1 revista brasileira de ciência & estética – volume 1 – número 1
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Revista Brasileira de Ciência & Estética – Volume 1 – Número 1 – 2010
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Artigo de Revisão
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA PARA TERAPIA COMBINADA HECCUS® - Ultrassom e
Corrente Aussie no tratamento da lipodistrofia ginóide e da gordura localizada THEORETICAL BACKGROUND TO HECCUS® COMBINATION THERAPY – Ultrasound and Aussie current in the treatment
of gynoid lipodystrophy and localized fat
Estela Maria Correia Sant’Ana
Doutora pelo Departamento de Ciências Fisiológicas, Laboratório de Bioquímica e Biologia Molecular Universidade
Federal de São Carlos (UFSCar) - São Paulo, Brasil.
Docente da Faculdade de Jaguariúna - Jaguariúna SP.
Consultora Científica IBRAMED
RESUMO
Contexto: A aplicação de duas modalidades terapêuticas ao mesmo tempo e no mesmo local é denominada de terapia
combinada e a combinação mais amplamente utilizada de recursos são ultrassom e algum tipo de corrente excitomo-
tora ou polarizada. A indústria nacional desenvolveu, direcionado para a clínica estética, um equipamento tripolar que
atua com ultrassom de 3 MHz associado às correntes Aussie ou polarizada. Objetivo: Buscar na literatura respaldo
científico para a utilização simultânea do ultrassom e da corrente terapêutica Aussie ou polarizada no tratamento da
lipodistrofia ginóide (LDG) e da gordura localizada. Métodos: Esta pesquisa foi realizada através de revisão bibliográfi-
ca. Conclusão: Os estudos analisados sustentam a aplicabilidade da terapia combinada Heccus® em todas as suas
modalidades de tratamento: sonoforese tridimensional, sonoeletroporação, corrente Aussie e corrente polarizada,
sendo assim, possível inferir sua efetividade no tratamento da LDG e da gordura localizada.
Palavras chaves: celulite, lipodistrofia ginóide, gordura localizada, ultrassom terapêutico, fonoforese, iontoforese,
permeação cutânea, correntes terapêuticas.
ABSTRACT
Background: The application of two therapeutic modalities at the same time and at the same place is called combina-
tion therapy and the most widely used combination therapy is ultrasound and some kind of excitomotor or polarized
current. The national industry has developed, directed to aesthetic clinic, tripolar equipment which functions with a 3
MHz ultrasound associated with Aussie or polarized current. Objective: To search the literature for scientific support
for the simultaneous use of ultrasound and Aussie current therapy in the treatment of gynoid lipodysthrophy (LDG)
and localized fat. Methods: This study was conducted through bibliographical review. Conclusion: The analyzed stu-
dies support the applicability of the Heccus combined therapy in all of its modalities of treatment: three-dimensional
sonophoresis, electrosonoporation, Aussie current and polarizing current, thus making it possible to infer its effective-
ness in the treatment of LDG and localized fat.
Keywords: cellulitis, gynoid lipodysthrophy, localized fat, therapeutic ultrasound, phonophoresis, iontophoresis, cuta-
neous permeation, electro-current therapies.
Endereço para correspondência:
Estela Maria Correia Sant’Ana
Av. Dr. Carlos Burgos, 2800 Jd. Itália
CEP: 13.901-080 Amparo-SP.
Fone: 19 3817 9633/ 19 3817 9633.
Email: [email protected]
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Revista Brasileira de Ciência & Estética – Volume 1 – Número 1 – 2010
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INTRODUÇÃO
A lipodistrofia ginóide (LDG) termo conheci-
do popularmente como celulite, afeta cerca 85-98%
das mulheres de todas as raças após a puberdade
(Avram, 2004). Acomete especialmente a região
glútea e as coxas e pode ou não estar associado à
presença de gordura localizada (Pavicic et al., 2006).
Devido a sua alta prevalência, pesquisadores
têm investigado sua fisiopatologia e as hipóteses
para a origem da LDG se relacionar a arquitetura
radial dos septos de gordura do tecido conjuntivo
feminino que predispõe ao desenvolvimento de
uma extrusão irregular do tecido adiposo para a
derme, aumento da lipogênese e da resistência à
lipólise promovida pela ampliação da síntese de
estrógeno pós-puberdade e ainda a liberação de
insulina após dieta hipercalórica com consequente
hipertrofia dos adipócitos e hiperplasia dos pré-
adipócitos; hiperpolimerização e esclerose do tecido
conjuntivo e substância fundamental amorfa dos
septos de gordura que causam alterações circulató-
rias, vascular e linfática, desequilíbrio osmótico,
edema celular, compressão vascular, congestão e
hipóxia tecidual. Essas alterações teciduais produ-
zem o aspecto inestético de “casca de laranja”, o
aparecimento de telangiectasias, dor, sensação de
peso e cansaço em membros inferiores (Rosenbaum
et al., 1998; Merlen et al., 1999; Rossi e Vergnanini,
2000; Querlex et al., 2002; Avarm, 2004; Mirrashed
et al., 2004; Terranova et al, 2006, Sant’Ana et al.,
2007; Godoy e Godoy, 2009). Alguns autores suge-
rem que existe um componente inflamatório rela-
cionado à fisiopatologia da LDG. Biopsias de septos
fibrosados de locais afetados pela LDG demonstram
a presença de algumas células relacionadas ao pro-
cesso inflamatório crônico tais como macrófagos e
linfócitos (Segers et al., 1984). A gordura localizada
ou gordura circunscrita normalmente se associa a
LDG, o aumento de volume do adipócito comprime
os tecidos adjacentes comprometendo a vasculari-
zação tecidual e promovendo uma herniação destes
para a derme imediatamente acima (Ciporkin e Pas-
choal, 1998).
Diversas modalidades terapêuticas têm sido
propostas para o tratamento do LDG e da gordura
localizada. Dentre estes tratamentos destacam-se
os agentes físicos e os agentes farmacológicos. Os
agentes físicos são diferentes modalidades de ener-
gia que interagem com os tecidos biológicos com
finalidade terapêutica. Esses incluem calor, frio,
pressão, som, radiação eletromagnética e correntes
elétricas (Cameron, 2009). Os agentes físicos mais
comumente usados no tratamento do LDG e da
gordura localizada são pressoterapia, laser, massa-
gem mecânica (vácuo), radiofreqüência, ultrassom e
correntes elétricas terapêuticas tais como: Galvâni-
ca, Farádica, FES (Functional Electrical Stimulation),
Diadinâmicas, Interferencial, Russa e Aussie (Rossi e
Vergnanini, 2000; Avran, 2004; Rotunda et al., 2005;
Rawlings; 2006, Sant’Ana et al., 2007; Volga, 2009).
Apesar das inúmeras modalidades de trata-
mento, o uso do ultrassom e das correntes elétricas
terapêuticas associadas ou não à permeação trans-
dérmica de drogas se destacam por se tratar de
técnicas não invasivas no tratamento da LDG e da
gordura localizada (Rossi e Vergnanini, 2000).
Estes recursos usados de forma isolada têm
apresentado bons resultados, porém, o uso combi-
nado dessas terapias no tratamento do LDG e da
gordura localizada é recente e necessita de maiores
de estudos para esclarecer sua real efetividade. O
objetivo deste trabalho foi buscar na literatura res-
paldo científico para a utilização simultânea do ul-
trassom e da corrente terapêutica Aussie e polariza-
da no tratamento do LDG e da gordura localizada.
Esta pesquisa foi realizada por meio de revi-
são bibliográfica, tendo as bases de dados Lilacs,
Pubmed e Periódicos Capes, além de livros didáticos
e teses com conteúdo relevante. Foram utilizadas as
seguintes palavras-chave: celulite, lipodistrofia gi-
nóide, gordura localizada, ultrassom terapêutico,
fonoforese, sonoforese, iontoforese, permeação
cutânea, correntes terapêuticas, gordura corporal,
mobilização de gordura e seus correlatos em inglês
e espanhol.
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____________________________________________________________ Princípios de terapia combinada: ultrassom, cor-
rente Aussie e corrente polarizada
A aplicação de duas modalidades terapêuti-
cas ao mesmo tempo e no mesmo local é denomi-
nada terapia combinada e a combinação mais am-
plamente utilizada são ultrassom e algum tipo de
corrente excitomotora ou polarizada (Low e Reed,
2001). Isso pode ser feito porque o transdutor do US
proporciona um contato de baixa resistência com a
pele. A justificativa principal para a terapia combi-
nada é que os efeitos benéficos das duas modalida-
des podem ser alcançados ao mesmo tempo e estu-
dos sugerem que pode haver um efeito amplificador
de uma terapia sobre a outra. Uma segunda justifi-
cativa é pela eficiência em termos de gasto de tem-
po do terapeuta e do paciente (Lee et al., 1996; Gun
et al., 1997; Low e Reed, 2001; Almeida et al., 2003;
Wang et al., 2005).
No intuito de aperfeiçoar a terapia, a indús-
tria nacional desenvolveu direcionado para a clínica
estética, um ultrassom de 3 MHz com um cabeçote
tripolar, isso é, com três transdutores que atuam
simultaneamente, com soma de ERA (Effective Ra-
diation Area) de 18 cm2. Essa disposição permite
tratar uma área maior em menor tempo de aplica-
ção e permite uma melhor distribuição das energias
acústica e elétrica pelos tecidos, atingindo de forma
tridimensional as células imediatamente abaixo do
cabeçote em movimento. Outro diferencial é que os
equipamentos direcionados para a estética atingem
intensidades de ultrassom até 3 W/cm2 e são de-
nominados ultrassom de alta potência. Esses valores
de intensidade máxima são aprovados pela ANVISA
(BRASIL, ABNT, 1997). Os equipamentos terapêuti-
cos convencionais possuem geralmente, intensidade
limitada em 2 W/cm2.
Estes mesmos transdutores podem atuar
como eletrodos de transmissão de corrente alterna-
da Aussie, a corrente migra de forma circular entre
eles ou ainda emitir corrente polarizada, na qual os
três eletrodos podem ser programados para a pola-
ridade positiva ou negativa (eletrodo ativo) de acor-
do com a necessidade e nesse caso a corrente flui
destes para um eletrodo dispersivo fechando o cir-
cuito (Figura 1).
Ultrassom no tratamento da LDG e da gordura
localizada
O aparelho de ultrassom (US) consiste de
um gerador que produz uma corrente alternada de
alta frequência (Lehmann e De Lauter, 1994; ter
Haar, 1987). Para tal, transdutores piezoelétricos
são utilizados e consistem em um disco de um ma-
terial natural, como o quartzo, ou uma cerâmica
sintética feita de uma mistura de sais complexos,
tais como o zirconato e o titanato, os quais podem
ser polarizados em processos de carga (Willians,
1987). Esse elemento piezoelétrico transforma e-
nergia acústica em energia elétrica e seu reverso,
energia elétrica em acústica (Kanh, 1991; Hekken-
berg e Oosterbaan, 1985; Cameron, 2009). A corren-
te alternada que alimenta o elemento piezoelétrico
pode ser modulada criando diferentes modalidades
de insonação: contínua ou pulsada. Deste modo, a
intensidade é também dependente do tempo (Hek-
kenberg e Osterbaan, 1985). No Brasil, para fins
terapêuticos, utilizam-se mais comumente as fre-
qüências de 1 ou 3 MHz e o US têm sido utilizado no
Figura 1. Cabeçote aplicador tripolar: A, vista inferior; B,
vista superior.
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____________________________________________________________ restabelecimento das funções e promoção da cica-
trização de tecidos musculares, tendinosos e ósseos
lesionados (Cunha et al., 2001; Gouvêa et al., 1998;
Duarte, 1983; Melo et al., 2005).
Desde a introdução deste recurso terapêuti-
co há mais de 50 anos, as ações biológicas do US
têm sido investigadas. Contudo, os efeitos mecâni-
cos, térmicos e químicos do US ainda não estão
completamente esclarecidos. Sua aplicação, entre-
tanto, leva a inúmeros bioefeitos, que podem ser
classificados em térmicos e não-térmicos (Dyson,
1987; KItchen e Partridge, 1990). Os efeitos conside-
rados térmicos são aumento da elasticidade de es-
truturas que contém colágeno, diminuição da dor e
aumento do fluxo sanguíneo. Os efeitos não-
térmicos induzem reações orgânicas, que geralmen-
te se manifestam em nível vascular e tecidual (Dy-
son, 1987).
Tem sido proposto que em consequência
das vibrações longitudinais características do ultras-
som um gradiente de pressão é desenvolvido nas
células individuais. Como resultado desta variação
de pressão, elementos da célula são obrigados a se
moverem, ocorrendo um movimento de micromas-
sagem, que aumenta o metabolismo celular, o fluxo
sanguíneo e o suprimento de oxigênio, produzindo
alteração da permeabilidade da membrana celular e
facilitando o fluxo de nutrientes (Dyson e Suckling,
1978; O'Brien Jr, 2007). As ondas acústicas se pro-
pagam através dos tecidos e a absorção da radiação
depende do coeficiente de absorção relativo ao
conteúdo protéico dos tecidos, sendo que a absor-
ção desta energia determina os efeitos biológicos
(Cameron, 2009).
O uso do US em tratamentos clínicos e esté-
ticos é recente e a sua aplicabilidade geralmente se
relaciona ao tratamento da LDG e da gordura locali-
zada. A hipótese para seu uso está vinculada aos
seus efeitos mecânicos e térmicos.
A adiposidade circunscrita feminina comu-
mente conhecida como gordura localizada super-
põe-se frequentemente à LDG na qual a gordura se
deposita no organismo com uma distribuição de-
terminada geneticamente e pelo sexo (dimorfismo)
e consiste num dos principais distúrbios, além da
LDG tratados nos consultórios e clínicas de estética
(Ciporkin e Paschoal, 1992; Milani et al., 2006).
Recentemente, Gonçalves et al. (2005), des-
creveram que a aplicação do US de 3 MHz e 1
W/cm2 pulsado 20% por 3 min durante 10 dias com
intervalo de 2 dias para cada cinco aplicações na
região inguinal em 10 ratas Wistar adultas, promo-
veu um aumento transitório dos níveis séricos gli-
cêmico e lipídico sugerindo um aumento do meta-
bolismo do tecido adiposo branco.
Em estudos subsequentes, Gonçalves et al.,
(2009) utilizaram 20 ratos Wistar divididos aleatori-
amente em 2 grupos, controle, tratados com equi-
pamento desligado e tratados com US de 3 MHz por
10 dias com intervalo de 2 dias a cada cinco aplica-
ções em região de coxim adiposo infra-abdominal e
inguinal. A intensidade de US utilizada foi de 1
W/cm2, modo pulsado 2:8 ms, por 3 minutos. Os
autores concluíram que a terapia ultrassônica indu-
ziu a redução da ingestão de comida e o peso corpo-
ral dos animais, além de modificar a deposição de
gordura nos depósitos infra-abdominal, retroperito-
nial e inguinal e alterar o perfil lipídico que os auto-
res consideram resultante do efeito da lipoclasia e
da lipólise maciça e redistribuição da gordura corpo-
ral via circulação sanguínea promovidos pela terapia
dermossônica.
Na mesma linha, Miwa et al. (2002) de-
monstraram que a aplicação de diferentes frequên-
cias de US no tecido adiposo branco de ratos pro-
moveu aumento da secreção local de noradrenalina
pelo sistema nervoso simpático, ocasionando lipóli-
se local e a mobilização de gordura pela liberação de
ácidos graxos livres. As catecolaminas circulantes,
adrenalina e noradrenalina, são potentes ativadores
da lipólise e agem via β1-, β2- e β3- adrenorrecepto-
res, estimulando atividade da lipase hormônio sen-
sível (LHS) e inibindo a lipase lipoprotéica (LLP) nas
células adiposas (Hermsdorff e Monteiro, 2004).
Ainda dentro dos efeitos não térmicos, pes-
quisadores sugerem que a energia acústica pode
interagir com proteínas e complexos de proteínas
da membrana celular ativando mecanismos de sina-
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____________________________________________________________ lização intracelular que podem culminar com síntese
protéica, ativação ou inativação de enzimas intrace-
lulares e denominaram essa teoria de frequência de
ressonância (Baker et al., 2001; Johns, 2002). Dentro
deste contexto, Harvey et al (1975) e Young e Day-
son (1990-1) estimularam cultura de fibroblastos
usando US 3 MHz com intensidades de 0,5 e 2,0
W/cm2 e observaram um aumento significativo de
síntese protéica em ambas as intensidades quando
comparados ao grupo controle. Os fibroblastos são
células responsáveis pela síntese de inúmeras prote-
ínas da matriz extracelular (MEC) incluindo coláge-
no, elastina, reticulina, substância fundamental a-
morfa e ainda as metaloproteinases de matriz
(MMPs). As MMPs são enzimas que participam do
processo de remodelagem da MEC tais como, cola-
genases, gelatinases, matrilisinas, dentre outras
(Parks, 1999; Page-McCaw et al., 2007). Young e
Dyson (1990-2) reportam ainda que o US estimula a
angiogênese em modelo experimental. Estes estu-
dos sugerem uma possível proposição para explicar
a melhora tecidual que ocorre no local afetado pela
LDG após o tratamento com US.
Os efeitos térmicos ocorrem quando a ener-
gia acústica é absorvida e transformada em calor e
dependem da absorção e dissipação da energia do
ultrassom, e o aumento da temperatura é tempo-
dose dependente (Johns, 2002). O aumento de
temperatura pode provocar dentre outros efeitos, a
vasodilatação e o aumento da extensibilidade do
colágeno, o que tende a melhorar a maleabilidade
do tecidual, além de acelerar a atividade celular,
enzimática e favorecer o metabolismo local (Alter,
1999; Johns, 2002; Low e Reed, 2001; Baker et al.,
2001; Cameron, 2009). Mecanismos homeostáticos
tendem a contrariar o aumento da temperatura dos
tecidos expostos para o aquecimento. O sucesso da
homeostase no restabelecimento da temperatura
normal depende do equilíbrio entre o ganho e a
perda de calor. Qualquer alteração na temperatura
automaticamente inicia uma reação em um esforço
para restaurar a temperatura normal com aumento
do fluxo sanguíneo local (Guyton e Hall, 2006). O
aumento do fluxo sanguíneo local pode favorecer a
nutrição tecidual e auxiliar na remoção dos resíduos
do metabolismo celular causados pelo déficit micro-
circulatório no tecido afetado pela LDG (Rossi e
Vergnanini, 2000).
Permeação de ativos: sonoforese, iontoforese e
sonoeletroporação no tratamento da LDG e gordu-
ra localizada
Vários princípios ativos têm sido propostos
para o tratamento da LDG e dentro deste grande
grupo, existem subgrupos que podem ser classifica-
dos como: lipolíticos (estimuladores da lipólise),
antilipolíticos (inibidores da lipogênese), venotôni-
cos (promovem a venoconstrição), antiedematosos
(diminui a permeabilidade vascular e estimula a
drenagem linfática), hiperemiantes (promove au-
mento transitório da temperatura e consequente-
mente aumento do fluxo sanguíneo local), despoli-
merizantes de mucopolissacarídeos (mucopolissaca-
ridases), reestruturantes teciduais (estabilizadores
do tecido conjuntivo; contribuem na síntese de co-
lágeno e elastina) e despolimerizantes do tecido
fibroso (degradam as proteínas escleróticas do teci-
do conjuntivo que compõe a MEC) (Tabela 1).
A sonoforese ou fonoforese são termos si-
milares que descrevem a habilidade do US em in-
crementar a penetração de agentes farmacologica-
mente ativos através da pele (Parizotto et al., 2002).
Os efeitos térmicos, mecânicos e químicos do US
sobre o tecido aceleram a difusão dos ativos presen-
tes na melange para uso tópico e a principal via de
penetração desses ativos, neste caso são os folículos
pilosos (Otberg et al., 2007), além das glândulas
sebáceas e sudoríparas.
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____________________________________________________________ Tabela 1. Classificação de ativos anticelulite (modificado Rotunda et al., 2005 e de Bonet e Garrote, 2008)
Tecido/ Sistema sobre o qual atuam
Manifestações fisiológicas Exemplos de ativos
Adiposo Lipolíticos Cafeína
Teofilina
Teobromina
Chá verde
Guaraná
Antilipogênicos L- Carnitina
Circulatório Venotônicos Ginko Biloba
Catanha da índia
Extrato de laranja amarga
Antiedematosos Extrato de hera
Extrato de algas marinhas ( Fucus
vesiculosus, Palmaria palmata, etc)
Hiperemiantes Salicilato de metila
Mentol
Conjuntivo Despolimerizantes de mucopolis-
sacarídeos
Tiamucase
Hialuronidase
Iombina
Reestruturantes Extrato de Centella Asiática
VItaminas ( A, E, C...)
Oligoelementos (Mn, Zn, Co, Si...)
Despolimerizantes de tecido
fibroso
Colagenases
Elastases
Polacow et al. (2004) estudaram o efeito do
US 3 MHz na permeação cutânea do tiratricol no
dorso de suínos. Os parâmetros utilizados foram:
0,2 W/cm2, contínuo, sendo 1 min/cm
2 numa área
de 8 cm2. Após a análise histológica e medidas his-
tomorfométricas, constatou-se a redução de tecido
adiposo subcutâneo sugerindo que o US foi capaz de
acelerar a permeação do tiratricol.
Como princípio ativo, a cafeína é muito usa-
da por ser estimulador beta-adrenérgico e aumen-
tar a lipólise (Astrup et al., 1992). Pires-de-Campos
et al., 2008) realizaram um estudo comparativo dos
seguintes tratamentos em áreas do dorso de suínos:
gel, gel + ultrassom, gel + cafeína (5% v/v) e gel +
ultrassom + cafeína, uma vez ao dia, durante 15
dias. Uma quinta área não recebeu aplicação tópica
e foi utilizada como controle. Para esse estudo foi
usado US contínuo, de 3 MHz, com uma intensidade
de 0,2 W/cm2, 1 min/cm
2. Após preparação histoló-
gica, análises morfométricas foram realizadas para
determinar a espessura e a densidade de células da
hipoderme. Os resultados indicaram que o trata-
mento com cafeína somente foi eficaz quando asso-
ciado à terapia do US e que essa combinação resul-
tou em uma significativa redução da espessura da
hipoderme, bem como causou dano celular aos
adipócitos, o que consequentemente diminuiu seu
número.
A filosofia da iontoforese é semelhante a da
sonoforese, porém neste caso o princípio ativo
(fármaco) incorporado ao gel (solução doadora)
deve ter polaridade definida, isto é, deve ser ioniza-
do. A droga é impulsionada pelo mecanismo de
eletrorrepulsão, drogas de valência positiva ou ne-
gativa são liberadas, desde que sejam colocadas sob
o eletrodo que apresente a mesma carga elétrica.
Importante ressaltar que os fármacos aplicados por
essa via têm ação superficial e in loco e devem pos-
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____________________________________________________________ suir características essenciais tais como hidrossolu-
bilidade, serem positivos ou negativamente carre-
gados e tamanho molecular relativamente pequeno
(Oliveira et al., 2005; Cameron, 2009).
Assim como a sonoforese, a iontoforese
possui rotas potenciais de permeação dos ativos
através da pele, sendo a principal via os poros das
glândulas sudoríparas enquanto que, o folículo pilo-
so, as glândulas sebáceas e o estrato córneo contri-
buem relativamente para a penetração iônica, uma
vez que possuem elevada impedância elétrica rela-
tiva (Oliveira et al., 2005). Uma corrente elétrica
polarizada de amplitude constante (0,1 a 1 mA/cm2)
é usada para aumentar de forma controlada a trans-
ferência transdermal da droga e em qualquer tipo
de equipamento o eletrodo que vai transferir a dro-
ga é denominado ativo e o outro eletrodo que com-
pleta o circuito elétrico é chamado dispersivo (Oli-
veira et al., 2005; Cameron, 2009). Irritações cutâ-
neas causadas pelas reações eletrolíticas e pela ele-
trosmose podem ocorrer e a intensidade dessas
reações são intensidade/tempo dependentes (Ho-
ward et al., 1995; Wang et al., 2005).
Akomeah et al. (2008) realizaram um estudo
no qual compararam o transporte epidermal via
iontoforese (0,4 mA por 10 min) de dois ativos iso-
lados, parabeno butílico e cafeína em retalhos de
pele humana. Os resultados demonstraram que em
ambos os ativos houve aumento de permeação,
porém por suas características hidrofílicas, a perme-
ação da cafeína foi 24 vezes maior que o parabeno
butílico. Os autores verificaram por microscopia
eletrônica que a iontoforese promove uma eletro-
perturbação na epiderme confirmando neste mode-
lo, o possível mecanismo responsável pelo transpor-
te da cafeína tão comumente utilizada pela indústria
cosmética no tratamento da LDG e gordura localiza-
da (Figura2).
Figura 2. Fotomicrografia eletrônica da superfície da epiderme humana: A, não tratada (barra = 30µm), B, não tratada
(barra = 10µm), C, tratada com iontoforese 0,4 mA por 10 min (barra = 30µm); D, tratada com iontoforese 0,4 mA por
10 min (barra = 10µm). Setas indicam local onde a ruptura epidermal ocorreu (Adaptado de Akomeah et al., 2009).
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____________________________________________________________ A indústria nacional denominou como sono-
eletroporação a aplicação das diferentes modalida-
des de energia, ultrassônica juntamente com cor-
rente polarizada. Estudos sobre a técnica que pro-
move sonoforese e iontoforese simultaneamente no
intuito de potencializar a permeação transdérmica
de drogas têm sido realizados (Fang et al., 2002;
Wang et al., 2005). Sistemas nanoestruturados para
formulações cosméticas podem potencializar o
transporte de substâncias via iontoforese e sonoele-
troporação, isso pode ajudar a reduzir alguns possí-
veis efeitos colaterais como a irritação causada pela
alta concentração do ativo ou pela necessidade de
uma intensidade mais forte e/ou por um tempo
maior (Wang et al., 2005). A sonoforese trimensio-
nal e a sonoeletroporação têm potencial funcional
para aumentar a permeação de substâncias e ma-
ximizar os resultados no que concerne o tratamento
da LDG e da gordura localizada (Figura 3).
Figura 3. Esquema representativo das possíveis formas de
permeação de princípio ativo com diferentes modalida-
des de energia: A, sonoforese; B, iontoforese; C, sonoele-
troporação.
Corrente Aussie: fortalecimento muscular e drena-
gem linfática
O uso de correntes elétricas que desenvol-
vem ações terapêuticas nos tecidos biológicos ou
possibilitam a manutenção de suas funções tem sido
extensamente preconizado como recurso em nosso
país (Davini et al., 2005).
A hipertrofia é o aumento no tamanho das
fibras musculares devido ao acúmulo de proteínas
contráteis, actina e miosina e de substâncias não-
contráteis, como glicogênio e água, no sarcoplasma
das fibras musculares esqueléticas que são ativadas
através dos exercícios ativos (Goldberg, et al., 1975;
Guyton e Hall, 2006) ou via estimulação elétrica
(Carvalho de Abreu et al., 2008; Ward, 2009; Ward e
Chuen, 2009).
O princípio da estimulação elétrica neuro-
muscular baseia-se na propagação de cargas elétri-
cas pelas fibras musculares e nas fibras nervosas
sensitivas e motoras que, ao serem excitadas pelos
pulsos aplicados, geram mudanças na atividade
metabólica tecidual e tem sido usada de maneira
coadjuvante no treinamento físico (Cameron, 2009;
Low e Reed, 2001; Ward e Robertson , 2000; Ward,
2009; Ward e Chuen, 2009).
Atualmente essas técnicas de fortalecimen-
to muscular, drenagem linfática sequencial e remo-
delação corporal são amplamente utilizadas na clíni-
ca estética como terapia coadjuvante no tratamento
da LDG e da gordura localizada, porém parâmetros
mais adequados de estimulação elétrica estão sen-
do estabelecidos.
Comercialmente as correntes Russa, Interfe-
rencial e FES são clássicas no que concerne estimu-
lação neuromuscular, porém pesquisas recentes
com o objetivo de desenvolver e produzir correntes
elétricas que proporcionem uma estimulação senso-
rial confortável sem comprometer a eficiência ele-
trofisiológica, bem como, uma estimulação motora
potente sem que o limiar doloroso seja alcançado
foram realizadas (Ward e Robertson, 1998; Ward e
Robertson, 2001; Ward e Shkuratova, 2002; Delitto,
2002; McManusa et al., 2006).
Pesquisas atuais apontam que correntes e-
létricas alternadas moduladas em Bursts de longa
duração produzidos por correntes tradicionais como
Russa e Interferencial não são as melhores para se
minimizar o desconforto durante estimulações sen-
soriais e produzir níveis de elevados de torque mus-
cular durante estimulações motoras (Ward et al.
2004).
9
Revista Brasileira de Ciência & Estética – Volume 1 – Número 1 – 2010
____________________________________________________________ A corrente Aussie ou corrente Australiana
foi desenvolvida pelo pesquisador Alex Ward, da
Universidade de LaTrobe em Melbourne – Austrália
e trata-se de uma corrente elétrica terapêutica al-
ternada com frequência portadora na faixa de kHz e
modulação em baixa frequência com alguma seme-
lhança em relação à terapia interferencial e a cor-
rente Russa, a diferença está no valor da corrente
de kHz utilizada bem como no formato de onda.
Para contração muscular, a corrente Aussie utiliza
frequência de 1 kHz combinada com Bursts de dura-
ção igual a 2 ms, dessa forma, a produção de torque
é máxima quando comparados a outras correntes
comerciais (Figura 4).
A modulação em rampa deve ser utilizada
com o objetivo de se evitar a fadiga muscular preco-
ce e a frequência de 50 Hz é a mais indicada (Ward
et al. 2004).
Estudos indicam que a contração muscular
estimulada eletricamente seja similar à produzida
fisiologicamente, entretanto, para tratamento clíni-
co estético, grupos musculares específicos devem
ser focados, especialmente os músculos abdomi-
nais, vasto medial e adutor de coxa, glúteo máximo
e ainda o tríceps braquial por serem músculos rela-
tivamente enfraquecidos pelo desuso, entretanto
para potencializar os ganhos de força e a integração
funcional os indivíduos devem associar o movimen-
to ativo voluntário simultaneamente ao impulso
elétrico.
O uso de correntes terapêuticas para au-
mentar a hemodinâmica da circulação dos membros
inferiores se baseia na premissa que a contração
muscular aumenta a pressão do compartimento e
comprimem os vasos linfáticos e sanguíneos, impul-
sionado os fluídos neles contidos como uma ação de
ordenha (Faghri et al., 1998; Tortora e Grabowski,
2002). Na drenagem linfática muscular sequencial
os eletrodos devem ser posicionados de forma ade-
quada e o programa de comando do equipamento
deve favorecer a contração muscular de distal para
proximal.
O sistema linfático representa uma via auxi-
liar ao sistema circulatório sanguíneo, cuja função é
drenar e filtrar o excedente de liquido intersticial
dos espaços teciduais e devolvê-lo ao sistema veno-
so. Esta forma de transporte é componente funda-
mental na manutenção da normalidade da concen-
tração de proteínas e volume de líquido intersticial
no espaço intercelular (Tortora e Grabowski, 2002).
O excedente de partículas e fluidos intersticiais en-
tra para o sistema linfático através de estruturas
conhecidas como linfáticos iniciais ou capilares linfá-
ticos os quais se distribuem nos espaços entre as
células. Estas estruturas são compostas por tubos
de uma única camada de células endoteliais em
fundo cego, possuem válvulas que impedem o reflu-
xo e geralmente não possuem componente muscu-
lar liso. Os músculos lisos linfáticos aparecem no
próximo nível da rede linfática denominada vasos
linfáticos e coletores linfáticos que possuem carac-
terísticas físicas semelhantes aos capilares linfáticos,
porém com mais válvulas e paredes mais espessas.
O músculo liso linfático desempenha funções preci-
sas no movimento da linfa de um segmento do vaso
para outro e sua atividade pode ser modificada por
vários fatores físicos, tais como pressão transmural,
fluxo luninal, forças de compressão e cisalhamento,
ou agentes químicos como neurotransmissores,
hormônios circulantes e/ou de substâncias liberadas
Figura 4. Frequência ideal para a produção de torque.
Das correntes de média frequência utilizadas neste
experimento, a corrente Aussie foi considerada a mais
eficiente (Adaptado de Ward et al. 2004).
10
Revista Brasileira de Ciência & Estética – Volume 1 – Número 1 – 2010
____________________________________________________________ pelas próprias células endoteliais (von der Weid et
al., 2004), (Figura 5).
No que diz respeito à formação da LDG, esta
se inicia por alterações intrínsecas e extrínsecas,
que promovem o aumento do líquido intersticial e
consequente acúmulo de resíduos do metabolismo
celular entre as células de gordura. A polimerização
de fibras de colágeno e a modificação estrutural
ocorrida nos glicosaminoglicanos alteram o equilí-
brio osmótico promovendo esclerose e fibrose in-
tersticial e edemaciamento intra-adipocitário. O
entorpecimento e garroteamento do fluxo sanguí-
neo e linfático resulta no aspecto congestionado
com o aparecimento de telangiectasias (Ryan, 1995;
Terranova et al., 2006; Godoy e Godoy, 2009). Es-
tudos demonstram que as correntes elétricas tera
pêuticas podem influenciar positivamente a ativida-
de do músculo liso linfático (Cook et al., 1994). Se-
gundo Ohhashi et al., (1980) as frequências de esti-
mulação do músculo liso linfático variam de 0,5 a 40
Hz. A corrente Aussie de 4 kHz modulada em baixa
frequência 10 Hz se insere neste contexto, visto que
o músculo liso linfático responde a estímulos de
baixa frequência.
Estudos demonstram que a faixa de fre-
quência entre 5, 10, 25, 50 e 75 Hz se relaciona
também à liberação de noradrenalina das varicosi-
dades próximas aos adipócitos (Ciporkin e Paschoal,
1982, Soriano et al., 2000). Esse neurotransmissor
se liga a receptores adrenérgicos na membrana dos
adipócitos e via ativação da enzima LHS (lipase hor-
Figura 5. Mecanismo de modulação do músculo liso linfático: A, contrações sucessivas dos vasos linfáticos de
mesentério de porco em perfusão intraluminal. As quatro câmaras são indicadas na ordem sequencial de contra-
ção. B, ilustração esquemática da hipótese proposta para a contração do músculo liso linfático. C, ilustração
esquemática da perfusão induzida pela constrição e as estruturas envolvidas na modulação de bombeamento; D,
mecanismos e formas de sinalização envolvidas na ativação e inibição da bomba linfática (Modificado de von der
Weid et al., 2004).
A
B
C
D
E
11
Revista Brasileira de Ciência & Estética – Volume 1 – Número 1 – 2010
____________________________________________________________ mônio sensível), dispara cascatas de sinalização
intracelular que culminam com a clivagem dos trigli-
cerídeos armazenados em ácido graxo livre e glice-
rol com posterior liberação destes para a circulação
sanguínea para serem utilizados como combustível
no metabolismo das células em atividade e inibição
da lipogênese intra-adipocitária, um dos princípios
fisiológicos que fundamentam a eletrolipólise com
agulhas. (Hermsdorff et al., 2004; Ciporkin e Pas-
choal, 1982; Soriano et al., 2000; Paula et al. 2007).
A eletrolipólise é uma técnica que se utilizada ele-
trodos na forma de agulha (agulhas de acupuntura
descartáveis) inseridas no tecido adiposo paralelo a
derme e estimulam a lipólise (Ciporkin e Paschoal,
1982; Soriano et al., 2000; Paula et al. 2007).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O tratamento com a terapia combinada
Heccus® deve ser sempre acompanhado de dieta
e/ou exercícios físicos, para que os ácidos graxos
liberados sejam utilizados como fonte de energia.
Caso isso não ocorra, a gordura mobilizada tende a
ser redistribuído no tecido adiposo, porém de forma
mais heterogenia.
Os efeitos colaterais da terapia combinada
são considerados desprezíveis, desde que observa-
dos os critérios para o manejo adequado do equi-
pamento.
CONCLUSÃO
Os estudos analisados sustentam a aplicabi-
lidade da terapia combinada Heccus® em todas as
suas modalidades de tratamento: sonoforese tridi-
mensional, sonoeletroporação, corrente Aussie e
corrente polarizada, sendo assim, possível inferir
sua efetividade no tratamento da LDG e da gordura
localizada.
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