1 o uso de articuladores em reabilitações orais
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O Uso de Articuladores em Reabilitações Orais
Tarciana Ferreira Serafim
Concurso Público para Professor SubstitutoCampus da UFC em Sobral
Sobral - CE, Março de 2013
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INTRODUÇÃOA importância da anatomia e fisiologia da ATM e dos
movimentos mandibulares na oclusão
Necessidade de criar um aparelho que pudesse simular essas funções
... assim surgiu o ARTICULADOR. São utilizados com o intuito de estudo, de diagnóstico, de planejamento e de execução do trabalho definitivo, reproduzindo de maneira bastante significante as posições e movimentos da mandíbula.
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DEFINIÇÃO
“um instrumento que reproduz tridimensionalmente uma posição crâniomandibular e registra os movimentos condilares da mandíbula, utilizados como meio de diagnóstico e tratamento de interesse protético”
Tamaki, 1980
“é a concepção mecânica que seu autor faz dos movimentos mandibulares, com os objetivos de reabilitar e analisar a
oclusão em próteses unitárias e fixas, e permitir a montagem dos dentes artificiais sob registro, nas próteses
totais e removíveis.” Turano, 2000
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VANTAGENS DO ARTICULADOR
• Os modelos bem montados permitem ser observados as faces linguais e com isso detectar possíveis interferências oclusais que na boca seriam difíceis de identificar;
• A cooperação do paciente deixa de ser fator crítico uma vez obtidos os registros requeridos para programar o articulador.;
• Se evita o incômodo da saliva, língua e corredor bucal do paciente, o que simplifica os procedimentos de diagnóstico e ajuste oclusal.
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OBJETIVOS
• Transportar informações articulares para um dispositivo que facilite o diagnóstico oclusal;
• Estabelecimento de um correto diagnóstico de um caso clínico;
• Desenvolvimento de um tratamento eficiente;• Para correta construção das próteses
dentárias durante o tratamento.
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HISTÓRICO
“Estática” (1805-1921)• 1805 - Gariot, produz o primeiro articulador totalmente em gesso com
movimentos de abertura e fechamento exclusivamente;• 1840 - James Cameron e Daniel Evans, além dos movimentos de abertura e
fechamento, permitiam pequenos ajustes ântero posteriores e laterais;• 1858 - Bonwill, com sua teoria do triângulo eqüilátero idealizou um articulador
bidimensional capaz de realizar movimentos laterais e protrusivos;• 1896 - Coube a Walker determina a inclinação da trajetória condílica
permitindo o ajuste do articulador;• 1906 -Snow apresenta um dispositivo chamado arco facial;• 1910 - Gysi, apresentou um articulador inédito que possuía um dispositivo de
guia incisal adaptada. Não aceito na época.• 1918 - Monson, um articulador baseado na teoria esférica. Os movimentos
reproduzidos não estão de acordo com as trajetórias produzidas pelas ATMs.
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HISTÓRICO“Dinâmica”
• 1921 – Hanau, apresentando um articulador denominado semiajustável que permitia ajustes como trajetória condilar antero posterior e lateral e ajuste da mesa incisal;
• 1955 - Bergstron (15), 1º articulador que possuía as estruturas condilares ligadas ao ramo inferior.
• 1959 - Stuart, afirmou que “O articulador não é uma máquina mastigatória e nem a boca do paciente; é em primeiro lugar um instrumento de registro das relações crânio-dentais e maxilo-mandibulares, os eixos de rotação e as trajetórias destes eixos.”
• 1985, Ash,M, M, e Ramfjord, O articulador é um aparelho capaz de realizar procedimentos diagnósticos e restauradores conduzidos sem a presença do paciente.
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CLASSIFICAÇÃO DOS ARTICULADORES
Função : facilitar a organização, porém variedade de classificação é excessiva.
Classificações Válidas : aquelas que contemplam entendimento e de fácil interpretação
Classificações de: I) BergstronII) Weimberg
III) Da Academia de Prótese dos E.U.A.IV) Glossário dos Termos de Prostodontia (2005)
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I - Bergstron (1950)
• mecanismos que representam o côndilo (esferas) unidos ao “ramo inferior” ou ao “corpo” do articulador – ARCON
Condilares• mecanismo que
representam côndilos unidos ao “ramo superior” do articulador – NÃO ARCON
Não condilares
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II - Weimberg(1963)
• são aqueles concebidos com base em teorias empíricas, interpretadas arbitrariamente
Arbitrário
• Aparelhos com limitação de movimentos onde predomina a inter-relação dental em abertura e fechamento
Oclusor
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II - Weimberg(1963)
• Aqueles que permitem alguns ajustes como: trajetória condilar sagital e lateral (Bennett) , trajetória incisal, e alguns permitem ainda o ajuste da distância intercondilar, mesmo que seja por média.
Semi-ajustáveis
• Possibilitam todo tipo de ajustes.Reproduzem com mais fidelidade os movimentos executados normalmente pela mandíbula, oferecendo resultados muito melhores, dependendo do tipo de reabilitação. Neste tipo de aparelho podem ser ajustados: trajetória condílica sagital e lateral, trajetória incisal, ângulo de Fischer e distância intercondilar adaptável.
Totalmente ajustáveis
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III - Academia de Prótese dos Estados Unidos
• só reproduz abertura e fechamento
Articuladores em Bisagra (eixo intercondílico fixo)
• reproduz abertura, fechamento, lateralidade e protusão, com angulação fixa, estabelecida por média anatômica.
De trajetória condílica fixa
• funções são semelhantes aos semi-ajustáveis, na classificação de Weimberg
Parcialmente ajustável
Totalmente ajustável
• são realizados registros plastigráficos das trajetórias condilares que possibilitam ao• articulador descrever movimentos muito próximos aos executados pela mandíbula.
Articuladores de fossa moldada
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Glossário de Termos de Prostodontia (2005)
• instrumento manual simples, capaz de receber um registro estático: apenas movimento vertical (não – ajustáveis)
Classe I
• permite tanto movimento horizontal quanto vertical, mas não orientados pelas ATMs
Classe II:
• simula trajetórias condilares, usando médias/ equivalentes mecânicos para todos os movimentos ou parte deles (semi – ajustáveis ARCON ou NÃO – ARCON).
Classe III:
• aceitam registros dinâmicos tridimensionais, permitem orientação dos modelos em relação às ATMs e simulam movimentos mandibulares (totalmente ajustáveis).
Classe IV:
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Indicação/função dos articuladores
• Diagnóstico e planejamento das reconstruções protéticas
• Planejamento de movimentações ortodônticas
• Para documentação de casos clínicos
• Orientação e educação do paciente quanto ao seu tratamento.
• A montagem de modelos em articulador de pacientes portadores de DTM para estudo pré-tratamento ortodôntico é recomendada.
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Indicação/função dos articuladores
• Em casos que requer maior acuidade de trajetórias condilares;
• Casos de mordida aberta anterior esquelética;
• Doença degenerativa das articulações;
• Casos de reabilitação oral (é indispensável).
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Limitações gerais
Um movimento executado a expensas de ação muscular dificilmente será reproduzido com todas as particularidades, mecanicamente.
• As paredes superior, medial, anterior e posterior afetam a trajetória da esfera condilar, por não possuírem a mesma configuração das paredes originais na ATM
O aparelho é ajustado de acordo com médias anatômicas. Porém nem todos os pacientes possuem estas medidas
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Limitações específicas
Verticulador• Só realiza movimento vertical
• Só é possível o registro em MIH de determinada região
ATA• Limitação relacionada a
variações mecânicas e a técnica de registro dos movimentos mandibulares entre os diferentes aparelhos, que afetam a facilidade de se reproduzir as trajetórias condilares
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Limitações específicas
ASA• Em função das paredes serem retas e rígidas as trajetórias reais
do côndilo não são registradas fielmente;
• O ASA só registra 3 distâncias intercondilares, ao passo que os paciente podem apresentar inúmeras variações dessa distância;
• Não realiza o movimento de deslocamento lateral do côndilo do lado de não trabalho.
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Compensação das limitações dos ASA A mesa incisal plana pré fabricada pode não satisfazer a posição ideal requisitada para reabilitações bucais.
A personalização da mesa incisal, feito com um bloco de acrílico (fecha-se o ASA em MIH e realiza-se movimentos de lateralidade e protusão), evita que interferências oclusais sejam incorporadas aos trabalhos protéicos.
Próteses com superfícies oclusais em metal Tratamento: jatos de óxido de alumínio, antes da cimentação provisória.Identifica interferências, notadas como trajetórias brilhantes
Usar moldeiras para transferir as moldagens diretas para o arco facial e um suporte anterior para o arco facial.
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Compensação das limitações dos ASA
No processo de moldagem e modelagem: Técnica correta e emprego de materiais de boa qualidade
Uso do arco facial
Localização e Registro: Obtenção da posição de Relação Cêntrica, com uso de desprogramadores (Jig, lâminas de Long)
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Partes componentes do articulador
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Corpo 2 postes unidos cuja função é dar suporte a todo conjunto
Ramo superior está situado a uma distância de 8-10cm do ramo inferior para permitir a montagem dos dois modelos
Ramo inferior nele é fixado o modelo da arcada inferior
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Guias – mecanismos que permitem movimentos do articulador através de ajustes. Pode ser condilar e incisal
Guia condilar – orienta o movimento das esferas condilares
Guia condilar
Esfera condilar
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Guia incisal – inclui a porção anterior do ramo inferior (mesa incisal) e o pino incisal
Pino incisal
Mesa incisal
Os ramos superior e inferior são hastes horizontais que mantêm o modelo em posição
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Montagem em Articulador
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Arco facial
Distancia das articulações aos dentes superiores
Relação entre o plano horizontal de Frankfurt e o plano oclusal da arcada superior
Distancia entre os côndilos
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Procedimentos para registro com arco facial
Com o material de registro de mordida estabelecer 3 pontos de referência, sendo 2 posteriores e 1 anterior
Centralize a haste do garfo de mordida com a linha média do paciente e posicione-o sobre os dentes superiores segurando em posição até que o material endureça
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Procedimentos para registro com arco facial
Registro de mordida obtido
Posicionar as olivas do arco facial no conduto auditivo externo do paciente
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Procedimentos para registro com arco facial
Fixe o relator násio na barra transversal do arco facial e no násio do paciente e ajustar esse ponto de referência apertando o parafuso manualmente
Pedir ao paciente que mantenha o arco facial pressionado para frente, enquanto é feita a estabilização do garfo de mordida
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Procedimentos para registro com arco facial
Anotar a distância intercondilar registrada no arco facial
Caso a distância intercondilar esteja localizada exatamente entre dois pontos, dá-se preferência sempre para a menor distância
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Montagem do modelo superior
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Procedimentos para montagem do modelo superior
Coloque os elementos condilares nos furos do Ramo Inferior correspondentes a distância intercondilar obtida com o Arco facial no momento do registro (1, 2 ou 3).
Estabeleça a mesma distância intercondilar no ramo superior do articulador, expandindo ou fechando as guias condílicas através da roldana do fuso expansor micrométrico
As guias condilares são ajustadas em 30º e o ângulo de Bennett 15º através da aleta de movimento lateral;
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Procedimentos para montagem do modelo superior
Posicione as olivas do arco facial nos pinos situados externamente às guias condilares e apertar os parafusos firmemente
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Encaixe o modelo no registro de godiva do garfo, de forma que não apresente báscula. Se isso ocorrer, deve ser feita a estabilização com cera
Em seguida manipula-se o gesso tipo IV e coloca-se na superficie superior do modelo, predendo-o a placa de montagem
O modelo deve estar hidratado e com retenções!
O arco só deve ser removido quando o gesso tomar presa
Procedimentos para montagem do modelo superior
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Montagem do modelo inferior
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Procedimentos para montagem do modelo inferior
O passo fundamental na montagem do modelo de estudo inferior consiste naobtenção e registro da mordida com a mandíbula na posição de RC. Para obtenção desse registro utiliza-se desprogramadores oclusais: “jig” ou Tiras de Long
Após a desprogramação, a cera é plastificada e colocada na cavidade oral, junto a arcada superior, a mandíbula é então manipulada suavemente até que o incisivo inferior contate solidamente com o Jig na posição de RC
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Procedimentos para montagem do modelo inferior
Após obtenção do registro deve-se encaixa-lo entre o modelo superior e inferior de forma que fiquem bem adaptados a esse registro
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Procedimentos para montagem do modelo inferior
Em seguida manipula-se o gesso tipo IV e coloca-se na superficie superior do modelo, predendo-o à placa de montagem. Após a presa do gesso o registro em cera poderá ser removido e a montagem estará finalizada
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Montagem do modelo inferior
OBSERVAÇÕES• O modelo deve estar hidratado e com retenções;• Os modelos ocluídos não devem se tocar durante a
montagem;• O pino incisal, retirado antes da montagem do
modelo superior, deve ser reposicionado e ajustado numa abertura de 2mm para compensar a presença da cera;
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Ajustes que podem ser realizados• O ajuste deve ser feito em todas as posições, começando pela Relação Cêntrica,
seguido pelo ajuste em lateralidade e protrusão;
• Antes de realizar o ajuste em boca, deve-se fazer o mapeamento dos ajustes no articulador
• Determinantes necessários para restaurar a oclusão:
Guia condilar Distância intercondilar Ângulo de Bennet
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CONCLUSÃO
O articulador é um meio e não um fim no estudo articular e dentário. Cabe ao profissional saber avaliar a oclusão ou maloclusão.E quanto mais precisa a montagem, mais fácil é o diagnóstico.
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Referências Bibliográficas
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• Tamaki, T. Transferência e montagem dos modelos desdentados parciais ao articulador T.T. Parte III – Programação com base em guias de mordida. Rev Assoc Paul Cir Dent.1980; 34(5):408-19.
• Turano JC, Turano LM. Fundamentos de prótese total. Rio de Janeiro: Ed. Santos; 2000.
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