenos projetos, uma imitação fajuta de um trabalho “de verdade”. Outros conseguem notar que essa é uma pla-taforma para um tipo de arte, um campo bem mais justo onde a posse de uma empresa não é uma herança para uma pequena minoria, mas algo que milhões de pessoas podem alcançar.

A situação vai mudar de qualquer for-ma. De um lado da economia, as expectati-vas diminuem e muitos hambúrgueres são fritos. O outro lado é uma corrida ao topo, em que indivíduos, até então esperando instruções, começam a dá-las.

O futuro tem cada vez mais traços do mar-keting - é improvisado, baseado em inovação e inspiração, e envolve conexões entre pessoas - e menos traços do trabalho de fábrica, onde você faz o que fez ontem, mas mais rápido e mais barato. Isso quer dizer que devemos alterar as nossas expectativas, mudar o nosso treinamen-to e alterar a forma com a qual nós lidamos com o futuro. Ainda assim, é bem melhor do que lu-tar por um status quo que não mais existe. As boas notícias são claras: cada recessão longa é seguida de uma época de crescimento baseada na próxima inovação, e assim segue...

A criação de trabalhos é um falso ídolo. O futuro é baseado em bicos e recursos e arte e uma série dinâmica de parcerias e projetos. E ele vai mudar as fundações da nossa socieda-de. Nós não precisamos gostar dessa mudança, mas quanto mais cedo nós a notarmos e bus-carmos nos tornar eixos insubstituíveis nesse sistema, menor será a dor, e nós podemos voltar ao trabalho que precisa (e agora pode) ser feito.

Essa revolução é, ao menos, tão grande quanto a última, e essa última mudou tudo.

a reCeSSão eTerna (e a reVoLução fuTura)

sethgoDIn

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evoLução

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39administradores.com.brDezembro 2011

otivar equipes não é algo novo, tampouco re-conhecer e premiar talentos. O que muda cons-tantemente são as nossas reflexões sobre as gerações, os jovens que estamos motivando. Eles mudam tudo, representam novas lingua-gens, comportamentos e influenciam direta-

mente nossas empresas, e consequentemente, a idealização das campanhas de incentivo.

Se essa chamada geração “Y” já mudou a percepção das es-tratégias comerciais e de mercado, certamente elas foram afe-tadas, anteriormente, pelas gerações anteriores. Os primeiros a conquistarem o direito da juventude, inventando um novo jeito de viver, vestir e se apresentar foram os Baby Boomers, nasci-dos após a II Guerra Mundial, entre as décadas de 40 e 50. Eles receberam as chaves da internacionalização das empresas e rom-peram as barreiras físicas. Deixaram nossos escritórios mais des-contraídos e revolucionários. Por causa disso, influenciam ainda hoje as nossas decisões.

Já a geração X, dos nascidos entre os anos 60 e 70, chegou com os direitos conquistados e promoveram a liberdade de expressão influenciada pelo avanço do marketing e da publicidade. No meio corporativo, trouxeram a competitividade, o que libertou a cria-tividade que antes era permitida somente nas escolas. E essas transformações continuam refletindo na nossa forma de gerenciar pessoas e, por conseguinte, em como as motivamos e buscamos melhores resultados. De anos para cá, inúmeros fatores represen-taram mudanças na gestão, nas estruturas hierárquicas e, portanto, nas aspirações profissionais de cada indivíduo. O sentimento que cada um carrega também não é imune ao progresso. É esse desejo, único e individual, que nos interessa, que instiga escolhas e nos mobiliza a superar desafios.

Atualmente, falamos de equipes interligadas, a primeira ge-ração completamente globalizada por uma rede que ampliou e aproximou pessoas, lugares e companhias. É o acesso total. Não só o comportamento evoluiu, como as relações de negócio já não são as mesmas. Na era industrial, por exemplo, quem tinha o co-nhecimento, detinha o poder. Hoje, as administrações são parti-cipativas, o conhecimento é partilhado, multiplicado, e o poder segue a mesma relação.

Se hoje as mudanças do comportamento humano são orgâni-cas, são elas também que determinam o direcionamento das estra-

Mtégias a serem adotadas nas campanhas de incentivo. Estamos falando de uma era, a mais pluralista da história comportamental, em que reconhecer as diferenças e as par-ticularidades é um gesto natural. É orgâni-co, e nos permite mostrar que onde houver pessoas e objetivos a serem alcançados, uma campanha pode fazer a diferença. E o que vai garantir o sucesso delas é o prag-matismo, o realismo e a proximidade da campanha com o alvo.

A tendência para o setor de incenti-vo é um aumento dessa conscientização que depende de capacitação, motivação e bem-estar das equipes, para que possam desenvolver o melhor de suas performan-ces. Se sua empresa consegue entender esses movimentos e toma parte disso, ela está no caminho certo. Do contrário, a conformidade puxará uma estagnação geral. No início, pode parecer duvidoso, mas no final as grandes perguntas desses jovens se tornarão nossas ações, que cada vez mais estão conscientes e sustentáveis em todos os sentidos. Mais do que nunca, para entender empresas e pessoas é preci-so compreender o que as motivam, desde seus clientes, distribuidores, fornecedores e colaboradores, que são os catalisadores das próximas mudanças, dos resultados e da realização profissional.

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motIvação

noVaS eSTraTéGiaS Para noVoS ComPorTamenToS

sueLI brusco

*Sueli brusco é especialista em comportamento

humano e como diretora da simgroup inspira equipes

a inovar e a realizarem sonhos. antenada em tudo o que move profissionais a

superarem desafios, é uma executiva curiosa, atenciosa e apaixonada por pessoas e por

cãezinhos. br.linkedin.com/in/suelibrusco

QueremoS o Seu TexTo PubLiCado na reViSTa adminiSTradoreS!Cadastre-se em administradores.com.bre publique artigos em sua conta. Os textos mais interessantes serão selecionados e poderão estar na próxima edição da revista Administradores.

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40 administradores.com.br Dezembro 2011

* Leandro Vieira é publisher da administradores e jura

de pé junto que nunca mais teve caspa.

e você estivesse nos anos 70 ou 80 e alguém lhe pedisse para dizer a primeira marca de sham-poo anticaspa que lhe viesse à mente, certamente você diria: Denorex – e de quebra ainda repetiria o famoso bordão “parece, mas não é”. E hoje, que marca você diria?

Há mais ou menos um ano atrás, comprei alguns livros em uma livraria do aeroporto de Congonhas e recebi de brinde uma amostra grátis do anticaspa Clear, que na época também estava com uma forte divulgação na TV e em várias revistas. “Que gesto simpático!”, pensei, saindo satisfeito da livraria.

Na semana passada, minha esposa notou alguns pontos brancos em minha camisa preta. “Você está com caspa”, disse ela, ao mesmo tem-po em que passava a mão nos meus ombros. “Parece, mas não é. Isso é poeira”, respondi, tentando disfarçar o embaraço. Fico até sem jeito de comentar, mas não é que era caspa mesmo? Bom, isso acontece nas melhores famílias. Vai dizer que você nunca teve...

Para resolver o problema, corri para o supermercado mais próximo em busca de um shampoo tiro-e-queda. Qual a primeira marca que me veio à cabeça? Aháá! Um ano depois do singelo gesto de ser presente-ado com um sachê de anticaspa em uma livraria, apenas cinco letras dançavam em minha mente: C-L-E-A-R.

Amostra grátis é um dos recursos mais poderosos e eficazes do marketing. A resposta imediata é a simpatia. Se a comunicação for bem trabalhada – como no caso do Clear, que complementou a distribuição de amostras com propagandas convencionais -, é algo que pode trans-formar a sua marca em top of mind.

Experimente oferecer algo de graça para os seus clientes ou potenciais clientes. Muitas vezes, amostras grátis e brindes são determi-nantes na sua indecisão entre levar a escova de dente comum e a outra também comum, mas que já vem com a pasta, ou entre o celular maneiro que vem com um álbum de sua ban-da preferida e o outro que só é maneiro e nada mais, entre o carro que inclui o airbag como item de série e o outro que cobra a mais por isso, entre a companhia aérea que somente vende passagens e a outra que premia seus fi-éis clientes com passagens grátis.

Todos adoramos essa palavra: “grátis”. Quando recebemos qualquer coisa gratuita-mente, acionamos uma necessidade interna de retribuir. Essa retribuição pode ser automáti-ca, ou pode vir tempos depois. Cedo ou tarde, cedemos à tentação de retribuir.

Com o perdão do trocadilho, se você quer grudar a sua marca na cabeça de seu cliente, estude formas de recompensá-lo. Ele merece esse reconhecimento. Recompense-o, antes mesmo de ele vir a comprar algo de você. Você pode até ter a sensação momentânea de estar perdendo algo, mas essa é só uma sensação do tipo Denorex: parece, mas não é.

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a CaSPa e o Poder da amoSTra GrÁTiS

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41administradores.com.brDezembro 2011

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ção

mary Parker foLLeTa Profeta Da aDmInIstração

por leandro vieira e mayara emmily

Nascida no final do século 19, Follet foi uma

revolucionária e suas ideias construíram

alguns pilares da Administração que inspiram

teorias utilizadas até hoje

magine um pesquisador que

tem ideias inovadoras em uma

realidade que está vários pas-

sos aquém de sua linha de

pensamento. Nesse caso, é pro-

vável que seja difícil para este

pesquisador se fazer ouvir, receber crédito e

conseguir avançar nas análises sobre sua te-

oria. Ele ainda corre o risco de ser silenciado

e até ridicularizado pela sociedade que dificil-

mente compreenderia suas propostas. E se, na

realidade, esse pesquisador fosse uma mulher

e sua época fosse dominada por homens? Pois

é, o tempo foi uma das barreiras para a difusão

das ideias da estudiosa Mary Parker Follet, que

já no início da década de 1920 forneceu as mais

valiosas contribuições à Administração.

Considerada por Peter Drucker a "profeta

do gerenciamento", Follet foi pioneira ao in-

troduzir o conceito de circularidade na inte-

ração entre seres humanos. Ela explicava que

no comportamento circular existem, em uma

discussão aberta, a confrontação e o jogo livre

na exposição de ideias. Há a integração das

diferenças, ao invés de haver dominação de

uma ideia sobre as outras ou a concessão das

partes na busca por uma ideia comum a todos.

Ou seja, surgindo um conflito em um grupo, as

soluções devem ser encontradas somente com

a participação de todas as partes, não por meio

de uma “psicologia de adaptação”, mas de uma

“psicologia de invenção”.

No entanto, a dinâmica circular, que

pode sugerir um círculo virtuoso e po-

sitivo, que leva à criatividade e ao de-

senvolvimento, também pode criar um

círculo vicioso e negativo, levando à

esterilidade e à desagregação.

No momento em que um membro do grupo

toma posição frente aos demais, os outros tam-

bém tomarão uma posição em relação a ele. A

hipótese do círculo de desenvolvimento que

segue a espiral positiva prevê que o comporta-

mento socialmente integrador em uma pessoa

tende a induzir um comportamento análogo

nos outros. Instaura-se, assim, um clima favo-

rável que, de acordo com Domenico De Masi,

“multiplica e enriquece a troca de informa-

ções em todos os níveis, elimina as ameaças e

os medos, potencializa a coragem de tentar e

errar, atrai do exterior os melhores cérebros,

protege os participantes com personalidades

mais fracas e os ajuda a permanecer no gru-

po, determina a sintonia e a ‘extensão de onda’

comum, graças às quais é mais fácil colher

as mais sutis intuições, que frequentemente

se revelam resolutivas”.

Mary Parker Follet desenvolveu conceitos

que foram redescobertos por estudiosos da

Administração anos mais tarde. Apesar disso,

poucos ouviram falar da pesquisadora pois,

como afirmou Peter Drucker, nos anos 1930 e

1940, suas ideias, conceitos e preceitos desen-

volvidos foram rejeitados. Seus ensinamentos

eram incompreensíveis naquela realidade,

em que a sociedade estava dominada por uma

crença profunda na luta de classes. Patrões e

empregados em eterna posição antagônica.

Follet foi uma visionária que desenvolveu

um pensamento extremamente atual, que é

base para o gerenciamento colocado em prá-

tica no dia-a-dia das empresas. Ela faleceu

em 1933 sem ter o devido reconhecimento,

mas suas pesquisas e constatações foram

revolucionárias, fundamentais e até hoje

fazem história na Administração.

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42 administradores.com.br Dezembro 2011

Dúvidas, perguntas ou curiosidades sobre carreira, mundo corporativo, administração ou desempenho no trabalho? o Jedi mais sábio do cinema responde para você!

envie sua pergunta para [email protected]

PaPo com YoDa | PERGunTAS E RESPoSTAS

0s ensTnAMenT0sD0 MesTre y0DA

na Hora da Promoção LídereS feioS

Sem inoVação

fazer o Que não GoSTa

merCado Para adminiSTradoreS

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Treine a Si meSmo a deixar ParTir Tudo Que

Teme Perder @mestre_yoda

Fui promovido recentemente e estou apa-vorado. Como controlar esse sentimento? Wendel Pereira

antes de tudo, atemorizado Wendel, o pensa-mento eleve. as influências negativas afaste, pois delas o Lado negro se nutre. o medo na-tural é, mas controlado deve ser. Depois, os fatores que levaram à sua promoção, menta-lizar você deve. a promoção motivos teve e em você eles estão. em mais ninguém. Logo, na força acredite e nela confie, pois com você ela está. Palavra de Jedi.

mestre yoda, o fato de você ser pequeno, verde e feio atrapalhou, em algum mo-mento, o seu posicionamento como líder perante a ordem jedi?ramon hernades

e para você, ramon, o fato de sutil como um hipopótamo numa loja de cristais ser, em algo atrapalha? mas, à sua pergunta respondendo, pequeno sou, mas menor já fui. e se tamanho importante fosse, o elefante dono do circo seria; o verde, uma cor ecologicamente cor-reta é, e a fotossíntese, de quebra realizo; e feio, bem... quem de Jedi bonito gosta, bem... você sabe... então, diplomático ramon, meu posicionamento como líder, jamais abalado esteve. Que a força com você esteja (porque a sinceridade com você já está!). Qual a melhor forma de lidar com "che-

fes" que não aceitam inovações?bruna marsom sandei

Irriquieta bruna, talvez a melhor forma ino-vando seja. em vez das vantagens da inovação mostrar, o custo de não inovar exponha. o mesmo lado da laranja repetidamente mos-trar, a eficácia perde. também na forma de argumentação inovar é preciso.

É possível obter sucesso no mundo cor-porativo mesmo não gostando de assu-mir posições de comando?francys Wynnie

astuta francys, sua pergunta muito pertinen-te é. muitas pessoas este dilema enfrentam, na construção de suas carreiras. mas muita sutileza há entre comandar não conseguir e de comandar não gostar. sabendo que impor-tante comandar é, fazer você deve, mesmo não gostando. Parecido com comer salada em churrasco é. Por outro lado, comandar talvez o termo mais exato não seja, para o êxito conseguir. Liderar, sim, fator de sucesso é. Darth vader, um comandante típico é, mas não um líder. ao sentir-se liderando, o co-mando natural será. Que a força dos líderes com você esteja.

Gostaria de saber como está voltado o mundo para os profissionais de Adminis-tração e Contabilidade? É realmente um mercado em expansão? Tem vagas para todos? Lineker moraes

sim, palpitante Lineker. assim como o uni-verso, o mercado em constante expansão está. Isto, ao menos, não tema. resta-nos saber se você em constante expansão está. Isto sim, o foco de sua preocupação deve ser. e, verdade isto sendo, sua vaga garantida es-tará. vagas somente não há para aqueles que ocupá-las não podem. Que a força e a vaga com você estejam.

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por eber freitas

Com apenas 24 anos, jonathan Gottfridsson desempenha um papel estratégico na área de marketing do Sicredi – cooperativa de crédito com quase 110 anos de história

Você fez uma breve incursão pelo agro-negócio, mas se decidiu firmemente pela área de marketing. como você explica essa decisão?Desde antes de começar a faculdade eu já gostava de marketing. Quando adolescente, por exemplo, via as propagandas na tv e fi-cava imaginando qual teria sido a estratégia das empresas por trás delas. Porém, quando entrei na faculdade de administração, a pri-

ovem de rápida ascensão no mercado de trabalho, o administrador Jonathan gottfridsson conseguiu aproveitar algumas boas oportunidades para edificar a própria carreira. De bolsista no centro de estudos e Pesquisas em agronegócios (cepan), o ex-aluno da ufrgs conseguiu um trabalho na Dell computadores em eldorado (rs) e mais tarde trabalhou na suécia, país de origem da sua família, onde teve a oportunidade de aprender um novo idioma. mas a experiência no ex-

terior rendeu mais do que isso, confirmando a paixão do estudante pela área de marketing: “quando adolescente, via as propagandas na tv e ficava imaginando qual teria sido a estratégia das empresas por trás delas”, brinca.

atualmente, Jonathan executa análises táticas e estratégicas dentro da área de Inteligência de mercado do banco cooperativo sicredi, cargo normalmente concedido a profissionais expe-rientes. o professor de administração da ufrgs Walter nique destaca características como a alta capacidade de trabalho, criatividade, cultura geral profunda, conhecimento de diversos idiomas e responsabilidade. “estes traços de personalidade seguramente o levarão a píncaros dentro da administração", afirma. conheça o nosso framtidens administratör desta edição.

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meira oportunidade de trabalho que surgiu foi de uma bolsa na federal. apesar da expe-riência ter sido boa, pude provar um pouco da burocracia existente neste campo, e ver que realmente o que eu queria eram os de-safios e a liberdade que o marketing me pro-porcionaria.

A dell é uma das gigantes na fabricação de computadores, notebooks e deriva-

dos, e você estagiou em uma de suas unidades. o que você conseguiu apren-der trabalhando em uma multinacional? sair da bolsa e ir pra Dell foi literalmente co-nhecer um mundo novo. tenho ótimas lem-branças de lá, amigos também. considero o tempo na Dell como uma escola, onde no dia a dia podia colocar em prática o que eu vinha aprendendo na faculdade. o ambiente de tra-balho sempre me proporcionava aprendiza-do, e os meus colegas sempre estavam dis-postos a ensinar. também a oportunidade de conhecer de perto o modelo de gestão ame-ricano foi importante para minha carreira.

Você trabalhou na suécia durante o cur-so, certo? como surgiu essa oportunida-de e como foi a experiência por lá?sim, no meio da faculdade tranquei um se-mestre pra morar fora. era um sonho tam-bém conhecer as origens da minha família (meu pai é sueco). eu queria muito aprender o idioma local e também ter uma experiência com administração fora do brasil. Inicial-mente foi bem difícil conseguir algo ligado à área, porque nos primeiros meses eu ainda estava aprendendo o sueco. não bastava o inglês e o espanhol; eles queriam que eu falasse a língua deles. após essa barreira ser vencida, surgiu uma experiência de tra-balho na área que foi bem gratificante, prin-cipalmente pelo fato de poder comparar dois modelos de gestão bem diferentes. nela de-sempenhei funções nas áreas de logística e marketing.

Quais os próximos passos que você al-meja para a sua carreira?Pretendo continuar me aprofundando no marketing, aprendendo sempre. gosto do que faço e não quero que isto mude. creio que é importante seguir se divertindo com o trabalho, e sempre gostei de colocar ideias e estratégias em prática. obviamente novos desafios e posições são almejados, porém, sei que no tempo certo Deus vai estar condu-zindo todas estas coisas.

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FORA DOfora Do QuaDraDo | PRoduToS InoVAdoRES

QUADRADO

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Esse não deve chegar nesse Natal e nem no próximo, mas talvez daqui a 10 verões. A Nokia apresentou um conceito de smar-tphone baseado em nanotecnologia com-pletamente humani-zado. O HumanForm seria translúcido, flexível, mais intera-tivo do que qualquer aparelho fabricado hoje e capaz até de identificar as emo-ções de quem fala do outro lado (sim, ele fará ligações). Por enquanto ainda é um sonho, mas um vídeo degustativo está em adm.to/humanform.

nanoTeCnoLo-Gia em SmarT-PHoneSO DVD ou Blu-ray são

utensílios presentes na casa do brasileiro. No entanto, existe uma nova tendência que pretende dimi-nuir a utilização des-sa mídia em formato CD. Trata-se dos dis-positivos de armaze-nagem com interface USB e de cartões de memória SD / MMC / MS. E para esse público (que por sinal está crescendo), a Elgin lançou o Media Player MPE322: aparelho multimídia que é conectado à TV e permite assistir fil-mes, fotos e músicas através desses novos dispositivos.

Apesar do nome complicado - Fide-lio SoundSphere DS9800W – o novo dock da Philips para iPod/iPhone/iPad destaca-se pela praticidade. A aposta da empresa nesse final de ano vem com duas caixas de som potentes e reprodutor de áudio via AirPlay, integrado ao iTunes. Ele vem também com tweeters na parte su-perior que, segundo a Philips, garantem uma boa experiência sonora de qualquer local. Os amantes da Apple agradecem.

O notebook equipa-do com o sistema operacional Chrome OS, o Chromebook, deve chegar ao Brasil entre o final do ano e começo de 2012. Fabricado pela Sam-sung e Acer, o apare-lho é integrado com todos os serviços em nuvem do Google, desde o Gmail até o Docs, de forma que o seu espaço em disco seja reduzido. Por isso, a internet para o aparelho é essencial, para não se tornar uma tartaruga mari-nha fora da água. Nos EUA, o Chromebook custa até US$ 500.

O calor promete ser intenso nesses próximos meses no Brasil, mas quem parece estar preocupado com as fortes temperaturas são os japoneses. A companhia japonesa Thanko criou o ar--condicionado portá-til HNWAARCN, que custa cerca de R$ 30. O aparelho usa água para enviar o ar gela-do para o indivíduo e funciona por meio de duas pilhas comuns ou pela porta USB de um computador. Ele promete ser um sucesso de vendas nesse fim de ano... no Japão.

dVd? não, obriGado!

Som na Caixa CHromebook: nuVem Para o uSuÁrio

ar-CondiCio-nado PorTÁTiL

kindLe fire: o TabLeT da amazon

A aposta da Amazon com o novo tablet Kindle Fire é obter um recorde de ven-das: cinco milhões de unidades. O visual é semelhante ao Playbook, da RIM, já que ambos têm o mesmo fabricante. Por enquanto, sua versão conta com Wi-Fi, tela de 7" e sistema operacional Android. O preço é um dos maiores atrativos: US$ 200, contra US$ 500 da versão básica do iPad. Como reza a cartilha tecnológica, uma nova versão - feita com mais calma, portanto melhor - deve ser lançada no ano que vem.

todo fim de ano é a mesma coisa. as pessoas se agitam e aproveitam o período para comprar novos produtos. e as empresas, que não são bobas, aproveitam o momento para fazer diversos lançamentos. então, nesse mês, separamos alguns “presentes” que podem fazer sucesso no natal.

por eber freitas e fábio bandeira de mello

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O primeiro projetor doméstico em 3D foi anunciado pela LG em novembro. O CF3DAT é capaz de exibir imagens de até 200" em uma sala de estar comum, o que, segundo a empresa, pode levar a expe-riência do cinema para casa. O aparelho precisa do uso dos óculos específicos para aproveitar o recurso em terceira dimensão. Ainda não há data para o início das vendas nem pre-visão de preço, mas a LG deve colocar o produto no mercado logo.

Não basta ser útil, tem que ser bonito. E foi com esse pensa-mento que a Electro-lux lançou mais uma linha do aspirador de pó Ergorapido. Reco-nhecido pelo design inovador, ele ode ser usado tam-bém como aspirador de mão, possui uma luz de LED que ajuda na visualização da sujeira e dispensa o uso de fio, tornando a aspiração mais ágil. Os modelos do produto variam de R$ 299 a R$599.

Ah, o sorvete e o picolé... A criançada adora e, para falar a verdade, os mais velhos também. E esse é um dos moti-vos que a Máquina de Raspadinha Linha Disney Ariete pode fazer sucesso no fim de ano. Ela possui uso simples: basta in-troduzir os cubos de gelo que o triturador profissional os trans-forma, preparando gelados deliciosos. O produto ainda conta com um sistema de segurança que impe-de o funcionamento do motor até que a tampa seja colocada corretamente. O valor sugerido é de R$ 273,60.

diVerSão SaboroSa

Projeção de imaGenS em 3d

Que beLeza eSSa LimPeza

Com um design cyberpunk, a Yamaha Ténéré 660 chegou ao Brasil para se unir às irmãs Super Ténéré (1200 cc) e Tenéré (250 cc); somos o único país no mundo onde os três modelos são comercializados. A Big Trail promete uma boa autonomia - capacidade para 23 litros de gasolina - e motor monocilíndri-co de 660 cm³ com potência máxima de 48 cv. O modelo, mais adaptado para as estradas, deve tomar parte da fatia de mercado da XT 660 (também da Yamaha), motocicleta mais off-road. Let's rock and ride.

Ténéré 660: a famíLia eSTÁ ComPLeTa

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Não se trata de um produto ultra inova-dor, pelo contrário, segue a linha nos-tálgica e retrô, mas é uma das grandes apostas de brinque-dos da Estrela para o natal. A empresa está relançando a edição especial do Ferro-rama XP 100, um clássico dos trens de brinquedo de 1980. A diferença é que a versão moderna conta com controle remoto infraverme-lho, duas velocidades e cenário incluído. O produto que promete fazer a alegria dos pequenos, e também dos grandes, custa R$ 199,90.

o TrenzinHo eSTÁ de VoLTa

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Uma das caracterís-ticas marcantes nas festas de fim ano são os banquetes fartos. Sempre aparecem vá-rios pratos saborosos que insistem em tirar as pessoas daquele almejado regime. Pensando em dar um toque especial nesses pratos tradicionais, a K3 Imports está lançando o Mini Maçarico Culinário. O produto é indicado para flambar, corar e dar acabamento dife-renciado nas massas, queijos fundidos, cremes e no próprio peru. Ah, ele também pode ser utilizado como acendedor automático de fornos e fogões.

Hora do ranGo

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entretenImento | CuRIoSIdAdES, huMoR E SuSTEnTABILIdAdE

CURIOSIDADES:

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Não precisa de alimento, não faz “caquinha” pela casa e não solta pelo. Com essas características, a empresa japonesa NSK em parceria com a University of Electro-Communications desenvolveu um robô que pretende revolucionar o deslocamento de pessoas com deficiência visual. A máquina funciona como um cão-guia e é ativada ao ser pressionada a alça. Durante o percurso, o robô fala com a pessoa e ultrapassa obstáculos em diversos tipos de terreno e escadas. A expectativa é que novas versões do equipamento tenham até comando de voz e GPS. Veja o vídeo em adm.to/roboguia.

A Embraer e a Fapesp estão investindo tempo e dinheiro para deixar as aeronaves brasileiras menos barulhentas e mais confortáveis. Ao todo são três projetos de pesquisa financiados pelo Programa de Apoio à Pesquisa em Parceria para Inovação Tecnológica (PITE), que teve início em 1995. Os projetos preveem o estudo da percepção de conforto dos passageiros, a criação de espaços individualizados, ajuste do microclima dos assentos, efeitos da pressão na cabine e redução dos ruídos. Quem sofre por conta da despressurização durante o voo agradece.

No quesito memória, dormir nem sempre é o melhor remédio para a terceira idade. De acordo com pesquisa das cientistas Lauri Kurvvwwdziel e Rebecca Spencer, da Universidade de Massachussets, o sono pode apagar habilidades que impulsionam o bom funcionamento da memória dos idosos. Além disso, a razão para pessoas mais velhas terem dificuldades em aprender coisas novas, de acordo com Kurdziel, deve-se ao motivo de os idosos gastarem menos tempo no estágio de sono dois, em que os eventos do dia são reproduzidos e confiados à memória.

múSCuLoS de PorCo

Tem muita gente que vai abrir um sorriso ao ler essa curiosidade. Um estudo apresentado pela Universidade de Granada, da Espanha, comprova que o consumo de cerveja após exercícios físicos é tão eficaz quanto a água para a hidratação. Segundo a análise, a reação do corpo após ingestão de ambos os líquidos é semelhante. Porém, antes de se empolgar em beber todas, pesquisadores esclarecem que o consumo da bebida alcoólica deve ser em quantidade moderada.

CerVeja HidraTa Como ÁGua aPóS eSPorTe

aeronaVeS maiS ConforTÁVeiS

“robô-Guia” Para CeGoS

Soldados que sofreram perda significativa de massa muscular tiveram seus tecidos regenerados a partir de proteínas extraídas da bexiga de porcos. As proteínas catalisam a ação das célu-las-tronco do próprio paciente, que envolvem a área lesionada e ajudam a recuperar o tecido - inclusive nervos e tendões. Após a aplicação da terapia, ainda são necessárias atividades de fisioterapia para reabilitar o membro danificado. As pesquisas estão sendo conduzidas por uma equipe de medicina regenerativa da Universidade de Pittsburgh ligada ao Pentágono.

Sono não ajuda a meLHo-rar memória de idoSoS

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BuSInESS-To-BuSInESS (B2B) – descreve transações comerciais entre empre-sas, como um fabricante e um atacadista, ou en-tre um atacadista e um varejista. B2B também é usado no contexto da comunicação interna entre os próprios funcionários de uma empresa.

kAIZEn – refere-se à filosofia ou práticas que incidem sobre a melhora no trabalho. Sua técnica busca a melhora contínua e padroni-zação de todas as atividades e processos de uma empresa, com o objetivo de eliminar o desperdício.

TuRnoVER – no contexto de Recursos Humanos, refere-se ao percentual de substitui-ção de funcionários que uma empresa possui. No contexto econômico, serve como indicador de saúde organizacional, ou seja, o giro entre entradas e saídas de uma empresa.

AçõES pARA UM MUNDO MElhOR:

DESCOM plICANDO:

Humorm trabalhador sai de casa em direção ao escritório, enfrenta um sol escaldante sem

uma nuvem no céu pra dar uma colher de chá, e quando chega ao trabalho, liga todos os apa-relhos de ar-condicionado no frio máximo pra espantar logo a agonia.

Não é difícil imaginar essa situação, até porque muitos passam por isso todos os dias, principalmente na chegada do verão. No en-tanto, objetivando esse suposto conforto, muita gente esquece que o choque de temperaturas de ambientes quentes para frios, além do res-secamento das mucosas, pode deixar o corpo mais vulnerável a diversos agentes patogêni-cos. Inclusive, o que é conforto pra uns, para outras pessoas - sobretudo vítimas de asma e alergias crônicas - pode ser uma experiência cotidiana insuportável.

Para oferecer uma opção mais agradável do que o frio extremo, o doutor em Física Heitor de Souza desenvolveu um conceito que substi-tui, ou pelo menos integra, os sistemas de cli-matização tradicionais, o Airconomics. Mais agradável e certamente menos pesado para o meio ambiente, o sistema substitui em grande parte o frio pela brisa, que é o elemento que re-almente dá a sensação de conforto térmico. "O

sistema gasta até 90% menos energia do que os aparelhos de ar-condicionado gastariam ope-rando de forma convencional", lembra Heitor.

O Airconomics leva em conta fatores como a temperatura e umidade do ar, calor das pa-redes e janelas, além de elementos captados através de um sensor. Além disso, possibilita o controle individual, de acordo com o metabo-lismo corporal de cada um, sem impor um frio intenso para todos os indivíduos em uma única sala. “A renovação do ar é muito maior do que a dos sistemas convencionais, o que melhora muito a questão da insalubridade e produtivi-dade", garante o físico, que iniciou o desenvol-vimento do sistema há 14 anos.

Quanto à expectativa de aceitação do pro-jeto no mercado, Heitor é bem otimista. Com 30 kits distribuídos em escritórios, dormitó-rios, embarcações e laboratórios, ele afirma que não tem dúvidas de que o conceito será bem aceito pelo mercado, "pois é muito mais agradável, econômico em termos de equipa-mento e energia, com ótima apresentação e que promove a sustentabilidade do planeta". É esperar pra ver, mas que é uma solução para o calor bem mais interessante do que as convencionais, isso é.

CLimaTização Sem exCeSSoS

por eber freitas

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lEITURA:entretenImento | LEITuRA E CInEMA

internet representa hoje um verdadeiro mundo de oportunidades para os negó-

cios e, pelo menos no Brasil, está em franca expansão. Os mais recentes números do Ibope/

Silvio Tanabe é corinthiano roxo, pai do guilherme e defensor da bicicleta como meio de transporte em são Paulo. é consultor de marketing digital da magoweb e autor do blog clínica marketing Digital (www.magoweb.com/clinicadigital).

oS 8 Ps do markeTinG diGiTaL

por silvio tanabe*

Nielsen apontam que o país já possui 78 mi-lhões de internautas, o equivalente à população da Argentina e Canadá juntos, ultrapassando também toda a população do Reino Unido, França e Itália. Como meio de comunicação só perde para a TV e o rádio e, segundo estima-tivas da e-Bit, deverá movimentar até o final do ano cerca R$ 20 bilhões em vendas para consumidores finais (B2C).

Mas se possui maravilhas, a internet tam-bém guarda os seus percalços, e estes não são poucos. Seduzidas pelo potencial de negócios e pelo aparente baixo custo (afinal, muitos sites chegam a oferecer uma série de serviços gra-tuitos), muitas empresas acabam por conside-rar que basta “estar” na internet para ter um retorno fácil e garantido. Não levam em conta que a internet é um meio extremamente dinâmi-co, em que novos concorrentes e novos mode-los de negócio surgem a cada dia e que os bons resultados de hoje não garantem o sucesso do negócio amanhã.

Diante dessa realidade, é muito bem-vindo o novo trabalho do professor Conrado Adolpho, Os 8Ps do marketing digital – o guia estratégico de marketing digital. Como o título do livro já indica, trata-se de um guia para orientar sobre-tudo as pequenas e médias empresas a planejar, executar e monitorar suas ações de marketing digital de modo a obter o máximo retorno sobre seus investimentos.

O livro apresenta uma nova metodologia, os “8Ps” (Pesquisa, Planejamento, Produção, Publicação, Promoção, Propagação, Personali-zação e Precisão), desenvolvida e testada nos últimos anos por diversas empresas no Brasil.

ESTANTE:PaiS inTeLiGenTeS enriQueCem SeuS fiLHoSde gustavo cerbasiEditora Sextante, 176 p. R$ 19,90

o autor mostra como preparar as crianças para poupar, investir e escolher suas prioridades. também aponta os seis princípios da educação financeira.

eSTraTéGia boa, eSTraTéGia ruimde richard rumeltEditora Campus, 320 p. R$ 69,90

o livro utiliza exemplos de empresas, entidades sem fins lucrativos e organizações militares para revelar suas originais e pragmáticas ideias.

inVeSTimenTo à ProVa de CriSede marcos silvestreEd. Lua de Papel, 224 p. R$ 24,90

o livro traz dicas de como aplicar o dinheiro, realizar investimentos dinâmicos e investir no tesouro Direto e na bolsa de valores.

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Aliás, este é um dos grandes méritos do traba-lho de Adolpho, criar um manual prático com base na realidade de mercado brasileira.

Não se assuste com as 900 páginas do livro. Não há teorias complexas ou conceitos técnicos complicados, todo o conteúdo é focado em ne-gócios e apresentado com uma linguagem sim-ples e direta, quase um bate papo, sobre como tirar proveito dos principais recursos da inter-net para gerar resultados aos seus negócios.

Você vai aprender a pesquisar o público-al-vo através das ferramentas do Google, formali-zar o planejamento e as ações em um documen-to detalhado, montar uma equipe de marketing digital, criar um site com conteúdo relevante que seja facilmente encontrado pelos busca-dores, desenvolver promoções e “viralizá-las” nas redes sociais, fazer campanhas de e-mail marketing personalizadas para seus clientes e monitorar os resultados por meio de indicado-res de performance.

Tudo isso complementado por mais de cem cases práticos de empresas brasileiras e outras centenas de referências de sites e ferramentas úteis para o dia a dia, assim como uma extensa bibliografia para se aprofundar nos assuntos abordados. Depois de ler Os 8Ps do marketing digital, você não vai precisar ler nenhum outro livro sobre o assunto. Mas o mais provável é que você vá querer ler muitos outros, de tão apaixonado que vai ficar pelo assunto.

de conrado adolfoEd. Novatec, 904 p. R$ 139,90

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CINEMA:

na tentativa de recomeçar a vida, nick coloca à venda, no gramado de sua casa, tudo o que tem. um novo vizinho pode

ser a chave para o seu retorno à normalidade.

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xecutivo de vendas de uma grande empre-sa, o alcoólatra Nick Halsey (Will Ferrell)

vê como consequência de suas bebedeiras a falência de suas relações: perde emprego, es-posa, casa, carro, celular, conta bancária e di-nheiro. O que lhe resta é viver no jardim de sua ex-residência cercado por seus objetos e latas de cerveja. Este cenário desolador dá sustenta-ção ao filme Pronto para recomeçar (Everything must go), do estreante Dan Rush, que mesmo não apresentando grandes virtudes na sua nar-rativa, meio incongruente com a motivação fíl-mica, compensa ser visto pelo valor metafórico de sua história.

O filme não se detém nos problemas etíli-cos de Nick anteriores à demissão. Inicia-se com ele já demitido, dentro do carro, em planos intercalados com ligeiros flashbacks, um recuo no tempo que serve para delinear as circuns-tâncias que justificam a perda do emprego e fornecer uma noção mínima da postura de Nick no desempenho de sua função.

O que Nick encontra, logo em seguida ao baque do desemprego, é a atordoante visão de todos os seus objetos espalhados no jardim. A fechadura trocada o impede de entrar na casa. E uma carta fixada na porta é o recado de que nem esposa ele tem mais. Está no olho da rua.

E agora? Nick senta-se numa poltrona, abre uma cerveja, e oferece a quem lhe assiste a metáfora de sua vida. E ao fazer isso, num jogo meio voyeur, posiciona-se também como um espectador que descortina o sentido literal das coisas: o mundo não é exatamente como se vê.

Os personagens que interagem com Nick não são tratados com nitidez, pouco se sabe deles, além do mínimo necessário para justifi-cá-los na trama. Sua esposa, por exemplo, não passa de uma turva referência sem presença física na tela. Esse distanciamento acaba ser-vindo como um artifício que aponta para a questão das aparências, na qual as pessoas não são o que literalmente aparentam ser. O próprio

PronTo Para reComeçarÀs vezes é PrecIso retIrar as “bonecas matrIoshKas” Para Dar a voLta Por cIma e suPerar os obstácuLos.

*fernando Castor é professor de jornalismo opinativo e técnico de cinema, reunindo experiências em filmes de curta, média e longa-metragem.

protagonista recebe um tratamento sutil na de-finição de seus traços, deixando o espectador à vontade para fazer a leitura que julgar conve-niente. Eu fiz a minha: não é um sujeito moral-mente condenável. Tomaria uma cerveja com ele na grama de seu jardim ouvindo um disco na vitrola de seu pai.

A vida de Nick, na sucessão das perdas, funciona como uma matrioshka, aquela boneca que parece única, mas que se revela oca guar-dando dentro de si uma outra boneca – menor, claro –, que por sua vez revela outra ainda me-nor, e assim sucessivamente vão surgindo ou-tras até restar uma pequeníssima bonequinha, inteiramente maciça.

Esse efeito matrioshka atinge sua plenitude quando Nick, com a ajuda de Kenny (um garo-to que passa o dia pedalando enquanto a mãe trabalha fora), resolve desfazer-se dos seus objetos, vendendo cada um deles, em pleno jar-dim, até devolver ao gramado o verde que lhe pertence. Aliás, corrijo-me, atinge sua quase plenitude. Mas vou deixar para o amigo leitor, caso não tenha visto o filme, verificar com os seus olhos as matrioshkas que restam antes de Nick Halsey encontrar-se na sua forma mais di-minuta e, finalmente, sólida.

Qual mensagem o filme deixa para o mun-do dos negócios? Trata-se de uma metáfora da decomposição e recomposição da vida. Se aquilo que se decompõe tem um elemento mínimo sólido, vivo, essa é uma condição es-sencial para a recomposição. A curva do cres-cimento de uma carreira, ou empresa, não é ascendente ad infinitum. E quando estabiliza em um ponto supostamente mais alto, a estabi-lidade, como um acúmulo de conquistas, deve estar atenta à consciência dialética de que tudo se transforma.

por fernando castor*

E

49administradores.com.brDezembro 2011

Page 50: #12 Chegaremos até o fim?

pONTO.FINAL

* Stephen kanitz é consultor de empresas e conferencista. vem realizando seminários em grandes empresas no brasil e no exterior. mestre em administração de empresas pela harvard university, foi professor da usP. no twitter, @stephenkanitz.

por stephen kanitz*

oa parte da teoria admi-nistrativa e econômica de antigamente partia do pres-suposto de que empresas são criadas e controladas por empresários. No início

da industrialização e da teoria administra-tiva, a maioria das empresas eram contro-ladas por essas pessoas, e 30 anos depois, eram controladas por seus filhos que seguiam os mesmos objetivos.

Em vez de maximizar o lucro, o objetivo pri-mordial era maximizar o controle da empresa dentro da família. Isto permitia empregar todos os membros da família e garantia um enorme fluxo de dividendos. A maioria das crises fa-miliares e rupturas de acordos de acionistas ocorrem após sucessivos anos de falta de pa-gamento de dividendos. A própria legislação brasileira previa punições aos acionistas con-troladores se os dividendos não fossem dis-tribuídos por três anos seguidos, permitindo a destituição da diretoria.

A nova teoria administrativa substitui o conceito de acionista controlador, peça fun-damental da empresa, para um mais pluralista de parceiros reunidos num mesmo local para uma cooperação mútua. Nessa nova doutrina, a empresa é vista como a organização de vários grupos de interesse - empregados, clientes, for-necedores, governo e acionistas - em torno de um objetivo comum.

O acionista não é mais a peça fundamental, mas um dos componentes cujos interesses tam-bém precisam ser satisfeitos. O administrador

profissional, ao contrário do empresário acio-nista, passa a ser aquele que tenta conciliar to-dos estes interesses difusos, agradando na me-dida do possível a todos, e não um único grupo.

O administrador profissional pode ser agora despedido ad nutum, algo que não ocorria no acionista controlador familiar.

O acionista passa a ser um grupo de pes-

soas relativamente distantes da empresa, des-de fundos de pensão, yuppies com dinheiro e até velhos aposentados, todos com objetivos e interesses diversos. Enquanto para a empresa familiar o controle acionário era uma questão de vida e morte, para o acionista minoritário o controle passa a ser até um inconveniente. Es-ses executivos deixam de mandar na empresa e passam a ser uma variável a ser satisfeita pelo administrador profissional.

Esta perda de comando do acionista, de majoritário para minoritário, sem muito poder de decisão individual, veio acompanhada de uma tendência contrária de fortalecimento do administrador em relação aos acionistas. Mais do que maximizar o lucro, minimizar o custo de capital se tornou fator determinante para os ad-ministradores profissionais. Poderíamos dizer que foi uma guinada de 180 graus no capitalis-mo de antigamente.

Em vez de explorar o trabalhador pagando salários mínimos, passamos a literalmente ex-plorar o capitalista, fazendo IPOs onde se cobra P/Ls máximos. O objetivo é vender uma quota do capital da empresa pelo preço máximo e não pagar o mínimo para nossos companheiros e trabalhadores. Os acionistas viraram distantes, e os empregados e colegas de trabalho se torna-ram próximos e objeto de nossa proteção. Algo que Karl Marx nunca poderia ter imaginado.

a nova teorIa adminiSTraTiVa

A EMpRESA É vISTA COMO A

ORGANIzAçÃO DE váRIOS GRUpOS DE INTERESSE - EMpREGADOS,

ClIENTES, FORNECEDORES,

GOvERNO E ACIONISTAS - EM

TORNO DE UM OBjETIvO COMUM

B

50 administradores.com.br Dezembro 2011

Page 51: #12 Chegaremos até o fim?

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